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FARMACOLOGIA INTENSIVA

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 3
2. FARMACOLOGIA 5
3. VIAS DE ADIMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS EM HUMANOS 6
4. DIVISÕES DA FARMACOLOGIA 10
4.1 Destinos dos Fármacos no Organismo 11
5. FARMACOLOGIA INTENSIVA 13
6. O PAPEL DE ENFERMEIRO NA UNIDADE INTENSA 16
7. TRATAMENTO DA DOR E DA SEDAÇÃO 18
8. ANESTESIA 19
9. TÉCNICAS DE ANALGESIA E SEDAÇÃO 22
9.1 Medicamentos e Técnicas para Analgesia e Sedação 23
9.1.1 Anti-inflamatórios, Paracetamol e Dipirona 23
9.1.2 Opioides 23
9.1.3 Tramadol 24
9.1.4 Analgesia Controlada pelo Paciente (PCA) 24
9.1.5 Agonistas do ácido gama amino butírico (GABA) 24
9.1.6 Agonistas adrenérgicos alfa 25
9.1.7 Etomidato 26
9.1.8 Bloqueadores neuromusculares 26
9.1.9 Outros fármacos 26
9.1.10 Analgesia regional 27
9.1.11 Princípios para analgesia e sedação 27
CONCLUSÃO 30
REFERÊNCIAS 32

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1. INTRODUÇÃO

A Farmacologia é uma ciência que estuda a origem, natureza, propriedades,


ações e empregos dos fármacos, bem como seus efeitos sobre os organismos vivos.
Os medicamentos constituem o principal recurso terapêutico utilizado na atualidade
para prevenir, controlar e curar enfermidades e é muito comum que os profissionais
da área da saúde, de alguma forma, necessitem envolver-se com esta temática
durante o exercício de sua prática profissional.
Assim, o mercado de trabalho é amplo, pois as diferentes instituições ou
estruturas de cuidado à saúde necessitam de profissionais da saúde, que ao atuarem
diretamente no processo de uso de medicamentos, sejam capazes de desempenhar
atividades de seleção, dispensação, orientação e administração, de forma que suas
condutas possam contribuir para prevenir problemas com medicamentos e otimizar
resultados de seu uso. São necessários, também, profissionais, que mesmo não
atuando diretamente no processo de uso de medicamentos, possam levar em
consideração a terapêutica farmacológica utilizada pelos pacientes que atendem, de
forma que suas condutas possam não interferir, ou interferir minimamente, nos
resultados do tratamento farmacológico e, ao mesmo tempo, que os medicamentos
não causem interferência nos resultados de sua prática profissional junto aos
pacientes assistidos.
A preparação e administração de medicamentos é um exercício rotineiro do
enfermeiro, sendo, inclusive, considerado como uma de suas maiores
responsabilidades. Qualquer falha, seja no preparo ou na administração de fármacos,
pode acarretar consequências fatais ao paciente. É fundamental que a equipe de
enfermagem observe e avalie cuidadosamente o paciente quanto a prováveis
incompatibilidades farmacológicas, reações indesejadas e mesmo interações
medicamentosas. Todo cuidado é pouco para minimizar riscos ao paciente.
Esse cuidado ganha dimensões ainda maiores no que diz respeito ao setor de
urgência e emergência dos hospitais, área propícia para eventos indesejáveis,
resultado de alta rotatividade, alta demanda de pacientes com graus diversos de
gravidade, deficiência de recursos humanos, sejam quantitativos ou qualitativos,
sobrecarga de trabalho e, claro, estresse profissional e ambiental.
Nas unidades de urgência e emergência, as intervenções medicamentosas e
administração de drogas com alto poder de ação é uma constante, já que são aliados

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significativos para a evolução positiva da saúde dos pacientes. Os profissionais de
enfermagem necessitam de conhecimento teórico e prático variado, consistente e
profundo, junto de senso ético para compor uma atuação cuidadosa.
O planejamento da administração de medicamentos vai além de se conhecer as
ciências básicas. É preciso também conhecer técnicas de administração de
medicamentos pelas diferentes vias. “É preciso orientar, supervisionar as pessoas que
auxiliam o enfermeiro, bem como possuir também a visão de interpretar o plano
terapêutico, preparar o paciente, observar os efeitos terapêuticos e também as
possíveis reações iatrogênicas, as reações adversas que as drogas podem causar.

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2. FARMACOLOGIA

A farmacologia (do grego: ϕάρμακον, fármacon ("droga"), e λογία, derivado de


-λόγοςlógos ("palavra", "discurso"), sintetizado em "ciência") é a área da farmácia que
estuda como as substâncias químicas interagem com os sistemas biológicos. Como
ciência nasceu em meados do século XIX. Se essas substâncias tem propriedades
medicinais, elas são referidas como "substâncias farmacêuticas".
O campo abrange a composição de medicamentos, propriedades, interações,
toxicologia e efeitos desejáveis que podem ser usados no tratamento de doenças.
Esta ciência engloba o conhecimento da história, origem, propriedades físicas
e químicas, associações, efeitos bioquímicos e fisiológicos, mecanismos de absorção,
biotransformação e excreção dos fármacos para seu uso terapêutico ou não.

