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Astronomia Náutica I

Ano Letivo: 2019/2020

Professores:

João Frade

Emídio Torrão

Carlos Santos

Trabalho realizado por:

Afonso Correia nº 11946

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Índice

1. SISTEMAS DE REFERÊNCIA…………………………………………………………………………….3
1.1 Sistemas fundamentais de referência………………………………………………………….3
1.2 Os diferentes sistemas de coordenadas astronómicas……………………………….3
1.3 Transformação de Coordenadas……………………………………..............................6

2. MOVIMENTOS DA TERRA…………………………………………………………………………………9
2.1 Movimento de rotação……………………………………………………….…………………………9
2.2 Movimento de translação………………………………………………………………………..…9
2.3 A precessão e nutação da Terra………………………………………………………………9

3. PRINCIPIOS BÁSICOS DE MECANICA CELESTE……………………………………………….10


3.1 O problema dos dois corpos……………………………………………………………………….10
3.2 Leis de Kepler………………………………………………………………………………………….11
3.3 Equação do movimento – problema de dois corpos………………………………11

4. O SISTEMA SOLAR…………………………………………………………………………………………12
4.1 Constituição do Sistema Solar……………………………………………………………………12
4.2 Movimentos dos planetas e suas órbitas………………………………………………….12
4.3 Movimento de translação da Terra………………………………………………………..13
4.4 Órbita terrestre. Estações do ano………………………………………………………..13

5. PARTICULARIDADES RELATIVAS A ALGUNS ASTROS……………………………………..14


5.1 O Sol………………………………………………………………………………………………………….14
5.2 A Lua………………………………………………………………………………………………………14
5.3 Os planetas – Vénus, Marte, Júpiter e Saturno………………………………………17
5.4 Estrelas…………………………………………………………………………………………...…19

6. O TEMPO………………………………………………………………………………………………………21
6.1 Conceitos básicos………………………………………………………………………………………21
6.2 Os sistemas de medição do tempo………………………………………………………….22
6.3 Sistemas de Tempo Rotacional…………………………………………………………….22
6.4 Sistemas de Tempo Dinâmico……………………………………………………………22
6.5 Sistemas de Tempo Atómico……………………………………..…………………….23
6.6 Tempo Universal Coordenado…………………………………………………….…23
6.7 Tempo GPS………………………………………………………………………………..23
6.8 Utilização prática do tempo – Tempo Legal……………………………..24

Bibliografia……………………………………………………………………………………………………….24

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1. SISTEMAS DE REFERÊNCIA

1.1 Sistemas fundamentais de referência

As 2 coordenadas fundamentais para nos localizarmos no planeta Terra são: a Latitude e a Lon-
gitude.

Latitude - é a medida do ângulo que o raio da esfera que passa por esse lugar faz com o plano do
Equador. A latitude varia entre -90° (Pólo Sul) e 90° (Pólo Norte). Qualquer ponto situado na
linha do Equador tem latitude zero. Em vez da latitude pode-se considerar a co-latitude do lugar:
medida do ângulo que o raio que passa no Pólo Norte faz com o raio que passa no lugar, varian-
do entre 0° (Pólo Norte) e 180° (Pólo Sul). Assim, a linha do Equador é o conjunto dos pontos
da esfera com co-latitude 90°.

Longitude - é o ângulo que o meridiano que passa por esse lugar faz com o meridiano de Gre-
enwich. O valor absoluto da longitude varia entre 0° e 180°: quando o local se situa a Oeste do
meridiano de Greenwich, o valor da longitude é negativa e, quando o local se situa a Este do
meridiano de Greenwich, a sua longitude é positiva.

Para o navegador se localizar através da observação dos astros são precisos mais sistemas de
coordenadas, que iremos ver a seguir.

1.2 Os diferentes sistemas de coordenadas astronómicas

É por meio de coordenadas que os astros são localizados na esfera celeste, e são utilizados três
sistemas:

 Equatoriais – uranográficas, ou seja são independentes da posição do observador.


 Horárias
 Horizontais locais, ou seja são dependentes da posição do observador.

Coordenadas Equatoriais:

As principais são a declinação e o ângulo sideral.

Declinação (δ) – arco do meridiano do astro, compreendido entre o equador e o próprio astro.
Que no equador é 0° e num dos pólos são 90°, considera-se positiva se for do mesmo nome (N
ou S) da latitude do observador e negativa se for contrária ao nome da latitude do observador.

