Sei sulla pagina 1di 38

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 2

2 ORIGEM E OBJETIVOS DA PSICOPEDAGOGIA ............................................ 3

3 ÉTICA PROFISSIONAL .................................................................................... 6

4 PROFISSÃO E CÓDIGO DE ÉTICA ................................................................. 8

5 A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA ................................ 10

5.1 O código de ética da associação brasileira de psicopedagogia (ABPP)....... 11

6 REFLEXÕES SOBRE O CÓDIGO DE ÉTICA DA PSICOPEDAGOGIA ......... 18

7 AS IMPLICAÇÕES DA ÉTICA PROFISSIONAL NA ATUAÇÃO DA


PSICOPEDAGOGIA .................................................................................................. 24

8 A PSICOPEDAGOGIA .................................................................................... 26

8.1 Campo de conhecimento da psicopedagogia ............................................... 28

8.2 Campo de atuação da psicopedagogia ........................................................ 29

9 A FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA ........................................................ 30

10 O CARÁTER INTERDISCIPLINAR DA FORMAÇÃO ...................................... 32

11 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 34


1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

2
2 ORIGEM E OBJETIVOS DA PSICOPEDAGOGIA

A Psicopedagogia surgiu na Europa, no século XIX; recebeu inicialmente uma


conotação nitidamente patologizante, pois buscava naquela época entender as
influências de origem orgânica, responsáveis pelo insucesso escolar. Já no século XX,
ela recebeu enfoque curativo, o qual era caracterizado pela ação terapêutica no
tratamento de crianças com problemas de aprendizagem (Bossa, 2011 apud
NEPOMUCENO, 2020).
Os primeiros centros psicopedagógicos foram criados em 1946, e tinham
direção médica e pedagógica. Esses centros buscavam tratar comportamentos sociais
inadequados. No entanto, em 1948, a pedagogia curativa recebeu uma nova
reorientação e passou a ser entendida como uma terapia voltada para a readaptação
escolar de alunos que, apesar de inteligentes, apresentavam resultados escolares
insatisfatórios (NEPOMUCENO, 2020).
A ação do psicopedagogo estava direcionada ao âmbito medicinal, portanto, o
psicopedagogo se tratava de um médico pedagógico.

A prática da reeducação consistia em identificar e tratar dificuldades de


aprendizagem, a partir de ações de mediação, de classificação de desvios e
de elaboração de planos de trabalho. A base do conhecimento utilizado
provinha fundamentalmente da Psicologia, da Psicanálise e da Pedagogia e
o tipo de enfoque predominante era o médico-pedagógico. (RAMOS, 2007,
apud FARIA,2017, p. 14).

Nesses centros trabalhavam especialistas nas áreas de psicanálise, psicologia,


pedagogia e psicomotricidade, porém a produção dos diagnósticos ocorria através dos
médicos. Era realizado um levantamento acerca da vida do indivíduo:
 Relações familiares e conjugais;
 Condições de vida;
 Práticas educativas; e
 Testes de QI;
A partir disso se criava um diagnóstico e um tipo de tratamento adequado. A
maior influenciadora da psicopedagogia no Brasil foi a Argentina, que se tornou

3
inequívoca desde a década de 1960 possuindo objetivos psicopedagógicos de caráter
preventivo, em especial, voltada para a relação professor-aluno.

[...] a despeito dessa experiência, a literatura revela que a finalidade que


predominou na história antiga da Psicopedagogia brasileira foi a de atuar nos
problemas referentes às disfunções neurológicas ou, mais precisamente,
naquilo que foi denominado na época de “Disfunção Cerebral Mínima” (DCM)
(RAMOS, 2007, apud FARIA, 2017, p. 16).

Essa visão foi inserida nas escolas com a ausência de critérios, num processo
de etiquetação de crianças e jovens. E então surgem diferentes nomenclaturas de
várias doenças que se pode encontrar.

O rótulo DCM foi apenas um dentre os vários diagnósticos empregados para


camuflar problemas psicopedagógicos traduzidos ideologicamente em
termos de psicologia individual. Termos como dislexia, disritmia e outros
também foram usados para esse fim. (SCOZ, 1994 apud RAMOS, 2007, p.
12).

A existência dos primeiros cursos de psicologia educacional no País ocorreu


devido à herança do médico-psicopedagógico, porém, em 1979, após
aproximadamente vinte anos da efetiva prática pedagógica no País emergiu o primeiro
curso da especialidade Psicopedagogia no país, e originalmente era denominado de
Curso de Reeducação Psicopedagógica.

Historicamente, a Psicopedagogia foi introduzida no território brasileiro com


base em modelos médicos, e foi assim que se iniciaram, nos anos de 1970,
cursos de especialização em Psicopedagogia, voltados principalmente para
uma atuação clínica. Atualmente os cursos de especialização em
psicopedagogia têm se dividido entre as perspectivas clínicas e as
institucionais, mas o que se verifica é a predominância da prática considerada
clínica, como se pode ver na categoria anterior, em que é citada a realização
das avaliações psicopedagógicas por parte dos participantes. (Bossa, 2000
apud POTTKER, 2014, p. 225)

O conceito de psicopedagogia surgiu da necessidade de compreender melhor


o processo de aprendizagem e tornou-se um campo de estudo específico voltado para
encontrar conhecimento em outros campos e criar seu próprio objeto de estudo. A
pedagogia e a psicologia se destacam entre esses campos, pois são duas grandes
áreas de importância primordial para o ensino e a aprendizagem.
Na atualidade, a psicopedagogia é vislumbrada como uma área de
possibilidades que visa propiciar um melhor desenvolvimento da aprendizagem,
buscando encontrar possíveis soluções para os problemas de ensino/aprendizagem
4
institucionais ou clínicos, buscando entender as relações emocionais, afetivas,
constitucionais/biológica, familiares, sociais, cognitivas, socioculturais e pedagógicas;
estabelecendo uma análise detalhada dos problemas encontrados habitualmente.
No entanto, o objeto da psicopedagogia é o estudo do homem como entidade
pensante e construtor do conhecimento e suas singularidades e influências
psicológicas e cognitivas das falhas de aprendizagem. Em outras palavras, sua
abordagem tinha como objetivo localizar, no indivíduo, as causas que poderiam levá-
lo ao fracasso escolar. Com o aumento das necessidades as dificuldades encontradas
em sala de aula também aumentaram, o trabalho do psicólogo educacional se basea
em pressupostos que buscam encontrar melhores soluções que possam auxiliar
educadores e alunos a ter uma melhor abordagem de prevenção e facilitação na
relação ensino-aprendizagem.
O objetivo é encontrar as causas que se entendem como as causas da falta de
atenção e vontade de aprender e o que leva ao insucesso do aluno com vistas a
facilitar a compreensão de educadores e educandos entre um conhecimento e outro.

Motivos como a falta de concentração, hiperatividade, dislexia, distúrbio de


atenção, processos psicoemocionais e diversas outras influências que podem
ser vistas como resultados para uma falha de compreensão na hora de
aprender, têm sido alvo de estudos da Psicopedagogia, pois seu campo de
estudo se responsabiliza a desvendar esses desafios e a criar possibilidades
adequadas a cada indivíduo, visando suas necessidades (GALLINA, 2014,
apud FARIA,2017, p. 17).

No entanto, para que as dificuldades sejam encontradas e estudadas para


ajudar o aluno, também é necessário realizar um estudo que inclua seu campo de
residência, por exemplo, a esfera familiar e social. Porque, se a pesquisa se
concentrar apenas no indivíduo, ele automaticamente se torna o culpado de seu
fracasso e, dessa forma, pode piorar a situação.

5
3 ÉTICA PROFISSIONAL

Fonte: www.sindjorce.org.br

Segundo uma perspectiva geral, pode-se entender por ética, o conjunto de


normas de comportamento, baseado em princípios morais, que ditam a conduta nas
sociedades organizadas e, portanto, é imprescindível em todo e qualquer
relacionamento humano.

