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UNIVERSIDADE PÚNGUÉ

Faculdade de Ciências de Educação e Psicologia

Temas do trabalho

ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

FILOSOFIA, ETICA E A MORAL.

Curso de licenciatura em Ensino Básico com habilidades em Gestão Escolar

4º Ano

Tabita Carlos da Costa

UNIVERSIDADE UNIPÚNGUÉ-TETE

Extensão Tete Agosto de 2023


2

Tabita Carlos da Costa

ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

FILOSOFIA, ETICA E A MORAL

Curso de licenciatura em Ensino Básico com habilidades em Gestão Escolar

4º Ano

Tabita Carlos da Costa

Trabalho de pesquisa na cadeira Filosofia de


Educação curso de Licenciatura em Ensino
Básico, como requisito de Avaliação parcial
por:

Docente: Mestre Sharmila Alibhai

UNIVERSIDADE UNIPÚNGUÉ-TETE

Extensão Tete Agosto de 2023


3

INDICE
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4
1.1.Objetivos do trabalho ................................................................................................. 4
1.1.1.Objectivo geral ........................................................................................................ 4
1.1.2.Objetivos específicos ............................................................................................... 4
2.ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL ............................................................ 5
2.1.Origem, etimologia e conceito de etica ...................................................................... 5
2.2.VIRTUDES ................................................................................................................ 5
2.3.DEONTOLOGIA PROFISSIONAL .......................................................................... 6
2.4.Breve Historial do Surgimento da ética e deontologia profissional ........................... 7
2.5.Deontologia Profissional do Professor em Moçambique ........................................... 7
2.5.1.Princípios deontológicos da Profissão do Professor em Moçambique .................... 7
3.FILOSOFIA, ETICA E A MORAL ............................................................................ 10
3.1.Conceitos básicos ..................................................................................................... 10
3.1.1.Filosofia ................................................................................................................. 10
3.1.2.Ética ....................................................................................................................... 10
3.1.3.Moral ..................................................................................................................... 11
3.2.Filosofia aristotélica e a ética ................................................................................... 11
3.2.1.A virtude na ética de Aristóteles ........................................................................... 11
3.3.Filosofia Crista e a ética ........................................................................................... 12
3.4.Filosofia islâmica e a ética ....................................................................................... 12
3.5. Filosofia Budista e a Etica ....................................................................................... 13
3.6.Filosofia de Kant e a ética ........................................................................................ 13
3.7.Filosofia marxista e a ética ....................................................................................... 14
3.8.Filosofia ecologista e a ética ..................................................................................... 14
3.9.Filosofia existencialista e a aética ............................................................................ 14
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 15
Referencias bibliográficas .............................................................................................. 16
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1.INTRODUÇÃO
A ética em si é referente à teoria da ação justa e moral, tendo frequentemente um
significado equivalente ao da filosofia moral (distingue-se entre ética e moral. A ética tem a
ver com o bom; é o conjunto de valores que apontam qual é a vida boa na concepção de um
individuo ou de uma comunidade. Moral tem a ver com o justo; é o conjunto de regras que
fixam condições equitativas de convivência com respeito a liberdade).
A ética também tem como função descobrir as concepções dominantes da
moralidade e a origem desta. Com relação a este assunto, Sá (2007: 168-169) apresenta fala
de virtudes, ―como valores necessários e compatíveis à prática de cada utilidade requerida
pelo utente dos serviços profissionais‖. Mas este trabalho interessa-nos abordar
especificamente sobre a Ética e deontologia Profissional, podendo especificar a profissão
do professo em particular. Ora, a palavra Deontologia surgiu no berço da comunicação, a
Grécia. Sua etimologia grega, ―déon, déontos‖, significa dever. Já ―lógos‖ se traduz em
discurso ou tratado. A junção destes termos traz a ideia de atuar com o dever ou conjuntos
de deveres, princípios e normas adotadas por um grupo de pessoas, nesse caso, de
profissionais.
Criada pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, Deontologia significa a ciência do
dever e da obrigação. A palavra também tem a intenção de comunicar sobre o ramo da ética.
Trata-se de uma teoria sobre as escolhas dos indivíduos, o que é moralmente necessário e
serve para nortear o que realmente deve ser feito. Por esse m suma, a Deontologia
Profissional é uma condição da ética adaptada especialmente para desempenhar o exercício
de uma profissão, visando o dever de agir corretamente. motivo, é conhecida como ―A
Teoria do Dever‖.

