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Iluminando o Saber a 100%

Instituto Politécnico Venus


Direcção do Curso
_______________________________________________
Curso de Técnicas de ESMI

Módulo Vocacional :
Microbiologia e
Parasitologia Humana
_________ Plantando conhecimentos __________

Editado por: António Sebastião

Caro estudante, os conteúdos de Microbiologia , devem ser


apresentados no Instituto em epígrafe – Departamento de Formação
dos Cursos de Saúde, na Repartição dos Curso de Técnicas de ESMI
como requisito obrigatório para a participação das aulas da disciplina,
reprodução deste mediante a orientação do docente da disciplina.
Docente / autor: António Sebastião (TL-MP)

Caro(a) estudante, este material é um requisito obrigatório para a participação nas aulas , entretanto o(a)
estudantes deve ter este artigo em formato físico e levar sempre que vierem as aulas da disciplina.

PLANO DE ENSINO

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Curso: Técnicas de ESMI 1º Ano, I Semestre, Ano: 2023
Disciplina Modular: Microbiologia / Parasitologia Formador: António Sebastião
Período: Manhã, Tarde e Noite Contacto: 840453536 OU 866924269
Carga Horária total: 30 horas Fase de leccionação: de 13 a 24 de Março de 2023
Carga horária diária: 6 horas

Email: antoniosebastiao867@gmail.com

Objectivos

Promover a formação de um profissional de ESMI forte domínio de conteúdo, coerência e espírito crítico diante dos problemas que
afligem a sociedade, sensibilizando-o no sentido de centrar o ser humano como objectivo final de suas ideias e acções, sendo o
instrumento activo da transformação harmoniosa das relações entre a ciência e a sociedade e evidenciando sua competência no
exercício da actividade profissional.

Competências

Promover a formação de um profissional com domínio de conteúdo, coerência, ética e espírito crítico; sensibilizando-o quanto à
necessidade de aprendizagem contínua, aplicável diariamente, tornando-o no instrumento activo da transformação harmoniosa das
relações entre a ciência e a sociedade e evidenciando sua competência no exercício da actividade profissional.

Habilidades

Ao término dos conteúdos abaixo, o aluno deverá desenvolver as seguintes habilidades:

Programa / Conteúdos

UNIDADE DIDÁCTICA 1
INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA : PROCESSOS DE
BACTERIOSES EM HUMANOS
A Microbiologia - é a ciência que estuda os microrganismos cujo a sua visualização é possível mediante um
microscópico.Esta Ciência estuda os organismos microscópicos e suas atividades biológicas, isto é, verificam as diversas
formas, estruturas, reprodução, aspectos bioquímico-fisiológicos, e seu relacionamento entre si e com o hospedeiro,
podendo ser benéficos e prejudiciais. Etimologicamente, A palavra Microbiologia deriva do grego: mikros (“pequeno”),
bios (“vida”), e logos(“ciência”).

A Microbiologia trata os organismos microscópicos unicelulares, onde todos os processos vitais são realizados numa
única célula. Independente da complexidade de qualquer organismo, a célula é, e deve ser considerada, a unidade básica
da vida. Todas as células vivas são basicamente estão compostas de: protoplasma (do grego: primeira substância
formada), complexo orgânico coloidal constituído principalmente de proteínas, lipídeos e ácidos nucléicos; membranas
limitantes ou parede celular; e um núcleo ou uma substância nuclear equivalente.
Os principais grupos de microrganismos são as bactérias, os parasitos, os fungos e vírus.

Os vírus, apesar de não serem considerados organismos vivos e sem partículas, têm algumas características de células
vivas. Posição dos microrganismos no mundo vivo.Esta divisão é baseada nas diferenças de organização da maquinaria
celular. As algas azuis (cianofíceas) e as bactérias são consideradas organismos procariotos. Entre os microrganismos
eucariotos estão incluídos os protozoários, fungos e demais algas (obs. as células animais e vegetais são, também,
eucarióticas). Os vírus, isolados entre os microrganismos, são deixados de lado neste esquema de organização celular.

ÁREAS DE APLICAÇÃO DA MICROBIOLOGIA

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Existem numerosos aspectos no estudo da Microbiologia, que são divididos em duas áreas principais: a Microbiologia
Básica e a Microbiologia Aplicada. A Microbiologia básica estuda a natureza fundamental e as propriedades dos
microrganismos, enfatizando sobre as características morfológicas coloniais e celulares; características fisiológicas
(necessidades nutricionais específicas e condições necessárias ao crescimento e reprodução); atividades fisiológico-
bioquímicas (Metabolismo); características genéticas; características ecológicas e sua relação com outros organismos e
com o hospedeiro; potencial de patogenicidade; e classificação taxonómica.

Evolução Histórica da Microbiologia

Fracastoro de Verona (entre 1483 e por Von Plenciz (1762)


A Evolução da Microbiologia Considera-se o início da Microbiologia se deu quando se aprendeu a polir lentes de vidro, e
ao combiná-las produzia aumentos suficientes para a visualização de microrganismos. No século XIII, Roger Bacon
postulou que a doença era produzida por seres vivos invisíveis. Este postulado foi reforçado e defendido por Fracastoro de
Verona (entre 1483-1553), e posteriormente por Von Plenciz (1762), mas nenhum deles apresentava provas.

Louis Pasteur (1822-1895)

Pouchet foi rebatido por Louis Pasteur (1822-1895) onde pelo conhecido experimento, onde preparou um frasco com
pescoço de cisne, as soluções nutritivas foram fervidas no frasco e o ar não-tratado e não-filtrado podia passar para dentro
ou para fora. Os micróbios, porém, depositavam-se no pescoço de cisne e não apareciam na solução. Finalmente, John
Tyndall (1820-1893) efetuou experiências numa caixa especialmente desenhada para provar que a poeira carrega os
micróbios. Se não houver poeira, o caldo estéril ficará livre de crescimento microbiano por períodos indefinidos de tempo.
Teoria Microbiana das Doenças Em 1762, Von Plenciz, afirmou que os seres vivos seriam as causas de doenças, e que
microrganismos diferentes eram responsáveis por enfermidades diferentes. O médico Oliver W. Holmes (1809-1894)
insistia que a febre puerperal era contagiosa e, provavelmente, causada por um germe transmitido de uma mãe para outra
por intermédio das parteiras e dos médicos. Quase na mesma época, o médico húngaro Ignaz P. Semmelweis (1818-1865)
introduzia o uso de antissépticos na prática obstétrica.

PROCARIOTA (CÉLULA BACTERIANA)

A principal característica de uma célula procarionte é a ausência de um núcleo delimitado. Nessas células, observa-se
apenas um local (nucleoide) contendo DNA circular (DNA cromossômico) não associado a proteínas histonas. Podem
existir ainda pequenas moléculas de DNA livres no citoplasma, conhecidas como plasmídeos, que são capazes de se
reproduzir independentemente do DNA cromossômico.Essas células destacam-se também pela ausência de organelas
membranosas, como retículo endoplasmático e complexo golgiense. Nessas células são encontrados apenas ribossomos,
organelas relacionadas com o processo de síntese proteica. Apesar de ser uma organela presente em células eucariontes e
procariontes, nesses últimos, apresenta um menor tamanho.Nas células procariontes, pode haver ainda uma parede celular
rica em peptidoglicanos e a presença de fímbrias, pequenos prolongamentos filamentosos. A função das fímbrias é
garantir a fixação da célula procarionte na célula hospedeira e ajudar no processo de conjugação.Poucos organismos
possuem células procariontes. Atualmente essas células podem ser encontradas apenas em bactérias e algas azuis, também
conhecidas como cianobactérias. Todos os outros organismos, tais como protozoários, fungos, plantas e animais, possuem
células do tipo eucarionte.

FUNÇÃO DE CADA ORGANELO CELULAR DA CÉLULA PROCARIOTA


As células procariontes são caracterizadas pela pobreza de membranas. Ao contrário dos eucariontes, não
possuem uma membrana (também conhecida como carioteca) envolvendo o material genético.Os seres vivos

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que são constituídos por essas células são denominados procariotas ou procariontes, compreendendo
principalmente as bactérias e algumas algas (cianofícease algas azuis).
Na célula procarionte a estrutura é qualquer componente celular. Já a função é o papel desempenhado por cada
uma das estruturas que constituem a célula.Por sua simplicidade estrutural e rapidez na multiplicação, a célula
E. scherichia coli é a célula procarionte mais bem estudada.

1. Parede Celular - Estrutura localizada no exterior da membrana celular. Confere rigidez e determina a
forma da célula. Protege e controla as trocas de substâncias com o meio ambiente.-
2. Membrana Celular -Camada lipoproteica que separa o conteúdo citoplasmático do meio em que ela se
encontra e controla as trocas de substâncias com o meio ambiente.
3. Ribossomos- Pequenas unidades livres no citoplasma, responsáveis pela síntese proteica da célula
4. Cápsula- Estrutura mucosa, composta principalmente por polissacarídeos. Favorece a adesão às
superfícies, impede a desidratação e dá proteção à célula.
5. Nucleóide- Também chamado de cromatina, é a região da célula onde se localiza o material genético
(DNA). Na célula procarionte não é envolvido por membrana.
6. Plasmídeo: São moléculas circulares duplas de DNA capazes de se reproduzir independentemente do
DNA cromossômico. Armazenam pequenas quantidades de material genético.
7. Citoplasma: Espaço correspondente a totalidade da área intracelular. Tem papel estrutural, mantendo a
consistência e a forma da célula. Armazena substâncias químicas indispensáveis à vida celular.
8. Flagelo: Filamento oco que favorece a locomoção celular.
9. Cílio: Estruturas semelhantes ao flagelo, porém numerosas e curtas, que favorecem a locomoção celular.
10. Pilis – serve para adesão no hospedeiro.

MORFOLOGIA MICROSCÓPICA DAS CÉLULAS BACTERIANAS

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De acordo com a morfologia, as bactérias podem ser classificadas como cocos, bacilos, vibriões, e espirilos. Os cocos
podem se agrupar e formarem colônias, nas quais dois cocos formam um diplococo. Quando enfileirados, formam um
estreptococo e, em cachos, um estafilococo.

Morfologia Bacteriana

Tamanho
Forma
Morfologia colonial
Agrupamento

CRESCIMENTOS MICROBIANO
O crescimento celular - é definido como o aumento coordenado de todos os constituintes celulares. Este aumento pode
estar associado ao aumento do tamanho de uma célula ou do número de células, em consequência da multiplicação
celular, ou a ambos.
O crescimento microbiano é normalmente associado ao crescimento de uma população de células de um dado
microrganismo, ou seja, com o aumento do número de células da população. Grande parte dos microrganismos multiplica-
se por fissão binária ou por gemulação, em resultado do que uma célula dará origem a duas ao fim de um certo tempo,
tempo de geração ou de duplicação.

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Vamos recordar
O crescimento microbiano – refere-se ao aumento do número e não do tamanho das células.
Os microrganismos em crescimento estão, na verdade, aumentando o seu número e se acumulando em
colônias.
COLÔNIAS - grupos de células (visualização sem utilização de microscópio).

