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TECNOLOGIA

FARMACÊUTICA IV

Aula 20
Maria Helena Amaral
hamaral@ff.up.pt
Laboratório de Tecnologia Farmacêutica
Nanotecnologia

O conceito de “direcionamento de um fármaco”


sugerido por Paul Ehrlich (prémio Nobel da
Fisiologia e da Medicina, 1908), considerava uma
“bala mágica” hipotética como sendo uma
entidade integrando dois componentes:

➢ - Um transportador capaz de reconhecer o alvo e ligar-se a ele

➢ - Uma substância com ação terapêutica


Nanotecnologia

Está relacionada com o desenho, caracterização, produção e


aplicação de estruturas, dispositivos ou sistemas à escala
nanométrica.
Nanotecnologia
A aplicação das nanopartículas como veículos de fármacos é promissora, uma vez
que estas podem:

❑ Modificar vários aspetos relacionados com o perfil farmacocinético;

❑ Aumentar a solubilidade de um fármaco, permitindo a sua administração por


via parentérica;

❑ Aumentar o tempo de semi-vida do fármaco;

❑ Aumentar a especificidade em relação ao alvo, reduzindo assim os efeitos


secundários;

❑ Permite reduzir a dose de fármacos a administrar, aumentado a eficácia


terapêutica e os perfis de segurança de novos fármacos;

❑ Podem também melhorar a biodisponibilidade, diminuir o metabolismo e


permitir a libertação controlada de fármacos.
Nanotecnologia
Limitações no uso de nanopartículas.

❑ É difícil prever a biodistribuição de nanopartículas no organismo de acordo com


as suas propriedades físico-químicas;

❑ A biodistribuição pode ser afetada por interações indesejadas com moléculas,


como proteínas, ou mesmo células pertencentes ao sistema de defesa do
organismo, como monócitos ou macrófagos;

❑ A penetração no interior das células não é um processo fácil, requerendo


estratégias de alteração da superfície das nanopartículas;

❑ O destino das nanopartículas no interior das células é ainda pouco conhecido,


podendo estas permanecer inalteradas, modificarem-se ou sofrerem
metabolização

Na tentativa de ultrapassar estas limitações, presentemente estão a desenvolver-se


nanopartículas multifuncionais, isto é, nanopartículas com uma única estrutura
definida, mas com diferentes funcionalidades.
Administração de produtos biofarmacêuticos
As nanopartículas podem alcançar benefícios terapêuticos, incluindo:

Proteger as proteínas da degradação


prematura

Prolongar o tempo de circulação

Mascarar os seus epítopos e subsequente


imunogenicidade;

Promover a sua libertação controlada

Aumentar a eficácia terapêutica, reduzindo


os efeitos colaterais
Encapsulação de produtos biofarmacêuticos

A escolha do método de encapsulação deve garantir a estabilidade da


molécula e a manutenção da sua atividade biológica.

Alguns dos obstáculos associados à encapsulação dos biofármacos


são a utilização de solventes orgânicos e de temperaturas
elevadas, suscetíveis de causar a sua desnaturação.

As elevadas velocidades de agitação ou o uso de ultrassons podem


também provocar alterações na estrutura tridimensional das
proteínas.

O tamanho das partículas tem de ser adequado à via de administração.


Nanotransportadores para a administração de
produtos biofarmacêuticos

Sistemas coloidais (nanossistemas lipídicos e poliméricos)

Nanopartículas inorgânicas (MTCs, AuNPs,…)

Hidrogeles

Transportadores celulares
Nanotransportadores para a administração de
produtos biofarmacêuticos
➢ Sistemas coloidais

Principais requisitos:

✓ Devem ser inertes e biocompatíveis.

✓ Devem permitir a passagem através

de certas barreiras biológicas.

✓ Podem ser modificados /


http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAY0YAI/nanotecnologia-
nanobiotecnologia?part=2

funcionalizados
Nanotransportadores para a administração de
produtos biofarmacêuticos

➢ Sistemas coloidais

Via de administração parentérica

Quando administrados por via


intravenosa os sistemas
coloidais devem apresentar um
diâmetro médio inferior ao dos
glóbulos vermelhos (6-8 µm).
http://www.wsj.com/articles/google-designing-nanoparticles-to-patrol-human-body-for-disease-
1414515602
Nanotransportadores para a administração de
produtos biofarmacêuticos
➢ Sistemas coloidais

Limitações da administração parentérica:

✓ Opsonização - deposição de opsoninas (ex. proteínas plasmáticas) à


superfície dos nanossistemas.

✓ Captura pelas células do sistema reticuloendotelial (SRE) ou sistema


mononuclear fagocitário (macrófagos).

✓ Rápida acumulação nos órgãos ou células do SRE - fígado (células


Kupffer), baço, pulmões e pâncreas (macrófagos).

✓ Baixo tempo de circulação na corrente sanguínea.


❑ Lipossomas
Vesículas esféricas com uma bicamada fosfolipídica.