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3. VIAS DE ADIMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS EM HUMANOS

Figura 1

Oral: Simples, segura e barata, geralmente os fármacos são absorvidos no


intestino delgado por difusão (efeito sistêmico). A absorção por essa via pode ser
afetada por: conteúdo do trato gastro intestinal (TGI) pode retardar a absorção,
motilidade gastrointestinal (diarreia), fluxo sanguíneo esplâncnico (propranolol),
tamanho da partícula e formulação, fatores físico-químicos (pH, interações
medicamentosas), efeito de primeira passagem (um fármaco pode sofrer
metabolização por ação de enzimas intestinais e, principalmente, hepáticas ao ser
absorvido pelo intestino antes de chegar a circulação sistêmica). 90% nitroglicerina
(vasodilatador) é degradada, uma via alternativa deve ser usada (normalmente
sublingual).
Sublingual: Absorção rápida e diretamente para a circulação sistêmica.
Indicação: fármacos instáveis em pH ácido ou que são rapidamente metabolizadas
pelo fígado. Poucos medicamentos são absorvidos corretamente por essa via (Ex.:
nitroglicerina).
Retal: Absorção rápida. Indicação: impossibilidade de utilizar a via oral devido
a náuseas, impossibilidade de deglutir ou restrições alimentares pré- e pós-
operatórias. Ex.: acetaminofeno (febre), diazepam (convulsões) e laxantes
(constipação)
Aplicações em superfícies epiteliais

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Cutânea:
Tópica: ação local com pouca absorção do fármaco. Ex.: Cetoconazol
(infecções fúngicas)
Transdérmica: ação sistêmica de efeitos prolongados, são necessariamente
lipossolúveis e relativamente caros. Ex.: contraceptivo hormonal, Nicotina
Ocular: através de colírios, possui ação local sem efeitos colaterais sistêmicos.
Ex.: Dorzolamida
Nasal: Spray nasais, possui efeito sistêmico de absorção rápida. Ex.:
Calcitonina (osteoporose), Fluticasona (rinite alérgica)
Inalação: De absorção rápida, ajuste fácil, possui ação sistemática (usado para
aplicação de anestésicos voláteis e gasosos (ex.: óxido nitroso (N2O)) e ação local
(minimizar efeitos colaterais sistêmicos (ex.: Salbutamol (broncodilatador).

Injeção
Subcutânea: Aplicação do fármaco logo abaixo da pele, medicamentos que
seria degradado na via oral, possuí rápida absorção (que depende da perfusão local,
(ex.: insulina).
Figura 2

Intramuscular: Aplicação do fármaco no músculo, de rápida absorção e ação


prolongada. A Absorção depende da perfusão local. Preferível à via subcutânea
quando maior volume de fármaco é necessário (ex.: penicilina).

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Figura 3

Intravenosa: Via mais rápida e confiável, o fármaco entra diretamente na


circulação sistêmica, a velocidade depende diretamente da forma de administração
(dose única ou infusão contínua).

Figura 4

Intratecal: Aplicação do fármaco no espaço subaracnoide, esta via é específica


para o sistema nervoso central: anestesia regional, analgesia e terapia antibiótica.

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Figura 5

Figura 6

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4. DIVISÕES DA FARMACOLOGIA

Farmacologia Geral: estuda os conceitos básicos e comuns a todos os grupos


de drogas.
Farmacologia Especial: estuda as drogas em grupos que apresentam ações
farmacológicas semelhantes. Ex.: farmacologia das drogas autonômicas (que atuam
no SNC).
Farmacotécnica: estuda o preparo, a purificação e a conservação, da
preparação das drogas, medicamentos e fármacos nas suas diferentes formas
farmacêuticas (compridos, cápsulas, supositórios, etc.), da sua conservação e análise,
visando o melhor aproveitamento dos seus efeitos no organismo;
Farmacoterapia: união da farmacodinâmica e a farmacocinética para
desenvolver uma terapia medicamentosa;
Imunofarmacologia: estuda a ação dos fármacos sobre o sistema imune;
Farmacognosia: diz respeito à origem, métodos de conservação, identificação
e análise química dos fármacos de origem vegetal e animal;
Tecnologia Farmacêutica: é o ramo da ciência aplicada que visa a obter
preparações farmacêuticas dotadas de máxima atividade, doseadas com maior
precisão e apresentação que lhes facilitem a conservação e a administração.
Farmacodinâmica: trata das ações farmacológicas e dos mecanismos pelos
quais os fármacos atuam (em resumo, ação da droga no organismo);
Farmacocinética: diz respeito aos processos de absorção, distribuição,
biotransformação (e interações) e excreção dos fármacos (em resumo, ação do
organismo na droga);
Farmacogenética: área em crescimento explosivo, que trata das questões
resultantes da influência da constituição genética nas ações, na biotransformação e
na excreção dos fármacos e, inversamente, das modificações que os fármacos podem
produzir nos genes do organismo que os recebe.
Cronofarmacologia: estudo dos fármacos em relação ao tempo. Sua
aplicação se baseia nos resultados da cronobiologia.
Toxicologia: diz respeito às ações tóxicas não só dos fármacos usados como
medicamentos, mas também de agentes químicos que podem ser causadores de
intoxicações domésticas, ambientais ou industriais.

