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Liquigás Distribuidora S.

LIQUIGÁS
Assistente Administrativo I

Edital Nº 1 - Liquigás/Psp 1/2018, de 27 de Março de 2018.

MR140-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: Liquigás Distribuidora S.a -LIQUIGÁS

Cargo: Assistente Administrativo I

(Baseado no Edital Nº 1 - Liquigás/Psp 1/2018, de 27 de Março de 2018.)

• Lingua Portuguesa III


• Matemática III
• Conhecimentos Específicos

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação/ Editoração Eletrônica


Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Thais Regis

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli
Karoline Dourado

Capa
Joel Ferreira dos Santos
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SUMÁRIO

Lingua Portuguesa III

Compreensão e interpretação de textos......................................................................................................................................................... 71


Ortografia.................................................................................................................................................................................................................... 75
Sintaxe........................................................................................................................................................................................................................... 83
Concordância nominal e verbal,......................................................................................................................................................................... 55
Regência verbal e nominal,................................................................................................................................................................................... 60
Colocação pronominal,.......................................................................................................................................................................................... 07
Crase e.......................................................................................................................................................................................................................... 68
Conjugação de verbos irregulares).................................................................................................................................................................... 17
Pontuação.................................................................................................................................................................................................................... 14
Semântica (sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos).............................................................................................................. 07

Matemática III

Operações com números racionais. ................................................................................................................................................................. 01


Regra de três. ............................................................................................................................................................................................................ 06
Porcentagem. ............................................................................................................................................................................................................ 74
Probabilidade básica. ............................................................................................................................................................................................. 11
Área e perímetros de figuras planas................................................................................................................................................................. 47

Conhecimentos Específicos

Noções básicas de: matemática financeira, compras, veiculação, circulação................................................................................... 01


Arquivamento de documentos;.......................................................................................................................................................................... 15
Registro, admissão, movimentação, demissão e pagamento de pessoal, contratações;............................................................. 34
Estoque e almoxarifado;........................................................................................................................................................................................ 49
Impostos; elaboração e acompanhamento de orçamento...................................................................................................................... 52
LÍNGUA PORTUGUESA

Interpretação de texto. .......................................................................................................................................................................................... 71


Acentuação gráfica. ................................................................................................................................................................................................ 73
Ortografia. .................................................................................................................................................................................................................. 75
Divisão silábica. ........................................................................................................................................................................................................ 79
Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................. 14
Adjetivos e substantivos (flexão). ...................................................................................................................................................................... 17
Verbos (tempos, modos e vozes). ..................................................................................................................................................................... 17
Pronome (emprego e colocação). ..................................................................................................................................................................... 17
Crase. ............................................................................................................................................................................................................................ 68
Concordância verbal e nominal. ........................................................................................................................................................................ 55
Regência verbal e nominal. .................................................................................................................................................................................. 60
Estrutura e formação das palavras. .................................................................................................................................................................. 80
Sintaxe: termos essenciais, integrantes e acessórios da oração............................................................................................................. 83
Significação das palavras: sinônimos, antônimos, parônimos e homônimos................................................................................... 07
LÍNGUA PORTUGUESA

- A linguagem não literária é objetiva, denotativa,


LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS preocupa-se em transmitir o conteúdo, utiliza a palavra em
TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO seu sentido próprio, utilitário, sem preocupação artística.
LITERÁRIOS). Geralmente, recorre à ordem direta (sujeito, verbo, com-
plementos).

Leia com atenção os textos a seguir e compare as lin-


Sabemos que a “matéria-prima” da literatura são as pa- guagens utilizadas neles.
lavras. No entanto, é necessário fazer uma distinção entre
a linguagem literária e a linguagem não literária, isto é, Texto A
aquela que não caracteriza a literatura. Amor (ô). [Do lat. amore.] S. m. 1. Sentimento que pre-
Embora um médico faça suas prescrições em deter- dispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma
minado idioma, as palavras utilizadas por ele não podem coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de
ser consideradas literárias porque se tratam de um voca- sua terra. 2. Sentimento de dedicação absoluta de um ser
a outro ser ou a uma coisa; devoção, culto; adoração: amor
bulário especializado e de um contexto de uso específi-
à Pátria; amor a uma causa. 3. Inclinação ditada por laços
co. Agora, quando analisamos a literatura, vemos que o
de família: amor filial; amor conjugal. 4. Inclinação forte por
escritor dispensa um cuidado diferente com a linguagem
pessoa de outro sexo, geralmente de caráter sexual, mas
escrita, e que os leitores dispensam uma atenção diferen-
que apresenta grande variedade e comportamentos e rea-
ciada ao que foi produzido. ções.
Outra diferença importante é com relação ao trata- Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Novo Dicionário
mento do conteúdo: ao passo que, nos textos não literá- da Língua Portuguesa, Nova Fronteira.
rios ( jornalísticos, científicos, históricos, etc.) as palavras
servem para veicular uma série de informações, o texto Texto B
literário funciona de maneira a chamar a atenção para a Amor é fogo que arde sem se ver;
própria língua (FARACO & MOURA, 1999) no sentido de É ferida que dói e não se sente;
explorar vários aspectos como a sonoridade, a estrutura É um contentamento descontente;
sintática e o sentido das palavras. é dor que desatina sem doer.
Veja abaixo alguns exemplos de expressões na lin- Luís de Camões. Lírica, Cultrix.
guagem não literária ou “corriqueira” e um exemplo de
uso da mesma expressão, porém, de acordo com alguns Você deve ter notado que os textos tratam do mesmo
escritores, na linguagem literária: assunto, porém os autores utilizam linguagens diferentes.
No texto A, o autor preocupou-se em definir “amor”,
Linguagem não literária: usando uma linguagem objetiva, científica, sem preocupa-
1- Anoitece. ção artística.
2- Teus cabelos loiros brilham. No texto B, o autor trata do mesmo assunto, mas com
3- Uma nuvem cobriu parte do céu. ... preocupação literária, artística. De fato, o poeta entra no
campo subjetivo, com sua maneira própria de se expres-
Linguagem literária: sar, utiliza comparações (compara amor com fogo, ferida,
1- A mão da noite embrulha os horizontes. (Alvaren- contentamento e dor) e serve-se ainda de contrastes que
ga Peixoto) acabam dando graça e força expressiva ao poema (con-
2- Os clarins de ouro dos teus cabelos cantam na luz! tentamento descontente, dor sem doer, ferida que não se
sente, fogo que não se vê).
(Mário Quintana)
3- um sujo de nuvem emporcalhou o luar em sua
Questões
nascença. (José Cândido de Carvalho)
1-) Leia o trecho do poema abaixo.
Como distinguir, na prática, a linguagem literária da
não literária? O Poeta da Roça
- A linguagem literária é conotativa, utiliza figuras Sou fio das mata, cantô da mão grosa
(palavras de sentido figurado), em que as palavras adqui- Trabaio na roça, de inverno e de estio
rem sentidos mais amplos do que geralmente possuem. A minha chupana é tapada de barro
- Na linguagem literária há uma preocupação com a Só fumo cigarro de paia de mio.
escolha e a disposição das palavras, que acabam dando Patativa do Assaré
vida e beleza a um texto.
- Na linguagem literária é muito importante a manei-
ra original de apresentar o tema escolhido.