FACTORES QUE DETERMINAM O CRESCIMENTO BACTERIANO


As bactérias são seres simples, unicelulares, mas cujo efeito sobre os sistemas vivos e, em particular, organismos animais
é de extrema importância. Este factor deve-se a dois aspectos. Em primeiro lugar algumas bactérias são sobejamente
reconhecidas como causadoras de doenças específicas, de maior ou menor gravidade consoante os animais afectados e as
estirpes envolvidas. São também, e em segundo lugar, parte do equilibrio natural de muitos organismos superiores com
quem coexistem em simbiose, beneficiando ambos com esta relação. Temos o exemplo das bactérias do tubo digestivo,
existentes nos animais supeirores e que colaboram no processo digestivo, sendo no caso dos ruminantes de extrema
importância a sua função.

O desenvolvimento bacteriano é simples, por processos assexuais e, por isso, muito rápido em condições ambientais
favoráveis. Esta situação cria um problema no caso dos agentes bacterianos patogénicos, que pretendemos combater, uma
vez que lhes permite uma rápida propagação e infecção do hospedeiro, bem como uma maior facilidade de resistência a
agentes anti-bacterianos nas gerações seguintes. Interessa pois compreender quais os factores que favorecem e controlam
o seu crescimento. O crescimento bacteriano é influenciado por vários factores ambientais, destacando-se o alimento, a
temperatura, a humidade, o pH e o oxigénio. Cada um destes factores é importante e pode limitar o crescimento,
determinando o desenvolvimento bacteriano. A presença de alguns organismos, sejam outras bactérias ou determinados
fungos pode levar a alterações do crescimento das populações bacterianas, quer pela competição por alimento e espaço
quer pela produção de compostos químicos inibidores do seu crescimento.

 O ALIMENTO
As bactérias necessitam de alimento como fonte de energia, para elaborar o protoplasma e os seus materiais estruturais,
diferindo muito entre si nas suas necessidades nutritivas. Os elementos mais importantes são: o carbono, o hidrogénio, o
azoto, o oxigénio e o fósforo. Necessitam também de quantidades menores de ferro, magnésio, potássio e cálcio e de
outros elementos em quantidades mínimas. Tais nutrientes essenciais são necessários em pequenas quantidades e os
nutrientes orgânicos deste tipo conhecem-se como factores de crescimento.

 A TEMPERATURA

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A temperatura Este factor tem enorme importância uma vez que influência as velocidades de todas as reacções químicas
ligadas aos processos de crescimento. A temperatura para a qual um microrganismo cresce com maior rapidez é a
temperatura óptima de crescimento. A temperatura máxima é a mais elevada a que cresce um microrganismo, geralmente
situa-se poucos graus acima da temperatura óptima. A temperatura mínima de crescimento é a mais baixa temperatura a
que tem lugar o crescimento do microrganismo, geralmente bastante inferior à temperatura óptima de crescimento.

Atendendo à sua temperatura de crescimento, é possível distinguir pelo menos três grupos fisiológicos de bactérias:

1. As psicrófilas, têm temperatura óptima de crescimento entre 20 -35ºC;


2. As mesófilas, têm temperatura óptima de crescimento entre 30 -45ºC;
3. As termófilas têm temperatura óptima de crescimento entre 45 -70ºC.

Notamos, portanto, que qualquer organismo vivo, com temperaturas da ordem dos 35-40ºC está bem dentro do limiar
óptimo de desenvolvimento bacteriano para organismos mesófilos. Os restantes grupos são menos comums eocupam
meios muito específicos.

 A HUMIDADE
Todos os microrganismos necessitam de água para o seu crescimento, constituindo entre 80 -90% do peso total das
células vivas. É a quantidade de água disponível que determina se existirá crescimento e a sua velocidade. A humidade
disponível é expressa como actividade da água, aw, que significa a pressão parcial de vapor de água de uma solução ou de
um alimento. A maioria das bactérias crescem bem em meios com aw compreendido entre 0,999 e 0,998, o crescimento
em água pura, (aw = 1,00), é impossível. É de salientar ainda que muitas bactérias não crescem com aw inferior a 0,95.

 O OXIGÉNIO
As actividades das bactérias, como as dos microrganismos em geral, dependem das suas necessidades em oxigénio. As
bactérias que dependem, para a sua actividade, do oxigénio livre do ar denominam-se como aeróbias obrigatórias ou
aeróbias estritas. Por outro lado as bactérias anaeróbias obrigatórias, só crescem na ausência do oxigénio livre, sendo a
presença de vestígios de oxigénio tóxicos para estes organismos. A maioria das bactérias crescem entre estas necessidades
extremas de oxigénio, ou seja, tanto em ausência como em presença de oxigénio livre. A maioria destas bactérias têm
preferência pelas condições de aerobiose, e são denominados aeróbios facultativos. Há um quarto grupo de bactérias,
denominadas de microaerófilas, estas têm necessidade de oxigénio mas em concentrações consideravelmente inferiores à
do ar. Há uma relação entre a tensão de oxigénio (concentração de oxigénio do meio ambiente)e o potencial oxidação-
redução (OR). O potencial OR é essencialmente uma medida da capacidade oxidante/redutora do meio. Portanto, e um
meio é um potente agente redutor, baixará o potencial OR o que favorece, consequentemente, o crescimento dos
anaeróbios. Por outro lado, como o oxigénio é um agente oxidante, a sua presença assegura potenciais OR relativamente
altos, o que favorece o crescimento dos microrganismos aeróbios.

 O PH:
O pH define-se como o inverso do logaritmo da concentração de iões de hidrogénio (H+). Em termos correntes
designa-se normalmente por acidez. Para todos os microrganismos há um valor de pH óptimo, para o qual o
crescimento é máximo, um valor de pH mínimo, que corresponde à acidez máxima que permite o seu crescimento e
um pH máximoque corresponde à alcalinidade máxima que permite o seu crescimento.
PH neutro: A maioria das bactérias têm um pH óptimo próximo da neutralidade ou ligeiramente alcalino (6,8 -7,5).
PH acido: Algumas preferem um pH mais baixo (4,0 -6,0), criando elas próprias estas condições ao produzirem ácido
através da degradação dos hidratos de carbono.
PH Alcalino; Conhecem-se poucas bactérias que preferem condições fortemente alcalinas (8,5 -9,0). Destaque-se que a
grande maioria das bactérias não tolera ambientes com carácter fortemente ácido, reduzindo o seu crescimento nessas
circunstâncias. São excepção a este factor as bactérias proteolíticas, uma vez que a hidrólise de proteínas que usam como
alimento é favorecida em condições de acidez. O comportamento perante a acidez do meio influencia dois aspectos
essenciais das bactérias: o local onde existem e os agentes desinfectantes a que são resistentes e sensíveis.

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EXAME DE CULTURA BACTERIANA

O exame de cultura bacteriana, também chamado de exame antibiograma, é o exame realizado a partir da técnica de
cultura bacteriana. A sua finalidade é identificar, e acordo com o meio em que é colocado, as bactérias causadoras de um
determinado problema, de modo que se possa saber quais medicamentos podem ser eficazes para combatê-las. É
recomendado fazer esse exame para identificar qual o melhor medicamento para tratar as infecções causadas pelas
bactérias em um paciente.

EXAME CULTURA BACTERIANA EM DIVERSAS AMOSTRAS BIOLÓGICOS

Através do exame cultura bacteriana em diversos materiais biológicos é possível verificar, com precisão, a existência ou
não de infecções em um determinado indivíduo, permitindo também a identificação das bactérias que precisam ser
combatidas. É através de exame cultura bacteriana em diversos materiais biológicos que os médicos conseguem receitar o
melhor antibiótico para seus pacientes. A realização do exame cultura bacteriana em diversos materiais biológicos é
bastante simples. O primeiro passo é a coleta dos materiais biológicos que estejam contaminados com as bactérias, por
isso, o médico pode solicitar a coleta de fezes, sangue, urina, saliva, catarro ou até mesmo células de um órgão que esteja
contaminado.

Com os materiais coletados, o laboratório submete esses materiais a um meio de cultura das bactérias existentes, e
somente depois de formadas as culturas é feito então o exame cultura bacteriana. Esse exame consiste em aplicar
antibióticos nas culturas, e o qual inibir mais a proliferação, é o medicamento indicado para tratar o problema. O exame
cultura bacteriana em diversos materiais biológicos é, portanto, tranquilo e fácil de ser realizado, levando em média de 3 a
5 dias para ficar pronto. As técnicas de semeadura são o método pelo qual se transfere inóculos bacterianos de um meio de
cultura ou material a ser analisado (secreções, alimentos) para um outro meio de cultura. Para garantir que apenas o
microorganismo desejado seja semeado, são utilizadas as técnicas assépticas: procedimentos que devem ser adotados
visando a não contaminação de materiais, meios e culturas.

CONTROLO DOS MICROORGANISMOS

O controle de microrganismos - significa redução da carga microbiana e até mesmo morte e perda da capacidade
reprodutiva, tendo como alvos celulares, a parede celular; membranas citoplásmicas; enzimas e proteínas; RNA e DNA.
O crescimento celular pode ser controlado por diferentes métodos:Métodos físicos: Temperatura, radiação, filtração.
Desscação, remoção de oxigênio e Vibração ultrassônica.

Métodos químicos: Desinfetantes, antissépticos preservativos usados em alimentos.

Métodos físicos: Os métodos físicos são muito utilizados para promover a descontaminação a desinfecção e a
esterilização.

Temperatura: Calor seco e úmido


O calor é um dos mais importantes métodos para o controle do crescimento para eliminar os microrganismos. Acima da
temperatura ideal de crescimento o calor vai promover a desnaturação de proteínas estruturais e enzimas, levando a perda
da integridade celular à morte.

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O calor seco elimina os microrganismos também por processo de oxidação. O calor úmido na forma de vapor tem o maior
poder de penetração e eliminar as formas vegetativas dos procarióticos, vírus e fungos e seus poros. A morte pelo o calor é
uma função exponencial que ocorre à medida que a temperatura menor será o valor D (maior temperatura, menor D ).
Deste modo, são necessárias rápidas exposições à temperatura alta para grande redução no numero dos microrganismos
viáveis.

Métodos que empregam o calor úmido


Autoclave: Equipamento que emprega vapor d’água sob processo que produz a temperatura mínima de 121ºC. Quanto
maior a pressão da autoclave mais a temperatura. Estes métodos destroem as formas vegetativas e esporuladas a
procariotos e fungos, promovendo a esterilização: Os príons são uma exceção por serem agentes extremamente resistentes
aos métodos de desinfecção e esterilização.

A autoclavação é uma um método muito usado em laboratórios e hospitais. O ar normalmente impede direto do agente
esterilizando vapor com material, o que torna menos eficiente.

Métodos que empregam calor seco

Estufa e formo: Tem menor poder de penetração do que calor úmido usam temperatura e tempos maiores. A característica
em comum entre os métodos é ausência de umidade, o que torna o processo menos eficiente e demorado.

Flambagem: Ocorre combustão completa dos microrganismos em alças e agulhas microbiológicas, as quais são aquecidas
diretamente na cama do bico de Bunsen até ficarem rubras.

Incineração: É a combustão completa para descontaminação de material hospitalar de uso descartável (luvas, material
plástico) e lixo contaminado em geral.

Baixas temperaturas: A baixa temperatura é um método de controle dos microrganismos porque causa diminuição na
taxa de crescimento e na atividade enzimática. Pode não causar a morte celular. Os microrganismos patogênicos são
geralmente mesofilos (não crescem a 5º C), embora existam exceções como verta amostras de Clostridium botulinum que
crescem a 5ºC.

Métodos que empregam baixa temperatura

O efeito das baixas temperaturas sobre os microrganismos e da intensidade da aplicação.

