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Universidade Federal de Pernambuco

CCEN - Departamento de Física


Física Experimental 2

Prática 2: Material suplementar teórico


Características corrente-tensão de condutores elétricos
1 Introdução
Esta prática tem os objetivos de: (1) Ensinar a utilização de medidores de grandezas elétricas tais como am-
perímetros, voltímetros, galvanômetros e multímetros de maneira geral em circuitos elétricos simples; (2) Medir
as características tensão-corrente de diferentes componentes eletrônicos; (3) Entender de forma qualitativa e quan-
titativa os fenômenos físicos básicos que estão envolvidos nos processos de transporte elétricos em dispositivos
simples. Suponha que uma diferença de potencial elétrico contínuo V é aplicada entre os terminais de um condutor
elétrico. Se a corrente que flui através do condutor é dada por I, a resistência elétrica é dada por R = V /I. Esta
relação foi proposta em 1827 por Georg Simon Ohm (1789 - 1854) e hoje é conhecida como Lei de Ohm. No
Sistema Internacional de Unidades a unidade de tensão elétrica é volt (V ), a unidade de corrente elétrica é ampère
(A) e de resistência elétrica é ohm (Ω). Nos casos mais simples a resistência de um condutor é uma constante
se a temperatura se mantiver constante, de tal forma que a corrente é proporcional à tensão com a constante de
proporcionalidade dependente apenas das propriedades intrínsecas do material e de sua forma geométrica (seção
transversal e comprimento). Um gráfico I vs. V corresponde a uma linha reta cuja inclinação é igual a 1/R. Para
dispositivos com R constante ou variável, a curva I(V ) é conhecida como a característica corrente-tensão ou curva
I −V do condutor. Aqueles condutores que apresentam R constante, isto é, a curva I −V é uma reta, são chamados
de condutores ôhmicos. Esta é uma propriedade típica da maioria dos metais. Em um caso geral, a resistência
elétrica de um condutor não é uma constante, mas depende do valor da tensão elétrica aplicada ou do valor da
corrente elétrica que flui através do mesmo. Para tais condutores a curva I −V apresenta uma relação não-linear. A
resistência de um condutor também pode depender de fatores externos, em particular da temperatura, da pressão,
da radiação eletromagnética incidente, etc. Os materiais semicondutores (dos quais são feitos quase todos circuito
eletrônicos modernos) é um exemplo protótipo de um condutor com características não-ôhmicas.

2 Terminologia
O termo resistor é usado para um componente eletrônico comercial; o termo resistência, símbolo R, deve ser
preferencialmente usado para descrever o fenômeno da oposição à propagação da corrente. A unidade no SI é ohm
e o símbolo é Ω; o termo resistividade, cujo símbolo é ρ, corresponde à uma propriedade intrínseca do material
e independe das dimensões físicas do condutor, a unidade no SI é ohm-metro ou Ω − m ; o termo condutividade
elétrica, símbolo σ, é a grandeza inversa da resistividade (σ = 1/ρ), a unidade no SI é o siemens por metro (S/m);
o termo mobilidade eletrônica, símbolo µ, é a quantidade que relaciona a velocidade de deriva (vd ) dos portadores
de carga com o campo elétrico local (E), vd = µ · E; o termo efeito Joule corresponde à energia dissipada por um
condutor em forma de calor, cuja potência dissipada é P = R · I 2 . Se o calor não é removido apropriadamente, a
temperatura do condutor aumenta como consequência do aquecimento Joule. Assim a relação I − V deixa de ser
linear. Um condutor metálico é um condutor ôhmico somente se a temperatura permanece constante.

3 Procedimentos de medidas elétricas


A conexão inapropriada de equipamentos de medidas de grandezas elétricas poderá danificá-los. Portanto, tenha
cuidado e leia atentamente o texto a seguir.
Medindo corrente e tensão elétricas. Para garantir que a corrente elétrica que flui através do componente
seja medida, inserimos o amperímetro (A) em série com o componente de interesse. Por outro, para medir a queda
de tensão (diferença de potencial) entre dois pontos o voltímetro (V) é colocado em paralelo com o componente.
A utilização correta de ambos os equipamentos está ilustrada na figura 1. Qualquer equipamento usado para
medir grandezas elétricas retira alguma potência do circuito para poder funcionar. Este efeito é conhecido com
carga do circuito pelo equipamento ("loading" em inglês). O amperímetro deve ter resistência interna pequena
para minimizar o efeito sobre a corrente que está sendo medida. Se o amperímetro é colocado em paralelo com
o componente, a corrente poderá passar majoritariamente pelo equipamento correndo o risco de danificá-lo. Por
outro lado um voltímetro ideal possui resistência interna muito grande para não alterar a tensão que está sendo
medida. Se o voltímetro é colocado em série com o componente de interesse, o equipamento não será danificado
mas a corrente através do circuito será completamente diferente e se obterá um valor sem sentido. Para contornar
o problema do "loading", utiliza-se comparadores de nulo, como será visto no circuito conhecido como ponte de
Wheatstone. Por último, é importante observar que os medidores de grandezas elétricas possuem valores máximos
de corrente e tensão, portanto respeite estes limites máximos para evitar que os equipamentos sejam danificados.