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LÍNGUA PORTUGUESA

A respeito dele, é possível afirmar que TEXTO II

(A) não pode ser considerado literário, visto que a lin- A cana-de-açúcar
guagem aí utilizada não está adequada à norma culta for-
mal. Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no
(B) não pode ser considerado literário, pois nele não Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. A re-
se percebe a preservação do patrimônio cultural brasileiro. gião que durante séculos foi a grande produtora de cana-de
(C) não é um texto consagrado pela crítica literária. -açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis
(D) trata-se de um texto literário, porque, no processo solos de massapé, além da menor distância em relação ao
criativo da Literatura, o trabalho com a linguagem pode mercado europeu, propiciaram condições favoráveis a esse
aparecer de várias formas: cômica, lúdica, erótica, popular cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de
etc -açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio
(E) a pobreza vocabular – palavras erradas – não permi- de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em
te que o consideremos um texto literário. parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a
cana serve também para a produção de álcool, importante
Leia os fragmentos abaixo para responder às questões nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imen-
que seguem: sa expansão dos canaviais no Brasil, especialmente em São
Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível.
TEXTO I
O açúcar 2-) Para que um texto seja literário:
O branco açúcar que adoçará meu café a) basta somente a correção gramatical; isto é, a expres-
nesta manhã de Ipanema são verbal segundo as leis lógicas ou naturais.
não foi produzido por mim b) deve prescindir daquilo que não tenha correspondên-
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. cia na realidade palpável e externa.
Vejo-o puro c) deve fugir do inexato, daquilo que confunda a capaci-
e afável ao paladar dade de compreensão do leitor.
como beijo de moça, água d) deve assemelhar-se a uma ação de desnudamento. O
na pele, flor escritor revela, ao escrever, o mundo, e, em especial, revela o
que se dissolve na boca. Mas este açúcar Homem aos outros homens.
não foi feito por mim. e) deve revelar diretamente as coisas do mundo: senti-
Este açúcar veio mentos, ideias, ações.
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia. 3-) Ainda com relação ao textos I e II, assinale a opção
Este açúcar veio incorreta
de uma usina de açúcar em Pernambuco a) No texto I, em lugar de apenas informar sobre o real,
ou no Estado do Rio ou de produzi-lo, a expressão literária é utilizada principal-
e tampouco o fez o dono da usina. mente como um meio de refletir e recriar a realidade.
Este açúcar era cana b) No texto II, de expressão não literária, o autor informa
e veio dos canaviais extensos o leitor sobre a origem da cana-de-açúcar, os lugares onde é
que não nascem por acaso produzida, como teve início seu cultivo no Brasil, etc.
no regaço do vale. c) O texto I parte de uma palavra do domínio comum
Em lugares distantes, onde não há hospital – açúcar – e vai ampliando seu potencial significativo, explo-
nem escola, rando recursos formais para estabelecer um paralelo entre o
homens que não sabem ler e morrem de fome açúcar – branco, doce, puro – e a vida do trabalhador que o
aos 27 anos produz – dura, amarga, triste.
plantaram e colheram a cana d) No texto I, a expressão literária desconstrói hábitos
que viraria açúcar. de linguagem, baseando sua recriação no aproveitamento de
Em usinas escuras, novas formas de dizer.
homens de vida amarga e) O texto II não é literário porque, diferentemente do lite-
e dura rário, parte de um aspecto da realidade, e não da imaginação.
produziram este açúcar
branco e puro Gabarito
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
1-) D
Fonte: “O açúcar” (Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de
Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, pp.227-228) 2-) D – Esta alternativa está correta, pois ela remete ao
caráter reflexivo do autor de um texto literário, ao passo
em que ele revela às pessoas o “seu mundo” de maneira
peculiar.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) E – o texto I também fala da realidade, mas com um Condições básicas para interpretar
cunho diferente do texto II. No primeiro há uma colocação
diferenciada por parte do autor em que o objetivo não é Fazem-se necessários:
unicamente passar informação, existem outros “motiva- a) Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros
dores” por trás desta escrita. literários, estrutura do texto), leitura e prática;
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
É muito comum, entre os candidatos a um cargo pú- texto) e semântico;
blico, a preocupação com a interpretação de textos. Isso Observação – na semântica (significado das palavras)
acontece porque lhes faltam informações específicas a incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e cono-
respeito desta tarefa constante em provas relacionadas tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
a concursos públicos. gem, entre outros.
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão aju- c) Capacidade de observação e de síntese e
dar no momento de responder às questões relacionadas d) Capacidade de raciocínio.
a textos.
Interpretar X compreender
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela-
cionadas entre si, formando um todo significativo capaz Interpretar significa
de produzir interação comunicativa (capacidade de co- - explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
dificar e decodificar ). - Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
Contexto – um texto é constituído por diversas fra- - O autor permite concluir que...
ses. Em cada uma delas, há uma certa informação que a - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando
condições para a estruturação do conteúdo a ser trans- Compreender significa
mitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão está escrito.
grande que, se uma frase for retirada de seu contexto - o texto diz que...
original e analisada separadamente, poderá ter um sig- - é sugerido pelo autor que...
nificado diferente daquele inicial. - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
ção...
Intertexto - comumente, os textos apresentam re- - o narrador afirma...
ferências diretas ou indiretas a outros autores através
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Erros de interpretação

Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias,
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, a) Extrapolação (viagem)
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias
na prova. que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do
tema quer pela imaginação.
Normalmente, numa prova, o candidato é convi-
dado a: b) Redução
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a
1. Identificar – é reconhecer os elementos funda- um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de
mentais de uma argumentação, de um processo, de uma ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendi-
época (neste caso, procuram-se os verbos e os advér- mento do tema desenvolvido.
bios, os quais definem o tempo).
2. Comparar – é descobrir as relações de semelhança c) Contradição
ou de diferenças entre as situações do texto. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do can-
3. Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado didato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conse-
com uma realidade, opinando a respeito. quentemente, errando a questão.
4. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou se-
cundárias em um só parágrafo. Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor
5. Parafrasear – é reescrever o texto com outras pa- e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova
lavras. de concurso, o que deve ser levado em consideração é o
que o autor diz e nada mais.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que - Falante não pode negar que tenha querido transmitir
relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre a informação expressa pelo pressuposto, mas pode negar
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de que tenha desejado transmitir a informação expressa pelo
um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pro- subentendido.
nome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se - Negação da informação não nega o pressuposto.
vai dizer e o que já foi dito. - Pressuposto não verdadeiro – informação explícita
absurda.
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia - Principais marcadores de pressupostos: a) adjetivos;
-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e b) verbos; c) advérbios; d) orações adjetivas; e) conjunções.
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer QUESTÕES
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- (Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP – Vu-
cedente. nesp/2013)
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de O uso da bicicleta no Brasil
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, A utilização da bicicleta como meio de locomoção no
a saber: Brasil ainda conta com poucos adeptos, em comparação
com países como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
quais a bicicleta é um dos principais veículos nas ruas. Ape-
mas depende das condições da frase.
sar disso, cada vez mais pessoas começam a acreditar que
qual (neutro) idem ao anterior.
a bicicleta é, numa comparação entre todos os meios de
quem (pessoa)
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois transporte, um dos que oferecem mais vantagens.
o objeto possuído. A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicle-
como (modo) tas e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e
onde (lugar) jamais na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são
quando (tempo) todos considerados veículos, com direito de circulação pe-
quanto (montante) las ruas e prioridade sobre os automotores.
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à
Exemplo: bicicleta no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade,
Falou tudo QUANTO queria (correto) pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria consomem petróleo e produzem muito menos sucata de
aparecer o demonstrativo O ). metais, plásticos e borracha; a diminuição dos congestio-
Dicas para melhorar a interpretação de textos namentos por excesso de veículos motorizados, que atin-
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do gem principalmente as grandes cidades; o favorecimento
assunto; da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito bom; e
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a economia no combustível, na manutenção, no seguro e,
a leitura; claro, nos impostos.
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto No Brasil, está sendo implantado o sistema de com-
pelo menos duas vezes;
partilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo,
- Inferir;
o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitu-
- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do ra, em parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com
autor; quase um ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor Paulo, Santos, Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo
compreensão; país aderirem a esse sistema, mais duas capitais já estão
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de com o projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do
cada questão; compartilhamento é semelhante em todas as cidades. Em
- O autor defende ideias e você deve percebê-las; Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo
site. O valor do passe mensal é R$10 e o do passe diário,
Segundo Fiorin: R$5, podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das
-Pressupostos – informações implícitas decorrentes 6h às 22h, nas duas modalidades. Em todas as cidades que
necessariamente de palavras ou expressões contidas na já aderiram ao projeto, as bicicletas estão espalhadas em
frase. pontos estratégicos.
- Subentendidos – insinuações não marcadas clara- A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção
mente na linguagem. não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda
- Pressupostos – verdadeiros ou admitidos como tal. não sabem que a bicicleta já é considerada um meio de
- Subentendidos – de responsabilidade do ouvinte. transporte, ou desconhecem as leis que abrangem a bike.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Na confusão de um trânsito caótico numa cidade grande, não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir,
carros, motocicletas, ônibus e, agora, bicicletas, misturam- mas também se engajam num comportamento de risco –
se, causando, muitas vezes, discussões e acidentes que po- algumas até agem especificamente para irritar o outro mo-
deriam ser evitados. torista ou impedir que este chegue onde precisa.
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá
A verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles ter antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando
estão totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. um motorista a tomar decisões irracionais.
Por isso é tão importante usar capacete e outros itens de Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocio-
segurança. A maior parte dos motoristas de carros, ônibus, nante. Para muitos de nós, os carros são a extensão de
motocicletas e caminhões desconhece as leis que abran- nossa personalidade e podem ser o bem mais valioso que
gem os direitos dos ciclistas. Mas muitos ciclistas também possuímos. Dirigir pode ser a expressão de liberdade para
ignoram seus direitos e deveres. Alguém que resolve in- alguns, mas também é uma atividade que tende a aumen-
tegrar a bike ao seu estilo de vida e usá-la como meio de tar os níveis de estresse, mesmo que não tenhamos cons-
locomoção precisa compreender que deverá gastar com ciência disso no momento.
alguns apetrechos necessários para poder trafegar. De Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez
acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, as bicicletas que entra no trânsito, você se junta a uma comunidade
devem, obrigatoriamente, ser equipadas com campainha, de outros motoristas, todos com seus objetivos, medos e
sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, habilidades ao volante. Os psicólogos Leon James e Diane
além de espelho retrovisor do lado esquerdo. Nahl dizem que um dos fatores da ira de trânsito é a ten-
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. dência de nos concentrarmos em nós mesmos, descartan-
Adaptado) do o aspecto comunitário do ato de dirigir.
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito,
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como o Dr. James acredita que a causa principal da ira de trânsi-
meio de locomoção nas metrópoles brasileiras to não são os congestionamentos ou mais motoristas nas
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra ruas, e sim como nossa cultura visualiza a direção agressi-
devido à falta de regulamentação. va. As crianças aprendem que as regras normais em relação
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido ao comportamento e à civilidade não se aplicam quando
incentivado em várias cidades. dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais envolvidos
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela em comportamentos de disputa ao volante, mudando de
maioria dos moradores. faixa continuamente ou dirigindo em alta velocidade, sem-
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com pre com pressa para chegar ao destino.
os demais meios de transporte. Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era des-
arriscada e pouco salutar. carregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a
descarga de frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos situação de ira de trânsito, a descarga de frustrações pode
objetivos centrais do texto é transformar um incidente em uma violenta briga.
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do Com isso em mente, não é surpresa que brigas vio-
ciclista. lentas aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta está predisposta a apresentar um comportamento irracio-
é mais seguro do que dirigir um carro. nal quando dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bi- maior parte das pessoas fica emocionalmente incapacitada
cicleta no Brasil. quando dirige. O que deve ser feito, dizem os psicólogos,
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como é estar ciente de seu estado emocional e fazer as escolhas
meio de locomoção se consolidou no Brasil. corretas, mesmo quando estiver tentado a agir só com a
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista emoção.
deve dar prioridade ao pedestre. (Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.
uol.com.br/furia-no-transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013.
(Oficial Estadual de Trânsito - DETRAN-SP - Vunesp Adaptado)
2013) Leia o texto para responder às questões de 3 a 5
3-) Tomando por base as informações contidas no tex-
Propensão à ira de trânsito to, é correto afirmar que
(A) os comportamentos de disputa ao volante aconte-
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente cem à medida que os motoristas se envolvem em decisões
perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais se- conscientes.
guro do mundo, existem muitas variáveis de risco no trân- (B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são cau-
sito, como clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas. E sadas pela constante preocupação dos motoristas com o
com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas aspecto comunitário do ato de dirigir.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas 6-) Considere:
é o principal motivo que provoca, nos motoristas, uma di- I. Segundo o texto, na ficção científica abordam-se,
reção agressiva. com distanciamento de tempo e espaço, questões con-
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de ex- troversas e moralmente incômodas da sociedade atual, de
periências e atividades não só individuais como também modo que a solução oferecida pela fantasia possa ser apli-
sociais. cada para resolver os problemas da realidade.
(E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle II. Parte do poder de convencimento da ficção cientí-
das emoções positivas por parte dos motoristas. fica deriva do fato de serem apresentados ao espectador
objetos imaginários que, embora não existam na vida real,
4. A ira de trânsito estão, de algum modo, conectados à realidade.
A) aprimora uma atitude de reconhecimento de regras. III. A ficção científica extrapola os limites da realidade,
(B) implica tomada de decisões sem racionalidade. mas baseia-se naquilo que, pelo menos em teoria, acredi-
(C) conduz a um comportamento coerente. ta-se que seja possível.
(D) resulta do comportamento essencialmente comu- Está correto o que se afirma APENAS em
nitário dos motoristas. (A) III.
(E) decorre de imperícia na condução de um veículo. (B) I e II.
(C) I e III.
5. De acordo com o perito Dr. James, (D) II e III.
(A) os congestionamentos representam o principal fa- (E) II.
tor para a ira no trânsito.
(B) a cultura dos motoristas é fator determinante para 7-) Sem prejuízo para o sentido original e a correção
o aumento de suas frustrações. gramatical, o termo sonhar, em ... a sociedade se permite
(C) o motorista, ao dirigir, deve ser individualista em sonhar seus piores problemas... (2o parágrafo), pode ser
suas ações, a fim de expressar sua liberdade e garantir que substituído por:
outros motoristas não o irritem. (A) descansar.
(D) a principal causa da direção agressiva é o desco- (B) desprezar.
nhecimento das regras de trânsito. (C) esquecer.
(E) o comportamento dos pais ao dirigirem com ira (D) fugir.
contradiz o aprendizado das crianças em relação às regras (E) imaginar.
de civilidade.
(TRF 3ª região/2014) Atenção: Para responder às ques-
(TRF 3ª região/2014) Para responder às questões de tões de números 8 a 10 considere o texto abaixo.
números 6 e 7 considere o texto abaixo. Texto I
Toda ficção científica, de Metrópolis ao Senhor dos O canto das sereias é uma imagem que remonta às
anéis, baseia-se, essencialmente, no que está acontecen-
mais luminosas fontes da mitologia e da literatura gregas.
do no mundo no momento em que o filme foi feito. Não
As versões da fábula variam, mas o sentido geral da trama
no futuro ou numa galáxia distante, muitos e muitos anos
é comum.
atrás, mas agora mesmo, no presente, simbolizado em pro-
As sereias eram criaturas sobre-humanas. Ninfas de
jeções que nos confortam e tranquilizam ao nos oferecer
extraordinária beleza, viviam sozinhas numa ilha do Medi-
uma adequada distância de tempo e espaço.
terrâneo, mas tinham o dom de chamar a si os navegantes,
Na ficção científica, a sociedade se permite sonhar seus
graças ao irresistível poder de sedução do seu canto. Atraí-
piores problemas: desumanização, superpopulação, totali-
dos por aquela melodia divina, os navios batiam nos recifes
tarismo, loucura, fome, epidemias. Não se imita a realida-
submersos da beira-mar e naufragavam. As sereias então
de, mas imagina-se, sonha-se, cria-se outra realidade onde
possamos colocar e resolver no plano da imaginação tudo devoravam impiedosamente os tripulantes.
o que nos incomoda no cotidiano. O elemento essencial Doce o caminho, amargo o fim. Como escapar com
para guiar a lógica interna do gênero, cuja quebra implica vida do canto das sereias? A literatura grega registra duas
o fim da magia, é a ciência. Por isso, tecnologia é essen- soluções vitoriosas. Uma delas foi a saída encontrada por
cial ao gênero. Parte do poder desse tipo de magia cine- Orfeu, o incomparável gênio da música e da poesia.
matográfica está em concretizar, diante dos nossos olhos, Quando a embarcação na qual ele navegava entrou
objetos possíveis, mas inexistentes: carros voadores, robôs inadvertidamente no raio de ação das sereias, ele conse-
inteligentes. Como parte dessas coisas imaginadas acaba guiu impedir a tripulação de perder a cabeça tocando uma
se tornando realidade, o gênero reforça a sensação de que música ainda mais sublime do que aquela que vinha da
estamos vendo na tela projeções das nossas possibilidades ilha. O navio atravessou incólume a zona de perigo.
coletivas futuras. A outra solução foi a de Ulisses. Sua principal arma
(Adaptado de: BAHIANA, Ana Maria. Como ver um fil- para vencer as sereias foi o reconhecimento franco e cora-
me. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. formato ebook.) joso da sua fraqueza e da sua falibilidade − a aceitação dos
seus inescapáveis limites humanos.

