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Índice

1- INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………4
1.1- Enquadramento………………………………………………………………………..4
1.2- Trabalhar mais e melhor……………………………………………………………….6
1.3- Acidentes de trabalho…………………………………………………………………..9
1.4- O quadro dos novos desafios do mundo do trabalho…………………………………13
2 - CONCEITOS…………………………………………………………………………………14
2.1 - Escadas……………………………………………………………………………….14
2.1.1 - Escadas portáteis…………………………………………………………….14
2.1.2 - Escadas fixas…………………………………………………………………14
2.1.3 - Escadas fixas de serviço……………………………………………………..16
2.2 - Trabalhos em postes metálicos………………………………………………………20
2.3 - Trabalhos sobre coberturas ligeiras………………………………………………….20
2.4 - Plataformas de trabalho………………………………………………………………21
2.5 -
Andaimes……………………………………………………………………………..23
2.5.1 - Andaimes de pés fixos……………………………………………………….23
2.5.2 - Andaimes de pés móveis…………………………………………………….30
2.5.3 - Andaimes suspensos (Bailéus)………………………………………………31
3 - RISCOS………………………………………………………………………………………33
3.1 - Escadas portáteis…………………………………………………………………….33
3.2 - Escadas fixas…………………………………………………………………………34
3.3 - Escadas fixas de serviço……………………………………………………………..34
3.4 - Trabalhos em postes metálicos………………………………………………………35
3.5 - Trabalhos sobre coberturas ligeiras………………………………………………….35
3.6 - Plataformas de trabalho………………………………………………………………36
3.7 -
Andaimes……………………………………………………………………………..36
3.7.1 - Andaimes de pés fixos……………………………………………………….36

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3.7.2 - Andaimes de pés móveis…………………………………………………….39


3.7.3 - Andaimes suspensos (bailéus)……………………………………………….39
4 - ENQUADRAMENTO LEGAL………………………………………………………………40
5 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO……………………………………………………………….46
5.1 - Escadas portáteis……………………………………………………………………..46
5.1.1 - Na colocação da escada apoio e estabilidade………………………………..46
5.1.2 - Posicionamento da escada…………………………………………………...47
5.1.3 - Fixação da escada……………………………………………………………47
5.1.4 - Utilização da escada…………………………………………………………48
5.2 - Escadas fixas…………………………………………………………………………49
5.3 - Escadas fixas de serviço……………………………………………………………...53
5.4 - Trabalhos em postes metálicos………………………………………………………56
5.4.1 - Utilização de EPI…………………………………………………………….56
5.4.2 - Antes de iniciar a subida……………………………………………………..57
5.4.3 - Na subida…………………………………………………………………….57
5.4.4 - Montagem da corda "linha de vida"…………………………………………57
5.4.5 - No posto de trabalho…………………………………………………………60
5.5 - Trabalhos sobre coberturas ligeiras………………………………………………….61
5.5.1 - Organização do trabalho…………………………………………………….62
5.6 - Plataformas de trabalho………………………………………………………………62
5.7 -
Andaimes……………………………………………………………………………..65
5.7.1 - Andaimes fixos………………………………………………………………65
5.7.2 - Andaimes de pés móveis…………………………………………………….75
5.7.3 - Andaimes suspensos (bailéus)……………………………………………….77
6 - MEDIDAS DE PROTECÇÃO……………………………………………………………….80
6.1 - EPI……………………………………………………………………………………86
6.1.1 - Corda de amarração (posicionamento)………………………………………86
6.1.2 - Cinto de trabalho…………………………………………………………….89
6.1.3 - Corda de fiador (fiador)……………………………………………………...93

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6.1.4 - Arnês de pára-quedas………………………………………………………..96


6.1.5 - Pára-quedas retractil………………………………………………………..100
6.1.6 - Amortecedor pára-quedas………………………………………………….104
6.1.7 - Pára-quedas deslizante (para suporte de ancoragem flexível-corda)………107
6.1.8 - Pára-quedas deslizante (para suporte de ancoragem rígida)………………..111
6.1.9 - Regulador antiquedas (para corda de amarração)………………………….114
6.1.10 - Mosquetões de dupla segurança…………………………………………..118
6.1.11 - Cordas de segurança (cordas linha de vida)………………………………121
6.2 - Equipamento de protecção colectivo……………………………………………….124
6.2.1 - escadas portáteis……………………………………………………………124
6.2.2 - trabalhos sobre coberturas ligeiras…………………………………………129
6.2.3 - Andaimes…………………………………………………………………...135
6.2.4 - Segurança de trabalhos na via pública (sinalização)……………………….140
7 - CONCLUSÕES……………………………………………………………………………..147
8 - BIBLIOGRAFIA……………………………………………………………………………149

1- INTRODUÇÃO

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1.1 - Enquadramento

Os trabalhos em altura que envolvem os operários durante a execução de tarefas e/ou em


projectos e obras que se executam a diferentes níveis, são a causa principal de acidentes graves,
especialmente aplicado para aqueles de duração geralmente curta.

Em primeiro lugar, é necessário determinar o marco regulatório que inclui a definição da altura
mínima a partir da qual se considera que representa um risco proporcionando acidentes, e a
continuação das causas que provocam esses mesmos acidentes.

De acordo com algumas boas práticas, algumas empresas consideram que os trabalhos em altura,
são aqueles que são executados em alturas superiores a 2 ou 3 metros nos andaimes, escadas,
estruturas, máquinas, plataformas, veículos, entre outros, sendo que as quedas das pessoas a
níveis distintos podem dar origem a lesões que normalmente são graves.

Os principais riscos a que estão expostos os trabalhadores são: quedas de pessoas, quedas de
objectos, contacto com linhas eléctricas aéreas, golpes, impacto de veículos, perda de
estabilidade e acidentes que ocasionam incapacidade permanente ou temporária ao trabalhador1 e
nalguns casos fatais.

Como critério geral, todos os trabalhos em altura só podem efectuar-se em princípio, com a ajuda
de equipamentos ou dispositivos de protecção colectiva, tais como plataformas, redes de

1
Por incapacidade permanente, entende-se, a impossibilidade permanente de um trabalhador auferir rendimentos
de trabalho (no todo ou em parte) devido a uma acidente de trabalho. esta pode ser dividida em incapacidade
permanente parcial (provoca ao trabalhador uma redução inferior a 2/3 na sua capacidade de trabalho ou ganho,
com carácter permanente); incapacidade permanente absoluta (provoca ao trabalhador uma redução superior a 2/3
na sua capacidade de trabalho ou ganho, com carácter permanente, podendo esta verificar-se para o trabalho habitual
ou para toda e qualquer profissão). Por sua vez, a incapacidade temporária, é a impossibilidade de um trabalhador
auferir rendimentos de trabalho, devido a um período de ausência provocado por acidente de trabalho, após o qual
volta o seu posto de trabalho habitual. Esta também se pode dividir em incapacidade temporária parcial (aquela
que provoca ao trabalhador uma redução inferior a 2/3 na sua capacidade de trabalho ou ganho, voltando ao seu
posto de trabalho habitual) e incapacidade temporária absoluta (aquela que provoca ao trabalhador uma redução
superior a 2/3 na sua capacidade de trabalho ou ganho, voltando ao seu posto de trabalho habitual).
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segurança, guarda corpos e guarda cabeças. Deve ainda dispor-se de meios de acesso seguros e
utilizar-se cinturões de segurança, arnês anti-queda e/ou outros meios de protecção individual
equivalentes.

Os trabalhos em altura realizam-se preferencialmente acompanhados, obrigatório em zonas não


urbanas e em todo o momento o operário que trabalha em altura deve encontrar-se no campo de
visão (no horizonte de visão) de outro seu companheiro.

Como em qualquer tipo de acidentes, podem intervir duas grandes causas : humanas e materiais.
Humanas
Causas físicas - Agilidade, Desequilíbrio; Idade; Falta de Reflexos; Força, Habilidade;
Condição Física, Vertigens.

Causas psicológicas - Descuido; Falta de Atenção; Inquietude; Nervosismo.

Causas formativas - Desconhecimento dos perigos/riscos, incorrecta utilização dos meios


e equipamentos de protecção, más condições de trabalho.

Materiais

Equipamentos de protecção - Carência de Equipamentos, tanto individuais como


colectivos.

Influência dos factores meteorológicos

Rotura dos elementos de sustentação

Ordem e limpeza

1.2 - Trabalhar mais e melhor

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Cada vez mais as empresas, os trabalhadores, os sindicatos, o estado, os media, a opinião pública
e a sociedade em geral estão mais atentos às questões da higiene, segurança e saúde no trabalho.
Os acidentes e as doenças profissionais não são inevitáveis e o fado é "apenas" uma parte
importante da nossa cultura musical. O trabalho deve ser, além de um modo de obtenção de
rendimento uma actividade gratificante e que não ponha em risco a saúde do trabalhador. Os
custos directos e indirectos da "não segurança" são elevados para todas as partes envolvidas. A
prevenção é para além do cumprimento de requisitos legais, ou mesmo de uma obrigação moral,
um investimento.
Medidas bem intencionadas e caras nem sempre evitam acidentes ou doenças profissionais.
Com a implementação de um sistema de gestão da higiene, segurança e saúde no trabalho de
acordo com a norma OHSAS 18001 ou NP 4397 a organização poderá evidenciar as seguintes
vantagens:
- Responder a requisitos legais
- Melhorar a imagem da organização no mercado
- Sistematizar métodos de trabalho
- Melhorar a satisfação dos colaboradores
- Ter maior possibilidade de internacionalização do produto final
- Ter mais um factor diferenciador do mercado em que se inserem
- Ter melhores rendimentos através da redução dos custos da segurança
- Aumentar a participação dos trabalhadores a diversos níveis
- Contribuir para a detecção e correcção de erros e para o preenchimento de lacunas
existentes, através de auditorias realizadas por entidades especialistas.

Quando a esmagadora maioria dos empresários portugueses finalmente entender que o


investimento na melhoria das condições de higiene e segurança dos seus trabalhadores resulta em
aumentos substanciais de produtividade, então estaremos todos a dar um grande passo no
caminho do desenvolvimento.
No sector da construção, por exemplo, que é o sector de maior sinistralidade laboral, quando o
empregador perceber que umas centenas de euros ( que é o que custa uma rede de protecção),
poderão ajudar a poupar vidas, com todos os custos financeiros e emocionais (quer para a família

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quer para os colegas de trabalho do sinistrado) que decorrem de uma situação de acidente, então
estamos no sentido certo.
Em Portugal a saúde, higiene e segurança no trabalho está longe do que seria desejável. Ao país
falta uma aposta estruturada na prevenção e inspecção ao nível da HSST. Parâmetros essenciais,
até do ponto de vista da produtividade, mas que as empresas portuguesas insistem em considerar
"marginais" à sua estrutura produtiva.
É necessário a aposta de forma determinante nas pessoas e que se mude a mentalidade das
relações de trabalho. O empresário permanece focado em dar resposta ao trabalho, sem pensar
nos recursos humanos e nas condições de trabalho. Quanto menos pensarmos nos recursos
humanos, mais serão os encargos com baixas e indemnizações, maiores as filas de espera nos
hospitais e menos competitivo o país.
É essencial que os empregadores deixem de ver a HSST como algo marginal ao funcionamento
da empresa e comecem a perceber o impacte que as suas decisões de gestão têm neste campo.

Variáveis relacionadas com os custos resultantes de lesões e doenças

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Variáveis Descrição Como calcular os custos económicos


Internamento (por cama/dia) Despesas incorridas com cuidados médicos
Outros cuidados médicos, tais como o não comparticipados pelo seguro ou
tratamento não hospitalar, medicamentos. entidade patronal
Saúde Incapacidade permanente
Reabilitação não médica (por exemplo,
profissional), adaptação das residências às
necessidades de quem nelas habita

Esperança de vida, esperança de vida Disposição para aceitar e para pagar


Qualidade saudável valor das reivindicações e compensações
de vida Qualidade ajustada aos danos de vida
Incapacidades ajustadas aos anos de vida
Dor e sofrimento Para a vítima, mas também para os seus Não existe um método fiável
familiares e amigos
Perdas de Perdas de rendimento no emprego actual e no Reduções no rendimento actual, perdas de
rendimento segundo emprego remuneração
Perda potencial de Também incluindo o segundo emprego Diferenças no rendimento total previsto no
remuneração futura futuro
Despesas não Custos de transporte, de visitas a hospitais, e Somatórios de todos os outros montantes
cobertas por seguros de acidentes mortais (funerais) despendidos pela vítima e pela sua família
ou compensações (que não sejam compensados)
Administração das Total dos salários pagos nesta actividade
ausências por
doenças
Equipamento Custos da sua substituição
avariado ou Preços de mercado
defeituoso devido a
acidentes
Perdas de produção Preço de mercado das perdas de produção
devido à
incapacidade do
pessoal
Fonte: Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, 2002
1.3 - Acidentes de trabalho

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Acidentes de trabalho mortais ocorridos nos locais de trabalho e objecto de inquérito pela IGT
em 2001
Por actividades (mais significativos)
Construção Civil 156 55,7 %
Agricultura / Pecuária 18 6,4 %
Serv. Prestados Empresas 12 4,3 %
Extr. Min. não Metálicos 11 3,9 %
Transportes / Armazen 9 3,2 %
Indústria química 8 3,0 %
Ind. Prod. Met/Mat. Eléctrico 7 2,5 %
Tab.1 - Acidentes de trabalho mortais em 2001
Acidentes de trabalho mortais na construção civil e obras públicas em 2001.

Obras particulares e públicas


QUEDAS SOTERRA ESMAGAMENTOS ELECTRO
QUEDAS EM ALTURA MENTOS CUSSÃO

Causas desconhecidas
DESCONHECIDAS
Outras causas

TOTAL
Gruas/Andaimes

Atropelamentos
Bordadura Laje
Montag. Desm.

Plataf./Escadas

Poços Tuneis e

Linhas Aéreas
Outro tipo de
Abertura em

Ferramentas
Constritivos
Demolições
Pavimentos

Escavações
Andaimes/
Escadarias

Elementos
Habitação
Cobertura

Cobertura

Máquinas

Eléctricas
Objectos
Indústria

Abertura

Estaleiro
Galerias
Paredes

NÍVEL
Outros

Outros
Equip.
Valas
TOTAL

10 8 4 10 4 5 3 18 11 1 17 0 2 10 7 6 11 2 11 2 4 4 3 156

Fonte: IGT Tab.2 - Acidentes mortais - obras particulares e públicas

Incidência regional

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Quedas Quedas
Outras Causas
Distritos Em ao Soterramento Esmagamento Electrocussão Totais
causas Desconhecidas
altura nível
Aveiro 4 4 3 1 1 13
Beja 2 7 9
Braga 3 1 2 1 7
Bragança 1 2
C.Branco 1 1
Coimbra 2 1 2 5
Évora 1 1
Faro 6 3 1 10
Guarda 2 3 5
Leiria 8 2 1 1 12
Lisboa 12 3 7 1 2 3 28
Portalegre 3 3
Porto 21 3 1 2 27
Santarém 2 2 4 2 2 12
Setúbal 2 2 2 4 10
Viana Castelo 3 2 5
Vila Real 1 1 2
Viseu 2 1 2 5
Total Geral 73 19 36 19 6 3 156

Fonte: IGT Tab.3 - Acidentes mortais incidência regional

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80 73

70

60
Quedas em altura
50 Soterramento

36 Esmagamento
40
Electrocussão
Outras causas
30
Causas desconhec.
19 19
20

10 6
3

Fig.1 - Acidentes mortais

Quadro evolutivo dos acidentes de trabalho mortais distribuídos segundo as causas


Quedas Causas
Esmagamen Outras
ANOS Soterramento Eçectrocussão desconhecida Totais
Altura Nível to causas
s
1990 66 1 17 48 17 2 4 155
1991 77 1 12 31 15 4 5 145
1992 62 - 23 34 15 9 1 144
1993 37 - 10 26 9 2 4 88
1994 52 3 21 28 8 6 - 118
1995 49 2 15 23 14 9 - 112
1996 70 1 13 23 19 11 5 142
1997 83 3 17 33 16 6 6 164
1998 74 1 16 36 13 12 4 156
1999 87 - 17 25 9 9 5 152
2000 70 2 9 26 9 11 5 132
2001 73 1 19 36 19 6 2 156
Totais 800 15 189 369 163 87 41 1664
Fonte: IGT . Não inclui os acidentes "in itinere" Tab.4 - Acidentes segundo as causas

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O sector da construção civil é, em Portugal o que apresenta maiores índices de sinistralidade


ocorrendo, no decurso da década de 90, uma média de 50.000 acidentes por ano neste sector. Os
dados disponibilizados pelo IDICT, revelam que os anos de 1999 e 2000 o número de acidentes
mortais foi de respectivamente 152 e 132. No ano de 2000, 46% dos acidentes de trabalho
mortais ocorreram neste sector.
O Estudo estratégico sobre o Sector da Construção, publicado pela Comissão Europeia em 1994,
aborda alguns dos factores que contribuem para este panorama desolador.
Devido à sua natureza muito fragmentada, o sector da construção não investe suficientemente na
formação, na pesquisa e na comercialização. As pequenas empresas são muitas vezes mal geridas
e algumas delas não possuem as competências técnicas necessárias. Um número muito grande de
pequenas empresas escapa a qualquer controlo e não aplica as regulamentações em vigor.
Dada a especificidade do sector, torna-se evidente que a avaliação de riscos em obras de
construção não pode seguir, de forma estrita, as metodologias de avaliação dos riscos adoptadas
em outros sectores de actividade. No momento da elaboração do Plano de Segurança e Saúde (na
fase de projecto) não se conhecem, ainda, os trabalhadores que vão executar a obra, pelo que o
riscos são avaliados tendo em consideração os perigos inerentes aos processos construtivos que
vão ser empregues. Esta avaliação, que é claramente insuficiente, deve ser actualizada antes de se
iniciar a obra, e sempre que os factores se alterem. Devido ao dinamismo inerente ao acto de
construir, os factores de risco estão em constante evolução, pelo que a avaliação de riscos tem de
ser constantemente actualizada.
A construção civil é realizada, maioritariamente por pequenas e micro empresas que não têm
capacidade técnica nem financeira para cumprir cabalmente as obrigações legais impostas pelo
Dec. Lei nº 155/95, assim, grande percentagem deste tipo de obra é realizada sem coordenador de
segurança, que teria a responsabilidade de actualizar a avaliação de riscos.

1.4 - O quadro dos novos desafios do mundo do trabalho

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O novo contexto do mundo do trabalho é marcado pela globalização das economias, pelas novas
tecnologias e até pelas expectativas individuais que vêm exigir às empresas um reforço
substancial da sua capacidade competitiva.
Esta dinâmica evidencia uma nova e determinante centralidade da empresa, obrigando-a a
desenvolver e a inovar, em particular nos domínios da gestão, dos recursos humanos, das
tecnologias e da organização do trabalho, com reflexos fundamentais ao nível das exigências que
se colocam no domínio das condições de trabalho, em que serão de destacar os desafios
associados:
- qualidade do trabalho
- à organização e gestão da prevenção nos locais de trabalho
- à organização do trabalho

A influência das condições de trabalho na vida dos trabalhadores e na capacidade competitiva


das empresas foi sempre reconhecida no quadro das sociedades modernas.
Na actualidade, considera-se que a promoção da saúde e segurança no trabalho deve traduzir-se
numa intervenção global e integrada, envolvendo os trabalhadores, todos os sectores e todas as
dimensões da empresa.
E considera-se, também, que no âmbito das discussões sobre a promoção das condições de
trabalho, revela, enquanto objectivo estratégico, a necessidade de conciliar o progresso de tais
condições com o realismo das normas, de modo a salvaguardar a competitividade das empresas,
tendo em conta que a promoção da saúde e segurança dos trabalhadores no local de trabalho é
um factor de aumento de produtividade destas.
Reconhecendo-se que os riscos profissionais não são variáveis incontroláveis mas que,
frequentemente, decorrem do modo concreto como a prestação do trabalho é organizada,
promoção da saúde e segurança dos trabalhadores deve desenvolver-se, de forma sustentada, em
obediência ao princípio de adaptação do trabalho ao homem, assumindo-se como indicador de
modernidade do tecido empresarial português. Há, por outro lado, um conjunto de riscos
emergentes de novos contextos laborais e da evolução das formas de trabalho, para os quais
importa estar atento.

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Impõe-se promover um esforço com vista à introdução e consolidação de uma cultura de


prevenção dos riscos profissionais na sociedade e nas empresas.
Efectivamente, as condições em que o trabalho é prestado são determinantes para o nível de
sinistralidade e de contracção de doenças profissionais e têm um impacto directo nas capacidades
profissionais, físicas e psicológicas do trabalhador e, consequentemente, na produtividade da
própria empresa.
A prevenção deve ser abordada de uma perspectiva integrada, em que se proceda,
simultaneamente, à avaliação e eliminação dos riscos a partir da intervenção dirigida
prioritariamente para a respectiva fonte.

2 - CONCEITOS

2.1 - Escadas

2.1.1 - Escadas potáteis

A utilização de escadas portáteis deve revestir-se de alguns cuidados prévios que têm a ver,
nomeadamente, com a escolha do tipo de escada mais adequado ao tipo de trabalho, com o
estado de conservação da mesma e com a resistência da superfície de apoio.
O utilizador de escadas portáteis deve ter consciência dos riscos a que está sujeito,
nomeadamente, o risco de queda e de electrização.

2.1.2 - Escadas fixas

As escadas fixas são origem de um grande número de acidentes laborais, principalmente quedas
de diferente nível.

Classificação das escadas


Apresentam-se algumas das escadas mais habituais:

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Recta: é aquela cujos degraus se desenrolam em linha recta entre muros.

Fig.2 - Escada recta de um e dois lanços

De três lanços: desenrola-se ao longo de três lados

Fig.3 - Escada de três lanços

De caracol: os degraus são radiais desenvolvendo-se em torno de uma coluna central

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Fig.4 - Escada em caracol

Desdobrada: composta por um laço central que conduz ao patim intermédio, do qual partem
dois tipos de escada.

Fig.5 - Escada desdobrada

2.1.3 - Escadas fixas de serviço

As escadas fixas de serviço estão permanentemente sujeitas a uma superfície vertical e servem
para aceder ocasionalmente a telhados, poços, silos, torres de refinarias de petróleo, chaminés e
outras zonas de acesso restrito.
Este tipo de escadas devem ser consideradas intrinsecamente perigosas pelo que deve ter um
correcto desenho, um uso restringido a pessoal interno só para casos esporádicos ou ocasionais
sempre não seja possível outro sistema de acesso mais seguro e utilização de equipamento de
protecção individual.