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4.1 Destinos dos Fármacos no Organismo

Para que um fármaco aja no organismo ele precisará se ligar a um receptor


especifico, como dito na famosa frase "Corpora non aguntnisifixata" (Um fármaco não
agirá, a menos que esteja ligado), com algumas exceções: Diuréticos e purgativos
osmóticos, antiácidos e agentes quelantes de metais pesados.
Qualquer substância que atue no organismo vivo pode ser absorvida por este,
distribuída pelos diferentes órgãos, sistemas ou espaços corporais, modificada por
processos químicos e finalmente eliminada. A farmacologia estuda estes processos e
a interação dos fármacos com o homem e com os animais: absorção, distribuição,
metabolismo/autotransformação e exceção.
Absorção - Para chegar na circulação sanguínea o fármaco deve passar por
alguma barreira dada pela via de administração, que pode ser: cutânea, subcutânea,
respiratória, oral, retal, muscular. Ou pode ser inoculada diretamente na circulação
pela via intravenosa, sendo que neste caso não ocorre absorção, pois não atravessa
nenhuma barreira, caindo diretamente na circulação. A absorção (nos casos que
existe barreira) do fármaco, é como já foi citado anteriormente, fundamental para seu
efeito no organismo.
A maioria dos fármacos é absorvida no intestino, e poucos fármacos no
estômago, os fármacos são melhor absorvidos quando estiverem em sua forma não
ionizada, então os fármacos que são ácidos fracos serão absorvidos melhor no
estômago que tem pH ácido, Exemplo(Àcido Acetil Salicilico), já os fármacos que são
bases fracas, serão absorvidos principalmente no intestino, sendo que esse tem um
pH mais básico que o do estômago. Os fármacos na forma de comprimido, passam
por diversas fases de quebra, até ficarem na forma de pó e assim serem solubilizados
e absorvidos, já os fármacos em soluções, não necessitam sofrer todo esse processo,
pois já estão na forma solúvel, e podem ser rapidamente absorvidos. A seguir uma
ordem de tempo de absorção, para várias formas farmacêuticas:
Comprimido>Cápsula>Suspensão>Solução.
Distribuição - Uma vez na corrente sanguínea o fármaco, por suas
características de tamanho e peso molecular, carga elétrica, pH, solubilidade,
capacidade de união a proteínas se distribui pelos distintos compartimentos corporais.
Metabolismo ou Biotransformação - Muitos fármacos são transformados no
organismo por ação enzimática. Essa transformação pode consistir em degradação

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(oxidação, redução, hidrólise), ou em síntese de novas substâncias como parte de
uma nova molécula (conjugação). O resultado do metabolismo pode ser a inativação
completa ou parcial dos efeitos do fármaco ou pode ativar a droga como nas
"pródrogas" p. ex: sulfas. Ainda mudanças nos efeitos farmacológicos dependendo da
substância metabolizada. Alguns fatores alteram a velocidade da biotransformação,
tais como, inibição enzimática, indução enzimática, tolerância farmacológica, idade,
patologias, diferenças de idade, sexo, espécie e o uso de outras drogas
concomitantemente.
Excreção - Finalmente, o fármaco é eliminado do organismo por meio de algum
órgão excretor. Os principais são rins e fígado p. ex: através da bile, mas também são
importantes a pele, as glândulas salivares e lacrimais, ocorre também a excreção
pelas fezes.
Os fármacos geralmente tem uma lipofilia moderada, caso contrário eles não
conseguiriam penetrar através da membrana das células com facilidade, e a via de
excreção mais usada pelo organismo é a via renal, através da urina, então geralmente
os fármacos como são mais apolares tendem a passar pelo processo de
metabolização, que os torna mais polares e passíveis de serem eliminados pela urina,
mas aí o que está sendo eliminado do organismo são os metabólitos do fármaco, já
não é mais o fármaco. Já os fármacos que são polares são eliminados pela urina sem
passar pela metabolização, e então o que está sendo eliminado agora é o fármaco
mesmo e não seus metabólitos.

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5. FARMACOLOGIA INTENSIVA

A prática da sedação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) é de grande


prevalência, tendo como objetivo atenuar efeitos negativos associados aos cuidados
intensivos, tais como: ventilação mecânica (VM), intubação orotraqueal, sondagem
vesical e enteral, punções venosas arteriais; minimizando a ansiedade do paciente,
mantendo-o responsivo aos estímulos e confortável sob ventilação
mecânica(VM),intubação orotraqueal, sondagem vesical e enteral, punções venosas
e arteriais.
. Somado a isso, a rotina dasUTI é definida por ritmo ininterrupto e
atividadeconstante, estímulos luminosos e sonoros, além do uso deaparelhos
desconhecidos, provocando medo e ansiedade.
. Auto extubação, retirada indevida de cateteresvenosos e arteriais, não
cooperação em atividades terapêuticas, lacerações ou fraturas devido à
agitaçãopsicomotora contribuem para o prolongamento da permanência do paciente
na UTI eno próprio hospital. A atenuação ou eliminação dos fatores que causam
agitação psicomotora como a dor e odesconforto, se associam a uma redução do
tempo de internação do paciente, evitando a realização deexames laboratoriais
desnecessários e poupando tempo e dedicação de outros profissionais da
unidade,reduzindo a oneração do sistema de saúde. Por conta disso, admite-se que
a sedação é um componenteimportante no cuidado de pacientes graves,
principalmente aqueles com necessidade de ventilação mecânica.

Figura 7

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Sedação leve:
Figura 8

Consiste na diminuição do nível de consciência com a manutenção da resposta


a comandosverbais, sendo que as funções de coordenação e cognitiva podem estar
comprometidas; além disso, écaracterizada por ausência de alterações nas funções
respiratórias e cardiovasculares, sendo permitido o usode benzodiazepínicos
(midazolan e diazepan), opioides (fentanil) e propofol, desde que seja feita
apenasuma das medicações.
Sedação moderada: é caracterizada pela diminuição do nível de consciência
induzida por drogas,permitindo a resposta a estímulos verbais ou táteis; a respiração
e ventilação encontram-se adequadas,podendo ser necessária intervenção, e a
função cardiovascular está normalmente mantida.
Sedação profunda: é caracterizada pela depressão de consciência por meio
farmacológico, no qual só háresposta a estímulos dolorosos repetidos; neste a função
respiratória e permeabilidade das vias aéreaspodem sem alteradas, sendo necessária
intervenção na via aérea e a função cardiovascular encontra-sepreservada.A sedação
feita de forma adequada é fundamental no cuidado de pacientes graves que
necessitamde ventilação mecânica. A sedação profunda está associada a diversos
desfechos negativos, como aumentodo tempo em ventilação mecânica, delirium,
alterações de memória, e maior mortalidade a curto e longoprazos. Tais efeitos
indesejáveis da sedação profunda podem ser atenuados por meio do uso de
protocolosde sedação que preconizam níveis mais leves ou superficiais de sedação,
minimizando a ansiedade dopaciente, mantendo-o responsivo aos estímulos e
confortável sob ventilação mecânica.

