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BIOTRANSFORMAÇÃO
Resumo: Reações de metabolização de xenobióticos – sofrem alterações na sua
hidrofilicidade após serem absorvidos. Ocorre através de um sistema de fase I e fase II
envolvendo enzimas de biotransformação (ex. Glucoronidação, metilação, fosforilação, etc.)
Agentes Tóxicos
Inorgânicos – Metais; Metaloides; Não-Metais; Isótopos radiativos
Orgânicos – Comp. Alifáticos, Aromáticos, Organometálicos; Pesticidas Complexos
12 alimentos com mais pesticidas: maçãs, aipos, morangos, pêssegos, espinafres
12 alimentos com menos pesticidas: cebolas, milho doce, abacaxis, abacates, ervilhas
Mecanismos Básicos:
1. Formação de complexos não-covalentes estáveis com o recetor, enzima, co-fator
2. Indução de alterações fisico-químicas (pH, pO2)
3. Formação de intermediários reativos que se ligam covalentemente às
macromoléculas e/ou desencadeiam uma resposta imune (formados aquando a
metabolização)
Exemplos:
- Bromobenzeno é metabolizado num epóxico eletrofílico que se liga covalentemente às
proteínas hepáticas. Os abilismos tendem a produzir glutationa que torna o composto mais
hidrossolúvel para facilitar a excreção.
- Halotano é um anestésico, metabolizado em carbeno (átomo C divalente) que afeta o
fígado
- Tetracloreto de carbono é convertido num radical livre que se liga covalentemente ou
causa peroxidação lipídica das membranas
- Paraquato gera ROS por ciclagem redox levando a stress oxidativo
BIOTRANSFORMAÇÃO
Metabolismo de Xenobióticos
Processo (tentativa) de desintoxicação do organismo, pelo qual os xenobióticos são
modificados através de reações enzimáticas, para que se tornem mais hidrossolúveis (menos
lipossolúveis). Esta modificação pode inativar o composto original ou gerar metabolitos
reativos do composto original inativado.
Tipos de modificações
Enzimática (enzimas citoplasmáticas, microsomais, mitocondriais)
Rearranjo molecular (eliminação de Hofmann – uma amina primária sofre degradação
com libertação de 1 molécula de CO2) – pouco frequente
Excretados sem modificações (xenobióticos muito polares são hidrofílicos;
aminoglicosídeos)
Sem a Biotransformação
A exposição dos homens e animais a inúmeros compostos químicos (naturais e produzidos
pelo homem) suficientemente lipofílicos para serem absorvidos levaria a uma acumulação
no organismo a níveis tóxicos intoleráveis
Sistema de Fase I
– Reações de oxidação, formam metabolitos
mais polares – expõem um grupo funcional que
provoca perda de atividade farmacológica
– Geralmente promovida pelo citocromo P450
– Outras reações: Hidrólise, Redução, Acetilação
– Bactérias (p.ex. microflora intestinal) também
participam nas reações de biotransformação
(principalmente bioativação)
– Alguns xenobióticos podem ser logo
excretados, outros são metabolizados na fase II
Sistema de Fase II
– Reações de conjugação do xenobiótico – há formação de uma ligação covalente com
(muitas vezes) ácidos orgânicos – muito hidrossolúveis – tornando o complexo mais polar
e, assim, mais hiodrossolúvel – facilita a excreção pela urina (rins) ou fezes (bilis).
– Muitas vezes mediado por glutationas.
– Outras reações: Sulfatação, Metilação, Glucoronidação
– A glucoronidação é a única reação não-microssomal
Enzimas
Extra-Hepáticas Microsomais – Oxidação (I) e Conjugação (II)
– Cérebro, Pulmões, Pele, Intestino, Bexiga
Hepáticas Microsomais – Oxidação (I) e Conjugação (II)
– Fígado
Hepáticas Não-Microsomais – Ox/Red (I), Acetilações (I), Sulfatações (II), Hidrólise (I)
– Fígado
Estudos - Relevantes para análise da toxicidade de fármacos
P.ex. fármacos com índice terapeutico restrito (dose tóxica muito próxima da dose
terapêutica), revelaram que diversos factores afetam a biotransformação e
consequentemente a toxicidade do fármaco.