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Definições e tipos
Uma escada de serviço está formada por uma série de escalões. Constroêm-se preferencialmente
de aço, ferro forjado, ou outro material equivalente assegurando sua eficiente estabilidade à
estrutura que o suporta.
Podem-se distinguir basicamente três tipos de escada de serviço:
Escada inclinada: escada instalada sobre uma superfície inclinada (>75 º)

Fig.6 - Escada inclinada

Escada vertical separada: escada que consta de degraus de metal, madeira ou outro material
unidos mediante sistemas de fixação.

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Fig.7 - Escada vertical separada

Escada vertical integrada: escada instalada sobre uma superfície vertical e consta de uma série
de degraus permanentemente seguros à estrutura.

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Fig.8 - Escada vertical integrada

Características dimensionais principais:

Escadas inclinadas Escadas verticais separadas Escadas verticais


integradas
Inclinação 75º ≥ ɑ ≥ 60º -- --
Dist. Entre degraus 300 ≥t ≥ 250 mm 300 ≥t ≥ 230 mm 300 ≥t ≥ 230
mm
Profundidade ou diâmetro do 80 ≥ d ≥ 20 mm 51 ≥ d ≥ 20 mm 51 ≥ d ≥ 20 mm
degrau
Largura livre mínima a ≥280 mm a ≥280 mm a ≥280 mm
Distância mínima da parede ao -- S ≥ 150 mm --
degrau
Tab.5 - Escadas "características dimensionais"

2.2 - Trabalhos em postes metálicos

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Os trabalhos em linhas apoiadas em torres metálicas contêm um grande número de operações


com perigo de queda de altura dos trabalhadores, nomeadamente na montagem dos postes e no
desenrolamento e colocação de condutores e acessórios de rede.
Os acidentes acontecem mais frequentemente nas fases de subida e descida ou na movimentação
na cabeça do poste.
Para além do risco de queda de altura, existe ainda o risco de choque com obstáculos nas fases de
subida, pelo que o trabalhador deve sempre olhar para cima antes de progredir.

2.3 - Trabalhos sobre coberturas ligeiras

A utilização de coberturas ligeiras para a cobertura de determinados tipos de estruturas tem um


uso generalizado devido ao pouco peso, seu fácil transporte e montagem, assim como um custo
bastante reduzido comparado com outros sistemas de cobertura.
Na execução dos vários tipos de trabalhos, de montagem ou desmontagem, de manutenção ou de
limpeza, quer sejam planas ou inclinadas é necessário atender a uma série de circunstancias,
como a altura a que se efectuam os trabalhos, a baixa resistência e fragilidade dos materiais, as
situações atmosféricas, etc. que fazem com que o número de acidentes se produzam enquanto se
efectuam os trabalhos tenham consequências quase sempre mortais ou com incapacidade
permanente.
Entende-se por materiais ligeiros, as diversas placas planas, onduladas ou nervuras, não
concebidas para suportar o transito de pessoas sobre os mesmos, salvo que se adoptem medidas
de protecção e dos seguintes materiais:
- vidro armado ou não
- cimento-amianto
- chapa ondulada de espessura inferior a 100 mm
- resinas de poliester com ou sem fibra de vidro, cloreto de polivinilo ou
polímeros termoplásticos
- ardózia (lousa)
- telhas

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2.4 - Plataformas de trabalho

Todos os aparelhos instalados sobre chassis portáteis que podem ser deslocados, pode-se acoplar
uma plataforma de trabalho para efectuar trabalhos em altura podendo apresentar uma série de
vantagens desde o ponto de vista de segurança frente a outros meios de acesso a alturas como
podem ser escadas manuais.
São constituídos por uma plataforma de trabalho numa estrutura elevatória geometricamente
deformável.
A estrutura pode ser:
- Um paralelogramo deformável
- Braço que levanta com balanceamento de forma compassada
- Braço elevatório e telescópico
- Braço hidráulico articulado com desenvolvimento telescópico
- Carrinhas elevadoras de carga

Fig.9 - Paralelogramo deformável Fig.10 - Braço que levanta com balanceamento


de forma compassada

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Fig.11 - Braço elevatório e telescópico Fig.12 - Braço hidráulico articulado com


desenvolvimento telescópico

Fig.13 - Carrinha elevadora de carga

2.5 - Andaimes

2.5.1 - Andaimes de pés fixos

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a) Caracterização

A utilização de andaimes é obrigatória nas obras de construção em que os trabalhadores laborem


a mais de 4 m de altura, medidos do solo ou de outra superfície contínua que garanta condições
de segurança.
Os andaimes a partir de 8 m de altura, obrigam à existência de um responsável pela sua execução
e consequente manutenção.
Os andaimes com mais de 25 m de altura, obrigam à existência de um técnico responsável pelo
seu cálculo, estabilidade e execução, devendo ser inspeccionados após a ocorrência de temporais
ou 8 dias de não utilização.
Os andaimes devem possuir na zona/local de acesso, uma placa de identificação da firma e do
técnico responsável pela execução.
Os andaimes, em função das cargas de cálculo das plataformas, são classificados em 6 classes
(Norma Harmonizada CEN HD 1000, de 1988). Na Tabela 6 figuram as cargas de cálculo para as
plataformas, e o tipo de trabalhos para que cada classe de andaime é recomendada.
Os trabalhadores devem estar “aptos” do ponto de vista médico para executarem trabalhos em
altura.

b) Definição de andaime

 Andaimes são construções provisórias auxiliares, munidas de plataformas horizontais


elevadas, suportadas por estruturas de secção reduzida, e que se destinam a apoiar a execução de
trabalhos de construção, manutenção, reparação ou demolição de estruturas. São hoje em dia do
tipo "misto" (suportes metálicos e plataformas em madeira) muito embora subsistam ainda os
andaimes totalmente constituídos por madeira. Ultimamente, começam a ter expressão os
andaimes totalmente metálicos ou ainda os que associam os suportes em ferro, as plataformas em
alumínio e os apoios em plástico. No entanto os princípios de prevenção de acidentes mantém-se
basicamente os mesmos pelo que optamos por os tratar em conjunto.

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 Designa-se por andaime o suporte das plataformas destinadas possibilitar a deslocação de


pessoas e a colocação de materiais e equipamentos utilizados no trabalho em altura,
nomeadamente:
Construção e reparação de :
- Edifícios
- Pontes e viadutos
- Barragens
- Obras de arte, etc

Os andaimes podem ser de vários tipos:


- Andaime simplesmente apoiado: é o andaime cujo estrado está simplesmente
apoiado, podendo ser fixo ou deslocar-se no sentido horizontal.
- Andaimes fachadeiros: é o andaime metálico simplesmente apoiado, fixado à
estrutura do prédio, na extensão da fachada.
- Andaimes móveis: é o andaime provido de rodízios. Estes andaimes somente
poderão ser utilizados em superfícies planas.
- Andaime em balanço: é o andaime em que o sistema de fixação é feita à
estrutura da edificação, suportado por vigamento em balanço.
- Andaime suspenso mecânico: é o andaime cuja plataforma de trabalho é
suspensa, suportada por cabos de aço e movimentado por meio de guinchos.
- Andaime suspenso mecânico pesado: é o andaime cuja estrutura e dimensões
permitam suportar carga de trabalho de 400 Kg, tendo em conta os factores de
segurança dos seus componentes. Podem ser interligados até o comprimento
máximo de 8 metros.
- Andaime suspenso mecânico leve: é o andaime cuja estrutura e dimensões
permitem suportar uma carga de trabalho de 300 Kg, respeitando os factores
de segurança dos seus componentes. É proibido a interligação de andaimes
suspensos leves.
- Cadeira suspensa ou balancim: é o equipamento cuja estrutura e dimensões
é utilizado apenas por uma pessoa. A sua sustentação é feita por meio de cabo

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de aço. É proibida a improvisação de cadeira suspensa. A cadeira deve dispor


de dispositivo de subida e descida com dupla trava de segurança.

c) Caracterização de um andaime

Um andaime caracteriza-se por ser uma estrutura que se destina a viabilizar o acesso a locais
elevados.
Um andaime deve possuir, além dos elementos de estrutura de base, elementos de segurança,
destinados a prevenir a ocorrência de acidentes, quer por queda das pessoas que os utilizam, quer
por queda de materiais.
Um andaime deve ser dimensionado por forma a suportar os esforços previstos para a sua
utilização.

d) Elementos constituintes de um andaime

Um andaime do tipo metálico ou misto é constituído pelos seguintes elementos:


- Estrutura tubular metálica
- Acessórios de junção
- Plataformas (tábuas de pé) constituídas por:
- pranchas, frequentemente de madeira
- escadas, para os acessos verticais

Actualmente, são utilizados, cada vez mais, modelos de andaimes constituídos por elementos
pré-fabricados, com estruturas em H e CAVALETES, ou, ainda, com regulação múltipla -
Andaimes Modulares.
Para estes modelos, existem plataformas pré-fabricadas em alumínio, aço galvanizado ou
madeira, bem como escadas adaptadas ao andaime, em conformidade com a norma CEN HD
1000.

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Fig.14 - Caracterização de um andaime e instalação de guarda cabeças

e) Elementos de segurança de um andaime

Equipamentos de segurança de andaimes são equipamentos que fazem parte da estrutura dos
andaimes e visam a protecção de todos aqueles que os utilizam.
Dos mais relevantes destacam-se os guarda-corpos e guarda cabeças.
Da atenção e cuidado postos na sua montagem depende a segurança de todos os que vierem a
trabalhar no andaime.

f) - Transporte de materiais ao longo dos andaimes

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Porque os trabalhos efectuados com recurso a andaimes requerem geralmente a utilização de uma
diversidade de ferramentas e equipamentos, e ainda porque estes têm de ser deslocados para os
diversos locais de trabalho, a sua movimentação deve revestir-se de cuidados especiais.
A concepção, desenho, montagem e utilização de um andaime deve ter determinados factores em
consideração:
- Avaliação das cargas a suportar por cada plataforma, montante ou apoio, de
modo a permitir escolher o tipo de material mais adequado e o método de
ligação de elementos mais seguros.
- A resistência do solo que influi no tipo de amarrações a executar.
- A previsão de armazenamentos temporários de material pesado sobre as
plataformas, condiciona o espaçamento entre os montantes, a espessura das
tábuas que constituem as plataformas e os reforços de rigidez a introduzir.
- Considerar os efeitos adversos dos factores climatéricos (chuva, vento, neve,
etc)

g) Classificação dos andaimes

A classificação do andaime define os requisitos de construção do mesmo e, portanto, as


respectivas capacidades de utilização (Norma CEN HD 1000, de 1988).
.

Classe 1: Andaimes destinados a operações de manutenção utilizando ferramentas e


equipamentos leves (por ex., acções de inspecção).
Classe 2 e 3: Os andaimes agrupados nestas classes destinam-se a trabalhos que não
envolvam outros materiais para além dos estritamente necessários, de
imediato, à realização da tarefa a executar (por ex., pintura ou limpeza de
pedra).
Classe 4 e 5: Incluem-se nestas classes os andaimes destinados a operações como as de
fixação de componentes (por ex., operações de revestimento).

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Classe 6: Andaimes destinados à execução de grandes obras ou de grandes trabalhos


de construção (por ex., trabalhos de alvenaria pesada ou armazenamento de
materiais).

Cargas de cálculo para plataformas de trabalho


Carga Carga concentrada em Carga concentrada em

Classe uniformemente superfície de superfície de Carga sobre superfície parcial


Distribuída 500 mm x 500 mm 200 mm x 200 mm

(kN/m2) (kN) (kN) (kN/m2) Superfície parcial (m2)

1 0.75 1.50 1.00 Não aplicável

2 1.50 1.50 1.00 Não aplicável

3 2.00 1.50 1.00 Não aplicável

4 3.00 3.00 1.00 5.00 0.4 A

5 4.50 3.00 1.00 7.50 0.4 A

6 6.00 3.00 1.00 10.00 0.5 A

Tab.6 - Carga para plataforma de trabalho

Dimensões das plataformas


Classes Largura (m) Vãos (L)*

Andaime Plataforma (metros)

1, 2 e 3 0.7 0.6 1.5  V  3; intervalos de 0.3 ou 0.5 m

4, 5 e 6 1.0 0.9 1.5  V  2.5; intervalos de 0.3 ou 0.5 m

Tab.7 - Dimensões das plataformas

* Segundo o Regulamento de segurança dos Trabalhos de Construção Civil, para andaimes para
obras de manutenção Lmax = 2,5 m; para andaimes para obras para construção Lmax = 2 m.

Terminologia

Montante: elemento vertical do andaime

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Prumo: montante transmissor das cargas aos apoios do andaime


Diagonal: elemento disposto obliquamente segundo diversos planos de andaime, destinado
a assegurar o contraventamento
Longarina: elemento horizontal disposto longitudinalmente à estrutura
Travessa: elemento horizontal (cruzeta) disposto no sentido perpendicular da longarina

Escora: dispositivo de ancoragem composto por um tubo e uma rosca, cujo


funcionamento bloqueia o vão
Vão: parte compreendida entre 2 filas consecutivas de prumos ou de montantes
Plataforma: superfície de circulação e de trabalho, realizada em madeira, metal ou
outro material.

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Fig.15 - Aspecto dos elementos de um andaime - pés fixos

2.5.2 - Andaimes de pés móveis

Os andaimes de pés móveis são assim designados porque em vez dos dispositivos de
nivelamento e apoio, estão equipados com rodas que permitem o seu deslocamento.
Normalmente estes andaimes são pré-fabricados (deve ser dada preferência), embora possam ser
constituídos estruturalmente por elementos à semelhança dos andaimes de pés fixos.
As rodas devem ser solidárias ao andaime e devem poder ser bloqueadas em rotação e
orientação. Quando as rodas não estiverem em utilização, os apoios em contacto com o solo não
devem permitir o deslocamento do andaime.

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Para trabalhos no interior de edifícios ou recintos com instalações em tensão, nomeadamente de


Postos de transformação e Subestações, as peças da estrutura e plataforma de trabalho deverão
ser em material isolante.

2.5.3 - Andaimes suspensos (Bailéus)

Do ponto de vista técnico definimos os andaimes suspensos móveis como construções auxiliares
suspensas por cabos que se deslocam verticalmente nas facahadas mediante um mecanismo de
elevação e descida accionado manualmente.
Utilizam-se para a realização de numerosos trabalhos em altura: acabamento de fachadas de
edifícios, rebocos, pinturas, etc, assim como para reparações diversas em trabalhos de reablitação
de edifícios.
Os elementos principais que constituem estes tipo de andaime são:

Fig16 - Andaime suspenso - vista geral

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Fig.17 - Conjunto de um andaime móvel. Perspectiva lateral e frontal

Plataforma - Estrutura formada por uma base de chapa galvanizada anti-deslizante sobre a qual
se situam a carga e as pessoas
Pescante - Elemento situado no telhado do edifício, onde engancha o cabo que suporta a
plataforma.
Aparelho de elevação - aparelho ancorado à plataforma leva o mecanismo que o fixa e desloca
através do cabo. Leva outro mecanismo acoplado, que actua sobre o segundo cabo que faz as
funções de cabo de segurança.
Cabo - Elemento auxiliar que ancora no pescante, serve para deslocar a plataforma em sentido
vertical. Existe um segundo cabo que faz as funções de cabo de segurança.

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Um Bailéu é constituído por uma plataforma nivelada por 2 ou 3 órgãos de suspensão e de


manobra, fixados a pontos de ancoragem ou a dispositivos de suspensão.
A plataforma tem normalmente um comprimento máximo até 8 m e uma largura mínima de 0,55
m, com as seguintes protecções contra a queda de pessoas:

 nos 3 lados exteriores, guarda-corpos, com uma guarda colocada a 1m da altura do


estrado e uma guarda intermédia a 0,45 m, e um rodapé com, pelo menos 0,15 m de
altura;

 no lado do trabalho, uma barra amovível colocada a 0,70 m de altura e um rodapé;

 os guarda-corpos devem ser suportados por montantes solidamente fixados ao


estrado, espaçados no máximo de 1,75 m.

O Bailéu pode ter 2 ou 3 órgãos de suspensão, constituídos cada um deles por um estribo, onde
assenta a plataforma, um guincho e um dispositivo pára-quedas. O guincho deverá conter um
dispositivo duplo de segurança que impeça a descida acidental da plataforma.
O dispositivo pára-quedas, normalmente incorporado no guincho, destina-se a suportar a
plataforma em caso de rotura do cabo de elevação ou de falha do guincho.
Os andaimes suspensos podem ser suportados por vigas em balanço, ganchos ou dispositivos
especiais de aço, tais como, tirantes ou braços de suspensão, desde que apoiados/fixados sobre
uma estrutura adequada.
Tanto os montadores como os trabalhadores que os utilizam devem preocupar-se constantemente
com a segurança da instalação sobre a qual trabalham.
Há que ter em conta que o andaime está perfeitamente construído e se seguiu uma série de
normas técnicas de montagem.

3 - RISCOS

3.1 - Escadas portáteis

 Queda de altura
 Choque com objectos na subida/descida
 Queda de objectos (a partir de pontos superiores)

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 Electrização ou electrocussão (na vizinhança de outras instalações em


tensão)

3.2 - Escadas fixas

O principal risco derivado do uso de escadas é a queda de níveis diferentes. Os principais


factores de risco são:
- rasto escorregadio, desgastado, não uniforme, etc
- contrarasto de altura não uniforme
- corrimão frouxo, débil ou inexistente
- desenho incorrecto por ser demasiado inclinadas, estreitas ou largas.
- variação da largura do degrau em escadas de caracol.

Também se pode verificar uma série de práticas inseguras ou existir condições pouco seguras,
destacando-se as seguintes:
- subir ou descer com pressa ou em grupo
- não utilizar o corrimão
- levar calçado inseguro
- visibilidade limitada por iluminação deficiente
- degrau saliente, com a consequente insegurança que gera nos utilizadores.

3.3 - Escadas fixas de serviço

O principal risco derivado do uso das escadas de serviço é a queda de altura nas seguintes
circunstâncias:
- na sua utilização normal de subida ou descida
- utilizando a escada levando cargas
- subir ou baixar de forma rápida
- falta de visibilidade

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- ao tentar alcançar zonas de trabalho distantes da zona da escada pode provocar


um desprendimento do centro de gravidade do operário originando seu
desequilíbrio e queda.

3.4 - Trabalhos em postes metálicos

 Queda de altura
 Choque com objectos na subida/descida
 Queda de objectos (a partir de pontos superiores)
 Projecção de objectos (em particular se o cabo se soltar durante o
desenrolamento)
 Electrização ou electrocussão (na vizinhança de outras instalações em
tensão)

3.5 - Trabalhos sobre coberturas ligeiras

Os principais riscos associados à realização de trabalhos sobre cobertas de materiais ligeiros,


claraboias, etc são:

Quedas em altura: ao subir ou descer da cobertura mediante escadas portáteis ou fixas; por
roptura de pontos frágeis que não suportam o peso de um homem, nomeadamente as cobertas;
pisar directamente sobre claraboias de insuficiente resistência; devido às condições atmosféricas;
aberturas não assinaladas e desprotegidas; desequilíbrios junto da periferia, quando desprovida
de guarda-corpos.

Queda de objectos ou de parte da cobertura sobre as pessoas: por acumular cargas excessivas
sobre as mesmas; ao pisar directamente sobre a superfície rompendo-se uma parte da mesma; por
contactos eléctricos com cabos acessíveis desde a cobertura.

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3.6 - Plataformas de trabalho

Os riscos mais importantes que se apresentam no uso de plataformas de trabalho elevadas são os
seguintes:
- Queda em altura de pessoas enquanto se encontram sobre a plataforma numa
posição elevada.
- Queda de objectos, ferramentas ou outros utensílios sobre as pessoas ou
equipas situadas por baixo da zona de operação.
- Embate entre alguma parte da plataforma e partes da própria carrinha como o
seu mastro ou contra estruturas, paredes ou tectos onde se desenrolam os
trabalhos
- Embate entre alguma parte do conjunto plataforma-carrinha e o solo como
consequência da sua inclinação ou tombo por circunstâncias diversas como
pode ser efectuar trabalhos em superfícies muito inclinadas.
- Contacto eléctrico directo ou indirecto com linhas eléctricas
- Quedas das pessoas ou da própria plataforma de trabalho contra objectos
móveis ou fixos situados na vertical da própria plataforma.

3.7 - Andaimes

3.7.1 - Andaimes de pés fixos

O trabalho em andaimes apresenta diversas situações de risco, de entre as quais se salientam as


seguintes:

 Queda de altura
 Choque com objectos na subida/descida
 Queda de objectos (a partir de pontos superiores )
 Electrização ou electrocussão (na vizinhança de instalações em
tensão).

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- Tropeçamento: quer em saliências das pranchas que geralmente constituem as


plataformas, quer em materiais mal acondicionados;
- Escorregamento: quer devido a produtos derramados, quer devido ao facto de
as pranchas constituintes das plataformas, indevidamente colocadas,
escorregarem;
- Queda: como consequência de qualquer dos casos anteriores ou por
desequilíbrio devido a operações executadas em posturas corporais
incorrectas;
- Queda de materiais: muitas vezes, os materiais colocados nas pranchas
constituintes das plataformas, quando não estão reunidas as condições de
protecção adequadas, podem ser projectadas. Refira-se ainda, por exemplo, os
riscos da utilização de um andaime defeituoso no que respeita a escadas,
plataformas, contraventamentos ou base de apoio.

O primeiro passo para a protecção dos riscos associados à utilização de andaimes é o seu
conhecimento. As causas mais frequentes de acidentes em/com andaimes são devidas a:

 Desequilíbrio ou afundamento do andaime, por:


 ausência ou deficiência no contraventamento ou no escoramento;

 ausência ou deficiência das fixações do andaime à edificação, nomeadamente quando


o andaime suporta aparelhos de elevação de cargas;

 cedência dos apoios, acções de forças exteriores;

 sobrecarga excessiva;

 material em mau estado;

 embate de veículos.

 má preparação da operação

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 Ruptura da plataforma de trabalho, por:


 sobrecarga excessiva ou insuficiente resistência da plataforma ou dos seus apoios;
 ausência de travessa de apoio intermédio;

 material em mau estado (deformação e falência dos elementos que a constituem);

 Queda por perda de equilíbrio do trabalhador, devido a:


 não utilização do equipamento individual de protecção contra quedas durante a
montagem e desmontagem do andaime;

 ausência ou não utilização dos meios de acesso;

 conduta insegura

 ausência ou ineficácia dos guarda corpos;

 plataforma com largura insuficiente ou espaçamento excessivo entre as tábuas que


formam a plataforma;

 distância excessiva entre a plataforma e a edificação.