Figura 1: Ilustrações de como usar o amperímetro (A) para medir a corrente elétrica e o voltímetro (V) para medir
tensão elétrica. O amperímetro deve ficar em série e o voltímetro em paralelo com o dispositivo de interesse

4 Ponte de Wheatstone
A ponte de Wheatstone (desenvolvida em 1843 por Charles Wheatstone) é um comparador de nulo usado para
medidas precisas de resistência elétrica e extremamente útil em circuitos onde se faz a comparação de uma resis-
tência desconhecida com uma resistência conhecida. É muito usada em circuitos de instrumentação e controle. Por
exemplo, o sensor de temperatura de um forno consiste de um resistor cuja resistência varia com a temperatura
(existem os termistores e os "resistance temperature detectors" (RTD)). A resistência dependente da temperatura
é comparada com um resistor de controle (fora do forno) que controla um aquecedor e assim mantém a temperatura
no valor desejado. A figura 2 ilustra uma ponte de Wheatstone. O amperímetro A mede a corrente elétrica entre
os pontos A e B. Ajustando-se os valores dos resistores conhecidos (normalmente os valores dos resistores R1 e
R2 são mantidos fixos e o resistor Rk é ajustável), podemos zerar a corrente entre os pontos A e B. Quando esta
condição é atingida, onde a tensão VAB = 0, diz-se que a ponte está balanceada.

Figura 2: Exemplo de uma ponte de Wheatstone. Os resistores R1 , R2 e Rk são conhecidos e o resistor RX é


desconhecido
Quando a ponte está balanceada, a diferença de potencial entre os pontos C e A deve ser igual à diferença de
potencial entre os pontos C e B, isto é, VCA = VCB . Da mesma forma, VAD = VBD . Assim podemos escrever:

Ia R1 = Ib Rk (1)

Ia R2 = Ib Rx . (2)
Dividindo (2) por (1), temos
R2 /R1 = Rx /Rk → Rx = Rk (R2 /R1 ) (3)
Assim, a resistência desconhecida Rx pode ser obtida a partir da resistência Rk e da razão R2 /R1 . Note que o
valor de Rx obtido não depende da tensão V0 . Isto significa que a tensão V0 não precisa ser muito estável ou bem
conhecida.
Na prática, a ponte de Wheatstone raramente é usada para simplesmente medir o valor de um resistor, como
descrito acima. Em vez disso, ela é muito usada para medir pequenas variações em Rx devido, por exemplo,
a variações da temperatura ou variações de defeitos microscópicos no resistor. Como um exemplo, suponha
Rx = 106 Ω e queiramos medir uma variação em Rx de 1Ω, resultante de uma pequena variação de temperatura.
Não existem ohmímetros simples que possam medir uma variação de 1 parte em um milhão. Entretando, a ponte
pode ser ajustada tal que VAB = 0 quando Rx for exatamente igual a 106 Ω. Então, qualquer mudança ∆Rx em
Rx resultará em um VAB ̸= 0 proporcional a ∆Rx .
Para mostrar que VAB ∝ ∆Rx , quando a ponte está levemente desbalanceada (∆Rx ≪ Rx ), note que pela
figura 2 VCD = V0 . Além disto, considere que, na condição da ponte levemente desbalanceada, a corrente que
flui pelo amperímetro é muito menor que os valores de Ia e Ib . Também vamos supor que a condição de ponte
balanceada é obtida para uma resistência de valor inicial Rx0 , tal que Rx0 = Rk (R2 /R1 ). Considere agora que a
resistência Rx varia por uma quantidade incremental ∆Rx , tal que, Rx = Rx0 + ∆Rx . Aplicando a lei de Kirchhoff
nos braços da ponte, obtemos
V0 = Ia (R1 + R2 ) = Ib (Rk + Rx ). (4)

