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Escola Profissional Dr.

Francisco Fernandes
Disciplina: Saúde 2
2016/2017

Manual do cuidador

TAFAC
Índice
Introdução …………………………………………………………………………………….……………………..…... 2

2. O envelhecimento ……………………………………………………………………………………………….. 4
2.1. Ciclo Vital ………………………………………………………………………………………………….……. 4
2.2. Alterações orgânicas ………………………………………………………………………………..…….. 7
2.3. Patologias mais comum …………………………………………………………………………..……. 8
3. Cuidar ………………………………………………………………………………………………………………… 10
3.1 Direitos dos doentes ……………………………………………………………………………………… 10
3.1.1. Dignidade …………………………………………………………………………………………. 13
3.1.2. Dignidade idosa ………………………………………………………………………………... 14
3.1.3. Doente cuidados Paliativos ………………………………………………………………. 14
3.1.4. Doente Mental …………………………………………………………………………………. 15
3.1.5. Intimidade ………………………………………………………………………………….…….. 15
3.1.6. Sexualidade/ Género …………………………………………………………….………….. 15
3.1.7. Privacidade ………………………………………………………………………………………. 16
4. Cuidador formal ………………………………………………………………………………………………… 16
4.1 Qualidades do cuidador ………………………………………………………………………………… 17
4.2 Áreas de intervenção …………………………………………………………………………………….. 17
5. Cuidar em casa ou no hospital …………………………………………………………………………… 18
6. Autonomia; Independência; Autoestima …………………………………………………………… 18
7. Cuidados de higiene e conforto …………………………………………………………………………. 18
7.1. Objetivos …………………………………………………………………………………………………….. 19
7.2. Tipos de banhos – adulto/crianças ……………………………………………………………... 20
7.2.1. Adulto …………………………………………………………………………………………….. 21
7.2.2. Criança …………………………………………………………………………………………... 23
7.3. Cuidados de higiene Homem/Mulher …………………………………………………………. 26
7.3.1. Olhos ……………………………………………………………………………………………… 26
7.3.2. Nariz ………………………………………………………………………………………………. 26
7.3.3. Boca ………………………………………………………………………………………………. 26
7.3.4. Unhas/pés ……………………………………………………………………………………… 27
7.3.5. Cabelo …………………………………………………………………………………………… 28

2
7.3.6. Ouvidos ………………………………………………………………………………………….. 28
7.4. Cuidados de higiene genitais: femininos/masculinos …………………………………… 28
7.5. Comunicação na prestação de cuidados ………………………………………..……………. 31
8. Materiais utilizados nos Cuidados de Higiene ………………………………………………….… 31
9. Fatores Ambientais …………………………………………………………………………………………… 32
10. Fatores Pessoais ……………………………………………………………………………………………….. 32
11. I.A.C.S: Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde …………………………………………. 33

Conclusão ……………………………………………………………………………………………………………….. 33

Bibliografia ……………………………………………………………………………………..………………………. 34

3
Introdução
Com este trabalho queremos criar um documento de apoio tendo como
referência informações adquiridas na área de SAU2 tanto transmitidas pelo
enfermeiro, como pela pesquisa e discussões de grupos de trabalho, concluindo com
informações relevantes para o serviço de cuidados de saúde.

4
2. O Envelhecimento

O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, no qual há


modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que determinam a
perda de capacidade de adaptação do individuo ao meio ambiente, ocasionando maior
vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que terminam e levam à
morte.

Existe fatores que afetam o envelhecimento e estes são:

 Genética;
 Acesso a cuidados de saúde e medidas preventivas (ginásio, centro de dia,
centro de saúde)
 Segurança no trabalho;
 Exposição a agentes ambientais;
 Alimentação cuidada e diversificada;
 Tabaco, álcool e outras adições;
 Patologias adquiridas;
 Exercício físico e sedentarismo;
 Poluição ambiental;
 Atividades profissionais de desgaste elevado

Envelhecimento intrínseco

O envelhecimento intrínseco é decorrente do desgaste natural do organismo,


causado pelo passar dos anos, sem a interferência de agentes externos e equivale ao
envelhecimento de todos os órgãos, inclusive a pele.

Envelhecimento extrínseco

O envelhecimento extrínseco, ou fotoenvelhecimento, é aquele decorrente do


efeito da radiação ultravioleta do sol sobre a pele durante toda a vida. Além de outros
fatores como o fumo e o clima.

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2.1 Ciclo vital
Ciclo de Vida é a sequência de etapas vivenciadas pelo individuo, sujeito a uma
série de transições e de superar uma série de provas e de crises. Nestas etapas
desenvolve-se um processo de socialização e de aprendizagem constante, mediante os
quais, pelo contacto com outros seres humanos e através da educação, o individuo
atravessa, de modo gradual por diferentes idades e status, tornando-se capaz e
consciente nas formas de uma cultura, até a conclusão de sua existência pessoal.

Os indivíduos passam por diferentes etapas do ciclo de vida: a infância, a


adolescência, a idade adulta e a velhice. A importância da idade ou do grupo de idades
é elementar para a identificação social, juntamente com o género.

Do ciclo vital importa compreender a noção de projeto saúde. Dois indivíduos


apenas porque têm a mesma idade não têm exatamente o mesmo comportamento, ou
seja, ao longo da sua vida, adotando diferentes projetos de saúde, obtêm resultados
diferentes. Dois indivíduos da mesma idade, adotando estilos de vida (sedentarismo,
acesso a cuidados de saúde, alimentação, fatores ambientais) vão apresentar
condições físicas e cognitivas diferentes, cabendo a nós compreender essa situação e
adotar medidas adequadas.

Faixa etária Desenvolvimentos Desenvolvimentos Desenvolvimentos


físicos cognitivos psicossociais

Ocorre a conceção. As capacidades de aprender e O feto responde à voz da mãe e


A dotação genética interage lembrar estão presentes durante desenvolve uma preferência por ela.
com as influências a época fetal.
ambientais desde o início.
Período pré-natal Formam-se as estruturas e
(da conceção ao os órgãos corporais básicos.
nascimento) Inicia-se o crescimento
cerebral.
O crescimento físico é o
mais rápido de todo o ciclo
vital.
O feto ouve e responde a
estímulos sensórios.
A vulnerabilidade a
influências ambientais é
grande.

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Todos os sentidos As capacidades de aprender e Desenvolve-se um apego a pais e a
funcionam no nascimento lembrar estão presentes, mesmo outras pessoas.
em graus variados. nas primeiras semanas. O uso de Desenvolve-se a auto-consciência.
O cérebro aumenta de símbolos e a capacidade de Ocorre uma mudança
Primeira infância complexidade e é altamente resolver problemas da dependência para a
(do nascimento sensível à influência desenvolvem-se no final do autonomia. Aumenta o interesse por
aos 3 anos) ambiental. segundo ano de vida. outras crianças.
O crescimento e o A compreensão e o uso da
desenvolvimento físico das linguagem desenvolvem-se
habilidades motoras são rapidamente.
rápidos.