A preparação de lipossomas, com fármacos encapsulados, foi


demonstrada pela primeira vez em 1965 pelo Prof. Bangham do
Reino Unido.
❑ Lipossomas
Estruturas constituídas por membranas lipídicas organizadas em bicamadas,
fechadas e concêntricas, obtidas a partir de dispersões de lípidos polares
insolúveis em água.

✓ Vesículas esféricas;
✓ Cavidade interna aquosa;
✓ Diferem nas dimensões, composição, carga
elétrica da superfície e estrutura.

Transportadores apropriados tanto para substâncias solúveis em água


como para substâncias solúveis em solventes orgânicos.
❑ Lipossomas Fosfolípidos
neutros ou
com carga

As bicamadas lipídicas podem ter


na sua composição: Substâncias Substâncias
anfipáticas lipofílicas

▪ Constituídos por misturas de lípidos anfifílicos naturais (fosfolípidos


e colesterol) ou sintéticos.

▪ Fosfolípidos mais utilizados: fosfatidilcolina, fosfatidilserina,


fosfatidilglicerol e esfingomielina.

▪ Elevada biocompatibilidade – os fosfolípidos são substâncias GRAS


(Generally Recognized as Safe).
❑ Lipossomas

Tipos de lipossomas

SUV (Small unilamellar vesicles) – têm diâmetros muito mais pequenos,


sendo obtidos submetendo os lipossomas de maiores dimensões à ação de
ultrassons (uma só camada com diâmetro 20 - 100 nm).

LUV (Large unilamellar vesicles) – são unilamelares e de maiores


dimensões que os SUV (uma só camada com diâmetro 100 - 800 nm).

MLV (Multi lamellar vesicles) – Vesículas multilamelares grandes (várias


camadas com diâmetro 500 – 5000 nm).
❑ Lipossomas

Vantagens Desvantagens

✓ Encapsulação de moléculas hidrófilas e ✓ Elevados custos de produção;


✓ Dificuldade de transposição de
hidrófobas;
escala;
✓ Libertação controlada; ✓ Baixa estabilidade físico-química ao

✓ Direcionamento para locais-alvo; longo do tempo;


✓ Instabilidade in vivo;
✓ Elevada biocompatibilidade
✓ Encapsulação de quantidades
✓ Baixa toxicidade pequenas de fármaco

✓ Podem ser funcionalizados


✓ Podem ser preparados com tamanhos
variados
❑ Lipossomas
Tipos especiais de lipossomas

✓ Prolipossomas

Permitem ultrapassar os problemas de


estabilidade, encapsulação e produção
associados aos lipossomas convencionais.

Esta abordagem evita as dificuldades encontradas na produção de


lipossomas através da formação destes no local alvo, originando novos
sistemas para a administração dérmica, pulmonar, oral e parentérica.
❑ Lipossomas
Tipos especiais de lipossomas

✓ Niossomas

Desenvolvidos para evitar os problemas associados aos lipossomas. Utilizam


tensioativos não-iónicos em vez de lípidos, apresentando maior estabilidade e
facilidade de armazenamento.

✓ Proniossomas

Formas modificadas de niossomas, desenvolvidas para aumentar mais a


estabilidade dos niossomas.
Apresentam-se como pós que devem ser hidratados imediatamente antes
da administração com agitação vigorosa.
❑ Lipossomas
Tipos especiais de lipossomas

Etossomas
• Constituídos por fosfolípidos e álcoois (por vezes polióis em quantidades
relativamente elevadas)

• Apresentam elevada permeabilidade através das membranas.

Transferossomas
• Lipossomas modificados, desenvolvidos para aumentar
a penetrabilidade dos fármacos através das
membranas biológicas.

• A ultradeformabilidade é conseguida utilizando TA em


quantidades adequadas.
❑ Lipossomas

Lipossomas com funções específicas

• Stealth liposomes (Lipossomas peguilados)


http://www.imcr.uzh.ch/static/onkwww/lipos.htm

• Targeted liposomes (ligandos alvo específicos: anticorpos;


imunoglobulinas e oligossacarídeos fixos à superfície).

• Lipossomas catiónicos (os componentes lipídicos catiónicos


interagem com o DNA carregado negativamente).
❑ Lipossomas
Transporte ativo - Estratégias para evitar a oposonização

Lipossomas de circulação longa (“stealth liposomes”): a


superfície dos lipossomas é modificada, através da ligação de
moléculas de PEG que permitem prolongar o seu tempo de
circulação no organismo.

Lipossomas com
diâmetro médio
entre 50 e 200 nm
conseguem evitar
a fagocitose pelos macrófagos.
❑ Lipossomas
Transporte ativo – Estratégia para direcionamento

Targeted liposomes

Superfície modificada por


adsorção de ligandos

Direcionamento para locais-alvo da


terapêutica

Funcionalização
❑ Lipossomas
Targeted liposomes:

Ligandos mais comuns:

São os mais usados, originam lipossomas


Imunoglobulinas (IgG ou IgM)
designados imunolipossomas.

Os recetores do folato estão geralmente expressos


Folato em grandes quantidades nas células tumorais.