1.1.Objetivos do trabalho

1.1.1.Objectivo geral
Refletir sobre o a deontologia Profissional

1.1.2.Objetivos específicos
Identificar os princípios da deontologia Profissional, em particular a do
Professor.
Descrever os deontologia Profissional do Professor.
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2.ÉTICA E DEONTOLOGIA PROFISSIONAL

2.1.Origem, etimologia e conceito de etica


Segundo ALMEIDA (2004), a palavra ―ética‖ deriva originariamente do grego
ethos, cujo significado se desdobra em dois sentidos, com respectivas grafias.
Ainda conforme ALMEIDA (2004), por um lado, significa hábito, costume, uso (éthos):

―entendia-se que quem através da educação se habituasse a orientar


a sua conduta ao que era tomado como habitual, ao que era válido
na antiga Cidade-Estado (Polis), agia moralmente bem, na medida
em que observava as normas do reconhecido códex moral geral.
Por outro lado, e no sentido restrito, entendia-se que agia segundo
os preceitos morais aquele que na sua conduta observasse as regras
de acção não de uma maneira inquestionável, isto é, dogmática,
mas que se tivesse habituado, pelo seu conhecimento e pela sua
reflexão, a praticar o bem exigido (êthos). Este êthos significou,
então, carácter, atitude básica da virtude, ou seja, conduta ou acção
resultante da interioridade do próprio agente.

A partir daqui, a palavra ética sublinhou o significado da reflexão das regras


morais. Ela é entendida como teoria da acção moral, ou seja, a reflexão filosófica da moral,
pois, analisa e critica os fundamentos e os princípios que regem um determinado sistema
moral. A Ética é, portanto, filosofia da moral.
Com efeito, quando Aristóteles apresentou, por exemplo, o problema filosófico do
bem, a sua pretensão não era determinar o que cada indivíduo devia fazer numa
determinada acção concreta para que o seu acto fosse considerado bom ou mau, mas sim
investigar o conteúdo do conceito, a sua essência. Evidentemente, esta investigação teórica
tem sempre implicações práticas, pois quando se define o bem está-se apenas a indicar um
entre vários critérios através dos quais os homens podem conduzir as suas diversas acções
em situações particulares.

2.2.VIRTUDES
Para ANDRADE (2006), virtude é uma qualidade moral, umatributo positivo de um
indivíduo. Virtude é a disposição de um indivíduo de praticar o bem; e não é apenas uma
característica, trata-se de uma verdadeira inclinação, virtudes são todos os hábitos constantes
que levam o homem para o caminho do bem. Há diferentes usos do termo, e existem
vários exemplos de virtude, que estão relacionados com a força, paciência, coragem, o poder
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de agir, a eficácia de um ou a integridade da mente.


Segundo ANDRADE (2006), virtude é um conceito que remete para a conduta do
ser humano, quando existe uma adaptação perfeita entre os princípios morais e a
vontade humana. Há virtudes intelectuais, que são ligadas à inteligência e as virtudes
morais, que são relacionadas com o bem. A virtude intelectual consiste na capacidade
de aprender com o diálogo e a reflexão em busca do verdadeiro conhecimento.
A virtude moral, por sua vez, é a ação ou comportamento moral, é o hábito que é
considerado bom de acordo com a ética. O autor diz ainda que:

No sentido comum, entende-se por virtude a disposição reflectida e


voluntária que tem em vista praticar o bem e evitar o mal. A virtude pode
ser entendida como a disposição ou a aptidão que se adquire na prática da
vida e se torna habitual para um bom comportamento moral. Virtude é,
portanto, habilidade ou capacidade de dominar situações da vida e os
problemas que provêm da acção; ela não pode ser aprendida e nem
transmitida teoricamente, mas adquirida na prática da vida. No entanto,
essa prática deve-se reflectir na perspectiva da exigência moral. Virtude
é, então, uma qualidade adquirida da razão prática para o hábito
comportamental moral.