O crescimento é constante; O pensamento é um pouco O autoconceito e a compreensão das


o corpo fica mais delgado e egocêntrico, mas a compreensão emoções tornam-se mais complexos;
as proporções mais do ponto de vista das outras a auto-estima é global. Aumentam a
semelhantes às de um pessoas aumenta. independência, a iniciativa, o
adulto. A imaturidade cognitiva leva a autocontrole e os cuidados consigo
O apetite diminui e os algumas ideias ilógicas sobre o mesmo.
Segunda problemas de sono são mundo. Desenvolve-se a identidade de
infância (dos 3 comuns. A memória e a linguagem género.
aos 6 anos) A preferência pelo uso de aperfeiçoam-se. O brincar torna-se mais imaginativo,
uma das mãos aparece; as A inteligência torna-se mais mais complexo e mais social.
habilidades motoras finas e previsível. Altruísmo, agressão e temores são
gerais e a força aumentam. comuns.
A família ainda é o foco da vida
social, mas as outras crianças
tornam-se mais importantes.
Frequentar a pré-escola é comum

O crescimento diminui. O egocentrismo diminui. As O autoconceito torna-se mais


Força e habilidades atléticas crianças começam a pensar com complexo, influenciando a auto-
Terceira infância aumentam. lógica, mas de maneira concreta. estima.
Doenças respiratórias são As habilidades de memória e
comuns, mas a saúde linguagem aumentam.
geralmente é melhor do que
em qualquer outro período
do ciclo vital.

O crescimento físico e Os desenvolvimentos cognitivos A co-regulação reflecte a


outras mudanças são permitem que as crianças transferência gradual de controle
rápidos e profundos. beneficiem com a educação dos pais para a criança. Os amigos
Ocorre maturidade escolar. Algumas crianças assumem importância central.
reprodutiva. apresentam necessidades e A busca de identidade, incluindo a
Adolescência (dos Questões comportamentais talentos educacionais especiais. identidade sexual, torna-se central.
11 aos vinte anos como transtornos Desenvolve-se a capacidade de O relacionamento com os pais é,
em geral bom. Os grupos de amigos
aproximadamente) alimentares e abuso de pensar em termos abstractos e
ajudam a desenvolver e a testar o
drogas, trazem importantes utilizar o raciocínio científico.
autoconceito, mas também podem
riscos para a saúde. O pensamento imaturo persiste exercer uma influência anti-social.
em algumas atitudes e em alguns
comportamentos. A educação
concentra-se na preparação para
a faculdade ou para a vida
profissional.

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A condição física atinge o As capacidades cognitivas e os Os traços e estilos de personalidade
máximo, depois diminui julgamentos morais assumem tornam-se relativamente estáveis,
ligeiramente. maior complexidade. mas as mudanças na personalidade
As escolhas de estilo de vida As escolhas educacionais e podem ser influenciadas pelas
influenciam a saúde. profissionais são feitas. etapas e pelos eventos de vida.
Jovem adulto Tomam-se decisões sobre os
(dos 20 relacionamentos íntimos e os estilos
ao 40 anos) de vida pessoais.
A maioria das pessoas casa-se e tem
filhos.

Meia-idade (dos Pode ocorrer alguma A maioria das capacidades O senso de identidade continua a
40 deterioração das mentais atinge o máximo; a desenvolver-se; pode ocorrer uma
aos 65 anos) capacidades sensoriais, da perícia e as capacidades de transição de meia-idade stressante.
saúde, do vigor e da resolução de problemas práticos A dupla responsabilidade de cuidar
destreza. Para as mulheres são acentuadas. dos filhos e dos pais idosos pode
chega a menopausa. O rendimento criativo pode causar stress.
diminuir, mas melhorar em A saída dos filhos deixa o ninho
qualidade. vazio.
Para alguns, o êxito na carreira e
o sucesso financeiro alcançam o
máximo; para outros pode
ocorrer esgotamento total ou
mudança profissional.

A maioria das pessoas é A maioria das pessoas é A aposentação pode oferecer novas
saudável e activa, embora mentalmente alerta. Embora a opções para a utilização do tempo.
a saúde e as capacidades inteligência e a memória possam As pessoas precisam de enfrentar as
físicas diminuam um pouco. deteriorar-se em algumas áreas, perdas pessoais e a morte iminente.
Terceira idade O tempo de reacção é mais a maioria das pessoas encontra Os relacionamentos com a família e
(dos 65 anos em lento e afecta alguns forma de compensação. com os amigos íntimos pode
diante) aspectos do funcionamento. oferecer apoio importante. A busca
de significado na vida assume
importância central.

PAPALIA, D. & OLDS, S. (2008). Desenvolvimento humano, (8ª


ed.). Porto Alegre: Artmed Editora, 52-53.

2.2 Alterações orgânicas


A doença pode ser desencadeada por fatores intrínsecos ao organismo, como a
multiplicação desregulada de células (em caso de cancro), ou por fatores extrínsecos,

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como agressões, que provoquem danos anatomofisiológicos, e agentes etiológicos
causadores de patologias, como vírus e bactérias, por exemplo.

Uma doença pode ser estrutural ou funcional, dependendo se afeta a estrutura


(tecido ou órgão) ou afeta a função

Um tipo menos conhecido de doença é o de origem psicossomática, em que


não existe um agente etiológico ou fator definido para as alterações orgânicas
decorrentes de um controlo instável do sistema nervoso central.

As alterações orgânicas que acontecem num individuo são:

 Perda da elasticidade da pele tornando-se mais fina, transpirando menos e


produzindo menos sebo;
 Andar mais lento e diminuição de flexibilidade e de reflexos;
 Diminuição da produção de saliva e dos movimentos de deglutição;
 Sistema imunitário menos ativo;
 Os sistemas reguladores da tensão arterial e temperatura altera-se;
 Diminuição da quantidade de cálcio, massa e força muscular;
 O cérebro diminui de tamanho, mas preserva as funções;
 O coração diminui o ritmo, mesmo em situações em que a aceleração é
previsível;
 Diminuição da capacidade de respirar e tossir;
 Os rins diminuem as reservas funcionais e tornam-se mais sensíveis aos
medicamentos;
 O sono altera-se.

2.3 Patologias mais comum


As alterações de estrutura e as perdas funcionais ocorrem em todos os órgãos e
sistemas do corpo humano. No entanto, os principais problemas de saúde dão-se a
nível de sistema nervoso central, aparelho locomotor, sistema cardiovascular e sistema
respiratório.

Enfarte, Angina: entupimento das artérias coronárias, que levam o sangue ao coração.

