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INTRODUÇÃO

Banto ou bantu é um termo utilizado para se referir a um tronco linguístico, ou


seja, é uma língua que deu origem a diversas outras línguas no centro e sul
do continente africano. O termo acabou sendo aproveitado para se referir ao
conjunto de 300 a 600 grupos étnicos diferentes que povoam a mesma área.
Trata-se de uma classificação baseada na semelhança linguística, e por isso, a
palavra banto não se refere a um povo, nem sequer a uma etnia.

O termo foi usado originalmente por W. H. I. Bleek (1827-1875) com o


significado de povo, como é refletido em muitos dos idiomas. Boa parte usa a
palavra "ntu" ou uma derivação com referência a um ser humano. "Ba" é um
prefixo comum em muitas das línguas, que indica o plural. Os idiomas banto
formam uma família de cerca de 1500 línguas diferentes.

Importante ressaltar que esta classificação não espelha a visão destes povos
em si. Em geral, cada grupo em todos esses países (mesmo os que não
possuem população bantu) consideram qualquer outro grupo que não fale a
sua língua, não siga sua religião, ou não habite a mesma área e compartilhe
das mesmas tradições como um grupo estrangeiro. O próprio conceito de
nacionalidade (angolano, queniano, zambiano, etc.) é algo ainda novo para o
africano comum.

Os bantos não constituem toda a população africana nativa ao sul do Saara.


Na verdade, acredita-se que a sua maioria tenha vindo dos atuais Nigéria e
Camarões, e nos primeiros séculos da era cristã se espalharam por todo o sul
da África, quase que substituindo o grupo anteriormente predominante, os
khoisan (leia-se coissã) ou bosquímanos, que ainda hoje vivem em pequenos
bolsões, desde Angola até Moçambique, passando pela África do Sul.

Ao contrário dos khoisan, caçadores nômades, os bantos já desde o início


praticavam a agricultura, caça e a pesca. Além disso, conheciam a metalurgia,
o que deu grande vantagem na conquista dos povos vizinhos.

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Entre os diversos estados bantos, destacou-se um grande reino, o reino do
Congo, que dominava grande parte dos atuais Congo e Angola. Outro
importante reino se localizava na região entre Zimbábue e Moçambique. Lá, o
povo shona fundou o Império Monomotapa ou Mwenemutapa, sendo que ainda
hoje podemos ver as ruínas das imponentes muralhas de sua mais importante
cidade, Grande Zimbábue, construída no século XIII.

AS CIDADES BANTAS DO LITORAL ORIENTAL AFRICANO

Desde a Antiguidade as relações comerciais entre os africanos e os árabes


eram intensas. Aproveitando os ventos do Oceano Índico (as monções), que
sopravam de leste a oeste em metade do ano e de oeste a leste na outra
metade do ano, mercadores árabes chegaram ao litoral africano e ali ajudaram
a criar ricos centros mercantis.

No século IX, várias cidades bantas, ligadas aos portos de comércio no litoral
do Oceano Índico, prosperaram e muitas delas foram citadas pelos escritores
da época (que as comparavam com os mais ricos centros comerciais do
mundo), onde era possível comercializar marfim, ouro, pedras preciosas, ferro,
couro e escravos.

Apesar de essas cidades terem sido fundadas por povos diferentes (mas de
língua banta), os árabes as chamavam de suaílis, ou seja, "planície costeira".
Com o passar do tempo, os povos africanos que ali habitavam foram sendo
identificados como suaílis e até hoje são assim chamados. Por causa da
grande relação social e comercial com os árabes, inclusive com levas de
migrantes vindos da Arábia, os suaílis acabaram se convertendo ao islamismo.
Mas não podemos esquecer: os povos chamados hoje de suaílis são povos
diferentes que, apesar de iguais na língua banto e na religião islâmica, não têm
características físicas nem históricas em comum.