Os recetores de moléculas necessárias para o


Transferrina crescimento dos tumores como a transferrina,
fazem destes alvos para a vetorização.
❑ Lipossomas
Lipoplexes

Complexos de lípidos catiónicos ou lipossomas


catiónicos com ácidos nucleicos.

Utilizados como vetores não virais em terapia


génica.

A transfecção utilizando
lipoplexes é designada por
lipofection (“lipofecção”).
❑ Lipossomas

Transporte • Os lipossomas direcionam-se no


organismo de acordo com o seu
passivo padrão de distribuição natural

• Os padrões de distribuição natural são


Transporte ativo modificados através de alterações na sua
estrutura ou na composição lipídica
❑ Lipossomas
Desvantagem dos lipossomas passivos:

Rápida captura pelas células do SRE (células de Kupfer do fígado


e dos macrófagos do pâncreas, baço, pulmões e medula).

Os lipossomas passivos são incapazes de atravessar paredes


vasculares, aumentando a concentração plasmática dos fármacos
veiculados.
❑ Lipossomas
Mecanismos de interação com as células

✓ Transferência inter-membranar - transferência das moléculas


encapsuladas, sem haver rutura do lipossoma nem perda da sua
integridade.

✓ Libertação por contacto - ocorre um aumento da permeabilidade da


membrana lipossomal, libertando as moléculas encapsuladas, que são
posteriormente absorvidas pelas células.

✓ Adsorção - pode ocorrer devido à ligação dos ligandos da superfície


dos lipossomas aos recetores das células alvo (ex. anticorpo-antigénio)
ou por interações eletrostáticas entre o lipossoma e a célula, quando
as suas cargas são opostas.
❑ Lipossomas
Mecanismos de interação com as células

✓ Fagocitose/Endocitose - quando as células

têm capacidade fagocítica, incorporam os lipossomas sob a forma de


endossomas, sendo posteriormente digeridos intracelularmente.

✓ Fusão - ocorre a mistura dos

lípidos da membrana do lipossoma

com os da membrana celular,

libertando as substâncias

encapsuladas no citoplasma.
❑ Lipossomas

Preparação dos lipossomas

1. Dissolução dos lípidos e das moléculas

lipossolúveis em solventes orgânicos

(ex. clorofórmio, clorofórmio-metanol);

2. Evaporação do solvente orgânico (rotavapor), com formação do filme lipídico


seco;

3. Hidratação do filme lipídico, através da adição de uma solução tampão ou


solução aquosa, contendo moléculas hidrossolúveis;
❑ Lipossomas

Preparação dos lipossomas

4. Agitação vigorosa para a formação

de lipossomas multilamelares (MLVs);

5. Utilização de métodos mecânicos para diminuir o tamanho dos lipossomas,


produzindo LUVs e SUVs: sonicação, extrusão, microfluidização e homogeneização
a alta pressão.

6. Obtenção dos lipossomas por técnicas de purificação: centrifugação, diálise,


ultrafiltração, cromatografia, etc.
❑ Lipossomas

Preparação dos lipossomas

Sonicadores
▪ A amostra é colocada em contacto com uma sonda
de titânio ou num banho, que aplicam energia sob a
forma de ultrassons.

▪ A força de cavitação resultante faz com que se dê a


colisão entre as gotículas e a consequente divisão
destas em tamanhos nanométricos.

▪ A utilização da sonda permite gerar maior energia.


Nenhum destes processos é facilmente reprodutível
à escala industrial.
❑ Lipossomas

Preparação dos lipossomas

Extrusores
▪ Faz-se passar a amostra por filtros de diâmetro de poro pequeno e definido,
sob pressão de um gás inerte.

▪ Geralmente são feitas 10 passagens, para obter lipossomas unilamelares,


cujo diâmetro final depende do tamanho do poro dos filtros.
❑ Lipossomas

Preparação dos lipossomas

Homogeneizador de alta pressão


▪ Faz-se passar a amostra a alta
pressão (600 – 800 bar), através de
um pequeno orifício, o que faz com
que o fluído atinja uma velocidade
muito elevada.

▪ A força de cavitação resultante faz


com que se dê a colisão entre as
gotículas e a consequente divisão
destas em tamanhos mais pequenos
(nanométricos).
❑ Lipossomas

Exemplos da administração parentérica de lipossomas:

• A Bleomicina encapsulada em lipossomas termosensíveis aumenta a atividade


antitumoral e reduz a toxicidade dos tecidos.

• A injeção subcutânea de lipossomas produz um efeito hipoglicémico prolongado


em cães diabéticos.

• Os lipossomas têm sido usados com sucesso como

veículos para vacinas

(Ex. Epaxal® - Vacina contra a hepatite A (inativada, virossoma).


❑ Lipossomas

Outras formulações de lipossomas existentes no mercado

Produto Fármaco
Daunoxome® Daunorubicina

Doxil/Caelyx® Doxorubicina

Moet® Doxorubicina

Ambisome® Anfotericina B

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