VAB = VA − VB = (VC − VB ) − (VC − VA ) = Ib Rk − Ia R1 . (5)


Da eq.(4) tiramos Ia e Ib e substituímos na eq.(5), levando a

Rk R1
VAB = V0 − V0 . (6)
Rk + Rx R1 + R2

A eq.(6) mostra como VAB depende de Rx e mostra que VAB = 0 quando Rx = Rk (R2 /R1 ). Para descobrir como
VAB muda quando Rx varia de Rx0 para Rx0 + ∆Rx , escrevemos
dVAB Rk
 
∆VAB ∼
= · ∆Rx = −V0 · ∆Rx . (7)
dRx Rx =Rx0 (Rk + Rx0 )2

Aqui usamos a propriedade δf = (df /dx) · δx, onde f = f (x). Substituindo-se Rx0 = Rk (R2 /R1 ) na eq. (7), temos

−V0 Rk −V0 −V0 R12


∆VAB =  2 · ∆Rx = 2 · ∆Rx = · ∆Rx (8)
Rk (R1 + R2 )2

Rk + Rk R
R1
2
Rk 1 + R2
R1

Como VAB,inicial = 0, então ∆VAB = VAB − VAB,inicial = VAB . Assim temos


2
R1 ∆Rx

VAB = V0 · (9)
R1 + R2 Rk
Assim, quando a ponte estiver balanceada, qualquer mudança em Rx produzirá um VAB proporcional à esta
mudança.

5 Método Voltímetro-Amperímetro
A lei de ohm sugere um método para medidas de resistências. Se um voltímetro é usado para medir a tensão V
através de um resistor desconhecido R, e um amperímetro é usado para medir a corrente I que flui pela mesma
resistência, então R seria dado por R = V /I. As duas medidas de I e V deveriam ser realizadas simultaneamente.
Como será visto a seguir, o método voltímetro-amperímetro (método V − A) mostra que existe um erro inerente
ao processo de medida. Considere os dois circuitos mostrados na figuras 3(a) e 3(b). No circuito da figura 3(a) o
A

V0 ± V A V0 ± V Rx
Rx
((a)) ((b))

V ŋ V A ŋ A
RV RA
(c) (d)

Figura 3: Método voltímetro-amperímetro. No circuito (a) o voltímetro mede a queda de tensão levando em conta a
resistência interna do amperímetro. No circuito (b) o amperímetro mede a corrente total que passa pelo voltímetro
e pelo resistor Rx . Os circuitos (c) e (d) mostram os circuitos equivalentes do voltímetro e amperímetro reais
.

voltímetro mede a queda de tensão levando em conta a resistência interna do amperímetro. No circuito da figura
3(b) o amperímetro mede a corrente total que passa pelo voltímetro e pelo resistor Rx . As figuras 3(c) e3(d)
mostram os circuitos equivalentes do voltímetro e do amperímetro com suas respectivas resistências internas RV e
RA .
No caso da figura 3(a) vale a seguinte relação Vmed = (Rx + RA )Imed → Rmed = (Vmed /Imed ) = Rx + RA . O
erro absoluto é ∆R = Rmed − Rx = RA e o erro relativo é ∆ϵ = (RA /Rx )100%. A montagem (a) é ideal para as
situações onde Rx >> RA .
No caso da figura 3(b) vale a seguinte relação Imed = Ix + IV = Vmed (1/Rx + 1/RV ) → 1/Rmed = 1/Rx + 1/RV .
O erro absoluto é ∆R = −Rx2 /(Rx + RV ) e o erro relativo é ∆ϵ = Rx /(Rx + RV )100%. A montagem (b) é ideal
para as situações onde Rx << RV .
Para medir uma resistência Rx desconhecida, emprega-se inicialmente qualquer uma das duas montagens. Uma
vez determinada a ordem de grandeza de Rx , repete-se sua medição com a configuração que oferece menor erro
relativo.

