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ESTRATÉGIAS FACILITADORAS PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA NO


ENSINO FUNDAMENTAL PARA CRIANÇAS DO ESPECTRO AUTISTA

Soraya Camata Cevolani Busato1


1Pedagoga, Licenciada em letras, Especialista e professora do Centro de Educação e Cultura “SABER”- COOPEDUCAR, rua
das paineiras, nº 26, Vila Betânea , Venda Nova do Imigrante, ES, sorayabusato@hotmail.com

RESUMO – A discussão da temática da inclusão social no ambiente escolar de pessoas com


autismo torna-se necessária, visto que além da socialização é necessário proporcionar seu
aprendizado acadêmico. Este não é prioritário nas redes de ensino, já que a aquisição de
habilidades que minimizem os comprometimentos relacionados à comunicação, ao
comportamento e especialmente à interação social, são tidas como essenciais por muitos
profissionais da educação. Este trabalho teve como objetivo apresentar estratégias
facilitadoras para o ensino-aprendizagem de matemática no ensino fundamental por crianças
do espectro autista, além de esclarecer algumas características e singularidades dessa
síndrome. Para isso, foi realizada uma pesquisa de caráter qualitativo por meio da observação,
tanto no ambiente familiar quanto no escolar, das dificuldades apresentadas por uma criança
com diagnóstico de autismo, especificamente para a disciplina de matemática. Percebeu-se
que a diversidade de métodos apresentados ao sujeito da pesquisa, bem como, a consideração
de suas especificidades possibilitou seu melhor desempenho acadêmico na disciplina.
Conclui-se assim, ser relevante proporcionar além do avanço das habilidades sociais desses
indivíduos implementar estratégias de aprendizagem que aplicadas simultaneamente ao
conhecimento das características do autismo, possam proporcionar a ampliação dos seus
conhecimentos matemáticos.
PALAVRAS-CHAVE: Autismo. Estratégias de Aprendizagem. Aprendizagem da
matemática.

ABSTRACT- The discussion of the theme of social inclusion in the school environment of
people with autism becomes necessary, since beyond socialization it is necessary to provide
their academic learning. This is not a priority in education networks, since the acquisition of
skills that minimize the commitments related to communication, behavior and especially
social interaction are considered essential by many education professionals. This study aimed
to present strategies that facilitate the teaching and learning of mathematics in elementary
school by children of the autistic spectrum, in addition to clarifying some characteristics and
singularities of this syndrome. For this, a qualitative research was carried out through the
observation, in both the family and school environment, of the difficulties presented by a
child diagnosed with autism. It was noticed that the diversity of methods presented to the
subject of the research, as well as the consideration of its specificities made possible his better
academic performance in the mathematics discipline. It is concluded that it is important to
provide, besides the advancement of the social skills of these individuals, to implement
learning strategies that simultaneously applied to the knowledge of the characteristics of
autism, can provide the amplification of their mathematical knowledge.
KEYWORDS: Autism. Learning Strategies. Mathematics Learning.

1 INTRODUÇÃO

A discussão da temática da inclusão social no ambiente escolar de pessoas com


autismo torna-se necessária, visto que além da socialização é necessário proporcionar o ensino
e a aprendizagem desse sujeito
É relevante considerar que o aprendizado acadêmico desses indivíduos, muitas vezes,

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não é prioritário nas redes de ensino, já que a aquisição de habilidades que minimizem os
comprometimentos relacionados à comunicação, ao comportamento e especialmente à
interação social, são tidas como essenciais por muitos profissionais da educação. Contudo, é
necessário frisar que a verdadeira inclusão social diz respeito não somente a socialização, mas
também ao aprendizado. Essas crianças têm o direito de ter seu potencial explorado e de
receberem uma educação de qualidade que proporcione sua evolução conceitual.
Inicialmente um aspecto a ser considerado é a necessidade que os autistas têm em
manter as rotinas e a resistência que apresentam frente às mudanças e às transições. Segundo
Silva, Gaiato e Reveles (2012, p. 46) “[...] esses traços parecem ser uma tentativa de paralisar
o mundo para torná-lo mais coerente”. Essa rigidez tanto de comportamento quanto de
pensamento pode resultar em dificuldades de transição de uma atividade para outra, e também
resistência a passar da forma pensada usando a decomposição dos números para a forma
direta que é o registro do algoritmo (conta armada).
Observa-se também que além dessa dificuldade para transitar de um processo ao outro
na resolução de algoritmos, essa criança tem dificuldade em ter uma visão global e
consequentemente possui a tendência a perceber detalhes, o que interfere na percepção dos
estímulos e no estabelecimento da relação entre as partes e o todo. Essa característica
influencia diretamente na maneira como ela reage às atividades propostas, e interfere no
processo de ensino-aprendizagem.