 Queda de materiais, ferramentas ou ruptura do material


 queda dum elemento dum andaime durante a montagem ou desmontagem;

 desabamento ou afundamento do andaime;

 insuficiente protecção ou erro de operação;

 ruptura da plataforma;

 ausência ou deficiência nas escoras e no contraventamento;

 deficiente inspecção do material.

 Contacto dos trabalhadores (ou objectos que estes possam manusear) com os
condutores nus duma linha eléctrica aérea, por:
 não respeito das distâncias de segurança;

 ausência de protecções;

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 Deficiência do isolamento dos cabos das ferramentas eléctricas e do sistema de


iluminação.

3.7.2 - Andaimes de pés móveis

 Tropeçamento, em materiais mal acondicionados;


 Escorregamento do trabalhador em produtos derramados, ou
escorregamento da plataforma de trabalho;
 Queda em altura, como consequência de qualquer dos casos anteriores, na
subida/descida do andaime, ou por desequilíbrio devido a operações
executadas com posturas corporais incorrectas;
 Os resultantes da deslocação incontrolada do andaime
 Electrização ou electrocussão (na vizinhança de outras instalações em
tensão).

3.7.3 - Andaimes suspensos (Bailéus)

 Queda de altura
 Choque com objectos na subida/descida
 Queda de objectos
 Electrização ou electrocussão (na vizinhança de instalações em tensão).

O primeiro passo para a protecção dos riscos associados à utilização de bailéus é o seu
conhecimento. As causas de acidentes mais frequentes com bailéus são:

 Oscilação ou queda da plataforma, por:

 sobrecarga estática ou dinâmica excessiva;

 instabilidade do dispositivo de amarração;

 resistência insuficiente dos órgãos de suspensão, de manobra ou do dispositivo de


amarração;

 mau estado do material;

 mau funcionamento dos dispositivos pára-quedas.

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 Rotura da plataforma, por

 sobrecarga estática ou dinâmica;


 resistência insuficiente dos elementos que a compõem.

 Queda dos trabalhadores a partir do plataforma, por:

 ausência ou ineficácia dos guarda corpos;


 queda por cima do guarda corpos, a partir de um plano de trabalho
sobrelevado.
 deslocação da plataforma no acesso ou no abandono;
 deslocação da plataforma na sequência de um empurrão exercido por um
trabalhador situado na construção;
 abalroamento do andaime por uma carga que está a ser elevada.

 Queda dos trabalhadores durante a montagem e desmontagem do bailéu, por:

 falta de equipamento individual de protecção antiquedas.

 Queda de objectos

 a partir do andaime;
 a partir da edificação ou de um equipamento de elevação de cargas sobre o
bailéu.

4 - ENQUADRAMENTO LEGAL

Dada a evolução resultante da necessidade de adopção das medidas de protecção contra quedas
de altura face ao Decreto-Lei 348/93, de 1 de Outubro, regulamentado pela Portaria 988/93, de 6
de Outubro, do Decreto-Lei 128/93, regulamentado pela Portaria n.º 1131/93, alterados
respectivamente pelo Decreto-Lei n.º 139/95, de 14 de Junho, e Portaria n.º 109/96, de 10 de
Abril, e da adopção por Portugal das Normas EN 358:1995 e EN 361:1992 (Despacho IPQ
26/96, DR n.º 84/96, de 9 de Abril, Suplemento), para as Empresas, as principais consequências
são:

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 A necessidade de equipar os trabalhadores que trabalham em altura, com risco de queda,


com Sistema Antiquedas (arnês antiqueda e dispositivo pára-quedas) para além do cinto de
trabalho;

 A obrigação de preparar (formar e informar) os trabalhadores para a utilização destes


equipamentos;
 A obrigação atribuída ao empregador de zelar pela utilização efectiva destes equipamentos
de protecção.

A Portaria 1131/93, de 4 de Novembro (n.º 3.1.2.2) estabelece que “os EPI destinados a prevenir
as quedas de altura ou os seus efeitos devem conter um dispositivo de preensão do corpo e um
sistema de ligação que possa ser preso a um ponto de fixação seguro. Devem ser concebidos e
fabricados de modo que, quando utilizados nas condições previsíveis de utilização, o
desnivelamento do corpo seja o mais reduzido possível para evitar qualquer impacte contra um
obstáculo, mas sem que a força de travagem atinja o limiar da ocorrência de lesões corporais nem
o de abertura ou de ruptura de um componente do EPI susceptível de provocar a queda do
utilizador.

Devem, além disso, assegurar, terminada a travagem, uma posição correcta do utilizador,
que lhe permita aguardar o tempo razoável necessário para ser socorrido.”

(A Portaria não define qual o sistema)

A norma (NP) EN 358:1992  “Equipamento de Protecção Individual contra Quedas de Altura.


Sistemas de Amarração” define (números 1. e 3.3) “Sistema de Amarração” como sendo
constituído por componentes ligados entre si (cinto de trabalho e corda de amarração) para
formar um equipamento completo destinado a manter o trabalhador em altura e a impedi-lo de
cair em queda livre, realçando:

 que o sistema de amarração não deve ser utilizado para pára-quedas (número 1.).

 que os sistemas de amarração ao posto de trabalho são destinados a ser utilizados


pelos montadores de linhas bem como pelo outros trabalhadores preparados para
trabalhar em altura sobre os postes ou sobre outras estruturas em posição de
sujeição, de modo a possibilitar-lhes terem as mãos livres para a realização do

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trabalho. Os sistemas de amarração ao posto de trabalho não são previstos para serem
utilizados para pára-quedas (Nota do Capítulo 6, ponto 5 -2 b)

EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL (EPI) CONTRA QUEDAS DE ALTURA


(Respigado das normas e legislação aplicáveis)

Do Decreto-Lei n.º 348/93, de 1 de Outubro:

Artigo 5.º - Disposições Gerais

1 - Todo o equipamento de protecção individual deve:

a) Estar conforme as normas aplicáveis à sua concepção e fabrico em matéria de


segurança e saúde:

b) Ser adequado aos riscos a prevenir e às condições existentes no local de trabalho,


sem implicar por si próprio um aumento de risco.
...

Da Portaria n.º 988/93, de 6 de Outubro:

3.º Na escolha do equipamento de protecção individual a utilizar ter-se-á em conta a lista


constante do anexo II.

Anexo II  Lista indicativa e não exaustiva dos equipamentos de protecção individual

Protecção do corpo inteiro:

 Equipamentos de protecção contra quedas:

 Equipamentos ditos “antiquedas” (equipamentos completos, incluindo todos os


acessórios necessários para a sua utilização);

 Equipamentos com travão “absorvente de energia cinética” (equipamentos


completos, incluindo todos os acessórios necessários para a sua utilização);

 Dispositivos de preensão do corpo (cintos de segurança).

...

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Da Portaria n.º 1131/93, de 4 de Novembro:


3.1.2.2 - Prevenção das quedas em altura.  Os EPI destinados a prevenir as quedas de altura
ou os seus efeitos devem conter um dispositivo de preensão do corpo e um sistema de ligação
que possa ser preso a um ponto de fixação seguro. Devem ser concebidos e fabricados de modo
que, quando utilizados nas condições previsíveis de utilização, o desnivelamento do corpo seja o
mais reduzido possível para evitar qualquer impacte contra um obstáculo, mas sem que a força de
travagem atinja o limiar da ocorrência de lesões corporais nem o de abertura ou de ruptura de
um componente do EPI susceptível de provocar a queda do utilizador.

Devem, além disso, assegurar, terminada a travagem, uma posição correcta do utilizador,
que lhe permita aguardar o tempo razoável necessário para ser socorrido.

...

Da Portaria n.º 109/96, de 10 De Abril (altera a Portaria 1131/93, de 4 de Novembro):

Anexo IV  Declaração de conformidade CE:

1  A declaração de conformidade CE é o procedimento pelo qual o fabricante ou o seu


mandatário estabelecido na Comunidade emite uma declaração de acordo com o modelo
constante no número seguinte, que atesta que o EPI está conforme com as disposições da
presente portaria e do Decreto-Lei n.º 128/93, de 22 de Abril, a fim de a poder apresentar
às autoridades competentes.

2  O modelo de declaração de conformidade é o seguinte:

‘ O fabricante ou o seu mandatário estabelecido na CE declara que o EPI está conforme


com as Disposições do Decreto-Lei n.º 128/93, de 22 de Abril, que transpõe a Directiva
89/686/CEE, com a norma nacional que transpõe a norma harmonizada a nível
Europeu n.º... , é igual ao modelo que foi objecto de certificado CE de tipo n.º...,
emitido por ...

Do Decreto-Lei n.º 139/96, de 14 de Junho:

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Art. 11.º Até 1 de Janeiro de 1997 podem ser colocados no mercado e postos em serviço
os produtos conformes com os regimes de marcação em vigor até 1 de Janeiro de 1995.

Do Desp. IPQ 26/96 (DR 84/96, de 9 de Abril, Suplemento)

Publica a Lista das normas Portuguesas que adoptam as normas harmonizadas no âmbito
da aplicação da Directiva 89/686/CEE, alterada pelas Directivas do Conselho 93/68/CEE e
93/95/CEE, relativa a Equipamentos de Protecção Individual.

Da EN 358 : 1992  Equipement individuel de maintien au travail et de prévention contre les


chutes de hauter - Systèmes de maintien au travail (Equipamento individual de sujeição ao
posto de trabalho e de prevenção contra as quedas em altura - Sistemas de sujeição ao
posto de trabalho)

1. Domínio de aplicação  A presente norma especifica as exigências, os métodos de


ensaio, a marcação, a etiquetagem e a embalagem dos sistemas de amarração ao posto de
trabalho destinados a manter o trabalhador em altura e a impedi-lo de cair em queda
livre. Um sistema de amarração ao posto de trabalho não deve ser utilizado para pára-
quedas.

...

3.3 Sistema de amarração ao posto de trabalho  Um sistema de amarração ao posto de


trabalho é constituído por componentes ligados entre si para formar um equipamento
completo, pronto a ser utilizado para a amarração e manutenção no posto de trabalho.

...

Nota 2: Os sistemas de amarração ao posto de trabalho são destinados a ser utilizados


pelos montadores de linhas bem como pelo outros trabalhadores preparados para
trabalhar em altura sobre os postes ou sobre outras estruturas em posição de amarração,
de modo a possibilitar-lhes terem as mãos livres para a realização do trabalho. Os
sistemas de amarração ao posto de trabalho não são previstos para serem utilizados para
pára-quedas.

...

6. Instruções relativas à utilização à conservação, à marcação e à embalagem


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6.1 Instruções relativas à utilização

Instruções claras redigidas na língua nacional apropriada, relativas à montagem,


regulação e à utilização devem ser fornecidas com cada cinto de amarração ao posto de
trabalho (cinto de trabalho), corda de sujeição (posicionamento) e com cada componente
individual. As instruções devem conter as informações seguintes:

...

d) um aviso sublinhando que o equipamento não deve ser utilizado como pára-quedas.

Da EN 361 : 1992  Equipement de protection individuelle contre les chutes de hauter -


Harnais d’antichute (Equipamento de protecção individual contra quedas de altura ---
Arnês)

...

3. Definições

3.1 Arnês de pára-quedas: “ dispositivo de preensão do corpo destinado a parar uma


queda, isto é, componente de um sistema de pára-quedas. O arnês de pára-queda pode ser
constituído de correias, anéis, correntes e outros elementos, dispostos e ajustados de
forma apropriada sobre o corpo de um indivíduo para o reter durante uma queda e sustê-
lo.

Legislação e documentos pertinentes, aplicável aos Trabalhos em Altura


Decreto - Lei n.º 41/820, de 11 de Agosto de 1958
Decreto - Lei n.º 41/821, de 11 de Agosto de 1958
Portaria 702/80, de 23 de Setembro – Altera a portaria 53/71
Decreto – Lei n.º 441/91, 14 de Novembro – Lei Quadro de Segurança, Higiene e Saúde no
Trabalho
Portaria n.º 101/96, de 3 Abril
Decreto – Lei n.º 155/95, de 1 de Julho
Decreto – Lei n.º 141/95, de 14 de Junho

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Decreto – Lei n.º 331/93, de 25 de Setembro


Decreto - Lei 41821/58, de 11 de Agosto
Regulamento de Segurança no Trabalho da Construção Civil
Regulamento Geral de Segurança e Higiene do Trabalho dos Estabelecimentos Industriais

5 - MEDIDAS DE PREVENÇÃO

5.1 - Escadas portáteis

5.1.1 - Na colocação da escada apoio e estabilidade

 A escada deve ser colocada de forma a que a base fique apoiada em pontos
solidamente fixos, que a impeçam de deslizar.
 Em nenhuma circunstância a escada pode ficar assente sobre materiais soltos, caixotes
ou outros objectos que possam vir a provocar a sua instabiliade ou oscilação
 Sempre que não seja possível colocar a base dos montantes sobre um plano horizontal
fixo, devem usar-se estabilizadores ou pés reguláveis.
 Nos casos em que se verifique o risco de afundamento dos pés, devem ser usadas
bases de madeira com dimensões de pelo menos 20 x 20 cm.
 O apoio superior da escada deve ficar estável, devendo, para tal, verificar-se uma das
seguintes condições:
- Os dois montantes da escada ficam assentes em pontos de solidez não
duvidosa;
- A utilização dum dispositivo de adaptação ao apoio (berço), em "V", "U", etc.
- O último degrau fica encostado no "apoio".

Nota: Ter atenção se as superfícies de apoio da base e do topo da escada apresentam aderência
diminuída, por acção do gelo, musgo ou outra.

5.1.2 - Posicionamento da escada

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* Verificar se não há risco da escada tocar ou aproximar-se perigosamente de condutores


ou outras peças nuas em tensão (tomar em atenção que a distância de segurança aos
condutores ou peças nuas em tensão aumenta com o nível da tensão).

* Para assegurar o equilíbrio e estabilidade, as escadas devem ser colocadas de modo que
a relação entre o pé (distância da base da escada à vertical do apoio) e o comprimento da
escada esteja compreendida entre 1/3 e 1/4;

 No caso de colocar uma escada apoiada numa fachada ou estrutura, para


subida a um terraço ou plataforma, aquela deve ficar com cerca de 0,90
centímetros acima da referida estrutura.

5.1.3 - Fixação da escada

 O topo da escada deve ser seguro preferencialmente a pontos existentes,


solidamente fixos.
 Sempre que a escada não esteja fixa a partir do solo, na primeira subida (e
na última descida) deve ser mantida segura por um trabalhador colocado na
sua base.
 Não havendo no topo um ponto de amarração suficientemente sólido, deve
proceder-se à imobilização da escada a partir do solo.

Nota: Para trabalhos de curta duração e sem exigência de grandes esforços do utilizador,
aceita-se que um trabalhador colocado na base da escada possa servir como agente de
imobilização, impedindo os movimentos laterais desta e travando a base dos montantes com os
pés.

5.1.4 - Utilização da escada

Na subida (descida)

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 Na subida olhar sempre para cima, para evitar bater com a cabeça em
obstáculos que se encontrem no seu caminho.

 A descida deve ser sempre efectuada de frente para a escada. N ão passar


mais que um degrau de cada vez, nem saltar da escada para o solo.

 Na subida / descida as mãos devem estar livres; só assim é garantida a regra


dos 3 pontos de apoio: 1 mão + 2 pés, ou 2 mãos + 1 pé. As mãos devem
apoiar-se nos degraus para evitar o escorregamento em caso de quebra ou
falha de um degrau.

 Em trabalhos com operações frequentes de subida / descida recomenda -se a


instalação de um sistema antiquedas deslizante.

 Os materiais e ferramentas devem ser transportados numa bolsa ou


utilizando uma corda de serviço; em nenhuma circunstância devem ser
transportados nas mãos.

 Durante a utilização da escada não deve permanecer mais do que um


trabalhador sobre a mesma, excepto em circunstâncias de salvamento, em
que pode subir outro, para o resgatar.

 Durante as operações de subida / descida deverão ser suspensas as


actividades que possam colocar em risco o equilíbrio da escada ou da
pessoa que sobe / desce.

No posto de trabalho

 A altura da escada deve ser a suficiente de modo que o trabalhador não


necessite de subir para além do 4.º degrau a contar do topo.

 Concluída a subida, fixar o antiquedas num ponto solidamente fixo e


procurar a melhor posição para a execução do trabalho.

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 Prender-se com a corda de amarração (corda com regulador) em torno de um


ponto fixo cuja resistência foi previamente verificada.

 O corpo do trabalhador não deve ultrapassar lateralmente os montantes da


escada (excepto nas de encaixar) para não provocar a instabilidade da
mesma.

 As ferramentas ou equipamentos que estão a ser usadas não devem colocar-


se nos degraus; para tal, utilizar sacos, bolsas ou abraçadeiras com anéis.

5.2 - Escadas fixas

Na Tab.8 especificam-se as dimensões recomendadas das escadas distinguindo, por imperativos


construtivos, umas de acesso normal e outras de acesso rápido, tendo em atenção que estas
últimas só se montam quando não seja possível montar uma escada normal.

Tab.8 - Dimensões recomendadas das escadas

A representação gráfica das distintas cotas e das inclinações das escadas podem observar-se na
fig. 18

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Fig.18 -Representação gráfica das cotas de inclinações de escadas

Na fig.19 pode-se verificar a relação ideal entre degrau e contra-degrau

Fig.19 - Relação entre degrau e contra-degrau

É altamente desaconselhada a construção de escadas em que a forma de suster os degraus seja


montada sobre uma perna alta recta ou curva.
A construção e uso habitual de escadas de caracol deverá limitar-se, não só para emergências,
mas também para acessos normais de pessoas. As escadas redondas ou helicoidais são

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desfavoráveis à segurança pelo que se deve de evitar este tipo de desenho nos lugares de
trabalho.
Existem várias fórmulas para o cálculo dos degraus de uma escada, apresentando-se uma
possível:
1ª 2t + 1h = 63 a 65 cm
2ª 1t + 1h = 48 cm
3ª 1h - 1t = 12 cm
Sendo:
h = cobertor
t = espelho exterior

É aconselhável que cada lanço de escada não tenha mais de 10 ou 12 degraus.


Outros dados:
Área mínima de caixa de escada…………..10 a 12 m2
Largura: - escadas grandes…………………2,5 a 3,00 m
- escadas médias………………….1,5 a 2,00 m
- escadas pequenas……………….0,9 a 1,00 m
- escadas de serviço……………...0,6 a 0,90 m
Distância vertical entre dois patamares 2,5 a 3 m.

Escadas de caracol: degrau junto do centro, mínimo 6,0 cm


6n
Diâmetro centro = = 1,94 n
3,1416
Sendo «n» o número de degraus de uma volta completa

Na Tab.9 apresenta-se as dimensões recomendadas tendo em conta que só se empregarão para


acessos de serviço ocasionais e por pessoas autorizadas

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Tab.9 Dimensões recomendadas para escadas fixas de serviço

È recomendável a construção de um descanso cada 10 ou 12 degraus ou cada 2,5 m


aproximadamente de desnível vertical.

Largura das escadas

A largura das escadas também tem relação com o nível de segurança da mesma. Uma escada
demasiado estreita dificulta o movimento da pessoa, pelo que a largura mínima de uma escada de
uso normal é de 90 cm.
Em certos locais de trabalho a largura da escada é função do número de pessoas que a devem
utilizar, bem como condições de protecção contra incêndios, etc.

Corrimãos

Nas escadas com mais de quatro degraus recomenda-se o uso de um corrimão.

Fig.20 - Escada protegida com corrimão e por duas barras intermédias

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Iluminação

A iluminação mínima exigida a uma escada para ser utilizada com segurança é de 100 lux ainda
que este número pode variar em função da utilização a que está destinada e do número de
pessoas que a devem utilizar. O nível de iluminação dependerá da cor da escada sendo
recomendável que a cor das mesmas seja o mais claro possível.
Para locais que recebem público as escadas que podem servir de evacuação deverão ser dotadas
de sinalização. Adicionalmente em locais de espectáculos donde a iluminação natural não seja
suficiente, o eixo dos degraus deve ter iluminação própria de sinalização de 1 lux.
Como complemento às iluminações normais e especiais podem-se utilizar recobrimentos
fotoluminiscentes que tem a propriedade de armazenar a luz em condições normais e devolvê-la
ao ambiente quando haja falta da luz habitual. Brilham no escuro e servem para sinalizar vias de
evacuação, localização de equipas de emergência, etc.

Fig.21- Recobrimento de contra-degraus com pintura fotoluminiscente

5.3 - Escadas fixas de serviço

Selecção: deve haver uma selecção do pessoal que deve utilizar escadas fixas tendo em conta os
seguintes aspectos:
- compleição física adequada
- inexistência de antecedentes médicos sobre problemas de coração, vertigens,
enjoo ou outros impedimentos físicos.

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Formação: em muitos casos a sensação de medo que o operário se sujeita em um certo momento
que nem sobe nem desce, nestes casos o operário deve ser ajudado. As pessoas que tenham estas
tendências devem ser desqualificadas como usuários potenciais de escadas fixas.

Normas de utilização : Todo o trabalhador que deva usar escadas fixas de serviço deverá seguir
as seguintes normas de utilização.
- comprovar que a escada não apresenta defeitos e está livre de substâncias
resvaladiças, como o barro, óleo, gordura, gelo, etc
- não subir ou descer carregado de ferramentas ou materiais. Os materiais e/ou
ferramentas necessários devem-se subir ou baixar utilizando sistemas
apropriados.
- Situar o pé firmemente sobre cada degrau antes de transferir todo o peso a
cada um dos pés.
- Subir ou baixar tranquilamente sem pressas.
- Não utilizar calçado com tacões certificando-se que não tem gordura, barro, ou
outra qualquer substância deslizante.

Normas de desenho, construção e instalação: No caso de instalação em ambientes corrosivos


devem-se ter em conta o tipo de materiais construtivos da escada podendo debilitar-se pela
corrosão produzida por vapores ácidos dos fumos, etc.
As escadas que tenham mais de 6 metros de comprimento deverão dispor de uma jaula de
protecção situada a partir de uma altura de 2,50 m desde a plataforma ao solo e deverão ter um
diâmetro máximo de 0,60 m.
Para alturas superiores a 9 metros devem-se instalar plataformas de descanso cada 9 m.