Refrigeração:

Nos os microrganismos comuns (0-7ºC) a taxa metabólica da maioria dos microrganismos é tão reduzida que eles não
podem se reproduzir. A refrigeração comum tem mais efeito bacteriostático, entretanto, microrganismos psicrófilos
crescem lentamente em baixas temperaturas, alterando o sabor dos alimentos após algum tempo, como, por exemplo, as
pseudômonas. O método é usado para a preservação de alimentos durante período limitado de tempo.

Congelamento:

Usado para preservar alimentos nas residências e na indústria alimentícia. As temperaturas abaixo do congelamento
obtidas rapidamente tendem a tornar os micróbios dormentes, mas não necessariamente os matam. O congelamento lento
faz com que cristais de gelo se formem e cresçam rompendo as estruturas celular e molecular das bactérias.

Dessecação: Os métodos que utilizam como principio a dessecação removem a água e, como os microrganismos
necessitam dela para seu crescimento, estes procedimentos são eficazes para o controle do crescimento microbiano. O
mais usado é a liofilização.

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Defumação: Consiste na diminuição do teor de água por exposição de alimento (carnes, peixes) durante horas ou dias a
fumaça de madeira em combustão.

MÉTODOS QUÍMICOS

São substâncias químicas de origem natural ou sintética usadas para eliminar ou inibir o crescimento dos microrganismos.
A resposta dos microrganismos aos agentes químicos varia em relação a fatores tais como pH, temperatura, presença de
matéria orgânica, fase de multiplicação e mesmo presença de outros agente químicos. De acordo com seu efeito nos
microrganismos podem apresentar:

Os agentes químicos podem ser usados para descontaminação, desinfecção, anti-sepsia ou esterilização. Têm maior efeito
nas células vegetativas por terem metabolismo ativo. Ocorrem variações na sua ação de acordo com concentração da
substância e tempo de contato, pH, temperatura, tipo de microrganismo e presença de material orgânico (possível
inativação da substância)

Desinfetantes: Compostos químicos que podem matar ou inibir o crescimento dos microrganismos são usados em
superfícies e objetos inanimados. Existem métodos para avaliar a eficácia destes desinfetantes que são o coeficiente
fenólico e método da diluição de uso, atualmente é o mais usado.

Antissépticos: Antissépticos são agentes químicos para uso tópico em tecidos vivos. Não podem ser ingeridos. Existe
teste de toxicidade que são feitos em culturas de células para verificar o nível de toxicidade.

Álcoois:

Promovem a desnaturação de proteína e desorganização dos lipídeos de membrana. São indicados para desinfecção de
níveis abaixo ou intermediário. Os álcoois na contração 70% são excelentes bactericidas, principalmente paras as formas
vegetativas. Atuam também sobre células de Mycobacterium tuberculosis, alguns fungos e vírus. Sua indicação é prara
desinfecção de artigos e superfícies; e o tempo de exposição recomendado é 10 minutos. O álcool etílico possui maior
acção germicida, menores custo e toxicidade do que o isopropílico, que por sua vez, tem maior acção para vírus
hidrofílicos.

SISTEMA IMUNE

Sistema imunológico, também chamado de imune ou imunitário, é o conjunto de células, tecidos, órgãos e moléculas
responsáveis pela retirada de agentes ou moléculas estranhas do organismo de todos os seres vivos, com a finalidade de
manter a homeostasia dinâmica do organismo. O funcionamento do sistema imune consiste na resposta coletiva e
coordenada das células e moléculas diante dos agentes estranhos; isto caracteriza a resposta imune. O sistema imune é
dividido em dois (02) tipos de imunidade que caracterizam dois tipos de respostas: a imunidade inata ou natural (resposta
imune inata) e a imunidade adquirida ou adaptativa (resposta imune adquirida).

1. IMUNIDADE INATA
A imunidade inata é a primeira linha de defesa do organismo, com a qual ele já nasce. É uma resposta rápida, não
específica e limitada aos estímulos estranhos ao corpo. É representada por barreiras físicas, químicas e biológicas, células
e moléculas, presentes em todos os indivíduos.Os principais componentes da imunidade inata são:

1. Barreiras físicas e mecânicas: Retardam/impedem a entrada de moléculas e agentes infecciosos (pele, trato
respiratório, membranas, mucosas, fluidos corporais, tosse, espirro).

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2. Barreiras fisiológicas: Inibem/eliminam o crescimento de microrganismos patogênicos devido à temperatura
corporal e à acidez do trato gastrointestinal; rompem as paredes celulares e lisam (rompem) células patogênicas
através de mediadores químicos (lisozimas, interferon, sistema complemento);
3. Barreiras celulares: Endocitam/fagocitam as partículas e microrganismos estranhos, eliminando-os
(linfócitosnatural killer e leucócitos fagocíticos – neutrófilos, monócitos e macrófagos);
4. Barreira inflamatória: Reação a infecções com danos tecidulares; induzem células fagocitárias para a área
afetada.

A resposta imune inata é capaz de prevenir e controlar diversas infecções, e ainda pode otimizar as respostas imunes
adaptativas contra diferentes tipos de microrganismos. É a imunidade inata que avisa sobre a presença de uma infecção,
acionando assim os mecanismos de imunidade adaptativa contra os microrganismos causadores de doenças que
conseguem ultrapassar as defesas imunitárias inatas.

IMUNIDADE ADQUIRIDA
A imunidade adquirida ou adaptativa é ativada pelo contato com agentes infecciosos e sua resposta à infecção aumenta em
magnitude a cada exposição sucessiva ao mesmo invasor. Existem dois tipos de imunidade adquirida: a imunidade
humoral e a imunidade celular. A imunidade humoral gera uma resposta mediada por moléculas no sangue e nas secreções
da mucosa, chamadas de anticorpos, produzidos pelos linfócitos B, sendo o principal mecanismo de defesa contra
microrganismos extracelulares e suas toxinas. Os anticorpos reconhecem os antígenos (qualquer partícula estranha ao
corpo), neutralizam a infecção e eliminam estes antígenos por variados mecanismos efetores. Por sua vez, a imunidade
celular gera resposta mediada pelos linfócitos T. Quando microrganismos intracelulares, como os vírus e algumas
bactérias, sobrevivem e proliferam dentro das células hospedeiras, estando inacessíveis para os anticorpos circulantes, as
células T promovem a destruição do microrganismo ou a morte das células infectadas, para eliminar a infecção.

REAÇÃO OU RESPOSTA IMUNEU


Uma resposta imunológica é - a reacção do sistema imunológico a um antígeno. Imunoglobulina é outro nome para
anticorpo..
Os termos antígeno e anticorpo- são bastante usados quando estudamos a Imunologia, ou seja, quando estudamos a parte
da Biologia relacionada com o sistema imunológico. Conhecer esses dois conceitos é fundamental para entender o
processo de defesa do organismo contra partículas e organismos estranhos. A seguir listaremos as principais diferenças
entre antígenos e anticorpos.
Denominamos de antígenos as moléculas capazes de reagir com um anticorpo. Essa reação pode provocar ou não uma
resposta do nosso sistema imune. Nesse último caso, o antígeno é conhecido como imunógeno. Como exemplo de
antígenos, podemos citar os vírus, as bactérias e até mesmo partículas desencadeadoras de alergias.

Bactérias e Doenças Associadas

Doenças causadas por Bactérias


Febre Tifóide
Agente Etiológico: Salmonella thyfi
Forma de transmissão: Água e alimentos contaminados com as fezes dos doentes.
Sintomas: Febre, dor de cabeça, fadiga, bradicardia, hemorragias nasais, diarréia e
vômitos.
Tratamento: Utilização de antibióticos específicos.
Profilaxia: Educação sanitária e saneamento básico.

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Tétano
Agente Etiológico: Clostridium tetani (anaeróbico estrito)
Forma de transmissão: Contaminação acidental de ferimentos profundos com terra
contaminada com esporos da bactéria.
Sintomas: Enrijecimento muscular por todo o corpo causada pela toxina tetânica.
Bloqueio da via de relaxamento dos músculos (espamos musculares).
Tratamento: Utilização de soros.
Profilaxia: Vacina tríplice (antitetânica).

Tuberculose
Agente Etiológico: Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch)
Forma de transmissão: Pelo ar contaminado e pela saliva.
Sintomas: Tosse constante, as vezes com sangramento, febre, suores noturnos, falta de apetite, emagrecimento e
indisposição.
Tratamento: Medicamentos específicos que elimina as bactérias.
Profilaxia: Vacinação (BCG), evitar contanto com pessoas contaminadas, evitar permanecer em ambientes fechados.
A falta de programas de vacinação, associa às más condições de habitação e à subnutrição, causa alto índice de
mortalidade nos países em desenvolvimento.

Cólera
Agente Etiológico: Vibriao colerico
Forma de transmissão: Água e alimentos contaminados com as fezes dos doentes.

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Sintomas: Vômitos, diarréia intensa, desidratação severa. Os sintomas são causados por uma toxina produzida pelas
bactérias.
Tratamento: Medicamentos específicos que elimina as bactérias.
Profilaxia: Educação sanitária e saneamento básico. A vacina é pouco eficaz e de curta duração. Só é recomendada para
quem viaja para locais onde existe a doença.

Hanseníase (Lepra)

Agente Etiológico: Mycobacterium leprae (Bacilo de Hansen)


Forma de transmissão: Contato direto com pessoas doentes, pela pele ou pelo ar, após contatos íntimos e
prolongados com o portador.
Sintomas: Aparecimento de manchas na pele, ulcerações e deformidades, lesões nas terminações nervosas
causando perda de sensibilidade.
Tratamento: Uso de antibióticos (há cura se for diagnosticado e tratado nas fases iniciais)
Profilaxia: Educação sanitária, tratamento imediato dos doentes, vacinar todos os familiares e pessoas que
convivem intimamente com o doente (vacina BCG).

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Sífilis
Agente Etiológico: Triponema pallidum
Forma de transmissão: Relações sexuais, transfusões de sangue e congênita (da mãe para o feto).
Sintomas: Aparecimento de uma pequena ferida ou ulceração firme e dura que ocorre no ponto de infecção da
bactéria, geralmente o pênis, a vagina, o reto ou a boca e posteriormente em outras partes do corpo. Nos fetos a
bactéria pode causar diversas complicações no sistema nervoso, mal formações e ferimentos na pele.
Tratamento: Uso de antibióticos (tetraciclina e penicilina).
Profilaxia: Uso de preservativos, realização do teste diagnóstico por mulheres
com intenção de engravidar.

Gonorrhea
Agente Etiológico: Neisseria gonorrheae
Forma de transmissão: Relações sexuais, transfusões de sangue e congênita (da mãe para o feto).
Sintomas: Ardência ao urinar, corrimento amarelado na uretra, inflamações neurológicas, ósseas e articulares.
No recém nascido pode causar a cegueira.
Tratamento: Uso de antibióticos (penicilina).
Profilaxia: Uso de preservativos, educação sexual, realização do teste diagnóstico em mulheres com intenção
de engravidar.