[...] crianças com autismo geralmente aprendiam a responder a parte de um estímulo


complexo e não mantinham a atenção no estímulo como um todo, ou seja, quando
era apresentada à criança uma figura complexa, com muitos detalhes, ela mantinha a
atenção em apenas um dos detalhes e não via a figura como um todo. (GOMES,
2007, p. 3, apud LOVAAS et al. 1971)

Importa ainda dizer que o uso de regras é extremamente relevante tanto na vida
pessoal quanto na vida acadêmica de crianças autistas, já que elas tendem a seguir de forma
literal os comandos recebidos. Essa criança, especificamente, sente a necessidade de saber
previamente o que tem que fazer e de certa forma as regras a tranquiliza e traz previsibilidade
ao seu cotidiano.
Nota-se também, sua dificuldade em compreender conceitos abstratos e
consequentemente sua necessidade em estabelecer relações concretas acerca dos conceitos
matemáticos aos quais teve contado.
Ao se falar em materiais concretos cabe ressaltar o trabalho desenvolvido pela médica
e educadora italiana Maria Montessori que trabalhou com crianças com necessidades
especiais tidas na época como “desequilibradas”. Ela acreditava que o potencial de aprender
estava em cada indivíduo e isso se tornou o grande diferencial de sua metodologia que hoje é
difundida e utilizada pela comunidade escolar.
Segundo Silva e Araújo (2011, p. 3) “Montessori construiu ferramentas que
possibilitassem de maneira mais sistemática, a ‘experimentação’ por parte dos mesmos, e com
isso deixou para a Educação uma série de materiais didáticos”. Seu objetivo ao desenvolver
esses métodos foi favorecer o desenvolvimento cognitivo de seus pacientes e posteriormente
os utilizou no ensino-aprendizagem de todas as crianças, visto que ela acreditava que a única
coisa que as diferenciava era o desenvolvimento cognitivo em estágios diferentes.
Dentre os diversos materiais desenvolvidos por Maria Montessori destaca-se o
Material Dourado, que é muito eficiente para o ensino da numeração decimal e operações
fundamentais da aritmética.

Este, por sua vez, é constituído de pequeninos cubos também chamado de cubinhos
que representam uma unidade; de barras que são formadas por 10 (dez) cubinhos

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representando uma dezena; placas que são constituídas de 10 (dez) barras


representado uma centena; e o cubo formado por 10 (dez) placas que representa uma
unidade de milhar.
Com esses materiais a educadora trabalhava o sistema de numeração decimal e
operações fundamentais da Aritmética. Com o passar dos anos a educadora observou
que este material poderia ser usado nas escolas para tornar a aprendizagem mais
prazerosa. (SOUZA E OLIVEIRA, 2010, p. 5).

Neste sentido, é imprescindível que a criança autista seja encorajada constantemente,


reconhecendo seu potencial e acreditando em si mesma. Quando esse sujeito é estimulado e
suas especificidades são respeitadas, são grandes as chances de desenvolvimento e evolução
tanto nos aspectos cognitivo e emocional quanto no aspecto social.

As crianças com SA [Síndrome de Asperger] podem ser difíceis de se ensinar. Para


isso acontecer é preciso paciência e compreensão, assim como aceitação de seu jeito
incomum de ver o mundo. No entanto, uma vez que você começa a entender seu
jeito de pensar, suas limitações físicas, fragilidades sensoriais e sua necessidade de
controle, pode começar a achar uma passagem para o seu mundo. Assim que você
cruzar a entrada segure as suas mãos e vagarosamente traga-as para o nosso mundo.
As desordens do espectro autístico não são curáveis, mas seus efeitos deletérios
podem ser muito reduzidos. (MOORE, 2005, p. 102).