- Os efeitos adverso provocados por reações aos fármacos são a principal causa da
morte nos EUA (>2M de doentes sofrem reações adversas)
Após a entrada de um agente tóxico pode ocorrer intoxicação causando efeitos adversos de
maior ou menor severidade.
DESINTOXICAÇÃO
Remoção fisiológica ou medicinal das substâncias tóxicas do organismo.
Período até ao organismo regressar ao estado de homeostasia após uso prolongado de uma
substância de abuso.
Em medicina, é feita através da descontaminação do tóxico ingerido e utilização de
antídotos, bem como técnicas de diálise e terapia com agentes quelantes[1] (num nº limitado
de casos).
Objetivo: facilitar a excreção do composto
Exemplos
Fármacos Anticoagulantes
1. Ticagrelor → é tomado na forma ativa e hidrossolúvel, e por isso, não sofre
biotransformação. Exerce o efeito terapêutico nas plaquetas e depois é excretado.
2. Prasugrel → é tomado na forma inativa, mas depois é hidrolisado e passa à forma
ativa para exercer o seu efeito.
3. Clopidogrel → é tomado na forma inativa e vai sofrer alterações a nível hepático de
oxidação (cit. P450) tornando-se ativo e podendo assim exercer o seu efeito
1. Hidrólise (carbonilesterase)
2. Redução (carbonil redutase)
3. Oxidação (citocromo P450)
4. Conjugação
(UDP-glucoronosiltransferase)
Oxidação Convertem o composto num metabolito ativo, mais polar, solúvel em água por:
Redução Adição de grupo funcional polar como radicais OH, SH, NH2
Hidrólise
Há perda de atividade (parcial ou completa)
Acetilação
Enzimas P450, Vitamina B, Minerais, BCAAs, Bioflavonoides, Glutationa
Hidrólise – Formas mais comum de sofrer hidrólise: Ésteres, Amidas, Nitrilos e Hidrazinas
– As Esterases microssomais não atuam nestas reações
– p.ex. ác. acetilsalicílico
Reações Metabólicas de FASE II
Há quem considere a existência de uma Fase III que envolve compostos antioxidantes.
Fígado Hepatócitos
Rins Segmento S3 – proximal tubular cells (como é responsável pela eliminação
de xenobióticos, tem de estar protegido)
Pulmões Clara cells, células alveolares tipo II
Intestino Mucosa lining cells
Pele Células Epiteliares
Enzimas Microssomais
Enzimas Não-Microssomais
STRESS OXIDATIVO
Componente importante no mecanismo de toxicidade de vários xenobióticos que contêm
uma quinona ou são biotransformado numa quinona ou Causado por acumulação de
xenobióticos tóxicos.
Órgãos com pouca atividade de superóxido dismutase são muito suscetíveis (coração)
Pode causar danos nas células (peroxidação lipídica das membranas), no DNA e proteínas.
- p.ex. hidroquinonas formadas por redução de 2e- através da substituição (ou não) do metil
da menadiona ou em correspondentes hipóxidos da quinona (estáveis à autoxidação). Os
derivados deste composto (metoxilo, glutationilo, hidroxilo) sofrem autoxidação e
produzem semiquinonas. Este processo envolve O2 (gasto) e libertação de ROS.