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Fig.22 - Dimensões de segurança recomendadas com jaula de protecção

Todas as escadas cujo ponto de partida está num ponto alto deverão dispor de uma plataforma de
segurança protegida perimetralmente por uma estrutura ou outro sistema que evite possíveis
quedas.

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Fig.23 - Protecção de plataformas de escadas com ponto de partida alto

5.4 - Trabalhos em postes metálicos

5.4.1 - Utilização de equipamento de protecção individual

O trabalhador num posto de trabalho com risco de queda em altura, com um desnível superior a 3
metros, deverá utilizar um sistema antiquedas, para além do cinto de trabalho.
(Nota: o cinto de trabalho não é previsto para servir de pára-quedas).

O sistema antiquedas deve incluir:


1. um dispositivo de preensão do corpo do trabalhador (arnês ou arnês com cinto,
antiqueda), e

2a) um dispositivo de ligação a um ponto fixo de ancoragem, que pode ser:

- ou um amortecedor pára-quedas (ver Nota),

- ou um pára-quedas retráctil (possui um amortecedor de energia incorporado).

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2b) ou um dispositivo de ligação móvel sobre um suporte de ancoragem deslizante ao


longo de uma corda, de um cabo ou de uma calha.

Nota: sempre que o comprimento da ligação entre o ponto de ancoragem e o arnês do


trabalhador for superior a 1,20 m é obrigatório que o sistema pára-quedas possua um
amortecedor de energia .

5.4.2 - Antes de iniciar a subida

Verificar se os equipamentos de protecção individual estão correctamente colocados e


devidamente fechados com a dupla segurança.

5.4.3 - Na subida

O trabalhador deve estar sempre protegido com um sistema pára-quedas. A solução preconizada
é a descrita em 5.4.1 - 2b), recorrendo a um pára-quedas deslizante sobre uma corda, método que
se designa por "linha de vida".
À medida que vai progredindo, verificar o estado das peças em que se vai apoiar para subir ou
para se posicionar (verificar se oferecem solidez adequada, se estão em bom estado, se já estão
bem fixas, etc.). Em caso de dúvida o trabalhador não as deve utilizar.

5.4.4 - Montagem de corda "linha de vida"

a) Com o auxílio de estropos

- O primeiro trabalhador que sobe transporta consigo a extremidade da


corda linha de vida, presa à argola frontal do arnês através de um
amortecedor pára-quedas.

No solo, a corda linha de vida passa atr avés de um dispositivo de


travagem, preso a um ponto fixo de rigidez adequada (por exemplo no

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TRABALHOS EM ALTURA

outro pé da torre), controlado por outro trabalhador que permite a


passagem gradual da corda à medida que o trabalhador na torre vai
subindo.

Um trabalhador no solo controla a extremidade livre da corda, impedindo


que esta se escape em caso de queda do trabalhador que sobe.

- Iniciada a subida por um dos ângulos da torre, à m edida que vai


progredindo em altura o trabalhador prende espaçadamente,
aproximadamente de 2 em 2 metros, nos nós da torre um estropo com um
mosquetão, fazendo passar dentro deste a corda linha de vida.

Para colocar o estropo o trabalhador deve prender -se previamente com a


corda de amarração do seu cinto de trabalho.

b) Com a vara telescópica e gancho

. Com a corda linha de vida presa ao gancho


na extremidade da vara telescópica, o
trabalhador prende-o na torre tão alto
quanto a vara o permitir.

 Em seguida o trabalhador prende-se à corda


linha de vida com o seu pára-quedas
deslizante e inicia a subida até à altura do
gancho.

 Se ainda não está na altura do posto de


trabalho, o trabalhador amarra-se com a sua
corda de amarração e com o auxílio da vara
telescópica volta a prendê-lo mais acima.

 O trabalhador desamarra-se e continua a

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subir ligado à corda linha de vida, rep etindo o passo anterior tantas vezes
quanto necessário até chegar ao posto de tr abalho.

Chegado à altura do posto de trabalho, o


trabalhador:

* prende-se com a corda de amarração do cinto


de trabalho

 prende-se com o amortecedor pára-quedas


(ou com o pára-quedas retráctil) a um ponto
escolhido, tendo em conta a tarefa que vai
executar (o ponto de ancoragem pode ser
fixo ou móvel num plano horizontal).

 desliga-se da corda linha de vida e prende-a


a um ponto de ancoragem para possibilitar a subida de outros
trabalhadores,

 O segundo trabalhador a subir prende o seu pára-quedas deslizante à corda linha de


vida e à medida que vai subindo, vai libertando a corda dos mosquetões (se tiver sido
adoptado o método dos estropos).
Uma vez chegado ao posto de trabalho prende-se com o sistema antiquedas.

 Se subirem mais trabalhadores, a subida faz-se directamente com o pára-quedas


deslizante sobre a corda.

 Para a descida seguem os passos pela a ordem inversa da anteriormente descrita.

5.4.5 - No posto de trabalho

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 Existem duas ligações distintas, com as funções de:

a) amarração (sujeição e posicionamento) que o trabalhador utilizará


quando tiver de se amarrar para ficar numa posição estável e com as
mãos livres para executar o trabalho.

b) protecção contra quedas, assegurada por um sistema antiquedas, que


deverá ser fixado da seguinte forma:

 No trabalhador: na argola de fixação dorsal do arnês, ou na argola


sobre o externo, mas nunca ao nível da cintura;

 Do lado da ancoragem: o ponto de ancoragem deve ficar a uma altura


tal que o amortecedor pára-quedas não prejudique ou atrapalhe o
trabalho e possa cumprir a sua missão. Em caso de queda, a altura desta
deve ser o mais reduzida possível e, claro, sempre inferior à distância a
qualquer obstáculo que fique por baixo do posto de trabalho (o que
condiciona o tipo de dispositivo pára-quedas a utilizar).

Atenção: Quando forem utilizadas em simultâneo as duas ligações(sistema


antiquedas e corda de amarração), o trabalhad or deve ter em atenção que não
fiquem fixadas a pontos de ancoragem localizados em estruturas distintas, que
possam eventualmente separar-se por algum motivo durante a realização do
trabalho (por exemplo, devido a sobreesforços de desenrolamento de
condutores, ou de afastamento de condutores, montagem de novos equipame ntos
ou estruturas ...)

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Fig.24 - Posição de trabalho com sistema antiquedas

5.5 - Trabalhos sobre coberturas ligeiras

 Verificar de que material é feita a cobertura e o seu grau de robustez.

 Em coberturas inclinadas ou cuja superfície ofereça perigo de escorregamento, utilizar


escadas de telhador ou tábuas de rojo.

 Em telhados de fraca resistência aplicar plataformas robustas e apoiadas em locais


sólidos, no sentido de distribuir o peso do trabalhador por uma maior superfície.

 Impedir que o trabalhador se apoie em pontos frágeis.

 Colocar guarda-corpos e tábuas de pé na periferia da cobertura, quando os trabalhos se


desenvolvam neste local.

 Sinalizar e delimitar as aberturas com guarda-corpos

 Em trabalhos de curta duração, a utilização de equipamento de protecção antiquedas


poderá ser suficiente.

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5.5.1 - Organização do trabalho

Antes de se efectuar qualquer trabalho é necessário efectuar um estudo prévio sobre a coberta
ligeira pela empresa responsável das obras a realizar que segundo as condições da mesma (tipo,
inclinação, medidas de protecção existentes, etc) desenha um sistema de trabalho, medidas de
acesso seguro, equipamentos de protecção individual necessários e a forma de usá-los.

As condições climatéricas têm muita influência neste tipo de trabalho. É proibido trabalho em
telhados húmido ou molhados Não se devem realizar trabalhos se as condições atmosféricas não
o permitirem, em particular com vento. Como regra geral não se trabalha com velocidade do
vento superior a 50 Km/h, devendo-se tirar qualquer material ou ferramenta que possa cair da
cobertura.

Usar sempre tábuas com frisos de madeira (anti-derrapante) com espessura igual ou maior que
2”, e sem presença de nós, para circulação transversal; caso não tenha onde prender o cinto de
segurança, instalar o que chamamos de “linha da vida”, o que significa fixar firmemente um cabo
de aço ou corda (diâmetro mínimo ¾”) de uma extremidade do telhado à outra o qual tem a
finalidade de servir de fixação do cinto; nunca concentrar cargas em pontos do telhados, sempre
distribui-lo

5.6 - Plataformas de trabalho

a) Considerações de uso

Quando uma carrinha elevadora é utilizada com uma plataforma de trabalho, esta deverá estar
desenhada para o efeito. Destaca-se as medidas de segurança da plataforma de trabalho e da
carrinha independentes, possuindo a plataforma comandos de controlo autónomos incorporados.

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b) Plataforma de trabalho

A plataforma de trabalho deve estar desenhada de forma segura, fabricada de material seguro, de
resistência adequada e mantida limpa. Recomenda-se que levem acopladas uma bandejas porta
objectos situadas preferencialmente na parte dianteira evitando desta forma que as ferramentas
caiam sobre a superfície da plataforma.
Capacidade de carga: O peso da plataforma conjuntamente com a pessoa, ferramentas,
materiais, etc. não deve superar metade da carga máxima de elevação tomando como base os
dados do fabricante.
Carga máxima admissível: sobre a plataforma deve ser afixado uma placa indicando o seu
próprio peso, a carga máxima admissível (aconselha-se que não ultrapasse os 300 Kg) e a
categoria da carrinha que a pode utilizar. Recomenda-se não utilizar carrinhas elevadoras com
uma capacidade de carga inferior a 1500 Kg.
Altura de trabalho: a altura máxima de trabalho deve-se limitar, por exemplo a 5 metros.
Dimensões: as dimensões da base da plataforma deverão ser o mais pequenas possível
compatível com o número máximo de pessoas que devem trabalhar sobre a mesma e que em
qualquer caso permita realizar os trabalhos adequadamente. As dimensões mais comuns são de
1000x800 mm e de 1000x1000 mm. A altura da parte traseira mais próxima do mastro deve ser
de 1900 mm como mínimo.
Número máximo de pessoas: recomenda-se o número máximo de pessoas a transportar não
excederá dois.

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Fig.25 - Plataforma elevatória


1- Zona de protecção ao mastro
2- Comandos de controlo
3- Corrimão
4- Barra intermédia
5- Rodapés
6- Zona de encaixe elevatória

c) Características dos comandos de controlo autónomo das plataformas de trabalho

Os comandos mais importantes a instalar serão os de subida e descida da plataforma e dos


comandos de emergência, um de paragem do movimento e outro para baixar a plataforma em
caso de avaria ou qualquer tipo de emergência. O comando de subida e descida da plataforma
estará desenhado e situado de forma que não pode ser accionado inadvertidamente e ser do tipo
manivela de homem morto ou seja deve ser accionado ou pressionado de forma contínua para
efectuar os movimentos de subida ou descida,.
O sistema de paragem de emergência do movimento da carrinha deve funcionar automaticamente
devendo estar encravado com o do movimento da carrinha para assegurar que não pode ser
ultrapassada uma velocidade máxima de segurança de 2,5 Km/h enquanto a plataforma está em
posição elevada.

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O comando de emergência deve permitir baixar a plataforma em caso de avaria ou qualquer outro
tipo de emergência. Este comando deve estar situado preferencialmente ao nível do solo e estar
desenhado de forma que seja impossível accioná-lo acidentalmente.
Em lugares de trabalho ou áreas de trabalho submetidas a ruído elevado deverá dispor-se de um
sistema de comunicação, por exemplo intercomunicadores de rádio, entre o condutor da carrinha
e os operários situados sobre a plataforma de trabalho. Também neste caso será necessário que se
disponha de um sistema de atenção complementar como uma buzina caso exista uma
emergência.

5.7 - Andaimes

5.7.1 - Andaimes fixos

a) Na montagem / desmontagem do andaime

 Durante os trabalhos de montagem e desmontagem de andaimes, os


montadores e demais trabalhadores devem usar os necessários equipamentos
de protecção individual, nomeadamente para trabalhos em altura.

 As bases reguláveis dos prumos devem assentar sobre apoios sólidos e


estáveis, tais como, escoras (pranchões ou vigas) de madeira, tendo em vista a
melhor distribuição de cargas no solo.

 Os prumos devem ser travados junto ao solo. Se o declive do terreno exceder


30% devem ser enterrados, no mínimo, 20 cm.

 Na elevação das peças constituintes dos andaimes deverão ser usados meios
mecânicos, tais como, gruas e aparelhos de guindar.

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 Na montagem dos andaimes não se deve iniciar o tramo superior sem estarem
terminados os níveis inferiores com todos os elementos de estabilidade.

 Os elementos de união,  abraçadeira, junta de empalme e cavilha de encaixe


 devem encontrar-se devidamente apertados/justapostos, promovendo a
melhor fixação entre as restantes peças do andaime.

 Todos os elementos constituintes de um andaime que denotem alguma


deficiência devem ser substituídos de imediato.

 Os andaimes de construção devem ser fixados à edificação, ou a outra


estrutura fixa existente, tendo em vista a necessidade de contraventamento da
estrutura.

 Nos andaimes devem instalar-se redes de protecção, para evitar que a


projecção de detritos ou queda de materiais possa atingir outros trabalhadores
ou pessoas que passem nas imediações.

b) Plataformas de trabalho

 Nas plataformas de trabalho, tendo em vista, fundamentalmente, a protecção dos


utilizadores devem montar-se as protecções regulamentadas: guarda-corpo simples, a
cerca de 1 metro de altura do piso, uma guarda intermédia e o rodapé, com cerca de 15
cm.

 As plataformas de trabalho, deverão ter a largura suficiente, encontrando-se para isso


as travessas de apoio totalmente preenchidas.

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 No caso de utilização de tábuas de pé, estas serão no mínimo 4 nos andaimes de


construção e 2 nos andaimes de conservação, devendo ter um trespasse de 35 cm para
cada lado dos seus apoios extremos (travessas de apoio do andaime).

 A espessura das tábuas de pé constituintes das plataformas de trabalho devem ser no


mínimo de 4 cm.

 A distância que separa a plataforma de trabalho no andaime do paramento vertical da


edificação não deverá ser superior a 20 centímetros.

 O acesso entre plataformas de trabalho, nos andaimes, deve ser feito por
escadas montadas em estruturas independentes, que permitam uma transposição
fácil dos vãos a vencer.

c) Utilização

 Nas plataformas de trabalho, só é permitido o armazenamento do material de


utilização imediata para evitar sobrecargas e roturas da plataforma.

 Sempre que na utilização de andaimes os equipamentos de protecção colectiva


não sejam eficazes ou a sua montagem não seja possível, os trabalhadores
devem usar meios de protecção individual (arnês + sistema pára -quedas).

 Terminado o período de utilização dos andaimes e até à sua desmontagem


completa deve ser afixada na zona ou local de acesso uma placa visível com a
seguinte informação:

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ANDAIME DESACTIVADO
PROIBIDA A UTILIZAÇÃO
INÍCIO DE DESMONTAGEM
DD.MM.AAAA

d) Trabalhos na proximidade de condutores eléctricos nus em tensão

 Sempre que exista necessidade da montagem de andaimes junto de condutores


ou peças nuas em tensão devem ser respeitadas as distâncias de aproximação,
que para o caso de trabalhadores comuns (não electricistas) são:

TENSÃO DISTÂNCIA

Até 60 kV 3m

U> 60 kV 5m

 Quando esta distância não possa ser cumprida os condutores ou peças nuas em
tensão devem ser convenientemente afastados ou protegidos com protectores ou
anteparos, operações a realizar por pessoal especializado.

 Sempre que se efectuem trabalhos com andaimes na proximidade de condutores ou


peças nuas em tensão, estas devem ser sinalizadas de forma a torná -las mais visíveis
para evitar a aproximação dos trabalhadores ou de objectos que estes possam
manusear.

* A estrutura dos andaimes deve ser ligada à terra de protecção.

e) - Outras considerações
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- Proceder sempre a montagem de qualquer andaime, por um estudo


pormenorizado que tenha em conta, nomeadamente, a natureza do trabalho a
que se destina, os condicionalismos introduzidos pela construção pré-
existente, os constrangimentos impostos pelo programa de trabalhos, as
condições da envolvente próxima e as restrições introduzidas pelo tipo de
estrutura disponível.
- Preparar elementos desenhados e escritos suficientemente pormenorizados e
claros que permitam a execução da montagem, exploração e desmontagem, de
um modo preciso sem dar origem a equívocos.
- Destacar para a montagem operários experientes e enquadrá-los por chefias
que conheçam bem o sistema de andaime a ser utilizado.
- Instruir suficientemente os utilizadores sobre os limites de estabilidade e
rotura da estrutura disponível e bem assim do modo correcto como se devem
servir dela.
- Utilizar, apenas, bases de assentamento das estruturas com dimensões
suficientemente largas que permitam degradar a carga.
- Se se usar uma base suplementar para aumenta a superfície de apoio, ou
nivelar a estrutura, ou ainda aumentar ligeiramente a altura, aquela deverá ser
suficientemente sólida e estável.
Obs: A utilização de blocos de cimento, tijolos ou qualquer elemento
semelhante deverá ser absolutamente interdita pelo risco de fractura frágil
associada a tais elementos. A madeira em bom estado e com espessura
suficiente, assim como apoios fabricados em betão armado, deverão ser
elementos de eleição
- Comprovar a compactação e coesão do solo quando o apoio do andaime é aí
feito, de modo a prevenir futuros aluimentos ou afundamentos.
- Se a zona de apoio do andaime no solo estiver perto de um talude ou vala, ou
se ainda, tendo presente o programa de trabalhos, for previsível a abertura
posterior de tais elementos, delimitar o terreno por elementos de contenção

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que garantam a sua estabilidade. Em alternativa, executar fundações tão


profundas quanto aqueles condicionalismos o exijam.
- Vedar provisoriamente a área de montagem do andaime, sendo que o espaço
interdito à passagem e permanência de pessoas deve estar de acordo com a
altura da estrutura. Na prática, e nas montagens junto a edifícios pré-
existentes, vedam-se todas as passagens sob o andaime ou constroem-se
passadiços com coberturas sólidas. Veda-se ainda uma área de segurança em
volta da base do andaime (nunca inferior a dois metros de lado).
- Arrumar previamente as partes constituintes do andaime na zona contígua à
sua montagem, separadas por tipos e tamanhos, e empilhadas de modo a
garantir a sua não deterioração.
- Tomar cuidado para não misturar peças de vário fabricantes, a não ser que se
tenha verificado que as dimensões, geometria e espessura são coincidentes.
- Rejeitar todos os elementos que apresentem fissuras, falta de geometria
adequada, descontinuidade nas soldaduras ou pontos de ferrugem
significativos.
- Só utilizar peças em madeira perfeitamente desempenadas, que mantenham
secção constante, não apresentem fissuras que afectar a sua resistência e sejam
provenientes de árvores cortadas em verde (árvores vivas). Além disso, a
madeira deve ser de qualidade adequada (em princípio proveniente de
resinosas).
- Rejeitar as peças de madeira que possuam nós soltos ou agrupados, assim
como as que se apresentem pintadas ou com qualquer outro tipo de
recobrimento que interfira com a inspecção visual daquele elementos.
- Utilizar madeiras tratadas com produtos químicos apenas quando não houver
risco de contaminação com o referido produto e desde que aquele não tenha
tornado a madeira escorregadia.
- Não permitir a utilização de madeira que já tenha servido como elemento de
cofragem.

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- Respeitar sempre a sequência de montagem, incluindo, como é óbvio, os


meios de acesso previstos.
- Não passar de nível de montagem sem que estejam colocados os elementos
mínimos de segurança que permitam a realização do trabalho.
- Para garantir a estabilidade do andaime fazer a sua ancoragem a cada 20 m2 de
estrutura montada ou sempre que a altura do andaime livre seja superior a 4
vezes a aresta menor da base.
- Executar as ancoragens em elementos resistentes e independentes da estrutura
a montar. Se se utilizar para a amarração a estrutura da obra, ter o cuidado de
verificar se a ancoragem é suficientemente sólida e se se mobiliza a parte
resistente da construção.
Obs: As "buchas" com expansão só poderão servir como ponto de ancoragem
se houver a garantia que a expansão se dá no interior de um material
suficientemente resistente (betão armado, granito, etc)
- A ancoragem deverá garantir a verticalidade do andaime e "travar" o seu
movimento em todos os sentidos. Deste modo, e se se usarem "esticadores"
utilizar um elemento rígido (madeira, por exemplo) devidamente
dimensionado que impeça o deslocamento no sentido da amarração.
- Se se previr a utilização de lonas ou redes de protecção, fazer o cálculo de
resistência da ancoragem, tendo em conta o sobreesforço introduzido no
andaime em consequência da maior resistência do conjunto ao vento.
- Se as partes, constituintes do andaime forem içadas por intermédio de poleias
fixá-las, apenas, em locais previstos no projecto. A força aplicada para o
içamento por este método, quer seja mecânica, quer seja manual, só poderá ser
exercida a partir de uma plataforma exterior ao andaime a montar.
- Ligar a estrutura dos andaimes metálicos ou mistos à terra por cabo condutor
de diâmetro superior a 6 mm. Nos casos de andaimes de grande envergadura,
ou sempre que existam razões para duvidar da continuidade eléctrica da
estrutura, executar ligações suplementares que garantam a equipotencialidade
de todo o conjunto metálico.