Ângulo Sideral (AS) – arco do equador compreendido entre o ponto vernal (ϒ) e o meridiano do
astro, no sentido Leste para Oeste (0° a 360°).

Ascensão Reta (AR) – arco do equador compreendido entre o ponto vernal (ϒ) e o meridiano do
astro, no sentido de Oeste para Leste. AR = 360 - AS

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Coordenadas Horárias:

Ângulo horário (hl) – arco do equador compreendido entre o meridiano superior do lugar e o
meridiano do astro, no sentido Leste para Oeste (0°a 360°).

Ângulo no pólo (P) – arco do equador compreendido entre o meridiano superior do lugar e o
meridiano do astro, sentido Leste para Oeste (0°a 180°). Se o astro estiver a W então Pw = hl,
caso esteja em E então Pe = 360 – hl.

Distância polar (Δ) – arco do meridiano do astro compreendido entre o pólo elevado (do mesmo
nome da latitude) e o astro, contando-se 0° no pólo elevado até 180° no pólo abaixado. Δ = 90 -
δ

Coordenadas Horizontais:

O horizonte divide a esfera celeste em dois hemisférios, o visível (zénite) e o invisível (nadir),
onde o pólo elevado é o que está acima do horizonte e o pólo abaixado é o que está abaixo.

Altura verdadeira (a) – arco do vertical do astro compreendido entre o horizonte e o astro, con-
tamos o astro no horizonte como sendo 0° e o astro no zénite 90°.

Distância Zenital (Ʒ = 90 – a) – arco do vertical do astro compreendido entre o zénite e o astro.

Azimute (Zv) – arco do horizonte compreendido entre um dos pontos cardeais ( N ou S) e o


vertical do astro.
Podem ser de três formas:

Amplitude – é o arco do horizonte compreendido entre o vertical do astro e o ponto cardeal mais
próximo (E ou W).

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Coordenadas Geográficas:

Latitude (φ) – arco do meridiano do lugar compreendido entre o equador e o zénite do observa-
dor. Contamos do observador no equador 0° até ao observador no pólo a 90°, sentido Norte ou
Sul.

Co-latitude (cφ) – arco do meridiano do lugar compreendido entre o pólo elevado e o zénite do
observador. Cφ = 90 - φ

Longitude (L) – arco do equador compreendido entre os meridianos que contêm o zénite de
Greenwich e do observador, sentido Leste para Oeste (0° a 180°).

Coordenadas Eclípticas:

Eixo da elíptica – diâmetro da esfera celeste perpendicular ao plano da eclíptica.

Pólos da eclíptica – pontos em que o eixo da eclíptica interseta a esfera.

Círculos de Latitude Celeste – circunferências máximas cujos planos contêm o eixo da eclíptica.

Latitude Celeste (ψ) – arco do círculo de latitude celeste compreendido entre a eclíptica e o as-
tro (0° a 90°).

Longitude Celeste – arco da eclíptica compreendido entre o ponto vernal e o círculo de latitude
celeste do astro, sentido Oeste para Leste (0° a 360°).

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1.3 Transformação de Coordenadas

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2. MOVIMENTOS DA TERRA

2.1 Movimento de rotação

O movimento de rotação da Terra é o movimento que esta efetua sobre o seu eixo. Esse movi-
mento é feito no sentido anti-horário, de Oeste para Leste, e tem uma duração aproximada de 24
horas. Graças ao movimento de rotação, a luz solar vai progressivamente iluminando diferentes
áreas, do que resulta a sucessão de dias e noites nos diversos pontos da superfície terrestre.

Durante o ano, a iluminação do Sol não é igual em todos os lugares da Terra, pois o eixo imagi-
nário, em torno do qual a Terra faz a sua rotação, tem uma inclinação de 23° 27’, em relação ao
plano da órbita terrestre.

O movimento aparente do Sol - ou seja, o seu deslocamento tal como é observado a partir da
superfície - ocorre de Leste para Oeste. É por isso que, há milhares de anos, o Sol serve como
referência de posição: nasce a Leste e irá pôr-se a Oeste.

2.2 Movimento de translação

O movimento de translação é aquele que a Terra realiza em redor do Sol, juntamente com os
outros planetas. No seu movimento de translação, a Terra percorre um caminho (ou órbita) que
tem a forma de uma elipse.

A velocidade média da Terra ao descrever essa órbita é de 107.000 km por hora, e o tempo ne-
cessário para completar uma volta é de 365 dias, 5 horas e 48 minutos.

O tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol é chamado ano. O ano
civil, adotado por convenção, tem 365 dias, mas como o ano sideral, ou o tempo real do movi-
mento de translação, é de 365 dias e 6 horas, a cada quatro anos temos um ano de 366 dias, que
é chamado o ano bissexto.

2.3 A precessão e nutação da Terra

Precessão:

A Terra apresenta um ciclo de precessão de 25 770 anos, que corresponde à variação da Eclípti-
ca em relação à linha do Equador.

Sendo que o planeta Terra não é uma esfera perfeita, mas achatada nos polos e dilatada no
equador, o seu diâmetro no equador é 40 km maior do que o diâmetro polar. Somando a este
facto, que o plano do equador terrestre, está inclinado 23° 27' em relação ao plano da eclíptica,
que por sua vez está inclinado 5° 8' em relação ao plano da órbita da Lua, isto faz com que for-
ças diferenciais tendam não apenas a torná-la mais achatada, mas também a "endireitar" o seu
eixo, alinhando-o com o eixo da eclíptica.

Estando a Terra em rotação, o seu eixo não se alinha com o eixo da eclíptica, mas precessiona
em torno dele, da mesma forma que um pião posto a girar precessiona em torno do eixo vertical
ao solo.

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Nutação:

A nutação é, na astronomia, uma pequena oscilação periódica do eixo de rotação da Terra com
um ciclo de 18,6 anos, sendo a sua causa a força gravitacional da Lua sobre a Terra.
A nutação é provocada por uma inclinação de 5° 8' no plano da órbita da Lua em relação
à eclíptica, pela qual a precessão é durante nove anos de maior e depois nove anos de menor
intensidade do que a média.
Além desta nutação de 18,6 anos, existe uma outra, com ciclo menor, de aproximadamente um
mês, com uma grandeza de apenas pouco mais de 0,01".

3. Princípios Básicos de mecânica celeste


3.1 O problema dos dois corpos
Considerem-se dois corpos celestes, num sistema fechado, isto é, apenas são contabilizadas as
interações entre os mesmos. São conhecidas as massas de ambos, bem como a distância entre si.
O chamado “Problema dos dois corpos” traduz a tentativa de prever matematicamente o
movimento destes dois corpos, particularmente o período e o maior arco médio da orbital, em
função da atração/repulsão sofrida pelos mesmos.

Ao longo do tempo, múltiplas abordagens foram tentadas para solucionar este problema, sendo
de destaque a resolução pelas Leis de Kepler e, posteriormente, pela lei da atração universal de
Newton.

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3.2 Leis de Kepler
O movimento de translação dos planetas em torno do sol é definido pelas leis de Kepler:

1ª lei – A órbita que um planeta descreve é uma elipse, onde o sol é um dos focos. O eixo maior
da elipse chama-se linha dos ápsides.

O ponto da órbita mais próximo do sol é o Periélio e o mais afastado é o Afélio.

2ª lei – O raio vetor planeta-sol descreve áreas iguais em tempos iguais (ver figura abaixo).

A velocidade angular do planeta em torno do sol não é constante, sendo máxima no periélio e
mínima no afélio.

3ª lei – Os quadrados dos tempos gastos pelos planetas em percorrer as suas órbitas são
proporcionais aos cubos dos seus semieixos maiores:

3.3 Equação do movimento – problema de dois corpos


Pegando no mesmo problema abordado inicialmente, é possível, recorrendo a uma equação do
movimento, encontrar uma expressão analítica que descreva a trajetória de um dos corpos, tendo
o seu potencial (V(r) = - k/r). O processo de obtenção destes parâmetros é algo complexo, sendo
notável a utilização do periélio (ponto onde o corpo se encontra mais próxima do centro de
massa da sua orbital).

Desenvolvendo, obtemos uma expressão que descreve como o raio da trajetória da partícula
depende do ângulo polar da mesma. Outros parâmetros notáveis desta expressão incluem a
excentricidade da órbita e o parâmetro orbital (quantidade de momento angular em relação à
força do potencial). É provado com esta expressão que o periélio corresponde ao ponto onde o
ângulo polar é zero, podendo-se inferir, portanto que quando o ângulo polar é zero, o corpo está
na sua menor distância ao centro de massa.

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A equação do movimento aplicada ao problema dos dois corpos permite também classificar
múltiplas órbitas, consoante a sua excentricidade e parâmetro orbital. Estas podem ser
circulares, elipses, parabólicas e hipérboles.