AVC: fornecimento de sangue a uma parte do cérebro é impedido por uma obstrução
(AVC isquémico) ou hemorragia (AVC hemorrágico) e isso faz com que o cérebro não
obtenha oxigénio necessário e as células do mesmo param e morrem (quando morrem
não se recuperam).

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Diabetes: excesso de glicose no sangue provocado pelo mau funcionamento do
pâncreas ou pela diminuição da tolerância aos açucares.

Enfisema pulmonar: é uma doença dos alvéolos (onde ocorre as trocas gasosas
durante a respiração) que se vão destruindo e isso faz com que reduza o oxigénio.

Bronquite crônica: obstrução do alvéolo pelo muco.

Alzheimer: demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível


de diversas funções cognitivas.

Parkinson: doença neurológica degenerativa que afeta o sistema motor.

(nota: as demências comprometem o relacionamento interpessoal, orientação no


tempo e no espaço e as atividades instrumentais da vida diária.)

Perda da acuidade auditiva e visual: é quando a pessoa não consegue ouvir


corretamente com um ou ambos os ouvidos. As duas principais causas são o
envelhecimento e altos ruídos.

Doença cardíaca hipertensiva: distúrbio causado pela pressão arterial elevada.

Pneumonia: inflamação dos pulmões que afeta os alvéolos e os tecidos circundantes.

Osteoartrose: é um doença que atinge a cartilagem articular em cerca 70% dos idosos.
Principal manifestação é a dor cronica. (coluna, joelhos, anca e mãos)

Osteoporose: é a perda anormal do osso tornando mais fraco com maior facilidade em
fraturar e maior dificuldade em consolidar.

Hipertensão arterial: é um amento anormal da pressão exercida pelo sangue ao passar


no sistema circulatório (causador muitas vezes de embolias);

Catarata: opacidade no cristalino do olho que dificulta a visão.

Cancro da mama: 45% dos casos são identificados em mulheres cm mais de 65 anos

Cancro da próstata: doença masculina comum no idoso, com alterações do fluxo e do


débito urinário.

Cancro do colon e reto: é comum e acompanham-se, muitas vezes, por um historial de


obstipação cronica, alimentação pobre em fibras e hábitos tabágicos.

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Cancro da pele: comum em idosos, principalmente os de pele clara e/ou antecedentes
de exposição solar excessiva.

 Incontinência urinária;
 Instabilidade postural e quedas;
 Imobilidade;
 Demências;
 Delirium; (É um transtorno de base orgânica associado a alterações
quantitativas de consciência possibilitando o desenvolvimento do estado
confuso)
 Depressão;
 Osteoporose;
 Hipertensão arterial;
 Diabetes;
 AVC;
 Cancro da mama;
 Cancro na próstata;
 Cancro do cólon e reto;
 Cancro da pele;
 Osteoartrose;

3.Cuidar
O cuidar e um ato de vida permanente e quotidiana que tem como finalidade
permitir que a vida continue e se desenvolva. É indispensável para melhor
compreender a natureza humana. O cuidar é um ato pensado sendo por isso único do
ser humano.

O cuidar é um ato individual prestado por nós próprios, quando se tem


autonomia, e é um ato de reciprocidade que se presta a outro que necessite, seja
temporariamente ou definitivamente, para assumir a satisfação das suas necessidades
básicas.

Não há que esquecer que devemos sempre valorizar os sentimentos, a saúde, a


independência e até mesmo a individualidade de quem iremos cuidar.

Para tudo há estratégias e o cuidar não é diferente, por isso devemos colocar a
pessoa cuidada como o centro do processo, estabelecendo e desenvolvendo com ela
uma interação e um envolvimento em que se deve estar presente, respeitar, sentir
para e com a pessoa cuidada, proporcionar suporte, mas ser firme promovendo assim
o autocuidado e independência.

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3.1 Direitos dos doentes
Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes

O direito à proteção da saúde está consagrado na Constituição da República


Portuguesa e assenta num conjunto de valores fundamentais como a dignidade
humana, a equidade, a ética e a solidariedade.

Conhecer os seus direitos e deveres aumenta a sua capacidade de atuação na


melhoria dos cuidados e serviços de saúde.

Direitos dos Doentes

 O doente tem direito a ser tratado no respeito pela dignidade humana;


 O doente tem direito ao respeito pelas suas convicções culturais, filosóficas e
religiosas;
 O doente tem direito à prestação de cuidados continuados;
 O doente tem direito a ser informado acerca dos serviços de saúde existentes,
suas competências e níveis de cuidados;
 O doente tem direito a ser informado sobre a sua situação de saúde;
 O doente tem o direito de obter uma segunda opinião sobre a sua situação de
saúde;
 O doente tem direito a dar ou recusar o seu consentimento, antes de qualquer
ato médico ou participação em investigação ou ensino clínico;
 O doente tem direito à confidencialidade de toda a informação clínica e
elementos identificativos que lhe respeitam;
 O doente tem direito de acesso aos dados registados no seu processo clínico;
 O doente tem direito à privacidade na prestação de todo e qualquer ato
médico;
 O doente tem direito, por si ou por quem o represente, a apresentar sugestões
e reclamações;
 O doente internado tem direito a receber os cuidados apropriados ao seu
estado de saúde, no âmbito dos cuidados preventivos, curativos, de
reabilitação, terminais e paliativos;
 O doente internado tem direito à visita dos seus familiares e amigos;
 O doente internado tem direito à sua liberdade individual;
O regime legal de defesa do consumidor (Lei n.º 24/96, de 31 de julho) prevê também
o direito à qualidade dos bens e serviços e o direito à proteção da saúde e segurança
física.

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Deveres dos Doentes

 O doente tem o dever de zelar pelo seu estado de saúde. Isto significa que deve
procurar garantir o mais completo restabelecimento e também participar na
promoção da própria saúde e da comunidade em que vive;
 O doente tem o dever de fornecer aos profissionais de saúde todas as
informações necessárias para obtenção de um correto diagnóstico e adequado
tratamento;
 O doente tem o dever de respeitar os direitos dos outros doentes;
 O doente tem o dever de colaborar com os profissionais de saúde, respeitando
as indicações que lhe são recomendadas e, por si, livremente aceites;
 O doente tem o dever de respeitar as regras de funcionamento dos serviços de
saúde;
 O doente tem o dever de utilizar os serviços de saúde de forma apropriada e de
colaborar ativamente na redução de gastos desnecessários.

CARTA DA CRIANÇA HOSPITALIZADA

Esta carta foi preparada por várias associações europeias em 1988, em Leiden,
resume e reafirma os Direitos das Crianças hospitalizadas.