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Figura 9

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6. O PAPEL DE ENFERMEIRO NA UNIDADE INTENSA

Avaliação da dor e sedação:

Menos de 50% dos profissionais avaliam a dor. A avaliação da dor e da sedação


é particularmente complexa na UTI porque, muitas vezes, os pacientes mostram-se
incapazes ou impossibilitados de se comunicar verbalmente com os profissionais. O
paciente não se comunica por diversas razões: intubação traqueal, alteração da
consciência, sedação, efeito de medicamentos.
O paciente em ventilação mecânica deve ser avaliado quanto à dor e à sedação
para otimizar a dose de medicamentos. Isso reduz o tempo de necessidade de
ventiladores e de permanência em UTI.
As escalas auxiliam a detectar a dor. Em paciente que se comunica
verbalmente é possível utilizar a escala numérica verbal (0 a 10), que requer um grau
de compreensão maior que a escala descritiva verbal de 4 pontos (VRS-4), em que a
dor pode estar ausente = 1, leve = 2, moderada = 3 ou intensa = 4. A correspondência
da escala descritiva com a numérica seria: dor ausente = 0, leve = 1-3, moderada =
4-6 e intensa = 7-10 . Escores > 3 pela escala numérica ou 3 pela verbal são
inaceitáveis.
A dor provoca estímulo simpático, com taquicardia e aumento da pressão
arterial, sintomas que podem auxiliar a detectar a dor. No entanto, essas alterações
têm pouca especificidade na UTI e podem ser causadas por vasopressores,
bloqueadores adrenérgicos beta, antiarrítmicos, sedativos e condições patológicas
(sepse, choque, hipoxemia e medo).
Quando o paciente é incapaz de se comunicar, devem-se utilizar outros
métodos. Pode-se usar a escala comportamental (BehavioralPainScale - BPS) com
escores de 3 a 12, através da observação da expressão facial, de movimentos do
corpo, de tensão muscular e sincronia com o ventilador.
O BPS, de fácil aplicação, é usado para avaliar a dor de paciente sedado ou
em ventilação mecânica. Se o escore for > 6, é considerado inaceitável.

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A expressão facial é o item que mais contribui para a avaliação da dor, seguida
de movimentos dos membros e da aceitação da ventilação. São comportamentos de
dor: careta, testa franzida, rigidez, retração, pálpebras cerradas apertadas, nariz
franzido, lábio superior levantado, verbalização, punhos cerrados. A aceitação da
ventilação mecânica pode ser afetada por hipoxemia, broncoespasmo e secreção.
A escala de sedação foi descrita por Ramsay. Com o uso de escala, há menor
incidência de sedação excessiva. Cerca de 70% dos profissionais usam escalas para
sedação.

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7. TRATAMENTO DA DOR E DA SEDAÇÃO

Os métodos de analgesia podem agir em diferentes pontos das vias da dor,


reduzindo a ativação de nociceptores ou passagem do estímulo, ativando as vias
inibitórias e alterando a percepção da dor.
Para aliviar a dor e a ansiedade são administrados analgésicos e sedativos. Um
estudo revela os diferentes protocolos adotados para analgesia e sedação em UTI.
Existe disparidade entre a necessidade de sedação e a forma como é feita.
Opioides, benzodiazepínicos e propofol são os medicamentos básicos para dar
conforto ao paciente e facilitar a ventilação mecânica. A maioria usa opioide associado
com agonista GABA.
Nenhum medicamento apresenta todas as características de analgésico ou
sedativo ideal. Para a otimização, o médico deve conhecer as diferenças
farmacocinéticas e farmacodinâmicas que possam afetar a segurança e a eficácia de
analgésicos e sedativos. Modificação na farmacocinética e farmacodinâmica com
administração prolongada, alteração da ligação proteica e da volemia e disfunção de
órgãos provocam resultados variáveis. Para o tratamento da dor é essencial conhecer
os mecanismos de ação, da farmacocinética, da latência e da duração da analgesia e
dos efeitos colaterais. Os analgésicos corretos devem ser administrados na dose
adequada para determinado paciente no momento correto. É importante saber quais
as alterações clínicas que o paciente apresenta, e os medicamentos que usa, pois é
possível haver interação com os analgésicos.
A maneira de sedação dos pacientes de UTI tem evoluído e depende do
paciente e do fármaco disponível no local. O nível de sedação ideal é controverso. No
passado, usava-se sedação profunda, porém a recuperação é influenciada pela
escolha do agente, de sedação insuficiente ou excessiva e do controle inadequado da
dor.
A sedação inadequada resulta em dor, ansiedade, agitação, autoextubação,
retirada de cateteres, isquemia miocárdica e hipoxemia. A sedação excessiva ou
prolongada causa escaras, compressão de nervo, delírio e ventilação mecânica
prolongada.