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UNIDADE DIDÁCTICA 2
INTRODUÇÃO À VIROLOGIA: PROCESSOS DE VIROSES EM
HUMANOS

Os vírus não são considerados organismos vivos porque são inertes fora das células hospedeiras. Diferem dos demais
seres vivos pela ausência de organização celular, por não possuírem metabolismo próprio e por necessitarem de uma
célula hospedeira. No entanto, quando penetram em uma célula hospedeira, o ácido nucleico viral torna-se ativo
ocorrendo a multiplicação.
Vírus – representam o limite entre as formas vivas e as sem vida. Não são células como as descritas anteriormente,
contêm somente um tipo de ácido nucleico, RNA ou DNA que é circundado por um envelope proteico ou capa. Devido à
ausência de componentes celulares necessários para o metabolismo ou reprodução independente, o vírus pode multiplicar-
se somente dentro de células vivas, por isso não são considerados seres vivos por não possuírem vida própria.

A palavra vírus vem do latim e significa ‘veneno’. São seres muito pequenos – algumas dezenas de vezes ainda
menores que as bactérias. Somente podem ser vistos ao microscópio eletrônico. Não são incluídos em nenhum
dos cinco reinos, sendo “diferentes” dos demais seres vivos

Características gerais dos vírus


 Vírus: seres sem organização celular
Não têm membrana plasmática nem citoplasma, como citosol e organelas, nem núcleo celular.
São constituídos basicamente por uma cápsula de proteínas que abriga em seu interior o material genético.
 Reproduzem-se somente dentro de células vivas (parasitas intracelulares obrigatórios
São parasitas de seres vivos diversos, como plantas, animais e bactérias.
Podem se reproduzir à custa do material que encontram somente em células vivas; fora de uma célula-hospedeira, eles se
mantêm absolutamente inertes.
 Possuem um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA.
 Possuem uma cobertura proteica, envolvendo o ácido nucleico.
 Multiplicam-se dentro de células vivas, usando a maquinaria de síntese das células.
 Induzem a síntese de estruturas especializadas, capazes de transferir o ácido nucleico viral para outras células.
 Parasitas obrigatórios apresentando incapacidade de crescer e se dividir autonomamente.
 Replicação somente a partir de seu próprio material genético.
A Figura 4.4 abaixo, obtida a partir de microscopia eletrônica, representa um fago, ou seja, vírus que ataca bactérias. Na
cabeça, encontra-se o material genético (DNA ou RNA), a cauda é uma estrutura de aderência a célula hospedeira.

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Nossas defesas contra as viroses
Nosso organismo está sempre exposto à invasão de microrganismos diversos. Eles podem penetrar em
nosso corpo, por exemplo, por meio do ar, da água, de ferimentos e de alimentos contaminados. Algum
desses microrganismos podem ser patogênicos (capazes de provocar doenças).

Sistema imunitário
As proteínas que formam as cápsulas dos vírus são diferentes das proteínas existentes no corpo humano.
Quando sofremos alguma invasão por vírus, as proteínas desses seres – “estranhas” ao nosso organismo
– sao “detectadas” por certas celulas do corpo. Essas células do corpo, que fazem parte do sistema
imunitário (ou imune), passam a produzir substâncias que combatem o invasor: os anticorpos.

A AIDS ou HIV - SIDA


Deriva das iniciais da expressão inglesa: acquired immunological deficiency syndrome, que significa ‘sindrome
de imunodeficiencia adquirida’. É, atualmente, uma das mais preocupantes enfermidades em todo o mundo.
O vírus causador da AIDS é conhecido como HIV - da expressão inglesa human immunodeficiency virus (‘virus
da imunodeficiência humana.

Nas pessoas portadoras de HIV, o vírus pode ser encontrado no sangue e, de acordo com o sexo, no esperma (em
homens) ou nas secreções vaginais e no leite (em mulheres).

Transmissão: por meio de relações sexuais com parceiros portadores do vírus e de transfusões com sangue
contaminado. Mulheres grávidas portadoras de HIV podem transmitir o vírus para o feto através da placenta ou
através da amamentação.

Prevenção:
Usar sempre preservativos (camisinhas) nas relações sexuais.
Certificar-se da procedência e da qualidade do sangue a ser utilizado em transfusões sanguíneas.
Esterilizar agulhas e seringas empregadas em injeções ou utilizar agulhas e seringas descartáveis.

A febre amarela

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É causada por um vírus que também pode ser transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes
aegypti.

Prevenção: compreende as mesmas medidas adotadas para o combate à dengue. Existe vacina para a
febre amarela, mas não para a dengue.
 A gripe
O vírus da gripe é transmitido por gotículas de saliva ou de secreção respiratória eliminadas no ar por
meio de tosse, espirro, fala ou ar expirado.
Prevenção: existe vacina contra a gripe. Ela pode ser tomada uma vez por ano, com a devida orientação
médica, pois não é recomendada a pessoas portadoras de certas alergias.

O resfriado
É causado por outro tipo de vírus (diferente do vírus da gripe) que é transmitido ao ser humano da mesma maneira que o
da gripe.
Cuidados: repouso e boa alimentação são importantes para que a pessoa resfriada se recupere mais rapidamente.

A poliomielite – paralisia infantil


É causada por um vírus transmitido por gotículas de saliva e secreções respiratórias eliminadas no ar ou por alimentos e
objetos contaminados.
Prevenção: existe vacina contra essa doença. Graças à campanha de vacinação em massa, a poliomielite está
praticamente erradicada em nosso país.

Contagem de CD4
Para este teste, a amostra é o sangue venoso colhido num tubo com anticoagulante EDTA. É um teste especializado, pois
faz-se a contagem diferenciada de um tipo específico de células brancas. Exige que o laboratório disponha de
equipamento especializado, com pessoal treinado para o correto uso e a respectiva manutenção do aparelho, e por isso, é
realizada principalmente nas capitais provinciais e nos centros com serviços grandes de TARV. Apenas a etapa inicial do
processamento é feita pelo técnico que inclui a identificação correcta dos microtubos que correspondem à amostra do
paciente e a preparação da amostra para o aparelho processar. Esta primeira etapa do processamento varia de acordo com
os padrões operacionais adoptados por cada laboratório que devem estar em concordância com o tipo de aparelho e
reagentes. As restantes etapas, incluindo a leitura dos resultados, é feita pelo aparelho. De referir que actualmente existem
várias marcas de aparelho comercializadas, mas basicamente empregam o método citométrico para a contagem de CD4.
Recomenda-se que o processamento se realize no mesmo dia da colheita; se não for possível, pode-se armazenar a uma
temperatura de entre 2 - 8ºC não mais do que 72 horas.

Teste de quantificacao de Carga Viral


Vamos recordar a defini "vírus"
Antes de nos aprofundarmos na análise do que é carga viral, é muito importante que que recordemos e entendamos o que
é um vírus novamente, pois como é perfeitamente compreensível, ainda há confusão sobre ele.

E não é surpreendente, porque mesmo na comunidade científica há polêmica na hora de defini-lo. O que sabemos é que
um vírus é uma partícula infecciosa que sempre se comporta como um patógeno. É um parasita obrigatório, o que
significa que ele precisa infectar células de outro organismo vivo para completar
seu ciclo de "vida" e se replicar.

Como podemos ver, colocamos "vida" entre aspas e em nenhum momento definimos o vírus como um ser vivo.
Limitamo-nos a dizer que se trata de uma partícula infecciosa. E é que, ao contrário de outros patógenos, como
bactérias, fungos ou parasitas, um vírus não possui todas as características necessárias para ser considerado um
ser vivo.

Recomendamos a leitura: “O virus e um ser vivo? A ciencia nos da a resposta " Um vírus é um estrutura incrivelmente
simples (muito mais do que uma bactéria), cuja morfologia consiste simplesmente em uma membrana protéica que cobre
um material genético no qual são codificadas as informações de que necessita para iniciar o processo infeccioso e se

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replicar. Nada mais. Eles são tão pequenos que não podem ser visualizados mesmo com os microscópios ópticos mais
poderosos, mas os eletrônicos são necessários. Mas é precisamente essa simplicidade anatômica (e tamanho centenas de
vezes menor que uma célula) que os leva a ser, sem dúvida, os patógenos mais eficazes do mundo. Você pode estar
interessado: "Os 18 tipos de microscópio (e suas características)" Você só precisa ver quais são as doenças mais comuns,
graves e mais facilmente transmissíveis. Todos (ou quase todos) são virais. Resfriados, gripes, pneumonias, AIDS,
Papiloma Vírus Humano, gastroenterite, hepatite, sarampo, Ebola, conjuntivite, catapora, herpes, caxumba ... E, claro, o
coronavírus.

Mas por que os vírus são tão diferentes de outros patógenos? Pelas suas características, eles são capazes de fazer algo que
faz uma grande diferença: entrar nas células do organismo que infecta. Isso muda tudo. O vírus penetrar nas células de
seu hospedeiro (bactérias não), como os humanos, para "parasitar" a maquinaria de replicação dessas células e, assim,
gerar milhares de cópias do vírus. Ao longo do caminho, as partículas virais danificam o metabolismo celular e causam
sua morte.

E o sistema imunológico tem muita dificuldade de eliminar o vírus justamente por causa disso, porque eles são
"Escondido" dentro das células. Portanto, se você quiser lutar contra a doença, terá que matar as células do seu próprio
corpo que contêm o vírus. Além disso, esconder também significa que, embora alguns possam retardar seu
desenvolvimento, não existem medicamentos que possam "matar" os vírus como os antibióticos fazem com as bactérias
ou os antifúngicos com os fungos.
Temos que esperar que o próprio corpo, graças ao sistema imunológico, os elimine. Mas, durante esse tempo, a
quantidade de vírus (lembre-se de que eles estão se replicando) continua mudando. No início, aumenta. Mas, à medida
que o sistema imunológico ganha o jogo, ele diminui. E isso não só determina a evolução dos sintomas da doença, mas
também nos leva a definir plenamente o termo carga viral.

O que exatamente é carga viral?

Segundo a infectologista Nancy Bellei, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a carga viral é a quantidade de
cópias de um vírus encontradas em determinado fluido ou secreção. “Quando alguem e infectado, o vírus se replica
no seu organismo.
A carga viral ou carga viral é uma medida usada em virologia, a ciência que estuda os vírus e analisa como diagnosticar,
prevenir e tratar todas as doenças virais. A carga viral é definida como o número de partículas de vírus medido em um
tecido ou órgão de uma pessoa infectada (sintomática ou assintomática) por um vírus específico.
Em outras palavras, a carga viral se refere a quantos vírus uma pessoa doente possui em seu corpo em um determinado
momento. Quanto menos partículas de vírus, menor é a carga viral. E quanto mais partículas de vírus, maior é a carga
viral. Uma carga viral elevada implica uma concentração mais elevada do vírus no órgão
ou tecido infectante. Mas como isso é medido? Os vírus são contados? Não. Isso seria impossível. O que procuramos é
determinar a quantidade de material genético viral para cada mililitro de amostra, que normalmente é sangue, mas pode
ser outros fluidos corporais. Vai depender da doença em questão.

Seja como for, o importante é que este concentração de DNA ou RNA viral dá-nos uma ideia muito clara de
quantos vírus existem no nosso corpo. Essas medidas de carga viral, realizadas principalmente por meio de PCR
(técnica que permite amplificar fragmentos de material genético para facilitar sua detecção), podem detectar a
partir de 50 partículas virais por mililitro de amostra.
Em resumo, a carga viral indica a quantidade de partículas virais por mililitro de amostra, o que nos permite
saber o grau de infecção de uma pessoa. Se o valor for alto, significa que existem muitos vírus em seu corpo. E
se for baixo, significa que são poucos. E, claro, a concentração do vírus, principalmente no início da infecção, é
decisiva para o prognóstico. Agora veremos.