 A admissão de uma criança no Hospital só deve ter lugar quando os cuidados


necessários à sua doença não possam ser prestados em casa, em consulta
externa ou em hospital de dia.
 Uma criança hospitalizada tem direito a ter pais ou seus substitutos, junto dela,
dia e noite, qualquer que seja a sua idade ou o seu estado.
 Os pais devem ser encorajados a ficar junto do seu filho devendo ser-lhes
facultadas facilidades materiais sem que isso implique qualquer encargo
financeiro ou perda de salário. Os pais devem ser informados sobre as regras e
rotinas próprias do serviço para que participem ativamente nos cuidados ao
seu filho.
 As crianças e os pais têm o direito de receber uma informação sobre a doença e
os tratamentos, adequada à idade e à compreensão, a fim de poderem
participar nas decisões que lhes dizem respeito.
 Deve evitar-se qualquer exame ou tratamento que não seja indispensável. As
agressões físicas ou emocionais e a dor devem ser reduzidas ao mínimo.
 As crianças não devem ser admitidas em serviços de adultos. Devem ficar
reunidas por grupos etários para beneficiar, de jogos, recreios e atividades
educativas adaptadas à idade, com toda a segurança. As pessoas que as visitam
devem ser aceites sem limites de idade.
 O Hospital deve oferecer às crianças um ambiente que corresponda às suas
necessidades físicas, afetivas e educativas, quer no aspeto do equipamento,
quer no do pessoal e da segurança.

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 A equipa de saúde deve ter a formação adequada para responder às
necessidades psicológicas e emocionais das crianças e da família.
 A equipa de saúde deve estar organizada de modo a assegurar a continuidade
dos cuidados que são prestados a cada criança.
 A intimidade de cada criança deve ser respeitada. A criança deve ser tratada
com cuidado e compreensão em todas as circunstâncias.

3.1.1. Dignidade
As pessoas deverão poder viver com dignidade e segurança, livres de
explorações e de maus tratos físicos ou mentais;
Receber um tratamento digno, independentemente da idade, género, raça ou
etnia, ou outras condições, sendo valorizadas independentemente da sua condição
económica.
Reconhecer valores como a racionalidade e liberdade demonstra-se pelo
respeito à privacidade, à identidade, à informação e à não discriminação.

3.1.2 Dignidade da pessoa idosa


O idoso tem os mesmos direitos que qualquer outra pessoa,
independentemente da sua idade e/ou da situação de dependência. As pessoas idosas
são cidadãs com plena capacidade para gerir a sua pessoa e os seus bens de forma
livre e autónoma.

Na velhice, fruto de papeis e experiencias ao longo da vida, alteram-se as


perspetivas em relação à nossa própria noção de saúde, bem-estar e qualidade de
vida. A perda de papéis sociais é inevitável carecendo de promoção de uma velhice
com dignidade, assegurando os direitos de cidadania, garantindo sua participação na
sociedade, bem-estar e o direito à vida.

3.1.3 Dignidade do doente nos cuidados Paliativos


São cuidados a serem prestados em situação crónica de saúde, para aliviar o
sofrimento do individuo.

Os cuidados paliativos surgem como resposta ativa aos problemas decorrentes


da doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento
que ela gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e
às suas famílias. São cuidados de saúde ativos, rigorosos, que combinam ciência e
humanismo

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) define cuidados paliativos como os
cuidados que visam melhorar a qualidade de vida dos doentes e suas famílias, que
enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com
prognóstico limitado, através da prevenção e alívio do sofrimento, com recurso à
identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos,
nomeadamente a dor, mas também dos psicológicos, sociais e espirituais.

3.1.4 Dignidade na Doença Mental


Na doença mental o individuo tem dificuldade em socializar, ou seja, em
adaptar-se às normas e padrões sociais necessitando de ser protegido e de medidas
inclusivas que aumentem a sua capacidade de integração. A autonomia é o
fundamento da dignidade humana de todo ser racional.

Pessoas vulneráveis, como os portadores de distúrbios mentais, estão entre os


mais sujeitos a abusos que violam este atributo de sua dignidade.

Porém, o limite entre a retirada de poder/autonomia, justificável frente à


situação clínica, e a imposição desrespeitosa de força com fins de garantir maior
comodidade, exatamente para os que detêm a força, é muito fina.

O agir ético é o constante exercício de identificar os limites do como e quando,


respeitar essa dignidade ou não o fazer.

Não negar autonomia a outrem, porque simplesmente se está em posição que


assim permite, é respeitar-lhe a dignidade.

Cabe a todos os que prestam assistência de qualquer tipo a esses doentes, agir
com o seu consentimento, obtendo-o da forma como for possível, garantindo que seu
esforço é genuíno e com interesse.

Resumindo a dignidade está intimamente ligada à autonomia e esta fica


comprometida em situações de distúrbio mental grave, mas mesmo com estas
patologias, os indivíduos merecem cuidados com dignidade, incluindo o direito de não
serem discriminadas.

3.1.5 Intimidade
Devemos respeitar a privacidade do doente preservando-os durante os
cuidados de higiene e conforto e o transporte do mesmo. Querendo com isto dizer não
expor publicamente factos da vida privada, respeitando seu ser como um todo,
cumprindo desígnios éticos e morais.

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3.1.6 Sexualidade/Género (Dignidade)
A expressão da sexualidade e uma das atividades de vida diária menos
valorizada.
A dignidade do individuo passa, sem duvida alguma, pelo respeito pela sua
expressão de género.
É expectável que mesmo numa fase tardia da nossa vida, possamos utilizar
produtos e acessórios que nos identificam com o género. Utilizar batom, rímel, creme
facial, perfume, fazer a barba ou depilação é o exemplo de ações que nos identificam
em termos de género.
Cabe ao cuidador providenciar, dentro das limitações existentes que promovam
a expressão da sexualidade garantindo desta forma o respeito pela identidade
individual.

3.1.7 Privacidade
Um direito do utente para que seu ser físico, espiritual e sexual não seja
exposto aos outros, sem seu consentimento.

Por privacidade entende-se um direito a uma reserva da sua individualidade


física, espiritual e sexual sendo que a exposição só é aceitável com consentimento
expresso do individuo.

O sigilo profissional é um dever de todos os profissionais de saúde, inclusive o


cuidador formal, respeitar e proteger o direito dos doentes à intimidade da vida
privada e manter sigilo das informações e dados pessoais faz parte desse dever, só
assim é que se pode garantir a confiança por parte da pessoa que se cuida.

A manutenção da sua privacidade garante a sua autonomia, garantindo-lhe


segurança, autoestima e conforto. A perda desta privacidade leva, sem duvida alguma,
a uma quebra da confiança com o cuidador, ameaçando o equilíbrio desta relação
gerando situações de stress e ansiedade.

4. Cuidador formal
O cuidador formal é o profissional aquele “membro, ou não, da família, que,
com ou sem remuneração, cuida do doente no exercício das suas atividades diárias tais
como alimentação, higiene pessoal, medicação de rotina, acompanhamento aos
serviços de saúde, excluídas as técnicas ou procedimentos identificados com profissões
legalmente estabelecidas…”

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Existem dois tipos de Cuidadores, o Formal (profissional renumerado que
presta serviços em instituição ou domicilio) e o cuidador informal (não renumerado
familiar ou amigo num ambiente familiar).