Stress oxidativo por ação de tóxicos
A produção de anião superóxido (•O2-) e o stress oxidativo são responsáveis, em parte, pelos
efeitos: - Cardiotóxicos da doxorubicina (adriamicina) e daunorubicina (daunomicina)
- Toxicidade do Paraquato e nitrofurantiona, e os efeitos neurotóxicos da 6-
hidroxidopamina
Para além disso, o stress oxidativo desempenha um papel importante na destruição das
células β do pâncreas pelo aloxano e ác. dialúrico
Substâncias capazes de, mesmo em poucas quantidades, competir com substratos oxidáveis
e adiar/ inibir a sua oxidação – combatem o stress oxidativo
Moléculas Pequenas
- Solúveis em água: glutationa, ác. úrico, ác. ascórbico (vit. C)
- Solúveis em lípidos: α-tocoferol (vit. E), β-caroteno, coenzima Q
Proteínas
- Intracelulares: SOD (I e II), glutationa peroxidase, catalase
- Membrana Celular: SOD (III), GPx, proteínas do plasma (ex. albumina)
- Extracelular: hidroperóxido fosfolipídico GPx (PHGPx)
Caraterísticas:
- Nº vasto de famílias (18/+ nos mamíferos)
- Cada membro catalisa a biotransformação de um único espetro de fármacos
- Algumas sobrepõe-se na especificidade do substrato
- Este sistema enzimático é um dos mais frequentes envolvidos nas reações de Fase I
- Responsável por ~50% de metabolismo dos fármacos de maior importância
- A Sub-Família CYP3A é responsável por cerca de metade do total de cit. P450 no fígado
- CYP3A4 é uma enzima particularmente abundante
Localização: Fígado
Outros tecidos: glândulas adrenais, ovários e testículos (defesa dos gâmetas),
tecidos envolvidos na síntese e metabolismo de esteróides
Localização sub-celular: RE
Mecanismo de Reação
O xenobiótico é oxidado
O oxigénio é reduzido a H2O
O NADPH fornece equivalentes de redução; a geração deste cofator está acoplada ao citocromo
Reações
Hidroxilações aromáticas e alifáticas
Desalquilações em átomos de N e S
Reduções em átomos de N
Hidrólise de amidas e ésteres
Cigarro vs. Marijuana – cada um apresenta os seus próprios efeitos no organismo, que
dependem da dose.
Marijuana – Agudos: Perda de coordenação; olhos avermelhados, apetite, relaxação
muscular, sonolência
– Crónicos: Sintomas psicóticos, Tosse e pieira, Capacidade de combate a
infeções
Inalação do fumo contendo THC causa efeitos psicoativos em min. 10-35% absorvidos
durante o dumo e ocorre um pico plasmático da [THC] entre 3 a 10min após inalação.
Volume de distribuição em steady state: 2.5 – 3.5 L/Kg. Canabinoide lipossolúvel e
acumula-se no tecido adiposo. THC distribui-se pelos tecidos vascularizados (fígado,
rins, coração, músculo). Após absorção tempo de semi-vida <10min. Metabolizada
através de reações de hidroxilação e oxidação pelo sistema do CYP450 (CYP2c e
CYP3A4). Após 72h 15% do THC excretado na urina e 50% nas fezes.
THC liga-se aos recetores canabinoides CB1 nos terminais do nervo pré-sináptico do
cérebro. Liga-se a recetores que controlam a memória, concentração, coordenação de
movimentos, perceção temporal e de profundidade
Inibe o crescimento de tumores, relaxante muscular, retarda o Alzheimer.
Tabaco – Agudos: Paralisia muscular e falha respiratória
– Crónicos: doença vascular coronária e periférica, Doença crónica obstrutiva dos
pulmões, Úlcera péptica e distúrbios reprodutivos
Nicotina – solúvel em água e lípidos, rapidamente absorvida pelo organismo via sistema
respiratório; pele e intestino (em solução alcalina). Concentração diminui assim que se
distribui por outros tecidos (ex. cérebro). Tempo de distribuição: 9min. Fígado
metaboliza 80-90% e os pulmões em menor %. Metabolito principal: cotinina.
Metabolitos: 1-N-oxido de nicotina. Excreção na urina.
– Alcaloide liga-se aos recetores colinérgicos da nicotina. Efeito estimulante
e de recompensa (sistema límbico). Dose intravenosa causa libertação de acetilcolina,
norepinefrona, dopamina, serotonina, etc.