6
LÍNGUA PORTUGUESA

Ulisses sabia que ele e seus homens não teriam firmeza


para resistir ao apelo das sereias. Por isso, no momento SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS.
em que a embarcação se aproximou da ilha, mandou que SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS
todos os tripulantes tapassem os ouvidos com cera e orde- PALAVRAS.
nou que o amarrassem ao mastro central do navio. O sur-
preendente é que Ulisses não tapou com cera os próprios
ouvidos − ele quis ouvir. Quando chegou a hora, Ulisses
foi seduzido pelas sereias e fez de tudo para convencer os Semântica é o estudo da significação das palavras e
tripulantes a deixarem-no livre para ir juntar-se a elas. Seus das suas mudanças de significação através do tempo ou
subordinados, contudo, cumpriram fielmente a ordem de em determinada época. A maior importância está em dis-
não soltá-lo até que estivessem longe da zona de perigo. tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e
Orfeu escapou das sereias como divindade; Ulisses, homônimos e parônimos (homonímia / paronímia).
como mortal. Ao se aproximar das sereias, a escolha diante
do herói era clara: a falsa promessa de gratificação ime- Sinônimos
diata, de um lado, e o bem permanente do seu projeto de
vida − prosseguir viagem, retornar a Ítaca, reconquistar São palavras de sentido igual ou aproximado: alfa-
Penélope −, do outro. A verdadeira vitória de Ulisses foi beto - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar
contra ele mesmo. Foi contra a fraqueza, o oportunismo - abolir.
suicida e a surdez delirante que ele soube reconhecer em
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são
sua própria alma.
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Auto-engano. São
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quan-
Paulo, Cia. das Letras, 1997. Formato eBOOK)
do, ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela
8-) Há no texto outra, em determinado enunciado (aguardar e esperar).
(A) comparação entre os meios que Orfeu e Ulisses
usam para enfrentar o desafio que se apresenta a eles. Observação: A contribuição greco-latina é respon-
(B) rivalidade entre o mortal Ulisses e o divino Orfeu, sável pela existência de numerosos pares de sinônimos:
cujo talento musical causava inveja ao primeiro. adversário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo
(C) juízo de valor a respeito das atitudes das sereias em e hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; coló-
relação aos navegantes e elogio à astúcia de Orfeu. quio e diálogo; transformação e metamorfose; oposição e
(D) crítica à forma pouco original com que Orfeu deci- antítese.
de enganar as sereias e elogio à astúcia de Ulisses.
(E) censura à atitude arriscada de Ulisses, cuja ousadia Antônimos
quase lhe custou seu projeto de vida.
São palavras que se opõem através de seu significado:
9-) Depreende-se do texto que as sereias atingiam ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar;
seus objetivos por meio de mal - bem.
(A) intolerância.
(B) dissimulação. Observação: A antonímia pode se originar de um
(C) lisura. prefixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldi-
(D) observação. zer; simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia
(E) condescendência. e discórdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista
e anticomunista; simétrico e assimétrico.
10-) O navio atravessou incólume a zona de perigo. (4o
parágrafo). Mantém-se o sentido original do texto substi- Homônimos e Parônimos
tuindo-se o elemento grifado por
(A) insolente. - Homônimos = palavras que possuem a mesma gra-
(B) inatingível.
fia ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes.
(C) intacto.
Podem ser
(D) inativo.
(E) impalpável.
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife-
GABARITO rentes na pronúncia:
rego (subst.) e rego (verbo);
1- B 2-A 3-D 4-B 5-E colher (verbo) e colher (subst.);
6- D 7-E 8-A 9-B 10-C jogo (subst.) e jogo (verbo);
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
providência (subst.) e providencia (verbo).

7
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Denotação e Conotação


ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Exemplos de variação no significado das palavras:
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido literal)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido fi-
censo (recenseamento) e senso ( juízo); gurado)
paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
As variações nos significados das palavras ocasionam o
c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo (co-
perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia: notação) das palavras.
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.); Denotação
livre (adj.) e livre (verbo). Uma palavra é usada no sentido denotativo quando
apresenta seu significado original, independentemente do
- Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po- contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado mais
rém de formas relativamente próximas. São palavras pa- objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e
recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece
vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra.
almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor- A denotação tem como finalidade informar o receptor
rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/ da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca-
ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor-
(medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medica-
mentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, por
atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pedaço de
(atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
madeira. Outros exemplos:
tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
O elefante é um mamífero.
priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
As estrelas deixam o céu mais bonito!
movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
(ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
Conotação
afundar). Uma palavra é usada no sentido conotativo quando apre-
senta diferentes significados, sujeitos a diferentes interpreta-
Hiperonímia e Hiponímia ções, dependendo do contexto em que esteja inserida, referin-
do-se a sentidos, associações e ideias que vão além do sentido
Hipônimos e hiperônimos são palavras que perten- original da palavra, ampliando sua significação mediante a cir-
cem a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o cunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um senti-
hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o hipe- do figurado e simbólico. Como no exemplo da palavra “pau”:
rônimo, mais abrangente. em seu sentido conotativo ela pode significar castigo (dar-lhe
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipô- um pau), reprovação (tomei pau no concurso).
nimo, criando, assim, uma relação de dependência se- A conotação tem como finalidade provocar sentimen-
mântica. Por exemplo: Veículos está numa relação de hi- tos no receptor da mensagem, através da expressividade e
peronímia com carros, já que veículos é uma palavra de afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa
significado genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em
Veículos é um hiperônimo de carros. conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu-
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em blicitários, entre outros. Exemplos:
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili- Você é o meu sol!
zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita Minha vida é um mar de tristezas.
a repetição desnecessária de termos. Você tem um coração de pedra!