“Ética é um princípio, um potencial dentro do homem, aplicável, sem dúvida,


a todas as atividades humanas, ajudando os homens a encontrar um
relacionamento adequado entre si” (CIONE, 1988, apud SILVEIRA 2014, p.
3).

O campo ético é constituído pelos valores e pelas obrigações que formam o


conteúdo das condutas morais, isto é, as virtudes; bem como pela relação entre
vontade e paixão, vontade e razão; finalidades e valores da ação moral; ideias de
liberdade, responsabilidade, dever e obrigação. Os valores são o ponto de partida das
ações humanas influenciando suas decisões, sendo que a ordenação e a
hierarquização de princípios, valores e normas definem o conteúdo ou teor do caráter,
bem como as ações do ser humano.
A origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que quer dizer usos, hábitos e
costumes, bem como o modo de ser e/ou o caráter. Os romanos traduziram o “ethos”
grego, para o latim “mos” ou, no plural, “mores”, originando a palavra moral. Tanto
“ethos” como “mos” indicam um tipo de comportamento humano que não é natural,

6
mas que é adquirido ou cristalizado pelo hábito. Pode-se refletir que a ética e a moral
compõem a natureza de deveres nas relações humanas construída histórica e
socialmente.
Ética pode ser entendida, segundo uma perspectiva filosófica, como aquilo que
é bom para o indivíduo e sociedade entende-se como sendo o lema máximo da ética:
o bem comum.
Os termos, “ethos” e “mos” podem ser entendidos em três sentidos:
a) morada ou abrigo;
b) caráter ou índole; e
c) hábitos ou costumes.
Considerando a influência da ética e da moral nos critérios de escolha de um
determinado tipo de conduta existe uma distinção entre ética e moral. Por moral deve-
se compreender o conjunto de regras de condutas assumidas livre e conscientemente
pelos indivíduos, com a finalidade de organizar as relações interpessoais, segundo os
valores do bem e do mal. Entende-se por ética, a parte da filosofia que consiste da
reflexão sobre as noções e os princípios que fundamentam a vida moral, o estudo da
moralidade do agir humano e da retidão frente à ordem moral,

A ética é a disciplina filosófica que investiga os diversos sistemas de morais


elaborados pelos homens, buscando compreender a fundamentação das
normas e proibições próprias a cada uma e explicar seus pressupostos, ou
seja, as concepções sobre o ser humano e a existência que os sustenta
(FIGUEIREDO, 2008, apud SILVEIRA 2014, p. 4).

Os códigos de ética profissionais apresentam um conjunto de normas de


comportamento que se enquadram como elementos para definição de condutas
virtuosas, neste caso, condutas profissionais que contribuem para um relacionamento
adequado entre pacientes e profissionais, bem como entre estes. Os valores e
obrigações contidos nos códigos de ética profissionais existem para orientar as
decisões humanas na trajetória da retidão em meio às atividades profissionais
estendendo o conceito da ética geral para a realidade laboral, organizando as relações
interpessoais e a harmonia para o indivíduo e sociedade.
A ética não pode ser encarada como um simples estudo psicológico. Os
códigos de ética profissionais orientam e disciplinam certas maneiras de agir. Em

7
qualquer profissão, principalmente quando se trata de atividade social, a ética deve
ser cumprida e que o respeito é indispensável.

4 PROFISSÃO E CÓDIGO DE ÉTICA

Fonte: cerradoeditora.com.br

A ética profissional é a aplicação da ética geral no âmbito das ocupações


profissionais, trata-se de uma tentativa de legitimar princípios morais de valor comum
aceitos por um grupo determinado. Portanto, existem códigos de ética de diferentes
profissões, como direito, medicina, psicologia e psicologia educacional.

[...]“a ética profissional estuda códigos de ética específicos a cada área de


aplicação e que na realidade seriam códigos morais, pois se limitam a normas
que possibilitam um bom relacionamento interpessoal...”. (PAVIANI, 1988,
apud COSTA, 2007, p. 6).

É necessário que sejam reconhecidos os limites das normas, pois dependem


de situações sociais e históricas, embora o fato de não haver um código de ética em
certa profissão não impeça que os profissionais reflitam sobre um comportamento
ético.
O Código de Ética é responsável por estruturar e resumir os requisitos éticos
de orientação, disciplina e controle. O Código de Conduta Profissional visa proteger
os interesses dos profissionais e clientes, apoiar os seus interesses e proteger as suas
relações.
8
O Código de Ética visa a proporcionar ocasiões de articular interesses
individuais e coletivos, ainda que ele represente uma tentativa de elevar a
consciência moral dos indivíduos na busca de inseri-los numa relação social
abrangente. (FLORES, 1993, apud COSTA, 2007, p. 6).

No decorrer da vida, situações incomuns ocorrem com qualquer pessoa, essas


situações desequilibram os hábitos. Nestes, e em outros momentos importantes, o
Código de Ética pode recomendar, justificar e apoiar as ações a serem tomadas. No
entanto, isso não garante o sucesso nem se destina a criar dependências. Mas
direciona o especialista para o bem comum, alinhando as relações interpessoais com
o auxílio na autoridade de uma comunidade, formalizando a convivência das pessoas.

O Código de Ética deve estar sob o controle de seu órgão representativo, e


ser homologado pelo poder público e ser dado ao conhecimento de toda a
sociedade. Também, enfatiza que o órgão representativo deverá contar com
um Conselho de Ética, eleito pelos integrantes da profissão, para o
julgamento dos profissionais que forem denunciados por violar normas do
código e estabelecer as sanções necessárias. PADIM,1997, apud COSTA,
2007, p. 6).

O Código de Ética não obsta a liberdade do profissional, pois ele possui a


liberdade para segui-lo ou não, mas a responsabilidade e consequências recai sobre
seus atos.
Aderir às regras contidas no código de ética importa que é necessário
compreender e seguir a lógica das decisões nele apresentadas e claramente a
consciência profissional de qualquer pessoa que se subordina a esse código. E a
consciência profissional é algo tem se modelado de pouco a pouco em cada pessoa,
devido ao fato da crise ética se tratar de uma experiência geral que está presente em
todos os tempos e comum a todas as divisões sociais e profissões e a constante
necessidade de escolher, decidir, deve ter, agir ou saber com prudência.
Os códigos de ética fazem parte de um sistema de valores que direcionam o
comportamento das pessoas, dos grupos, das organizações e dos seus gestores.
Assim, se os códigos de ética integram um sistema de valores que organiza o
comportamento humano, então dar vida às regras, dar-lhes sentido, é acreditar em
sua relevância.
As orientações éticas se encontram presentes em diversas profissões, como
um instrumento que direciona a postura de seus respectivos profissionais. É o caso

9
de áreas como a medicina, a lei “Código de Ética e Disciplina dos Advogados”,
psicologia e psicologia educacional.

5 A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA

Desde 1980, data da criação da ABPp, os psicopedagogos brasileiros contam


com o apoio desta associação, que se preocupa com os interesses e os anseios da
classe e luta pelos seus direitos. Além disso, a Associação Brasileira de
Psicopedagogia contribuiu e contribui para que os profissionais da Psicopedagogia
construam espaços de discussões, estudos e pesquisas sobre a teoria e a prática
psicopedagógicas.

[...] ao longo de sua existência a associação tem promovido vários encontros


e congressos visando dentre outras coisas refletir sobre: a formação do
psicopedagogo, a atuação psicopedagógica objetivando melhorias da
qualidade de ensino nas escolas, a identidade profissional do psicopedagogo,
o campo de estudo e atuação do psicopedagogo, o enfoque psicopedagógico
multidisciplinar. (PERES, 1998, AMORIM, 2011, p. 10).