Reduz a capacidade cognitiva, dos sentidos; aumenta o risco de esquizofrenia;
Risco de Parkinson e Alzheimer é menor
Feridas nas células interferem com a produção de ATP ou levam a danos na membrana.
- Se houver falha na bomba ATPase de Na-K (por falta de ATP) ou dano na membrana
celular, há influxo de Na+, Ca2+, e H2O para o interior → Leva a um inchaço da célula,
mais notório no RE e mitocôndrias.
Disfunção da Mitocôndria
Qualquer anomalia num dos processos caraterísticos da mitocôndria.
A perda de função por stress oxidativo leva a alterações na produção de ATP, alteração
na degradação de ácidos gordos e na modulação da homeostasia iónica (ex. Ca2+),
alterações na sinalização intracelular e em processos de iniciação de necrose/apoptose.
Toxinas/Tóxicos ambientais levam à formação de ROS através da inibição do complexo I da
cadeia de transporte de eletrões (CTE) e diminuição da produção de ATP
Mecanismos Antioxidantes
Superoxidismutase (SOD) converte o anião
superóxido em peróxido de hidrogénio (tóxico)
Desregulação Celular
Induzida por tóxicos e alteração tóxica da manutenção celular. Reparação molecular e celular.
Alteração da sinalização celular.
Desregulação da transcrição por químicos – alteram a região de regulação dos genes através
de interação química direta ou alterando o padrão de metilação. Os xenobióticos podem
desregular a transcrição.
p.ex.: Talidomida (ou produto da hidrólise) exerce um efeito teratogénico no embrião, por
intercalação nas sequências BBBCGG (GC boxes) que são locais de ligação do Sp1
(ativador da transcrição para a RNA polimerase II)
- Impede o fator-1 de crescimento tipo-insulina (IFG-2) e a via de sinalização do
fator-2 de crescimento (FGF-2) necessários para a angiogénese e formação dos
membros, uma vez que ambas as vias envolvem diversas proteínas cujos genes
contém GC boxes na região de regulação (mas que carecem de boxes TATA e
CCAAT)
- o produto da hidrólise deste fármaco é um análogo da glutamina e mimetiza
o domínio rico em glutamina da proteína SP-1
Gerir e
Reportar
1 Pesquisa
2 Avaliação do Risco
Caraterização do Risco
Qual a natureza e incidência de efeitos adversos estimada para uma determinada população?
Quão robusta é a evidência? Há um modelo de ação relevante?
Quão certa é a avaliação? A população suscetível foi caraterizada?
Gestão do Risco
3 - Decisões e Ações Políticas
Gestão de Risco
Processo pelo qual as ações políticas são selecionadas para controlar os perigos identificados
na etapa de avaliação do risco.
Comunicação do Risco
Processo de fazer com que a avaliação de risco e gestão de risco se tornem compreensíveis
para o publico ou determinados grupos (p.ex. advogados, ambientalistas, comerciantes, etc.)
- Linguagem simples para ser explícita para qualquer tipo de público, respondendo a
perguntas simples “É seguro ou não?
Avaliação da Toxicidade
A informação é produzida através de: Estudos de relação estrutura-atividade (SAR)
Estudos in vivo (animais) ou de curta duração
Informação de estudos epidemiológicos
A informação muitas vezes é limitada. A produção de novos compostos é tão elevada, que
os estudos sobre a sua toxicidade (genotoxicidade, mutagenicidade, ecotoxicidade, etc.) não
acompanha a sua produção
2. Caraterização do Risco
Considerações quantitativas na avaliação do risco como:
Avaliação dose-resposta; Avaliação da exposição; Variabilidade na suscetibilidade;
Caraterização da incerteza
ex. NOAEL- no observed adverse effect level; LOAEL-lowest observed adverse response
level
Desregulação Endócrina
Desregulador Endócrino – substância química exógena que interfere com a síntese, secreção,
transporte, ligação, ação ou eliminação das hormonas endógenas do organismo e que são
repsonsáveis pela manutenção da homeostasia, reprodução e desenvolvimento. (p.ex. vários
pesticidas como inseticidas organocloreados, DDT)
- Mecanismos de toxicidade endócrina e fases do ciclo de vida mais sensíveis (extremos
de idade são os mais sensíveis)
- Fonte: Períodos críticos:
Alimentação Intrauterino
Contaminação Ambiental Perinatal
Plástico Puberdade (fertilidade)
Compostos Medicinais Adulto
Butirilcolinesterase
Efeitos: Mecanismos:
(BuChe)
Comportamento dimorfismo sexual Percursor hormonal
Infertilidade Metabolismo de esteroides
Desenvolvimento neuronal Recetores esteroides
Substratos sensíveis a esteroides
uChe)
Mecanismo de toxicidade – Arsénio
- Metalóide; Os compostos do arsénio trivalente reagem com os grupos tiol, podendo
assim inibir enzimas ou alterar proteínas.
