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CARDIO
ONCOLOGIA
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PREPARAÇÃO EM CARDIOLOGIA
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Esta obra é protegida pela lei número 9.610 dos Em vigor a lei número 10.693, de 1 de Julho de 2003,
Direitos Autoriais de 19 de Fevereiro de 1998, que altera os artigos 184 e 186 do Código Penal em
sancionada e publicada no Diário Oficial da União acrescenta Parágrafos ao artigo 525 do Código de
em 20 de Fevereiro de 1998. Processo Penal.
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E-BOOK ONCOLOGIA
AUTOR
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1. INTRODUÇÃO 2. DEFINIÇÃO DE
CARDIOTOXICIDADE
O tema cardio-oncologia, apesar
de pouco frequente nas provas do TEC, Redução assintomática da FE
levanta o interesse de muitos cardiologistas, Grau I
entre 10 e 20%.
pois, por vezes, em nossa prática clínica, nos
surpreendemos com tais pacientes e, devido
Redução da FE abaixo de 20% ou
ao fato de serem pouco prevalentes, leva a um Grau II
abaixo do normal.
turbilhão de incertezas que visamos dirimir
nesse texto. Os dados foram retirados da I
Diretriz Brasileira de Cardio-Oncologia da SBC. Grau III Insuficiência cardíaca sintomática.
3. APRESENTAÇÃO DA CARDIOTOXICIDADE
A insuficiência cardíaca (IC) pode ocorrer entre 5 e 30% dos casos. Os efeitos cardiotóxicos
são cumulativos e relacionados à dose, velocidade de infusão, associação de drogas e insuficiência
hepática e renal. As antraciclinas (doxorrubicina, ciclofosfamida) são sabidamente tóxicas aos
miócitos; a doxorrubicina pode causar dano miocárdico já na primeira dose e está relacionada
a doses cumulativas, principalmente, acima de 400mg/m². As antraciclinas são caracterizadas
por causar danos irreversíveis, apesar de estudos recentes mostrarem reversibilidade em alguns
casos.
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Achados na biópsia
Relação
endomiocárdica
Cardiotoxidade Protótipo com dose Reversibilidade
(microscopia
cumulativa
eletrônica)
Vacúolos, destruição
Doxorrubicina
Tipo I Sim dos sarcômeros, Não
Ciclofosfamida
necrose
Transtuzumabe
Aparência benigna Sim (maioria
Tipo II Sunitinibe Não
ultraestrutural dos casos)
Sorafenibe
Agentes alquilantes
5% a 25% dos casos ++++
(ciclofosfamida, ifosfamida)
Agentes antimicrotúbulos
2% a 10% dos casos +++
(docetaxel, paclitaxel)
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4. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico baseia-se nos sinais e sintomas de IC associados à classe do quimioterápico
utilizado, dose cumulativa, uso prévio de outros quimioterápicos cardiotóxicos e presença
de outros fatores de risco cardiovasculares. A troponina e o BNP têm sido utilizados como
biomarcadores úteis na identificação precoce de dano miocárdico e no seguimento de pacientes
oncológicos. O ecocardiograma é a opção mais utilizada como método de imagem. A biópsia
miocárdica é sensível e específica na detecção de cardiomiopatia induzida por antraciclinas,
porém, pouco utilizada devido ao fato de ser método invasivo, além da acurácia dos métodos de
imagem.
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5. MONITORAMENTO DE CARDIOTOXICIDADE
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Nível de
Classe Indicação
evidências
Dosagem precoce de troponinas (0h, 24h, 72h após cada
IIa ciclo) e BNP (ou NT-ProBNP) para pacientes de alto risco para B
cardiotoxicidade
Dosagem tardia de troponinas e BNP (ou NT-ProBNP) - 1 mês
IIa C
após o ciclo
Sunitinibe HAS
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6. PREVENÇÃO DE CARDIOTOXICIDADE
Abreviaturas: IECA: inibidor da enzima conversora de angiotensina; BNP: brain natriuretic peptide.
Arq Bras Cardiol 2011; 96(2 supl.1): 1-52
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7. TRATAMENTO DE CARDIOTOXICIDADE
Nível de
Classe Indicação
evidências
Uso de IECA em pacientes com IC e disfunção sistólica assintomática
I C
ou sintomática, na maior dose tolerada
Uso de IECA em pacientes com aparecimento de disfunção
IIa C
diastólica durante ou após tratamento quimioterápico
Os BRA devem ser recomendados a pacientes portadores de IC
I C
intolerantes aos inibidores da ECA
Uso de betabloqueadores (carvedilol, metoprolol, bisoprolol) em
I pacientes com IC e disfunção sistólica assintomática e sintomática, C
na maior dose tolerada
Uso de espironolactona (25 a 50 mg/dia) em pacientes sintomáticos
I C
(IC CF II-IV), com disfunção sistólica
Indicação de transplante cardíaco para pacientes com IC refratária,
IIa apesar da máxima medicação para IC, com mais de 5 anos de não C
recidiva da neoplasia após tratamento
Uso de IECA em pacientes com insuficiência renal, hipercalemia ou
III C
hipotensão sintomática
Abreviaturas: QT: quimioterapia; IECA: inibidor da enzima conversora de angiotensina; BRA:
bloqueador do receptor AT2 da angiotensina; IC: insuficiência cardíaca.
