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a. Déc. 70: a educação de crianças de 0 a 6 anos adquiriu um novo estatuto no campo das políticas
e das teorias educacionais.
b. Medidas legais: CF/88, ECA, LDB/96.
c. Contínuas construções teóricas sobre a infância e sobre a educação infantil.
Philippe Ariès: A infância e os modos como a educamos têm, ao longo da história, pendulado entre
dois extremos que representam dois virtuais pilares sociais: a paparicação e a moralização.
O QUE SÃO MESMO AS
ROTINAS?
Rotina: É a categoria pedagógica que os responsáveis pela educação infantil estruturam para, a
partir dela,
desenvolver o trabalho cotidiano nas instituições de educação infantil.
Importância das rotinas na educação infantil: sintetizam o projeto pedagógico das instituições e
apresentam a proposta de ação educativa dos profissionais.
Fatores condicionantes da maneira de organizar a rotina:
a. modo de funcionamento da instituição
b. horário de entrada e saída das crianças
c. horário de alimentação
d. turno dos funcionários
Sugestão de rotina: torna-se apenas um esquema que prescreve o que se deve fazer e em que
momento esse
fazer é adequado.
Rotina ou cotidiano
a. O mundo das religiões cristãs fundamentou as rotinas utilizadas nas creches e nas pré-escolas
por dois processos:
I. PRIMEIRO: pela secularização das rotinas pessoais e institucionais que haviam sido
constituídas nos monastérios e foram transferidas para as instituições modernas em geral,
inclusive as educacionais.
II. SEGUNDO: pelo fato de que a mão de obra disponível para trabalhar nos asilos, nos
orfanatos, nas escolas e nas creches, desde sua criação até nossos dias, é em grande parte
formada por irmãs de caridade, pastores e voluntários religiosos.
Crianças e selvagens
a. Navegações: encontro do europeu com os outros (nativos) (que são os diferentes que foram
desqualificados).
b. Crianças e nativos: eram vistos como o bem e o mal, o inocente e o pecador, e deveriam ficar
sob a tutela de
professores naturais (adultos, masculinos e brancos) até estarem educados e chegarem à idade
da razão.
Sob as ordens da lei
a. A partir do século XVIII o corpo também passou a ser controlado pelo discurso da ciência.
b. Três grandes grupos que contribuíram para instituir as explicações sobre a formação dos
indivíduos: visão iluminista, o individualismo romântico e a psicologia.
c. Psicologia: Apoiando-se principalmente nas ideologias médico-higienistas, teve como função
explícita a regulação dos sujeitos por meio da profilaxia das doenças mentais ou do
comportamento por meio da educação.
d. Calcagni e Cogliati (1980): Asseguram que a puericultura tem como objetivo auxiliar na
profilaxia das
doenças, na manutenção da saúde e na resolução de problemas que se apresentam aos
educadores.
e. O espaço privado da educação das crianças pequenas – esse micromundo chamado de família,
um dos principais responsáveis pela produção das crianças, pela sua socialização e preparação
para o trabalho – foi sendo invadido pelas regulamentações sociais e pelo instrumental técnico-
científico, que substitui as tradições. Tal legislação passou da esfera familiar às instituições
educativas.
Escolas e fábricas: na marcha do progresso
a. A palavra infância no singular fala de uma criança, metafórica, abstrata, a-histórica, inexistente.
b. A infância não é uma experiência universal, nem natural, de duração fixa, mas está vinculada aos
significados dados pela cultura e pela história individual de cada um. É uma instituição social de
aparição recente ligada a práticas familiares, modos de educação e, consequentemente, a
classes sociais.
c. É preciso ver as crianças como sujeitos ativos em face das estruturas e dos processos sociais;
para estudar as culturas e suas relações é necessário sair somente da perspectiva do adulto e
proceder à desconstrução de imagens mitificadas e estereotipadas acerca das crianças, que
perpassam nos discursos, nas práticas e, em geral, nas formas mais variadas de representação da
infância.
Creches, jardins, salas de asilo
PESTALOZZI FROEBEL
ESCOLA NOVA
I. Apesar de Rousseau ser conhecido como pai da educação livre, sua forma imperativa e
afirmativa de escrever sua proposta de um projeto de governo das crianças por meio de
normas e prescrições demonstra uma perspectiva de interiorização das regras, concepção
educacional que não teria sido possível sem os projetos educativos escritos anteriormente
pelos moralistas.