2.3.DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
ALMEIDA (2004), diz que, a Deontologia Profissional é uma condição da
ética adaptada especialmente para desempenhar o exercício de uma profissão,
visando o dever de agir corretamente. A palavra Deontologia surgiu no berço da
comunicação, a Grécia. Sua etimologia grega, “déon, déontos”, significa dever.
Já “lógos” se traduz em discurso ou tratado. A junção destes termos traz a ideia de atuar
com o dever ou conjuntos de deveres, princípios e normas adotadas por um grupo de
pessoas, nesse caso, de profissionais. O autor ainda diz que: “Agir por dever é a
maneira de dar à ação, o seu valor moral e, por sua vez, a perfeição moral só pode ser
atingida por uma livre vontade”.

Podemos considerar a palavra Deontologia Profissional como uma norma de


conduta, que traz um conjunto de princípios e regras para conduzir uma determinada
profissão, sendo dada a cada profissional — indivíduo/grupo de indivíduos — sua
deontologia própria de acordo com o Código de Ética da área de atuação.
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2.4.Breve Historial do Surgimento da ética e deontologia profissional


Conforme ANDRADE (2006), ―Deontologia é uma filosofia que faz parte
da filosofia moral contemporânea, que significa ciência do dever e da obrigação‖. A
deontologia é um tratado dos deveres e da moral. É uma teoria sobre as escolhas dos
indivíduos, o que é moralmente necessário e serve para nortear o que realmente deve ser
feito.

O termo deontologia foi criado no ano de 1834, pelo filósofo inglês Jeremy
Bentham, para falar sobre o ramo da ética em que o objeto de estudo é o fundamento do
dever e das normas. A deontologia é ainda conhecida como "Teoria do Dever".
Immanuel Kant também deu sua contribuição para a deontologia, uma vez que a dividiu
em dois conceitos: razão prática e liberdade.

―Para Kant, agir por dever é a maneira de dar à ação o seu valor moral;
e por sua vez, a perfeição moral só pode ser atingida por uma livre
vontade. A deontologia também pode ser o conjunto de princípios e
regras de conduta ou deveres de uma determinada profissão. Ou seja,
cada profissional deve ter a sua deontologia própria para regular o
exercício da profissão, e conforme o Código de Ética de sua categoria.
Para os profissionais, deontologia são normas estabelecidas não pela
moral e sim para a correção de suas intenções, ações, direitos, deveres e
princípios. O primeiro Código de Deontologia foi feito na área da
medicina, nos Estados Unidos‖. (ANDRADE: 2006).

2.5.Deontologia Profissional do Professor em Moçambique

2.5.1.Princípios deontológicos da Profissão do Professor em Moçambique

Princípio 1: Compromisso Com os Alunos


Para a ONP (2021), a primeira obrigação profissional dos professores moçambicanos é
para com aqueles a quem ensinam, razão de fundo do Ser Professor. Neste sentido, os
professores devem:

 Promover o crescimento dos alunos, explorando, de uma forma integrada, as


suas pontencialidades ao nível intelectual, físico, emocional e cívico;
 Respeitar a dignidade e a personalidade individual dos alunos;
 Ajudar os alunos a desenvolverem a sua identidade própria, a aprenderem mais
sobre a herança cultural dos moçambicanos, respeitando a diversidade cultural,
linguística e étnica que caracteriza o nosso país;
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 Engajar os alunos na busca de soluções honestas para os diferentes problemas;


 Manter e desenvolver relações profissionais com os alunos baseadas nos
melhores interesses destes;
 Basear a sua acção na aprendizagem constante e tirarem maior partido dos
conteúdos programáticos estabelecidos;
 Não avaliar os alunos com base em considerandos de ordem étnica, regional e
racial;
 Encorajar os alunos a pensarem criticamente os assuntos sociais e culturais;
 Proteger a confidencialidade da informação sobre os alunos.

