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EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Profa. Dra. Luciene


Siccherino
Disortografia

Definimos como disortografia, os erros na


transformação do som no símbolo gráfico que
lhe corresponde.
Nem sempre a disortografia faz parte da
dislexia e pode surgir nos transtornos ligados à
má alfabetização, na dificuldade de atenção
sustentada aos sons, na memória auditiva de
curto prazo (Déficit de Atenção) e também nas
dificuldades visuais que podem interferir na
escrita.
Disortografia

A Disortografia caracteriza-se por troca de fonemas na


escrita, junção (aglutinação) ou separação indevidas das
palavras, confusão de sílabas, omissões de letras e
inversões. Além disso, dificuldades em perceber as
sinalizações gráficas como parágrafos, acentuação e
pontuação. Devido à essas dificuldades o indivíduo
prepara textos reduzidos e apresenta desinteresse para
a escrita. A Disortografia não compromete o traçado ou
a grafia. Um sujeito é disortográfico quando comete um
grande número de erros. Até o 2º ano é comum que as
crianças façam confusões ortográficas porque a relação
com sons e palavras impressas ainda não estão
dominadas por completo.
Para Torres & Fernández (2001), por outro lado, as causas da disortografia
estão relacionadas com aspetos perceptivos, intelectuais, linguísticos,
afetivo-emocionais e pedagógicos. As causas de tipo perceptivo estão
associadas a deficiências na percepção, na memória visual e auditiva e/ou
a nível espaço-temporal, o que traz consequências na correta orientação
das letras e na discriminação de grafemas com traços semelhantes, por
exemplo.

Quanto às causas de tipo intelectual, estão associadas a um déficit ou


imaturidade intelectual; um baixo nível de inteligência geral pode levar a
uma escrita incorreta porque a criança não domina as operações de caráter
lógico-intelectual necessárias ao conhecimento e distinção dos diversos
elementos sonoros.

Problemas de linguagem (pronúncia/articulação) e/ou deficiente


conhecimento e utilização do vocabulário (código restrito) são apontados
como causas de tipo linguístico. Relativamente às de tipo afetivo-
emocional, as autoras apontam, entre outras, baixos níveis de motivação e
atenção, que poderão fazer com que a criança cometa erros ortográficos
(mesmo que conheça a ortografia das palavras).
Por último, as causas de tipo pedagógico remetem para métodos de ensino
inadequados: por exemplo, quando o professor se limite à utilização
frequente do ditado, que não se ajusta às necessidades individuais dos alunos
e não respeita os seus ritmos de aprendizagem.

A sua escrita evidencia numerosos erros ortográficos de natureza muito


diversa (Torres & Fernández, 2001): Erros de caráter linguístico-perceptivo -
omissões, adições e inversões de letras, de sílabas ou de palavras; - troca de
símbolos linguísticos que se parecem sonoramente (“faca”/“vaca”).

Erros de caráter viso espacial - substitui letras que se diferenciam pela sua
posição no espaço (“b”/“d”); - confunde-se com fonemas que apresentam
dupla grafia (“ch”/“x”); - omite a letra “h”, por não ter correspondência
fonêmica. Erros de caráter viso analítico - não faz sínteses e/ou associações
entre fonemas e grafemas, trocando letras sem qualquer sentido.

Erros relativos ao conteúdo - não separa sequências gráficas pertencentes a


uma dada sucessão fônica, ou seja, une palavras (“ocarro” em vez de “o
carro”), junta sílabas pertencentes a duas palavras (“no diaseguinte”) ou
separa palavras incorretamente.
Erros referentes às regras de ortografia - não
coloca “m” antes de “b” ou “p”; - ignora as
regras de pontuação; - esquece-se de iniciar as
frases com letra maiúscula; - desconhece a
forma correta de separação das palavras na
mudança de linha, a sua divisão silábica, a
utilização do hífen.
Torres & Fernández (2001) salientam duas áreas importantes na
reeducação da disortografia: a intervenção sobre os fatores associados ao
fracasso ortográfico e a correção dos erros ortográficos específicos. No
que diz respeito à primeira, são importantes os aspetos relacionados com
a percepção, discriminação e memória auditiva (exercícios de
discriminação de ruídos, reconhecimento e memorização de ritmos, tons
e melodias) ou visual (exercícios de reconhecimento de formas gráficas,
identificação de erros, percepção figura-fundo); as características de
organização e estruturação espacial (exercícios de distinção de noções
espaciais básicas, como direita/esquerda, cima/baixo, frente/trás); a
percepção linguístico-auditiva (exercícios de conscientização do fonema
isolado, sílaba, soletração, formação de famílias de palavras, análise de
frases); e também exercícios que enriqueçam o léxico e vocabulário da
criança.
Quanto à intervenção específica sobre os erros ortográficos, atente-se
particularmente nos de ortografia natural (exercícios de substituição de
um fonema por outro, letras semelhantes, omissões/adições,
inversões/rotações, uniões/separações); de ortografia visual (exercícios
de fonemas com dupla grafia, diferenciação de sílabas, reforço da
aprendizagem); e de omissão/adição do “h” e das regras de ortografia
(letras maiúsculas/minúsculas, “m” antes de “b”/“p”, “r”/“rr”).
É importante, também, que se
diferenciem os erros de ortografia
das falhas na compreensão e,
consequentemente, da possibilidade
de elaboração de respostas. No
momento da avaliação, é importante
dar-lhe mais tempo para responder
às questões e/ou certificar-se de que
os enunciados/questões foram
compreendidos; privilegiar a
expressão oral também poderá ser
uma boa estratégia.
Disgrafia

