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Importante ressaltar que esta classificação não espelha a visão destes povos
em si. Em geral, cada grupo em todos esses países (mesmo os que não
possuem população bantu) consideram qualquer outro grupo que não fale a
sua língua, não siga sua religião, ou não habite a mesma área e compartilhe
das mesmas tradições como um grupo estrangeiro. O próprio conceito de
nacionalidade (angolano, queniano, zambiano, etc.) é algo ainda novo para o
africano comum.
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Entre os diversos estados bantos, destacou-se um grande reino, o reino do
Congo, que dominava grande parte dos atuais Congo e Angola. Outro
importante reino se localizava na região entre Zimbábue e Moçambique. Lá, o
povo shona fundou o Império Monomotapa ou Mwenemutapa, sendo que ainda
hoje podemos ver as ruínas das imponentes muralhas de sua mais importante
cidade, Grande Zimbábue, construída no século XIII.
No século IX, várias cidades bantas, ligadas aos portos de comércio no litoral
do Oceano Índico, prosperaram e muitas delas foram citadas pelos escritores
da época (que as comparavam com os mais ricos centros comerciais do
mundo), onde era possível comercializar marfim, ouro, pedras preciosas, ferro,
couro e escravos.
Apesar de essas cidades terem sido fundadas por povos diferentes (mas de
língua banta), os árabes as chamavam de suaílis, ou seja, "planície costeira".
Com o passar do tempo, os povos africanos que ali habitavam foram sendo
identificados como suaílis e até hoje são assim chamados. Por causa da
grande relação social e comercial com os árabes, inclusive com levas de
migrantes vindos da Arábia, os suaílis acabaram se convertendo ao islamismo.
Mas não podemos esquecer: os povos chamados hoje de suaílis são povos
diferentes que, apesar de iguais na língua banto e na religião islâmica, não têm
características físicas nem históricas em comum.
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As mais importantes cidades suaílis entre o século IX e XVI foram:
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CIVILIZAÇÃO BANTO/HISTÓRIA
Por volta de 2000 a.C., os primeiros povos chamados de bantos partiram do
sudeste da atual Nigéria e se expandiram por todo o sul da África. Eram povos
agricultores (exemplos de plantas de origem africana e que talvez tenham sido
cultivadas pelos primeiros povos bantos são: o sorgo, a melancia, o jiló, o
feijão-fradinho, o dendezeiro e o maxixe), caçadores, pescadores, coletores e
criadores (por exemplo, de galinha d'angola). Conheciam a metalurgia do ferro.
Praticavam religiões tribais, onde grande ênfase era dada ao culto a seus
antepassados. Nesse processo de expansão pelo continente africano,
mataram, expulsaram ou se fundiram às populações nativas, que eram
aparentadas aos atuais povos de línguas khoisan que habitam algumas regiões
do sul da África, como a Namíbia. Como resultado, o sul da África quase inteiro
fala hoje idiomas bantos.
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Arco de uma mesquita na ilha de Moçambique
DE ÁFRICA CENTRAL
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Espanha, cuja África Central teve uma ligação vital nesse tráfico com a
participação do porto dos escravizados de Bulambemba (país Kongo),
localizado em uma ilha no rio Congo. Ao todo, cerca de 13.250.000 milhões
Bantu-Kongo, foram exportados para as Américas, de acordo com análises de
conjecturas do historiador RINCHON (KABOLO IKO, 2004:138), seja cerca
50% do total do comércio negreiro. A maioria absoluta dos escravizados Bantu
teve uma influência crescente cultural (língua, cultura), que deu à luz a um
importante património cultural, tais como: Samba, Capoeira (Brasil), o
palenqueiro (Colômbia) e muitos outros aspectos que vamos estudar em breve.
Palavras-chave: África Central, Bantu, Reino-Kongo, M'banza-Kongo,
Encomiendas.