- O arsénio é um desacoplador da fosforilação oxidativa mitocondrial – provavelmente
através de um mecanismo de substituição competitiva de arsénico por fosfato inorgânico
na formação de adenosina trifosfato (ATP). – Efeito a nível da acumulação de ROS
- O gás de arsénico forma-se através da reacção com H e é um potente agente hemolítico
(hemólise dos globulos vermelhos).
Síndrome Aguda de Radiação – toxicidade de radiação; sintomas ocorrem 24h após exposição
à radiação ionizante
– Degradação celular por danos no DNA (ou outras moléculas chaves) – Estes danos
geralmente afetam a capacidade de divisão celular, que podem ocorrer em apenas 2h e
durar meses/anos.
– Dependentes da duração da exposição Baixas doses originam problemas
gastrointestinais (náuseas e vómitos), diminuem a contagem celular sanguínea,
predisposição para infeção e hemorragias.
– Doses elevadas originam efeitos neurológicos e morte rápida. Tratamento: transfusão
de sangue e antibióticos (cónico: transplante medusa)
Toxinas Naturais
Inibidores Enzimáticos
– Da colinesterase – em batatas, tomates, beringelas
– De proteases – rebentos de soja
– Da amilase – farinha de trigo
– De taninas – no chá, café e chocolate
Comportamento e biodisponibilidade
– Parâmetros físico-químicos influenciam o comportamento, forma, biodisponibilidade,
etc. (pH, temperatura)
Dose Biológica Efetiva – dose interna necessária para desencadear uma resposta ou efeito
na saúde, internalizada por inalação, ingestão ou absorção dérmica.
Poluente – substância tóxica e perigosa que produz sempre um efeito adverso na saúde.
Substância exógena ou componente de uma substância original que excedeu os níveis
toleráveis.
Contaminante – substância exógena ou impureza que contamina, mas pode não causar
efeito adverso.
Biomarcadores:
De Exposição
(de dose interna)
- Confirmam e avaliam a exposiçaõ do indivíduo a um xenobiótico
- Procuramos a presença de um xenobiótico ou seus metabolitos ou o produto de
uma interação entre um xenobiótico e uma molécula alvo ou célula determinada
num dado compartimento de um organismo
- Utilizados para prever a dose recebida por um indivíduo e que pode ser
correlacionada com as alterações que provocam o estado de “doença”
- Em muitos casos são os mais convincentes de determinar pois o contaminante ou
os seus metabolitos podem ser quantificados a partir de amostras
De Efeito
(de resposta)
- Efeitos adversos decorrentes da exposição e absorção do xenobiótico; a ligação dos
biomarcadores entre exposição e efeitos contribui para a definição da relação dose-
resposta
- Alterações mensuráveis de natureza bioquímica, fisiológica, comportamentais ou
outras num organismo que, dependendo da sua magnitude, podem ser reconhecidas
como um estado de “doença” ou desequilíbrio potencial
- Testes específicos para cada xenobiótico – aplicação limitada
De Suscetibilidade
- Permitem elucidar o grau de resposta da exposição provocada nos indivíduos
- Resultado indicativo de um estado fisiológico ou bioquímico que pode predispor o
indivíduo ao impacte de agentes químicos, físicos ou infeciosos
- Podem ser úteis na previsão de estados de doença no homem a partir de sentinelas
do ambiente (animais).