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- Promover a utilização de cintos de segurança por parte do pessoal encarregado


da montagem, sempre que tenha de permanecer ou de se deslocar em locais
não protegidos contra queda de pessoas. A amarração deste equipamento
deverá ser feita preferencialmente num ponto mais elevado que o plano de
trabalho e em local exterior ao andaime a montar.
- Os estrados de trabalho deverão ser planos e nevelados, admitindo-se
excepcionalmente uma inclinação máxima de 15 %, devidamente sinalizada.
- A largura do piso deverá ser igual ou superior as 60 cm, não sendo de admitir
aberturas, entre tábuas ou plataformas, superiores a 1 cm.
- A distância máxima entre os apoios contíguos dos vãos deverá estar de acordo
com as características resistivas das plataformas e das cargas previsíveis. No
entanto, e na prática, não deverá ser ultrapassada a distância de 2,5 m.
- Se se utilizarem madeiras sobrepostas, esta sobreposição deverá ser de, pelo
menos, quatro vezes a espessura da prancha e nunca superior a 20 cm.
- Garantir a prisão quer das partes construtivas da plataforma entre si, quer desta
aos apoios. Quando se utilizem travessões metálicos munidos de gancho,
aqueles deverão ter secção do tipo "meia cana" e o seu aperto, por intermédio
de "porca", deverá ser feito pela parte inferior.
- O afastamento da plataforma de pé à estrutura de construção não deverá ser
superior a 20 cm. Se tal não for possível, colocar as protecções como se de um
vão livre se tratasse.
- Os acessos aos andaimes deverão ser feitos preferencialmente por torres
exteriores ou pela estrutura já construída se tal for possível e seguro. Em
alternativa, os acessos deverão ser feitos pelo interior do próprio andaime.
- Os acessos construídos no interior do andaime implicam obrigatoriamente a
construção de "alçapões" a abrir para cima, nas tábuas de pé, guarnecidas no
perímetro da abertura por aro metálico que deverá funcionar como batente
eficaz.

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TRABALHOS EM ALTURA

- Os "alçapões" deverão ter as dimensões de +/- 40 cmx60 cm, devendo a


respectiva portinhola possuir dobradiças ou outro elemento que possibilita a
sua abertura mas que não permita a sua remodelação fácil.
- As portinholas de acesso, que poderão ser de uma ou duas folhas, deverão
constituir conjuntos sólidos oferecendo as mesmas características de
resistência que o restante piso do andaime.
- As aberturas de acesso vertical nos andaimes deverão estar dispostas de tal
modo que a perpendicular de uma não coincida com as que lhe estão
imediatamente subjacentes.
- Os acessos verticais, entre pisos, serão feitos por escadas de mão solidamente
presa na extremidade superior.
- Ao contrário do que é recomendado para a utilização genérica de escadas de
mão, nos acessos verticais dos andaimes a parte superior da escada não deverá
sobrepassar a cota do piso a que dá acesso.
- Na zona dos acessos verticais e no vão que fica acima do guarda-corpos,
deverá ser colocado um elemento de protecção adicional (tipo corrimão) que
proteja a parte lateral da escada.
- Nos casos gerais, considera-se que uma plataforma de trabalho de andaime
possui protecção suficiente quando todos os vãos livres apresentem um rodapé
ou guarda cabeças com altura mínima de 15 cm, um guarda corpos intermédio
a 45 cm de altura e, ainda, um guarda corpos a uma altura de +/- 100 cm.
- Todos os utentes de um andaime deverão conhecer as regras básicas da sua
utilização, nomeadamente no que diz respeito à capacidade, restrições de uso,
colocação de acessos, etc.
- Não permitir a acumulação de cargas importantes numa zona restrita do
andaime, nem tão pouco sujeitar a estrutura a esforços para as quais não está
preparada.
- Não permitir retirar quaisquer elementos de segurança ou sustentação do
andaime. Nos casos excepcionais em que tais operações se justifiquem, o
trabalho deverá ser supervisionado por pessoa responsável, sendo que os

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TRABALHOS EM ALTURA

elementos retirados deverão ser repostos nas condições iniciais logo que
possível.
- Se alguma parte do andaime, ou a sua totalidade, ficar momentaneamente
desprotegida, o acesso à área em causa deverá ser condicionado aos
trabalhadores encarregados de repor as condições de segurança.
- Nas operações de soldadura a electroarco é proibida a utilização da estrutura
do andaime como "massa".
- Em princípio, não permitir a utilização de "fogo aberto" nos andaimes de
madeira ou mistos. Se sobre o andaime se executam operações que envolvam
fogo, dever-se-á fazer a protecção dos elementos combustíveis, com mantas
ignífugas ou outro material eficaz. Junto deverá existir um extintor de
incêndios adequado.
- Nos andaimes com acesso de alçapão este deverá estar fechado sempre que
não estiver a ser utilizado. Compete ao utilizador do acesso a obrigação de o
fechar logo que possível.
- Os pisos dos andaimes deverão manter-se isentos de detritos que possam
provocar desequilíbrio a quem os utilize. A periodicidade das limpezas está
dependente do tipo de trabalhos que se estão a executar. Deverá ser tal que,
permanentemente, se mantenham condições seguras nas plataformas que estão
a ser utilizadas e ainda que a acumulação de detritos nas restantes não
sobrecarregue a estrutura, nem crie o risco de queda acidental de material para
o solo ou outras plataformas.
- Não será permita a anulação, transferência ou fragilização das amarrações dos
andaimes sem que tal seja expressamente autorizado por pessoa responsável.

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5.7.2 - Andaimes de pés móveis

a) Na montagem / desmontagem do andaime


 Durante os trabalhos de montagem e desmontagem de andaimes, os
montadores e demais trabalhadores devem usar os necessários equipamentos
de protecção individual, nomeadamente para trabalhos em altura.
 As rodas montadas nos andaimes de pés móveis deverão obrigatoriamente
estar equipadas com um sistema de travão que impeça o deslocamento do
andaime.
 Para aumentar a segurança e facilitar o deslocamento do andaime, o diâmetro
das rodas não deve ser inferior a 150 mm, para andaimes de altura até 6 m, e
200 mm para alturas superiores.
 Na base, ao nível das rodas, devem ser montadas barras estabilizadoras em
diagonal, para tornar o conjunto indeformável e mais estável.
 As plataformas de trabalho deverão ter a largura máxima que a estrutura do
andaime permitir, nunca inferior a 60 cm, para torná-las mais seguras e
operacionais.
 Os andaimes apoiados sobre rodas devem respeitar sempre a condição de
estabilidade e segurança h/l  3,5, em que as dimensões h e l são,
respectivamente, a altura da plataforma de trabalho ao solo e a menor
dimensão da base de sustentação (l > 1 m)
 Podem no entanto utilizar-se andaimes mais altos, desde que sejam colocados
estabilizadores na base do andaime, sendo então o valor de l a menor dimensão
da distância entre as sapatas dos estabilizadores medida em planta. A
utilização de escoras ligadas por elementos rígidos à base do andaime permite
aumentar a altura da estrutura.
 Se o andaime for amarrado a uma superfície fixa ao longo da altura, aquela
relação pode ir até h/l  7.

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 As plataformas de trabalho montadas sobre os andaimes móveis devem estar


protegidas, em todo o perímetro, com guarda-corpos simples, colocado a cerca
de 1 metro de altura, guarda intermédia e rodapé, com cerca de 15 cm.
 Nos andaimes de pés móveis pré-fabricados, não é permitida a substituição da
plataforma de trabalho própria por outra de tipo diferente nem por pranchas.
 O acesso às plataformas deve ser realizado pelo interior do andaime através de
uma abertura e escadas.

b) - Utilização

 Os andaimes apoiados móveis, sempre que não se encontrem em


movimentação devem ser travados, através da acção de estabilizadores
ajustáveis e/ou o accionamento do travão nas rodas giratórias.
 Os materiais necessários à execução dos trabalhos devem ser distribuídos
sobre a plataformas, evitando sobrecargas que originem desequilíbrios e/ou
deslocamentos acidentais da estrutura do andaime.
 Não é permitida a execução de emulsões/massas directamente sobre as
plataformas de trabalho, evitando-se superfícies escorregadias, que possam
originar quedas.
 No final de cada jornada de trabalho todos os materiais devem ser retirados,
efectuando-se a limpeza necessária das plataformas de trabalho.
 Não é permitida a utilização de cavaletes nas plataformas de trabalho de
andaimes móveis.
 É proibido transportar pessoas e/ou materiais sobre os andaimes durante o
deslocamento da estrutura.
 É proibido arremessar materiais a partir das plataformas de trabalho. As cargas
e materiais devem ser içados e descidos com o auxilio de roldanas
devidamente fixadas a uma estrutura rígida.
c) - Trabalhos na proximidade de condutores eléctricos nus em tensão

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TRABALHOS EM ALTURA

 Sempre que exista necessidade da montagem de andaimes j unto de condutores


ou peças nuas em tensão devem ser respeitadas as distâncias de aproximação,
que para o caso de trabalhadores comuns (não electricistas) são:

TENSÃO DISTÂNCIA

até 60 kV 3m

U> 60 kV 5m

 Quando esta distância não possa ser cumprida os condutores ou peças nuas em
tensão devem ser convenientemente afastados ou protegidos com protectores
ou anteparos, operações a realizar por pessoal especializado.
 Sempre que se efectuem trabalhos com andaimes na proximidade de
condutores ou peças nuas em tensão, estas devem ser sinalizadas de forma a
torná-las mais visíveis para evitar a aproximação dos trabalhadores ou de
objectos que estes possam manusear.
 A montagem de andaimes construídos em materiais isolantes pode ser uma
possibilidade a considerar nos trabalhos na proximidade de peças em tensão.

5.7.3 - Andaimes suspensos (Bailéus)

a) - Na montagem / desmontagem do andaime

 O espaçamento máximo entre dois dispositivos de guindar será de 3 metros,


devendo ser accionados simultaneamente durante a movimentação do andaime,
de modo a manter sempre a horizontalidade da estrutura.
 É proibida a ligação de módulos parcelares constituindo andaimes suspensos
pesados com comprimento superior a 8 metros, devendo a(s) respectiva(s)
articulação(ões) ser feita com fechos de segurança.

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TRABALHOS EM ALTURA

 Considerando a carga máxima que o andaime deve suportar, deve -se realizar
um ensaio estático, realizado a baixa altura, com uma carga de 5 vezes a carga
máxima de trabalho durante 1 hora.
 No caso do andaime ser içado através de motores, o prévio dimensionamento
será testado com um acréscimo de 20 % à carga máxima de trabalho,
simulando a avaria em cada um dos guinchos.
 Na recepção, em obra, deve fazer-se uma vistoria cuidada de todos os
elementos constituintes do(s) andaime(s) suspenso(s). Deve ser fornecido pelo
instalador um certificado de instalação e ensaio do bailéu.
 Antes do início dos trabalhos deve ser colocado, bem visível no interior do
bailéu, o sinal de "protecção individual obrigatória contra quedas".

b)- Utilização

 Nos trabalhos em bailéus os trabalhadores devem usar em permanência um


sistema antiquedas (arnês + dispositivo pára-quedas) ligado a um cabo de
segurança fixado na construção, em ponto independente da estrutura de
suporte do andaime.
 Na posição de trabalho, a fim de evitar movimentos oscilatórios, os andaimes
suspensos devem ser convenientemente fixados à construção.
 A carga máxima de utilização do bailéu deve ser escrupulosamente respeitada
e as cargas devem ser distribuídas sobre todo o comprimento da platafo rma.
 Sobre a plataforma não se deve saltar, nem lançar ou arrastar objectos
pesados.
 Não é permitido aos utilizadores debruçarem-se em demasia ou treparem sobre
os guarda-costas.
 As protecções colectivas (guarda-corpos e rodapé) do lado exterior nunca
devem ser retirados. Do lado interior, se for imprescindível retirar o guarda -
corpos, tal só poderá ser feito depois do bailéu ter sido fixado à construção.

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DATA: 10/05/2003
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TRABALHOS EM ALTURA

Reciprocamente, o bailéu só deve ser solto da construção depois de recolocado


o guarda-corpos.
 A movimentação do bailéu deve ser lenta e em simultâneo, para que a
plataforma seja mantida sensivelmente na horizontal. Não deixar nenhum dos
cabos dos guinchos ficar excessivamente lasso; os cabos devem ser sempre
enrolados em tensão.
 Proteger os guinchos e cabos contra o emprego de produtos corrosivos, chamas
ou projecção de areias.
 A utilização dos guinchos deve respeitar o respectivo manual de instruções.

c) - Manutenção/Conservação

 Manter os mecanismos dos guinchos e dos pára-quedas, bem como os cabos,


sempre limpos e em bom estado de conservação. Lubrificá-los de acordo com
as indicações do fabricante.
 No caso do cabo ser enrolado em vazio, utilizar o dispositivo previsto pelo
fornecedor para realizar o enrolamento em tensão, evitando assim a
deterioração do cabo e movimentos bruscos do bailéu na descida.
 Pelo menos uma vez por semana deverá fazer-se uma inspecção dos cabos de
sustentação, devendo ser obrigatoriamente substituídos se forem observadas
situações tais como:

 Ruptura de mais de 2 fios num comprimento de cerca de 25 cm;

 Corrosão interior ou exterior;

 Deformação exterior (esmagado, distorcido, com barrigas, vincado e com


laçada);

 Redução de diâmetro de 10%.


 Verificar o estado das roldanas e cabos das talhas.

d) Proibições

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TRABALHOS EM ALTURA

- utilizar a plataforma com velocidade do vento superiores a 12,5 m/seg


- motorizar a plataforma
- sobrecarregar a plataforma com cargas superiores à sua capacidade nominal
indicada nas etiquetas adstritas ao próprio andaime
- subir ou descer o andaime por parte de um só operário
- subir um número de pessoas maior que o indicado
- saltar sobre o andaime ou atirar objectos pesados
- subir sobre o guarda corpos, banca, caixas ou outros objectos.
- Utilizar aparelhos de elevação não certificados
- Transportar materiais que saem dos limites da plataforma
- Utilizar materiais da obra, sacos de areia ou bidões se água como contrapesos
- Atirar qualquer tipo de material a partir do andaime.

6 - MEDIDAS DE PROTECÇÃO

a) Causas principais das quedas em altura

Perda de equilíbrio do trabalhador à beira do espaço, sem protecção (escorregão, passo em falso,
batida de objecto em movimento).
Falha de uma instalação ou de um dispositivo de protecção (quebra, desabamento do suporte).

b) Aptidões para trabalhos em altura

Na construção civil e/ou nas obras públicas, os trabalhadores devem ser aptos para trabalhos em
altura, do ponto de vista médico:
- exame médico na contratação
- exame depois de uma interrupção do trabalho (de mais de 3 semanas)
- exames anuais.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 79


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TRABALHOS EM ALTURA

É proibido empregar menores de 18 anos em trabalhos em altura de qualquer natureza, sem


constatação médica de sua aptidão para estes serviços.
As condições de emprego e fiscalização dos interessados serão determinadas por ordem escrita.
Todas as medidas de segurança antes do início destes serviços e no decorrer dos mesmos.

c) Causas materiais das quedas

1 - Princípios gerais de segurança.


2 - As medidas de prevenção colectiva merecem prioridade absoluta. Alguns exemplos:
- Cintas de demarcação dos locais de obra.
- Redes de protecção. As redes de protecção destinam-se a evitar quedas de
pessoas, devendo ser constituídas por rede de malha de aço com resistência
adequada ao fim a que se destinam e estar correctamente instaladas, ou seja: de
forma a abranger toda a área por onde algo ou alguém possa cair.
- Sinalização
3 - Adoptar dispositivos de protecção individual somente quando for impossível assegurar uma
protecção colectiva. Neste caso, o trabalhador nunca permanecerá sozinho.
4 - Estudar os meios de prevenção de quedas antes do início das serviços.
5 - Nunca improvisar dispositivos de protecção. Os dispositivos devem ser:
- apropriados aos serviços a serem executados
- bastante resistência para suportar os esforços aos quais serão submetidos
- mantidos em bom estado
- utilizados correctamente

No caso geral em que a protecção colectiva contra as quedas de altura não está assegurada, o
trabalhador num posto de trabalho com risco de queda de altura (Nota) deverá utilizar um
sistema pára-quedas, para além do tradicional cinto de segurança (que passou a designar-se por
cinto de trabalho).

Será necessário escolher, consoante o trabalho:

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TRABALHOS EM ALTURA

 um arnês simples associado a um sistema pára-quedas (amortecedor de queda ou pára-


quedas deslizante e respectivo suporte de ancoragem); solução utilizável apenas para
trabalhos que não exijam posição de apoio;

 Um arnês com cinto de trabalho incorporado, equipado com corda de amarração, e um


sistema pára-quedas (em substituição do anterior fiador).

Nota : Embora a legislação nacional não refira expressamente qualquer valor, considera-se, a
exemplo da legislação de outros países, nomeadamente a Francesa, que estas
medidas se aplicam risco de queda de altura a partir de 3 metros.

As normas que definem os Equipamentos de Protecção Individual (EPI) destinados à prevenção


de quedas de altura referem taxativamente que os dispositivos de amarração na posição de
trabalho (conjunto constituído pelo cinto de trabalho e corda de amarração) não são previstos
para servirem de pára-quedas e que os sistemas previstos contra o risco de queda de altura
devem incluir:

1º - um dispositivo de preensão do corpo do trabalhador (arnês ou arnês com cinto,


antiqueda),
e

2º a) - um dispositivo de ligação a um ponto fixo de ancoragem, que pode ser:


ou um amortecedor pára-quedas (Nota),

-quedas retráctil (este sistema possui um amortecedor de energia


incorporado). Este dispositivo deve ser fixado a um ponto de ancoragem seguro,
definitivo ou criado provisoriamente.

ou

2º b) - ou um dispositivo de ligação móvel sobre um suporte de ancoragem deslizante ao


longo de uma corda, de um cabo ou de uma calha. Neste caso o trabalhador pode
deslocar-se sobre o suporte de ancoragem de acordo com as necessidades.

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TRABALHOS EM ALTURA

Nota : sempre que o comprimento da ligação entre o ponto de ancoragem e o arnês do


trabalhador for superior a 1,20 m é obrigatório que o sistema pára-quedas possua um
amortecedor de energia .

d) Casos Práticos de amarração relativos a trabalhos

No posto de trabalho

O trabalhador deve ficar preso por duas ligações distintas, com as funções de:
 amarração (apoio e posicionamento) no posto de trabalho, permitindo ao trabalhador
dispor das mãos livres para executar a tarefa, para o que deve utilizar a corda de
amarração (correspondente à actual corda de sujeição)

 segurança em caso de queda (que até agora era realizada de forma insuficiente pelo
cinto de segurança com corda de sujeição e fiador), que deverá ser assegurada por um
sistema pára-quedas, que deverá ficar colocado em permanência em todas as fases de
realização do trabalho. Este dispositivo pára-quedas deverá ser fixado da seguinte
forma:

 No trabalhador: de preferência sobre a argola de fixação dorsal do arnês ou na argola


sobre o externo, mas nunca ao nível da cintura;

 Do lado da ancoragem: a ancoragem deve ficar segura e colocada a uma altura tal que
o amortecedor pára-quedas não prejudique ou atrapalhe o trabalho e possa cumprir a sua
missão. Em caso de queda, a altura desta deve ser o mais reduzida possível e, claro,
sempre inferior à distância a qualquer obstáculo que fique por baixo do posto de
trabalho, o que condiciona o tipo de dispositivo pára-quedas a utilizar (o comprimento
do amortecedor pára-quedas no caso de ser este o tipo a utilizar).

Na prática, para as situações correntes preconiza-se a utilização de um amortecedor


pára-quedas até 1,20 m de comprimento.

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TRABALHOS EM ALTURA

No caso de trabalhos em apoios, a fixação do amortecedor pára-quedas pode ser feita


através de um estropo fazendo um nó cabeça de cotovia (nó de travão) à volta do
apoio, fixado à altura do tronco do trabalhador ou acima.

Nota : o amortecedor pára-quedas não deve ser passado directamente sobre o apoio ou outro
suporte, para evitar um desgaste prematuro provocado pelo roçar durante o trabalho. Não é
permitido fixar a ancoragem a ferragens ou consolas, cuja resistência pode não ser suficiente.

Na subida para o posto de trabalho e na descida

Para evitar ao trabalhador o risco de queda durante a subida ou a descida dum apoio,
recomendam-se os seguintes procedimentos:

Subida a apoios de madeira ou de betão com o auxílio de estribos

 No caso de um apoio sem obstáculos, o trabalhador tomará previamente o cuidado de


fazer uma "volta redonda" ou uma "volta em oito" em volta do apoio com a corda de
amarração.

 No caso de um apoio com um obstáculo, o trabalhador ao ter necessariamente de


desprender a corda de amarração para o contornar, incorre no risco de queda. Assim,
o trabalhador deve sujeitar-se com o sistema pára-quedas durante a passagem do
obstáculo, tal como o fará ao chegar ao posto de trabalho.

 No caso de apoios com vários obstáculos, é preferível adoptar uma outra forma de
subida, conforme possível (elevador, escada, corda de vida com fixação à distância
...)

Atenção: antes de iniciar qualquer operação de subida verificar a solidez do apoio e


fundação.

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TRABALHOS EM ALTURA

e) - Novos termos

No quadro seguinte indicam-se as antigas e as novas designações dos EPI para trabalhos em
altura e as correspondentes normas em vigor.

Designação anterior Nova designação Normas

Sistema de amarração ao posto de trabalho EN 358:1992

Cinto de segurança Cinto de trabalho EN 358: 1992

Corda de sujeição Corda de amarração EN 354: 1992

Fiador Fiador EN 354: 1992

Arnês de segurança Arnês antiqueda EN 361: 1992

Antiquedas Pára-quedas retráctil EN 360: 1992

Amortecedor de quedas Amortecedor pára-quedas EN 355: 1992

Pára-quedas deslizante (ancoragem flexível) EN 353/2: 1993

Pára-quedas deslizante (ancoragem rígida) EN 353/1: 1993

Regulador Regulador anti-quedas EN 353/2: 1993

Mosquetões Mosquetões de dupla segurança EN 362: 1992

6.1 - Equipamento de protecção individual

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TRABALHOS EM ALTURA

6.1.1 - Corda de amarração (posicionamento)

Fig.26 - Corda de amarração (posicionamento)

NORMALIZAÇÃO - REGULAMENTAÇÃO

Normas: EN 353/2; EN 354; EN 362; EN 364; ISO 1140; ISO 1141

Portaria 1131/93, de 4 de Novembro; Portaria 109/96, de 10 de Abril

CARACTERÍSTICAS

O conjunto corda de amarração (Corda de Posicionamento) é constituído por:

 1 corda multifilamentos em poliamida ou poliester, com 3 cordões em torçada:

 diâmetro entre 14 e 16 mm;

 comprimento máximo de 2 m (poderá excepcionalmente ir até 4 m para


trabalhos à distância);

 Uma das extremidades da corda comporta um anel reforçado (por exemplo, por
um sapatilho em plástico ou com uma manga em poliester). Na outra
extremidade (extremidade livre) a corda deve ter uma costura de modo que não
permita que esta possa soltar-se inadvertidamente do regulador.

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DATA: 10/05/2003
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TRABALHOS EM ALTURA

 As costuras das extremidades da corda devem ser protegidas com uma manga
termoretráctil transparente.