Essa característica da Associação Brasileira de Psicopedagogia, de ser um


órgão que representa a classe, luta pelos seus direitos e pela formação na área, é
peculiar se pensarmos na forma de sua organização institucional, composta por um
Conselho Nacional que reúne membros de diversos segmentos e de diversas regiões
do país e se compõe da seguinte maneira: Conselho Nato, constituído pelos ex-
presidentes da ABPp, que passam a integrá-lo ao final de cada gestão; Conselheiros
eleitos, que representam os associados de todo o Brasil e os representantes das
Seções e Núcleos.
Com o intuito de propor uma identidade própria à Psicopedagogia no Brasil e
difundir os conhecimentos na área, a Associação Brasileira de Psicopedagogia - ABPp
organizou um documento acerca da identidade profissional do psicopedagogo e dos
objetivos dessa área do conhecimento. O documento passou por várias reformulações
na tentativa de entrelaçar o conteúdo de formação e a atuação profissional. Desse
documento originou, em 1992, o Código de Ética do Psicopedagogo.
A discussão em torno da questão do reconhecimento da profissão gerou grande
inquietação entre vários segmentos acadêmicos. Considera-se que o Código de Ética
era essencial e necessário, tendo em vista que a profissão não era reconhecida. Este
10
passou a ser o documento norteador dos princípios da Psicopedagogia, das
responsabilidades gerais dos psicopedagogos, das relações destes com outras
profissões, sobre a importância do sigilo.

5.1 O código de ética da associação brasileira de psicopedagogia (ABPP)

O Código de Ética da categoria foi elaborado no biênio 91/92 da ABPp e


reformulado pelo Conselho Nacional e Nato do biênio 95/96, ele se encontra
disponível no site da ABPp e deve ser seguido por todos os psicopedagogos, pois
representa a disponibilidade e a seriedade no desempenho da atividade. Ele
regulamenta as seguintes situações:
- O capitulo I é dedicado aos princípios da Psicopedagogia;
- O capitulo II diz da formação do psicopedagogo;
- O capítulo III trata das atividades psicopedagógicas;
- O capitulo IV diz das responsabilidades dos psicopedagogos, dos seus
deveres fundamentais;
- O capítulo V trata dos instrumentos e técnicas;
- O capítulo VI retrata as normas para as publicações científicas;
- O capítulo VII fala sobre a publicidade profissional;
- O capítulo VIII trata dos honorários;
- O capítulo IX diz da observância e do cumprimento do Código de Ética;
e
- O capítulo X traz as disposições gerais

11
CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS:

Artigo 1º

A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do


processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e
o contexto sócio histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em
diferentes referenciais teóricos.
Parágrafo 1º
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento, relacionada
com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os processos de
aprendizagem e as suas dificuldades.
Parágrafo 2º
A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes âmbitos
da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o institucional e o clínico.

Artigo 2º

A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utilizando métodos,


instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de aprendizagem,
cabíveis na intervenção.

Artigo 3º

A atividade psicopedagógica tem como objetivos:


1) Promover a aprendizagem, contribuindo para os processos de inclusão
escolar e social;
2) Compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem;
3) Realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia;
4) Mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem.

12
Artigo 4º

O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e elaborar a


organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde no que
concerne às questões psicopedagógicas.

CAPÍTULO II – DA FORMAÇÃO:

Artigo 5º

A formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em curso de


pós-graduação – especialização “lato sensu” em Psicopedagogia, ministrados em
estabelecimentos de ensino devidamente reconhecidos e autorizados por órgãos
competentes, de acordo com a legislação em vigor.

CAPÍTULO III – DO EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES PSICOPEDAGÓGICAS:

Artigo 6º

Estão em condições do exercício da Psicopedagogia os profissionais


graduados e/ou pós-graduados em Psicopedagogia – especialização “lato sensu” – e
os profissionais com direitos adquiridos anteriormente à exigência de titulação
acadêmica e reconhecidos pela ABPp. É indispensável ao psicopedagogo submeter-
se à supervisão psicopedagógica e recomendável processo terapêutico pessoal.

Parágrafo 1º
O psicopedagogo, ao promover publicamente a divulgação de seus serviços,
deve fazê-lo de acordo com as normas do Estatuto da ABPp e os princípios deste
Código de Ética.

Parágrafo 2º
Os honorários devem ser tratados previamente entre o cliente ou seus
responsáveis legais e o profissional, a fim de que:
1) Representem justa contribuição pelos serviços prestados, considerando
condições socioeconômicas da região, natureza da assistência prestada
e tempo despendido;
13
2) Assegurem a qualidade dos serviços prestados.

Artigo 7º

O psicopedagogo está obrigado a respeitar o sigilo profissional, protegendo a


confidencialidade dos dados obtidos em decorrência do exercício de sua atividade e
não revelando fatos que possam comprometer a intimidade das pessoas, grupos e
instituições sob seu atendimento.

Parágrafo 1º
Não se entende como quebra de sigilo dar informações sobre o cliente a
especialistas e/ou instituições, comprometidos com o atendido e/ou com o
atendimento.

Parágrafo 2º
O psicopedagogo não deve revelar como testemunha, fatos de que tenha
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor
perante autoridade judicial.

Artigo 8º

Os resultados de avaliações só devem ser fornecidos a terceiros interessados,


mediante concordância do próprio avaliado ou de seu representante legal.

Artigo 9º

Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos cujo acesso não


deve ser franqueado a pessoas estranhas ao caso.

Artigo 10

O psicopedagogo deve procurar manter boas relações com os de


profissionais diferentes categorias, observando para esse fim, o seguinte:
1) Trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas;

14
2) Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de
especialização, encaminhando-os a profissionais habilitados e
qualificados para o atendimento.

CAPÍTULO IV – DAS RESPONSABILIDADES:

Artigo 11

São deveres do psicopedagogo:


a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem
da aprendizagem humana;
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito, pela atitude
crítica e pela cooperação com outros profissionais;
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos parâmetros
da competência psicopedagógica;
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição clara do seu
parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por meio de documento pertinente;
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a título de
exemplos e estudos de casos;
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia da classe
e a manutenção do conceito público.

CAPÍTULO V – DOS INSTRUMENTOS

Artigo 12

São instrumentos da Psicopedagogia aqueles que servem ao seu objeto de


estudo – a aprendizagem. Sua escolha deve decorrer de formação profissional e
competência técnica, sendo vetado o uso de procedimentos, técnicas e recursos não
reconhecidos como psicopedagógicos.

15
CAPÍTULO VI – DAS PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS

Artigo 13

Na publicação de trabalhos científicos devem ser observadas as seguintes


normas:
1) As discordâncias ou críticas devem ser dirigidas à matéria em discussão
e não ao seu autor;
2) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deve ser dada igual ênfase
aos autores e seguir normas científicas vigentes de publicação. Em
nenhum caso o psicopedagogo deve se valer da posição hierárquica
para fazer publicar, em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob
sua orientação;
3) Em todo trabalho científico devem ser indicadas as referências
bibliográficas utilizadas, bem como esclarecidas as ideias, descobertas
e as ilustrações extraídas de cada autor, de acordo com normas e
técnicas científicas vigentes.

CAPÍTULO VII – DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL:

Artigo 14

Ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deve fazê-lo com


exatidão e honestidade.

CAPÍTULO VIII- DOS HONORÁRIOS:

Artigo 15

O psicopedagogo, ao fixar seus honorários, deve considerar como parâmetros


básicos as condições socioeconômicas da região, a natureza da assistência prestada
e o tempo despendido.

16
CAPÍTULO IX – DA OBSERVÂNCIA E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE
ÉTICA DO PSICOPEDAGOGO:

Artigo 16

Cabe ao psicopedagogo cumprir este Código de Ética.