II. Helena Singer: Rousseau realizou uma intricada articulação entre liberdade e
responsabilidade que por
vezes chega a parecer ainda mais rigorosa do que o modelo social dominante.
Johan Heirich Pestalozzi
a. A educação e as leis faziam-se necessárias para domar as energias do mal que estavam no
homem e na
sociedade.
b. Crianças: seres de impulsos que não têm consciência de suas ações e nem vontade livre. Para
dominar tais instintos são necessárias regras. (As leis e as normas de comportamento existem
para não conceder lugar aos instintos).
c. Educador: obrigação de permanecer ao lado das crianças em todas as suas atividades até
encontrar uma boa organização do ensino.
d. Organização da rotina: negava a necessidade de um plano preestabelecido para organizar o grupo
de alunos e acreditava que este deveria brotar das conversas e do relacionamento com as
crianças.
e. Mais características da pedagogia pestalozziana:
I. considerava seus princípios universais (poderiam servir a qualquer situação educativa);
II. educadores e crianças precisavam saber o que realmente tinham que ensinar e aprender e
estabelecer a metodologia mais indicada para realizar as atividades de ensino;
III. livros: importante apoio para alunos e professores.
IV. a educação se inicia com o nascimento e faz-se pelos sentidos;
V. era necessário impedir as crianças de falar demasiadamente de um assunto ou
pronunciar-se sobre questões que conhecem apenas superficialmente;
VI. a mesma metodologia utilizada para ensinar os conteúdos também serviria no ensino das
aptidões.
Frederic Froebel
a. A proposta: partir da experiência concreta com essas as crianças e fazer uma formulação dessa
experiência.
b. Projeto de criação de um jardim-de-infância: é uma instituição para a ocupação, o jogo e a
atenção das crianças e uma instituição para a formação de educadores e educadoras.
c. Papel do Estado: deveria ser o responsável pela construção de edifícios projetados para educar a
pequena infância.
d. Significado e natureza dos jardins: Já que o significado básico da palavra jardim é precisamente
atender e amparar é dar proteção e refúgio, ter cuidado com cada planta de acordo com a sua
própria essência interior, da mesma maneira serão atendidas e assistidas as crianças.
e. Metodologia: contava com a organização de práticas como as rodinhas de conversações, a hora
dos contos, o estudo dos seres vivos, os passeios ao ar livre, o contato com a natureza nos jardins
e nas hortas, os diversos tipos de jogos, como os de construção, os de movimentação físicas e
sensorial, os de atenção, os de memória, os de linguagem, de movimentos corporais, de
expressão rítmica e dramática, trabalhos manuais e de desenho.
f. Proposta de exploração de jogos:
I. jogos do seu entorno: jogos da vida, da beleza, do conhecimento;
II. jogos para a formação interior: jogos de fantasia, de criação, narrativos;
III. jogos para a formação do sentimento e para desenvolver a sensibilidade: jogos de flores, de
símbolos;
IV. jogos para desenvolver o sentido comum, o sentido de ordem e o sentido de justiça e
que também
proporcionem o conhecimento e o domínio da natureza: jogos com elementos da natureza.
Maria Montessori
a. Preocupação em formular uma proposta de ensino com práticas pedagógicas que atendam às
necessidades e
aos desejos dos alunos.
b. Não é adepto da Escola Nova, por considera-la muito intelectualizada, sem engajamento político.
c. A educação em instituições deveria ser um prolongamento da vida.
d. As atividades de aprendizagem e as de vida em comum deveriam possibilitar o bem-estar físico
e a expressão espontânea das crianças.
e. Metodologia:
I. projetos individuais ou em grupos;
II. conversas livres;
III. planos de trabalho individual;
IV. trocas de experiência e avaliação;
V. passeios;
VI. álbuns;
VII. jornal da escola;
VIII. livro da vida;
IX. Etc.
Rotinas são necessárias?
a. As proposições das escolas ativas combinavam com o modelo emergente das sociedades
industriais modernas que tinham como base os princípios de uma racionalidade funcional. Foi
construído um protótipo do que seria um espaço adequado para as crianças, que necessitariam
de espaços amplos, iluminados, com materiais diversos, os quais podem ser usados de múltiplas
maneiras. Isso significa espaços caros, complexos e muito elaborados.
b. Nos modelos que emergem de sociedades pós-industriais, a normatividade da organização do
espaço não tem mis a força de um universal. Atualmente, encontramos a proposta de um espaço
educacional para crianças que procura o conforto dos usuários, que demarca um estilo de vida,
que faz arranjos espaciais baseados em estudos sobre as características do desenvolvimento
infantil e que mantém semelhança com os novos espaços sociais urbanos.