2 𝑙2
𝑟̇ = √𝑚 ∗ 𝐸 − 𝑉 − 2𝑚𝑟2 E corresponde à energia do corpo, V ao seu potencial, L (minúsculo) é
a velocidade angular, r a distância entre os dois. O r com a bolinha em cima é a trajetória do
corpo.

4.O sistema solar


4.1 Constituição do sistema solar
O Sistema Solar é constituído pelo Sol e pelos corpos celestes que estão no seu domínio
gravitacional.

Tendo o Sol como estrela central do Sistema Solar, os quatro planetas que lhe são mais
próximos são: Mercúrio, Vénus, Terra e Marte que possuem em comum uma crosta sólida e
rochosa, razão pela qual se classificam no grupo dos planetas telúricos, ou rochosos. Mais
afastados temos: Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno sendo estes planetas gasosos.

Existem também os corpos menores (qualquer objecto do sistema solar que não se enquadre na
definição de planeta ou planeta anão e que não seja um satélite natural), sendo eles: Asteróides,
Centauros, Cometas, Objetos, Meteoróides.

4.2Movimentos dos planetas e suas órbitas


Os movimentos principais que os planetas executam são: a rotação e a translação.

Sendo que existem exceções como por exemplo o que já foi referido anteriormente sobre a
Terra, que para além destes dois movimentos executa também o de precessão e nutação.

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4.3 Movimento de translação da Terra
A translação da Terra é o movimento que esta realiza em redor do Sol a uma distância aproxi-
mada de 1 unidade astronómica = 149.597.870.700 metros. Uma translação completa em redor
do Sol leva 1 ano sideral ou 365 dias solares a uma velocidade orbital média de 29,78 km/s.
Durante o periélio, a Terra fica a cerca de 147 milhões de quilómetros, e durante o afélio, cerca
de 152,1 milhões de quilómetros do Sol. A trajetória realizada pela Terra durante a translação
descreve uma órbita elíptica.

4.4 Órbita terrestre. Estações do ano


Quando o Sol atinge os pontos equinociais e solsticiais, estes são designados respetivamente de
equinócios e solstícios, dividindo assim a órbita solar em quatro partes. Aos intervalos de tempo
gastos pelo Sol a percorrer cada uma dessas partes chamamos estações do ano.

A variação do ângulo sideral do Sol em qualquer estação é exactamente 90°.

O sol mantém-se mais tempo no hemisfério Norte do que no Sul, pois as áreas descritas pelo
raio vetor Terra-Sol nas quatro estações são diferentes, tendo por isso as estações do ano
durações diferentes (2ª lei de Kepler), sendo o verão a mais longa e o inverno a mais curta.

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5.Particularidades relativas a alguns astros
5.1 O Sol
É composto primariamente por hidrogénio (74% de sua massa = 92% de seu volume)
e hélio (24% da massa solar = 7% do volume solar), contendo também outros elementos como:
ferro, níquel, oxigénio, silício, enxofre, magnésio, néon, cálcio e crómio.

O Sol é o membro mais importante do sistema solar, pois contém 99,9% da sua massa,
regulando assim os movimentos de todos os planetas. E também porque é o único que tem luz
própria (com exceção dos cometas).

O Sol orbita em torno do centro da Via Láctea, tendo a sua superfície uma temperatura de 6000°
centígrados. A energia na forma de luz solar é armazenada através da glicose por organismos
vivos através da fotossíntese, processo do qual, direta ou indiretamente, dependem todos os
seres vivos que habitam no nosso planeta. A energia solar também é responsável pelos
fenómenos meteorológicos e o clima na Terra.

A distância da Terra ao Sol é cerca de 150 milhões de quilómetros, esta varia com o ano de um
mínimo de 147,1 milhões de quilómetros no periélio a um máximo de 152,1 milhões de
quilómetros no afélio. A luz solar demora aproximadamente 8 minutos e 18 segundos para
chegar à Terra.

5.2 A Lua

É o único satélite natural da Terra (e o quinto maior do sistema solar) e


tal como esta tem um movimento de precessão.

A Lua roda em torno do seu eixo de W para E. Também gira em torno da Terra de W para E,
descrevendo uma elipse de pequena excentricidade estando a Terra num dos focos. No apogeu a
distância à terra é de 407 000 km e no perigeu é de 357 000 km.