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As mais importantes cidades suaílis entre o século IX e XVI foram:

 Socotorá: é um arquipélago, próximo à Etiópia, que já era citado em


textos gregos como uma região comercial, antes mesmo de os bantos
chegarem à região.
 Mogadíscio: cidade mercantil tomada pelos árabes em torno do século
IX, hoje é capital da Somália.
 Quiloa: ilha da Tanzânia, tomada pelos persas no século X.
 Zeila: um importante centro de colonização árabe na Somália.
 Melinde: cidade fundada pelos suaílis em torno do século XIV no atual
Quênia.
 Sofala: no século X essa cidade ocupava quase todo litoral do país que
hoje conhecemos por Moçambique. Sofala era o entreposto comercial
entre o Império Monomotapa e os árabes.

No século IX, várias cidades bantas estavam ligadas ao comércio do Oceano


Índico, comparadas aos mais ricos centros comerciais do mundo, onde se
comercializava marfim, ouro, pedras preciosas, ferro, couro e escravos. Os
maiores centros eram Mogadíscio (capital da Somália), Quiloa (Tanzânia),
Malindi (Quênia) e Sofala (Moçambique).

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CIVILIZAÇÃO BANTO/HISTÓRIA
Por volta de 2000 a.C., os primeiros povos chamados de bantos partiram do
sudeste da atual Nigéria e se expandiram por todo o sul da África. Eram povos
agricultores (exemplos de plantas de origem africana e que talvez tenham sido
cultivadas pelos primeiros povos bantos são: o sorgo, a melancia, o jiló, o
feijão-fradinho, o dendezeiro e o maxixe), caçadores, pescadores, coletores e
criadores (por exemplo, de galinha d'angola). Conheciam a metalurgia do ferro.
Praticavam religiões tribais, onde grande ênfase era dada ao culto a seus
antepassados. Nesse processo de expansão pelo continente africano,
mataram, expulsaram ou se fundiram às populações nativas, que eram
aparentadas aos atuais povos de línguas khoisan que habitam algumas regiões
do sul da África, como a Namíbia. Como resultado, o sul da África quase inteiro
fala hoje idiomas bantos.

Nesse processo de expansão, surgiram desenvolvidas civilizações de língua


banta. A partir do século VII, o islamismo começou a se propagar pela costa
leste africana, difundido por comerciantes árabes. Na região, o islamismo se
fundiu aos costumes nativos bantos, gerando uma forma particular de
islamismo, menos erudito e com a utilização de atabaques.

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Arco de uma mesquita na ilha de Moçambique

A influência cultural árabe também determinou a formação da língua suaíli,


língua

ÀS ORIGENS DOS ESCRAVIZADOS BANTU

DE ÁFRICA CENTRAL

O comércio transatlântico, que durou quatro séculos (séculos XVI-XIX),


actividade comercial que deixou a África Preta na cauda das civilizações para o
benefício das Américas, contou com a participação muito activa da África
Central. Do século XVI ao século XIX, os principais portos dos escravizados da
África Central como o porto de Mpinda (província do Soyo -Estado Kongo),
primeiro e mais antigo porto de exportação dos escravizados, no Golfo da
Guiné, o porto de Luanda, Benguela, Loango, Kabinda, Malemba exportaram
milhares dos escravizados Bantu para as plantações das Américas através dos
navios portugueses, holandeses, franceses e ingleses. Por isto deve ser
adicionado o principal comércio português, que começou em 1468, no qual
escravizados africanos foram exportados para a Madeira, Lisboa, sul da

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Espanha, cuja África Central teve uma ligação vital nesse tráfico com a
participação do porto dos escravizados de Bulambemba (país Kongo),
localizado em uma ilha no rio Congo. Ao todo, cerca de 13.250.000 milhões
Bantu-Kongo, foram exportados para as Américas, de acordo com análises de
conjecturas do historiador RINCHON (KABOLO IKO, 2004:138), seja cerca
50% do total do comércio negreiro. A maioria absoluta dos escravizados Bantu
teve uma influência crescente cultural (língua, cultura), que deu à luz a um
importante património cultural, tais como: Samba, Capoeira (Brasil), o
palenqueiro (Colômbia) e muitos outros aspectos que vamos estudar em breve.
Palavras-chave: África Central, Bantu, Reino-Kongo, M'banza-Kongo,
Encomiendas.