O objetivo do trabalho foi apresentar estratégias que facilitem a aprendizagem da


matemática por crianças do espectro autista no ensino fundamental, além de esclarecer
algumas características e singularidades do autismo.

2 MATERIAL E MÉTODOS

A metodologia utilizada neste trabalho teve como abordagem estudos qualitativos por
meio da observação das dificuldades apresentadas por uma criança com um diagnóstico de
Síndrome de Asperger, que faz parte do espectro autista, na disciplina de matemática durante
seu percurso no 4º ano do Ensino Fundamental. Essa observação foi feita tanto no ambiente
familiar quanto no ambiente escolar, já que se acredita que a observação é primordial para a
aproximação do pesquisador com o objeto de estudo. Para a manutenção da integridade dessa
criança ela foi nomeada criança “D”. Foram utilizadas neste artigo algumas atividades
pedagógicas, realizadas por essa criança que foram anexadas à pesquisa por meio de imagens.
O intuito foi demonstrar de forma prática como essas estratégias diferenciadas auxiliaram o
processo de ensino e aprendizagem da criança “D”. Foi feito levantamento bibliográfico com
estudiosos especialistas na temática abordada simultâneo à análise das dificuldades
apresentadas por essa criança.
Uma das metodologias utilizadas foi de Gomes (2007) que contribui com o
aprendizado da matemática, a saber, algoritmo partindo-se situações mais simples para as
mais complexas. Entretanto, por conta das observações feitas, essas atividades foram
realizadas repetidamente para facilitar a memorização.
Para manter a atenção da criança no que realmente é relevante foi utilizado como
instrumento a construção de esquemas simples e com estímulos visuais em cores distintas, o
que manteve seu foco na realização dos algoritmos (FIGURA 1), ou nas etapas da atividade
que deviam ser realmente realizadas.

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Figura 1: organização visual dos algoritmos

Fonte: Gomes (2007, p. 9)

Considerando-se essa especificidade, foram utilizadas folhas de papel A4 e papel


almaço para a realização das tarefas. Dessa forma, disponibilizou-se espaço suficiente para
que a criança pudesse fazê-las de forma organizada e de maneira que possibilitasse sua
realização e visualização passo a passo. A utilização de cores diferenciadas na montagem dos
exercícios foi também relevante para manter a concentração do aluno.
Outro recurso pedagógico utilizado para facilitar o aprendizado dos algoritmos de
multiplicação por essa criança foi a utilização de setas a partir das unidades para facilitar a
correta elevação dos números, bem como, a indicação de qual é o próximo número a ser
multiplicado. Esse recurso foi utilizado, já que a criança em questão não conseguia manter
uma constância da sequência lógica na resolução dos algoritmos, mas tem tendência a seguir
regras com facilidade. Segundo Gomes (2007) o uso de recursos visuais auxilia pessoas com
autismo no seguimento e manutenção de regras, principalmente quando estas são simples,
claras e diretas.
Tornou-se necessária a utilização de metodologias facilitadoras para a aprendizagem
da matemática que provocassem a curiosidade e a busca de soluções por esse aluno. Para isso,
foi necessário o manuseio de materiais que propiciassem a inter-relação entre o real e o
abstrato.

[...] estudantes com SA [Síndrome de Asperger] são capazes de lidar com conceitos
básicos por causa de sua prodigiosa memória para decorar, mas apresentam
dificuldades em resolver problemas e processos com muitos passos. Para o estudante
que tem dificuldade em resolver problemas com passos múltiplos, como (2x4)-3, os
blocos em base 10 (material dourado) podem ser usados para “quebrar” o problema
em passos menores [...] Esse método demonstra o processo envolvido em problemas
de múltiplos passos usando blocos contáveis e movimentáveis o que fixa o processo
na memória do estudante, porque o método de ensino inclui componentes visuais e
cinestésicos. (MOORE, 2005, p. 102-103).