Por que é importante medir a carga viral?

A carga viral, ou seja, a quantidade de vírus em um determinado momento do processo infeccioso, sempre determinou o
progresso de qualquer doença viral. O que acontece é que só em casos específicos teve real importância clínica.

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Tradicionalmente, a carga viral tem sido uma medida importante para monitorar o progresso de doenças como a AIDS,
onde foi (e é) fundamental ver como a infecção avança, pois é preciso interromper a replicação do HIV para evitar que a
própria doença seja sofrida.

"Como o HIV afeta o sistema imunológico?"

Além do exemplo claro do HIV, havia outras doenças em que era interessante saber a quantidade de vírus em determinado
momento, como hepatite B e C (infecções virais e crônicas do fígado potencialmente graves) e infecções por
citomegalovírus, um tipo de vírus que, depois de entrar no corpo, permanece lá para sempre.
Como podemos ver, historicamente, a medição da carga viral tem sido importante para controlar o progresso de uma
infecção viral de caráter crônico. Pois bem, o que nos interessa neles é que, sabendo que o vírus vai ficar aí, pelo menos
não se replica mais.
Nesse sentido, medir a carga viral nos permite detectar rapidamente falhas terapêuticas (que os antivirais não funcionam e
não impedem a propagação do vírus), suspeitar de interações com outros medicamentos, modificar tratamentos e prevenir
complicações de saúde derivadas do aumento da quantidade de partículas de vírus.

Carga viral
Como ja dissemos, o termo “carga viral” ganhou destaque na midia ao passar a falar de sua relevancia na determinação do
prognóstico da doença coronavírus. E a verdade é que a carga viral sempre foi importante no
progresso de qualquer doença viral.

É lógico que quanto maior a quantidade de vírus em um determinado momento, maior o dano. Se houver mais vírus,
significa que mais células estão infectadas e, portanto, morrendo.
Ou seja, dado o alarme e sabendo que quanto maior for a carga viral, maior será a gravidade dos sintomas, nosso
objetivo claro deve ser tentar infectar as pessoas (presumindo que é impossível eliminar o risco de contágio) com a carga
viral mais baixa possível.

E é que o número de partículas virais com as quais uma pessoa está infectada, determinará toda a doença.
Estudos realizados mostram que, a partir do momento da infecção, a carga viral atinge o pico 1-3 dias após os primeiros
sintomas.
A partir daí, a carga viral é reduzida e, portanto, os sintomas, a princípio, não devem ir mais longe. Agora é um grande
erro pense (como alguns meios de comunicação sugeriram) que a única coisa que determina a gravidade da doença é a
carga viral no início da infecção.

Em absoluto. A carga viral inicial é um fator importante, claro, porque se começarmos com um número maior de vírus,
pela simples matemática chegaremos a um número maior de partículas virais. Mas existem muitos mais, de fatores
genéticos a fatores de estilo de vida, incluindo a presença ou ausência de outras doenças. Portanto, a carga viral inicial
determina, em parte, a gravidade, mas mais importante é o estado imunológico da pessoa. Obviamente, se muitos vírus
forem inalados, é mais provável que o sistema imunológico fique sobrecarregado e não consiga evitar que a exposição se
transforme em infecção. Mas além disso, carga viral não determina por si mesma se a doença terá um quadro clínico
leve ou grave.

Além disso, há outra coisa a comentar. E é que se tem ouvido muito que as máscaras reduzem a carga viral. E isso não é
exatamente verdade. A carga viral, como vimos, mede a quantidade de vírus que está em um tecido ou órgão de nosso
corpo em um determinado momento. As máscaras não reduzem o número de vírus no corpo.
O que reduz são as chances de contágio. E é porque limita o número de partículas virais que uma pessoa infectada emite
no ar, de modo que o resto das pessoas saudáveis têm menos probabilidade de ser infectadas e, se a infecção ocorrer, sua
carga viral inicial é mais provável de ser menor .

Em suma, o uso de as máscaras fazem com que as infecções que transmitem tenham uma carga viral mais baixa,
portanto, processos infecciosos mais brandos podem ser esperados. Da mesma forma, observou-se que as crianças
apresentam carga viral maior do que os adultos nos primeiros dias de infecção.

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Mas quanto maior a carga viral, maior a probabilidade de transmiti-la? É claro. Quanto mais vírus houver dentro de você,
mais partículas de vírus você vai expelir no ar. Por esse motivo, é importante o uso da máscara, pois isso reduz a
probabilidade de propagação da doença e melhora o prognóstico nas pessoas infectadas.
Os vírus precisam de uma quantidade mínima necessária para infectar e ser transmissíveis. Se estiver muito baixo (o que
pode ser conseguido com o uso de máscaras), tão poucas partículas entrarão que o sistema imunológico será capaz de
eliminá-las antes que causem doenças. Da mesma forma, se nossa carga viral estiver baixa no final da doença, é menos
provável que espalhemos.

UNIDADE DIDÁCTICA 3
INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA: PROCESSOS DE
PARASITOSES EM HUMANOS

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PARASITOLOGIA


 Relação da Parasitologia com outras Ciências
 Classificação dos Parasitas
Quanto à necessidade de hospedeiro
Quanto à alternância de gerações
Quanto ao ciclo biológico
Quanto ao ciclo evolutivo
Quanto a sua localização no hospedeiro
Quanto a via/ forma de transmissão
Quanto às regras taxonómicas
HOSPEDEIRO, VECTOR E AGENTE ETIOLÓGICO: CONCEITOS BÁSICOS
 Hospedeiro
 Vector
 Agente Etiológico
 Períodos parasitológicos de uma Infecção
INTER-RELAÇÃO PARASITA – HOSPEDEIRO

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 Factores associados às parasitoses

CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PARASITA


 Protozoários
 Helmintos

PATOLOGIA GERAL DOS PARASITAS


NORMAS UNIVERSAIS DE BIOSSEGURANÇA NO LABORATÓRIO DE
PARASITOLOGIA
ACTIVIDADES DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA UNIDADE DIDATICA
CASO PRÁTICO/PROJECTO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

OBJECTIVO GERAL
Analisar os processos relacionados às parasitoses humanas para melhor indentificação dos

Resultados de aprendizagem da unidade didáctica


No fim desta Unidade o formado será capaz de:
– Descrever as parasitoses, tipos, modo de reprodução e patogenia
– Caracterizar o parasitismo, hóspedes e vectores quanto ao tipo.
– Explicar o ciclo de vida dos parasitas e os seus mecanismos de transmissão
– Relacionar os ciclos de vida e forma de reprodução dos principais parasitas humanos
– Classificar os principais parasitas patogênicos para o homem
– Explicar os mecanismos de transmissão- infecção nos principais parasitas

INTRODUÇÃO

As chamadas doenças parasitárias ainda são responsáveis por um alto índice de morbidade ao redor do
mundo. Apesar do grande avanço tecnológico, do alto padrão educacional, da boa nutrição e de boas
condições sanitárias, mesmo os países desenvolvidos estão sujeitos a doenças parasitárias. Desta forma, a
parasitologia humana mantém seu auge em importância. Nesta unidade, o estudante aprenderá os conceitos
usados em parasitologia, seu significado, bem como as regras/normas de trabalho no laboratório de
parasitologia para permitir que tenha bases conceituais, procedimentais e atitudinais para as fases
subsequentes das unidades didáticas.
A presente unidade apresenta seis grandes capítulos a destacar:

– No primeiro capítulo faremos a introdução ao estudo da parasitologia com destaque para as relações
entre a parasitologia e outras ciências e a classificação das parasitas.
– O segundo capítulo o estudo será feito em volta dos conceitos de hospedeiro, vector e agente
etiológico e os princípios parasitológicos dum infecção.
– No terceiro capítulo abordaremos a inter-relação parasita – hospedeiro com enfoque na simbiose a
comensalismo e os factores associados as parasitoses.

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– Para o quarto capítulo a temática sobre as características gerais dos parasitas com foco nos
protozoários e os helmintos.
– No quinto capítulo iremos abordar a patologia geral dos parasitas.
– E por fim, teremos o sexto capítulo que vai abordar as normas de biossegurança aplicadas em
laboratórios de patologia.

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA PARASITOLOGIA


Define-se parasitologia como parte da biologia/microbiologia que estuda os parasitas,
DEFINIÇÃO entendendo-se como parasita qualquer espécie que vive na base da outra quer seja na
busca de abrigo, nutrientes ou proteção no hospepdeiro
(Noormahomed, 2014, P.13)

• Este tipo de associação entre seres vivos, em que existe unilateralidade de benefícios sendo o
hospedeiro essencial e/ou indispensável para a vida do parasita denomina-se Parasitismo.
Relação da Parasitologia com outras Ciências
• Nenhuma ciência é por si só completa, ou seja, só ela isoladamente é incapaz de responder as
questões em volta dos fenómenos ou processos que a envolvem, daí a complementaridade das ciências.
Este fenómeno também acontece entre a parasitologia e outras ciências. Para comprender o
funcionamento do organismo do parasita recorre-se a biologia e fisiologia; para comprender sua
distribuição, condições climáticas favoráveis, factores de risco e de transmissão recorre-se a Geografia,
Epidemiologia; para compreender o tratamento, controle mediante fármacos recorre-se a farmacologia.

Classificação dos Parasitas


Existem várias formas ou critérios para classificar ou agrupar os parasitas para melhor compreendê-las ou
estudá-las.
Os parasitas podem ser classificados de seguinte maneira:

– Quanto à necessidade de hospedeiro


– Quanto à alternância de gerações
– Quanto ao ciclo biológico
– Quanto ao ciclo evolutivo
– Quanto a sua localização no hospedeiro
– Quanto a via/ forma de transmissão
– Quanto às regras taxonómicas

Quanto à necessidade de hospedeiro

Quanto à necessidade de um hospedeiro para passar toda ou uma parte do seu ciclo evolutivo os parasitas
podem ser: Facultativo e obrigatório
a) Parasita Facultativo: organismo que pode viver parasitando, ou não, um hospedeiro. No caso em
que não se encontra parasitando um hospedeiro, é chamado vida livre.
EXEMPLO Larvas de moscas Sarcophagidae, que podem desenvolver-se em feridas necrosadas ou em
matéria orgânica em decomposição (esterco).

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b) Parasito Obrigatório. Organismo quedeve obrigatoriamente passar pelo menos parte da sua vida no
hospedeiro para completar o seu ciclo. Podem ter um período de vida livre fora do hospedeiro, no
meio ambiente dentro duma capa protectora, o ovo ou cisto.
EXEMPLO

Toxoplasma gondii, Plasmodium sp, Schistosoma mansoni, etc.

Quanto à alternância de gerações

Os parasitas podem ao longo da sua fase de desenvolvimento alternar ou não sua forma de reprodução de um
hospedeiro para o outro. Assim, chama-se parasita Heterogenético, aquele que apresenta alternância de
gerações.

EXEMPLO

Plasmodium, com ciclo assexuado no mamífero e sexuado no mosquito

Designa-se por parasita Monogenético, aquele não apresenta alternância de gerações; isto é, possui um só
tipo de reprodução: sexuada ou assexuada.