Parágrafo único
Constitui infração ética:
1) Utilizar títulos acadêmicos e/ou de especialista que não possua;
2) Permitir que pessoas não habilitadas realizem práticas
psicopedagógicas;
3) Fazer falsas declarações sobre quaisquer situações da prática
psicopedagógica;
4) Desviar para atendimento particular ou para outra instituição, por
qualquer meio, visando benefício próprio;
5) Receber ou exigir remuneração, comissão ou vantagem por serviços
psicopedagógicos que não tenha efetivamente realizado;
6) Assinar qualquer procedimento psicopedagógico realizado por terceiros,
ou solicitar que outros profissionais assinem seus procedimentos.

Artigo 17

Cabe ao Conselho Nacional da ABPp zelar, orientar pela fiel observância dos
princípios éticos da classe e advertir quando houver infrações.

Artigo 18

O presente Código de Ética pode ser alterado por proposta do Conselho


Nacional da ABPp e deve ser aprovado em Assembleia Geral.

17
CAPÍTULO X – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS:

Artigo 19

O Código de Ética tem seu cumprimento recomendado pelos Conselhos


Nacional e Estaduais da ABPp.

Artigo 20

O Código de Ética do Psicopedagogo foi criado pelo Conselho Nacional da


ABPp do biênio 1991/1992 e reformulado pelo Conselho Nacional do biênio
1995/1996. A presente reformulação foi proposta ao Conselho Nacional dos triênios
2008/2010 e 2011/2013 novamente atualizado pela Comissão de Ética e com
anuência do Conselho Nacional da ABPp triênio 2017/2019, aprovado em Assembleia
Geral realizada em 26/outubro 2019.

6 REFLEXÕES SOBRE O CÓDIGO DE ÉTICA DA PSICOPEDAGOGIA

Fonte: jornadapsicopedagogiars.com.br

Dos Princípios (Capítulo I):


Nesse capítulo consta a definição do campo de atuação do psicopedagogo
como sendo o campo composto pela saúde e educação, e que trata os problemas de

18
aprendizagem. Na Psicopedagogia há a existência de recursos específicos para o
diagnóstico e a intervenção psicopedagógica. É importante destacar que a natureza
deste trabalho pode ser clínica ou institucional, preventiva e curativa.
Sobre a formação do psicopedagogo (Capítulo II):
Nesse capítulo é levado em consideração a formação em pós-graduação, para
o exercício da Psicopedagogia, também há menção a necessidade da supervisão, e
aconselha a supervisão do trabalho.
 Do Sigilo (Capítulo III, art. 7º):
Nesse ponto é destacado a necessidade da observância ao sigilo e da
concordância do cliente para que outros especialistas tenham acesso a dados de seu
desenvolvimento, como por exemplo: resultados da avaliação e acesso a prontuários.
 Das Relações Com Outros Profissionais (Capítulo III, art.10):
Aborda a necessidade de reconhecimento dos limites da psicopedagogia,
quando necessário fornecer o encaminhamento e delinear o campo de ação como
problema de aprendizagem.
Das Responsabilidades do Psicopedagogo (Capítulo IV):
Aqui há o reforço da necessidade de atualização dos conhecimentos, o
tratamento das relações com diferentes profissionais (especialistas em outras áreas),
reiterando o respeito aos limites da profissão; há também a necessidade de lidar com
segredos profissionais para proteger os clientes; Outro aspecto importante é a
valorização da cooperação de especialistas para promover a ampliação de suas áreas
de atuação por meio do desenvolvimento de pesquisas.
Das Publicações Científicas (Capítulo VI):
Nesta seção há a orientação para a publicação de obras, a necessidade de se
limitar à crítica, ao assunto e não ao autor; recomenda também a utilização de ordem
alfabética ou de precedência para destacar os colaboradores do trabalho de pesquisa,
ressalta a necessidade de não se utilizar da posição hierárquica ocupada para obter
privilégios; recomenda que os trabalhos utilizados no desenvolvimento da pesquisa
sejam indicados na bibliografia, esclarecendo as ideias exploradas.
Da Publicidade do Profissional (Capítulo VII):
Aqui são oferecidos critérios para publicidade do profissional destacando a
necessidade da honestidade ao divulgar o trabalho profissional.
Dos Honorários (Capítulo VIII):
19
Nesse capítulo se destaca a importância de combinar antecipadamente os
horários e preço justo para diagnósticos e intervenção.
Da Observância e Cumprimento (Capítulo IX):
É abordado aqui sobre a liberdade como princípio de ética, ressalta a apuração
de irregularidades no exercício da Psicopedagogia, demonstra a importância da
advertência; e elucida sobre a competência da ABPp para promover as alterações do
Código de ética.
Das Disposições Gerais (Capítulo X):
Esclarece a data em que o Código de Ética foi formulado, assinala que esta é
a primeira alteração (1996).
Levando em consideração a reformulação deste Código, publicado em 1996
traz as seguintes ponderações:
O Artigo 1º define a Psicopedagogia como um campo de atuação em Educação e
Saúde que lida com o processo de aprendizagem humana em seus padrões
normais e patológicos, considerando a influência do meio – família, escola e
sociedade – no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da
Psicopedagogia.
A redação desse artigo foi alterada se desdobrando nos seguintes:
Artigo 2º: considera que a Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar e utiliza
recursos das várias áreas do conhecimento humano para a compreensão do ato
de aprender, no sentido ontológico e filogenético, valendo-se de métodos e
técnicas próprias.
Parágrafo Único: esclarece que a intervenção psicopedagógica é sempre da
ordem do conhecimento relacionado com o processo de aprendizagem. Faz-se
necessário ressaltar que o artigo 3º, que rege o trabalho psicopedagógico foi
alterado e recebeu a seguinte redação: “O trabalho psicopedagógico é de natureza
clínica e institucional, de caráter preventivo e/ou remediativo”. (Código de Ética da
Psicopedagogia).
O Artigo 4º dá providência ao exercício da profissão: estarão em condições do
exercício da Psicopedagogia os Profissionais graduados em 3º grau, portadores
de certificados de cursos de Pós-Graduação de Psicopedagogia, ministrado em
estabelecimento de ensino oficial e/ou reconhecido, ou mediante direitos

20
adquiridos, sendo indispensável submeter-se à supervisão e aconselhável
trabalho de formação pessoal. (Código de Ética da Psicopedagogia).
Artigo 5º: traz esclarecimentos a respeito dos fins do trabalho psicopedagógico
considerando que tem como objetivo:
a) Promover a aprendizagem, garantindo o bem-estar das pessoas em
atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis,
incluindo a relação interprofissional;
b) Realizar pesquisas científicas no campo da psicopedagogia (Código de
Ética da Psicopedagogia).

No Capítulo II, o que trata das “Responsabilidades dos Psicopedagogos”, o


código estipula, no Artigo 6º, que são deveres fundamentais dos Psicopedagogos:

a) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que


tratem do fenômeno da aprendizagem humana;
b) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outra área, mantendo
uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação às diferentes visões
de mundo;
c) Assumir somente as responsabilidades para as quais esteja preparado
dentro dos limites da competência Psicopedagógica;
d) Colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações de
classe sempre que possível;
f) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente uma
definição clara do seu diagnóstico;
g) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos relatos e
discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos;
h) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas destes;
i) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser
conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com ato ilícito ou calúnia.
O respeito e a dignidade na relação profissional são deveres fundamentais
do psicopedagogo para a harmonia da classe e manutenção do conceito
público (Código de Ética da Psicopedagogia

Conforme o Código de Ética da Psicopedagogia, reza o Artigo 7º, Capítulo III,


que para o psicopedagogo deve manter e desenvolver boas relações com os
componentes das diferentes categorias profissionais, deverá observar o seguinte:
 Trabalhar nos restritos limites das atividades que lhes são reservadas;
 Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de
especialização, encaminhando-os a profissionais habilitados e
qualificados para o atendimento.