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8. ANESTESIA

1. Anestesia geral implica na perda reversível e controlada da consciência, o que


significa que o paciente não consegue sentir, ouvir ou lembrar de nada. Algumas
funções fisiológicas essenciais são suspensas, como a respiração, por exemplo, e têm
de ser mantidas artificialmente. Paralelamente, o paciente recebe drogas que
desfazem o tônus muscular e paralisam os movimentos. No final da anestesia geral,
as drogas que a induzem e a mantêm são interrompidas e os pacientes recebem
agentes para reverter todos os seus efeitos. A anestesia geral é usada em cirurgias
de grande porte, sobretudo naquelas que envolvem abertura da cavidade torácica ou
abdominal.
2. A anestesia regional torna uma região do corpo incapaz de sentir dor, sem
abolir a consciência. É o que acontece na anestesia raquidiana ou peridural, em que
a pessoa fica anestesiada da cintura para baixo. Esse tipo de anestesia pode ser
empregado em intervenções na metade inferior do corpo, como partos, por exemplo.
Outros exemplos são os bloqueios anestésicos de troncos nervosos, usados para
possibilitar procedimentos cirúrgicos nas extremidades ou para aliviar dores
intratáveis.
3. A anestesia local torna uma pequena área focal incapaz de sentir dor. É
utilizada, por exemplo, em pequenas cirurgias, como retirada de um cisto dérmico,
pequenas suturas ou extração de dentes.
Na maioria das formas de anestesia, os pacientes são pré-medicados
(sedados) antes da cirurgia para ajudá-los a relaxar e se tornarem menos ansiosos.
Os medicamentos mais utilizados para este processo são os benzodiazepínicos.
A analgesia é definida simplesmente como alívio da dor, sem afetar os níveis
de consciência dos pacientes. As drogas capazes de produzir tais efeitos — os
analgésicos — apenas provocam a ausência ou o amortecimento da dor sem alterar
a consciência. Os analgésicos são uma classe extensa de medicamentos, que se
dividem em dois tipos básicos:
Os analgésicos narcóticos: reduzem a percepção da dor e diminuem a atividade
cerebral, provocando sono. São os analgésicos mais fortes, utilizados em dores de
maiores intensidades. O mais potente deles é a morfina. A grande desvantagem
desses analgésicos é a possibilidade de causarem rápida dependência.

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Os analgésicos não narcóticos: esses analgésicos inibem a produção de
determinadas substâncias e, com isso, diminuem a sensação de dor.

Pode-se diferenciar três tipos de analgesias:

 A analgesia periférica é um tipo de ação do sistema nervoso que controla a


entrada da informação dolorosa, antes dela chegar no córtex cerebral. Nesse sentido,
o intuito da analgesia periférica é reduzir a aferência do estímulo doloroso, reduzindo
o desequilíbrio eletrolítico entre o interior e o exterior das células.
 A analgesia central refere-se a ações que têm origem em áreas mais superiores
do sistema nervoso, mas que tem o mesmo intuito, de reduzir a aferência da dor.
 Na analgesia descendente, áreas do sistema nervoso central projetam-se para
baixo e tentam regular e bloquear os níveis de entrada das informações dolorosas
periféricas no cérebro.
A sedação é a depressão também controlada da consciência, que torna o
paciente um pouco menos consciente de si mesmo e do ambiente. Nesse estado, os
pacientes podem estar sonolentos, mas não inconscientes. Não sentirão a dor, mas
estarão cientes, embora confusamente, do que está acontecendo ao seu redor. A
resposta do paciente aos estímulos externos se torna limitada. Popularmente
conhecidos como calmantes, os medicamentos sedativos possuem a propriedade de
reduzir a ansiedade sem afetar, ou afetando pouco, as funções motoras e mentais dos
pacientes.

A sedação pode ser mínima, moderada ou profunda:

 A sedação mínima é usada apenas para aliviar a ansiedade do paciente, que


precede algumas intervenções médicas, com nenhum ou muito pouco efeito sobre a
consciência do paciente.
 A sedação moderada deprime um pouco a consciência, mas deixa o paciente
capaz de responder a estímulos externos, táteis ou verbais.
 Na sedação profunda, o paciente responde apenas a estímulos dolorosos
fortes ou repetidos. Se a sedação for levada longe demais, o paciente pode ficar
inconsciente. Outras drogas que não as sedativas podem ser administradas com
base nas necessidades particulares de cada paciente. Por exemplo, um paciente

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com risco de refluxo gastroesofágico pode receber medicamentos para combater
esse problema potencial. Em alguns casos de sedação mais profunda, um suporte
respiratório pode ser necessário, mas ainda assim, o período de recuperação da
sedação é bem mais rápido que o da anestesia geral. Tal como acontece com a
anestesia geral, os pacientes devem jejuar por pelo menos seis horas antes da
sedação.
A sedação é largamente utilizada em diversos procedimentos e intervenções
médicas, como endoscopias, colonoscopias, coletas de materiais orgânicos para
biópsias, pequenas cirurgias, etc.
As vantagens da sedação em relação à anestesia geral consistem em que os
efeitos adversos que podem estar associados a esta última são evitados com a
sedação. Além disso, os pacientes mantêm seus reflexos fisiológicos naturais e são
capazes de respirar por si mesmos, não dependendo de assistência ventilatória. A
recuperação também se dá de forma praticamente imediata após o ato médico.