Todo cuidador que é renumerado pelos cuidados prestados ao utente em


contexto institucional ou domiciliário é um cuidador formal.

4.1. Qualidades do cuidador


 Possuir a formação adequada às funções que desempenham;
 Dispor de capacidade de comunicação e fácil relacionamento que lhe permita
adotar uma atitude de escuta e observação quanto às necessidades dos utentes;
 Ter capacidade de prestar as informações necessárias à avaliação da adequação
do programa de cuidados e serviços;
 Capacidade de ser tolerante e paciente
 Qualidades éticas e morais
 Ser responsável
 Bom senso e apresentação
 Motivado

4.1.2. Áreas de intervenção


 Prestar ajuda na confeção das refeições, no tratamento de roupas;
 Auxiliar nos cuidados de higiene e conforto pessoal dos utentes;
 Auxiliar nos cuidados de mobilização posicionamentos e transferências;
 Executar higiene da unidade e dos espaços comuns;
 Auxiliar cuidados de alimentação e hidratação;
 Prestar primeiros socorros (Suporte Básico de Vida);
 Prevenção de quedas;
 Adequar a atividade física e recursos adaptativos da mobilidade;
 Auxiliar na terapia ocupacional;
 Realizar no exterior dos serviços necessários aos utentes e acompanhá-los nas suas
deslocações, sempre que necessário;
 Ministrar aos utentes, quando necessário, a medicação prescrita que não seja da
exclusiva responsabilidade dos enfermeiros de saúde;
 Acompanhar as alterações que se verifiquem na situação global dos utentes que afetem
o seu bem-estar e, de um modo geral, atuar por forma a ultrapassar possíveis situações
de isolamento e solidão;
 Comunicar alterações ao estado de consciência ou físico do utente;
 Atender à espiritualidade;
 Reconhecer o fim de vida;
 Auxiliar os cuidados pós mortem.

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5. Cuidar em casa ou no hospital
Ao cuidar em casa devemos conviver com a família e utente como um todo,
sempre no contesto de inclusão do doente no meio familiar, nunca deixando de
transmitir a responsabilidade dos membros da família para a recuperação e conforto
do doente.

O sistema familiar, rico em ligações entre indivíduos, algumas delas muito


fortes com relações de poder bem estabelecidas, implicam uma adaptação do
cuidador formal e adequação da prestação de cuidados de forma a se poder intrigar e
ser aceite.

No hospital o cuidado será sempre prestado pelo enfermeiro com apoio do


assistente operacional. É deste trabalho de equipa que resulta a pronta recuperação
do doente.

Não invalida a necessária avaliação, da nossa parte, das necessidades dos


doentes e correta adequação da prestação de cuidados.

6. Autonomia, Independência e Autoestima


Autonomia está relacionado com a independência, porém uma pessoa
autónoma é aquela que consegue tomar decisões por si próprio, enquanto que uma
pessoa independente consegue concretiza-las.

Independência é poder realizar o nosso autocuidado e administrar o nosso dia-


a-dia sem ajuda.

Autoestima é a qualidade que pertence ao individuo satisfeito com a sua


identidade, ou seja, uma pessoa dotada de confiança e que valoriza a si mesmo.

7. Cuidados de higiene e conforto

Os cuidados de higiene são fundamentais para a promoção da saúde. A higiene


pessoal é uma forma de se evitar algumas doenças, removendo alguns micro-
organismos nocivos à saúde.

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A Pele

Proteção Absorção Reg. Renovaçã Coloração Sensorial


Funções Temp. o
Impede: Principio Dilatação Camada Sangue (cor Recebe
microrganis aproveitado e basal rosa) estímulos
mos, pela ciência, contraçã (Células /Melanina Vital para
químicos e Sendo maior o dos em (Cor escura) sobrevivênci
físicos nos bebés e capilares constante a
(Queratina) idosos sanguíne s divisão)
os
Ver: tomar conhecimento Observar: remete uma reflexão
Cuidados Alimentação Loção Evitar
saudável hidratante banhos
Beber água/ depois do frequente
Utilizar creme banho/ se
prot. UV com Limitar sabonetes
FPS* de 15 exposição agressivos
Solar

Coloração: decorrente da concentração de pigmentos na camada basal da epiderme:


leucodermo, melanodermo; alterações: albinismo, icterícia, bronzeamento,
carotenodermia, tatuagens.

Temperatura: normal, elevada (hipertermia generalizada ou segmentar) ou diminuída


(hipotermia).

Humidade: o paciente hidratado apresenta pele húmida e turgor conservado.


Observar alterações como: pele húmida e pegajosa, seca, oleosa, hiperidrose,
anidrose, hiporidrose.

Turgor: avaliar a hidratação tecidual que pode estar: normal, aumentada, diminuída.

Elasticidade: normal, aumentada, diminuída.

Textura: normal, pele lisa ou fina, áspera, enrugada.

Mobilidade: normal, aumentada, diminuída.

Lesões elementares: descrição do tipo, localização, tamanho e profundidade das


lesões, presença de secreções, sinais e sintomas, presença de cura

19
7.1 Objetivos
Objetivo dos banhos

 Limpeza da pele;
 Estimular a circulação;
 Propiciar observação do estado da pele em geral;
 Proporcionar conforto físico e mental;
 Aliviar a sensação de fadiga e desconforto da posição permanente e da
humidade produzida pelo corpo.

7.2 Tipos de banhos – adulto/crianças


Tipos de banho
 Aspersão - banho de chuveiro;
 Imersão - banho na banheira;
 Ablução - jogando pequenas porções de água sobre o corpo;
 No leito - usado para pacientes acamados ou em repouso.

Banho de chuveiro

Desde que tomadas todas as medidas de segurança necessárias à segurança do


utente, o banho de chuveiro poderá ser-lhe dado em pé ou sentado. Se um ou outro
vai depender da sua condição física.

Segurança:

 Preparar o ambiente (fechar janelas e portas para não haver correntes de ar;
ver se a casa de banho está seca e limpa.);
 Verificar se tem os recipientes para a triagem das roupas;
 Verificar as barreiras de segurança;

Banho de leito

Quando o utente não consegue se levantar, por qualquer que seja o motivo, é
este o tipo de banho que deverá ser-lhe dado. No entanto, para o utente, o banho de
leito pode ser muito constrangedor, já que aumenta seu sentimento de dependência,

20
diminui sua autonomia e rompe com sua privacidade. É fundamental, então, que o
cuidador mantenha um diálogo com ele durante o banho. O banho de leito deve ser
dado de forma rápida, eficiente e com toda a privacidade que ele merece, quanto
antes acabar o banho melhor.