A regularidade dos ritmos, o ordenamento da vida e a temporalidade da modernidade fazem-se
presentes a partir de um artefato central, o relógio. Ninguém pode negar o lugar de privilégio a
esse objeto, que faz parte da vida cotidiana, marcando o ritmo da ação, medindo os rituais e
ordenando os ciclos de existência. Ele é um símbolo cultural e, também, um mecanismo de
controle social da duração do tempo.
Relógio nas escolas: é um organizador da vida da comunidade e também da infância.
Podemos, ao refletir sobre o espaço e o tempo, submeter-nos à autoridade e à tradição ou criar
espaços particulares para a resistência e a liberdade diante de um mundo previamente medido e
organizado.
Os tempos de grande parte das instituições educacionais continuam, em sua maioria, sendo o tempo
do início da modernidade, o tempo rígido, mecânico, absoluto.
Escolano (1993): A subdivisão dos tempos escolares não é uma decisão técnica de caráter neutro,
pois nela está presente um conjunto de valores culturais e sociais que define e institui um
determinado discurso pedagógico.
Para muitos profissionais, trabalhar a rotina parece ser prioritariamente uma questão de formação
de hábitos
sociais, ao invés de algo relacionado à construção ativa da noção de tempo.
Normalmente as rotinas repetem uma forma de organização das atividades: das dirigidas para as
livres, dos momentos de cuidado corporal para os de trabalho intelectual, das atividades coletivas
para as individuais, do pedagógico para a brincadeira.
Existência de sequência temporal: em geral, há uma sequência entre atividades, a qual está
previamente estabelecida e segue um padrão. Essa sequência organiza-se inicialmente com as
crianças pequenas a partir de suas necessidades orgânicas imediatas, como a satisfação do sono
e da fome, e também das suas experiências afetivas.
Tempos de transição: às vezes, há uma pressa excessiva, fazendo com que uma atividade seja
interrompida em função de outra, apesar de estar sendo muito apreciada; em outros momentos,
as crianças esperam muito. É importante compreender como uma atividade se articula com a
outra, como uma atividade iniciada hoje pode ser complementada amanhã se for necessário
mais tempo para a sua execução do que fora anteriormente planejado.
Poucas vezes os educadores estabelecem a relação dos horários internos das atividades na
instituição com o
horário do mundo externo.
Fragmentação das atividades da rotina em sequência com várias atividades de pouco tempo de
duração, pois a capacidade de atenção das crianças é muito reduzida nessa idade. Elas não
aguentam ficar mais que uns 10 ou 15 minutos em atividades que requeiram muita concentração.
Ritmos biológicos: “É que as crianças tem um ritmo mais lento pela manhã, o que possibilita realizar
atividades com maior concentração ...”.
Repetição do dia a dia nas rotinas: pode dar às experiências das crianças o sentido de continuidade, de
ser a chave do tempo que comporta a ideia de concluir amanhã algo iniciado hoje, porém, com
frequência, esta não é a ideia que está presente nas rotinas.
Programação diária: elaborada com as crianças nas paredes da sala; este é um eficiente material
para elas se
situarem e para fazer a avaliação das atividades realizadas.
Realidades analisadas:
As rotinas também são dividas muitas vezes em práticas de cuidado e práticas de educação.
A questão da divisão entre atividades biológicas e culturais é importante para a educação infantil. Os
atos relacionados aos cuidados das crianças, apesar de estarem determinados pela natureza,
também estão impregnados de sentidos socioculturais.
Em ambientes multiculturais (classes sociais, etnias, religiões, gênero etc.) é importante
utilizar uma linguagem comum, compartilhar hábitos sociais e respeitar tradições.
Atividades de cuidado: não são apenas fatos sociais ou fenômenos biológicos, são antes de tudo
“híbridos construídos”, com características, propriedades e atributos definidos tanto pela natureza
como pela cultura.
Análises:
a. Creches: maior preocupação com os cuidados; rotinas mais rígidas mais preocupadas com
satisfação das necessidades corporais.
b. Pré-escola: as “horas de” privilegiam mais o jogo, as atividades mais diversificadas.
Nas rotins universalizantes, esquece-se de que as crianças são diferentes, nascem e crescem em
profundo
diálogo com uma cultura específica.