EXEMPLO

Ascaris lumbricoides, Ancylostomatidae, Entamoeba histolytica

Quanto ao ciclo biológico

DEFINIÇÃO Ciclo biológico: é o conjunto de transformações pelas quais podem passar os


indivíduos de uma espécie para assegurar a sua continuidade. (também denominado
ciclo evolutivo, ciclo de vida). (Neves, 2009, P.9)

Quanto ao ciclo evolutivo

Quanto ao ciclo evolutivo os parasitas podem ser: Parasita Heteroxênico e Parasita Monoxênico
a) Parasita Heteroxênico: o que possui hospedeiro definitivo e intermediário,isto é necessitam de pelo
menos 2 hospedeiros para completar seu ciclo evolutivo.

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EXEMPLO
Trypanosoma cruzi, S.mansoni

b) Parasita Monoxênico: é o que possui apenas o hospedeiro definitivo, isto é, completa seu ciclo
evolutivo apenas num hospedeiro.
EXEMPLO
Enterobius vermicularis, A.lumbricoides

Quanto a sua localização no hospedeiro

Quanto a localização podem ser: Ectoparasitas e Endoparasitas

a) Ectoparasitas: são os que se localizam na superfície externa dos hospedeiros.


EXEMPLO

O piolho, a pulga, etc.

b) Endoparasitas: são os que se localizam nas partes internas dos hospedeiros.


EXEMPLO
As tênias (solitárias), Ascaris, e Schistosoma, etc.

Quanto a via/ forma de transmissão

Em relação as formas de transmissão dos parasitas, podemos destacar as seguintes: Parasitas transmitidos
entre pessoas, Parasitas transmitidos pela água, alimentos, mãos sujas ou poeira, Parasitas
transmitidos por solos contaminados por larva e Parasitas transmitidos por vectores ou hospedeiros
intermediários.
a) Parasitas transmitidos entre pessoas devido ao contato pessoal ou objetos de uso pessoal (fômites).
Sarcoptis scabiei,Tricomonas.vaginalis, etc.
b) Parasitas transmitidos pela água, alimentos, mãos sujas ou poeira: Entamoeba.
histolytica, G. lamblia, T.gondii, Hymenolepis nana, cisticercose (ovos de T. solium), A.
lumbricoides, Trichuris.trichiura, E. vermicularis.

c) Parasitas transmitidos por solos contaminados por larva (geo-helmintoses): A. duodenale,


Necator. americanus, Strongyloides stercoralis.

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d) Parasitas transmitidos por vectores ou hospedeiros intermediários:Leishmania sp., Tripanossoma
sp, Plasmodium sp.,, Taenia. solium, Taenia saginata, Oncocerca. volvulus,

Quanto às regras taxonómicas


Nas regras taxonómicas encontramos: os protozoários e os Helmintos.
Protozoários
Filo Género Espécie
Sarcomastigoph Giardia G.lamblia
ora
Trichomonas T. vaginalis
Trypanossoma T.cruzi
T. brucei

Leishmania L. braziliensis
L. chagasi

Entamoeba E. histollytica
E. coli
Amebas de vida livre
Ciliophora Balantidium B. coli
Apicomplexa Cryptosporidium C.parvum
Isospora, Cyclospora C. belli
C. cayetanensis

Toxoplasma T. gondii
Plasmodium P.falciparum
P.malariae
P.ovale
P.vivax

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Helmintos

Filo Género Espécie


Ascaris A.lumbricoides
Toxocara T. canis e T. cati
Trichuris T.trichuria
Wuchereria W bancrofti
Nemathelmintes Onchocerca O. volvulus

HOSPEDEIRO, VECTOR E AGENTE ETIOLÓGICO: CONCEITOS BÁSICOS 2.1.Hospedeiro


DEFINIÇÃOHospedeiro é um organismo que alberga ou aloja o parasita.Exemplo: o hospedeiro do
Ascaris lumbricoides é o ser humano (Neves, 2009, P.4;
Noormahomed, 2014, P.17)

O Hospedeiro pode ser classificado em: Hospedeiro Definitivo, Hospedeiro Intermediárioe

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Hospedeiro Paratênico ou de Transporte
a) Hospedeiro Definitivo: é o que apresenta o parasito emfase de maturidade ou em fase de actividade
sexual, ou melhor é aquele no qual o parasita atinge a maturidade sexual e nele reproduz-se, quer seja
no ciclo directo ou indirecto
b) Hospedeiro Intermediário: é aquele que apresenta o parasitoem fase larvária ou assexuada, ou
melhor é aquele onde o estádio larvar, juvenil ou assexuado desenvolve-se, mas não atinge a
maturidade
c) Hospedeiro Paratênico ou de Transporte: é o hospedeiro intermediário no qual o parasito não sofre
desenvolvimento,mas permanece na forma inactiva até que o hospedeiro definitivo o ingira.
Exemplo: Hymenolepis nana em coleópteros

2.2. Vector
DEFINIÇÃO Considera-se Vector qualquer meio de transmissão do parasito entre dois hospedeiros
(Neves, 2009, P.5 )

Na classificação do Vector, podemos encontrar: Vectores Biológicos e Vectores Mecânicos.


a) Vectores Biológicos: quando o parasita se multiplica ou se desenvolve no vector.
b) Vectores Mecânicos: são organismos que transportam o parasita até ao hospedeiro, onde o parasita
não sofre nenhum processo evolutivo, nem de multiplicação, isto é, quando o parasita não se
multiplica nem se desenvolve no vector, este simplesmente serve de transporte.

Agente Etiológico
DEFINIÇÃO Agente Etiológico: é o agente causador ou responsável pela origem da doença.
Pode ser um vírus, bactéria, fungo, protozoário, helminto (Neves, 2009, P.3)

O ecossistema, local ou órgão onde determinada espécie ou população vive denomina-se Habitat.

EXEMPLO
Ascaris lumbricoides tem como habitat o intestino delgado humano.

•Exposição – termo genérico para descrever factores (variáveis ou medidas) que uma pessoa ou grupo
de indivíduos tenha tido contato e que podem ser relevantes para sua saúde (qualitativamente e/ou
quantitativamente).
• Presença de uma infecção – estamos em presença de uma Infecção, quando há penetração e
desenvolvimento, e/ou multiplicação, de um agente infeccioso dentro do organismo de humanos ou
animais.
• Infestação – é o alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo ou
vestuário. Ela pode ser: acção infecciosa directa e acção infecciosa indirecta.
• Acção Infecciosa Directa – o vector (parasita) introduz o agente infeccioso no hospedeiro.
EXEMPLO
Anopheles sp (Na transmissão da malária)

• Acção Infecciosa Indirecta – o parasita prepara a porta de entrada para outros agentes infecciosos
através de traumatismos.

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Períodos parasitológicos de uma Infecção
As etapas clínicas e parasitológicas iniciam com inoculação do parasita e culminam com a morte ou cura do
hospedeiro. Portanto, nos períodos parasitológicos de uma infecção encontramos os seguintes: (1) Períodos
Parasitológicos, (2) Período Prepatente, (3)Período Patente, (4) Período Subpatente, (5) Períodos
Clínicos, (6) Período de Incubação, (7) Período de Sintomas, (8) Período de Convalescença, (9) Período
Latente e (10) Período de recaída.
a) Períodos Parasitológicos: estes períodos referem-se aos parasitas em relação ao hospedeiro.
b) Período Prepatente: este períodovai desde a penetração do parasita no hospedeiro até demonstração
de suas formas por métodos laboratoriais específicos.
c) Período Patente: considerada a etapa em que as formas dos parasitas são facilmente reveladas
laboratorialmente.
d) Período Subpatente: segue-se ao período patente com duração indefinida em que não se pode
evidenciar a presença do parasita pelos métodos correntes.
e) Períodos Clínicos: são descritivas das reacções do hospedeiro sob a acção dos parasitas.
f) Período de Incubação: operíodo de incubação vai desde a penetração do parasita até ao
aparecimento dos primeiros sintomas da doença.
g) Período de Sintomas: este período começa após o aparecimento dos primeiros sintomas e termina
quando eles cessam.
h) Período de Convalescença: este inicia-se logo após ser atingida a fase de maior sintomatologia,
findando com a cura do hospedeiro.
i) Período Latente: em alguns casos, os sintomas desaparecem sem ter havido a destruição total dos
parasitas, seguida de um aumento do número dos parasitas e retorno dos sintomas - Período de
recaída.

Patogenia ou Patogênese: é o mecanismo com que um agente infeccioso provoca


lesões no hospedeiro (Neves, 2009)
Patogenicidade: é a habilidade de um agente infeccioso provocar lesões ao seu
DEFINIÇÃO hospedeiro (Neves, 2009)
Virulência: é a severidade e rapidez com que um agente infeccioso provoca lesões no
hospedeiro (Neves, 2009)
Reservatório: é qualquer matéria orgânica viva ou morta onde vive e se multiplica um
agente infecioso, e sendo possível a transmissãopara outros hospedeiros sendo este
pouco patogênico para o reservatório (Neves, 2009)

INTER-RELAÇÃO PARASITA – HOSPEDEIRO

Uma das caracteríticas dos seres vivos é a interdependência, nenhum ser vivo é capaz de realizar todas
funçoes vitais sem necessitar do outro. Contudo, é importante lembrar que a parte da ciência que estuda esta
interdependência é a ecologia.
Esta procura contínua pela sobrevivência, nem sempre traz harmonia nas relações de interdependência, pois
nem todos saem beneficiados. Por esta razão, as associações entre os seres vivos podem ser enquadrados em
2 grandes grupos: Harmônicas e Desarmônicas.
São consideradas associações/ relações harmônicas ou positivas as que oferecem benefício mútuo a ambos
associados.
Enquadram-se neste grupo de relações as seguintes associações: Simbiose e Comensalismo.
– Simbiose: é a associação entre seres vivos, na qual há uma troca de vantagens a nível tal que esses
seres são incapazes de viver isoladamente.
– Nesse tipo de associação, as espéciesrealizam funções complementares, indispensáveis a vida de cada
uma. De modo geral, são conhecidos como simbiontes, os indivíduos que vivem em simbiose.
– Comensalismo: é a associação harmônica entre duas espécies, na qual uma obtém vantagens (o
hóspede) sem prejuízos para o outro (o hospedeiro).

28
Associações/relações desarmônicas ou negativas
– São associações/relações desarmônicas ou negativas as que algum dos associados tem prejuízos
decorrente desta associação.
Enquadram-se neste grupo de relações as seguintes associações: Competição, Canibalismo, Predatismo e
Parasitismo.
– Competição: quando seres da mesma espécie ou não disputam por um benefício
– Canibalismo: quando um ser alimenta-se de outro da mesma espécie
– Predatismo: quando uma espécie alimenta-se de outra espécie
– Parasitismo: é a associação entre seres vivos, na qual existe unilateralidadede beneficios, ou seja, o
hospedeiro é espoliado pelo parasita, fornece alimento e abrigo.