 1 regulador Antiquedas.

 1 ou 2 mosquetões de dupla segurança, consoante o tipo de regulador, que asseguram


as ligações corda - cinto e regulador - cinto.

FORNECIMENTO

 A Corda de Amarração (posicionamento), deve ser fornecida acompanhada de


documentação técnica e instruções de utilização.

 A Corda de Amarração deve estar marcada de forma clara e durável com a Marcação “CE”
(garantia de conformidade com as normas de segurança aplicáveis), o mês e ano de fabrico,
o tipo de fibra utilizada na fabricação e o número de série ou lote de fabrico.


VERIFICAÇÃO E CONTROLO

VERIFICAÇÃO CONTROLO

QUANDO Antes de usar Uma vez por ano

POR INICIATIVA DE O utilizador A hierarquia

POR QUEM O utilizador A hierarquia

COMO Visual e teste manual Visual e teste manual

A verificação e controlo devem consistir em:

 Na corda: um exame ao estado dos fios, indícios de desgaste, estado das costuras,
etc.

 Nos acessórios (mosquetões e regulador): ver respectivas Fichas Técnicas

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TRABALHOS EM ALTURA

 No caso de degradação aparente da corda ou de algum acessório, o conjunto deve ser


imediatamente posto fora de serviço. A reparação ou substituição de qualquer componente
só pode ser efectuada pelo fabricante de modo a garantir a certificação “CE”.

UTILIZAÇÃO

 A Corda de Amarração (posicionamento) é utilizada em conjunto com o cinto de trabalho,


nos trabalhos em altura para manter o utilizador na posição de trabalho.

 Na posição de trabalho no apoio, a Corda de Amarração deve estar colocada de modo a que
não possa deslizar ao longo do apoio; se tal não for possível (ou em posições de trabalho
temporariamente difíceis) deve utilizar-se simultaneamente a Corda de Amarração e o
fiador.

 Na subida/descida de apoios com a utilização de estribos, a Corda de Amarração deve fazer


uma volta redonda em torno do apoio.

CONSERVAÇÃO

 Depois de utilizada a Corda de Amarração e os acessórios devem ser limpos de sujidade


que possa ter-se acumulado durante os trabalhos. A limpeza da corda e respectivos
componentes deve ser feita com produtos indicados pelo fabricante, ou na ausência destes
simplesmente com água; a secagem deve ser feita sem que os raios solares incidam
directamente sobre ela.

 A corda de amarração deve ser arrumada em locais sem humidade e fora da exposição aos
raios solares.

Descritor das normas aplicáveis

 ISO 1140 - Cordas de poliamida. Especificações

 ISO 1141 - Cordas de poliester. Especificações

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TRABALHOS EM ALTURA

 EN 353/2 - Equipamentos de protecção individual contra quedas em altura.


Dispositivos antiquedas.
Parte 2: dispositivos antiqueda deslizante sobre suporte de ancoragem
flexível

 EN 354 - Equipamento de protecção individual contra quedas em altura. Amarras

 EN 362 - Equipamentos de protecção individual contra quedas em altura. Uniões


 EN 364 - Equipamento individual contra quedas em altura - Métodos de ensaio

6.1.2 - Cinto de trabalho

Fig.27 - Cinto de trabalho


NORMALIZAÇÃO - REGULAMENTAÇÃO
Normas: EN 358; EN 362; EN 364; ISO 1140; ISO 1141
Portaria 1131/93, de 4 de Novembro; Portaria 109/96, de 10 de Abril

CARACTERÍSTICAS

O Cinto de Trabalho é concebido para envolver o corpo de forma segura, de modo a manter o
utilizador na posição de trabalho em altura. O Cinto de Trabalho com a corda de amarração e
o fiador constituem o Sistema de Amarração ao Posto de Trabalho.
 O cinto de trabalho é basicamente constituído por:

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DATA: 10/05/2003
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TRABALHOS EM ALTURA

 Correia de ajuste, a estrutura principal do Cinto de Trabalho, que serve para ajustar o
tamanho do cinto à cintura do utilizador e para fixar os outros elementos constituintes
do cinto;

 Fecho do cinto, aplicado nas extremidades da correia de ajuste, que pode ser:

 sistema automático

 fivela

 Corpo do cinto, aplicado na parte central da correia de ajuste, constituído por uma
faixa de uma substância rígida ou semi-rígida, impermeável ou impermeabilizada;

 2 Argolas "D", pelo menos, situadas sensivelmente nas extremidades do corpo do


cinto, mas aplicadas sobre a correia de ajuste;

 2 Argolas de suporte, fixadas sobre a correia de ajuste, que servem para fixar a bolsa
de ferramentas e/ou outros equipamentos;
O Cinto de Trabalho deve ser compatível para utilização conjunta com o arnês.

FORNECIMENTO

 O Cinto de Trabalho deve ser fornecido acompanhado de documentação técnica e


instruções de utilização.

 O Cinto de Trabalho, consoante o modelo, pode apresentar-se em tamanho universal (com


ajuste) ou em vários tamanhos .

 O Cinto de Trabalho deve estar marcado, de forma clara e durável, com a Marcação "CE"
(garantia de conformidade com as normas de segurança aplicáveis), o mês e ano de fabrico,
o tipo de fibra utilizado na fabricação e o número de série ou o lote de fabrico.

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DATA: 10/05/2003
PÁG.: 90 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

VERIFICAÇÃO E CONTROLO

VERIFICAÇÃO CONTROLO

QUANDO Antes e depois de usar Uma vez por ano

POR INICIATIVA DE O utilizador A hierarquia

POR QUEM O utilizador A hierarquia

COMO Visual e teste manual Visual e teste manual

 A verificação e o controlo devem incidir:

 Nas partes flexíveis: um exame ao estado dos elementos (sinais de fissuras,


indícios de desgaste, estado das costuras, etc.).

 Nas partes rígidas: verificar que não existem deformações permanentes


(amolgadelas, princípio de fracturas, fendas, oxidações, corrosões, etc.).

 Nos acessórios (mosquetões, corda de amarração, regulador, fiador): ver respectivas


fichas técnicas.

 No caso de degradação aparente, o Cinto de Trabalho deve ser imediatamente posto fora de
serviço, o mesmo acontecendo aos acessórios. É, no entanto, permitida a substituição dos
elementos amovíveis (corda e acessórios que formam o conjunto).

UTILIZAÇÃO

 O Cinto de Trabalho é utilizado nos trabalhos em altura, sempre que exista risco de queda e
que o utilizador tenha necessidade de se posicionar, tendo em atenção que este
equipamento não constitui um meio de protecção de quedas em altura, mas sim, um
meio de sujeição e posicionamento ao posto de trabalho.
 Quando o utilizador tiver necessidade de desapertar a corda de amarração para mudar de
posição de trabalho ou ultrapassar um obstáculo, deve prender-se previamente com o fiador

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TRABALHOS EM ALTURA

a um ponto fixo, cuja solidez não lhe deixe dúvidas (o fiador constitui o mais elementar
dos sistemas pára-queda).
 Na posição de trabalho noa apoio, a corda de amarração deve estar colocada de modo a que
não possa deslizar ao longo do apoio; se tal não for possível (ou em posições de trabalho
temporariamente difíceis) deve utilizar simultaneamente a corda de amarração e o fiador).
 A fixação da corda de amarração, do fiador ou dos dispositivos antiqueda ao Cinto de
Trabalho deve ser feita nas argolas "D", sendo fixos através de mosquetões de segurança
dupla.
 O utilizador só deverá iniciar a subida após ter verificado que todo o equipamento se
encontra devidamente colocado e em boas condições de funcionamento.

CONSERVAÇÃO

 Depois de utilizado o Cinto de Trabalho deve ser limpo de sujidades que possam ter-se
acumulado durante os trabalhos. A limpeza dos cintos deve ser feita com produtos
indicados pelo fabricante, ou na ausência destes simplesmente com água.
 No caso do cinto ficar molhado após a utilização ou limpeza, deve secar sem que os raios
solares incidam directamente sobre ele.
 Após utilização os cintos devem ser arrumados em suportes ou locais destinados para o
efeito (sem humidade e fora da exposição aos raios solares).

Descritor das normas aplicáveis

 EN 358 - Equipamento individual de amarração e de prevenção contra quedas em


altura. Sistemas de Amarração.

 EN 362 - Equipamento de protecção individual contra quedas em altura - Uniões.

 EN 364 - Equipamento de protecção individual contra quedas em altura - Métodos


de ensaio

 ISO 1140 - Cordas de poliamida. Especificações

 ISO 1141 - Cordas de poliester. Especificações

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TRABALHOS EM ALTURA

6.1.3 - Corda de fiador (fiador)

Fig.28 - Corda de fiador


NORMALIZAÇÃO - REGULAMENTAÇÃO

Normas: EN 354; EN 362; EN 364; ISO 1140; ISO 1141

Portaria 1131/93, de 4 de Novembro; Portaria 109/96, de 10 de Abril

CARACTERÍSTICAS

 O Fiador é basicamente constituído por:

 corda em poliamida ou poliester, com 3 cordões em torçada, diâmetro 10 mm e


comprimento até 2 m, terminada nas extremidades com um anel reforçado (por
exemplo, por um sapatilho em plástico ou com uma manga em poliester);

 as costuras das extremidades da corda devem ser protegidas com uma manga
termorretráctil transparente;

 1 ou 2 mosquetões de dupla segurança, (consoante o modelo do fiador), aplicados nas


extremidades.

FORNECIMENTO

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TRABALHOS EM ALTURA

 O Fiador deve ser fornecido acompanhado de documentação técnica e instruções de


utilização.

 O Fiador deve estar marcado de forma clara e durável com a marcação "CE" (garantia de
conformidade com as normas de segurança aplicáveis), o mês e ano de fabrico, o tipo de
fibra utilizada no fabrico e o número de série ou do lote de fabrico.

VERIFICAÇÃO E CONTROLO

VERIFICAÇÃO CONTROLO

QUANDO Antes de usar Uma vez por ano

POR INICIATIVA DE O utilizador A hierarquia

POR QUEM O utilizador A hierarquia

COMO Visual e teste manual Visual e teste manual

 Verificação e controlo deve consistir em:

 Na corda: um exame ao estado dos fios, indícios de desgaste, estado das


costuras, etc.

 Nos acessórios (mosquetões).

 No caso de degradação aparente da corda ou de algum acessório, o Fiador deve ser


imediatamente posto fora de serviço. A reparação ou substituição de qualquer componente
só pode ser efectuada pelo fabricante de modo a garantir a certificação “CE”.

UTILIZAÇÃO

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DATA: 10/05/2003
PÁG.: 94 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

 O Fiador é um elemento Pára-quedas que deve ser utilizado em conjunto com o Arnês ou
em conjunto com o Sistema de Amarração ao Posto de Trabalho. Destina-se à protecção
de quedas.

 O trabalhador deve prender-se com o Fiador a um ponto fixo cuja a solidez não lhe deixe
dúvidas:

 para ultrapassar um obstáculo ou para mudar de posição no posto de trabalho, tenha


necessidade de desprender a corda de amarração;

 sempre que a corda de amarração não possa ser fixa de modo a impedir que deslize ao
longo do apoio;

 em posições de trabalho temporariamente difíceis.

CONSERVAÇÃO

 Após o trabalho o Fiador deve ser limpo de sujidades que possam ter-se acumulado. A
limpeza da corda e dos acessórios deve ser feita com produtos indicados pelo fabricante, ou
na ausência destes simplesmente com água; a secagem deve ser feita sem que os raios
solares incidam directamente sobre a corda.

 O Fiador deve ser arrumado em locais sem humidade e fora da exposição aos raios solares.

Descritor das normas aplicáveis

 EN 354 - Equipamento de protecção individual contra quedas em altura. Amarras

 EN 362 - Equipamento de protecção individual contra quedas em altura. Uniões

 EN 364 - Equipamento de protecção individual contra quedas em altura. Métodos de


ensaio

 ISO 1140 - Cordas de poliamida. Especificações

- ISO 1141 - Cordas de poliester. Especificações

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TRABALHOS EM ALTURA

6.1.4 - Arnês de pára-quedas

Fig.29 - Arnês de pára-quedas

NORMALIZAÇÃO - REGULAMENTAÇÃO

Normas: EN 358; EN 361; EN 364

Portaria 1131/93, de 4 de Novembro; Portaria 109/96, de 10 de Abril

CARACTERÍSTICAS

• O Arnês de Pára-quedas (Arnês) é constituído por um conjunto de cintas em fibras


sintéticas com as características das fibras comparáveis às fibras de poliamida ou de
poliester, dispostas e ajustadas de forma a permitir a preensão do corpo numa queda,
mantendo-o após a travagem numa posição de desconforto mínimo.

• Consoante a utilização, o Arnês pode apresentar-se individualmente ou com cinto de


trabalho incorporado, solidário ou adaptável com presilhas.

• O Arnês simples deve estar preparado para receber o cinto de trabalho, desde que ambos
sejam da mesma marca.

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TRABALHOS EM ALTURA

• Caso existam, o cinto de trabalho incorporado, bem como as ombreiras ou as alças de


pernas almofadadas, devem ser constituídos em material sintético ou têxtil impermeável
ou impermeabilizado.

FORNECIMENTO

• O Arnês deve estar marcado de forma clara e durável com a marcação "CE", (garantia de
conformidade com as normas de segurança aplicáveis), o mês e ano de fabrico, e o
número de série ou lote de fabrico.

 O fornecimento do Arnês deve ser acompanhado de documentação técnica e instruções


de utilização.

• O Arnês, consoante o modelo, pode apresentar-se em tamanho universal (com ajuste) ou


em vários tamanhos.

VERIFICAÇÃO E CONTROLO

VERIFICAÇÃO CONTROLO
QUANDO Antes e depois de usar Uma vez por ano
POR INICIATIVA DE QUEM O utilizador A hierarquia
POR QUEM O utilizador A hierarquia
COMO Visual e teste manual Visual e teste manual

• A verificação e controlo devem incidir:


 Nas partes flexíveis (cintas): Verificar indícios de desgaste, o estado das costuras,
sinais deterioração, etc.

 Nas partes rígidas (argolas de fixação, fechos e sistemas de regulação): verificar se


não existem deformações permanentes, tais como, amolgadelas, princípio de fracturas,
fendas, oxidações, corrosões, etc.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 96


MANUAL EDIÇÃO: 1
SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 97 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

 No caso de degradação aparente, o Arnês deve ser imediatamente posto fora de serviço,
o mesmo acontecendo aos acessórios, sendo no entanto permitida a substituição dos
elementos amovíveis (mosquetões, caso existam).

UTILIZAÇÃO

 O Arnês é utilizado sempre que exista risco de queda em altura, nomeadamente em


postes, torres metálicas, fachadas, desrame de árvores, tomadas de água, acesso a silos
etc..

 O Arnês simples é utilizado exclusivamente em intervenções em elevação, quando o


utilizador não necessita de se apoiar para executar o trabalho.

 Este equipamento é utilizado em conjunto com um dispositivo de interrupção da queda,


que poderá ser um qualquer dos sistemas pára-quedas.

 O Arnês deve adaptar-se bem ao corpo do utilizador, sem ficar demasiado apertado.

 Para trabalhos em apoios, em que o corpo está sujeito pelo Arnês e cinto de trabalho,
deve ser utilizado um Arnês dotado de cinta de assento.

CONSERVAÇÃO

 Em caso algum devem ser feitas alterações ou reparações do Arnês. Sempre que se
verificar uma avaria ou dúvida sobre o funcionamento do aparelho em questão, deve ser
enviado para reparação especializada.

 Depois de cada utilização, o Arnês deve ser limpo de sujidade que se possa ter acumulado
durante os trabalhos.

 O Arnês pode ser lavado à mão ou à máquina com detergente seguindo as indicações do
fabricante.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 97


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SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 98 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

 Em contacto com o ar as fibras sintéticas envelhecem naturalmente; este envelhecimento


pode provocar alguma diminuição da elasticidade, não afectando, todavia, a resistência do
material.

 O Arnês deve ser armazenado em locais ou recipientes reservados para o efeito e em


ambiente seco fora do alcance dos raios solares. Os grãos de areia exercem uma acção de
corte sobre as fibras sintéticas, pelo que o Arnês não deve ser deixado no chão.

Descritor das normas aplicáveis


 EN 358 - Equipamento individual de sujeição ao posto de trabalho e de prevenção de
quedas em altura.
Sistemas de Sujeição.

 EN 361 - Equipamento de protecção individual contra quedas em altura. Arnês de


pára-quedas.

 EN 362 - Equipamento de protecção individual contra quedas em altura. Uniões.


 EN 364 - Equipamento de protecção individual contra quedas em altura. Método de
ensaio.

6.1.5 - Pára-quedas retractil

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 98


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SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 99 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

Fig.30 - Pára-quedas retráctil

NORMALIZAÇÃO - REGULAMENTAÇÃO

Normas: EN 360; EN 363; EN 364


Portaria 1131/93, de 4 de Novembro; Portaria 109/96, de 10 de Abril

CARACTERÍSTICAS

• Dispositivo composto por:


 um cabo em aço ou fita em fibras sintéticas inserida num enrolador que permite o seu
enrolamento ou desenrolamento automaticamente, isto é sem intervenção manual do
utilizador;

 um sistema de travagem mecânica, sensível à aceleração, imobilizando o movimento de


queda do utilizador em menos de 0,6 m;

 uma argola na extremidade do cabo ou fita para fixação ao arnês através de um


mosquetão.

FORNECIMENTO

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 99


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DATA: 10/05/2003
PÁG.: 100 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

• O fornecimento do Pára-quedas Retráctil deve ser acompanhado de documentação técnica


e manual de utilização, fornecidos pelo fabricante, indicando nomeadamente:

 distância máxima de travagem até à imobilização do utilizador;

 a forma mais correcta de ligar o Pára-quedas Retráctil a um ponto de fixação no arnês e


a um ponto fixo da estrutura.

• O Pára-quedas retráctil deve estar marcado de forma clara e durável com a marcação "CE"
(garantia de conformidade com as normas de segurança aplicáveis), o mês e ano de fabrico,
o número de série ou lote de fabrico e o tamanho do cabo ou fita extensível.

VERIFICAÇÃO E CONTROLO

VERIFICAÇÃO CONTROLO

QUANDO Antes e depois de usar Uma vez por ano

POR INICIATIVA DE O utilizador A hierarquia

POR QUEM O utilizador A hierarquia

COMO Visual e teste manual Visual e teste manual

• A verificação e o controlo devem incidir:


 Num exame visual tendo em vista a detecção de fissuras, indícios de desgaste,
amolgadelas, princípio de fracturas, fendas, oxidações, corrosões, sujidades que
possam impedir o normal funcionamento, etc.

 No teste manual das partes móveis, visando o funcionamento das molas, ou outros
mecanismos.

• No caso de degradação aparente, o Pára-quedas deve ser imediatamente posto fora de


serviço.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 100


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DATA: 10/05/2003
PÁG.: 101 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

• Antes da utilização, ensaiar o sistema de bloqueamento: o cabo de aço ou fita sintética


devem desenrolar-se livremente com um esforço de tracção fraco e bloquear ao acelerar-se
a velocidade de tracção:

 No caso do Pára-quedas com cabo de aço verificar o estado de conservação do cabo,


nomeadamente a existência de fios partidos.

 No caso do Pára-quedas com fita sintética verificar o estado da fita, nomeadamente a


existência de rasgões e sujidades capazes de deteriorar as fibras sintéticas.

UTILIZAÇÃO

• O Pára-quedas retráctil é utilizado em conjunto com um arnês nos trabalhos em altura com
risco de queda, que exijam deslocações horizontais ou verticais, que apresentem risco de
queda livre.

• A colocação do Antiquedas deve ser feita sempre a um ponto fixo que se encontre acima
do plano de trabalho.

• Nas movimentações deve ser tomada atenção para que o cabo ou fita não fiquem presos a
obstáculos.

•Nota: É proibida a utilização do Pára-quedas Retráctil com cabo de aço na proximidade


da instalações eléctricas que contenham peças nuas em tensão ou que possam ficar
em tensão.

CONSERVAÇÃO

• Em caso algum devem ser feitas alterações ou reparações. Sempre que se verificar uma
avaria ou dúvida sobre o funcionamento do aparelho em questão, deve ser enviado para
reparação especializada.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 101


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SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 102 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

• Após a utilização e sempre que se justificar o Pára-quedas Retráctil deve ser limpo de
eventuais sujidades que possam acelerar a sua deterioração ou impedir o seu normal
funcionamento.

• Em contacto com o ar as fibras sintéticas envelhecem naturalmente; este envelhecimento


pode provocar alguma diminuição da elasticidade, não afectando, todavia, a resistência do
material.

• O armazenamento do Pára-quedas Retráctil deve ser feito em locais ou recipientes


reservados para o efeito e em ambiente seco. No caso do Pára-quedas com cabo de aço
deve ser prevenida a oxidação através de lubrificação adequada conforme indicação do
fabricante.

Descritor das normas aplicáveis


 EN 360 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Pára-quedas
de encravamento automático.

 EN 363 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Sistemas


Antiquedas.

 EN 364 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Método de ensaio.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 102


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SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 103 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

6.1.6 - Amortecedor pára-quedas

Fig.31 - Amortecedor pára-quedas


NORMALIZAÇÃO - REGULAMENTAÇÃO

Normas: EN 355; EN 363; EN 364

Portaria 1131/93, de 4 de Novembro; Portaria 109/96, de 10 de Abril

CARACTERÍSTICAS

• O sistema Pára-quedas por amortecimento, é constituído por fita dobrada em material


sintético (poliamida ou poliester), mantida unida de forma a abrir sempre que se verifique
uma queda.

• As extremidades do Amortecedor Pára-quedas terminam em argola, onde são aplicados os


acessórios para fixação ao arnês e ao ponto de ancoragem.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 103


MANUAL EDIÇÃO: 1
SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 104 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

FORNECIMENTO

 O fornecimento do Amortecedor Pára-quedas deve ser acompanhado de documentação


técnica e manual de utilização, fornecidos pelo fabricante, indicando nomeadamente:

 as características requeridas para o ponto de ancoragem (no arnês e num ponto fixo na
estrutura);

 a distância máxima de travagem até à imobilização do utilizador.

• O Amortecedor Pára-quedas deve estar marcado de forma clara e durável com a marcação
"CE" (garantia de conformidade com as normas de segurança aplicáveis), o mês e ano de
fabrico, o número de série ou lote de fabrico.