O modo padronizado de elaborar as rotinas procura dissimular as diferenças, criando um discurso
único, que não considera questões como gênero, idade, classe social e culturas.
O mundo das rotinas das creches e pré-escolas é um mundo de socialização que procura fazer
com que as
crianças diferentes criem hábitos, procedimentos, gostos e desejos iguais.
As rotinas pedagógicas geralmente se constituem em uma listagem de momentos de atividades
consideradas como as universalmente adequadas e necessárias para o atendimento de um
grupo de crianças. As medidas de adequação e necessidade são estipuladas principalmente pelo
senso comum, pela tradição constituída ao longo da história da pedagogia da educação infantil
e/ou por ideias encontradas nos livros de psicologia do desenvolvimento, isto é, referentes
externos e padronizados.
As rotinas, quando vistas como rituais, com formas que cada grupos social institui para criar uma
identidade social, podem ser ressignificadas, deixando de ser vistas apenas como atividades
repetitivas, sem valor e monótonas e retomando a sua ordem simbólica. A potencialidade dos
mitos e também dos rituais, tão importantes para as formações grupais e individuais, acaba
sendo banalizada nas rotinas.
Os grandes temas em torno dos quais se sustentam os discursos políticos e técnicos sobre as
pedagogias da
educação infantil podem ser resumidamente definidas como:
Reflexão sobre a pedagogia: nasceu conjuntamente com a reflexão filosófica no pensamento de Platão.
Este filósofo trata a infância como um mal necessário, uma condição para tornar-se um cidadão,
e, para ter sucesso nessa transformação, é preciso que a criança seja corrigida, guiada do
abandono das paixões e encaminhada para a razão.
PEDAGOGIAS ANTINÔMICAS
PEDAGOGIAS EXPLÍCITAS PEDAGOGIAS IMPLÍCITAS
Rigidez na execução das sequências previamente Flexibilidade para atender ao imprevisto, ao novo, ao
propostas. inesperado.
Padronizadas, estandardizadas. Diferenciadas, atendendo às necessidades individuai e
contextuais.
Baseadas no poder adulto, em propostas Baseadas no encaminhamento efetuado pelos adultos,
pedagógicas fechadas e mas respeitando e incentivando a iniciativa e a
na submissão infantil. participação infantis. Construídas com a cooperação
entre todos.
Visam ao pensamento e às atitudes heterônomas. Visam à possibilidade de um permanente pensamento e
comportamento
autônomos.
Apresentam a sociedade como algo ao qual se conformar Pensamento reflexivo, possibilidade de criar, de atuar.
e se adaptar.
Poder centralizado. Poder descentralizado, poderes dispersos e ativos.
Reguladoras, com controle externo. Autorreguladoras, com controle interno.
Ritualizadas. Enfraquecimento do ritual.
Sanções expiatórias. Sanções de reciprocidade.
Burocráticas. Psicologizadoras, terapêuticas.
Disciplina moralizadora. Disciplina ativa.
Hierarquia. Participação.
Limites marcados. Limites tênues, discutidos com o grupo.
INTRODUÇÃO
Inspirações:
Carla Rinaldi: As raízes de nossas ideias se encontram nos ideais socialistas que
tomaram conta de nossa região da Itália no final do século XIX e início do XX.
Reggio também simboliza a história de uma mulher na luta pela melhoria não
somente de seus direitos, mas dos direitos das crianças; e a história da
determinação em impedir o ressurgimento do fascismo e do desejo de quebrar o
monopólio da Igreja Católica na educação das crianças pequenas.
Em Reggio,as escolas são vistas como locais de construçãode valores, tais como
amizade, solidariedade, respeito pelas diferenças, diálogo, emoções, afeição.
“Pedagogia da escuta”: exemplifica para nós uma ética de um encontro edificado sobre a
receptividade e a hospitalidade ao Outro – uma abertura para a diferença do Outro, para
a vinda do Outro.
o visualiza os processos de aprendizado das crianças, a busca pelo sentido das coisas e
as formas de construir o conhecimento;
o permite a conexão entre teoria e prática, no trabalho do dia a dia;
o é um meio para desenvolvimento profissional do educador (professor entendido e
tratado como pesquisador e como aprendiz);
o promove a ideia de que a escola é um lugar de prática política democrática, que
permite aos cidadãos, jovens e velhos, se envolver e debater assuntos relevantes:
infância, cuidado, educação, conhecimento, etc.;
o é uma maneira de abrir um espaço público ou fórum numa sociedade civil, no qual
os discursos dominantes e a forma pela qual construímos nós mesmos como sujeitos
por meio desses discursos podem ser percebidos e problematizados.
