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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE ARTES

VISUAIS

Discente: Edryano Martins e Matheus Alberto

Docente: Wladimir Silva Machado

TEORIAS DA ARTE CONTEMPORÂNEA

25 de Maio de 2023

O texto discute a importância do termo "dispositivo" na abordagem filosófica de

Foucault, principalmente em relação ao conceito de "governo dos homens". Embora Foucault

não tenha oferecido uma definição exata desse termo, uma entrevista realizada em 1977

forneceu uma aproximação explicativa. Isso evidencia a complexidade dos termos filosóficos,

que podem evocar múltiplos significados e nem sempre podem ser facilmente definidos de

forma precisa.

O conceito de "dispositivo" abrange uma variedade de elementos heterogêneos,

como discursos, instituições, estruturas arquitetônicas, regulamentações e enunciados

científicos. É uma rede interconectada que engloba tanto o explícito quanto o implícito. O

termo é utilizado para descrever uma formação estratégica que surgiu em um momento

histórico específico para atender a necessidades urgentes. Esses dispositivos desempenham

um papel crucial ao lidar com os desafios e demandas do contexto em que estão inseridos.

No texto, o autor enfatiza que o dispositivo é algo estratégico e envolve manipulação

das relações de poder. Ele é usado para direcionar, bloquear, fixar e aproveitar essas relações

de acordo com o que se deseja. É interessante notar que o dispositivo está sempre ligado ao

jogo de poder e também aos limites do conhecimento, que são afetados pelo dispositivo e, ao

mesmo tempo, o influenciam. Ou seja, é uma relação complexa entre poder, conhecimento e

o uso estratégico do dispositivo.


Portanto, o dispositivo pode ser entendido como um conjunto de estratégias que envolvem as

relações de força. Essas estratégias condicionam certos tipos de conhecimento e, ao mesmo

tempo, são influenciadas por ele. É uma interação complexa em que a manipulação das

relações de poder está intimamente ligada ao desenvolvimento e aos limites do

conhecimento. Para estudar o dispositivo, é necessário analisar cuidadosamente as estratégias

utilizadas nas relações de poder e entender as implicações dessas estratégias na produção e

circulação do conhecimento. É um campo de estudo fascinante e desafiador, que requer uma

compreensão abrangente das dinâmicas sociais, políticas e epistemológicas relacionadas ao

dispositivo.

No ponto de vista de Michel Foucault, um dispositivo é uma configuração complexa de

poder, conhecimento e práticas discursivas que moldam e regulam as interações humanas em

uma determinada sociedade ou contexto. Essa perspectiva foucaultiana rompe com a

concepção tradicional de dispositivos como meros objetos físicos, ampliando seu significado

para abranger uma rede mais ampla de relações sociais, instituições, discursos, normas e

práticas.Foucault enfatiza que os dispositivos não se limitam a mecanismos de controle

coercitivo. Ao invés disso, eles operam de maneira sutil e difusa, exercendo poder por meio

da disseminação de conhecimento e da produção de subjetividades. São estruturas de poder

que organizam e regulam comportamentos e modos de existência, impondo normas,

categorias e valores que definem o que é considerado adequado, legítimo ou desviante.

Os dispositivos são flexíveis e adaptáveis, ajustando-se às mudanças históricas e

sociais, mas sempre servindo aos interesses dos poderes dominantes. Eles são acionados e

reconfigurados conforme as necessidades do poder, operando em diferentes âmbitos da

sociedade, como a família, a escola, o sistema penal, os hospitais, as instituições religiosas e

outros espaços de poder.


Um exemplo prático de dispositivo é o sistema educacional. Nas escolas, encontramos uma

rede de práticas disciplinares, normas pedagógicas, currículos e técnicas de avaliação que

funcionam como um dispositivo de controle e socialização. Esse dispositivo atua na formação

dos indivíduos desde cedo, moldando seus conhecimentos, habilidades e comportamentos de

acordo com os valores e normas estabelecidos pelo sistema educacional.Além disso, Foucault

também destaca o dispositivo prisional como um exemplo crucial de configuração de poder.

O sistema prisional vai além das prisões como espaços físicos de encarceramento,

abrangendo também as leis, os procedimentos jurídicos, as estratégias de vigilância e os

discursos que legitimam a punição e a reabilitação. Esse dispositivo disciplina e controla os

indivíduos, impondo normas de comportamento e produzindo uma subjetividade

carcerária.No entanto, os dispositivos não se limitam à prisão. Eles estão presentes em

diferentes aspectos da vida cotidiana, como nas instituições religiosas, que por sua vez,

também atuam como dispositivos, disseminando doutrinas e normas morais que regulam a

conduta e a crença dos fiéis.

Além disso, os dispositivos não operam apenas por meio da coerção e da imposição

direta, mas também por meio da produção de conhecimento e da criação de discursos que

moldam as subjetividades. Foucault chama atenção para o poder do discurso na construção da

verdade e da realidade, destacando como determinadas formas de conhecimento são

privilegiadas e outras são silenciadas, contribuindo para a manutenção das estruturas de

poder.

No geral, os dispositivos, na visão de Foucault, são estruturas complexas de poder,

conhecimento e práticas discursivas que regulam e controlam as interações humanas. Eles

transcendem a noção de meros objetos físicos, envolvendo relações sociais, instituições,

normas e discursos que moldam as subjetividades e os comportamentos dos indivíduos. Ao


compreender a natureza dos dispositivos, podemos questionar as relações de poder existentes

e buscar formas de resistência e transformação.

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