Além de oferecer materiais concretos a essa criança foi preciso simplificar as


orientações, reduzindo-se os passos a serem seguidos e reduzindo-se também as palavras.
Sempre que possível, torna-se um recurso pedagógico interessante escrever as instruções.
Visualizar os comandos e as instruções escritas é mais pertinente para a criança autista do que
simplesmente escutá-las.

Grandin que é autista de alto funcionamento, ressalta a habilidade de autistas frente


a estímulos visuais ao afirmar que essa população apresenta um "pensamento
visual", ou seja, estas pessoas pensam e raciocinam com mais facilidade por meio de
imagens e sistemas visuais, podendo demonstrar dificuldades em compreender
estímulos auditivos e conceitos abstratos que não possuem representação visual.
(GOMES 2007, p. 4, apud GRANDIN, 1995)

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quando se iniciou o trabalho foi observado que a criança ao estudar os algoritmos


apresentava dificuldades de transição de uma atividade para outra, e também resistência a
passar da forma pensada (FIGURA 2) usando a decomposição dos números para a forma
direta (FIGURA 3) que é o registro desse algoritmo (conta armada). Verificou-se que a
repetição exaustiva dessas tarefas se partindo de algoritmos simples para mais complexos
possibilitou o aprendizado dessa habilidade.

Figura 2: forma pensada usando a decomposição Figura 3: forma direta. Registro do algoritmo

Autora: arquivo da mãe da criança “D” (2014) Autora: arquivo da mãe da criança “D” (2014)

A criança frequentemente desconcentrava-se, visto que ela não conseguia perceber o


foco principal da tarefa que era a subtração. Distraía-se com o sinal do algoritmo ou com os
próprios números quando escritos com as mesmas cores. Observou-se que a utilização de
esquemas mais simples e com estímulos visuais, tais como cores diferentes (FIGURA 4)
possibilitou a manutenção da sua atenção naquilo que é relevante.
Figura 4: organização visual do algoritmo de subtração com cores diferenciadas

Autora: arquivo pessoal da mãe da criança “D” (2014).

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As crianças mais funcionais, como a observada nesse estudo, podem ser orientadas a
se organizarem, não necessitando de esquematizações tão rígidas e prontas. O objetivo é
proporcionar a autonomia desse sujeito, que mesmo necessitando, inicialmente de uma
metodologia diferenciada tem condições de paulatina e sistematicamente adquirir meios de se
organizar por si só.

Uma das habilidades mais importantes que uma criança com Síndrome de Asperger
deve aprender é ser FLEXÍVEL! As crianças aprendem a se ajustar às mudanças
inesperadas, se as mudanças forem introduzidas na rotina de maneira planejada e
sistemática. Aqueles que nunca forem ensinados a lidar com mudanças, terão grande
dificuldade tanto na escola como em situações sociais. (MOORE, 2005 p. 49, grifo
da autora).

Notou-se que a criança não conseguia manter a sequência lógica durante a resolução
dos algoritmos de multiplicação. Percebeu-se que a utilização das setas (FIGURAS 5-8)
possibilitou a manutenção dessa habilidade para a resolução desses algoritmos e
consequentemente seu aprendizado.

Figura 5: Setas orientadoras nos algoritmos de multiplicação

Autora: arquivo pessoal da mãe da criança “D” (2014)

Figura 6: Setas orientadoras nos algoritmos de multiplicação

Autora: arquivo pessoal da mãe da criança “D” (2014)

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Figura 7: progressão indicativa de setas nos algoritmos de multiplicação

Autora: arquivo pessoal da mãe da criança “D” (2014)

Figura 8: progressão indicativa de setas nos algoritmos de multiplicação

Autora: Arquivo pessoal da mãe da criança “D” (2014)

Com a realização desse estudo percebeu-se que a criança necessitava de materiais


concretos com os quais ela pudesse visualizar as operações matemáticas, uma vez que
conceitos abstratos eram de difícil internalização. A utilização do material dourado (FIGURA
9) juntamente com comandos claros e objetivos propiciou a apreensão de conceitos
matemáticos.
Figura 9: material dourado

Fonte: Gonçalves (2015).