Banho Parcial

O banho parcial pode ser dado na cama ou na banheira, de acordo com as condições
do utente. Neste caso, as áreas higienizadas são a face, as mãos, as axilas, o pescoço,
as nádegas e a genitália e higiene oral.

Banho de imersão

Tema finalidade terapêutica, como a diminuição da temperatura corporal ou


aliviar dores musculares.

Objetivo dos banhos:

 Limpeza da pele;
 Estimular a circulação;
 Propiciar observação do estado da pele em geral;
 Proporcionar conforto físico e mental;
 Aliviar a sensação de fadiga e desconforto da posição permanente e da
humidade produzida pelo corpo.

7.2.1 Adulto
Banho no adulto

Em relação ao adulto os cuidados de proteção e de avaliação são parecidos com


os da criança mantendo-se a necessidades de garantira segurança e privacidade.

Na avaliação para a escolha da ajuda adequada para o banho, há que considerar


aspetos importantes:

 Idade e peso do indivíduo;

21
 Controlo cefálico;
 Equilíbrio sentado;
 Movimentos involuntários;
 Capacidade de executar ou de ajudar nas transferências;
 Deformidades ou limitações na postura.

Procedimento para banho no leito do adulto

1. Lavar as mãos;
2. Cumprimentar, e avaliar o doente;
3. Fechar as portas e janelas, evitar correntes de ar;
4. Desocupar a mesa‐de‐cabeceira, utilizar mesas ou bancas de apoio;
5. Reunir o material, colocá‐lo sobre mesa ou bancas e pôr o biombo;
6. Colocar as luvas e avental
7. Desprender o lençol de cama;
8. Colocar a roupa limpa na ordem em que vai ser usada, no respaldo da cama;
9. Fazer a higiene oral do paciente;
10. Molhar o coxim;
11. Lavar os olhos, limpando do canto interno para o externo, usando uma parte
diferente do pano para cada olho;
12. Mudar de toalha
13. Colocar sabão ou gel de banho na luva ou pano de banho;
14. Lavar e secar cabelo rosto, pescoço e orelhas;
15. Trocar a água;
16. Retirar a camisola ou a camisa do pijama, mantendo o tórax protegido com o
lençol;
17. Colocar a toalha para cobrir o braço mais distante;
18. Lavar o braço, colocar a mão na banheira, lavar e secar;
19. Repetir a mesma manobra no outro braço e mão;
20. Colocar a toalha sobre o tórax e abdome, afastando o lençol até a cintura;
21. Levantar a toalha com uma das mãos e com a outra lavar o tórax e abdome;
22. Secar a parte limpa e observar as condições da pele e peito, hidratar com creme
ou loção;
23. Cobrir com lençol o tórax e abdome, retirando a toalha;
24. Retirar a calça do pijama;
25. Colocar a toalha na perna mais distante;
26. Lavar e secar a perna até o tornozelo;
27. Repetir a mesma manobra para a outra perna;
28. Cobrir com lençol as pernas, retirando a toalha
29. Colocar a toalha dobrada sobre os tornozelos;
30. Colocar a banheira junto aos pés;

22
31. Colocar um dos pés na banheira;
32. Lavar e secar o pé, principalmente entre os dedos, verificando as unhas;
33. Repetir a mesma manobra para o outro pé;
34. Retirar a banheira;
35. Retirar o lençol das pernas até à cintura e cobrir com a toalha;
36. Desprender a fralda, colocando uma das pontas por baixo do doente, virar o
doente em posição lateral, retirar a fralda juntamente com os resíduos, colocar
a toalha na parte inferior das costas e nádegas, mantendo‐o nesta posição, com
auxílio de outra pessoa; lavar, secar e massagear as costas, nádegas e cóccix,
hidratar com creme ou loção;
37. Posicionar arrastadeira e virar o paciente em decúbito dorsal, de maneira que
fique com a zona dos genitais sobre arrastadeira, se não tiver, utilizar uma
toalha húmida com água e outra com sabão para realizar higiene íntima, lavar e
secar;
38. Retirar arrastadeira e resguardo, depois de seco verificar a pele, hidratar com
loção ou creme;
39. Colocar um resguardo e uma fralda limpa
40. Abafar o doente com o lençol retirando as toalhas
41. Arrumar a cama com o doente acamado;
42. Vestir o doente;
43. Colocar um lençol limpo sobre o que está cobrindo o doente e retirar o de
baixo;
44. Deixar o lençol por cima solto, prender na zona dos pés, (atenção aos pés
devem ficar livres de pressões)
45. Arrumar o quarto;
46. Retirar as luvas e lavar as mãos;

7.2.2 Criança
Banho da criança

O banho faz parte das tarefas do dia-a-dia e deve ser uma atividade agradável e
facilitada, quer para a criança, quer para quem o dá.

Quando a criança com deficiência ou doença é pequena, o banho não levanta


problemas difíceis de resolver, sendo nesta idade muito importante o contacto físico
entre os pais e o bebé.

Existem, no entanto, algumas situações para as quais devemos estar atentos:

23
Se há alterações de sensibilidade, como por exemplo na criança com Espinha
Bífida, o termómetro para medir a temperatura da água antes de iniciar o banho é
imprescindível.

Na criança muito hipotónica (os músculos têm muito pouca força), uma cadeira
de banho tipo Paralisia Cerebral pode impedi-la de escorregar, enquanto é lavada.

Na escolha da ajuda adequada para o banho, há que considerar aspetos importantes:

 Idade da criança
 Patologia
 Alterações do tónus muscular
 Alterações da sensibilidade
 Existência ou não de movimentos involuntários
 Controlo motor:
 Controlo cefálico
 Equilíbrio sentado
 Capacidade de executar ou ajudar nas transferências
 Deformidades ou limitações posturais

Modelos apresentados:

 Cadeira tipo Paralisia Cerebral


 Cadeira artesanal
 Cadeira de banho com assento longo

Quando a criança cresce e se torna mais pesada, as ajudas técnicas a utilizar para o
banho serão basicamente as mesmas que utilizamos no adulto.

1. Reúna todos os acessórios de banho necessários;


2. Encha a banheira com 5 a 7 cm de água fria e depois tempere com água quente;
Fechar as janelas para manter a temperatura ambiente
3. Leve o bebé para a divisão onde vai tomar banho e dispa-o completamente;
4. Introduza gradualmente o bebé na água, começando pelos pés, usando uma mão
para apoiar o pescoço e a cabeça. Verta regularmente copos de água do banho sobre o
bebé, para que não fique com frio;
5. Use um gel de duche suave, lavando-o com a mão ou uma luva de lavagem, de cima
até baixo, à frente e atrás. Lave a cabeça com uma toalha molhada e com gel de duche
suave ou champô para bebé. Use bolas de algodão humedecidas em soro fisiológico

24
para limpar os olhos e a cara. Quanto aos genitais do bebé, é apenas necessária uma
lavagem de rotina. Se tiver acumulado muco seco nos cantos das narinas ou dos olhos,
humedeça várias vezes para amolecer antes de retirar;
6. Limpe bem o bebé com uma luva de lavagem limpa, antes de o retirar da água, para
que não lhe escorre tanto das mãos;
7. Envolva o bebé numa toalha com capuz e seque-o com pequenas palmadinhas. Se
tiver a pele seca ou um pouco de eczema da fralda, poderá aplicar uma loção
hidratante suave após o banho;
8. Vestir o bebe com roupa apropriada.