Alteridade, dissenso e provocação
Dissenso: Reggio é uma ilha de dissenso, uma provocação ao discurso cada vez mais
dominante e opressivo acerca da primeira infância, em particular.As teorias de Reggio são
ricas e provocadoras, em especial a pedagogia da escuta e as cem linguagens.
Rejeição ao dualismo: ex. as velhas discussões sobre a importância ou não de se dar
mais atenção ao processo ou ao resultado tornam-se sem sentido no discurso de Reggio.
Reggio: anseio, esperança, utopia, sonho
Reggio dá conforto e esperança ao ser diferente, mostrando a possibilidade de valores
distintos, relações distintas e modos distintos de viver.
O pensamento utópico provoca e estimula a crítica radical daquilo que existe e pode dar
uma direção às mudanças futuras, por meio da exploração da imaginação de novas
possibilidades humanas que nos ajudem a reinventar o futuro.
No entanto, o pensamento utópico não é suficiente para propiciar uma transformação
radical. São necessários espaços que permitam ao pensamento acontecer e à vontade
agir, espaços onde exista abertura à experimentação, pesquisa e reflexão contínua, crítica
e argumentação – e à ultrapassagem das fronteiras.
A família e o contexto social
Realizações em Reggio Emilia (pós lei 1044 e com o apoio Gruppo Nazionale Nidi)
encontros com famílias que se candidatam a uma vaga no nido, a fim de discutir
os critérios de seleção (caso haja excesso de demanda);
encontro de início de ano com todas as famílias das crianças;
entrevistas conduzidas pelos educadores com sensibilidade e discrição;
entrevistas realizadas pouco dias antes que as crianças comecem a frequentar o
nido (ex. instrução aos pais ...);
permanência dos pais no nido durante o período inicial de acolhimento;
reunião de grupo ou de classe com enfoque prioritário no perfil do grupo, nas
propostas de trabalho pedagógico;
reunião entre um grupo de pais e a equipe;
entrevista individual requisitada pelos pais ou pela equipe, a fim de abordar pontos
relevantes específicos relacionados à criança ou à família;
reuniões abertas com “especialistas”, encontros autogerenciados e sessões de
trabalho;
“oficinas” nas quais se aprende a fazer coisas (ex. fantoches);
as festas para todo o nido;
passeios de um dia e excursões;
Etc.
PARTICIPAÇÃO COMO COMUNICAÇÃO
Nossas teorias são provisórias, a explicação que propõem é satisfatória, mas pode ser
continuamente retrabalhada; elas representam, porém, algo mais do que simplesmente
uma ideia ou um conjunto de ideias. Elas devem nos agradar e nos convencer, devem ser
úteis e satisfazer nossas necessidades intelectuais.
Pedagogia da escuta
1. Por trás do ato de escuta existe normalmente uma curiosidade, um desejo, uma
dúvida, um interesse.
2. Escutar envolve interpretação (não produz respostas, mas formula questões).
3. A escuta exige uma profunda consciência e a suspensão de nossos julgamentos,
preconceitos (demanda abertura à demanda).
4. A escuta aparece como premissa de qualquer relação de aprendizagem.
5. Crianças: escutam a vida em todas as suas formas e cores, e escutam os outros
(adultos e colegas). Elas logo percebem que o ato de escutar (observando, mas
também tocando, cheirando, sentindo o gosto, pesquisando) é essencial para a
comunicação.
6. A tarefa daqueles que educam é não só permitir que as diferenças sejam
manifestadas, mas tornar possível que elas sejam negociadas e alimentadas por
meio da troca e da comparação de ideias. Estamos falando de diferenças entre
indivíduos, mas também de diferenças entre linguagens (verbal, gráfica, plástica,
musical, gestual etc.), pois a passagem de uma linguagem a outra, assim como sua
recíproca interação, que possibilita a criação e a consolidação de conceitos e mapas
conceituais.
Documentação
• Os escritos devem ser legíveis, comunicar efetivamente algo àqueles que não estavam
presentes no contexto, e devem também incluir os “elementos emergentes” percebidos por
quem documentou.
• Aquele que documenta enxerga os eventos que aconteceram comum olhar pessoal
buscando
compreendê-los em profundidade e, ao mesmo tempo, almejando clareza de comunicação.