“Um povo que não conhece ou ignorante de sua história, é como um homem
sem memórias, condenado a lutar com os mesmos problemas, para reinventar
as mesmas técnicas, para fazer os mesmos erros e sempre privado das belas
alegrias” (COMMAGER, 1950:11). Isso quer dizer que as pessoas devem
entender seu passado para evitar a repetição, para tirar lições dos erros do
passado, para que eles desenvolvam ou evoluem no tempo e espaço para um
bom futuro, isso é o caso da história do Tráfico Transatlântico na África Central,
que deportou milhares dos Bantu nas plantações e minas das Américas. Com
efeito, após as grandes expedições portuguesas iniciadas pelo herdeiro da
Ordem de Cristo, o Infante Dom Henrique em 1420 que queria explorar a costa
Africana para além do Atlântico e as cruzadas contra o Islã e da sua falha de
ocupação da ilha de Ceuta, os portugueses e seus navios chegaram na África
Central em suas explorações combinadas com a busca de uma rota direta para
a Índia e a busca de ouro, o marfim, e dos escravizados. Então eram nessas
circunstâncias que os navegadores portugueses Fernão do Póo e Lopes
Gonçalves atingiram as ilhas de Formosa e no Gabão em 1472 e 1473
respectivamente. E depois, em janeiro de 1482, sempre com as mesmas
motivações do que seus antecessores, o navegador português Diego Cão,
comerciante e Escudeiro do rei de Portugal Dom João II chegou a foz do rio
Congo, no porto natural de Mpinda. Sendo este último, um dos grandes portos
do poderoso reino do Kongo, serviu como um caminho para Diego Cão e seus

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companheiros para encontrar esse reino, um Estado próspero bem estruturado
no coração da África Central, como muitas sociedades políticas africanas da
meia idade; o país chamado Kongo foi o mais organizado da África Preta,
geograficamente organizado em unidades administrativas, lideradas por chefes
de clãs e terra que eram reconhecidos por um governo central com sede em
M'banza-Kongo, a capital do país (Batsîkamaba Mampuya ma
Ndâwla,1999:35). Foi um conjunto de entidades federadas que representaram
cada uma, a autoridade de uma autoridade central.

As religiões, de forma ampla, possibilitam aos seus adeptos formas de


organizações subjetiva, comunitária e social, que são orientadas a partir de
suas bases ética e doutrinária as quais promovem e demandam práticas
cotidianas a serem seguidas, configurando as religiosidades de seus
praticantes. Religiosidades que, em alguns casos, acontecem de forma híbrida
no campo religioso brasileiro quando há um eixo norteador comum que as
orienta. Como percebido nas manifestações religiosas de origem africana de
descendência Bantu. Nesse sentido, elegem-se as manifestações religiosas de
matriz África tradição Bantu - Umbanda, Reinado e Candomblé de Angola -
com seus arranjos híbridos brasileiros, para se refletir sobre suas possíveis
confluências, isso na intenção de analisar em que medida essas confluências
se sustentam. Reflexão que parte do pressuposto de que é por meio do
compromisso devocional imbuído de valores sociais, existentes desde a matriz
Bantu, acrescidos das demandas da vida cotidiana que são possíveis essas
confluências e sua sustentação. Nesta perspectiva, a pesquisa é feita no
Centro Espírita São Sebastião (CESS) a partir de suas práticas umbandistas,
candomblecistas e de Reinado, como campo de pesquisa empírica, por
entender que a forma como elas se organizam, pode contribuir para uma leitura
sobre a confluência. Para tanto, este estudo parte de uma leitura sobre a matriz
Bantu. Contextualiza o CESS a partir da história de sua fundadora, descreve as
manifestações religiosas Umbanda, Reinado e Candomblé de Angola, dando
ênfase aonde e como elas são praticadas no CESS. Mantém-se, assim, a
intenção de evidenciar a imbricação: adepto e religiosidade na perspectiva
teórica existencial de Victor E. Frankl. Contribuição valiosa para o escopo desta
pesquisa.