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O período de rotação e de revolução da Lua são iguais, por isso é que vemos sempre a mesma
face na Terra. Através da libração (oscilação aparente que tem por efeito fazer variar a parte
visível do planeta) conseguimos ver um pouco mais da superfície, existindo 3 tipos:

 Em latitude - o eixo de rotação da Lua não é normal ao plano da sua órbita, fazendo um
ângulo de 6,5°, o eixo mantém-se paralelo a si próprio, ou seja, devido ao seu
movimento de revolução um observador em Terra irá ver umas vezes o pólo Norte e
outras o pólo Sul da Lua.

 Em longitude - é resultado do período de rotação ser constante (V = constante) e por


oposição a velocidade de translação ser variável.

 Diurna – deve-se ao facto do observador na Terra se deslocar como consequência do


movimento de rotação, o que significa que o movimento da Lua não é observado do
centro da Terra mas sim de um ponto na superfície terrestre.

Através da libração: 41% da superfície da Lua está permanentemente virada para a Terra, outros
41% não são visíveis e os restantes 18% apenas são visíveis parte do tempo.

A Lua pode estar em conjunção, quadratura ou oposição devido ao seu movimento em relação à
Terra e ao Sol. Como consequência a face da Lua que é iluminada pelo Sol ocupará posições
diferentes em relação ao observador terrestre, que verá o disco lunar com vários aspetos,
reproduzindo-se de forma periódica e pela mesma ordem, denominando-se de fases.

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Legenda da figura:

A Lua não tem atmosfera porque:

1. O som não se propaga

2. Não há água ou nuvens

3. Os meteoros atingem a superfície a altas velocidades

4. Não há crepúsculos

5. As temperaturas são muito elevadas durante o dia e muito baixas durante a noite

A Terra e a Lua quando intercetam os raios solares, projetam cones de sombra e penumbra no
espaço. Quando um dos astros entra na sombra ou na penumbra provocadas pelo outro, acontece
o eclipse do Sol ou da Lua.

Eclipse da Lua: quando entra na sombra ou penumbra produzidas pela Terra, pode ser total ou
parcialmente obscurecido ou invisível.

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Eclipse do Sol: quando a Terra entra na sombra ou penumbra produzidas pela Lua, pode ser
total, parcial ou anular.

5.3 OS planetas – Vénus, Marte, Júpiter e Saturno

Vénus é o segundo planeta do sistema Solar mais próximo do Sol. Tem


cerca de 800 milhões de anos e além do Sol e da Lua é o corpo celeste
mais brilhante no céu.

É considerado um planeta irmão da Terra. Isso decorre em virtude das


similaridades de massa, densidade e volume entre ambos.

Vénus é o planeta mais próximo da Terra.

 A rotação de Vénus ocorre de leste para oeste, ao contrário de todos os


outros planetas do Sistema Solar.

É o planeta mais quente, apesar de não ser o mais próximo do Sol.

Vénus tem 12.104 km de diâmetro.

A sua superfície é coberta por lava e composta principalmente por dióxido de carbono e ácido
sulfúrico, os quais formam nuvens densas responsáveis pelo fenómeno do efeito de estufa. É
isso que faz a temperatura aumentar a níveis suficientes para derreter o chumbo.

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Marte é o quarto planeta mais próximo do Sol e o se-
gundo planeta mais pequeno do sistema solar, depois de
Mercúrio.

Apresenta uma cor avermelhada, pela presença de óxido


de ferro na sua superfície.

Possui duas pequenas luas de formato irregular: Fobos e


Deimos.

A duração do dia em Marte aproxima-se do planeta Ter-


ra, com 24 horas e 37 minutos, embora o ano marciano
tenha duração de 687 dias terrestres.

Marte é um planeta muito frio, árido e rochoso. A sua temperatura máxima é de aproximada-
mente 25°C, com uma média de -60°C, onde pode chegar até cerca de -140°C durante a noite.

Sendo um planeta terrestre (rochoso), as suas camadas são compostas por atmosfera, crosta,
manto e núcleo. A maioria das rochas na superfície é formada por basalto.

A sua atmosfera é muito fina e é composta essencialmente por gás carbónico, embora exista em
menor quantidade o nitrogénio, oxigénio, argónio, entre outros gases.

É o quarto planeta do sistema solar, a sua distância média ao Sol é de 228 milhões de km.

Júpiter é o maior e o quinto planeta do Sistema Solar.

É o quarto corpo celeste mais brilhante no céu os ou-


tros são o Sol, a Lua e Vénus.