Princípio 2 : Compromisso Com os Pais e Encarregados de Educação


Segundo a ONP (2021), os professores reconhecem que o seu trabalho sairá mais
enriquecido se houver uma colaboração com os Pais e Encarregados de Educação,
encorajando, por isso, a sua participação na educação dos seus filhos. Na sua relação
com os Pais e os Encarregados de Educação, os professores devem:

 Envolvê-los na tomada de decisões sobre as matérias extra-curriculares


relacionadas com a educação dos alunos;
 Estabelecer com os encarregados de educação relações honestas e baseadas no
respeito mútuo;
 Respeitar a sua privacidade;
 Respeitar o seu direito de informação sobre os seus educandos, exceptuando nos
casos em que o professor julgar que essa informação não será no melhor
interesse dos alunos;

Princípio 3: Compromisso com a Sociedade


ONP (2021), diz que os professores consideram a sua profissão um compromisso de
confiança e responsabilidade para com Sociedade, sobretudo porque a sua missão
consiste na preparação do Homem para a vida na Sociedade. Neste sentido, os
professores têm obrigações para com a Sociedade e, por isso, devem:

 Apoiar activamente as políticas e programas que promovem a igualidade de


oportunidades para todos;
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 Trabalhar de forma conjunta para o desenvolvimento das escolas e dos centros


de ensino e formação, promovendo as ideias democráticas;
 Ensinar e promover os valores commumente aceites na Sociedade e encorajar os
alunos a aplicá-los e a apreciarem criticamente o seu significado.

Princípio 4: Compromisso para com a Profissão


Tendo em conta que a qualidade dos seus serviços influencia a Nação e os seus
cidadãos, os professores devem envidar todos os esforços para manterem e promoverem
altos padrões profissionais, promovendo um clima que encoraja o julgamento da
qualidade profissional e contribuindo para atraír os mais inteligentes para a profissão.
ONP (2021), neste sentido, os professores devem:

Colocar em primeiro plano o seu papel como Educador Professional, através de


uma prática responsável;
Considerarem-se como aprendizes e engajarem-se no seu desenvolvimento
profissional;
Serem honestos e verdadeiros quando tiverem que fazer declarações
relativamente às suas qualificações e competências;
Contribuir para o desenvolvimento e promoção de boas políticas de Educação;
Contribuir para o desenvolvimento de uma cultura profissional aberta;
Tratar os colegas com respeito, trabalhando com eles de forma co- operativa e
colegial, sempre em benefício do aluno;
Apoiar os novos colegas que chegam à profissão, sejam eles professores de
carreira ou professores contratados;
Proteger a informação confidencial sobre os seus colegas, exceptuando quando
ela é requerida pelas autoridades competentes e quando tem em vista propósitos
meramente profissionais.

Princípio 5: Compromisso de Integridade


Segundo a ONP (2021),

Em Moçambique, mesmo que não se possa generalizar, os


professores são conotados com práticas desviantes como a
cobrança de subornos e rendas, o comércio de notas e ingressos, o
assédio sexual das alunas, muitas das quais acabam tendo
gravidezes precoces e ficam sujeitas, também, à contração do
HIV.
10

Para a ONP (2021), os professores moçambicanos sabem que essas práticas minam a
qualidade de ensino em Moçambique, comprometendo os esforços de desenvolvimento
sócio- económico em curso. Por isso, os professores devem:

 Absterem-se de usar a sua profissão para obterem vantagens ilícitas e imorais;


 Absterem-se de cobrar aos alunos, Pais e Encarregados de Educação, valores em
dinheiro ou em espécie e favores sexuais, em troca de passagens de classe ou de
ingresso no sistema de ensino;
 Absterem-se de manipularem as notas com o objetivo de tirar vantagens ilegais;
 Absterem-se de assediar sexualmente as alunas;
 Recusar e denunciar as tentativas de suborno que sejam da iniciativa dos alunos,
Pais e Encarregados de Educação;
 Declarar junto dos seus dirigentes nas escolas os presentes recebidos por ocasião
de datas festivas como o Dia do Professor.

3.FILOSOFIA, ETICA E A MORAL

3.1.Conceitos básicos

3.1.1.Filosofia
Filosofia é um campo do conhecimento que estuda a existência humana e o saber
por meio da análise racional. Do grego, o termo filosofia significa ―amor ao
conhecimento‖. Segundo o filósofo Gilles Deleuze (1925-1995), a filosofia é a
disciplina responsável pela criação de conceitos. A questão da filosofia é o ponto
singular onde o conceito e a criação se remetem um ao outro.‖ (Gilles Deleuze).