6 Fotoresistor (LDR light dependent resistor )


Os fotoresistores (ou LDRs) são feitos de materiais semicondutor do tipo CdS (sulfeto de cádmio) ou P bS (sulfeto
de chumbo). É um dispositivo semicondutor de dois terminais, cuja resistência varia quase que linearmente com a
intensidade de luz incidente.
Quando o fóton tem energia suficiente para quebrar a ligação elétron-buraco (0.2 a 3 eV, que equivale a
comprimentos de onda de 600 a 400nm), um elétron torna-se livre, podendo fluir pelo circuito. Desta forma a
energia do fóton promove elétrons da camada de valência para a de condução (mais longe do núcleo), aumentando
o número destes, o que diminui a resistência e aumenta a condutividade. Os fotoresistores têm memória, isto é, a
sua resistência atual depende da intensidade e duração de uma exposição à radiação ocorrida anteriormente.
Embora os LDRs sejam lentos, são muito sensíveis. Os LDRs são utilizados em controles de luz, por exemplo,
no acionamento de sistemas de iluminação automática. Nestes sistemas, um LDR "percebe" quando escurece
acionando automaticamente, através de um circuito apropriado, um sistema de iluminação. Outro fator importante
que deve ser levado em conta nesses componentes é que eles são sensíveis à comprimentos de onda que nossos olhos
não podem ver. Assim, muitos sensores como os LDRs e foto-células, além de outros podem detectar radiação
infravermelha e até mesmo a radiação ultravioleta. A figura 4 mostra um dispositivo LDR comercial e o seu
símbolo.
Figura 4: Imagem de um LDR comercial e os símbolos mais utilizados
.

7 Resistores ôhmicos e não-ôhmicos


Um resistor ôhmico é aquele no qual o valor da resistência não varia com a tensão aplicada. O gráfico da caracte-
rística I − V é uma reta e a sua inclinação mede o valor da resistência. Nos circuitos eletrônicos, os resistores são
utilizados para: limitar a passagem da corrente elétrica, provocar uma queda de tensão e em algumas situações
provocar uma geração de calor. Os resistores mais comuns são feitos de carbono, de filmes de ligas metálicas e
de fios resistivos. A figura 5 mostra esquematicamente alguns resistores. Os resistores podem ter valores fixos ou
variáveis (potenciômetros, décadas resistivas, etc). Os valores dos resistores fixos comerciais são estabelecidos por
um código de cores, como mostrado na figura 6.
Resistores não-ôhmicos não são descritos pela lei de Ohm. A resistência não é uma constante e varia com a
tensão aplicada entre os seus terminais. Neste caso o gráfico I − V não é uma reta, e define-se uma resistência
dinâmica pois a mesma varia com a tensão aplicada. Exemplos de tais elementos não-ôhmicos são o filamento de
uma lâmpada incandescente, diodos semicondutores, termistores, LDRs, etc. É importante notar que resistores
ôhmicos deixam de obedecer à lei de Ohm foram de uma faixa de temperatura, ou de pressão, etc.

Filamentos de lâmpadas incandescentes A maioria das lâmpadas incandescentes possui filamento de


tungstênio. Quando ligamos a lâmpada, o filamento está frio, a resistência inicial é pequena mas aumenta com o
aumento da temperatura devido ao efeito Joule. Esta é a razão de por que as lâmpadas incandescentes queimam
no instante qm que são ligadas. Aumentando-se a tensão aplicada, aumenta-se também a temperatura, visto que
a potência dissipada como calor depende da relação P = V I. Em metais, o número de elétrons livres é fixo. À
medida que a temperatura aumenta a amplitude de vibração dos íons aumenta fazendo com que a colisão com os
elétrons seja mais efetiva e mais frequente. Isto resulta em aumento da resistência elétrica.

Diodos de junção PN São os diodos formados pela junção de dois semicondutores, um do tipo N e outro do
tipo P. Os materiais mais usados são Ge e principalmente Si. Semicondutores do tipo P e tipo N são obtidos pela
adição de impurezas ao Si (em um processo chamado de dopagem). Desta maneira, em um semicondutor tipo P
exsite mais buracos livres (buraco é a vacância de um elétron) e em um semicondutor tipo N existe mais elétrons
livres. Devido às concentrações diferentes de buracos e de elétrons, quando uma junção PN é formada, os elétrons
do lado N se difundem para o lado P enquanto os buracos do lado P se difundem para o lado N. O movimento de
buracos e de elétrons forma uma barreira de potencial elétrico que impede a difusão de um lado para o outro. A
largura desta barreira determina a condutividade da junção.
Resistor típico

Terminais

Resistor de carbono

Isolante Carbono
Terminais

Resistor de filme
Isolante
Ranhuras Filme
em espiral resistivo

Figura 5: Ilustrações de resistores comerciais


.

Figura 6: Código de cores de resistores comerciais


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