A massa é 318 vezes superior à da Terra e maior do


que todos os planetas do Sistema Solar juntos.

Tem cerca de 143 mil quilómetros de diâmetro no


equador, o que equivale a 11 vezes o diâmetro da Ter-
ra. É orbitado por 67 satélites naturais, situando-se a
uma distância média de 778,3 milhões de quilómetros
do Sol.

Assim como Saturno, apresenta um sistema de anéis,


compostos por partículas de poeira e que estão dentro do campo magnético do planeta são eles:
Halo, Principal e Gossamer.

É um dos quatro Gigantes Gasosos, juntamente com Saturno, Úrano e Netuno.

A atmosfera de Júpiter é composta por hidrogénio e hélio, tendo ainda metano, amónia, vapor
de água e outros componentes a uma temperatura de 103ºC. O planeta cujo formato é de uma
esfera oblata, tem elevada pressão atmosférica e a intensidade provoca a quebra dos átomos de
hidrogénio, que se transformam em metal.

Demora menos de 10 horas a completar uma rotação sobre si próprio, sendo o movimento de
rotação deste planeta o mais rápido do sistema solar. Já o movimento de translação demora cer-
ca de 11,86 anos terrestres. O núcleo de Júpiter é quente e o interior irradia mais calor do que
aquele que recebe do Sol, mais uma característica dos Planetas Gasosos.

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Saturno é o sexto e o segundo maior planeta do sistema
solar.

É conhecido pelo seu complexo sistema de anéis forma-


dos principalmente por gelo e poeira cósmica.

Tem 53 luas conhecidas e outras 9 estão em pesquisa.

O diâmetro de Saturno é de 119,3 mil quilómetros e o seu


volume é 755 vezes maior que o da Terra. Possui uma das
rotações mais rápidas do Sistema Solar de oeste para
leste, demorando 10 horas e 39 minutos para dar a volta
sobre si mesmo.

O movimento de translação à volta do Sol é feito em 29 anos, 167 dias e 6 horas a 34,7 quiló-
metros por hora. É um planeta gasoso com temperatura à superfície de 125ºC negativos.

As observações realizadas em Saturno indicam que os anéis do planeta são formados por peda-
ços de cometas, asteróides e luas despedaçadas. Os anéis mais conhecidos são denominados A,
B e C, mas há sete no total, todos representam letras do alfabeto à medida que são descobertos.
Cada um tem milhares de quilómetros de extensão, chegando a 282 mil quilómetros, mas são
em geral de uma espessura média de 1 quilómetro. Embora permaneçam em torno de Saturno,
os anéis orbitam em velocidades diferentes. A complexidade ainda impede a indicação precisa
da composição dos anéis, que são orbitados por duas luas: Encke e Keeler gaps.

Com a melhoria no sistema de observação no século XIX foram descobertas outras luas a orbi-
tar Saturno, sendo 18 no total.

5.4 Estrelas
Através dos conhecimentos, estudos e observações (telescópios e radiotelescópios) efetuados até
aos dias de hoje, podemos afirmar que as estrelas não estão dispostas ao acaso, mas estão
organizadas em sistemas denominados de galáxias. Existem centenas de milhões destes
sistemas, mas onde nós estamos inseridos (Via Láctea), a galáxia apresenta uma forma achatada,
com as estrelas em espirais a irradiar do núcleo central. O diâmetro é de 100 000 anos-luz e a
espessura 10 000 anos-luz.

A galáxia tem movimento de revolução e de acordo com a lei da atração universal, podemos
afirmar que a velocidade das estrelas aumenta à medida que diminuem a sua distância ao centro.

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As unidades de medida para as distâncias às estrelas são expressas em anos-luz ou parsecs:

 anos-luz = 1013 𝑘𝑚 (distância que a luz percorre num ano)

 parsec = 3,26 anos-luz (distância para a qual a paralaxe(1) anual da estrela é igual a 1
segundo)

(1) Ângulo sob qual a posição real da estrela se veria o raio médio da órbita terrestre,
considerando no plano dessa órbita e numa direção normal à direção Sol-estrela.

A estrela mais próxima da Terra encontra-se a mais de 4 anos-luz.

Os gregos há mais de 2000 anos formaram figuras com as estrelas e deram-lhes nomes, onde se
reconheceram 48 delas, ao qual se dão o nome de constelações, hoje em dia já se conhecem 88.