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9. TÉCNICAS DE ANALGESIA E SEDAÇÃO

A forma de sedação evoluiu bastante com o surgimento de novos


medicamentos e tratamentos baseados em evidências. A titulação de fármacos por
meio do emprego de escala representou um avanço, com a manutenção de sedação
leve. A sedação excessiva provoca recuperação prolongada, mas o alívio da dor e da
ansiedade deve ser adequado.
As características importantes de fármacos e técnicas analgésicas são:

 Evidência de eficácia
 Ação e recuperação rápidas
 Previsibilidade entre dose e resposta
 Ausência de acúmulo e toxicidade
 Ausência de interação
 Indicação para pacientes críticos
 Titulação e monitoração fáceis
 Efeitos adversos toleráveis
 Baixo custo

1. Técnica de analgesia antes da sedação

Medidas para melhorar a recuperação na UTI incluem analgesia antes de


sedação e reconhecimento dos efeitos adversos associados a medicamentos
sedativos.
Na técnica denominada de "analgesia primeiro" ou "A1", os fármacos para
sedação são administrados apenas após o uso de analgésicos. Os pacientes que
recebem "A1" obtêm conforto e menos de 50% necessitam de sedação. A analgesia
antes da sedação pode reduzir a necessidade de sedativos e o tempo de permanência
em ventilação mecânica.

2. Administração em bolo e infusão

A administração de bolo está associada à variação da concentração plasmática


com picos e vales, sedação excessiva e ansiedade.A infusão mantém a concentração

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mais estável, mas pode prolongar o tempo para o paciente despertar, em razão do
acúmulo de fármaco.

9.1 Medicamentos e Técnicas para Analgesia e Sedação

9.1.1 Anti-inflamatórios, Paracetamol e Dipirona

Os anti-inflamatórios apresentam grande ligação a proteínas, com aumento dos


efeitos colaterais em pacientes com hipoalbuminemia. Raramente são indicados na
UTI, pois podem precipitar insuficiência renal. Os fatores predisponentes são:
alteração renal prévia, hipovolemia, hipotensão arterial, hipertensão arterial, idade
avançada, ascite, insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática e uso
concomitante de outras medicações que causam lesão renal.
Os efeitos colaterais gastrintestinais também são mais frequentes na UTI. São
fatores de risco gastrintestinal: uso de múltiplos antiinflamatórios concomitantes,
história de úlcera ou queixa digestiva antecedente de sangramento do trato digestivo
alto, presença de doenças cardiovasculares, uso concomitante de corticosteroide ou
de anticoagulantes e idade avançada.
O paracetamol pode ser usado na dose de 1g.6h.
A dipirona é usada na dose de 1g.4h.

9.1.2 Opioides

Os analgésicos mais usados são a morfina e o fentanil e a preferência por um


deles varia nos países. Outros opioides empregados são remifentanil, sufentanil e
codeína. Não há dados para apoiar o uso de um analgésico sobre outro. Pode ocorrer
desenvolvimento rápido de tolerância a opioide, havendo necessidade de aumento da
dose, que facilita a hiperalgesia induzida por opioide.
A morfina pode ser usada por via subcutânea na dose de 5-10 mg.4-6h-1 ou
infusão por via venosa na dose de 30-50 mg.d-. Para procedimento, pode-se adicionar
bolo de 5-10 mg de morfina. Esse opioide forma um metabólito ativo e tem cinética
imprevisível para paciente com disfunção de órgão. Na insuficiência hepática, há
diminuição do metabolismo da morfina, enquanto na insuficiência renal há acúmulo
de metabólito (morfina- glicuronídeo). No choque, a eliminação é mais lenta. O risco

23
de depressão respiratória é maior em recémnascidos, em pacientes com alteração
cognitiva, hemodinamicamente instáveis, com história de apneia e doença
respiratória. A morfina pode provocar hipotensão arterial.
O fentanil é usado por via venosa na dose de 300-700 µg.h-1. Seu metabólito
é inativo e excretado pela urina e bile. O fentanil não causa alteração hemodinâmica,
sendo indicado para paciente com comprometimento cardiovascular. Em pacientes
com insuficiência renal, é mais indicado que a morfina.
O remifentanil tem início de ação rápido e, igualmente, recuperação rápida. Seu
metabolismo é independente do fígado. Pode ser usado em pacientes que necessitam
de avaliação neurológica frequente. A dose usada é de 6-60 µg.kg-1.h-1.
A codeína é um opioide fraco, que age após transformação em morfina. A
metadona tem meia-vida longa, ocorrendo acúmulo com administração continuada. A
meperidina não deve ser usada, pois é metabolizada, formando normeperidina, que
causa convulsão. Na disfunção hepática e na insuficiência renal, aumenta o tempo de
eliminação. A meperidina tem efeito inotrópico negativo, apresenta atividade
anticolinérgica e pode provocar taquicardia.

9.1.3 Tramadol

O tramadol é o análogo sintético da codeína, com efeito analgésico por ação


em receptores mu e inibição da recaptação da serotonina e noradrenalina.

9.1.4 Analgesia Controlada pelo Paciente (PCA)

A PCA é uma técnica adotada para reduzir o intervalo entre a queixa de dor e
seu alívio. Pode ser utilizada em pacientes com capacidade de acionar o aparelho
para liberação do opioide. A medicação empregada geralmente é a morfina por via
venosa e fentanil por via peridural.