O mesmo xenobiótico pode induzir diferentes proteínas em diferentes espécies; uma mesma
enzima pode apresentar diferentes especificidades para o substrato em diferentes espécies
ou mesmo em espécies relacionadas (p.ex. rato e ratinho)
Testes de Toxicidade
Agudos Servem para determinar os efeitos de curto prazo e
Crónicos de longo-termo após exposição a um xenobiótico
Apesar de medirem efeitos ao nível do indivíduo, estes testes são desenhados com o
propósito de proteger os ecossistemas da perturbação causada pela ação antrópica
No entanto, estes testes podem não ser realistas em termos de previsão dos efeitos em
ecossistemas complexos
Contudo, alguns investigadores alegam o fato de serem suficientemente conservativos e
como tal poderem ser usados como indicadores de efeitos potenciais ao nível da estrutura da
comunidade
Efeitos Sub-Letais
- A mortalidade representa um endpoint irreversível de interesse em toxicologia – a maioria
dos contaminantes existe em concentrações não-letais
- Compreender e monitorizar os efeitos sub-letais da exposição aos contaminantes nos
organismos é de extrema importância.
- Análises bioquímicas e fisiológicas nos animais e plantas sentinelas na avaliação da
exposição e efeitos
Genotoxicidade
Eco-genotoxicidade: área de estudo recente que beneficiou dos avanços da biologia e
genética molecular
Ensaios de campo Os ensaios de campo são desenhados para avaliar/estudar a exposição aos
xenobióticos e os efeitos resultantes nos organismos fora do ambiente controlado do
laboratório. Podem ser desenhados especificamente para responder às preocupações que
surgem no contexto da experiência laboratorial ou para testar modelos de previsão de efeitos
após a exposição a determinados níveis de xenobióticos.
Método do Quociente – Para medição do risco normalmente utilizado para riscos ecológicos
- Emprega a fórmula da concentração ambiental esperada e divide pelo impacto tóxico
(quociente > 1 indica risco significativo)
- Valores tóxicos estão avaliados de forma ascendente e depois transformados em
𝑖 × 100
percentagens cumulativas usando a transformação: 𝑛+1
(observação i de um total de n observações, começando na de menor valor tóxico)
Modelos de Toxicinética
Estratégia – incorporação dos modelos do tipo “farmacocinética baseada na fisiologia”
(PBPK) em avaliação do risco em ecotoxicologia.
Inicialmente criados para estudos de farmacocinético, mas agora também para
ecotoxicologia
Toxicocinética
– Estudo quantitativo do movimento de uma substância desde a sua entrada no corpo,
distribuição aos órgãos e tecidos através da corrente sanguínea e deposição final por
biotransformação – Determina o número de moléculas que alcançam os respetivos recetores
Tem em conta: Entrada
Transporte, Metabolismo e Biotransformação
Acumulação
Excreção
– Na toxicocinética realizam-se estudos desde o efeito adverso dos fármacos ou tóxicos até à
forma como a cinética de disposição destes agentes tóxicos causam efeitos deletérios nos
organismos vivos.
– Passos:
Absorção Distribuição
Metabolismo Excreção
Barreiras das Plasma / Sangue
membranas Fase I (oxidação) (Rins, Fígado,
Xenobiótico externas
Pulmões, Saliva,
Fase II Suor, Leite
Tecidos
(pele, trato G.I. (conjugação) (peito))
pulmonar) (deposita,
Toxicodinâmica
– Farmacodinâmica em farmacologia
– Estudo da ação dos tóxicos nos organismos vivos, descreve as interações dinâmicas de um
químico com um alvo biológico (local de ação) incluindo as reações e ligações aos
constituintes celulares, e os seus efeitos – Determina o número de recetores que interagem
com o tóxico
1
- Ka, constante de taxa de absorção; Kel,
constante de eliminação de 1ªordem
Absorção e Biodisponibilidade
– Para a maioria dos tóxicos, a exposição ocorre por vias extra-vasculares (p.ex.:
inalação, derme, oral), e a absorção para o sistema circulatório é incompleta (exceto
intravenosa).