Fontes de pesquisa: * Dica: Procure associar Denotação com Dicionário: tra-


http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos, ta-se de definição literal, quando o termo é utilizado com o
-antonimos,-homonimos-e-paronimos sentido que consta no dicionário.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Fontes de pesquisa:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São cao/
Paulo: Saraiva, 2010. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Portuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000. Paulo: Saraiva, 2010.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Polissemia De igual forma, quando uma palavra é polissêmica,


ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma in-
Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir terpretação. Para fazer a interpretação correta é muito im-
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de portante saber qual o contexto em que a frase é proferida.
um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra, Muitas vezes, a disposição das palavras na construção
mas que abarca um grande número de significados dentro do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo,
de seu próprio campo semântico. comicidade. Repare na figura abaixo:
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se
em consideração as situações de aplicabilidade. Há uma
infinidade de exemplos em que podemos verificar a ocor-
rência da polissemia:
O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
sobrevivência
O passarinho foi atingido no bico.

Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de (http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto-


computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em co- cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014).
mum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido de Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras,
“entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”, mas duas seriam:
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
Corte e coloração capilar
“jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
ou
formato quadriculado que têm.
Faço corte e pintura capilar
Polissemia e homonímia
Fontes de pesquisa:
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante co-
htm
mum. Quando a mesma palavra apresenta vários significados,
estamos na presença da polissemia. Por outro lado, quando Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
duas ou mais palavras com origens e significados distintos reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
têm a mesma grafia e fonologia, temos uma homonímia. Paulo: Saraiva, 2010.
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
polissemia porque os diferentes significados para a pala-
vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra Figura de Linguagem, Pensamento e Construção
polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabe-
to, o texto de uma canção ou a caligrafia de um determi- Figura de Palavra
nado indivíduo. Neste caso, os diferentes significados es-
tão interligados porque remetem para o mesmo conceito, A figura de palavra consiste na substituição de uma
o da escrita. palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico,
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja
Polissemia e ambiguidade por uma associação, uma comparação, uma similaridade.
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na - permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de pala-
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode vras: a metáfora e a metonímia.
ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação Metáfora
específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
uma frase. Vejamos a seguinte frase: Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen- em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em
temente são felizes. virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa
Neste caso podem existir duas interpretações diferen- e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da
tes: palavra fora de seu sentido normal.
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são Observação: toda metáfora é uma espécie de com-
felizes ou são felizes porque têm uma alimentação equi- paração implícita, em que o elemento comparativo não
librada. aparece.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Seus olhos são como luzes brilhantes. 10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so-
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse
através do emprego da palavra como. mundo).
Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes. 11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para
Neste exemplo não há mais uma comparação (note a ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram
ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja, chamadas, não apenas uma mulher).
qualidade do que é semelhante. 12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone).
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta 13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
é a verdadeira metáfora. Alguns astronautas foram à Lua).
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
Observe outros exemplos: derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado).

1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de
Pessoa) extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquan-
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que to que a metonímia abrange apenas os casos de analogia
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio ou de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fa-
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando zer distinção entre ambas as figuras.
a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
Catacrese
2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar
algum. Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contí-
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na fra- nuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando,
se acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão por falta de um termo específico para designar um con-
que indica uma alma rústica e abandonada (e angustiada- ceito, toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a
mente inútil), há uma comparação subentendida: Minha empregar algumas palavras fora de seu sentido original.
alma é tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma es- Exemplos: “asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do ros-
trada de terra que leva a lugar algum. to”, “pé da mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.

A Amazônia é o pulmão do mundo. Perífrase ou Antonomásia


Em sua mente povoa só inveja.
Trata-se de uma expressão que designa um ser atra-
vés de alguma de suas características ou atributos, ou de
Metonímia
um fato que o celebrizou. É a substituição de um nome
por outro ou por uma expressão que facilmente o iden-
É a substituição de um nome por outro, em virtude de
tifique:
existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua
pode acontecer dos seguintes modos:
atraindo visitantes do mundo todo.
A Cidade-Luz (=Paris)
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
O rei das selvas (=o leão)
Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= Observação: quando a perífrase indica uma pes-
As lâmpadas iluminam o mundo). soa, recebe o nome de antonomásia. Exemplos:
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida prati-
da cruz. (= Não te afastes da religião). cando o bem.
4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito
Havana. (= Fumei um saboroso charuto). jovem.
5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só- O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
crates tomou veneno).
6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu Sinestesia
trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro-
duzo). Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen-
7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
(= Bebeu todo o líquido que estava no cálice). cruzamento de sensações distintas.
8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os micro- Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito =
fones foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram auditivo; áspero = tátil)
atrás dos jogadores). No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte-
9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressa- cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual)
damente. (= Várias pessoas passavam apressadamente). Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil)

10
LÍNGUA PORTUGUESA

Fontes de pesquisa: Prosopopeia ou Personificação


http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
php É a atribuição de ações ou qualidades de seres ani-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa mados a seres inanimados, ou características humanas a
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. seres não humanos. Observe os exemplos:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- As pedras andam vagarosamente.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um
Paulo: Saraiva, 2010. cego que guia.
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.
Antítese Chora, violão.
Consiste no emprego de palavras que se opõem Apóstrofe
quanto ao sentido. O contraste que se estabelece serve,
essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envol-
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coi-
vidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos
sa personificada, de acordo com o objetivo do discurso,
mesmos. Observe os exemplos:
que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-
“O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
O corpo é grande e a alma é pequena. se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele
“Quando um muro separa, uma ponte une.” imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe
Não há gosto sem desgosto. a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim
a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr
Paradoxo ou oximoro em evidência com tal invocação. Realiza-se por meio do
vocativo. Exemplos:
É a associação de ideias, além de contrastantes, con- Moça, que fazes aí parada?
traditórias. Seria a antítese ao extremo. “Pai Nosso, que estais no céu”
Era dor, sim, mas uma dor deliciosa. Deus, ó Deus! Onde estás?
Ouvimos as vozes do silêncio.
Gradação
Eufemismo
Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
É o emprego de uma expressão mais suave, mais no- mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descen-
bre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa ás- dente (anticlímax). Observe este exemplo:
pera, desagradável ou chocante. Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Se- com seus olhos claros e brincalhões...
nhor. (= morreu)
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou) O objetivo do narrador é mostrar a expressividade
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu) dos olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se re-
Faltar à verdade. (= mentir) fere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e
seus olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em
Ironia ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos:
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu
É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do
amor”. (Olavo Bilac)
que as palavras ou frases expressam, geralmente apresen-
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, co-
tando intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem
lheu-se.” (Padre Antônio Vieira)
construída para que cumpra a sua finalidade; mal cons-
truída, pode passar uma ideia exatamente oposta à dese-
jada pelo emissor. Fontes de pesquisa:
Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5.
mínima. php
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
que estão por perto. Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
O governador foi sutil como um elefante. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Hipérbole Paulo: Saraiva, 2010.

É a expressão intencionalmente exagerada com o in- As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe)
tuito de realçar uma ideia. ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela
“Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac) maior expressividade que se dá ao sentido.
O concurseiro quase morre de tanto estudar!