7.3 Cuidados de higiene Homem/Mulher


7.3.1 Olhos
Olhos
A limpeza dos olhos deve ser feita com gaze, utilizando o soro fisiológico para a
retirada das secreções. É necessária uma compressa para cada olho.

Procedendo-se deste modo:


 Com uma gaze embebida em soro fisiológico, passar no olho de dentro para
fora, a fim de limpar toda as secreções existente;
 Repetir o procedimento no outro olho, utilizando nova gaze;

7.3.2 Nariz
Nariz
O utente/doente remove as secreções do nariz assoando-se, há que alertar que
o não deve fazer com muita força, pois cria uma pressão que pode atingir o tímpano, a
mucosa nasal e até mesmo estruturas sensíveis do olho, o sangramento das narinas é
um sinal de que o idoso se assou com muita força.

Se o idoso não conseguir remover as secreções nasais, ajude-o com uma toalha
molhada ou um cotonete umedecido com água ou soro fisiológico.
Nunca inserir o cotonete para além da ponta que tem o algodão.
O enfermeiro pode remover as secreções com uma aspiração suave.

7.3.2 Boca
Boca

A higiene da boca deve ser feita após cada refeição, e sempre que for
necessário. Se o paciente for capaz, ele mesmo poderá fazer sua higiene bucal

Material:
25
 Escova de dentes
 Pasta de dentes;
 Antisséptico oral;
 Gases;
 Espátula.

Procedimentos:

 Misturar, em um recipiente, o antisséptico e a água em partes iguais;


Pegar numa espátula e envolvê-la com a gaze, para que ela seja embebida na
solução;
 Fazer a limpeza da língua do idoso com a espátula, movendo-a de um lado para
o outro para evitar náuseas. Não esquecer de limpar também as laterais e a
parte superior (palato) e inferior da boca, além das gengivas;
 Caso o paciente possua prótese dentária, esta deve ser lavada com escova e
pasta de dente;
 Hidratar sempre os lábios do paciente.

7.3.4 Unhas/pés
Cuidados às mãos e unhas:

Os cuidados com as mãos e unhas, trata-se de cuidados simples de lavagem. As


mãos são vetores que favorecem a contaminação e as unhas são recetoras de
numerosas bactérias.

Há que propor ao doente/utente, no caso de ter autonomia para tal, para lavar as
mãos quando:
 Regresse da casa de banho;
 Antes e depois das refeições;
 Antes de tomar medicamentos;
 Antes de se deitar e de acordo com as suas necessidades.

Procedimento:
 Encher a bacia com água morna (37º);
 Molhar e lavar as mãos com um sabão neutro, depois os espaços interdigitais, a
palma e as costas das mãos;
 Enxaguar e secar por pressão com uma toalha;
 Colocar a mão do doente/utente sobre uma toalha, cortar as unhas de forma
reta e limá-las se necessário;
 Para as unhas dos pés deve ter os mesmos cuidados, mas a unha é cortada a
direito e deve ter-se atenção aos espaços interdigitais que devem permanecer
bem secos e limpos.

26
Pés
Os idosos costumam ter sérios problemas nos pés, devido a mudanças
circulatórias, deformidades ósseas, diabetes. Por isso, é fundamental prestar atenção
na forma correta de fazer a limpeza.
É imperativo que se observe a coloração dos pés e se verifique se existem
lesões cutâneas.

Higiene dos pés:

 Lavá-los com água e sabão;


 Secar bem, principalmente entre os dedos e no caso da existência de fungos
secar com secador;
 Hidratar com cremes, óleos e sempre aplicar creme hidratante nos locais de
maior calosidade, como calcanhares;
 Cuidar das unhas;

7.3.5 Cabelo
O simples ato de lavar o cabelo pode produzir sentimentos positivos e de
pertença, renovando a sua força e motivação perante a situação em que se encontra.
Para além de manter o cabelo limpo e saudável, as lavagens regulares evitam o
desgaste e enfraquecimento, tanto do cabelo, como do couro cabeludo. O próprio ato
de lavar também melhora a circulação no couro cabeludo.
A frequência da lavagem do cabelo depende da rotina diária do doente/utente.
Antes de iniciar a lavagem do cabelo, certifique-se que tem tudo o que precisa
ao seu lado, evitando que deixe o doente/utente sozinho a meio do processo.

O que vai precisar:


 Champô,
 Amaciador;
 Toalhas, pano de banho;
 Uma cadeira;
 Um balde;
 Uma proteção plástica para cobrir a cama e a cadeira;
 Um lavatório de cabeça;
 Jarro/copo;
 Pente/escova.

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7.3.6 Ouvidos
O ouvido externo, a orelha, não precisa de uma limpeza a fundo. Poderá ser
feita apenas com um pouco água e um pano ou papel (Não usar cotonete).
O canal do ouvido, na maior parte dos casos não necessita de ser limpo.
Durante a lavagem do cabelo no banho entra no canal do ouvido água suficiente para
soltar a cera que tem acumulada. Além disso, a pele no seu canal auditivo cresce
naturalmente para fora, facilitando a expulsão da cera. Na maioria das vezes solta-se e
sai involuntariamente enquanto dorme.

7.4 Cuidados de higiene genitais femininos; masculinos

Os cuidados de higiene genitais femininos e masculinos tem o mesmo objetivo,


que é a limpeza, o bem-estar e a prevenção de infeções do doente/utente, apenas os
procedimentos é que diferem sendo que na mulher deve-se lavar da frente para trás
(do meato urinário para a região anal), prestando atenção à sujidade acumulada entre
os lábios, utilizando uma mão para afastar os grandes lábios e outra para lavar.
A do homem, começar a lavar com movimentos circulares pela ponta do pénis,
puxando o prepúcio para baixo e lavando a glande, posteriormente o pénis e o escroto
(não esquecer de voltar a colocar o prepúcio na sua posição normal), como é
demonstrado nas imagens abaixo.

No caso da higiene anal:


 Colocar o paciente na lateral;
 Lavar a região com uma esponja embebida em água e sabão, de frente para
trás;
 Enxaguar com água e secar;
 Caso a mucosa anal esteja irritada, passar algum creme apropriado.