As estrelas mais brilhantes têm nomes próprios, em cada constelação as estrelas são designadas
pelas letras gregas e romanas caso as primeiras não sejam suficientes, seguidas pelo nome da
constelação (método Bayer). São ordenadas por ordem crescente de brilho (sendo α a mais
brilhante), se tiverem um brilho semelhante são ordenadas partindo de um extremo da
constelação para o extremo oposto e apenas as estrelas mais brilhantes são designadas por letras,
enquanto as outras têm o nome atribuído através de um catálogo de estrelas seguido do seu
número.

Cartas de estrelas: estas cartas colocam as coordenadas equatoriais das estrelas, permitindo ao
navegador identificá-las facilmente à custa das posições relativas que os astros e as constelações
ocupam entre si.

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Características Físicas:

I. Temperatura e cor – a cor depende da temperatura, onde as estrelas azuis são as mais
quentes e as vermelhas as menos quentes.

II. Diâmetro – temos as gigantes (maiores do que a órbita terrestre) e as anãs (mais
pequenas que os planetas mais pequenos do sistema solar)

III. Massa – não varia muito


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IV. Densidade – desde 1000
da densidade do ar à superfície da Terra (gigantes) até às anãs
(dezenas de milhares de vezes mais densas do que a água)

Se estiver uma noite escura, limpa, sem luar e sem interferência de outras luzes, um observador
pode observar estrelas de 6ª grandeza e superiores (são cerca de 6000). Mas na prática isto não
acontece pois só metade do céu é que se encontra acima do horizonte e as estrelas mais baixas
são as que se vêem pior, ou seja só observamos cerca de 2500 estrelas.

Funcionamento do Almanaque Náutico: através da tabela STARS obtemos a grandeza


(magnitude), o ângulo sideral e a declinação das estrelas visíveis por ordem crescente do ângulo
sideral. Nas páginas pares as estrelas são identificadas pela constelação e pela sua respetiva letra
grega, nas páginas ímpares pelo nome próprio ( se existir).

Nas páginas diárias de modo a fazer uma consulta mais rápida, são dados os valores do ângulo
sideral e da declinação das 57 estrelas que mais se observam, com os seus nomes por ordem
alfabética.

6. O TEMPO
6.1 Conceitos básicos

Tempo solar – tempo regido pelo movimento diurno do Sol (posição do meridiano do Sol
em relação ao meridiano do observador).

Principais divisões do tempo:

Ano solar – tempo que o sol leva a descrever a eclíptica

Dia solar – tempo que o Sol demora a completar uma rotação diurna e aparente

Porque não utilizamos o Sol verdadeiro para a medição do tempo?

1) Pela 2ª Lei de Kepler a velocidade angular na órbita é variável ao longo do ano.

2) A órbita do Sol é inclinada relativamente ao Equador

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O Sol médio é o astro imaginário colocado num equador (circular) e portanto a deslocar-se com
velocidade angular constante. Para além de dar origem ao tempo médio (tempo compreendido
entre 2 passagens consecutivas no meridiano do lugar para que o dia não comece com o sol no
meridiano considera-se o início do dia quando o Sol está no semi-meridiano inferior do lugar)

Hora média do lugar (Hml) –arco do equador compreendido entre o meridiano inferior do lugar
e o meridiano do sol médio

Fuso horário – faixa de 15º de longitude dentro da qual todos os locais têm a mesma hora (hora
do fuso) e que corresponde à Hml do meridiano central.

6.2 Os sistemas de medição do tempo

Ao dividirmos o nosso calendário civil, encontramos vestígios dos critérios astronómicos


utilizados anteriormente para medir o tempo: um dia equivale a uma rotação da Terra, a semana
equivalia, no início, a uma fase da lua, o mês coincide de modo aproximado com uma lunação e
o ano corresponde a uma volta completa em torno do Sol.

6.3 Sistemas de Tempo Rotacional

A medida do tempo baseia-se no movimento de rotação da Terra, que provoca a rotação


aparente da esfera celeste.

Dia Sideral - é o intervalo de tempo entre duas passagens sucessivas do ponto Vernal (γ),
cruzamento do equador e eclíptica, onde está o Sol próximo de 21 de março, pelo meridiano do
lugar, ou seja, duas culminações superiores consecutivas do ponto Vernal.

Dia Solar - é o intervalo de tempo entre duas passagens sucessivas do Sol pelo meridiano do
lugar, duas culminações superiores consecutivas do Sol. É 3m56s mais longo do que o dia
sideral, pois o Sol desloca-se no sentido contrário ao movimento diurno (Oeste para Leste). Essa
diferença deve-se ao movimento de translação da Terra em torno do Sol, de aproximadamente 1
grau por dia.