9.1.5 Agonistas do Ácido Gama Amino Butírico (GABA)

Os agonistas GABA usados são os benzodiazepínicos (midazolam, lorazepam


e flunitrazepam) e o propofol. O midazolam, o lorazepam e o propofol são os
medicamentos mais usados para sedação em UTI. A escolha de um desses fármacos

24
varia nos diferentes países. A sedação com midazolam e propofol foi uma inovação
para evitar a sedação prolongada.
O midazolam é mais titulável. A ação é rápida e a duração curta, com uma
dose. É medicamente indicado para sedação de curta duração. A administração
prolongada resulta em acúmulo do fármaco e do metabólito ativo (alfa-
hidroximidazolam), especialmente em pacientes obesos, com baixa concentração de
albumina ou insuficiência renal. Alguns medicamentos que usam a mesma enzima
para metabolismo (fentanil e propofol) aumentam a duração. Usado na dose de 25
mg.h-1 o midazolam pode provocar hipotensão arterial.
O lorazepam é pouco usado na Europa e muito usado nos Estados Unidos. O
lorazepam tem vantagem em relação ao diazepam de longa duração. Esse
medicamento causa mais sedação excessiva que midazolam. Indicado para sedação
de longa duração (> 24h). Por via parenteral pode causar toxicidade pelo
propilenoglicol, principalmente com uso doses muito grandes (15-25 mg.h-1). Com
uso de pequena dose (1 mg.kg-1. d-1) podem ocorrer efeitos adversos, como lesão
renal aguda e acidose metabólica.
O desenvolvimento de tolerância ocorre rapidamente com o uso de
benzodiazepínico por via venosa. Os benzodiazepínicos podem provocar delírio.
O propofol tem ação e eliminação rápidas. É indicado para sedação de curta
duração. O propofol pode causar hipotensão arterial, depressão respiratória,
hipertrigliceridemia, pancreatite e síndrome da infusão do propofol. Este é o evento
mais grave e os possíveis mecanismos incluem: inibição enzimática de mitocôndria,
impedimento da oxidação ácida gordurosa e alteração metabólica de carboidrato em
substrato gorduroso. Ocorrem aumento de triglicérides, hipotensão, arritmia,
insuficiência renal, hipercalemia, rabdomiólise e disfunção hepática. Embora
associados ao uso prolongado de grande dose (> 70 µg.kg-1.min-1), muitos relatos
citam dose menor e duração curta.

9.1.6 Agonistas Adrenérgicos Alfa

Agonistas adrenérgicos alfa (clonidina e dexmedetomidina) são alternativas


para benzodiazepínicos. A dexmedetomidina promove diminuição da atividade
motora, estabilidade mental, possibilitando melhor cuidado pelo médico, enfermeiro e
fisioterapeuta. Seus metabólitos são inativos e a eliminação é urinária e fecal. A

25
analgesia e a sedação estão relacionadas à ligação aos receptores noradrenérgicos
centrais. Pode modular a inibição descendente a partir do locuscoeruleus, com
liberação de noradrenalina. Dexmedetomidina reduz a incidência de delírio e a
duração da ventilação mecânica. Provoca pouca depressão respiratória. É
administrado na dose de 1 µg.kg-1, seguida de infusão de 0,1-0,7 µg.kg-1.h-1 para
analgesia e sedação, titulando-se a dose. Os efeitos colaterais são hipertensão e
bradicardia com dose inicial por estímulo de receptores alfa-2B. Com infusão, ocorrem
hipotensão por efeito simpatolítico central e diminuição de noradrenalina. O efeito
simpatolítico pode ser benéfico por reduzir a taquicardia e a hipertensão arterial, ou
indesejável por causar hipotensão e bradicardia. Outras complicações são: bloqueio
cardíaco, parada sinusal, fibrilação atrial. Pode ocorrer efeito hipertensivo após
término de ação agonista alfa central.
A clonidina pode ser usada para sedação de curta e longa duração.

9.1.7 Etomidato

O etomidato foi usado em infusão até se reconhecer que esse medicamento


não é tão seguro. Atualmente, não é usado para sedação.

9.1.8 Bloqueadores Neuromusculares

No passado, foram usados com frequência para sedação profunda. Surgiram


relatos de disfunção neuromuscular após administração prolongada de bloqueadores
neuromusculares. Atualmente, as indicações para uso de bloqueadores
neuromusculares são: intubação do paciente, assincronia com ventilador, hipercapnia,
ventilação não convencional, aumento da pressão intracraniana e realização de um
procedimento. Os mais usados são: pancurônio, rocurônio, vecurônio e cisatracúrio.
Os fatores para escolha são: experiência do médico, duração de ação, meia-vida,
mecanismos de eliminação e fatores individuais de cada paciente.

9.1.9 Outros Fármacos

Outros medicamentos são usados como adjuvantes para analgesia na UTI.

26
Antidepressivos, anticonvulsivantes, neurolépticos bloqueia dores
neuromusculares são usados com menor frequência para pacientes de UTI.

9.1.10 Analgesia Regional

São empregados, com mais frequência, para analgesia regional: opioides,


anestésicos locais e clonidina.
Os opioides são os mais utilizados por via espinal. Como a medicação é
injetada no local de ação, não havendo necessidade da passagem através de
barreiras, pequenas doses de opioides são suficientes para o efeito analgésico,
particularmente com um opioide hidrofílico como a morfina. O efeito é principalmente
sobre fibras C e em pequeno grau sobre fibras A-delta, não ocorrendo alterações das
fibras autonômicas, motoras, do tato à propriocepção.
Em geral, os opioides são associados aos anestésicos locais para se ter uma
analgesia de melhor qualidade com redução dos efeitos colaterais. Por terem
mecanismos de ação diferentes, a associação de doses pequenas das medicações
tem efeito sinérgico.
Os opioides por via espinal são indicados para analgesia pósoperatória,
traumatismo (fratura de arcos costais e ossos de membros inferiores), queimadura e
dor da isquemia de membros inferiores.
Essa técnica pode ser utilizada em pacientes com alterações em diferentes
órgãos. Esse método proporciona analgesia intensa, com menos sedação em relação
ao opioide sistêmico. São efeitos colaterais frequentes se usados para dor aguda:
prurido, náusea, vômito e retenção urinária.