3.1.2.Ética
GONZALEZ (2019), defende que a ―Ética é a área da filosofia dedicada às
ações e ao comportamento humano, filosofia moral‖. O objeto de estudo da ética são os
princípios que orientam as ações humanas e a capacidade de avaliar essas ações. O
mesmo autor diz que:
11

―Ética e moral se diferenciam por a ética ser compreendida de maneira


universal, enquanto a moral está sempre ligada aos fatores sociais e
culturais que influenciam os comportamentos. De uma forma sucinta,―a
ética é uma teoria que se ocupa dos princípios que orientam as ações, já a
moral é prática e está relacionada às regras de conduta‖. A palavra ética é
derivada do grego ethos, que significa, "hábito", "comportamento",
"modo de ser".

3.1.3.Moral
GONZALEZ (2019), afirma que a ―moral é um conjunto de regras, costumes e
formas de pensar de um grupo social, que define o que devemos ou não devemos
fazer em sociedade‖. O termo moral tem origem no latim morales, cujo significado é
―relativo aos costumes‖. São as regras definidas pela moral que regulam o modo de
agir das pessoas. Assim, para Gonzalez (2019), toda vez que se fala em moral, é preciso
pensar em coletividade. Isso porque as regras que a constroem são definidas por um
grupo de pessoas, ou seja, pelo coletivo. Este conjunto de regras é estabelecido quando
a sociedade acredita que alguma atitude pode tornar a convivência social mais
harmoniosa e pacífica, como, por exemplo, não roubar, ajudar o próximo, entre outras.

3.2.Filosofia aristotélica e a ética


Conforme MADEIROS (2016), Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) foi o primeiro
filósofo a tratar da ética como uma área própria do conhecimento, sendo considerado o
fundador da ética como uma disciplina da filosofia. A ética (do grego ethos, "costume",
"hábito" ou "caráter") para Aristóteles está diretamente relacionada com a ideia de
virtude (areté) e da felicidade (eudaimonia). Conforme MADEIROS (2016),

―Para o filósofo Aristóteles, tudo tende para o bem e a felicidade é


a finalidade da vida humana. Entretanto, a felicidade não deve ser
compreendida como prazer, posse de bens ou reconhecimento. A
felicidade é a prática de uma vida virtuosa. O ser humano, dotado
de razão e capacidade de realizar escolhas, é capaz de perceber a
relação de causa e efeito de suas ações e orientá-las para o bem‖.

3.2.1.A virtude na ética de Aristóteles


Aristóteles faz uma distinção importante entre as determinações da natureza,
sobre as quais os seres humanos não podem deliberar e as ações frutos da vontade e de
suas escolhas. Para ele, os seres humanos não podem deliberar sobre as leis da natureza,
sobre as estações do ano, sobre a duração do dia e da noite. Tudo isso são condições
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necessárias (não há possibilidade de escolha). Já a ética opera no campo do possível,


tudo aquilo que não é uma determinação da natureza, mas depende das deliberações,
escolhas e da ação humana (MADEIROS: 2016).

3.3.Filosofia Crista e a ética


Para MENEZES (2019), na Idade Média a Filosofia sofrerá uma forte influência
da tradição cristã. Os filósofos deste período são, ao mesmo tempo, teólogos, bispos,
abades, padres. Ao tentar conciliar fé e razão, a filosofia permanecerá, ao longo de todo
período medieval, subordinada à teologia, de tal modo que, neste período, é impossível
separar o pensamento filosófico da tradição grega, do pensamento teológico cristão.

Para o autor

― Os primeiros filósofos cristãos, ao procurar conciliar fé e razão,


procuraram interpretar, de forma racional, aquilo que era
justificado pela fé através da revelação. Se somos seres dotados
de razão, não poderíamos então utilizar esta mesma razão como
instrumento de análise e reflexão sobre os pressupostos
fundamentais da fé cristã? É assim que a filosofia se insurge no
campo da ética cristã, como tentativa racional de justificar seus
princípios e normas de comportamento, submetendo a lei divina
revelada ao crivo da razão. O cristianismo se afirma ainda na
ideia do livre-arbítrio, sendo que o primeiro impulso da liberdade
dirige-se para o mal (pecado). O homem passa a ser fraco,
pecador, dividido entre o bem e o mal. O auxílio para a melhor
conduta é a lei divina. Também é possível afirmar que a ética
cristã se fundamenta no amor: ―ainda que eu fale a língua, dos
homens e dos anjos, se eu não tiver amor... eu nada sou‖. O amor
foi colocado como o primeiro e maior mandamento: o amor a
Deus acima de todas as coisas e o amor ao próximo‖