Arq Bras Cardiol 2011; 96(2 supl.1): 1-52
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8. QUESTÕES COMENTADAS
QUESTÕES EXEMPLO
1- TEC 2015 - Entre os agentes quimioterápicos para tratamento
do câncer, qual agente está associado à maior incidência de
cardiotoxicidade e evolução para insuficiência cardíaca?
a) Paclitaxel.
b) Sunitinibe.
c) Doxorrubicina.
d) Ciclofosfamida.
e) Bevacizumabe.
Comentário: Questão clássica e agora extremamente fácil para os
alunos de Cardioaula. As antraciclinas, nesta questão, representadas
pela Doxorrubicina, podem levar à incidência de cardiotoxicidade
e IC em até 35% dos casos, sendo a droga com maior potencial de
causar tais efeitos colaterais, principalmente, nas doses acima de
400mg/m². Resposta: letra C.
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Síndrome clínica de
Agentes quimioterápicos
cardiotoxicidade
Sunitinibe HAS
QUESTÕES EXEMPLO
2- TEC 2016 - Em paciente com câncer de mama, com proposta de
tratamento com trastuzumabe, é CORRETO afirmar:
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Nível de
Classe Indicação
evidências
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Nível de
Classe Indicação
evidências
Manutenção do tratamento em pacientes
Classe I assintomáticos com FEVE normal que não C
apresentam redução da FEVE
Manutenção do tratamento em pacientes
assintomáticos com queda da FEVE > 10%
Classe I mas ainda com valor dentro da normalidade. C
Recomenda-se repetir ecocardiograma em
4 meses
Manutenção do tratamento em pacientes
assintomáticos com queda da FEVE entre
10% e 15% mas ainda com valor acima
de 40%. Recomenda-se iniciar terapia
Classe I C
com betabloqueador e IECA e repetir
ecocardiograma em 2 a 4 semanas. Se não
houver recuperação da função, recomenda-
se suspender o trastuzumabe
Interrupção do tratamento em pacientes
assintomáticos com queda da FEVE > 15%
ou FEVE < 30%. Recomenda-se terapia
com betabloqueador e IECA e repetir
Classe I C
ecocardiograma em 2-4 semanas. Se a FEVE
não melhorar, manter terapia suspensa. Se a
FEVE estiver acima de 45%, pode se reiniciar o
trastuzumabe
Pacientes sintomáticos com queda da
FEVE > 10%, mas ainda com valor dentro da
normalidade, podem ter seu tratamento
continuado. Recomenda-se terapia com IECA
Classe I e betabloqueador e repetr ecocardiograma C
em 2 a 4 semanas. Se a FEVE permanecer
estável ou melhorar, a terapia deve ser
mantida. Se houver queda, o trastuzumabe
deve ser suspenso
Interrupção do tratamento em pacientes
Classe I C
sintomáticos com queda da FEVE > 15%
Arq Bras Cardiol 2011; 96(2 supl.1): 1-52
Resposta: letra C
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QUESTÕES EXEMPLO
3- TEC 2016 - Mulher, 44 anos, câncer da mama esquerda.
Foi proposta quimioterapia adjuvante com doxorrubicina e
ciclofosfamida por quatro ciclos, seguida de paclitaxel semanal
por 12 semanas.
- Tem como antecedentes relevantes:
- Doença de Hodgkin aos 16 anos de idade, tratada com
quimioterapia sistêmica e radioterapia em mediastino
- Diabetes melito tipo 2, em uso de hipoglicemiante oral há 15 anos
e hipertensão arterial sistêmica há 10 anos mal controlada.
- Exame físico normal.
- Índice de massa corporal 38kg/m2.
- Oncologista solicita avaliação quanto ao risco de cardiotoxicidade
pelo tratamento com quimioterapia proposto. Neste caso:
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Extremos de idade
HAS
DM
Radioterapia mediastinal
Suscetibilidade genética
Sexo Feminino
Modo de
Injeção rápida
administração
Dose cumulativa Excedendo a dose cumulativa de:
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QUESTÕES EXEMPLO
4- TEC 2017 - Leia as opções abaixo e marque a correlação correta
entre o tipo de quimioterápico com as suas respectivas síndromes
clínicas de cardiotoxicidade.
I – Doxorrubicina e Ciclofosfamida A – Trombose venosa profunda
II – Sunitinibe e Sorafenibe B – Síndromes isquêmicas miocárdicas
III – Talidomida e Erlotinibe C – HAS e síndromes isquêmicas
miocárdicas
IV – Fluorouracil e Capecitabina D – Hipertensão arterial sistêmica
V – Bevacizumabe e Cisplatina E – Disfunção ventricular esquerda
A) I – B, II – A, III – C, IV – D, V – E.
B) I – A, II – B, III – E, IV – C, V – D.
C) I – E, II – D, III – A, IV – B, V – C.
D) I – D, II – C, III – B, IV – E, V – A.
E) I – C, II – E, III – C, IV – A, V – B.
Comentário: Questão extremamente fácil. Bastava saber que a
doxorrubicina é a droga que leva à maior incidência de DVE. Com
essa correlação, eliminavam-se todas as alternativas.
Síndrome clínica de
Agentes quimioterápicos
cardiotoxicidade
Doxorrubicina e
Disfunção ventricular esquerda
ciclofosfamida
Sunitinibe HAS
Resposta: letra C
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