VERIFICAÇÃO E CONTROLO

VERIFICAÇÃO CONTROLO

QUANDO Antes e depois de usar Uma vez por ano

POR INICIATIVA DE O utilização A hierarquia

POR QUEM O utilização A hierarquia

COMO Visual e teste manual Visual e teste manual

 A verificação e o controlo devem incidir:

 Nas partes flexíveis (fita e invólucro): Verificar indícios de desgaste, o estado das
costuras, sinais de deterioração, etc.

 Nos acessórios (mosquetões): ver respectivas fichas técnicas.

• No caso de degradação aparente, o Amortecedor Pára-quedas deve ser imediatamente posto


fora de serviço.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 104


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SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 105 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

UTILIZAÇÃO

• Utilizado nos trabalhos em altura que necessitem de algum espaço de manobra, a sua
utilização deve ser sempre feita em associação com um arnês e destina-se à protecção de
quedas.

• A fixação do Amortecedor Pára-quedas é sempre feita num ponto fixo que se encontre
acima do plano de trabalho, cuja resistência aparente não deixe dúvidas.

 Na utilização deste equipamento deve ter-se em conta a distância de paragem indicada pelo
fabricante, ou seja a distância abaixo do nível de trabalho dentro da qual não devem existir
obstáculos, para que o trabalhador na eventualidade de queda não choque contra eles.

 Esta distância inclui, o comprimento do Amortecedor depois de totalmente alongado, os


elementos de ancoragem, mais o alongamento sofrido pelo arnês e a altura do corpo do
utilizador.

• O amortecedor pára-quedas é um equipamento que depois de utilizado não poderá ser


reutilizável.

CONSERVAÇÃO

• Deve ser armazenado em locais ou recipientes reservados para o efeito e em ambientes


secos e fora do alcance dos raios solares directos.

• Em caso algum devem ser feitas alterações ou reparações: sempre que se verificar uma
avaria ou dúvida sobre o funcionamento do aparelho em questão, deve ser enviado para
reparação especializada.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 105


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SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 106 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

• Em contacto com o ar as fibras sintéticas envelhecem naturalmente; este envelhecimento


pode provocar alguma diminuição da elasticidade, não afectando, todavia, a resistência do
material.
• Evitar o contacto com óleos ou líquidos corrosivos.

Descritor das normas aplicáveis

 EN 355 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura.


Amortecedores.

 EN 360 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Pára-quedas


de encravamento automático.

 EN 364 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Método de ensaio.

6.1.7 - Pára-quedas deslizante (para suporte de ancoragem flexível - corda)

Fig.32 - Pára quedas deslizante

NORMALIZAÇÃO - REGULAMENTAÇÃO

Normas: EN 353/2; EN 363; EN 364

Portaria 1131/93, de 4 de Novembro; Portaria 109/96, de 10 de Abril

CARACTERÍSTICAS

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 106


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SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 107 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

• Equipamento constituído por um conjunto de mecanismos capazes de parar o movimento,


em caso de queda do utilizador.

 O Pára-quedas Deslizante é caracterizado pelo diâmetro , que deve estar de acordo com o
diâmetro da corda em que vais ser utilizado.

• O Pára-quedas Deslizante funciona de forma automática, podendo o seu utilizador


movimentar-se livremente, para cima, para baixo e, nalguns modelos, na posição oblíqua.
No entanto, sempre que este faça um movimento brusco no sentido da queda, o sistema de
bloqueio é accionado automaticamente, parando rapidamente o movimento.

FORNECIMENTO

• O fornecimento dos Pára-quedas Deslizante deve ser acompanhado de documentação


técnica e manual de utilização, fornecidos pelo fabricante, indicando nomeadamente:

 as características da corda suporte de ancoragem e a distância máxima de travagem até à


imobilização do utilizador;

 a forma mais correcta de ligar o Pára-quedas Deslizante a um ponto de fixação no arnês


antiqueda e a outros componentes dum sistema pára-quedas.

• Os Pára-quedas deslizante devem estar marcados de forma clara e durável com a marcação
"CE" (garantia de conformidade com as normas de segurança aplicáveis), o mês e ano de
fabrico, e o número de série ou lote de fabrico, bem como o tipo e diâmetro da corda em
que deve ser utilizado.

• No fornecimento dos Pára-quedas Deslizante deve ser mencionado de forma bem clara a
que tipo de ancoragem se destina cada Pára-quedas.

VERIFICAÇÃO E CONTROLO

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 107


MANUAL EDIÇÃO: 1
SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 108 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

VERIFICAÇÃO CONTROLO

QUANDO Antes e depois de usar Uma vez por ano

POR INICIATIVA DE O utilizador A hierarquia

POR QUEM O utilizador A hierarquia

COMO Visual e teste manual Visual e teste manual

• A verificação e o controlo devem incidir:


– um exame visual tendo em vista a detecção de fissuras, indícios de desgaste,
amolgadelas, princípio de fracturas, fendas, oxidações, corrosões, etc.;

– um teste manual das partes móveis, visando o funcionamento das molas.

• No caso de degradação aparente, o Pára-quedas deslizante deve ser imediatamente posto


fora de serviço.

• Antes de usar, o utilizador deve assegurar-se:


 do bom estado da corda de ancoragem onde o Pára-quedas vai ser montado;

 que a corda de ancoragem se encontra correctamente fixada;

 que o Pára-quedas se encontra bem montado e a funcionar devidamente.

UTILIZAÇÃO

• O Pára-quedas Deslizante é utilizado para protecção contra quedas em altura nas fases de
subida/descida.

• O Pára-quedas Deslizante só pode ser utilizado com o tipo de corda e diâmetro


especificados pelo fabricante.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 108


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SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 109 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

• A inserção da corda no Pára-quedas Deslizante, deve respeitar o sentido indicado no


aparelho. Ao inserir a corda no Pára-quedas, o sentido da seta deve apontar para o ponto de
fixação da corda.

CONSERVAÇÃO

• Em caso algum devem ser feitas alterações ou reparações. Sempre que se verificar uma
avaria ou duvida sobre o funcionamento do aparelho, deve ser enviado para reparação
especializada.

• Após a utilização e sempre que se justificar o Pára-quedas Deslizante deve ser limpo de
eventuais sujidades que possam acelerar a sua deterioração ou impedir o seu normal
funcionamento.

• Os Pára-quedas Deslizantes são peças metálicas capazes de resistir a grandes tensões, mas
não estão preparados para sofrer grandes pancadas, pelo que devem ser manuseados com
cuidado.

Descritor das normas aplicáveis

- EN 353-2 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Dispositivos


antiqueda.
Parte 2: dispositivos antiqueda deslizantes sobre suporte de ancoragem
flexível.

- EN 363 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Sistemas


antiquedas.
- EN 364 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Métodos de
ensaio.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 109


MANUAL EDIÇÃO: 1
SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 110 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

6.1.8 - Pára-quedas deslizante (para suporte de ancoragem rígida)

Fig.33 - Pára-quedas deslizante

NORMALIZAÇÃO - REGULAMENTAÇÃO

Normas: EN 353/2; EN 363; EN 364

Portaria 1131/93, de 4 de Novembro; Portaria 109/96, de 10 de Abril

CARACTERÍSTICAS

• Dispositivo constituído por um conjunto de mecanismos capazes de parar o movimento,


em caso de queda do utilizador.

• O Pára-quedas Deslizante funciona de forma automática, podendo o seu utilizador


movimentar-se livremente para cima e para baixo. No entanto, sempre que exerça um
movimento brusco no sentido da queda, o sistema de bloqueio é accionado
automaticamente, parando rapidamente o movimento.

 O Pára-quedas Deslizante tem de ser próprio para a calha em que irá funcionar.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 110


MANUAL EDIÇÃO: 1
SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 111 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

FORNECIMENTO

• O fornecimento dos Pára-quedas Deslizante deve ser acompanhado de documentação


técnica e do manual de utilização, indicando nomeadamente:
– as dimensões e tipo de calha que poderão ser utilizados em conjunto com o Pára-
quedas. No fornecimento deve ser mencionado, de forma bem clara, o tipo de
ancoragem a que se destina cada Pára-quedas Deslizante;
– a distância máxima de travagem até à imobilização do utilizador;
– a forma mais correcta de ligar o Pára-quedas ao ponto de fixação no arnês antiqueda e
a outros componentes dum sistema pára-quedas.

• O Pára-quedas Deslizante deve estar marcado de forma clara e durável com a marcação
"CE" (garantia de conformidade com as normas de segurança aplicáveis), o mês e ano de
fabrico, e o número de série ou lote de fabrico.

VERIFICAÇÃO E CONTROLO

VERIFICAÇÃO CONTROLO

QUANDO Antes e depois de usar Uma vez por ano

POR INICIATIVA DE O utilizador A hierarquia

POR QUEM O utilizador A hierarquia

COMO Visual e teste manual Visual teste e manual

• A verificação e o controlo devem incluir:


– Um exame visual tendo em vista a detecção de fissuras, indícios de desgaste,
amolgadelas, princípio de fracturas, fendas, oxidações, corrosões, etc.;

– Um teste manual das partes móveis, visando o funcionamento das molas.

• No caso de degradação aparente, o Pára-quedas deve ser imediatamente posto fora de


serviço.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 111


MANUAL EDIÇÃO: 1
SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 112 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

UTILIZAÇÃO

• Os Pára-quedas Deslizantes são utilizados nos trabalhos em altura, nas fases de


subida/descida.

• O Pára-quedas só pode utilizar para ancoragem o tipo de calha metálica especificada pelo
fabricante.

• A inserção do Pára-quedas Deslizante na calha metálica deve respeitar o sentido indicado


no aparelho; a seta deve apontar no sentido da subida.

• Antes de usar, o utilizador deve assegurar-se:


– do bom estado da calha metálica de ancoragem onde o Pára-quedas vai ser montado;

– que a calha metálica se encontra correctamente fixada;

– que o Pára-quedas se encontra bem montado e a funcionar devidamente.

CONSERVAÇÃO

• Em caso algum devem ser feitas alterações ou reparações. Sempre que se verificar uma
avaria ou dúvida sobre o funcionamento do aparelho, deve ser enviado para reparação
especializada.

• Após a utilização e sempre que se justificar, o Pára-quedas Deslizante deve ser limpo de
eventuais sujidades que possam acelerar a sua deterioração ou impedir o seu normal
funcionamento.

• O Pára-quedas Deslizante é um equipamento metálico capaz de resistir a grandes tensões,


mas não está preparados para sofrer pancadas, pelo que deve ser manuseado com cuidado.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 112


MANUAL EDIÇÃO: 1
SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 113 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

Descritor das normas aplicáveis

- EN 353-2 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Dispositivos


antiqueda.

Parte 1: dispositivos antiqueda deslizantes sobre suporte de ancoragem rígida.

- EN 363 - Equipamento de protecção contra quedas de altura. Sistemas antiquedas.

- EN 364 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Métodos de ensaio.

6.1.9 - Regulador antiquedas (para corda de amarração)

Fig. 34 - Regulador antiquedas

NORMALIZAÇÃO - REGULAMENTAÇÃO

Normas: EN 353-2; EN 363; EN 364

Portaria 1131/93, de 4 de Novembro; Portaria 109/96, de 10 de Abril.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 113


MANUAL EDIÇÃO: 1
SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 114 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

CARACTERÍSTICAS

 Equipamento constituído por um conjunto de mecanismos capazes de bloquear a corda em


qualquer ponto, permitindo assim ao utilizador encontrar a melhor posição para realizar o
trabalho.

 Existem vários modelos de Reguladores com a mesma função, embora com princípios de
funcionamento diferente.

 Em alguns modelos pode ter incorporado um sistema de fecho que permite a sua fixação
directamente ao cinto de trabalho.

FORNECIMENTO

 O fornecimento do Regulador Antiquedas deve ser acompanhado de documentação técnica


e manual de utilização, fornecidos pelo fabricante.

 O Regulador deve estar marcado de forma clara e durável com a marcação "CE" (garantia
de conformidade com as normas de segurança aplicáveis), o mês e ano de fabrico, e o
número de série ou lote de fabrico.

 O Regulador que integre um sistema com a marcação "CE" para o conjunto, e desde que
não se possam destacar do referido sistema, pode ser dispensado da marcação "CE".

VERIFICAÇÃO E CONTROLO

VERIFICAÇÃO CONTROLO

QUANDO Antes e depois de usar Uma vez por ano

POR INICIATIVA DE O utilizador A hierarquia

POR QUEM O utilizador A hierarquia

COMO Visual e teste manual Visual e teste manual

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 114


MANUAL EDIÇÃO: 1
SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 115 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

 A verificação e o controlo devem incidir:

 um exame visual tendo em vista a detecção de fissuras, indícios de desgaste,


amolgadelas, princípio de fracturas, fendas, oxidações, corrosões, etc.

 um teste manual das partes móveis, visando o funcionamento das molas.

 No caso de degradação aparente, o regulador deve ser imediatamente posto fora de


serviço.

UTILIZAÇÃO

 É utilizado nos trabalhos em altura ou sempre que exista necessidade do utilizador se


posicionar para melhor realizar o trabalho. A sua utilização é integrada no conjunto
"corda de amarração", como dispositivo de posicionamento ao posto de trabalho.

 Para regular a sua posição de trabalho o executante deve:

 para se aproximar puxar a ponta livre da corda no sentido de frente para a trás;

 para se afastar do posto de trabalho, consoante o modelo empurrar a alavanca de


regulação ou accionar a patilha de libertação da corda.

 Em todos os casos a extremidade livre da corda de amarração deve ter uma costura ou um
nó, para que aquela não se possa escapar do aparelho.

CONSERVAÇÃO

 Em caso algum devem ser feitas alterações ou reparações. Sempre que se verificar uma
avaria ou dúvida sobre o funcionamento do aparelho em questão, deve ser enviado para
reparação especializada.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 115


MANUAL EDIÇÃO: 1
SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 116 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

 Após a utilização e sempre que se justificar o Regulador deve ser limpo de eventuais
sujidades que possam acelerar a sua deterioração ou impedir o seu normal
funcionamento.

 Os Reguladores são peças metálicas capazes de resistir a grandes tensões, mas não estão
preparados para sofrer pancadas, por exemplo não devem ser atirados para o chão.

 Embora os reguladores sejam construídos em metal com tratamento anti-corrosão, não


devem entrar em contacto com produtos corrosivos. O seu armazenamento não deve ser
feito em locais húmidos.

Descritor das normas aplicáveis

 EN 353-2 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura.


Dispositivos antiqueda.
Parte 2: dispositivos antiqueda deslizantes sobre suporte de ancoragem flexível.

 EN 363 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Sistemas


antiquedas.

 EN 364 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Métodos de


ensaio.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 116


MANUAL EDIÇÃO: 1
SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 117 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

6.1.10 - Mosquetões de dupla segurança

Fig.35 - Mosquetões

NORMALIZAÇÃO - REGULAMENTAÇÃO

Normas: EN 362; EN 364

Portaria 1131/93, de 4 de Novembro; Portaria 109/96, de 10 de Abril

CARACTERÍSTICAS

 Os Mosquetões para utilizar nos trabalhos em altura devem ser dotados de dupla
segurança. Só devem poder ser abertos após pelo menos duas operações consecutivas
efectuadas deliberadamente.

 Existem vários tipos e modelos de Mosquetões de dupla segurança, todos eles


basicamente constituídos por:

 um corpo principal em metal tratado, numa das duas extremidades recebe o sistema de
fecho e a outra serve de batente desse mesmo fecho;

 o fecho é constituído por um corpo metálico tratado, que tem embutido uma mola para
fecho automático; quando o utilizador solta o fecho este fecha-se automaticamente por
acção da mola de reposição não havendo perigo de ficar aberto.

Curso Técnico Superior Segurança e Higiene do Trabalho 117


MANUAL EDIÇÃO: 1
SEGURANÇA DO TRABALHO REVISÃO: 0
DATA: 10/05/2003
PÁG.: 118 DE 150
TRABALHOS EM ALTURA

FORNECIMENTO

 Os Mosquetões devem ser fornecidos com documentação técnica e instruções de


utilização.

 Os Mosquetões devem estar marcados de forma clara e durável com a marcação "CE"
(garantia de conformidade com as normas de segurança aplicáveis), o mês e ano de
fabrico e o número de série ou lote de fabrico.

 Os Mosquetões que integrem um sistema com a marcação "CE" para o conjunto, e desde
que não se possam destacar do referido sistema, poderão ser dispensados da marcação
"CE".

VERIFICAÇÃO E CONTROLO

VERIFICAÇÃO CONTROLO

QUANDO Antes de usar Uma vez por ano

POR INICIATIVA DE QUEM O utilizador A hierarquia

POR QUEM O utilizador A hierarquia

COMO Visual e teste manual Visual e teste manual

 A verificação e o controlo devem incluir:

 um exame visual tendo em vista a detecção de fissuras, indícios de desgaste,


amolgadelas, princípio de fracturas, fendas, oxidações, corrosões, etc.

 um teste manual das partes móveis, visando o funcionamento das molas.

 No caso de degradação aparente, o Mosquetão deve ser imediatamente posto fora de


serviço.

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TRABALHOS EM ALTURA

UTILIZAÇÃO

 Os Mosquetões de dupla segurança destinam-se a servir de ligação entre pontos capazes


de suportar forças consideráveis, nomeadamente a ligação do cinto de trabalho à corda de
amarração e ao fiador; a ligação do arnês a um sistema pára-quedas.

 Antes de iniciar os trabalhos o utilizador deve sempre assegurar-se que os Mosquetões


estão bem fechados e encravados.

CONSERVAÇÃO

 Os Mosquetões não devem estar em contacto com produtos corrosivos para os metais,
durante a utilização ou enquanto armazenados.

 Os utilizadores não devem fazer qualquer tipo de reparações nos Mosquetões, Sempre
que se verificar uma avaria ou suspeita sobre o seu funcionamento deve ser enviado para
reparação especializada.

 Depois de utilizados os Mosquetões devem ser limpos de sujidades que se possam ter
acumulado durante os trabalhos. A limpeza dos mosquetões deve ser feita com produtos
indicados pelo fabricante, ou na ausência destes simplesmente com água.

 Os Mosquetões são peças capazes de resistir a grandes tensões mas não estão preparados
para sofrer grandes pancadas, pelo que devem ser manuseados com cuidado.

Descritor das normas aplicáveis

 EN 362 - Equipamento de protecção individual contra quedas em altura. Uniões

 EN 364 - Equipamento de protecção individual contra quedas em altura. Métodos


de ensaio

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TRABALHOS EM ALTURA

6.1.11 - Cordas de segurança (cordas linha de vida)

Fig. 36 - Corda "linha de vida"

NORMALIZAÇÃO - REGULAMENTAÇÃO

Normas: EN 353-2; EN 362; EN 363; EN 364

Portaria 1131/93, de 4 de Novembro; Portaria 109/96, de 10 de Abril

CARACTERÍSTICAS

• Corda em poliamida, multifilamentos.

• Diâmetro 10/12 mm ou 14/16 mm, de acordo com o dispositivo pára-quedas deslizante


com que vai ser utilizada. Especificar na encomenda

• Numa das extremidades tem um argola, com costura, para fixação ao mosquetão.

• Comprimento 30 metros; pode no entanto ser especificada outra medida consoante a


necessidade.

• A corda para utilizar com um dispositivo pára-quedas deslizante deve obedecer ás


características indicadas pelo fabricante do mesmo, em particular no que respeita ao
diâmetro.

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TRABALHOS EM ALTURA

FORNECIMENTO

• A corda de segurança deve ser fornecida acompanhada de documentação técnica e


instruções de serviço.

• O tipo de mosquetão a aplicar na corda de segurança deve ser especificado, no caso de


mosquetões não destacáveis da corda não carecem de marcação "CE", uma vez que esta é
atribuída ao conjunto.

• A corda de segurança deve estar marcada de forma clara e durável com a marcação "CE"
(garantia de conformidade com as normas de segurança aplicáveis), o mês e ano de fabrico,
o tipo de fibra utilizada no fabrico e o número de série ou lote de fabrico.

VERIFICAÇÃO E CONTROLO

VERIFICAÇÃO CONTROLO

QUANDO Antes e depois de usar Uma vez por ano

POR INICIATIVA DE O utilizador A hierarquia

POR QUEM O utilizador A hierarquia

COMO Visual e teste manual Visual e teste manual

No caso de degradação aparente a corda deve ser imediatamente posta fora de serviço,
nomeadamente se apresenta fios partidos, se sofreu um esforço violento, ou se esteve em
contacto com produtos químicos nefastos.

UTILIZAÇÃO

• São utilizadas para trabalhos em altura, como suporte de ancoragem do pára-quedas


deslizante, sempre que exista risco de queda.

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TRABALHOS EM ALTURA

• As cordas destinadas à segurança de pessoas não devem ser utilizadas para outros fins, tais
como elevação de cargas ou reboque de viaturas, etc.

• A corda não deve ser colocada de forma a ficar a roçar em arestas ou ângulos cortantes,
superfícies abrasivas, em contacto ou na proximidade de fontes de calor.

 Mesmo durante a utilização as cordas devem se possível ser protegidas do calor e dos
raios solares.

 Estas cordas não são consideradas isolantes.

CONSERVAÇÃO

• Para evitar que a corda se desfie nas extremidades, deve ser aquecida com uma chama até
começar a fundir, apertando-a de seguida (não deve ser feita directamente com as mãos,
para não sofrer queimaduras). Esta operação deve ser feita mesmo que venha a existir uma
costura.

• Para evitar que se degradem precocemente, as cordas não devem:


– ser pisadas;
– sofrer esforços violentos e desajustados ao tipo de corda;
– entrar em contacto ou na proximidade de fontes de calor;
– entrar em contacto com produtos químicos.

• As cordas devem manter-se sempre o mais limpas possível, utilizando-se por exemplo um
encerado, um saco ou um recipiente durante a utilização para evitar que não fiquem em
contacto com o chão.

• Se a cordas estiverem sujas devem ser lavadas com água e secas num local arejado, seco e
fora do alcance directo dos raios solares.

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TRABALHOS EM ALTURA

• A armazenagem e transporte das cordas deve ser feita em recipientes ou locais previamente
destinados para o efeito. Esses locais devem caracterizar-se por terem um ambiente fresco,
seco, fora do alcance dos raios solares e inerte quimicamente.

Descritor de normas aplicáveis


- EN 353-2 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Dispositivos
Antiquedas.

Parte 2: dispositivos antiquedas deslizantes sobre suporte flexível.