Segundo Gomes (2007 apud MESIBOV, SCHOPLER; HEARSEY, 1994, p. 202)

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“afirmam que prover estrutura visual para crianças com autismo ajuda-os a organizar-se e
responder de forma mais apropriada ao ambiente: ‘o que é visual é concreto e portanto fácil
para as crianças aprenderem e entenderem’.” Dessa forma a utilização do material dourado foi
de extrema importância na assimilação de conceitos matemáticos pela criança observada
nesse estudo.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os métodos e técnicas aqui descritos propiciaram melhores condições de


aprendizagem de conceitos matemáticos por essa criança e podem também dar suporte a
educadores e familiares que convivem diariamente com essa especificidade.
A diversidade de métodos apresentados à criança, bem como, a consideração de suas
especificidades diante das características do autismo possibilitou seu melhor desempenho
acadêmico na disciplina de matemática. Isso ocasionou não só a ampliação dos seus
conhecimentos, mas também, a elevação de sua autoestima e consequentemente sua
socialização no ambiente escolar.
A constância e repetição dos exercícios facilitou a assimilação e a manutenção de
conceitos matemáticos por essa criança, visto que se observou a diminuição de sua ansiedade
o que proporcionou maior segurança frente as mudanças. Nesse sentido, ao se considerar a
falta de flexibilidade e a rigidez de pensamento característicos da síndrome, além da tendência
a manter rotinas e interesses restritos e repetitivos são obtidos resultados relevantes
utilizando-se essa metodologia.
Ao utilizar estímulos visuais observou-se um maior poder de concentração no que
realmente era relevante na execução das tarefas. Dessa forma, a criança autista conseguiu
unificar mais facilmente as informações e códigos que normalmente ela enxergava em
pedaços.
Após as adaptações das atividades por meio das setas indicativas ocorre a
“simplificação do todo”, o que facilita a compreensão das tarefas pelo aluno autista, pois o
passo a passo com setas indicativas, além de facilitar a visualização de todo o processo para a
resolução do algoritmo propicia o estabelecimento de regras para sua resolução. Cabe
ressaltar a tendência que a criança em questão tem em seguir regras desde que essas sejam
claras e objetivas.
Foi de grande relevância a utilização do material dourado e de outros materiais
concretos na aprendizagem de conceitos matemáticos por esse aluno. Crianças autistas têm
necessidade de manusear objetos palpáveis que forneçam as imagens reais dos conceitos a
serem internalizados o que consequentemente facilita a compreensão e o desenvolvimento
desse aluno. Esses materiais, utilizados como recurso pedagógico, representam a ideia
concreta de um conceito abstrato que dificilmente seria assimilado por crianças do espectro
autista.
As reflexões e os resultados propostos nesse trabalho procuraram mostrar
especialmente aos educadores que é preciso olhar a criança com autismo sob a perspectiva
dela, uma vez que sua condição autista perpassa por toda sua vivência, seus pensamentos,
suas percepções, emoções e sensações e influencia diretamente o seu aprendizado. O
educador tem que estar aberto a estabelecer uma relação verdadeira com essa criança, tem que
aprender uma nova linguagem, despir-se de suas certezas e permitir-se entrar nesse universo
tão especial. Quando o educador assume essa postura receptiva, amorosa e empática consegue
dar o primeiro passo e inicia longa jornada que levará essa criança, no seu tempo, a participar
da realidade.
Desse modo, percebeu-se que os esclarecimentos de algumas características e
singularidades do autismo, bem como, as estratégias aqui apresentadas para a aprendizagem

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de matemática no Ensino Fundamental muito podem contribuir para evolução acadêmica de


outros indivíduos, visto que fica evidente por meio da apresentação dos resultados a
influência que as características da síndrome exercem sobre o aprendizado do sujeito da
pesquisa.

REFERÊNCIAS

GOMES, C. G. S. Autismo e ensino de habilidades acadêmicas: adição e subtração. Revista


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http://www.gente.eti.br/lematec/CDS/ENEM10/artigos/CC/T11_CC468.pdf >. Acesso em: 11
ago. 2014.

Recebido para publicação:23 de agosto de 2016


Aprovado:30 de novembro de 2016.

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