11
LÍNGUA PORTUGUESA

Elipse Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais:


eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as
Consiste na omissão de um ou mais termos numa três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um
oração e que podem ser facilmente identificados, tanto desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con-
por elementos gramaticais presentes na própria oração, corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que
quanto pelo contexto. está inscrita no sujeito. Exemplos:
A catedral da Sé. (a igreja catedral) O que não compreendo é como os brasileiros persista-
Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao es- mos em aceitar essa situação.
tádio) Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jar-
Zeugma dins públicos.” (Machado de Assis)

Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita Observe que os verbos persistamos, temos e somos
a omissão de um termo já mencionado anteriormente. não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos
Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de (brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira
português) pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só brasileiros, os agricultores e os cariocas).
modernos. (só havia móveis)
Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de) Polissíndeto / Assíndeto

Silepse Para estudarmos as duas figuras de construção é ne-


cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
A silepse é a concordância que se faz com o termo período composto. No período composto por coordena-
que não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A
É uma concordância anormal, psicológica, porque se faz oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
com um termo oculto, facilmente identificado. Há três ti- é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
pos de silepse: de gênero, número e pessoa. dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
figuras de construção:
Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e fe-
minino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordân- 1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela re-
cia se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos: petição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O
menino resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o
calor intenso. 2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela au-
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando sência, pela omissão das conjunções coordenativas, re-
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence sultando no uso de orações coordenadas assindéticas.
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo Exemplos:
(a cidade de Porto Velho). Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
“Vim, vi, venci.” (Júlio César)
2) Vossa Excelência está preocupado.
O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes- Pleonasmo
soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa
Excelência. Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é
Silepse de Número - Os números são singular e plu- realçar a ideia, torná-la mais expressiva.
ral. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo.
não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração,
mas com a ideia que nele está contida. Exemplos: Nesta oração, os termos “o problema da violência”
A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade e “lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto.
de Salvador. Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto. pronome “lo” classificado como objeto direto pleonástico.
Outro exemplo:
Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei- Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
tos das orações (que se encontram no singular, procissão
e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o
isso que os verbos estão no plural. pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo-
nástico.

12
LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan- Figuras de Som


do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
pleonasmo vicioso: Aliteração - Consiste na repetição de consoantes
Vi aquela cena com meus próprios olhos. como recurso para intensificação do ritmo ou como efei-
Vamos subir para cima. to sonoro significativo.
Ele desceu pra baixo. Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Anáfora Quem com ferro fere com ferro será ferido.

É a repetição de uma ou mais palavras no início de Assonância - Consiste na repetição ordenada de


várias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de sons vocálicos idênticos:
coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão em cau- “Sou um mulato nato no sentido lato mulato demo-
sa é posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar crático do litoral.”
determinado elemento textual. Os termos anafóricos po-
dem muitas vezes ser substituídos por pronomes. Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir
Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe- na forma de palavras os sons da realidade:
cia. Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
ba.” (Padre Vieira) Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.
Anacoluto php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Consiste na mudança da construção sintática no meio Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
da frase, ficando alguns termos desligados do resto do Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
período. É a quebra da estrutura normal da frase para a
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
introdução de uma palavra ou expressão sem nenhuma
Paulo: Saraiva, 2010.
ligação sintática com as demais.
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Questões
Morrer, todo haveremos de morrer.
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BI-
BLIOTECONOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo, de-
os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de
veria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma in-
terrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer- um tipo de linguagem figurada denominada
cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é (A) metonímia.
chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma (B) eufemismo.
interrupção na sequência lógica do pensamento. (C) hipérbole.
(D) metáfora.
Observação: o anacoluto deve ser usado com finali- (E) catacrese.
dade expressiva em casos muito especiais. Em geral, evi-
te-o. 1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu
contexto convencional (denotativo) e transportá-la para
Hipérbato / Inversão um novo campo de significação (conotativa), por meio de
uma comparação implícita, de uma similaridade existente
É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da entre as duas.
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o (Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portu-
sujeito venha depois do predicado: gues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.
Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O htm)
amor venceu ao ódio) RESPOSTA: “D”.
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
Eu cuido dos meus problemas)

* Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
tumbante de um povo heroico”.

13
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a


figura de linguagem presente na tira seguinte:

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar algu-
ma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” no
lugar de “que morreram por nós”.
RESPOSTA: “D”.

3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/UFAL/2014)


Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, ho-
rário do dia em que o calor é mais intenso, a temperatura do asfalto, medida com um termômetro de contato, chegou a
65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso em: 22 jan. 2014.

O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de lingua-
gem. O autor do texto refere-se a qual figura de linguagem?
A) Eufemismo.
B) Hipérbole.
C) Paradoxo.
D) Metonímia.
E) Hipérbato.

3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para representar o calor excessivo que está fazendo. A figura que é
utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a hipérbole.
RESPOSTA: “B”.

PONTUAÇÃO.

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a coerência textual, além de
ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um texto escrito adquire diferentes significados quando pontuado
de formas diversificadas. O uso da pontuação depende, em certos momentos, da intenção do autor do discurso. Assim,
os sinais de pontuação estão diretamente relacionados ao contexto e ao interlocutor.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Principais funções dos sinais de pontuação Ponto de Exclamação (!)

Ponto (.) 1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,


susto, súplica, etc.
1- Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
cerrando o período.
2- Depois de interjeições ou vocativos
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- Ai! Que susto!
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe- João! Há quanto tempo!
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. Exem- Ponto de Interrogação (?)
plo: Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e
não “etc..”) Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do vedo)
ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
Haverá eleições em outubro Reticências (...)
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napo-
leão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lá-
pis, canetas, cadernos...
4- Os números que identificam o ano não utilizam
ponto nem devem ter espaço a separá-los, bem como os 2- Indica interrupção violenta da frase.
números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”

Ponto e Vírgula ( ; ) 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este


mal... pega doutor?
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Dei-
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
xa, depois, o coração falar...
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
Vírgula (,)
(VIEIRA)
Não se usa vírgula
2- Separa partes de frases que já estão separadas
por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros,
* separando termos que, do ponto de vista sintático,
montanhas, frio e cobertor. ligam-se diretamente entre si:
- entre sujeito e predicado:
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de Todos os alunos da sala foram advertidos.
motivos, decreto de lei, etc. Sujeito predicado
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; - entre o verbo e seus objetos:
Caminhada na praia; O trabalho custou sacrifício aos
Reunião com amigos. realizadores.
V.T.D.I. O.D. O.I.
Dois pontos (:)
Usa-se a vírgula:
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: - Para marcar intercalação:
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
2- Antes de um aposto dância, vem caindo de preço.
Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
tarde e calor à noite. produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven- querem abrir mão dos lucros altos.
do a rotina de sempre.
- Para marcar inversão:
4- Em frases de estilo direto a) do adjunto adverbial (colocado no início da ora-
Maria perguntou: ção): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas
- Por que você não toma uma decisão? fechadas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos Questões


pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e ani-
mais.

- Para marcar elipse (omissão) do verbo:


Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

- Para isolar:
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasi-
leira, possui um trânsito caótico.
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.

Observações:
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres-
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria
dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o
acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que empre- (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-
guemos etc. precedido de vírgula: Falamos de política, fu-
gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontua-
tebol, lazer, etc.
ção está correta em:
A) Hagar disse, que não iria.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir,
combinados o ponto de interrogação e o de exclamação:
bifes e lagostas, aos vizinhos.
Você falou isso para ela?!
C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
para Hagar e Helga
- Temos, ainda, sinais distintivos:
D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse,
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa-
ração de siglas (IOF/UPC); Hagar à Helga.
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas E) Helga chegou com o recado: fomos convidados,
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
aos parênteses, principalmente na matemática;
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a 1-) Correções realizadas:
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre
nome que não se quer mencionar. verbo e seu complemento (objeto)
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
Fontes de pesquisa: fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/ seu complemento (objeto)
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-vir- C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
gula.htm para Hagar e Helga.
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São gar à Helga.
Paulo: Saraiva, 2010. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. RESPOSTA: “E”.