Factores associados às parasitoses

A ocorrência de parasitoses é muito frequente no mundo.exemplo: cerca de 20% da população humana do


mundo está parasitada por ancilostomídeos, o que equivale a mais de 1 bilhão de pessoas, sendo o grupo mais
vulnerável destas infecções as crianças.
Estas infecções causam danos muito grandes aos pacientes desdeDesnutrição, anemia, diminuição no
crescimento, retardo cognitivo, irritabilidade, aumento de suscetibilidade a outras infecções e complicações
agudas e até a morte.veja que as parasitoses quando acontecem em comunidades menos informadas podem
desencadear um processo depressivo principalmente em crianças. Ex.: Crianças com ascardíase com
proeminência do abdómen pode sofrer “bulling” no seio de outras crianças, devido ao seu abdómen ou sua
necessidade de alimentar-se levando esta a evitar ambientes com outras crianças.
A prevalência de infecções por parasitas intestinais é um dos melhores indicadores do status socioeconômico
de uma população.
A ocorrência de parasitoses de forma geral, tem uma estreita relação com os seguintes factores:
– Condições Socio-económicas
– Instalações sanitárias inadequadas,
– Poluição fecal da água e de alimentos consumidos,
– Factores socioculturais,
– Contacto com animais,
– Deficiente educação sanitária
– Hábitos
– Idade do hospedeiro
– Tipo de parasita infectante

CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PARASITAS


Nesta secção descreveremos as características gerais dos grandes grupos taxonómicos sem entrar em detalhe
nos próprios parasitas porque isso é estudado com detalhes nas unidades subsequentes. Assim, serão
abordados neste manual os protozoários e os helmintos que constituem a maioria.
Protozoários
• Organismos eucarióticos, unicelulares e na sua maioria heterotróficos.
• São organismos microscópicos que de variam de 1 a 150μm
• Mais de 50.000 espécies descritas.
• Maior parte destes organismos são de vida livre, habitando no solo e na água.
• Cerca de 10.000espécies são parasitas obrigatórios.

Classificação

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Os protozoários classificam-se segundo: a)A
Taxonomia
b) O Phylum, Ordem, Classe, Género, etc.

c) Órgãos de locomoção:
– Pseudópodes: projecções temporárias do citoplasma (Entamoeba sp)

– Cílios: estructuras alongadas na envoltura da célula (Balantidium sp)

– Flagelo: extensão filamentosa do citoplasma (Giardia sp)

Nota: Existem ainda os desprovidos de órgãos de locamoção, tratando-se geralmente de parasitas


intracelulares tal como é o caso do Plasmodium sp.
d) Patogenicidade: Patógenos e comensais
e) Habitat no hospedeiro: Intestinais, sanguíneos, teciduais, etc

Morfologia
Quanto a morfologia, os protozoários apresentam grandes variações, podendo ser esféricos, ovais ou mesmos
alongados. Algumas espécies possuem também fases distintas durantes seu desenvolvimento,
compreendendo:
a) Trofozoíto: é a forma activa do protozoário.
b) Cisto e oocisto: são formas de resistência, conferindo resistência ás adversidades do meio
ambiente.A forma é sempre definida, podendo ser esférica, oval, elipsoide. Constituem a forma
infectante em maior parte dos protozoários.Estas formas podem apresentar 1,2,4 até 8 núcleos. Nos
esporozoários, os oocistos maduros podem conter esporocistos com esporozoítos no seu interior
oEnquistamento: Formação do envoltório protector no trofozoíto em condições desfavoráveis.
Desenquistamento: Ruptura do cisto que liberta o trofozoíto em condições favoráveis.
c) Gametócito/gâmetas: é a forma sexuada.

d) estas formas ocorrem nos parasitas intracelulares.

e) Esquizontes: Célula que em processo de divisão múltipla que dá


origem aos merozoitos

Endoplasma

• Parte interior que contém os organelos: núcleo, vacúolos alimentícios e excretores, mitocôndrias e
grânulos (glicogénio, proteínas, lípidos, bactérias e pigmentos).
• Funções: nutrição, excreção e reprodução.
– Núcleo

 Rodeado por uma membrana nuclear


 Contém nucléolo e grânulos de cromatina
 O número pode variar de 1 a vários
 Corpos cromatoides.
Respiração

Pode-se encontrar 2 tipos principais de respiração:

– Aeróbicos: são os protozoários que vivem em meio rico em oxigênio;

30
– Anaeróbicos: quando vivem em ambientes pobres em oxigênio, como os parasitas do trato digestivo.
Nutrição

• Holofíticos ou autotróficos: são os que, a partir de grãos ou pigmentos citoplasmáticos


(cromatóforos), conseguem sintetizar energia a partir da luz solar (fotossíntese)
• Holozóicos ou heterotróficos: ingerem partículas orgânicas de origem animal, digeremnas e,
posteriormente, expulsam os metabólitos. Essa ingestão se dá por fagocitose (ingestão de partículas
sólidas) ou pinocitose (ingestão de partículas pequenas)
• Saprozóicos: "absorvem" substâncias orgânicas de origem vegetal, já decompostas e dissolvidas em
meio líquido.
• Mixotróficos: quando são capazes de se alimentar por mais de um dos métodos acima descritos.
Reprodução
Os protozoários reproduzem-se sexual ou assexuadamente:
– Sexuada (singamia e conjugação).
– Assexuada (divisão binária ou cissiparidade, endogenia e esquizogonia)
Reprodução assexuada
– Divisão binária: A partir de uma célula mãe, por divisão simples obtêm-se duas novas células filhas.
Pode ser transversal (Balantidium) ou longitudinal (flagelados).
– Esquizogonia (divisão múltipla): Uma célula sofre várias divisões resultando em várias células
filhas.

EXEMPLO

Plasmodium sp

– Endodiogenia (endogenia): Duas células formam-se no interior da célula mãe, a qual se rompe
libertando as novas células.
EXEMPLO
Toxoplasma gondii.

4.2. Helmintos
Os dois filos com mais parasitas de interresse médico são os Planthelmintas e Nemathelmintas.

a)Caracteristicas gerais dos Platelmintos


– Na maioria achatados dorsoventralmente.
– Forma de fita (Céstodos).
– Forma de folha (tremátodes).
– São hermafroditas (Excepto Schistosoma sp).
– Cavidade corporal ausente.
– Possuem ganchos ou ventosas.

b)Características Gerais dos Nematelmintos


– Corpo cilíndrico
– Possuem dimorfismo sexual (As fêmeas são geralmente maiores que os machos)
– Possuem cavidade corporal
– Não possuem ganchos nem ventosas.

31
ATENÇÃO Geralmente, as características dos helmintos são:Simetria bilateral, são achatados
dorsoventralmente, forma de fita, fêmea maior que o macho não possuem órgãos para
circulação, além de algumas concidirem com as mencionadas nos protozoários

5.PATOLOGIA GERAL DOS PARASITAS

O mecanismo pelo qual os parasitas lesam o hospedeiro depende da espécie, do habitat no hospedeiro, dos
danos causados ou não no local da infestação ou da migração por via hematogénica para outros orgãos. De
forma geral, as acções que os parasitas exercem sobre os hospedeiros são: Acção Espoliativa, Acção Tóxica,
Acção Mecânica, Acção Traumática, Acção Irritativa, Acção Enzimática e Anóxia.
a) Acção Espoliativa: desenvolvida quando o parasita absorve nutrientes ou mesmo sangue do
hospedeiro.
EXEMPLO: Ancylostomatidae, que ingerem sangue da mucosa intestinal para obterem ferro e O 2.

b) Acção Tóxica: ocorre quando espécies produzem enzimas ou metabólitos que podem lesar o
hospedeiro.
EXEMPLO
As reações alérgicas provocadas pelos metabólitos do A. Lumbricoides.

c) Acção Mecânica: desenvolve-se quando parasitas impedem o fluxo de alimento, ou absorção


alimentar.
EXEMPLO
A.lumbricoides dentro de uma alça intestinal, obstruindo-a;

d) Acção Traumática: é provocada, principalmente, por larvárias ou vermes adultos ao deslocarem-se


pelos tecidos do hospedeiro.
EXEMPLO Migração cutânea e pulmonar pelas larvas de Ancylostomatidae

e) Acção Irritativa: deve-se a presença constante do parasito que, sem produzir lesões traumáticas,
irrita o local parasitado.
f) Acção Enzimática: ocorre na penetração do parasita pela pele ou perfurando o epitélio intestinal do
hospedeiro lesando-o na necessidade de obter alimentos assimiláveis.

32
EXEMPLO
Penetração de S. mansoni através da pele

g) Anóxia: qualquer parasita que consuma O2 da hemoglobina,ou produza anemia, é capaz de provocar
uma anóxia generalizada. E o que acontece com os Plasmodium.

6.NORMAS UNIVERSAIS DE BIOSSEGURANÇA NO LABORATÓRIO DE PARASITOLOGIA


DEFINIÇÃO Biossegurança: conjunto de medidas objectivando proporcionar segurança,
minimização e controle de riscos nas actividades laboratoriais. Estas normas quando
cumpridas beneficiam o operador (técnico), sua equipa bem como o ambiente de
trabalho (MISAU, 2011).

Biossegurança :
No laboratório de parasitologia, é muito importante o uso dos seguintes equipamentos: luvas, batas,
máscaras, aventais, sapatos fechados
– As luvassão usadas como barreira de proteção prevenindo contra contaminação das mãos ao
manipular material contaminado, reduzindo a probabilidade de microrganismos presentes nas mãos
serem transmitidos durante procedimentos. Lavar instrumentos, roupas, superfícies de trabalho
SEMPRE usando luvas. NÃO usar luvas fora da área de trabalho, NÃO abrir portas, NÃO atender
telefone. NUNCA reutilizar as luvas, DESCARTÁ-LAS de forma segura.
– As batas são usadas para fornecer uma barreira de proteção e reduzir a oportunidade de transmissão
de microrganismos. Previnem a contaminação das roupas do pessoal, protegendo a pele da exposição
a sangue e fluidos corporais, salpicos e derramamentos de material infectado. São de uso constante
nos laboratórios. Devem sempre ser de mangas longas, confeccionados em algodão ou fibra sintética
(não inflamável). Uso de batas é PERMITIDO somente nas ÁREAS DE TRABALHO. NUNCA EM
REFEITÓRIOS, ESCRITÓRIOS, BIBLIOTECAS, machimbombos, ETC. As batas NUNCA devem
ser colocadas no armário onde são guardados objetos pessoais. Devem ser descontaminados antes de
serem lavados.

Evitar tocar o rosto com as mãos, e não colocar objetos de uso pessoal, como óculos ou
livros, sobre a bancada de trabalho; deve-se tomar cuidado para deixar toda a área de
trabalho limpa e desimpedida. A bancada de trabalho deve ser limpa com desinfetante.
ATENÇÃO
Após o exame do material colocar a amostra em solução desinfetante e posteriormente
recipiente de descarte. Lâminas utilizadas em exames microscópicos descartar em
recipiente com solução de hipoclorito.
(Ver o módulo pré pós analítico para mais informacoes).

33
Define-se parasitologia como parte da biologia/microbiologia que estuda os
parasitas, entendendo-se como parasita qualquer espécie que vive na base da outra
quer seja na busca de abrigo, nutrientes ou proteção no hospedeiro
A parasitologia não é uma ciência isolada de outras ciências. Para compreender o
RESUMO funcionamento do organismo do parasita recorre-se a biologia e fisiologia; para
compreender sua distribuição, condições climáticas favoráveis, factores de risco e de
transmissão recorre-se a Geografia, Epidemiologia; para compreender o tratamento,
controle mediante fármacos recorre-se a farmacologia.
Na classificação dos parasitas podemos encontrar quanto á necessidade de
hospedeiro: parasita facultativo e parasito obrigatório, quanto a alternância de
geracões: parasita heterogenético e parasita monogenético, quanto ao cilclo
evolutivo: parasita heteroxênico e parasita monoxênico,

34
quanto a sua localização no hospedeiro: ectoparasitas e endoparasitas e quanto às
regras taxonómicas: protozoários e helmintos
– O Hospedeiro é por definiçãoo organismo que alberga ou aloja o
parasita.Exemplo: o hospedeiro do Ascaris lumbricoides é o ser humano.
Podem ser: Hospedeiro Definitivo, Hospedeiro
Intermediário, Hospedeiro Paratênico ou de Transporte.