3.4.Filosofia islâmica e a ética


Na perspectiva de MADEIROS (2016), a pluralidade de discussões e a diversidade com
que as principais questões éticas foram abordadas no mundo islâmico permitem separar
suas formulações em três dimensões distintas: a moral religiosa, a ética teológica e a
ética filosófica. A moral religiosa foi elaborada com base exclusivamente nos preceitos
do Corão e nos ensinamentos da Tradição (Hadīth). Essa moral estabelece os
fundamentos para determinar:

A natureza do que é correto e do que é iníquo;


13

o alcance da justiça e do poder divinos;


A liberdade e a responsabilidade moral de cada um.

Na medida em que procuraram conciliar os ensinamentos do Corão e da Tradição


(Hadīth) com a filosofia, esses filósofos encontraram na ética aristotélica as indicações
apropriadas para a realização do modelo de vida ideal da sociedade humana. Destaca-se
também o pensador Miskawayh, que, embora não tenha elaborado nenhum sistema ético
nos moldes filosóficos, serviu-se proficuamente das doutrinas de Aristóteles e de Platão
e das obras de filósofos árabes anteriores a ele, como Al-Kindī, Al-Rāzī e Al-Fārābī.

3.5. Filosofia Budista e a Etica


Conforme GONZALEZ (2019), os cinco preceitos da ética budista sintetizam as
normas de conduta que, na opinião dos budistas, contribuem para que uma pessoa tenha
uma vida plena, construtiva, livre e consciente da realidade. Ao contrário de outras
filosofias e crenças, no budismo não há mandatos absolutos ou regras intransponíveis.

―Os padrões de vida estão sintetizados nos cinco preceitos da


ética budista. Como o próprio nome indica, elas não são regras,
mas preceitos: essa diferenciação é importante. A diferença entre
um mandamento e um preceito é que o primeiro é obrigatório,
enquanto o segundo é recomendado. O que é prescrito é mais um
guia, uma sugestão ou uma diretriz. Os cinco preceitos da ética
budista não buscam impor um tipo de comportamento, mas
traçam uma linha sobre o que consideram melhor para o indivíduo
e a sociedade‖. (GONZALEZ: 2019).

É importante notar que os cinco preceitos da ética budista estão sujeitos a um


critério que constitui o eixo dessa filosofia: a compaixão. Isso significa que, em caso de
qualquer dúvida ou contradição, é sempre recomendável escolher o comportamento
mais compassivo. Em outras palavras, há uma certa flexibilidade na interpretação desses
preceitos, que são os seguintes.

3.6.Filosofia de Kant e a ética


Immanuel Kant (1724–1804) foi um filósofo que buscou desenvolver uma ética
fundamentada no entendimento humano sobre o dever. A ética kantiana, por se basear
no dever, é chamada ética deontológica (deon significa "dever" em grego). Kant
acreditava na autonomia da razão e que os seres são plenamente capazes de agir
racionalmente, motivados pelo dever, ou seja, sabem racionalmente o que devem fazer.
Para MENEZES (2019), a ―ética kantiana rompe com a tradição filosófica que associou
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sempre a moral com algo externo à ação, por exemplo, a religião, a felicidade, ou a
utilidade da ação. Para Kant, a ação deve ser julgada em si mesma‖.

3.7.Filosofia marxista e a ética


Ética como reflexão filosófica fundamental no sentido de investigar, explicar,
esclarecer uma determinada realidade humana, a realidade moral, elaborando conceitos,
teorias. O lugar da ética no pensamento de Marx e Engels e na tradição marxista: crítica
às teorias e práticas religiosas e ao modo de produção capitalista, tendo como pilares: a
concepção de homem como ser concreto, social e histórico, a ontologia imanentista, a
visão materialista da história, as determinações e relações sociais e econômicas
determinadas, a sociedade dividida em classes antagônicas. As perspectivas políticas e
educacionais de intervenção e transformação do estado atual de coisas.

