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CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA

DE ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

A IMAGEM DO CORPO: AS
INTERPRETAÇÕES HISTÓRICAS DO CORPO
HUMANO E DE SUAS PRÁTICAS
COTIDIANAS

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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:

1- reconhecer que o corpo é construído na e pela cultura e que conta histórias marcadas em diferentes tempos e

espaços;

2- identificar o corpo como identidade de ser e de saber no e com o mundo; 3- refletir sobre a qualidade de ser

um corpo diferenciado na atualidade.

1 A Imagem do Corpo: as Interpretações Históricas do


Corpo Humano e de Suas Práticas Cotidianas
Nesta aula, busca-se situar o corpo, que é histórico, construído e compreendido na corporeidade humana como

fenômeno social e cultural. O corpo é o que o ser humano tem de mais humano. Anterior às descobertas, às

vivências, às percepções e às representações corpóreas, a existência humana é corporal.

O corpo humano existe na totalidade dos elementos que o compõem e se constitui socialmente a partir do

comportamento e das relações estabelecidas com os outros humanos, definindo-se como sujeito histórico de um

grupo de pertencimento. Como sujeito, marca sua individualidade, suas fronteiras, limites e possibilidades, que,

de alguma forma, o diferencia dos outros humanos.

Saiba mais
O humano é um ser a um só tempo plenamente biológico e plenamente cultural, que traz em si
a unidualidade originária. É super e hipervivente: desenvolveu de modo surpreendente as
potencialidades da vida. Exprime de maneira hipertrofiada as qualidades egocêntricas e
altruístas do indivíduo, alcança paroxismos de vida em êxtases e na embriaguez, ferve de
ardores orgiásticos e orgásmicos, e é nessa hipervitalidade que o Homo sapiens é também

Homo demens.

O homem é, portanto, um ser plenamente biológico, mas, se não dispusesse plenamente da cultura, seria um

primata do mais baixo nível. A cultura acumula em si o que é conservado, transmitido, aprendido, e comporta

normas e princípios de aquisição. (MORIN, 2001, p. 52).

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Parece-nos estranho acreditar que o ser humano, que tem de mais humano o corpo, presente um determinado

grau de dificuldade para identificá-lo claramente com consciência de sua individualidade e sem preconceitos.

São muitas as histórias que jorram dos múltiplos contos curiosos e misteriosos sobre a construção cultural do

corpo, desde as culturas primitivas em que “o indivíduo não tinha consciência de possuir um corpo que interage

num mundo de corpos e objetos” (GALLO, 1997) até as culturas alienantes de “culto ao corpo”, geradoras de

descaminhos sintomáticos.

Ao longo da história da evolução humana, muitas escutas do corpo humano pontuaram diferentes interpretações

diante dos movimentos em contextos integrados à atividade geral de domínio de poder político, religioso ou

ideológico. O corpo humano por séculos está fadado à servidão e à obediência ditadas pelo domínio de poder

vinculado às características da civilização pertencente.

Saiba mais
Para ampliar os saberes sobre o corpo, busque, na internet, o texto do professor Sílvio Gallo, O
corpo, em: Ética e cidadania - caminhos da filosofia, disponível na biblioteca virtual e realize
uma leitura crítica para participar do debate no chat da aula, ratificar as ideias-chaves do
conteúdo sistematizado e melhor se autoavaliar.

Os procedimentos de ensino para esta aula serão dinamizados pela sua participação e pelo seu movimento de

desejo para melhor conhecer o vivido, o seu corpo.

Antes de qualquer coisa, um convite (desafio). Pare de ler e...

• - Vá ao espelho e olhe seu rosto, fique olhando, sinta e registre o que sentiu;

• - Vá a um espelho maior, tire a roupa e se observe de frente, de costas, de lado, detenha-se nas regiões

“proibidas”, brinque com o seu corpo. Arrisque;

• - Coloque uma música e deixe seu corpo responder a ela. Registre o que acontece.