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O Ser Bantu

A designação Bantu não faz referência a uma unidade racial, mas sim a vários
povos que têm idiomas, credos, rituais litúrgicos, culinárias, entre outros
elementos semelhantes. É relevante elucidar o significado do termo Bantu que
de acordo com Altuna: [...] aplica-se a uma civilização que conserva a sua
unidade e foi desenvolvida por povos de raça negra. O radical “ntu”, comum a
muitas línguas banto, significa “homem, pessoas humanas”. O prefixo “ba”
forma o plural da palavra “muntu” (pessoa). Portanto “Banto” significa “seres
humanos, pessoas, homens, povo” (ALTUNA, 1985, p. 17). Essa definição nos
leva à reflexão sobre a concepção do que é ser Bantu, o que permite um
melhor entendimento do objeto desta pesquisa, e verificar como que as
manifestações religiosas Umbanda, Reinado e Candomblé de Angola,
enquanto descendentes da tradição Bantu, conseguem confluir e construir
arranjos híbridos religiosos. Em princípio, sabemos que o povo Bantu é milenar
e equivale a um terço da população africana. Além de conservar suas
especificidades, consegue, também, acompanhar as inovações culturais. A
despeito de ser um povo plural e diverso, no que se refere aos saberes,
mantém uma unidade cultural. Segundo Altuna (1985, p. 17), estes povos
“conservam as raízes de um tronco originário comum”, o que possibilita uma
coesão relativa na forma de ser e viver. Orientam-se pela tradição e organizam-
se a partir de sua cultura, razão profunda de sua religião. Oliveira corrobora:
[...] a religião é co-extensiva à vida, à experiência vivida intensamente e
concretamente; não é baseada nas palavras, nos conceitos e noções, mas na
experiência, que é transmitida de geração em geração, permitindo acompanhar
o (a) outro (a) e ver com os mesmos olhos que o (a) outro (a) viu. (OLIVEIRA,
2007, p. 4). A religião adquire uma conotação de extensão do que é vivido pelo
ser humano e, sendo transmitida culturalmente, promove o compartilhamento
dessa experiência adquirida. O povo Bantu tem uma concepção religiosa
„sistêmica‟, fundamentada na experiência e no conhecimento recebido por
meio da ancestralidade. Isso pode ser considerado como a essência da cultura
Bantu.

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Conclusão

A expansão do povo Bantu A antropologia efere-se à expansão bantu como um


movimento de povos que ao longo de três milénios terá espalhado as línguas
bantu em praticamente toda a África subsaariana.1 2 3 4 5 6 7 8. Com a
definição do termo "bantu" em 1862, o Dr. Wilhelm Bleek avançou a hipótese do
enorme número de línguas com características comuns terem tido origem numa
única língua.

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Referência bibliográfica

1. A população total não pode ser estabelecida com precisão dada a


indisponibilidade de dados precisos de conso da África subsaariana. Um
número superior a 200 milhões foi citado no começo dos anos 2000
(veja Niger-Congo languages: subgroups and numbers of speakers.
Estimativas de população estimadas para o Centro-oeste africano são
reconhecidads como significamente baixas pelo Departamento de
Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas em 2015 («World
Population Prospects: The 2016 Revision – Key Findings and Advance
Tables» (PDF). United Nations Department of Economic and Social
Affairs, Population Division. Julho de 2016. Consultado em 26 de junho
de 2017. Arquivado do original (PDF) em 26 de junho de 2019). O
crescimento populacional é estimado entre 2.5% and 2.8% anuais, para
um aumento anual da população bantu entre 8 e 10 milhões.
2. Historia de Moçambique
3. Migrações Bantus
4. Tradição Bantu
5. Correia, Paulo. «Etnónimos, uma categoria gramatical à parte?» (PDF).
A folha. Consultado em 3 de abril de 2021
6. ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição.
Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 230.
7. ↑ Bunyoro-Kitara Kingdom; ARKBK CLBG. «Banyoro - Bunyoro-Kitara
Kingdom (Rep. Uganda) - The most powerful Kingdom in East Africa!».
Consultado em 13 de maio de 2015
8. ↑ «Ethnologue report for language code ZUL (zulu)». ethnologue.com

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