21
No Capítulo IV houveram alterações acerca do sigilo (Artigo 8º, 9º, 10º e 11º).
Se ressaltou a importância do sigilo. No Artigo 9º é expresso que “o psicopedagogo
não deverá revelar como testemunha, fatos de que tenha conhecimento no exercício
de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor perante autoridade competente.”
O Capítulo V, aborda sobre as Publicações Científicas e houveram
modificações na sua redação, especialmente nas letras b e c, mas seu conteúdo
permaneceu o mesmo, ficando redigido da seguinte maneira:

Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes


normas:
a. As discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em
discussão e não ao autor;
b. Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada ênfase
aos autores, sendo de boa norma dar prioridade na enumeração dos
colaboradores, àqueles que mais contribuíram para a realização do
trabalho;
c. Em nenhum caso, o psicopedagogo se prevalecerá da posição
hierárquica para fazer publicar trabalhos sob sua orientação;
d. Em todo trabalho científico, deve ser indicada a fonte bibliográfica
utilizada, bem como esclarecidas as idéias descobertas e ilustrações
de cada autor. (Código de Ética da Psicopedagogia).

O Capítulo VI, que trata sobre a Publicidade Profissional, teve alteração no


Artigo 13º, houve a substituição da palavra dignidade por honestidade.
Apesar de não ter ocorrido alteração no sentido do artigo 14º sua redação foi
modificada. O Artigo 14º, considera que “O psicopedagogo poderá atuar como
consultor científico em organizações que visem lucro com venda, de produtos, desde
que busque sempre a qualidade dos mesmos”. (Código de Ética da Psicopedagogia,
1996).
O Artigo 15º, afirma que “os honorários deverão ser fixados com cuidado a fim
de que representem justa retribuição aos serviços prestados e devem ser contratados
previamente”. (Código de Ética da Psicopedagogia,1996).
O Capítulo IX, que trata da Observância e Cumprimento do Código de Ética e
o Artigo 18º, apresentam modificações na redação, pois, no anterior (1992) dizia que
cabe ao Conselho Nacional da ABPp, a apuração de faltas cometidas, contra este
código, a avaliação e advertência quando necessária.
A redação de 1996 é a seguinte: Artigo 18º “Cabe ao Conselho Nacional da
ABPp orientar e zelar pela fiel; observância dos princípios éticos da Classe”. (Capítulo
X, Código de Ética da Psicopedagogia.).Neste mesmo capítulo houve alterações na

22
redação do artigo 19º ressaltando que: “Código poderá ser alterado por proposta do
Conselho da ABPp e aprovado em Assembléia Geral.” (Capítulo X, Código de Ética
da Psicopedagogia.).
O Capítulo X, “Disposições Gerais”, em seu Artigo 20º na redação anterior
(1992) dizia respeito à entrada em vigor do código de ética após sua aprovação em
assembléia geral. Pela redação de 1996 do Artigo 20, o Código de Ética entrou em
vigor após sua aprovação em Assembléia Geral, realizada no 5º Encontro e 2º
Congresso de Psicopedagogia da ABPp em 12/07/1992 e que sofreu a primeira
alteração proposta pelo Congresso Nacional e Nato no biênio 95/96 sendo aprovado
em 19/07/96, na Assembléia Geral de III Congresso Brasileiro de Psicopedagogia da
ABPp.
No tocante às alterações, a mais significativa está no Artigo 4º, cuja redação
original diz que: estão em condições de exercer a Psicopedagogia os portadores de
certificados de curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia, ministrados em
estabelecimento de ensino reconhecido ou credenciado pela ABPp, sendo
indispensável a supervisão, o estágio prático e formação pessoal.. (Código de Ética
da Psicopedagogia).
Na atual versão, não há referências à exigência ao estágio prático. Contudo, é
necessário ressaltar que o curso de Especialização em Psicopedagogia não pode ser
concluído sem o estágio, visto que os estudantes do mesmo advêm de áreas diversas
do conhecimento, tendo como ponto comum o interesse pela área educacional. Deste
modo, proporcionar estágio prático, tanto na área clínica quanto na institucional, é
zelar pela qualidade dos profissionais que estão sendo formados, e pela qualidade
dos trabalhos por eles oferecidos.
O cenário da educação brasileira configura, conforme resultados do último
Censo, em crescimento no número de matriculas em todos os níveis e modalidades
de ensino. Isso faz com que se reflita sobre a qualidade do processo educacional e a
função social que as instituições de ensino agregam.
As questões que permeiam a excelência educacional e o desenvolvimento
holístico do ser aprendente tornam-se cada vez mais presentes no direcionamento
das políticas públicas em educação. É nesse panorama que cresce a necessidade do
profissional da psicopedagogia, visto que sua prática incide essencialmente sobre o
fenômeno da aprendizagem.
23
Aprendizagem em seu processo macro, num processo educativo na vida, na
sociedade e nas relações. Os espaços educacionais, no cumprimento de sua função
social, devem desenvolver, nas crianças e jovens, competências e habilidades
condizentes com as exigências da contemporaneidade.
Nesse sentido, faz-se necessária a reflexão das ações pedagógicas por todos
os atores envolvidos no processo educacional, no que diz respeito a conhecer e
reconhecer a importância do sujeito da aprendizagem, a entender o que pode facilitar
ou impedir que se aprenda. Auxiliando professores e todos aqueles envolvidos com o
processo de ensino e aprendizagem surge a Psicopedagogia, campo de
conhecimento que se ocupa com os problemas de aprendizagem, numa visão
transdisciplinar, podendo orientar comunidade escolar e acadêmica na perspectiva de
transformar as relações com o aprender e o ensinar.
As questões em torno da formação do psicopedagogo e da regulamentação
profissional aliadas ao contexto global da atuação desse novo agente social explicam
a importância crescente da Psicopedagogia que, na sua concepção atual, já nasce
com uma perspectiva globalizadora condizente com os rumos da aprendizagem na
atualidade, ocupando um lugar privilegiado, sistêmico, consoante os novos
paradigmas científicos de natureza complexa e transdisciplinar, porque justamente
não está em um único lugar.
Sua força está localizada no poder de transitar entre a objetividade e a
subjetividade, entre o ensinante e o aprendente. Nesse sentido, a Psicopedagogia tem
um papel social relevante, uma vez que sua atuação contribui para a superação do
fracasso escolar e acadêmico, tão presente em nossos espaços educacionais.

7 AS IMPLICAÇÕES DA ÉTICA PROFISSIONAL NA ATUAÇÃO DA


PSICOPEDAGOGIA

Uma das preocupações com a formação do futuro profissional da área da


Psicopedagogia tem sido o adequado desenvolvimento, atuação e habilidades na boa
atuação da Psicopedagogia, ou seja, numa prática ideal do profissional. Assim o
código de ética da psicopedagogia deve ser o instrumento capaz de nortear, direcionar
e posicionar a práxis do psicopedagogo.