“Um povo que não conhece ou ignorante de sua história, é como um homem
sem memórias, condenado a lutar com os mesmos problemas, para reinventar
as mesmas técnicas, para fazer os mesmos erros e sempre privado das belas
alegrias” (COMMAGER, 1950:11). Isso quer dizer que as pessoas devem
entender seu passado para evitar a repetição, para tirar lições dos erros do
passado, para que eles desenvolvam ou evoluem no tempo e espaço para um
bom futuro, isso é o caso da história do Tráfico Transatlântico na África Central,
que deportou milhares dos Bantu nas plantações e minas das Américas. Com
efeito, após as grandes expedições portuguesas iniciadas pelo herdeiro da
Ordem de Cristo, o Infante Dom Henrique em 1420 que queria explorar a costa
Africana para além do Atlântico e as cruzadas contra o Islã e da sua falha de
ocupação da ilha de Ceuta, os portugueses e seus navios chegaram na África
Central em suas explorações combinadas com a busca de uma rota direta para
a Índia e a busca de ouro, o marfim, e dos escravizados. Então eram nessas
circunstâncias que os navegadores portugueses Fernão do Póo e Lopes
Gonçalves atingiram as ilhas de Formosa e no Gabão em 1472 e 1473
respectivamente. E depois, em janeiro de 1482, sempre com as mesmas
motivações do que seus antecessores, o navegador português Diego Cão,
comerciante e Escudeiro do rei de Portugal Dom João II chegou a foz do rio
Congo, no porto natural de Mpinda. Sendo este último, um dos grandes portos
do poderoso reino do Kongo, serviu como um caminho para Diego Cão e seus
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companheiros para encontrar esse reino, um Estado próspero bem estruturado
no coração da África Central, como muitas sociedades políticas africanas da
meia idade; o país chamado Kongo foi o mais organizado da África Preta,
geograficamente organizado em unidades administrativas, lideradas por chefes
de clãs e terra que eram reconhecidos por um governo central com sede em
M'banza-Kongo, a capital do país (Batsîkamaba Mampuya ma
Ndâwla,1999:35). Foi um conjunto de entidades federadas que representaram
cada uma, a autoridade de uma autoridade central.
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O Ser Bantu
A designação Bantu não faz referência a uma unidade racial, mas sim a vários
povos que têm idiomas, credos, rituais litúrgicos, culinárias, entre outros
elementos semelhantes. É relevante elucidar o significado do termo Bantu que
de acordo com Altuna: [...] aplica-se a uma civilização que conserva a sua
unidade e foi desenvolvida por povos de raça negra. O radical “ntu”, comum a
muitas línguas banto, significa “homem, pessoas humanas”. O prefixo “ba”
forma o plural da palavra “muntu” (pessoa). Portanto “Banto” significa “seres
humanos, pessoas, homens, povo” (ALTUNA, 1985, p. 17). Essa definição nos
leva à reflexão sobre a concepção do que é ser Bantu, o que permite um
melhor entendimento do objeto desta pesquisa, e verificar como que as
manifestações religiosas Umbanda, Reinado e Candomblé de Angola,
enquanto descendentes da tradição Bantu, conseguem confluir e construir
arranjos híbridos religiosos. Em princípio, sabemos que o povo Bantu é milenar
e equivale a um terço da população africana. Além de conservar suas
especificidades, consegue, também, acompanhar as inovações culturais. A
despeito de ser um povo plural e diverso, no que se refere aos saberes,
mantém uma unidade cultural. Segundo Altuna (1985, p. 17), estes povos
“conservam as raízes de um tronco originário comum”, o que possibilita uma
coesão relativa na forma de ser e viver. Orientam-se pela tradição e organizam-
se a partir de sua cultura, razão profunda de sua religião. Oliveira corrobora:
[...] a religião é co-extensiva à vida, à experiência vivida intensamente e
concretamente; não é baseada nas palavras, nos conceitos e noções, mas na
experiência, que é transmitida de geração em geração, permitindo acompanhar
o (a) outro (a) e ver com os mesmos olhos que o (a) outro (a) viu. (OLIVEIRA,
2007, p. 4). A religião adquire uma conotação de extensão do que é vivido pelo
ser humano e, sendo transmitida culturalmente, promove o compartilhamento
dessa experiência adquirida. O povo Bantu tem uma concepção religiosa
„sistêmica‟, fundamentada na experiência e no conhecimento recebido por
meio da ancestralidade. Isso pode ser considerado como a essência da cultura
Bantu.
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Conclusão
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Referência bibliográfica
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