Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
O REAL INVISÍVEL
1
Informações preliminares
Cena
Platão não participa da reunião em torno de Sócrates, durante seu último dia de vida. Os
personagens que narram o discurso mencionam que ele não estava presente. Segundo
analistas, seria uma pista do escritor quanto ao conteúdo do diálogo não ser fiel à verdade
histórica. Fédon é considerado um diálogo crucial no quadro (disperso através de vários
diálogos) da doutrina platônica versando a diferença entre mundo das ideias e mundo
material, distinção essa aplicada aos componentes humanos da inteligência e da sensibilidade.
Data
A composição dessa escrito teria ocorrido por volta de 387a.c., logo após a fundação da
Academia e pressupõe a influência das doutrinas órficas
Orfismo em Platão
“Nos documentos literários gregos que nos chegaram aparece pela primeira vez em Píndaro
uma concepção da natureza e dos destinos praticamente desconhecida aos gregos das épocas
precedentes e expressão de uma crença revolucionária sob muitos aspectos, a qual,
justamente, foi considerada como elemento de um novo esquema de civilização. De fato,
começa-se a falar da presença no homem de algo divino e não mortal, que provém dos deuses
e habita no próprio corpo, de natureza antitética à do corpo, de modo que este algo só é ele
mesmo quando o corpo dorme ou quando se prepara para morrer e, portanto, quando
enfraquecem os vínculos com ele, deixando-o em liberdade. Eis o célebre fragmento de
Píndaro:
O corpo de todos obedece à poderosa morte, em seguida permanece ainda viva uma imagem
da vida, pois só esta vem dos deuses: ela dorme enquanto os membros agem, mas em muitos
sonhos mostra aos que dormem o que é furtivamente destinado de prazer e de sofrimento. “
[...]
‘Atestam também os antigos teólogos e adivinhos que a alma está unida ao corpo para pagar
alguma pena; e nele como numa tumba está sepultada’
Fédon, 61d: Sócrates interpela Cebes, diante de seu questionamento sobre não ser permitido
a alguém tirar a própria vida: “Como, Cebete, nunca ouvistes nada a esse respeito, tu e Símias,
2
quando convivestes com Filolau?”
“Platão, no Menon, ao reportar a primeira passagem de Píndaro acima lida, escreve: [ ... ]
Dizem, de fato, que a alma do homem é imortal, e que às vezes chega a um fim - o que
chamam morte - às vezes ressurge novamente, mas nunca é destruída: justamente por isso é
preciso transcorrer a vida da maneira mais sensata possível [...]”.
Metempsicose: doutrina segundo a qual cada vida terrena é a expiação de uma culpa anterior,
em relação com as pessoas com quem tem-se laços nesta vida, e a libertação do processo
ocorre na vida última de uma alma, quando ela, após ter cumprido toda a carga de expiações
por crimes passados, e ter sofrido em vida todo o sofrimento que impôs a outros em vidas
anteriores, enfim retorna ao seu lugar – o eterno e divino – ao deixar o corpo, que lhe servia
de cárcere.
Conferir:
Estrutura do diálogo 3
i. Prelúdio [57a-59c]
ii. Grande prólogo doutrinal [59D-69E]
iii. Primeira demonstração sobre a imortalidade da alma [69E-77D]
iv. Intervalo – o filhinho de Cebes
v. Segunda demonstração sobre a imortalidade da alma [78b-80b]
vi. Primeiro mito escatológico e reflexões éticas [80b-84d]
vii. Intervalo e dúvidas sobre as demonstrações precedentes [80C-91C]
viii. Refutação das objeções de Símias [91c-95a]
ix. Refutação das dúvidas de Cebes e terceira prova da imortalidade da alma
[95a-107b
x. Segundo mito escatológico e reflexões éticas conclusivas
xi. Epílogo/morte de Sócrates [115b-118a]
EXPLICAÇÃO: Pureza. O que não é composto, não se altera. Compostos se alteram (se
desfazem, como antes se formaram). Já o que é puro não se altera, de modo que a
alma não é um ser transitório, como o corpo.
Contudo, almas que sucumbem à ilusão de julgar real o que é transitório acaba
contaminando-se com o peso do corpo, das coisas compostas, perecíveis e desiguais
a si mesmas (ou instáveis). Portanto, a alma que entende sua natureza peculiar e,
portanto, se isola do corpo, resguarda sua pureza; enquanto a alma que sucumbe aos 6
traços do corpo não mantém-se recolhida em si mesma e se torna pesada, sendo
arrastada, após a morte, para a região das coisas materiais e visíveis, vagando “até
que o apetite do elemento corporal a que sempre estão ligadas volte a prendê-las
noutros corpos.
Quadro comparativo entre os vários tipos de vícios (pecados) e os tipos de animais
em que almas impuras revivem. Incluídos aí estão até mesmo os obedientes, que
praticam virtudes por hábito, sem “a participação da filosofia e da inteligência”
(revivem em animais gregários como formigas e abelhas, ou até em seres-humanos)
IMAGEM DO CISNE. Canta perto de morrer não por angústia, mas para manifestar alegria. Aves
não cantam, quando tristes ou angustiadas. Da mesma forma, Sócrates raciocina e pensa
porque permanece confiante de que sua alma se libertará dos grilhões do corpo.