- Sinta o seu corpo, acaricie-o, converse com ele.

• - O que você sente por ele? Como você lida com ele?

• - Como ele responde às suas carícias?

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Agora reflita sobre os exercícios e vamos arriscar outra reflexão: (TRINDADE, 2002, p. 69).

E aí, realizou o convite proposto pela Profª Azoilda Trindade?

O exercício sugerido favorece o contato corporal consigo mesmo, tornando possível algumas percepções e

descobertas para a sua interação no e com o mundo, viabilizado pela “função de interiorização” que Le Boulch

(1987) define como a “possibilidade de deslocar sua atenção do meio ambiente para seu corpo próprio a fim de

levar à tomada de consciência”.

A história vivida, percebida e representada nas práticas cotidianas é que proporciona as noções da realidade e

que as coloca em movimento para as necessárias transformações nas vidas humanas.

2 O corpo humano na História


As histórias recentes das práticas humanas, de alguma forma, potencializam o pulsar do movimento para que o

vir a ser seja diferente do presente e fortaleça a emoção e o desejo de viver a vida em paz.

Para tanto, salienta-se que cada emoção e cada desejo são construídos pelas e nas contradições sociais e

culturais em relação à experiência corporal humana.

Diz o poeta Pessoa:

“O meu olhar é nítido como um girassol.

Tenho o costume de andar pelas estradas

Olhando para a direita e para a esquerda,

E de vez em quando olhando para trás...

E o que vejo a cada momento

É aquilo que nunca antes eu tinha visto,

E eu sei dar por isso muito bem...

Sei ter o pasmo essencial

Que tem uma criança se, ao nascer,

Reparasse que nascera deveras...

Sinto-me nascido a cada momento

Para a eterna novidade do Mundo...”

Nossa história tem sido marcada pelos fazeres padronizados e pelos apelos de conservas culturais direcionados

para os movimentos de repetições indesejáveis. Nesse caminho quase que viciado, o corpo, com tantas atitudes

equivocadas diante de tantas demandas nas práticas cotidianas, aumenta o risco de sua existência e se fragmenta

num servir depreciado.

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Não se tem registro de ninguém que tenha escrito algo e que não tenha tido como referência uma história. Não se

pode negar que a vida é a relação com o outro, é história, muitas histórias. Fala-se da vida do ser humano em

movimento, daquele que pensa, sente, quer, age...

Dessa forma, é fundamental que o corpo humano seja referenciado na sua construção histórica, que compõe um

cenário diferenciado para cada tempo e condição humana. As cenas marcam os movimentos e as manifestações

identitárias que caracterizam a figura humana, o corpo, e os tornam o grande centro das atenções.

As pesquisas e os debates sobre o desenvolvimento ecológico humano mostram que as realizações básicas de

existência promovidas pelo ser humano têm influenciado, direta ou indiretamente, suas demandas emergenciais

(segurança, alimentação, habitação...) e seus direitos sociais (educação, saúde, cultura e lazer...).

Assim, a compreensão articulada sobre o corpo e suas práticas educativas torna-se uma questão a ser pensada

criticamente pela sociedade organizada, por conta da realidade sociocultural que, pouco a pouco, tem produzido

contradições e numerosos descaminhos de alienação que violenta a humanidade enquanto corpo sociocultural

focado nas “virtudes para um outro mundo possível”, como salienta Leonardo Boff.

Percebe-se, no contexto das prioridades sociais, que o ser humano enquanto cidadão (sujeito político de direitos

e deveres, que cumpre ou não as leis), tem sofrido progressivamente tensões subordinadas a critérios

clientelistas, impondo a cultura tecnoconsumista, submetendo a sociedade a situações de pressão intolerável,

conflitando valores sociais e paralisando-a, afetiva e culturalmente, para lidar com a realidade.

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Entende-se que a busca pela transformação educativa do corpo em movimento passa pela articulação ativa dos

sujeitos cidadãos que exercem papéis sociais de diferentes perspectivas e hábitos culturais.