9.1.11 Princípios para Analgesia e Sedação

 Estabelecer alvos
 Reavaliar com frequência
 Medir a intensidade da dor e da sedação com escalas validadas
 Selecionar medicamentos baseados em características importantes e
evidências
 Selecionar fármacos seguros para a população de risco

27
 Evitar sedação excessiva
 Controlar dor e agitação
 Tratamento multidisciplinar
 Escolher técnicas de fácil uso
 Utilizar protocolos, algoritmos e guias.

Variação biológica

 Relacionado a ocorrência de efeitos não previstos.


 Leva a uma necessidade de individualizaçãoda farmacoterapia.

CÁLCULO E DILUIÇÃO:

 1ml => 20 gotas


 1 ml =>60 microgotas
 1 gota => 3 microgotas
 1 grama => 1.000 mg
 1h => 60 minutos
 1 min => 60 segundos
 1 litro => 1.000 ml
 microgota/minuto = ml/hora
 AD – água destilada
 Amp – ampola
 BIC – Bomba de Infusão Continua
 COMP – comprimido
 EV – endovenosa
 Fr/amp – frasco-ampola
 g – grama
 gts – gotas
 h – hora
 ID – intradérmica
 IM – intramuscular
 KCL – Cloreto de Potássio
 SF 0,9% - soro fisiológico 0,9%

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 SG – soro glicosado
 SC – subcutânea
 NaCl – Cloreto de Sódio
 V – volume
 Vit.C – vitamina C
 VO – via oral
 VR – via retal
 HV – hidratação venosa
 NaHCO3 – bicarbonato de sódio
 Ca+ - cálcio
 ACM – A critério médico
 Kg – quilograma
 SN ou SOS – se necessário
 O2 – oxigênio
 AVP – acesso venoso periférico
 AVC – acesso venoso central

Soluto: substância a ser dissolvida.

 Solvente é o liquido no qual o solutoserá dissolvido.


 Solução é uma mistura homogêneacomposta de duas partes distinta.

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CONCLUSÃO

O movimento em busca da prestação de assistência em saúde com qualidade


e segurança está na linha de frente das discussões políticas e constitui-se grande
desafio para a sociedade. Nesse contexto encontram-se as instituições de saúde com
suas inúmeras dificuldades relacionadas aos recursos físicos, matérias e humanos.
Embora algumas correções estejam sendo realizadas, a inadequação da área
física dos estabelecimentos de saúde ainda é uma realidade que acarreta transtornos
como dificuldade nos fluxos de pessoal, clientes e material comprometendo a
qualidade da assistência à saúde e a segurança do paciente bem como a satisfação
dos profissionais da equipe de trabalho.
A escassez de recursos materiais e de equipamentos necessários para a
execução das ações leva-nos a desconsiderar os protocolos ao realizarmos o
atendimento implicando em riscos para o cliente, a instituição e para o profissional.
Quanto ao quantitativo e qualitativo de recursos humanos para execução dos
cuidados à saúde podemos afirmar que são poucas as instituições que prestam
assistência aos pacientes com o número de profissionais que necessitam,
especialmente em relação à equipe de enfermagem que representa o maior número
de profissionais dos estabelecimentos de saúde.
Na enfermagem o quantiqualitativo de recursos humanos adequado para a
prestação do cuidado deve ser determinado pelo dimensionamento de pessoal que
representa uma preocupação constante para os enfermeiros uma vez que está
diretamente relacionado à qualidade da assistência prestada e a ocorrência de
eventos adversos, o que compromete a segurança e a satisfação dos clientes.
A segurança do paciente, dentre outros aspectos, envolve a ocorrência de
eventos adversos. Esses, por sua vez, configuram-se como um indicador de qualidade
da assistência prestada e sua ocorrência leva a resultados que prejudicam a
segurança dos clientes, podendo causar aos mesmos lesões irreversíveis ou até a
morte.
Outro aspecto a ser considerado quando abordamos o dimensionamento de
profissionais de enfermagem (DIPE) se refere aos trabalhadores da equipe. Estudos
internacionais mostram que existe uma relação inversamente proporcional entre o
número de profissionais de enfermagem, a fadiga emocional dos mesmos, a

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insatisfação no trabalho, podendo, ainda, implicar em questões legais e de saúde do
trabalhador.
Além disso, o quantitativo de profissionais inferior ao número necessário para
prestar atendimento ocasiona aumento da carga de trabalho levando à alta
rotatividade, implicando em novas contratações, horas de treinamento e de
aperfeiçoamento e, consequentemente, em aumento dos custos hospitalares.
A farmacologia é imprescindível e vital para o conforto do paciente,
principalmente de Unidade Intensiva de terapia. Esta ciência engloba o conhecimento
da história, origem, propriedades físicas e químicas, associações, efeitos bioquímicos
e fisiológicos, mecanismos de absorção, biotransformação e excreção dos fármacos
para seu uso terapêutico ou não.

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REFERÊNCIAS

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Page, Clive P.; et al. Harcourt, ed. Farmacologia integrada
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Unidade de Terapia Intensiva: estudo observacional. Online braz j nurs. Jun 2016; 15
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03. Byrd PJ, Gonzales I, Parsons V - Exploringbarrierstopain management in


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