– A extensão da absorção de um agente tóxico pode ser determinada
experimentalmente comparando a AUC da concentração plasmática após dose
intravenosa e extra-vascular.
– Uma dose intravenosa assegura a “entrada” da dose (100%) na circulação sistémica,
o rácio da AUC deve igualar a fração absorvida da dose extra-vascular e alcançar a
circulação sistémica na forma intacta – Biodisponibilidade (F)
– Biodisponibilidade pode ser determinada usando doses iv ou não-iv, desde que o
tóxico não apresente uma cinética dependente da dose ou cinética de saturação
• Varia entre 0 e 1 (1- 100% do químico injetado entrou em circulação)
• Biodisponibilidade é avaliado pela quantidade de dose que chega à circulação de
acordo com a forma como o tóxico é absorvido do seu local de aplicação e
quaisquer processos intervenientes que podem remover ou inativar o tóxico entre
o seu local de entrada e a circulação sistémica.
• Muitas vezes referida como disponibilidade sistémica.
Cinética dos Metabolitos
– A toxicidade de um químico/tóxico em alguns casos pode ser atribuída aos seus
produtos de biotransformação, por isso a formação e cinética de disposição
subsequente de um metabolito tóxico é de enorme interesse.
– A concentração plasmática de metabolitos aumenta à medida que o composto tóxico
inicial é transformado em metabolito. Os metabolitos são sujeitos a reações adicionais
até produzir um produto não-tóxico ou é então excretado por via renal ou pela bílis.
– A um dado ponto no tempo, a concentração do metabolito no plasma aumenta
(pico) e de seguida há um rápido decréscimo
Análise Gráfica: km – taxa eliminação do metabolito
Kp – taxa de eliminação do composto inicial
– Km > Kp A eliminação do metabolito é muito mais rápida do que a sua formação
– Km < Kp A eliminação do metabolito é muito mais lenta do que a sua formação
– O declínio final do metabolito é paralelo ao do composto original – o metabolito
é removido tão rapidamente como é formado ou a sua remoção é limitada pela
taxa de conversão do composto original.
– A constante de taxa de eliminação do metabolito é muito inferior do que a
constante da taxa de eliminação do composto original
– O declínio final mais lento do metabolito comparativamente com o composto
original reflete uma semi-vida de eliminação mais longa do metabolito.
Clearance Total
– É a razão da taxa de eliminação global de um tóxico dividido pela concentração
plasmática a qualquer tempo após exposição aguda ou exposição contínua ou
repetitiva.
– Expressa a eficiência global dos mecanismos de eliminação - mL/min ou L/h -
geralmente valores elevados indicam eficiência e remoção rápida e valores baixos
indicam remoção lenta e menos eficaz.
– No modelo clássico de compartimento, é expressa como o volume aparente
contendo o tóxico que é removido por unidade de tempo
Acumulação durante exposição contínua e intermitente
– Vantagens
• Conseguem descrever o tempo de evolução de distribuição do tóxico para
qualquer órgão ou tecido
• Permitem estimar os efeitos da alteração dos parâmetros fisiológicos das
concentrações nos tecidos – Poder preditivo
• O mesmo modelo pode prever a toxicocinética dos químicos entre espécies
• Regimes de doses complexas e processos de saturação tais como metabolismo e
ligação são facilmente acomodados
- Porquê PBPKM?
• Necessidade de extrapolação em avaliação de risco (dos animais de laboratório
para o homem; de doses elevadas a baixas, da exposição ocasional a frequente,
composto isolado ou misturas)
• Porque as constantes cinéticas nos modelos PBPK representam processos
biológicos e químicos mensuráveis, os restantes modelos fisiológicos tem o
potencial para extrapola r dos dados observados para os cenários previstos.