Competência do educador
Projetar uma escola significa, essencialmente, criar um espaço de vida e de futuro. Isso
requer pesquisa conjunta de pedagogia, arquitetura, sociologia e antropologia, disciplinas
e campos de conhecimento que são convocados a expressar as próprias epistemologias e
a comparar linguagens e sistemas simbólicos, com um novo tipo de liberdade, nascido do
desejo de diálogo e de troca de ideias.
Não estamos em busca de um espaço ideal, mas de um espaço capaz de gerar a própria
mudança, pois um espaço ideal, uma pedagogia ideal, uma criança ou um ser humano
ideal não existem.
Premissas psicopedagógicas e antropológicas
• Uma criança plenamente capaz de criar mapas pessoais para sua orientação
social, cognitiva, afetiva e simbólica.
• Uma criança ativa, competente, crítica; uma criança que é, portanto,
“desafiadora”, porque produz mudança e movimento dinâmico nos sistemas em
que está envolvida, inclusive a família, a sociedade e a escola. Ela produz
cultura, valores e direitos, competente para viver e aprender.
• Uma criança capaz de associar e desassociar realidades possíveis, de elaborar
metáforas e paradoxos criativos, de construir os próprios símbolos e códigos
enquanto aprende a decofificar os símbolos e códigos estabelecidos.
• Uma criança que ainda bem cedo tem habilidades para atribuir significados aos
acontecimentos e que tenta partilhar os significados e as histórias da
significação.
A escola como um sistema
Preocupações:
• Como podemos ajudar as crianças a encontrar o sentido daquilo que fazem e vivenciam?
• Como podemos responder à sua busca pelo sentido das coisas, pelo sentido da própria
vida?
• Como podemos dar respostas às suas constantes perguntas, aos seus “por quês” e
“comos” ...?
• Escutar: é uma premissa para qualquer relacionamento de aprendizado. É dar valor ao outro.
A escuta competente cria uma profunda abertura e uma forte predisposição à mudança.
Representar o ato de aprender e ser capaz de dividi-lo com os outros é indispensável para a
reflexividade que gera conhecimento.
• Há escolas que não ouvem as crianças, pois têm um currículo a seguir e tentam corrigir
os “erros” imediatamente, a fim de dar soluções rápidas para os problemas, não
permitindo que as crianças tenham tempo para encontrar suas próprias soluções.
Criatividade: não é somente a qualidade do pensamento de cada indivíduo, é
também um projeto interativo, relacional e social. Exige um contexto que
lhe permita existir, se expressar, se tornar visível. Exige um contexto que lhe
permite existir, se expressar, se tornar visível. Nas escolas, a criatividade
deveria ter condições de se manifestar em todo lugar e em todo momento.
O que desejamos é aprendizado criativo e educadores criativos, e não
somente “uma hora da criatividade”.
A CONSTRUÇÃO DO PROJETO EDUCATIVO
Aprendizado:
• Não acontece por transmissão ou reprodução. É um processo de construção, no qual
cada indivíduo constrói para si mesmo as razões, os “por quês”, os significados das
coisas, dos outros, da natureza, dos acontecimentos, da realidade e da vida. O
processo de aprendizado é certamente individual, mas, como as razões, as
explicações, as interpretações e os significados dos outros nos são indispensáveis
para construirmos nosso conhecimento, é também um processo de relações – um
processo de construção social.
Papel do educador:
Observação:
Re-cognição
• Toda criança tem sua “bagagem” própria de hipóteses acerca do possível senso e
significado das coisas. Essas hipóteses procedem das experiências pessoais das
crianças, e elas desejam comunica-las aos outros, adultos e crianças.
• Re-cognição não quer dizer apenas “juntar” pensamentos, mas representa o
enriquecimento do próprio conhecimento a partir do conhecimento dos outros.
Quando você divide alguma coisa que conhece, não transfere esse conhecimento
para os outros simplesmente, mas o reelabora no momento em que o evoca e o
reorganiza para que ele seja comunicado.
“Projeto” em vez de “currículo”
Considerações:
• o aprendizado não ocorre de forma linear, determinada e determinista, em
estágios progressivos e previsíveis; pelo contrário, é construído por meio de
avanços simultâneos, paralisações e “recuos” que tomam diversas direções;
• a construção do conhecimento é um processo de grupo;
• as crianças produzem suas teorias, teorias importantes, pelas quais são
inspiradas.
1. – D
2. – C
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