24
Não há dúvidas de que a profissão de uma pessoa marca sua existência e
consequentemente a sua continuação, principalmente, quando ela integra inteligência
e afetividade, pois não há como separar a vida pessoal da profissional, por mais que
se tente, porque a boa funcionalidade de uma profissão depende de sua realização
não só profissional, mas, principalmente, uma satisfação pessoal, o que levará
consequentemente ao crescimento do indivíduo.
Portanto, a atuação profissional do sujeito é resultado da sua personalidade
integral, ou seja, a profissão é influenciada por valores pessoais, por atitudes frente à
vida, enfim, frente às condições de ser humano. O código de ética não só da
Psicopedagogia, mas de muitas outras profissões, comporta uma aprendizagem
especial na área de seu conhecimento sistemático e orgânico. Assinala também uma
real e autêntica necessidade de o profissional submeter-se a uma auto avaliação, ao
conhecimento de sua práxis e importância de seu bom desempenho, a uma boa
supervisão e aconselha um atuante trabalho de formação pessoal e profissional.
Submeter-se a supervisão é essencial na atuação de qualquer profissional, pois
ela que contribui para a eficiência e bons resultados do trabalho, assim como a
formação pessoal, entendida como também uma constante na atualização
profissional. Questões que envolvem a ética profissional, são bastante discutidos,
mas, em especial a ética do psicopedagogo, pois essa tem o poder de articulação
entre indivíduo e o social (afinal, o homem não sabe e nem pode viver fora da
sociedade, portanto, é imprescindível viver e conhecer bem suas regras e conviver
bem numa ética de ações).
Algumas questões que implicam a ética no cotidiano da psicopedagogia, tais
como uso de recursos para diagnóstico e intervenção psicopedagógica; delimitação
de campo de atuação e relação com outros profissionais, opta-se por investigar o
código de ética enquanto instrumento norteador das práxis, pois essa viabiliza ao
desenvolvimento do indivíduo enquanto profissional responsável pelo psicossocial.
Dessa forma pretende-se refletir a respeito da psicopedagogia enquanto área
de atuação e profissão, pois sistematiza e assim visa contribuir para a reflexão integral
da ética, não como algo isolado, inautêntico, sem importância, ou mesmo distante da
realidade, mas algo que deve estar ciente e fazer parte desse cotidiano. Pois um bom
profissional parte de suas inquietações, portanto, não é diferente para o bom
psicopedagogo, principalmente na sociedade, onde é sua área de atuação.
25
8 A PSICOPEDAGOGIA

Fonte: centrodeneuroaprendizagem.com.br

O progresso traz muitas alterações à sociedade, uma delas é o


desaparecimento de algumas profissões e o surgimento de outras. O que caracteriza
o aparecimento de qualquer profissão é a existência de pessoas exercendo essa
função antes de sua formalização. Alguns motivos para o aparecimento de toda
profissão, sendo eles a demanda social, os recursos para atender à demanda e
pessoas que organizam e recriam os recursos disponíveis para a demanda.
No caso da psicopedagogia, a demanda é a existência de crianças
normalmente desenvolvidas que não conseguem sucesso na escola, fato que justifica
a prática psicopedagógica, ou seja, pessoas que atuam para sanar os problemas, os
psicopedagogos,

Acredita-se que o psicopedagogo sabe que sua profissão consiste na


transmissão de conhecimentos, não sendo uma atividade neutra para ambas
as partes (o sujeito que necessita de ajuda e o psicopedagogo), pois a relação
de afeto que se estabelece entre o psicopedagogo e o aprendente é
necessária ao desenvolvimento da relação educativa.( NERY,1986, apud
BOSSA, 2000, p.25)

Assim, considera-se que o papel do psicopedagogo é levar a criança a integrar-


se novamente à vida normal, respeitando sua individualidade. O trabalho
psicopedagógico deve estar ancorado em alguns princípios gerais, tais como:

26
I. Acreditar que todo ser humano tem direito ao pleno acesso ao saber
acumulado, representado pela cultura;
II. Considerar a leitura e a escrita como ferramentas fundamentais de acesso
ao saber;
III. Nortear sua prática dentro dos princípios da liberdade do ser;
IV. Reconhecer e assumir a dupla polaridade de seu papel-transmisão de
conhecimento e compreensão dos fatores psicológicos que interferem no
ato de aprender;
V. Reconhecer o papel da família como transmissora da cultura, devendo
analisar e compreender os mecanismos dentro da relação familiar que
promovem bloqueio da aprendizagem;
VI. Reconhecer a escola como espaço privilegiado para a transmissão da
cultura, também, o valor de outras organizações sociais ainda mantendo
postura crítica frente às dificuldades geradas pela própria instituição
escolar.
De acordo com o primeiro princípio, o psicopedagogo deverá trabalhar para
possibilitar a todas as crianças o direito de aprender.
No segundo princípio a leitura e a escrita são ferramentas fundamentais para o
acesso ao saber acumulado representado pela cultura, o psicopedagogo deverá
contribuir para que o educando supere o problema de aprendizagem e consiga ter
acesso a esse saber.
Com o terceiro princípio o psicopedagogo deve respeitar a individualidade do
ser humano e ajudá-lo na superação de suas dificuldades.
O quarto princípio levanta questões de fronteiras com outras áreas, assim, o
psicopedagogo deverá requerer a plena preparação e utilização de recursos
disponíveis no acervo científico para uma atuação competente e responsável.
O quinto princípio acentua a necessidade de o psicopedagogo reconhecer o
papel da família e atuar orientando-a para fazê-la analisar e compreender fatores de
sua dinâmica que interferem na aprendizagem do sujeito. Já o sexto princípio destaca
a necessidade de se reconhecer a escola como espaço para transmissão de cultural,
assim como sua responsabilidade, na maioria das vezes, pelos problemas de
aprendizagem.

27
8.1 Campo de conhecimento da psicopedagogia

A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do


processo de aprendizagem humana e se tornou uma área de estudo específica que
busca conhecimento em outros campos e cria seu próprio objeto de estudo: o
processo de aprendizagem humana, seus níveis de desenvolvimento e a influência do
meio nesse processo.
É uma área de conhecimento que se dirige para o estudo da aprendizagem
enquanto processo inerente ao ser humano, configurando-se no âmbito das ciências
humanas. Nesse sentido, o objeto de estudo da Psicopedagogia é a aprendizagem
humana e o ser que aprende é o sujeito para o qual a Psicopedagogia se dirige.
Considerando que a Psicopedagogia é um campo de conhecimento
contemporâneo, ela se difere de outros campos como área de atuação e de reflexão,
pois leva em consideração a objetividade e subjetividade humanas e o conhecimento
das diversas formas de aprender. Ocupa-se dos problemas relacionados com a
aprendizagem humana, atuando em áreas próximas à Psicologia e à Pedagogia.
Evoluiu para atender às demandas sociais relacionadas aos problemas de
aprendizagem e ao fracasso escolar, constituindo-se, assim, numa prática.

[...] como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se


inicialmente do processo de aprendizagem. Portanto vemos que a
Psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana: como
se aprende, como esta aprendizagem varia evolutivamente e está
condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na
aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Este objeto de
estudo, que é um sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire
características específicas a depender do trabalho clínico ou preventivo.
(BOSSA, 2007, AMORIM, 2011, p. 12).

O psicopedagogo deve agregar conhecimentos multidisciplinares na sua


atuação profissional, tendo em vista que, nas avaliações diagnósticas, é necessária a
interpretação de diferentes dados. Esses conhecimentos auxiliarão o profissional da
Psicopedagogia na compreensão do quadro diagnóstico e a escola na melhor
metodologia de trabalho.

28
8.2 Campo de atuação da psicopedagogia

O campo de atuação da Psicopedagogia é focado na intervenção do processo


de aprendizagem, na avaliação das potencialidades, no diagnóstico e tratamento dos
seus obstáculos, sendo o psicopedagogo o profissional responsável por detectar e
tratar possíveis obstáculos relacionados à aprendizagem escolar.
Pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para
compreender e intervir nos processos de desenvolvimento da aprendizagem humana,
recorrendo a várias estratégias na tentativa de solucionar os problemas que podem
surgir. Numa linha preventiva, o psicopedagogo é o profissional indicado para
assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo de
ensino aprendizagem.
No espaço escolar o psicopedagogo pode contribuir para o esclarecimento das
dificuldades de aprendizagem que não têm como causa apenas deficiências do aluno,
mas que são consequências de problemas escolares, sejam eles ligados a fatores
organizacionais ou metodológicos.
Ele poderá atuar ainda preventivamente junto aos docentes explicando sobre
habilidades, conceitos e princípios para que ocorra a aprendizagem; pode também
trabalhar na formação continuada, na reflexão sobre currículos e projetos e atuar junto
às famílias dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem.