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA-


BALHO – CESPE/2014 - adaptada)
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al-
coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo
o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- Observe outros exemplos:
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separa- de águia aquilino
do entre pontuações. Exemplos: de aluno discente
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! de anjo angelical
RESPOSTA: “CERTO”. de ano anual

4-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em de aranha aracnídeo


apenas uma das opções a vírgula foi corretamente em- de boi bovino
pregada. Assinale-a. de cabelo capilar
A) No dia seguinte, estavam todos cansados.
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas. de cabra caprino
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas de campo campestre ou rural
perplexas.
de chuva pluvial
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e
fundamental. de criança pueril
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pe- de dedo digital
quena parte do território.
de estômago estomacal ou gástrico
5-) de falcão falconídeo
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta de farinha farináceo
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). de fera ferino
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas de ferro férreo
perplexas = não se separa sujeito do predicado.
de fogo ígneo
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e
fundamental = não se separa sujeito do predicado. de garganta gutural
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque- de gelo glacial
na parte do território. = não se separa sujeito do predicado
RESPOSTA: “A”. de guerra bélico
de homem viril ou humano
de ilha insular
CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, de inverno hibernal ou invernal
ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, de lago lacustre
ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO:
de leão leonino
EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS
RELAÇÕES QUE ESTABELECEM. de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
de madeira lígneo
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou de mestre magistral
característica do ser e se relaciona com o substantivo,
de ouro áureo
concordando com este em gênero e número.
de paixão passional
As praias brasileiras estão poluídas. de pâncreas pancreático
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de porco suíno ou porcino
(plural e feminino, pois concordam com “praias”). dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução adjetiva
de sonho onírico
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne- de velho senil
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma
de vento eólico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição +
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vidro vítreo ou hialino
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por de virilha inguinal
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio
de visão óptico ou ótico
(paixão desenfreada).

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Observação: nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por exem-
plo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.

Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):

O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como
adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Adjetivo Pátrio (ou gentílico)

Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles:

Estados e cidades brasileiras:

Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas- Grau do Adjetivo
culino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no fe- Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a in-
minino somente o último elemento: o moço norte-america- tensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adje-
no, a moça norte-americana. tivo: o comparativo e o superlativo.

* Exceção: surdo-mudo e surda-muda. Comparativo

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
como para o feminino: homem feliz e mulher feliz. buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi-
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de
feminino: conflito político-social e desavença político-social. igualdade, de superioridade ou de inferioridade.
Número dos Adjetivos
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Plural dos adjetivos simples
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão.
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
boa e boas. rioridade Analítico
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça No comparativo de superioridade analítico, entre os
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a pala- dois substantivos comparados, um tem qualidade supe-
vra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: do que” ou “mais...que”.
a palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se
estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Su-
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza. perioridade Sintético

Veja outros exemplos: Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de


Motos vinho (mas: motos verdes) superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São
Paredes musgo (mas: paredes brancas). eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/supe-
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). rior, grande/maior, baixo/inferior.
Observe que:
Adjetivo Composto a) As formas menor e pior são comparativos de su-
perioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau,
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normal- respectivamente.
mente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o últi- b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
mo elemento concorda com o substantivo a que se refere; os (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações
demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos ele- feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, de-
mentos que formam o adjetivo composto seja um substan- ve-se usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais
tivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável.
grande e mais pequeno. Por exemplo:
Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, um substan-
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois
tivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará
elementos.
como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, forma-
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
rá um adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado,
o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja: duas qualidades de um mesmo elemento.
Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In-
Olhos verde-claros. ferioridade
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. Sou menos passivo (do) que tolerante.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
* Observação:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer O superlativo expressa qualidades num grau muito
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relati-
invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, ves- vo e apresenta as seguintes modalidades:
tidos cor-de-rosa. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade
- O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- de um ser é intensificada, sem relação com outros seres.
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. Apresenta-se nas formas:

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio Advérbio


de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado. Compare estes exemplos:
2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo. O ônibus chegou.
O ônibus chegou ontem.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido
benéfico - beneficentíssimo do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo, de modo,
de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio advérbio.
bom - boníssimo ou ótimo Estudei bastante. = modificando o verbo estudei
comum - comuníssimo Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio
(bem)
cruel - crudelíssimo
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um ad-
difícil - dificílimo jetivo (claros)
doce - dulcíssimo
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acres-
fácil - facílimo
centar ideia de:
fiel - fidelíssimo Tempo: Ela chegou tarde.
Lugar: Ele mora aqui.
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de Modo: Eles agiram mal.
um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. Negação: Ela não saiu de casa.
Essa relação pode ser: Dúvida: Talvez ele volte.
1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
todas. Flexão do Advérbio
2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
todas. Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre-
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios,
* Note bem: porém, admitem a variação em grau. Observe:
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por
meio dos advérbios muito, extremamente, excepcional- Grau Comparativo
mente, antepostos ao adjetivo.
2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- modo que o comparativo do adjetivo:
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re-
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, nato fala tão alto quanto João.
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
popular é constituída do radical do adjetivo português + Renato fala menos alto do que João.
o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. - de superioridade:
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o super- 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
lativo com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os fala mais alto do que João.
terminados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
cheio – cheíssimo. melhor que João.

Fontes de pesquisa: Grau Superlativo


http://www.sopor tugues.com.br/secoes/mor f/
morf32.php O superlativo pode ser analítico ou sintético:
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- - Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São fala muito alto.
Paulo: Saraiva, 2010. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa de modo
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altís-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. simo.

* Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-


nho, etc.) são comuns na língua popular.
Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
A criança levantou cedinho. (muito cedo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação dos Advérbios Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido

De acordo com a circunstância que exprime, o advér- Há palavras como muito, bastante, que podem apare-
bio pode ser de: cer como advérbio e como pronome indefinido.
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo
adentro, afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.
distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à
direita, à esquerda, ao lado, em volta. * Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio
Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, (não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante”
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já,
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja:
enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessi-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito,
vamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente,
pois “muitos” não dá!). = advérbio
de vez em quando, de quando em quando, a qualquer mo-
mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia. 2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estu-
Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, dei muitos capítulos) = pronome indefinido
acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse Advérbios Interrogativos
modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
“-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa- por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes
cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen- às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
te, bondosamente, generosamente.
Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti- Interrogação Direta Interrogação Indireta
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. Onde mora? Indaguei onde morava.
Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel- Por que choras? Não sei por que choras.
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Aonde vai? Perguntei aonde ia.
Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, Donde vens? Pergunto donde vens.
assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de Quando voltas? Pergunto quando voltas.
todo, de muito, por completo, extremamente, intensamen-
te, grandemente, bem (quando aplicado a propriedades Locução Adverbial
graduáveis).
Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so- Quando há duas ou mais palavras que exercem fun-
mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Bran- ção de advérbio, temos a locução adverbial, que pode
do, o vento apenas move a copa das árvores. expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordi-
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. nariamente por uma preposição. Veja:
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
adolescência. dentro, por aqui, etc.
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
meus amigos por comparecerem à festa. geral, frente a frente, etc.
tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
hoje em dia, nunca mais, etc.
* Saiba que:
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-
* Observações:
se ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Fi-
- tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
carei o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o
cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
menos tarde possível. Chegou muito cedo. (advérbio)
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, Joana é muito bela. (adjetivo)
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O alu- De repente correram para a rua. (verbo)
no respondeu calma e respeitosamente.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais * Quando indicado no singular, o artigo definido pode
mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio: indicar toda uma espécie:
Essa matéria é mais bem interessante que aquela. O trabalho dignifica o homem.
Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
- O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér- * No caso de nomes próprios personativos, denotando a
bio: Cheguei primeiro. ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do
artigo:
- Quanto a sua função sintática: o advérbio e a lo- Marcela é a mais extrovertida das irmãs.
cução adverbial desempenham na oração a função de O Pedro é o xodó da família.
adjunto adverbial, classificando-se de acordo com as cir-
cunstâncias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao * No caso de os nomes próprios personativos estarem
advérbio. Exemplo: no plural, são determinados pelo uso do artigo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad- Os Maias, os Incas, Os Astecas...
verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi- * Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
dade e de tempo, respectivamente. para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o arti-
go), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Fontes de pesquisa:
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
http://www.sopor tugues.com.br/secoes/mor f/
(qualquer classe)
morf75.php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- * Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São cultativo:
Paulo: Saraiva, 2010. Preparei o meu curso. Preparei meu curso.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. * A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa de aproximação numérica:
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.

