Kroebber
Prefácio por Kroebber O homem é o único animal
Diferenciação entre cultura e sociedade capaz de ambos em
consistência.
Gritos, gemidos e sons guturais não constituem absolutamente a linguagem, mas nem
por isso não são formas de comunicação. São para os humanos o que os latidos são para
os cachorros e os miados para os gatos: sons expressivos “inerentes” a natureza
constituinte.
A moda, criação humana e parte das culturas, é parte integrante da análise de pessoas
individualmente, da expressão de um povo. Convenções como: preto é luto e branco é
paz são meramente sociais e culturais.
O homem constrói seu habitat de forma diferente dos animais, ele cria
ferramentas/meios não “naturais”. O ser humano aprende o ofício de construir, serrar e
pregar -geralmente com outro ser humano- e pode passá-lo de modo diferente ou
aprimorar para si próprio aquele saber-fazer. O homem conhece e aprimora
constantemente, as vezes sem perceber e sem fatores externos, a criatividade é
suficientemente criada pela necessidade de um espaço mais estruturado/resistente ou
mais quente ou mais frio.
Social/Associar-se: formigas se associam e humanos se associam, de formas diferentes e
por razões diferentes. Uma vez que as as formigas não escolhem estar em conjuntos nem
formam civilizações, diferente dos humanos. Civilizações não são orgânicas, nem
derivam geneticamente.
A genética passa para as formigas tudo que elas precisam para agrupar-se: cheiro,
detalhes intraespecíficos e a hereditariedade conserva tudo que elas não conseguem
distinguir como seres particulares.
Civilizações não são orgânicas, segundo Kroebber, nem derivam geneticamente. Mas os
instintos, uma vez que ficará marcado no animal -humano ou não- para sempre e é
inerente tanto ao homem/mulher como aos demais animais. É possível dizer que os
instintos são orgânicos? Se sim, implicará dizer que as diferenças sociais também o são?
Aristóteles concluiu que “o homem é um animal político”, mas desde a Grécia Antiga
até aqui a palavra político já admitiu vários sentidos. Mais fielmente, é utilizado o termo
social. Durkheim chega ao conceito de “organismo social”, onde, para ele, os integrantes
atuam como organismo vivo como partes que funcionam como um todo. A civilização
tem constituição orgânica e também social. O homem é pois, um “animal social”
As diferenças “raciais” não são orgânicas, mas estão ligadas à civilização. Ou seja, não
são inatas.
A dificuldade enfrentada pela Antropologia é que, diferente das demais ciências, homem
não é um objeto estático, sem vontades, ele altera seu pensamento pelo debate, pelas
novas concepções que lhe são apresentadas. Mas esse debate só é possível se houver um
problemas a ser resolvido, esses que, são criados pelos próprios homens.
Conclusão: a Antropologia, feita por homens, deve se preocupar em estudar a
civilização; relações entre problemas, criados por homens, e soluções, idealizadas por
homens.
O orgânico não deve ser descartado pelo social. Como já dito, o homem é um animal
social e sua genética constitui parte dele, a parte orgânica.
Kroebber trata como
CIVILIZAÇÃO X HEREDITARIEDADE beirando a intolerância
é impossível sustentar que esses dois “conceitos” sejam dissociados
o progresso é muito mais provável quando campos oposto conversam
e debatem
[página 255] O Estado de Israel, criado pela ONU pós- Segunda Guerra Mundial, é
considerado uma civilização transportada? (segundo período do segundo parágrafo)
Le Bon, citado por Kroebber, diz que o povo é mais governado pelos mortos que pelos
vivos. Ele estabelece -ou procura fazê-lo- importância nas hereditariedades
(Muçulmanos xiitas, por exemplo). O corpo e o tronco de todas as civilizações repousam
e se constituem no passado.
Quando um animal evolui por aquisição por milhares de anos, reptis para aves, é
possível que se constitua uma espécie nova.
A civilização não se satisfaz com a ciência biológica.
Toda civilização existe apenas na mente, não é a matéria transmitida por gerações, mas
os ideias, no sentido platônico, que são passadas por gerações.
Físico/Mental/Social
Gal Pearson, diz que a hereditariedade não é a mola da civilização mas não nega que
esta opera tanto na mente como corpo. Continua dizendo que a civilização não é
resultado da mente, mas dos corpos ou corrente de produtos do exercício mental.
A atividade mental é orgânica, então tudo que diz respeito a ela nada prova e,
consequentemente, não diz respeito aos acontecimentos sociais. A mentalidade refere-se
ao indivíduo como único ser
Arthur Conan Doyle em seus escritos de Sherlock Holmes chegou a afirmar que só é
possível prever o que um grupo de pessoas faria. E que o homem -indivíduo- é mais
complexo e, portanto, impossível de prever. Do ponto de vista da antropologia, essa
afirmação é correta? SIM
“Mil indivíduos não fazem uma sociedade, mas são a base potencial para uma
sociedade. E também para outras mil outras sociedades potenciais.” [página
263]
Outra narrativa diz que a hereditariedade, física e mental, deve ser deixada como
reserva. E, por isso a civilização deve ser entendida pela análise psíquica ou
explicada pelos experimentos de hereditariedade. Um exemplo diz que o destino
das nações pode ser predito por meio de estudos da constituição orgânica de seus
membros, mas isso resultaria na suposição de que a sociedade é mera coleção de
indivíduos, que é apenas um agregado de atividades psíquicas e não algo que
transcende o inato, ou seja, não haveria espaço para o social e esse se resolveria
totalmente no mental, no físico.