[...] a intervenção psicopedagógica na instituição escola se dirige ao sujeito


aprendente que sustenta o aluno, sua relação com os seus pares e com o
professor; ao sujeito ensinante que sustenta o professor, sua relação com o
grupo de alunos, com os pais e com o psicopedagogo, assim como ao sujeito
aprendente que também se encontra no professor; e ao sujeito aprendente
que se encontra no próprio psicopedagogo. (BARBOSA, 2001, AMORIM,
2011, p. 13).

Em uma linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de


aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais
e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas da saúde -
psicólogos, psicomotricistas, fonoaudiólogos, psiquiatras e psicanalistas, pois tais
dificuldades são multifatoriais em sua origem e muitas vezes exigem uma abordagem
multidisciplinar tanto na Saúde como na Educação, como, por exemplo, no
atendimento em ambientes hospitalares.

29
No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir para a compreensão
e o estabelecimento de vínculos positivos entre as pessoas, ou seja, com a melhoria
da qualidade das relações inter e intrapessoais dos indivíduos que trabalham na
empresa. O papel do psicopedagogo é intervir nos fatores que prejudicam o bom
andamento ou funcionamento na dinâmica grupal em uma empresa, adequando o
conteúdo do planejamento da ação pedagógica, bem como das relações humanas
que se estabelecem no âmbito empresarial. Faz-se a intervenção de acordo com a
finalidade e o objetivo da instituição, partindo da história da organização e suas
características próprias.
A contribuição da Psicopedagogia para o campo empresarial é a de levar a
vivência da organização ao grupo, tomando como base o desenvolvimento cognitivo
para um maior e melhor desempenho onde está inserida, dando importância às
atividades e ações, mostrando objetivos, metas e a missão, atuando de forma direta
e clara com seus funcionários. Caracteriza-se também como um enfoque preventivo,
dando sentido ao sujeito na busca do significado da aprendizagem e reflexão de ações
assumindo a maturação.

9 A FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA

Fonte: congressodepsicopedagogia.com.br

30
Rubinstein (et al, 2004 apud SILVA; LORENZINI, 2017) afirma que já existiam
cursos de especialização em Psicopedagogia oferecidos por institutos particulares,
associações de classe e iniciativa de profissionais preocupados com dificuldades de
aprendizagem, antes mesmo da existência de cursos formais dentro de universidades
e instituições de ensino superior.
A autora ainda declara que muitos profissionais que lidavam com a questão das
dificuldades de aprendizagem, tiveram sua formação acadêmica realizada
posteriormente. Existem dois fatores prováveis para que a formação em
Psicopedagogia no Brasil tenha se consolidado à nível de especialização, segundo
Rubinstein (et al, 2004 apud SILVA; LORENZINI, 2017).
O primeiro está relacionado ao fato de que os profissionais que atendiam
crianças com queixa escolar e se dedicavam à pesquisa nesta área, já eram formados
na Universidade. A autora aponta que houve a percepção de que a formação
universitária específica não atendia às necessidades profissionais na referida área de
atuação. O segundo fator, apresentado por Rubinstein (et al, 2004, p. 233 apud SILVA;
LORENZINI, 2017), está ligado a fatos marcantes entre as décadas de 1950 e 1970
que influenciaram o “modo como se instalou a formação em Psicopedagogia no
Brasil”.
Os fatos citados pela autora são: o otimismo nos meios educacionais no que
tange as soluções para os problemas de ensino e aprendizagem; a expansão de
disciplinas que tinham como foco a questão destes problemas; regulamentação de
cursos de pós-graduação; criação de cursos de especialização lato sensu; e o fato de
a Psicopedagogia ser “um desses cursos em expansão uma vez que já havia grupos
significativos de profissionais atuando nessa área” (RUBEINSTEIN, et al, 2004 apud
SILVA; LORENZINI, 2017).
No que diz respeito às questões de legislação, há uma luta de quase 20 anos.
Na “Justificação”, apresentada pelo Deputado Barbosa Neto (1997 apud SILVA;
LORENZINI, 2017), ao final da redação do Projeto de Lei 3.124 de 1997, é enunciado
que a escola, para muitos, seria um palco de fracassos ou de desenvolvimento
insatisfatório e precário. É possível afirmar que, ainda na atualidade, a escola está um
tanto distante de ser um lugar onde o conhecimento é acessado de forma equânime
(LINDER-SILVA, 2015 apud SILVA; LORENZINI, 2017).

31
Neto (1997 apud SILVA; LORENZINI, 2017), enxergava na prática
psicopedagógica a resposta para as precariedades no aprendizado. Prática esta, [...]
exercida por um profissional especializado, o Psicopedagogo, cuja atuação visa não
apenas a sanar problemas de aprendizagem, considerando as características
multidisciplinares da pessoa que aprende, buscando melhorar seu desempenho e
aumentar suas potencialidades de aprendizagem (NETO, 1997, s/p apud SILVA;
LORENZINI, 2017).
Neto (1997 apud SILVA; LORENZINI, 2017) justificou que, devido aos
conhecimentos multidisciplinares e ao manuseio de instrumentos psicopedagógicos
específicos, os psicopedagogos seriam os profissionais mais bem preparados para
“atuar na melhoria da forma de aprendizagem e na resolução dos problemas
decorrentes desse processo”.

A “Justificação” descrita no projeto de lei 3.124 ainda apresentava que a


formação deveria acontecer [...] a partir de um curso de especialização em
nível de pós-graduação universitária, capaz de desempenhar um papel
específico nas dificuldades do processo de aprendizagem com uma sólida
fundamentação centrada no conhecimento científico, o qual deve ser
trabalhado por um conjunto de disciplinas que possibilitem a compreensão
dos problemas no processo de aprendizagem de forma global e não
fragmentada, constituindo uma estrutura com programação inter-relacionada
e com processo conjunto de avaliação (NETO, 1997, s/p apud SILVA;
LORENZINI, 2017).

10 O CARÁTER INTERDISCIPLINAR DA FORMAÇÃO

É impossível engessar a Psicopedagogia enquanto prática, num modelo pré-


concebido, pois os profissionais trazem traços marcantes de sua formação inicial e de
seu percurso acadêmico que é bastante variado; alguns são oriundos da área da
educação, outros da psicologia, outros ainda da fonoaudiologia, da terapia
ocupacional, entre outras.
Simultaneamente, a Psicopedagogia é uma práxis formalizada e que lida com
a compreensão e o tratamento dos problemas de aprendizagem com um foco
ampliado, mediante a contribuição de outras áreas do conhecimento humano, como a
Didática, a Psicologia, a Psicanálise, a Linguística, a Filosofia, Sociologia, as
Neurociências e outras.

32
O que legitima uma ocupação profissional é a formação em serviço, a formação
contínua nos fundamentos e técnicas que possibilitam a realização de um trabalho.
Neste sentido, interessa menos a ênfase em uma formação inicial e legal, como se
tem caracterizado a discussão sobre as questões acima, mas a ética de um saber
construído e aperfeiçoado continuamente de diferentes estilos.
É consenso entre a maioria dos profissionais que exercem a atividade de
Psicopedagogo, a necessidade de uma formação profissional que contemple
conhecimentos de várias áreas, uma vez que o conhecimento e a compreensão do
ato de aprender e a possível necessidade de intervenção demanda conhecimentos
elaborados por várias disciplinas.
É preciso, então, conhecer as dinâmicas dos fatores inconscientes, dos fatores
sócio culturais, dos fatores históricos familiares, etc. para elaborar projetos, quer seja
de maneira clinica quer seja preventivamente, que visem à construção de uma relação
potencializadora e, portanto, saudável com as aprendizagens, possibilitando a autoria
na busca da construção do conhecimento.
Sua formação possibilitará ser o mediador nos processos de transmissão e
apropriação dos conhecimentos, integrando de modo coerente, conhecimentos e
princípios de diferentes ciências humanas, sociais e da saúde. O realce para o caráter
interdisciplinar da formação reside no fato de que os psicopedagogos vão buscando
conhecimentos de outras áreas e criando o seu próprio objeto de estudo, que é,
segundo o Código de Ética da ABPp, o ser em processo de construção de
conhecimento, o ser cognoscente, trabalhando para a construção da autonomia desse
ser e afastando os obstáculos a essa construção.