– Vector é qualquer meio de transmissão do parasito entre dois hospedeiros.


Podem ser: Vector Biológico, Vector Mecânico
Exposição: termo genérico para descrever factores (variáveis ou medidas) que uma
pessoa ou grupo de indivíduos tenha tido contacto e que podem ser relevantes para
sua saúde (qualitativamente e/ou quantitativamente).
Estamos em presença de uma Infecção, quando há penetração e desenvolvimento,
e/ou multiplicação, de um agente infeccioso dentro do organismo de humanos ou
animais.
Infestação: é o alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na
superfície do corpo ou vestuário.
Nas relações entre os seres vivos são consideradas associações/ relações
harmônicas ou positivas as que oferecem benefício mútuo a ambos associados:
Simbiose, Comensalismo
São associações/relações desarmônicas ou negativasas que algum dos associados
tem prejuízos decorrente desta associação: Competição, Canibalismo, Predatismo,
Parasitismo
A ocorrência de parasitoses de forma geral, tem uma estreita relação com os
seguintes factores:
– Condições Socio-económicas.
– Instalações sanitárias inadequadas.
– Poluição fecal da água e de alimentos consumidos.
– Factores socioculturais.
– Contacto com animais.

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– Deficiente educação sanitária.
– Hábitos.
– Idade do hospedeiro.
– Tipo de parasita infectante.

De forma geral as acções que os parasitas exercem sobre os hospedeiros são: Acção
Espoliativa, Acção Tóxica, Acção Mecânica, Acção Traumática, Acção
Irritativa, Acção Enzimática, Anóxia.

ACTIVIDADES DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA UD1


Actividades de ensino-aprendizagem
Identificacao de factores favoraveis a eclosao de parasitoses na IDF

ACTIVIDADE nº 01
Duração 4h
Objectivos:
Identificar condições ou factores que propiciam eclosão de parasitoses em diferentes locais da IDF

Conteúdos de referência:

– Parasitas
– Meios de transmissão de infecções parasitárias
– Factores associados as parasitoses
Desenvolvimento da actividade por parte do aluno
Os estudantes serão divididos em grupos e terão 50 minutos para deslocarem-se ao- Refeitório,Pátio,casas de banho,
Dormitório, Lavandaria e Escritórios a fim de identificarem os factores associados ás parasitoses.
Após 50 minutos, eles deverao regressar a turma para: – Discutir em grupo os prováveis
factores identificados – Elaborar uma apresentação para plenária.
– Apresentar suas constatações no seio da turma
Papel do docente no desenvolvimento da actividade
– Orienta a formação dos grupos de trabalho

– Acompanha os estudantes para os sítios que podem ter restrição/dificuldade de acesso a fim de facilitá-los.
– Faz a monitoria dos grupos nos seus locais para apurar o nível de empenho dos grupos.
– Orienta as apresentações dos grupos depois do trabalho em grupos
Espaço/Meios didácticos e tecnológicos

– Bloco de notas
– Esferográfica
– Computador/papel gigante/transparentes/Quadro preto/Quadro branco.
– Sala de aula,Refeitório, Pátio da idf,casas de banho,Dormitório,Lavandaria,Escritórios

36
Critérios de avaliação
– O docente vai decidir qual será o critério a seguir

CASO PRÁTICO/PROJECTO DA UD1


Caso prático/Projeto
Título: Identificação dos focos e do tipo de parasitoses no bairro

Descrição
Planeamento da situação
O foco das parasitoses em qualquer canto do mundo, parte da forma de vida de cada um, como cada um cuida de si, do seu
meio (Como trata o seu lixo, como é sua higine,etc) de tal maneira que se cada um fizer sua parte o risco de doenças
parasitárias fica reduzido em sua casa, depois no seu bairro, na sua localidade, no seu distrito, na sua província e em todo
país. Neste trabalho o estudante irá desenvolver um projecto que ajudá-lo-á a conhecer e entender as doenças parasitárias,
descobrir os focos de doenças parasitárias na sua comunidade e implementar medidas de prevenção. Assim, até ao fim do
módulo o estudante estará apto para ajudar sua comunidade a melhorar sua condição de saúde.

Actividades a desenvolver pelos alunos


Desenvolver o mapeamento das doenças parasitárias do seu bairro/ comunidade.Este

37
projecto será desenvolvido por fases e será entregue até ao fim do módulo Cada aluno tem a missão de:
1ª fase
1. Identificar os focos de doenças parasitárias no seu bairro/ comunidade (Nesta fase não importa conhecer os
detalhes da doença, aponta tudo que acha que pode ser foco de uma doença parasitária).
2a fase
2. Há medida em que as aulas vão decorrendo, vai colhendo detalhes do foco identificado na fase anterior.Qual é a
doença ou as doenças que podem surgir de cada foco, o (s) agente etiológico (s) forma (s) de transmissão,Ciclo
evolutivo, Patogenia,manifestações da doença,prevenção.
3ª fase
3. Apresentação e defesa do projecto nas últimas aulas do módulo
4ª fase
4. Efectuar as correcções propostas pelo corpo de acessoria, entregar o projecto ao docente e fazer uma cópia para
entregá-la ao líder comunitário. A cópia entregue ao líder deve ser usada pela comunidade para informar-se
sobre as doenças e também o estudante deverá ser convidado nas reuniões comunitárias para apresentar seu
trabalho quando for possível, propondo medidas para cada foco de doenças e integrando-se na solução dos
problemas da saúde da comunidade.

Actividades a desenvolver pelo professor


– O docente deve explicar claramente o desenvolvimento do projecto.
– Explicar as tarefas dos estudantes.
– Marcar prazo para cada fase o projecto.
– Supervisionar os projectos colocando um visto em cada fase que o estudante concluir.
– Estar disponível para apoiar os estudantes quando necessário.
– Definir critério de avaliação do projecto.
– Criar uma plataforma de apresentação e debate dos projectos no fim do módulo
– Formas de avaliação, pontuação
Recursos necessários
(Deve incorporar todos os recursos que acharmos necessários para definir e enriquecer o
caso: links, imagens, documentos, etc.).
– Blocos de notas
– Esferográficas
– Computador Portátil
– Material bibliográfico
– Aulas

UNIDADE DIDÁCTICA 4
INTRODUÇÃO À MICOLOGIA: PROCESSOS DE MICOSES EM
HUMANOS

Fungos
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Os fungos - são organismos eucarióticos, heterotrófi cos e, geralmente, multicelulares. São encontrados na
superfície de alimentos, formando colônias algodonosas e coloridas. A ciencia que estuda os fungos chama se
Micologia.

Os mais conhecidos são os bolores, os cogumelos, as orelhas-de-pau e as leveduras (fermentos). Os fungos, em


sua maioria, são constituídos por filamentos microscópicos e ramifi cados, as hifas. O conjunto de hifas de
um fungo constitui o micélio. Os fungos têm nutrição heterotrófi ca porque necessitam de matéria orgânica,
provenientes dos alimentos, para obtenção de seus nutrientes.

A maioria vive no solo, alimentando-se de cadáveres de animais, de plantas e de outros seres vivos. Esse modo
de vida dos fungos causa o apodrecimento de diversos materiais e por isso são chamados de saprofágicos.
Certas espécies de fungos são parasitas e outras vivem em associações harmoniosas com outros organismos,
trocando benefícios.

Fungos

A Sacharomyces Cerevisiae é usada como fermento biológico na fabricação do pão, cerveja, vinho e da champanha.

Características dos fungos em relação às bactérias


Os fungos são geralmente adaptados a ambientes que poderiam ser hostis às bactérias. São encontrados na
superfície de alimentos formando colônias algodonosas e coloridas. Todavia, diferem das bactérias em
determinadas necessidades ambientais e nas características estruturais e nutricionais apresentadas a seguir:
• Apresentam a parede celular com presença de substâncias quitinosas e células com organelas membranosas
(mitocôndrias, complexo de golgi, vacúolo).

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• Não possuem células móveis em todos os estágios do ciclo de vida.
• Reserva de energia na forma de glicogênio.
• Os fungos normalmente crescem melhores em ambientes em que o pH é muito ácido, o qual são desfavoráveis para o
crescimento da maioria das bactérias comuns.
• Quase todos possuem forma aeróbica. Algumas leveduras são anaeróbicas facultativas.
• A maioria dos fungos é mais resistente à pressão osmótica que as bactérias; muitos, consequentemente, podem crescer
em altas concentrações de açúcar ou sal.
• Podem crescer sobre substâncias com baixo grau de umidade, geralmente tão baixo que impede o crescimento de
bactérias.
• Necessitam de menos nitrogênio para um crescimento equivalente ao das bactérias.
• São capazes de metabolizar a carboidratos complexos, tais como lignina (madeira), que as bactérias não podem utilizar
como nutriente.

Modo de vida dos fungos de acordo com o tipo de alimentação


Os fungos apresentam grande variedade em relação aos modos de vida, mas sempre obtêm alimento por
absorção de nutrientes do meio.

• Decompositores
Os fungos decompositores obtêm seus alimentos pela decomposição de matéria orgânica. Eles podem atuar
como saprófagos, degradando a matéria orgânica presente no corpo de organismos mortos.

• Parasitas
– são parasitas os fungos que se alimentam de substâncias retiradas do corpo de organismos vivos, nos quais se
instalam, prejudicando-os.
Esses fungos provocam doenças em plantas e em animais, inclusive no ser humano.
Doencas causadas por fungos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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Misau. (2011), Introdução ao laboratório, 1ª Edição
NEVES, David Perreira. (2009) Parasitologia Humana, 11ª Edição, Editora: Atheneu- Brasil,
NIQUICE, Aníbal J. (1997) Parasitologia Intestinal Clínica, Editor:Instituto de Ciências de saúde de
Maputo.
Noormahomed Emília Virginia R.I, (2014) Manual de parasitologia humana, 1ª Edição, Editora:Imprensa
universitária, Maputo- Moçambique
PESSÔA, Samuel B & Martins Amilcar V. (1982) Parasitologia Médica, 11ª edição, Editora:
GUANABARA KOOGAN.
ROBERT W.Bauman, (2009) Microbiology 2ª Edição.
MISAU. (2009). Regulamento de Organização e Funções das Instituições de Formação. MISAU. Maputo.
MISAU. (2006). Regulamento de Ingresso e Avaliação das Instituições de Formação do MISAU. MISAU. Maputo.
MISAU. (2010). Cursos com Programa de Formação Modular com Base em Competências do RGIA. MISAU. Maputo.
MISAU. (s/d). Regulamento Interno das Instituições de Formação do MISAU. MISAU. Maputo.
MISAU. (2008). Manual sobre Género e Saúde. MISAU. Maputo

40
MISAU. (2009). Manual de Educação para a Saúde. MISAU. Maputo.
EGFAE. (s/d). Legislação Sobre os Funcionários e Agentes do Estado. s/e. s/l.
MISAU. (2010). Curso de Enfermagem de Saúde Materno Infantil – Nível Médio. Currículo de Formação (Estruturado
Modular baseado em competências). MISAU. Maputo.
Lei de Trabalho (2007). Lei 23/2007 - Lei de Trabalho.
Constituição da República de Moçambique .

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