Não se pode confundir ou comparar


a disgrafia com disortografia, pois a disgrafia
tem características próprias.
A criança com disgrafia apresenta uma escrita
ilegível decorrente de dificuldades no ato
motor de escrever, alterações na
coordenação motora fina, ritmo, e
velocidade do movimento, sugerindo
um transtorno práxico
motor (psicomotricidade fina e visual
alteradas). Função responsável pela realização de gestos
ordenados e funcionais.
A letra do aluno que apresenta a disgrafia é
considerada uma letra feia, sendo as letras/
palavras muito pequena ou muito grande,
como também, desenvolvem uma escrita
muito lenta, alongada ou comprida, com
espaçamento incorreto entre as letras e as
palavras, o que acaba unindo/ misturando ou
desligando letras e palavras tornando-as
ilegível para o entendimento e para a leitura.
É considerada como uma falha no processo do
desenvolvimento ou da aquisição da escrita. Está
relacionada a uma disfunção na inteiração entre dois
sistemas cerebrais, que permitem que a pessoa
transforme uma atividade mental em linguagem escrita.
Aproximadamente de 3% a 5% das crianças com
distúrbios de aprendizagem apresentam a disgrafia.
As principais causas da disgrafia são a sequência, que
implica na falha perceptual, acarretando dificuldades no
processamento sequencial da informação recebida e na
sua forma de organização, e o processamento.
Cabe ressaltar que, nos casos de disgrafia,
podem-se perceber, também, distúrbios
de motricidade ampla e especialmente
fina, bem como distúrbios de coordenação
viso motora, a deficiência da organização
espaço-temporal, os problemas de
lateralidade e direção.
A criança com disgrafia apresenta uma escrita desviante em
relação à norma/padrão, isto é, uma “caligrafia deficiente, com
letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal
proporcionadas” (A.P.P.D.A.E., 2011b); a chamada “letra feia”.
Cinel (2003), apresenta-nos cinco grupos de causas promotoras
da disgrafia: - Distúrbios na motricidade ampla e fina,
relacionados com a falta de coordenação entre o que a criança
se propõe fazer (intenção) e o que realiza (perturbações no
domínio do corpo); - Distúrbios na coordenação viso motora,
associada à dificuldade no acompanhamento (visual) do
movimento dos membros superiores e/ou inferiores; -
Deficiência na organização espaço-temporal (direita/esquerda,
frente/atrás/lado e antes/depois); - Problemas na lateralidade e
direção (dominância manual); - Erros pedagógicos,
relacionados com falhas no processo de ensino, estratégias
inadequadamente escolhidas pelos docentes ou mesmo
desconhecimento deste problema.
Letra excessivamente grande (macrografia) ou
pequena (micrografia); - forma das letras
irreconhecível (por vezes distorcem, inclinam ou
simplificam tanto as letras que a escrita é
praticamente indecifrável); - traçado exagerado e
grosso (que vinca o papel) ou demasiado suave e
imperceptível; - grafismo trêmulo ou com uma
marcada irregularidade, originando variações no
tamanhos dos grafemas; - escrita demasiado rápida
ou lenta; - espaçamento irregular das letras ou das
palavras, que podem aparecer desligadas,
sobrepostas ou ilegíveis ou, pelo contrário,
demasiado juntas; - erros e borrões que quase não
deixam possibilidade para a leitura da escrita
(embora as crianças sejam capazes de ler o que
escrevem); - desorganização geral na folha/texto;
A experiência diz-nos que, para ajudar um aluno com
disgrafia – assim como com qualquer outro distúrbio –, o
educador deve, primeiramente, estabelecer uma boa
relação com a criança e fazê-la perceber que a sua
presença é importante para a apoiar quando mais precisa.
É fundamental saber/sentir quando e qual a ajuda que
deve providenciar a cada momento, não deixando de
elogiar a criança pelo seu esforço, mesmo que os
resultados nem sempre estejam de acordo com o
expectável; no entanto, deve também ter a capacidade de
perceber quando o aluno revela desmotivação e
desinteresse e, se necessário, alterar a intervenção,
adequando procedimentos visando estimular a criança,
pois, na maior parte das ocasiões, a má prestação é
sobretudo nossa, consequência da utilização de
estratégias/métodos insuficientemente atrativos e
interessantes.
A reeducação do grafismo está relacionada com três fatores
fundamentais: desenvolvimento psicomotor,
desenvolvimento do grafismo em si e especificidade do
grafismo da criança. Para o desenvolvimento psicomotor,
deverão treinar os aspetos relacionados com a postura,
controle corporal, dissociação de movimentos,
representação mental do gesto necessário para o traço,
percepção espaço-temporal, lateralidade e coordenação viso
motora. Quanto aos aspectos relacionados com o grafismo,
o educador deve preocupar-se com o aperfeiçoamento das
habilidades relacionadas com a escrita, distinguindo
atividades pictográficas (pintura, desenho, modelagem).
Deverá, também, corrigir erros específicos do grafismo,
como a forma/tamanho/inclinação das letras, o aspeto do
texto, a inclinação da folha e a manutenção das
margens/linhas.
CINEL, N. C. B. (2003). Disgrafia – Prováveis causas
dos distúrbios e estratégias para a correção da escrita.
Porto Alegre: Revista do Professor, 19 (74), 19-25.
TORRES, R. & FERNÁNDEZ, P. (2001). Dislexia,
Disortografia e Disgrafia. Amadora: McGrawHill
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PESSOAS COM
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
ESPECÍFICAS (2011b). Disgrafia. Acedido a 27 de
Fevereiro de 2011 em
http://www.appdae.net/disgrafia.html.
CINEL, N. C. B. (2003). Disgrafia – Prováveis causas
dos distúrbios e estratégias para a correção da escrita.
Porto Alegre: Revista do Professor, 19 (74), 19-25.

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