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AULA 1
CONTEXTUALIZANDO
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Confira:
Crédito: Couperfield/Shutterstock.
Saiba mais
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Sem saber dessas coisas, sem conhecer esse “contexto”, seria difícil
entender as manchetes, não é? Outro aspecto importante dessa relação do texto
com o mundo tem a ver com a forma como nos comunicamos, com o tipo de
vocabulário, com as estruturas – se são mais formais ou diretas, por exemplo.
Tudo isso diz muita coisa sobre a sociedade em que o texto foi escrito. Quer ver?
Observe os dois trechos reproduzidos abaixo:
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origem étnica, ou ainda mal incubado e gérmen do mal para se referir à doença?
Certamente, hoje em dia tais usos da língua seriam inaceitáveis. Mas será que
“n’aquella epocha” elas causavam desconforto a alguém? Será que a epidemia
de gripe espanhola, que acometeu a cidade de Curitiba cem anos atrás, veio
junto do preconceito e da violência contra certos grupos de imigrantes? Todas
essas questões se referem a aspectos da construção do texto que se relacionam
com o mundo, ou seja, com a sociedade sobre a qual ele fala, de onde ele saiu
e para quem ele se dirige. E tudo isso é parte do contexto que influencia na
produção de sentido do texto.
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Mas, no caso dos textos, como funciona? Podemos supor que as palavras
são as unidades mínimas, que se juntam e formam frases, e depois parágrafos,
e depois textos. Mas toda palavra dentro de uma frase transmite alguma
informação? Não exatamente. Há palavras cuja função é mais “organizar” o
sentido da frase do que transmitir alguma informação, caso das preposições,
conjunções e artigos, por exemplo. Pense: que informação a palavra “de”
transmite? É algo muito abstrato, não é? Isso nos leva a uma distinção
fundamental da língua: sintaxe e semântica. Grosso modo, podemos dizer que
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a sintaxe é o conjunto de regras que determinam as relações entre as palavras
dentro das frases para que elas façam sentido. Assim, a frase abaixo não faz
sentido, certo?
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Leitura obrigatória
Em sua biblioteca virtual, acesse o livro Comunicação e Expressão (León
et al.). Leia o Capítulo 2. Níveis e Funções da Linguagem, p. 25.
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texto, seu sentido de urgência e necessidade. Podemos entender que ele usa
primordialmente as funções referencial (falar sobre algo que está no mundo) e
conativa (ação sobre o interlocutor) da linguagem.
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imagens, o veículo de publicação, a estrutura física (parágrafos, extensão), tudo
isso forma um conjunto de informações que nós automaticamente ativamos no
ato da leitura e que, entre outras coisas, nos indica o gênero do texto, conforme
vimos anteriormente. Nossa bagagem de leitura entra em campo, sem que nós
nos demos conta disso, toda vez que nos deparamos com um texto. Observe as
duas imagens abaixo:
Figura 2 – Relatório
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Na Figura 2, temos um relatório impresso, sobre uma prancheta. Nossos
olhos identificam gráficos e números. Se já vimos gráficos semelhantes,
sabemos o que esperar e como ler esse material – do contrário, pode ser uma
tarefa bastante difícil. Na Figura 3, identificamos que se trata de uma página
impressa de uma publicação antiga – a cor da folha, a borda da página e a
tipografia assim nos indicam (trata-se de uma página da revista “Illustração
Paranaense”, de novembro de 1927). O título e o formato do texto indicam que
se trata de um poema.
Essa estratégia de comparar um texto com os outros textos que já lemos
ao longo da vida é algo natural e automático, e também vale quando começamos
a efetivamente ler as palavras na superfície do papel. O pesquisador Frank Smith
(1999) compara a leitura a um “jogo de encaixe”. Com isso ele quer dizer que
quando lemos um texto, encaixamos os novos conhecimentos que o texto nos
traz com aqueles que já temos em nossa mente. Assim, se não temos peças
para encaixar com o texto, não conseguiremos compreendê-lo. Vejamos um
exemplo – leia atentamente o texto abaixo:
Você seria capaz de explicar para alguém o que leu? Acreditamos que
não (a intenção era essa). Isso significa que, ainda que sejam poucas as
palavras do texto que você desconhece – o que não deixa de ser relevante –,
você não faz ideia do assunto sobre o qual ele trata. Não há “pecinhas” na sua
cabeça para encaixar com aquelas que o texto oferece, e por isso não há
possibilidade de compreensão.
Mas, então, como é possível aprender coisas novas? É claro que
podemos encontrar novas palavras, novos conceitos e aprendê-los por meio da
leitura – isso deve acontecer com muita frequência ao longo da sua vida
acadêmica. Há dois aspectos que são decisivos para o sucesso desse processo:
1. Quantidade de novas informações; 2. Pontos de referência. Um ou dois novos
conceitos em um texto já é uma quantidade razoável – dependendo da
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complexidade, mais do que isso pode comprometer a aprendizagem. Se as
novas informações podem ser comparadas a outras que já temos em nossa
mente, o aprendizado fica mais fácil.
Isso tudo vale tanto para você, leitor quanto para o você futuro,
publicitário. Quando estiver escrevendo, pense no que os seus leitores já sabem,
no que eles precisarão descobrir para absorver sua mensagem.
Para finalizar, vejamos algumas estratégias que podem ajudar você a
encarar textos difíceis. Se você se deparar com um texto do qual percebe que
“não entende nada”, dê um passo atrás – sim, afaste-se e tente olhar para o texto
em seu todo. Parta do olhar macro (tamanho, partes, título, imagens etc.) para a
micro (parágrafos, frases, palavras). A lista de passos a seguir oferece um
caminho.
1. Pré-leitura: antes de começar a ler, olhe para o texto como um todo. Onde
ele começa e onde termina? É dividido em partes? Tem tabelas ou
figuras? Preste atenção no título e subtítulos (se houver). A partir disso,
estabeleça hipóteses sobre o texto – Do que ele fala? Tem relação com
outros textos que eu já li? Qual será a intenção do autor?
2. Leitura: leia e teste as hipóteses que você levantou. Identifique palavras
difíceis e busque-as no dicionário. Destaque trechos que lhe parecem
importantes, conceitos ou termos fundamentais.
3. Pós-leitura: reveja suas hipóteses e tente resumir o que você leu. Se você
for capaz de explicar o texto, é prova de que o entendeu bem.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
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Fischer. Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R0937-1.pdf>.
Acesso em: 22 mai. 2020.
Divida seu trabalho em três etapas:
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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