Steinberg (1997) ao afirmar que “[...] a educação ocorre numa variedade de locais sociais, incluindo a escola, mas

não se limitando a ela.

3 O corpo humano e o ensino


Locais pedagógicos são aqueles onde o poder se organiza e se exercita, tais como biblioteca, TV, filmes, jornais,

revistas, brinquedos, anúncios, videogames, livros, esportes, etc.”, promove o desenvolvimento de uma reflexão

pertinente às dinâmicas sociais sobre o corpo que, de fato, é moldado pela interação social.

Desde a cultura primitiva até o tempo presente, o corpo humano sofre mudanças significativas produzidas pelos

humanos em movimento que, a partir de novas descobertas, transformam ideias em realizações concretas.

Essas transformações marcam a potência corpórea e torna o corpo, mesmo como instrumento, um ator principal

da vida moderna.

Muitos são os desafios que se colocam hoje para a compreensão dos processos emergentes das relações sociais

em movimento. A cada tempo, surgem novas exigências fundadas nos apelos imediatos e manipuladas pelo

poder mercadológico que afirmam o corpo como objeto de uso diante do domínio econômico, político e

ideológico.

Sair, pois, da conserva do modelo cartesiano, que fragmenta o corpo humano como uma máquina composta por

várias partes, requer a diferenciação do corpo em movimento, compreendendo seus limites e possibilidades e

integrando questões vividas no cotidiano frente aos saberes e às representações sociais.

Esse movimento de complexidade deverá abrir caminhos para as necessárias superações dos paradigmas de

manutenção do “status quo” da sociedade capitalista.

A socialização do corpo aponta para a importância da relação com o outro na formação da corporeidade;

constata de forma irrestrita a influência dos pertencimentos culturais e sociais na elaboração da relação com o

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corpo, mas não desconhece a adaptabilidade que, algumas vezes, permite ao ator integrar-se em outra sociedade

(migração, exílio, viagem) e nela construir, com o passar do tempo, suas maneiras de ser calcadas em outro

modelo. Se a corporeidade é matéria de símbolo, ela não é uma fatalidade que o homem deve assumir e cujas

manifestações ocorrem sem que ele nada possa fazer. Ao contrário, o corpo é objeto de uma construção social e

cultural. (LE BRETON, 2006, p. 65).

Portanto, propõe-se como exercício, após a aula, que se traga a memória da sua história, especificamente da

história do aluno no curso de Pedagogia. Reflita sobre a sua origem familiar, sobre sua base escolar desde os

primeiros anos do ensino fundamental, sobre sua escolha profissional e realize um breve comentário sobre a sua

trajetória como aluno do curso de graduação. Faça contato com a sua história, suas emoções, suas incertezas de

ser neste mundo de imposições perversas.

O que vem na próxima aula


· A Europa do século XIX, mediante a sua grande revolução social, científica, industrial e institucional, foi

responsável pelo surgimento de uma nova pedagogia, voltada para a conformação do Corpo de um “novo

homem”. A esta pedagogia deu-se o nome de Ginástica.

· O fenômeno conhecido como “globalização” tem exercido influência nociva à vida humana e, mais

especificamente, ao Corpo do Ser Humano contemporâneo.

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· A lógica social capitalista na contemporaneidade e sua relação com as manifestações culturais do movimento

humano e com as práticas escolares.

CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Reconheceu que o corpo humano é sempre um corpo histórico e que, integrado ao seu tempo e espaço,
conta história aproximada da sua condição de existente neste mundo. Corpo não é apenas um corpo, é
todo um movimento de relações, conhecimentos, costumes, sensações;
• compreendeu que o corpo é marcado pelos processos educativo-pedagógicos instituídos pela sociedade
organizada;
• percebeu o significado das referências inscritas e prescritas pelos movimentos culturais que confere ao
corpo, que é único e que, ao mesmo tempo, compartilha consciência crítica, responsabilidade e cidadania.

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