- EN 362 - Equipamento de protecção individual contra quedas em altura. Uniões.

- EN 363 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Sistemas


antiquedas.

- EN 364 - Equipamento de protecção individual contra quedas de altura. Métodos de ensaio.

6.2 - Equipamento de protecção colectivo

- Sistema de guardas de segurança


- Sistema de rede de segurança
- Cercas e barricadas
- Mantas (redes de protecção: destinam-se a evitar as quedas das pessoas, e
devem ser constituídas por rede de malha de aço com resistência adequada ao
fim a que se destinam).
- Sinalização

6.2.1 - Escadas portáteis

a) Inspecção:

As escadas devem ser inspecionadas:

 antes de serem usadas


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TRABALHOS EM ALTURA

 trimestralmente de acordo com a lista de verificação própria

Nunca devem ser usadas de madeira pintada


As escadas não devem apresentar farpas ou saliências

Escadas de madeira devem receber tratamento do fabricante antes de entrar em uso.


Quando em uso na obra, devem ser tratadas com óleo de linhaça ou outro preservativo

b) - Escadas de encosto:

 não devem ter mais de 7 metros (escadas de extensão não devem ter mais de 12 metros)
 o espaçamento entre os degraus deve ser uniforme e não exceder 30 centímetros
 a distância entre os montantes na base não deve ser menor do que 35 centímetros (escada até 3
metros de comprimento). Para escadas maiores aumentar a distância em 2 centímetros
para cada metro adicional. Exceções são feitas a escadas confeccionadas por fabricantes
autorizados.

Todas as escadas portáteis de encosto devem ter sapata antiderrapante

c) - Escadas de abrir

 não devem ter mais de 6 metros de extensão


 a distância na base entre as duas peças deve ser de no mínimo 15 centímetros para cada 30
centímetros de altura da escada.
 a distância mínima entre os montantes deve ser de 30 centímetros aumentando esta distância
 progressivamente em direção à base de 5 centímetros para cada 30 centímetros de altura.
 devem ser rígidas, estáveis e providas de dispositivos que as mantenham com abertura
constante.

d) - Uso

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TRABALHOS EM ALTURA

Para subir uma escada deve haver uma pessoa segurando a base desta até que o usuário amarre o
terceiro degrau (a contar de cima para baixo) em um suporte fixo e prenda seu cinto de
segurança. Sempre se deve subir e descer uma escada de frente para ela.

e) - Na subida para o posto de trabalho e na descida

e1) Com uma escada portátil

 Contrariamente ao caso da subida com estribos ou com uma escada vertical, o


trabalhador pode subir uma escada sem se prender, admitindo que a escada está
correctamente posicionada e inclinada segundo as regras da arte  pés afastados da
vertical do topo entre 1/4 e 1/3 da altura  e fixada ou manualmente segura por um
segundo trabalhador durante a fase de subida (no pressuposto de que o trabalhador
se escorregar cai sobre a escada, com possibilidade de se agarrar desde que cumpra
a regra de 2 mãos + 1 pé ou 1 mão + 2 pés).

 Chegado à posição de trabalho o trabalhador deve prender-se ao apoio (corda de


amarração e sistema pára-quedas) e em seguida fixar a escada ao apoio.

e2) - Com escadas de encaixar

 As escadas de encaixar são em geral utilizadas pelos Trabalhos em Tensão, à


distância, normalmente duas, uma de cada lado do apoio.

 As precauções a tomar neste caso são diferentes das indicadas para a subida a uma
escada inclinada, uma vez que os braços do trabalhador são fortemente solicitados

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TRABALHOS EM ALTURA

devido à verticalidade da escada. Qualquer fraqueza ou deslize pode originar a queda


do trabalhador.

 Assim, o trabalhador ao subir e ao descer deve estar preso por um dispositivo pára-
quedas deslizante que o acompanha na deslocação. O trabalhador deve subir ou
descer sempre com a corda de amarração a fazer uma volta redonda em torno do
apoio e da(s) escada(s).

Precauções a tomar para a montagem das escadas de encaixar:

A montagem ou desmontagem dos elementos da escada deve ser entendida como


um “trabalho” e não como uma “subida”.

- Caso de duas escadas a montar em simultâneo:

Cada trabalhador fica preso através de sua corda de amarração que é passada
entre a escada oposta e o apoio (em caso de queda, o eventual deslizar da corda
é limitado pelos berços da escada oposta)

- Caso de uma escada única:

O trabalhador passa a corda de amarração em torno do apoio, com uma volta


redonda.

Nota : A solução definitiva passará pela adopção da técnica da corda “linha de vida” ou pela
construção de novas escadas de encaixar com uma calha ao longo dos montantes, para
aplicação de um pára-quedas deslizante.

f) - Trabalhos em fachadas

 Nos trabalhos em fachadas raramente se encontram ao alcance pontos para


ancoragem do sistema pára queda que ofereçam a necessária solidez. Neste caso é
preferível utilizar um elevador com barquinha. Este meio de protecção é considerado
como de protecção colectiva, permitindo ao utilizador trabalhar em boas condições
de segurança.

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TRABALHOS EM ALTURA

 Se não for possível a solução do elevador, a escada portátil pode ser utilizada desde
que se respeitem as seguintes regras de segurança:

a utilização da escada deve ser reservada a pequenos trabalhos de curta duração


(que não excedam 30 minutos) e que não exijam do trabalhador esforços laterais
ou no sentido do afastamento relativamente à escada,

 a escada tem de estar correctamente estabilizada na base,

 a escada deve estar correctamente aplicada contra a fachada, respeitando o ângulo


de inclinação,

 a escada deve estar estendida a uma altura tal que o encosto na fachada seja feito
sensivelmente ao nível do posto de trabalho,

 a escada deve estar fixada dos dois lados para assegurar o seu equilíbrio lateral. Se
tal não for possível a escada deve ser agarrada manualmente, em permanência, por
um trabalhador no solo. (Não esquecer que uma escada correctamente posicionada
pode ser desestabilizada por acção do vento ou por gestos do trabalhador em cima
dela).

 o trabalhador não deve inclinar-se para fora dos montantes da escada

 o trabalhador deve prender-se na posição de trabalho pelo seu dispositivo pára-


quedas. O ponto de ancoragem não deve em qualquer caso ser a escada, mas sim
um ponto fixo e seguro existente ou a criar sobre a fachada.

exemplos:
uma viga de um tecto,
um barrote preso numa janela
um píton previamente fixado na fachada

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6.2.2 - Trabalhos sobre coberturas ligeiras

 isolar o local abaixo e próximo do telhado


 usar os EPI’s necessários
 estar atento para não prender (ou prensar) as mãos
 sempre subir no telhado através de uma escada
 a todo instante em que estiver encima do telhado, sempre fixar o seu cinto de segurança,
mesmo que esteja em movimento (use “LINHA DA VIDA”)
 amarrar as tábuas longitudinais ou transversais, para evitar seu escorregamento
 nunca ande encima da telha (seja qual for o tipo), sempre transite em cima da passadiços

Quando o acesso à cobertura se faz por meio de escadas manuais devem-se tomar todas as
medidas de segurança inerentes ao seu uso.
Se se trata de alturas superiores a 7 metros e o acesso se faz através de escadas fixas verticais ou
inclinadas devem-se cumprir as recomendações respectivas com as seguintes particularidades:
- junto da escada se instalará um letreiro que indique a proibição de uso por
pessoal não autorizado
- no final da escada instalar uma corrimão basculante com dispositivo de fecho
automático por gravidade assegurando que o operário não cai pela abertura da
escada
- utilizar equipamento de protecção individual mais concretamente sobre a
utilização de dispositivos anti-quedas.

A instalação de protecções colectivas (redes de segurança, corrimão, plataformas, cabos de vida,


telas metálicas, etc) de forma permanente fazendo com que o trabalhador esteja seguro contra
qualquer queda por rotura de parte da coberta, claraboias, etc.
Deve-se instalar redes de segurança sempre que as condições da nave assim o permitam como
medida complementar a outras frente à existência do risco de queda em altura.

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Para não pisar directamente sobre as cobertas utilizam-se passarelas de circulação entre a coberta
e os trabalhadores facilitando desta forma assim a realização de trabalhos sobre esta.
Os materiais mais utilizados nas passarelas são o alumínio e a madeira. O alumínio é um material
ligeiro e inoxidável. A superfície deve ser antideslizante, flexível e com perfurações para limitar
a acção do vento. Os módulos devem ter umas perfurações longitudinais de modo a encaixar
umas nas outras.

Fig.37 - Passarelas de alumínio


As suas características técnicas são as seguintes:
- largura mínima 0,5 m
- comprimento aproximado 3 m
- espessura 0,03 m
- peso 15 kg

Existem quatro sistemas de instalação de passarelas de alumínio:

1- Passarelas paralelas à inclinação da cobertura devem instalar-se com os seus bordos


dobrados e orientados para o solo.

Fig.38 - Passarela instalada paralela à inclinação

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2 - Passarelas perpendiculares à inclinação da cobertura devem instalar-se com os seus bordos


dobrados orientados também para o solo. Quando a inclinação é inferior a 15 % deve-se instalar
ao longo das linhas fixações. É sempre conveniente instalar pelo menos três pontos de segurança
por passarela montados sobre as fixações.

Fig.39 a) Fig.40 b) Fig.41 c)

Fig.39 a) Passarela perpendicular à inclinação


Fig.40 b) Passarela apoiada sobre três fixações
Fig. 41 c) Montagem de fixação

3 - Passarelas colocadas sós ou embutidas de forma combinada perpendiculares ou paralelas


deve-se instalar no mínimo três pontos de fixação ou por cavilhas sobre as passarelas paralelas à
inclinação.

Fig.42 - Passarela paralela com cavilhas Fig.43- Passarela estabilizada por pontos de fixação

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4 - Passarelas montadas directamente sobre as vigas, neste caso podem-se colocar


indiferentemente com os seus bordos dobrados voltados para o solo ou para cima tendo neste
último caso uma maior resistência à flexão.

Fig.44 - Passarela voltada para baixo Fig.45 - Passarela voltada para cima

As passarelas de madeira podem-se montar com a ajuda de cinco elementos principais:

- Caminho de serviço
- Com travessas sobrepostas
- Escadas
- De passagem
- De circulação

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Fig.46 - Passarelas de madeira

5 - Equipamento de protecção individual

 Capacete de protecção
 Óculos de segurança
 luvas
 Calçado de segurança com biqueira de aço e rasto anti-derrapante
 Sistema de protecção antiqueda (arnês de segurança e cinto de trabalho)

Fig.47 - Utilização de dispositivo anti-quedas com enrolador (trabalhos localizados)

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Fig.48 - Utilização de dispositivo anti-queda com enrolador (grandes superfícies)

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Fig.49 - Distribuição e utilização de corda linha de vida

6.2.3 - Andaimes

a) Andaimes de pés fixos

 A zona de implantação do andaimes deve ser protegida com meios de


balizagem ou com uma vedação e sinalizada com o aviso de perigo queda de
objectos, tendo em vista isolar o local dos trabalhos.

 No caso da montagem de andaimes que ocupem a via pública, devem ser


seguidas as instruções decorrentes do "Manual de Segurança, Trabalhos na Via
Pública".

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 Sempre que os andaimes sejam montados em locais de passagem de peões,


devem ser criados corredores de passagem devidamente iluminados e
sinalizados.

b) Andaimes de pés móveis

Sinalização e protecção do andaime

 A zona onde está estacionado o andaime deve ser protegida com meios de
balizagem ou e sinalizada com o aviso de perigo queda de objectos, tendo em
vista isolar o local dos trabalhos.
 Em locais de passagem, sempre que haja o risco de queda de materiais, deve
ser colocada uma Rede de Protecção.
 No caso da montagem de andaimes que ocupem a via pública, devem ser
seguidas as instruções de sinalização decorrentes do pont o 6.2.4"Segurança
deTrabalhos na Via Pública".

c) Andaimes suspensos (bailéus)

Alguns dos factores de risco e suas causas relacionadas com a montagem e utilização dos
andaimes móveis poderão ser evitados se se seguirem as normas construtivas respeitantes à
plataforma de trabalho, os pontos de ancoragem e dispositivos de suspensão, os órgãos de
suspensão e manobra que permitem que o andaime está perfeitamente construído e protegido.

c1) Considerações prévias na montagem

Montadores - devem estar formados para fazer este tipo de trabalhos devendo ter a cabeça
protegida e equipamento individual de protecção anti-quedas. A formação deverá incluir a
interpretação do plano de montagem e desmontagem, as medidas de segurança a seguir em cada

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caso que devem incluir a prevenção de riscos de queda de pessoas e objectos, os coeficientes de
cargas, os efeitos das condicionantes meteorológicas, etc.
Pescantes - podem-se ancorar ao ferro através de um orifício. Na base colocam-se contrapesos.
Na instalação dos pescantes deve-se ter a preocupação de apoiar sobre zonas estáveis e
resistentes.

Calcular a separação correcta entre pescantes em função dos módulos existentes. Se os pescantes
não se colocam bem estes podem-se voltar. Há que evitar esforços laterais muito perigosos.

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Plataforma - esta pode ser composta por um ou vários módulos, que podem ser de diferentes
comprimentos

Aparelhos de elevação -

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Pontos de ancoragem e dispositivos de suspensão

Pontos de suspensão - estes podem ser sarilho, pescantes e lanças

Fig.50 - Lança móvel

c2) Sinalização

 É obrigatória a balizagem/protecção de uma área circundante na vertical do


bailéu, de modo a prevenir o risco de queda de objectos ou materiais.
 Sempre que se efectuem trabalhos com andaimes na proximidade de
condutores ou peças nuas em tensão, estas devem ser sinalizadas de forma a
torná-las mais visíveis para evitar a aproximação dos trabalhadores ou de
objectos que estes possam manusear.

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Nota: A existência de sinalização permite a correcta identificação dos riscos no trabalho.


Além da sinalização de carácter genérico, que podemos encontrar no Dec. Lei nº 141/95, de 14
de Junho, não existe nenhuma sinalização específica para o trabalho em andaimes; em todo o
caso, há que cumprir a identificação de permissão de entrada no andaime, a qual está
relacionada com o facto de o andaime se encontrar, ou não, utilizável.

6.2.4 - Segurança de trabalhos na via pública (sinalização)

A Norma Europeia EN 471, de 1994, especifica os requisitos do vestuário de protecção para os


trabalhos que laboram na via pública.
O fato de trabalho deve conter bandas em material reflector que permita sinalizar o trabalhador e
torná-lo facilmente visível, para os condutores dos veículos que circulam na estrada, sob
qualquer tipo de luz diurna e sob a iluminação dos faróis na obscuridade.
No caso do fato de trabalho não possuir as referidas bandas reflectoras, o trabalhador deve usar
um colete de fundo fluorescente de cor amarela ou laranja com bandas em material
retrorreflector.
Também as calças deverão ter bandas de material retrorreflector rodeando horizontalmente cada
perna, ou em alternativa o trabalhador deve usar polainas com fundo fluorescente com 2 bandas
em material retrorreflector.

No local de trabalhos deve existir pelo menos uma placa com a identificação do trabalho, dono
da obra e empreiteiro.

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Fig.51 - Placa com a identificação

Apresentam-se alguns exemplos:

a) Trabalhos com escadas de mão, em localidades, com ocupação parcial do passeio

Se uma escada em posição de trabalho ocupa até 2/3 da largura do passeio e se sobram pelo
menos 65 centímetros de espaço para o trânsito de peões, devem ser colocadas, antas e depois da
escada, rede, fita ou corrente delimitadora para impedir o trânsito sob a escada.

Fig.52 - Escada (ocupação parcial do passeio)

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b) Trabalhos com escadas de mão, em localidades, com a ocupação total do passeio

Se uma escada em posição de trabalho ocupa mais de 2/3 da largura do passeio, ou se o espaço
reservado aos peões não permite uma passagem fácil (cerca de 65 centímetros), colocar:
- sinais com a indicação "Peões - circulem pelo passeio oposto"
- antes e depois da escada, rede, fita ou corrente delimitadora para impedir o
trânsito sob a mesma.

Os sinais devem ser colocados, quando possível, em correspondência com a passadeira de peões
mais próxima antes do obstáculo ou, na sua falta, numa posição tal que constitua aviso válido
para peões.

Fig.53 - Escada (ocupação total do passeio)


c) Trabalhos com escadas de mão, em localidades, com ocupação da via

Se uma escada em posição de trabalho ocupa, para além do passeio, uma parte da via, deve
proceder-se do seguinte modo:
- colocar sobre o passeio, antes e depois da escada, rede, fita ou corrente
delimitadora e o sinal com a indicação "Peões - circulem pelo passeio oposto"
- colocar na via, antes e depois da escada, uma baia
- sinalizar o obstáculo com o sinal "Obrigação de contornar a placa ou
obstáculo"

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Fig.54 - Escada (ocupação parcial da via)

d) Trabalhos com andaimes em localidades

Os andaimes montados junto da passagem de veículos ou em locais de manobras de


máquinas, que possam a vir a pôr em causa a estabilidade e integridade do andaime,
devem ser sinalizados tanto durante o dia como de noite; para além desta sinalização, não
dispensável, podem ser ainda colocados obstáculos de pedra, betão ou mesmo uma
estrutura metálica.

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Fig.55 - Andaime (ocupação do passeio e via)

e) Trabalhos com auto-escada ou barquinha, em localidades

Deve-se ter em conta os peões e os veículos, devido ao risco de queda de materiais.


Deve-se proteger do seguinte modo:
- colocar sinal "Trabalhos na via" nos dois sentidos de circulação, a uma
distância de 30 metros
- colocar no passeio rede, fita, corrente delimitadora ou barreiras extensíveis
para evitar o trânsito de peões e sinalizar o obstáculo com o sinal "Peões -
circulem pelo passeio oposto".
- Sinalizar o obstáculo com o sinal "Obrigação de contornar a placa ou
obstáculo" e delimitar com cones de sinalização a área de trabalho.

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TRABALHOS EM ALTURA

Fig.56 - Auto-escada na via pública em localidades

f) Trabalhos com auto-escada ou "barquinha", fora das localidades

A área ocupada por uma "barquinha", parada para trabalhos na via junto à berma, sinaliza-se do
seguinte modo:
- colocar o sinal "Trabalhos na via" nos dois sentidos de circulação
- colocar o sinal "Obrigação de contornar a placa ou obstáculo"
- delimitar a área de trabalho com cones de sinalização.

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Fig.57 - Auto-escada na via pública fora das localidades

g) Trabalhos de curta duração

Para trabalhos que exijam frequentes deslocações da "barquinha", com paragens de duração
muito limitada ( por exemplo, substituição de lâmpadas de iluminação pública), o veículo parado
deve estar sinalizado, com um operador devidamente equipado, colocado antes da "barquinha" e
a distância suficiente deste, com uma bandeira vermelha.
De noite, ou em situações de escassa visibilidade, deve-se também recorrer à sinalização normal
prevista, integrada das cautelas relativas à visibilidade nocturna.

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Fig. 58 - Auto-escada na via pública de curta duração

7 - CONCLUSÕES

De acordo com as estatísticas de acidentes de trabalho, verificou-se que o tipo de acidente mais
frequente é o relacionado com a s quedas de níveis diferentes.
Apesar da natureza destes trabalhos significar tanto risco, são realizados em grande parte por
pessoas totalmente despreparadas, seja do ponto de vista técnico ou da aptidão certificada por
exame médico.
A preparação e implementação das medidas de segurança é uma responsabilidade colectiva.
Sempre que um trabalho se desenvolva em altura o homem tem de estar sempre em segurança.
Qualquer planeamento deve prever a possibilidade de manter o homem em segurança (preso)
durante todo o seu tempo de realização do trabalho, incluindo na subida e/ou descida.
É necessário um planeamento prévio do trabalho, com a análise de riscos, questionando-se fase a
fase. É necessário também efectuar um acompanhamento constante e inspecções regulares.
Os custos de um acidente são enormes, tanto para o indivíduo, como para a entidade patronal e
para a sociedade.
É necessário dar prioridade a medidas que eliminem ou reduzam os perigos na sua origem e que
proporcionem uma protecção colectiva.

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TRABALHOS EM ALTURA

Existem inúmeros perigos a nível do trabalho em altura. No entanto, existem também inúmeras
"boas práticas" que podem facilmente ser aplicadas no sentido de impedir a ocorrência de
acidentes. O primeiro passo consiste em efectuar uma avaliação dos riscos que seja adequada e
suficiente.
Deverá ser assegurada uma verdadeira redução da exposição ao perigo, quer por parte dos
trabalhadores quer de outras pessoas (incluindo os visitantes dos estaleiros ou o público que está
de passagem), a avaliação dos riscos deverá ter em consideração todos os possíveis riscos e
perigos.
Os trabalhadores têm o dever de cooperar de forma activa a nível das medidas de prevenção
implementadas pelas entidades patronais, bem como cumprir as instruções de acordo com a
formação recebida.
O equipamento de protecção individual deve ser utilizado sempre que necessário. Deve ser
adequado aos riscos a prevenir, confortável, estar em boas condições e não contribuir para
aumentar os outros riscos. È necessário formação para a sua utilização.

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8 - BIBLIOGRAFIA

- Relatório anual de actividades: 2001, IDICT


- Veiga, Rui: Manual de segurança na construção civil: 2003; ISLA
- Cabral, Fernando; Veiga, Rui: Higiene, segurança e prevenção de acidentes de
trabalho (Unidade 7 capítulo 7)
- Machado, Luis Fontes: Manual de segurança no estaleiro - Construção civil:
1996; IDICT.
- Cabral, A .Fernando; Roxo, M. Manuel: Construção civil e obras públicas - a
coordenação de segurança: 1996; IDICT
- Manual de segurança - sinalização de trabalhos na via pública: 1996; EDP
- Vale, Pedro: Organização da segurança em empresas: 2001; CENERTEC
- Segurança no estaleiro - Trabalho em andaimes: 1997; IDICT
- Échafaudages et appareils élévateurs pour travaux em façade - Guide pratique.
1996; IDICT

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INSTITUTO SUPERIOR DE LÍNGUAS E ADMINISTRAÇÃO


ISLA – SANTARÉM

PÓS GRADUAÇÃO EM HIGIENE E SEGURANÇA NO TRBALHO

MÓDULO VIII – SEGURANÇA DO TRABALHO

TRABALHOS EM ALTURA

Autor:
Moisés Henrique Fontes Cadete Esteves

SANTARÉM
MAIO 2003

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