3.8.Filosofia ecologista e a ética


Para MADEIROS (2016), o princípio fundamental desta ética diz: ―Não causes
dor a ninguém; na medida das tuas possibilidades, ajude a todos.‖ A ética é a parte da
filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem,
disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especialmente a respeito
da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer
realidade social. Ética Ecológica ou ambiental é um conceito filosófico que amplia o
conceito de ética, enquanto da forma de agir do homem em seu meio social, pois se
refere também à sua maneira de agir em relação à natureza. Considera que a
conservação da vida humana está intrinsecamente ligada à conservação da vida de todos
os seres.

3.9.Filosofia existencialista e a aética


Na visão de MADEIROS (2016), o ― existencialismo foi uma doutrina filosófica
e um movimento intelectual surgido na Europa, no final do século XIX, mas ganhou
notoriedade no século XX, a partir do desenvolvimento do existencialismo francês‖.

Está pautado na existência metafísica, donde a liberdade é seu maior mote, refletida nas
condições de existência do ser. O existencialismo sofreu influência
da fenomenologia (fenômenos do mundo e da mente), cuja existência precede a
essência, sendo dividido em duas vertentes:
15

 Existencialismo ateu: negam a existência de uma natureza humana.


 Existencialismo cristão: essência humana corresponde um atributo de Deus.

Para os filósofos existencialistas, a essência humana é construída durante sua vivência, a


partir de sua experiência no mundo e de suas escolhas, uma vez que possui liberdade
incondicional.

CONCLUSÃO
A deontologia também se refere ao conjunto de princípios e regras de conduta os
deveres inerentes a uma determinada profissão. Assim, cada profissional está sujeito a
uma deontologia própria a regular o exercício de sua profissão, conforme o Código de
16

Ética de sua categoria. Nesse caso, entende-se deontologia como o conjunto codificado
das obrigações impostas aos profissionais de uma determinada área, no exercício de sua
profissão. São normas estabelecidas pelos próprios profissionais, tendo em vista não
exatamente a qualidade moral, mas a correção de suas intenções e ações, em relação a
direitos, deveres ou princípios, nas relações entre a profissão e a sociedade.

A Filosofia é um campo do conhecimento que estuda a existência humana e o


saber por meio da análise racional. Do grego, o termo filosofia significa ―amor ao
conhecimento‖. Segundo o filósofo Gilles Deleuze (1925-1995), a filosofia é a
disciplina responsável pela criação de conceitos. ―Ética e moral se diferenciam por a
ética ser compreendida de maneira universal, enquanto a moral está sempre ligada aos
fatores sociais e culturais que influenciam os comportamentos. De uma forma sucinta,―a
ética é uma teoria que se ocupa dos princípios que orientam as ações, já a moral é
prática e está relacionada às regras de conduta‖. A palavra ética é derivada do
grego ethos, que significa, "hábito", "comportamento", "modo de ser". ―moral é um
conjunto de regras, costumes e formas de pensar de um grupo social, que define o que
devemos ou não devemos fazer em sociedade‖. O termo moral tem origem no
latim morales, cujo significado é ―relativo aos costumes‖. São as regras definidas pela
moral que regulam o modo de agir das pessoas.

Referencias bibliográficas
1. ANDRADE, R.; ALYRIO, R. e VILAS BOAS, A. (2006). Cultura e Ética na
Negociação Internacional. São Paulo: Editora Atlas S.A.
17

2. BADILLO, PEDRO E. ―A visão humanista das crises na educação‖ Baco.


Jornal de Educação e Cultura. Santurce, PR: Promoções Plenamar. Nº2. 1990
3. ALMEIDA, SARAH., NOHR, Kirsten (2008), Ética Prática para as Profissões
do Trabalho Social. Porto. Porto Editora. pp. 10-16.
4. ONP (2021). Código de Conduta Profissional dos Professores Moçambicanos.
Princípios deontologicos da profissão do Professor. Moçambique.
5. GONZALEZ, Sergio. Os cinco Preceitos da etica Budista. Filosofia e psicologia.
2019.
6. MADEIROS, Alexsandros. A filosofia Crista e a etica: Interioridade e
dever.2016
7. MENEZES, Pedro. A Etica na Filosofia. 2019.

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