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1. PRELIMINARMENTE
A presente ação contém os mesmos pedidos e a mesma causa de pedir do processo 0010102-
46.2022.5.03.0020 que foi distribuído perante a 20ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte. Por
esta razão, este juízo é prevento para conhecer e julgar esta matéria.
A “de cujus” havia perdido o trabalho de cozinheira há cerca de três meses e, desde
então, passou a alugar um automóvel, FIAT Uno, ano 2012, para trabalhar como motorista de
aplicativo da plataforma digital da requerida, vez que, sozinha, ela era a provedora da família,
composta por três filhas e cinco netas.
Sra. Margarete costumava sair para o labor às 08:00 horas, voltava em casa para
almoçar às 13:00 e encerrava o dia às 22:00 horas, auferindo, em média, uma renda de
R$3.000,00 (três mil reais) a R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais).
Ocorre que, no dia 10/10/2021, a Sra. Margarete, saiu para trabalhar como
normalmente fazia.
O reclamante juntamente com suas irmãs descobriu que a Sra. Margarete foi
assassinada a sangue frio, com um tiro na cabeça, por um cliente do aplicativo conforme se
verifica, na ocorrência e inquérito policial anexos.
3. DO ACIDENTE DE TRABALHO
Nesse diapasão, a recente modificação introduzida no novo Código Civil, foi adotada
a teoria da responsabilidade civil objetiva nos casos de acidente de trabalho ou doenças que a
ele se equiparem, e com isso, se tornou despicienda a necessidade de comprovação da culpa
do causador do dano, já que para que haja a reparação de dano, é suficiente a simples
comprovação de que o dano esteja diretamente relacionado ao acidente sofrido pela vítima.
"Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo."
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente
de culpa nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza e
risco para os direitos de outrem.
Isto porque a empresa é a beneficiária do serviço prestado pela “de cujus” e não
realizou a fiscalização devida para a segurança de seus condutores ("culpa in vigilando"),
como por exemplo com a utilização de câmeras no interior do veículo, acionador de
segurança, “botão de pânico”, ou gravações das viagens a fim de resguardar a integridade
física de seus motoristas.
Vale destacar que a reclamada fora totalmente negligente e imprudente, motivo pelo
qual deve ser responsabilizada pelo ocorrido, tendo agido com culpa.
"Todo ato ilícito gera para seu autor a obrigação de ressarcir o prejuízo
causado. É de preceito que ninguém deve causar lesão a outrem. A menor
falta, a mínima desatenção, desde que danosa, obriga o agente a indenizar
os prejuízos conseqüentes de seu ato".
Dessa forma, os traumas emocionais pelo acidente de trabalho foram nefastos para o
reclamante, sendo certo, portanto, que as consequências oriundas do acidente extrapolaram o
lado econômico e patrimonial, gerando reflexos psicológicos.
A “de cujus” em seu labor para a Reclamada auferia renda mensal de R$ 3.500,00
(três mil e quinhentos reais) mensais, o qual era integralmente utilizado para manutenção e
subsistência da família.
No caso em tela o ato ilícito encontra-se evidente, devendo a Reclamada arcar com o
infortúnio causado a família, nos termos do art. 948, II do CC.
Conforme certidão de óbito anexa, Margarete faleceu aos 49 anos, tendo então uma
expectativa de vida de mais 31 anos. Como a “de cujus” auferia renda mensal de R$ 3.500
(três mil e quinhentos reais), a indenização deverá seguir este valor acrescido de 13° até a
provável data de sua morte, totalizando o valor de R$ 1.410.500,00 (um milhão, quatrocentos
e dez mil e quinhentos reais).
5. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento)
e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
No caso em tela, há que se considerar a complexidade da causa, a prestação dos
serviços de forma zelosa e diligente, o tempo de acompanhamento, o valor envolvido da
demanda e a repercussão social do litígio, razão pela qual requer seja condenada a Reclamada
ao pagamento dos honorários de sucumbência no importe de 15% sobre o valor da causa.
6. DOS PEDIDOS
A) Indenização por danos morais pelo acidente de trabalho sofrido pela de cujus para o autor
no importe de .........................................................................................................R$
500.000,00
Termos em que,
OAB/MG 73.683