(360°/ano=360°/(365,25 dias)=0,9856°/dia).

Tempo solar verdadeiro - é o ângulo horário (ângulo medido sobre o equador, desde o
meridiano local até o meridiano do astro) do centro do Sol. Como o ângulo horário é diferente
para locais diferentes, já que o zénite muda, o tempo solar verdadeiro muda de local para local.

Tempo solar médio - é o ângulo horário do centro do sol médio.

6.4 Sistemas de Tempo Dinâmico

Os sistemas de tempo dinâmico consistem na medição do tempo de observações astronómicas,


de modo a eliminar o efeito das irregularidades na rotação da Terra.

Pode ser determinado somando o Tempo Universal (Medida do tempo pela rotação da Terra) ao
efeito do desvio da rotação da Terra ao comprimento fixo dos dias atómicos: TT = ΔT + TU

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6.5 Sistemas de Tempo Atómico

Os instrumentos mais precisos na medição do tempo são os relógios atómicos. Estes medem o
sinal eletromagnético que os eletrões emitem ao mudarem de níveis de energia. A sua precisão
depende da temperatura dos eletrões (quanto mais baixa for, mais lentamente se deslocarão as
partículas e consequentemente, maior será o tempo de exposição à medição) e da frequência,
sendo que quanto maior esta for, mais precisa a medição.

A Hora Atómica é o padrão para serviços internacionais de tempo, controlando a frequência das
emissões televisivas e de sistemas de posicionamento por satélite, como o GPS. À medida
obtida da hora média de relógios atómicos em mais de 50 laboratórios ao longo do globo, é dada
o nome de Tempo Atómico Internacional (TAI).

6.6 Tempo Universal Coordenado


O Tempo Universal Coordenado (UTC) é um Sistema de tempo atómico que sofre correções
periódicas, através dos segundos intercalados, para manter-se em consonância com o tempo
universal e é o padrão principal ao qual o mundo regula os seus relógios. Está contido a cerca de
1 segundo do tempo solar médio a 0º de Longitude (Greenwich).

O sistema divide a superfície terrestre em fusos horários e o tempo em dias, horas, minutos e
segundos. Os dias são contados segundo o calendário Gregoriano, como tendo uma duração de
24 horas, e cada uma contendo 60 minutos. O número de segundos num minuto é geralmente
60, contudo, pode ser introduzido um segundo-bissexto para fazer as correções, podendo então
o minuto alcançar os 59 ou os 61 segundos.

6.7 Tempo GPS


Cada um dos 24 satélites do GPS (Sistema de Posicionamento Global) tem dois ou três relógios
atómicos, controlados ao minuto com grande rigor pelo departamento de defesa dos EUA, que
define a “hora GPS” através das médias ponderadas das horas de todos os satélites da rede. Esta
hora está desfasada 14 segundos da “hora UTC” (Tempo Universal Coordenado), padrão da
hora mundial definido pelo IERS (International Earth Rotation Service), um organismo
independente sediado no Observatório Astronómico de Paris.

O tempo GPS é mantido através de relógios atómicos contidos nos seus satélites. Contudo, o seu
tempo não é corrigido para coincidir com a rotação da Terra, como tal, não contem segundos-
bissextos ou outras correções adicionadas ao Tempo Universal Coordenado.

São feitas correções periódicas aos relógios a bordo dos satélites, de modo a mantê-los
sincronizados com os relógios em Terra. Este sistema de medição do tempo é na teoria preciso
até aos 14 nanosegundos, contudo, a maioria dos recetores, no processo de interpretação dos
sinais, perde precisão, descendo este valor para os 100 nanossegundos.

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6.8 Utilização prática do tempo – Tempo Legal

De lugar para lugar, a hora média varia, não sendo de confiança para usos comuns. Para diminu-
ir esta falha adoptou-se o sistema dos fusos horários.

Dividimos a superfície terrestre em 24 fusos, ou seja 15° ou 1 hora em cada um.

Horas Legais – exprimem-se


em horas e minutos , escre-
vemos por exemplo: 0530

Hora do Meridiano de Greenwich (Hmg) - Hmg = Hleg + Fuso

Bibliografia:
Astronomia Náutica – Silva Gameiro

Wikipédia

Apontamentos – Astronomia Náutica 19-20

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