Cuidados antes e
Definição Prevenção Promove Homem Mulher
após a eliminação
Lavar a vulva
tendo
Limpeza dos Lavar pénis, atenção a
Saúde
Higiene perineal genitais Infeções e escroto. separar
Conforto
externos 1* grandes e
pequenos
lábios. 2*
Tipos de eliminação
Cateter no Eliminação
interior da Drenar para de urina
Algaliado Sim Sim
bexiga pela aliviar dor /retirar
uretra mostras

28
Se aplica no
pénis para
Confiança,
Dispositivo urinário prevenir ou
Incontinência controlo e Sim Não
Externo masculino diminuir
conforto
episódios de
incontinência.
Facilita a
Dispositivo urinário micção quando Saúde
Infeções Não Sim
Externo feminino não puder se Conforto
sentar
Consiste na
derivação do
colon para o
Continuação
exterior /
de uma vida
Colostomia abertura Sim Sim
Normal no
artificial
dia-a-dia
realizada na
parede
abdominal.
É um tubo
flexível Continuação
colocado de uma vida
Cateter Nefrostomia Sim Sim
dentro do rim Normal no
para drenar dia-a-dia
urina retida

Nota: 1*- Começar a lavar com movimentos circulares pela ponta do pênis,
puxando o prepúcio para baixo e lavando a glande, posteriormente o pênis e o
escroto. (não esquecer de voltar a colocar o prepúcio na sua posição normal). 2*-
Lavar de frente para trás (do meato urinário para o orifício vaginal e
posteriormente para a região anal), prestando atenção a sujidade acumulada entre
os lábios, utilizando uma mão para afastar os lábios e a outra para lavar.

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7.5 Comunicação na prestação de cuidados
Comunicar é um ato que envolve um emissor e recetor e um contexto/
mensagem percetível para ambos.
A comunicação na prestação de cuidados será sempre adequada a condição
física e psicológica do utente, prestando uma comunicação clara e concisa, para que a

30
mensagem seja bem interpretada pelo mesmo. Devemos informar ao utente de todo e
cada passo que pretendamos efetuar para a prestação do cuidado. (Cumprimento
inicial, execução trabalho, finalização da tarefa e despedir-se).
O Feedback e essencial para determinar a precessão da mensagem pelo utente
já que permite que a sua resposta seja adequada ou não aos nossos pedidos e
informações.

8. Materiais utilizados nos Cuidados de Higiene


 Luvas;
 Máscara (se necessário);
 Aventais descartáveis;
 Coxim (esponja);
 Sabão líquido neutro;
 2 Bacias com água (se for banho na cama);
 Toalhas limpas;
 Lençóis, capas de almofada;
 Fraldas;
 Resguarde de celulose, resguarde de pano (posicionamento do idoso);
 Roupa do utente e calçado apropriado;
 Escova de dentes e pasta de dentes;
 Pente;
 Dispositivo urinário;
 Saco coletor;
 Adesivo castanho;
 Creme Hidratante.
 Biombos

Mecanismos que poderão facilitar e tornar mais seguro o banho do adulto com
deficiência ou do idoso:

 Torneiras (vários tipos de torneiras, adaptadores, mecanismos de alavanca);


 Dispositivos para a higiene de zonas do corpo de mais difícil acesso;
 Elevador para transferências para banheira;
 Tapete antiderrapante;
 Barras ou varões;
 Assentos e pranchas para banheira;
 Banheira suspensa;
 Elevadores para banheira;
 Assentos para duche;
 Cadeiras de rodas de banho;
 Dispositivo para higiene no leito.

31
9. Fatores Ambientais
Os fatores ambientais são condicionados a elementos como o clima, desastre
naturais, produção de alimentos, trabalho e mobilidade urbana.
São externos ao indivíduo e podem ter uma influência positiva (facilitador) ou
negativa (barreira).
Na prestação de cuidados de saúde, nomeadamente cuidados de higiene, o
ambiente hospitalar/domiciliar é influenciador da aceitação dos cuidados.
A existência de recursos quase ideais em meio hospitalar em nada se parece com o
meio domiciliário. O prestador de cuidados vê-se confrontado com a necessidade de
adaptação dos recursos existentes.

10. Fatores Pessoais


As decisões de um consumidor são influenciadas por características idade
estágios de vida, tipo de trabalho, genética, situação económica, estilo de vida e
personalidade e autoconceito.

São relativos ao indivíduo e não fazem parte do estado de saúde ou condição


de saúde, pode incluir sexo, raça, idade, forma física, estilo de vida, hábitos, educação
recebida, maneira de enfrentar problemas e passado social.

O respeito pela individualidade obriga o prestador de cuidados a adaptar essa


mesma prestação aos desejos do utente sem, no entanto, descurar condições de
segurança essenciais à prestação do cuidado.

11. I.A.C.S (Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde)


 Infeções das vias Urinárias;
 Infeções do local cirúrgico;
 Infeções da corrente sanguínea;
 Infeções das vias respiratórias inferiores (incluindo pneumonia);
 Infeções de aparelho digestivo;
 Infeções do aparelho genital;
 Infeções da pele e dos tecidos moles;
 Infeção óssea ou articular;
 Infeção ocular, do ouvido, nariz, faringe ou boca;
 Infeções do sistema cardiovascular;
 Infeções do sistema nervoso central;
 Infeção sistémica.

32
Conclusão

Com este trabalho aprofundamos os nossos conhecimentos a nível das


necessidades humanas ao longo do clico da vida e também o contributo dos Técnicos
de Apoio à Família e Apoio à Comunidade para a satisfação das necessidades humanas.
De igual modo abordamos os cuidados de higiene e conforto aos utentes que precisam
de ajuda parcial ou total e nisto inclui a importância da higiene e do conforto para a
saúde do mesmo como a sua privacidade, intimidade e sexualidade.

Existem fatores ambientas e fatores pessoais que condicionam o tipo de


cuidados a serem prestados ao utente aos quais devemos proporcionar o melhor
conforto possível.

Agradecimentos ao Enfermeiro Luís Filipe Mendes, por todo profissionalismo dedicado


à nossa turma para podermos ser Técnicos com qualidade.

Bibliografia

Dignidade [disponível na internet via WWW.URL: http://www.apcp.com.pt/faq.html]


Arquivo acedido em 31-10-16

Doente mental [disponível na internet via WWW.URL:


http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=342] Arquivo
acedido em 31-10-16

Género [disponível na internet via WWW.URL: https://www.significados.com.br/genero/ ]


Arquivo acedido em 31-10-16

Sexualidade Género [disponível na internet via WWW.URL:


http://formacao.cancaonova.com/afetividade-e-sexualidade/castidade/a-influencia-
da-sexualidade-entre-homem-e-mulher/] Arquivo acedido em 31-10-16

Intimidade [disponível na internet via http://www.roche.pt/sites-


WWW.URL:
tematicos/infocancro/index.cfm/apoio/cddi/cddi-privacidade/] Arquivo acedido em 31-
10-16

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