33
11 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ABPp - Associação Brasileira de Psicopedagogia.

AMORIM, E. S. PSICOPEDAGOGIA: Regulamentação e Identidade Profissional,


Minas Gerais, 2011.

ANTONINO, E; VIGAS, M. C; PEIXOTO, M. de F. (orgs.). Ação psicopedagógica: uma


contribuição para a construção do conhecimento. Salvador: Editora da
Assembleia Legislativa da Bahia, 2012.

BARBOSA, L. M. S. A Psicopedagogia no Âmbito da Instituição Escolar. Curitiba:


Expoente, 2001.

BARBOSA, L. M. S. (org.). Intervenção psicopedagógica no espaço da


clínica. Curitiba: Ibpex, 2010.

BARBOSA, L. M.S. A psicopedagogia no âmbito da instituição escolar. Curitiba,


Expoente, 2001.

BARONE, L. M. C.; MARTINS, L. C. B.; CASTANHO, M. I. Psicopedagogia: teorias


da aprendizagem. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.

BOSSA, N. A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 3.


ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

BOSSA, N. A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 3.


ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

BOSSA, N A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto


Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. 2. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

BUBINSTEIN, Edith (org.) Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. São


Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.

BUSIN, A. F. Avaliação psicopedagógica: história de um percurso. Rio de Janeiro:


Wak, 2013.

34
CAMPOS, M. C. M. Atuação em psicopedagogia institucional: brincar, criar e
aprender em diferentes idades. Rio de Janeiro: Wak, 2013.

CASTANHO, M. I. S; SILVA, G. M. de F. (orgs.) Estudos de caso: da escuta à


escrita. Rio de Janeiro: Wak, 2015.

COSTA, T. de J.de P. Código de ética da psicopedagogia. São Paulo,2007.

FAGALI, E. Q. Os sentidos da história e a “Busca das Raízes” no processo de


aprender. In: BOMBONATTO, Q.; MALLUF, M. I. (orgs.). História da
Psicopedagogia e da ABPp no Brasil: fatos, protagonistas e conquistas. Rio de
Janeiro: Wak Ed., 2007.

FAGALI, E. Q. Encontros entre arteterapia e psicopedagogia: a relação dialógica


terapeuta cliente, educador e aprendiz. In: CIORNAI (org). Percursos da
Arteterapia. São Paulo: Summus Editorial, 2005.

FARIA, Sâmela Estéfany Francisco. Psicopedagogia: qual a contribuição do


especialista frente aos problemas de escolarização? Uma abordagem crítica. Rio
de Janeiro, 2017.

FELDMANN, J. A Importância do Psicopedagogo. SC. 2009.

FERNANDES, A. M. B.: Diagnóstico psicopedagógico: uma experiência vivida no


espaço de formação do curso de Psicopedagogia. Revista Psicopedagogia, 2012.

FERNÁNDEZ, A. A atenção aprisionada: psicopedagogia da capacidade


atencional. Porto Alegre: Editora Penso, 2012.

FERREIRA, M. E. M. P. (Org.). Psicopedagogia em tempo de expansão.


Guararema (SP): Anadarco Edit. & Comunicação, 2011.

FLORES, H. G. Ética e Conhecimento. Revista de Psicopedagogia. São Paulo, v.


12, 1993.

GONÇALVES, J. E. A Pesquisa em Psicopedagogia: Implicações e Aplicações na


Prática Profissional. In: Revista Científica da FAI, Santa Rita do Sapucaí-MG, v. 6,
nº 1, 2006.

35
GRAÇA, J. S. D; SILVA, A. B; NASCIMENTO M. R. S. A institucionalização da
psicopedagogia no Brasil. Aracaju, SE, 2014.

ILLERIS, K. (org.). Teorias Contemporâneas da Aprendizagem. Porto Alegre:


Penso, 2013

INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo


Escolar. Brasília, 2010.

LINDER-SILVA, J. Sentimento de injustiça de docentes como miopia


educacional: o (des) investimento pedagógico em adolescentes de periferia.
Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação,
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, 2015.

MARTINEZ, A. M; SCOZ, B; CASTANHO, M. I. Ensino e aprendizagem: a


subjetividade em foco. Brasília: Liber Livros, 2012.

MASINI, E F. S. Formação profissional em Psicopedagogia: embates e desafios.


Revista Psicopedagogia, v. 23, n. 72, 2006.

MENDES, M. H. Psicopedagogia: uma identidade em construção. Dissertação de


Mestrado. Universidade São Marcos, São Paulo, 1998.

MONEREO. C. e SOLÉ, I. O assessoramento psicopedagógico. Porto Alegre:


Artes Médicas, 2000.

MOOJEN, S. A escrita ortográfica na escola e na clínica: teoria, avaliação e


tratamento. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2009.

NEPOMOCENO, Taiane Aparecida Ribeiro. O psicopedagogo no contexto escolar


e o processo de aprendizagem, qual a relação? Educação Pública, v. 20, nº 47,
2020.

NETO, B. Projeto de lei nº 3.124, de 1997. Dispõe sobre a regulamentação da


profissão de Psicopedagogo, cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de
Psicopedagogia e determina outras providências. Brasil, 2017.

NOFFS, N. de A. A formação e regulamentação das atividades em


psicopedagogia. Revista Psicopedagogia, v. 33, n. 100, 2016.
36
PADIN, D. C. Ética na Política. In: Maria Luiza Marcílio Ernesto Lopes Ramos
(coordenadores). Ética na virada do século: busca do sentido da vida. São Paulo:
1997.
PAVIANI, J. Problemas de Filosofia da Educação. Rio de Janeiro: Vozes, 1988.

PERES, M. R. Psicopedagogia: Aspectos históricos e desafios atuais. In: Revista


de Educação. PUC-Campinas, v. 3, nº 5, p. 41-45, novembro 1998.

PORTILHO, E. M. L. et al Diretrizes Básicas da Formação de Psicopedagogos no


Brasil. Associação Brasileira de Psicopedagogia. São Paulo, 2008.

RUBINSTEIN, E. In: SCOZ et al. Psicopedagogia: contextualização, formação e


atuação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

RUBINSTEIN, E; CASTANHO, M. I; NOFFS, N. de A. Rumos da psicopedagogia


brasileira. Revista Psicopedagogia, São Paulo, v. 21, n. 66, 2004.

SANTOS, J; et al. Estudo comparativo sobre a formação em psicopedagogia em


três países: Argentina, Brasil e Espanha. Revista Psicopedagogia, v. 29, n. 90, p.
313-319, 2012.

SCICCHITANO, R.M.J.; CASTANHO, M. I. S. (orgs.) Avaliação psicopedagógica:


recursos para a prática. Rio de Janeiro: Wak, 2013.

SCOZ, B. Psicopedagogia e Realidade escolar: o Problema Escolar e de


Aprendizagem. 4ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes. 2000.

SCOZ, B. J. L., RUBINSTEIN, E.; ROSSA, E. M. M.; BARONE, L. M. C.


Psicopedagogia caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional.
Porto Alegre: Artmed, 1987.

SILVA, Jourdan Linder; LORENZINI, Vanir Peixer. A psicopedagogia e o processo


de formação de uma profissão ainda não regulamentada: o que dizem as
pesquisas? Santa Catarina, p. 15512 - 15125, jun. 2017.

TEIXEIRA, R. Projeto de lei da Câmara nº 31, de 2010. Dispõe sobre a


regulamentação do exercício da atividade de psicopedagogia. Brasil. 2010

37

Potrebbero piacerti anche