Artigo * O artigo também é usado para substantivar palavras


pertencentes a outras classes gramaticais:
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo- Não sei o porquê de tudo isso.
se como o termo variável que serve para individualizar ou
generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero * Há casos em que o artigo definido não pode ser usado:
(masculino/feminino) e o número (singular/plural). - antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas:
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va- O professor visitará Roma.
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”). Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a presen-
ça do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela Roma.
Artigos definidos – São aqueles usados para indicar
seres determinados, expressos de forma individual: - antes de pronomes de tratamento:
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Vossa Senhoria sairá agora?
muito. Exceção: O senhor vai à festa?

- após o pronome relativo “cujo” e suas variações:


Artigos indefinidos – São aqueles usados para indi-
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
car seres de modo vago, impreciso:
Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas!
Fontes de pesquisa:
http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Saraiva, 2010.
numeral “ambos”: Português: novas palavras: literatura, gramática, redação /
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCONI, Luiz
Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São
* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso Paulo: Nova Geração, 2010.
do artigo, outros não: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Conjunção 3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expres-


sando ideia de alternância ou escolha, indicando fatos
Além da preposição, há outra palavra também inva- que se realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou,
riável que, na frase, é usada como elemento de ligação: ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou duas Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
palavras de mesma função em uma oração:
O concurso será realizado nas cidades de Campinas e 4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
São Paulo. que expressa ideia de conclusão ou consequência. São
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito. elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguin-
te, por isso, assim.
Morfossintaxe da Conjunção Marta estava bem preparada para o teste, portanto
não ficou nervosa.
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer- Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.
cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração
Classificação da Conjunção que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas:
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.
De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as Não demore, que o filme já vai começar.
conjunções podem ser classificadas em coordenativas e Falei muito, pois não gosto do silêncio!
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso- Conjunções Subordinativas
lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
sentido que cada um dos elementos possui. Já no segun- São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas
do caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção dependente da outra. A oração dependente, introduzida
depende da existência do outro. Veja: pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começa-
Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo. do quando ela chegou.
Podemos separá-las por ponto: O baile já tinha começado: oração principal
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo. quando: conjunção subordinativa (adverbial tempo-
ral)
Temos acima um exemplo de conjunção (e, con- ela chegou: oração subordinada
sequentemente, orações coordenadas) coordenativa –
“mas”. Já em: As conjunções subordinativas subdividem-se em in-
Espero que eu seja aprovada no concurso! tegrantes e adverbiais:
Não conseguimos separar uma oração da outra, pois
a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração 1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada
principal): por elas introduzida completa ou integra o sentido da
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos principal. Introduzem orações que equivalem a substan-
uma oração subordinada substantiva objetiva direta (ela tivos, ou seja, as orações subordinadas substantivas. São
exerce a função de objeto direto do verbo da oração prin- elas: que, se.
cipal). Quero que você volte. (Quero sua volta)

Conjunções Coordenativas 2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada


exerce a função de adjunto adverbial da principal. De
São aquelas que ligam orações de sentido completo acordo com a circunstância que expressam, classificam-
e independente ou termos da oração que têm a mesma se em:
função gramatical. Subdividem-se em: a) Causais: introduzem uma oração que é causa da
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ocorrência da oração principal. São elas: porque, que,
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não), como (= porque, no início da frase), pois que, visto que,
não só... mas também, não só... como também, bem como, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.
não só... mas ainda. Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
A sua pesquisa é clara e objetiva.
Não só dança, mas também canta. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que,
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquan-
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não to, etc.
obstante. Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.

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LÍNGUA PORTUGUESA

c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a i) Consecutivas: introduzem uma oração que ex-
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São pressa a consequência da principal. São elas: de sorte que,
elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito
que, a menos que, sem que, etc. que, que (tendo como antecedente na oração principal uma
Se precisar de minha ajuda, telefone-me. palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc.
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção exame.
condicional “se” também é conjunção integrante. A di-
ferença é clara ao ler as orações que são introduzidas Atenção: Muitas conjunções não têm classificação
por ela. Acima, ela nos dá a ideia da condição para que única, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de
recebamos um telefonema (se for preciso ajuda). Já na acordo com o sentido que apresentam no contexto
oração: (grifo da Zê!).
Não sei se farei o concurso...
Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: O bom relacionamento entre as conjunções de um
o verbo da oração principal (sei) pede complemento texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú-
(objeto direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”).
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
Portanto, a oração em destaque exerce a função de ob-
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e
jeto direto da oração principal, sendo classificada como
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios
oração subordinada substantiva objetiva direta.
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
d) Conformativas: introduzem uma oração que ex- pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o conjun-
prime a conformidade de um fato com outro. São elas: to das relações que garantem a coesão do enunciado. O
conforme, como (= conforme), segundo, consoante, etc. sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
O passeio ocorreu como havíamos planejado. cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que
estas interferem semanticamente no enunciado.
e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fi- Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
nalidade ou o objetivo com que se realiza a oração prin- junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
cipal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
para que), que, etc. são de circunstâncias fundamentais à condução da histó-
Toque o sinal para que todos entrem no salão. ria, como as noções de tempo, finalidade, causa e conse-
quência. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes
f) Proporcionais: introduzem uma oração que ex- a linha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso
pressa um fato relacionado proporcionalmente à ocor- das exposições e argumentações construídas por meio de
rência do expresso na principal. São elas: à medida que, contrastes e oposições, que implicam o uso das adversati-
à proporção que, ao passo que e as combinações quanto vas e concessivas.
mais... (mais), quanto menos... (menos), quanto menos...
(mais), quanto menos... (menos), etc. Fontes de pesquisa:
O preço fica mais caro à medida que os produtos es- http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
casseiam. php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
nais à medida em que, na medida que e na medida em Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
que. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
g) Temporais: introduzem uma oração que acres-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
centa uma circunstância de tempo ao fato expresso na
oração principal. São elas: quando, enquanto, antes que,
Interjeição
depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sem-
pre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
A briga começou assim que saímos da festa. ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
h) Comparativas: introduzem uma oração que ex- maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
pressa ideia de comparação com referência à oração a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
principal. São elas: como, assim como, tal como, como se, rente de uma situação particular, um momento ou um
(tão)... como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, contexto específico. Exemplos:
tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ou mais), etc. ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição

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LÍNGUA PORTUGUESA

O significado das interjeições está vinculado à manei- Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
ra como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva!
sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto em Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus!
que for utilizada. Exemplos: Silêncio: Psiu! Silêncio!
Psiu! Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
contexto: alguém pronunciando esta expressão na
rua ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te cha- * Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
mando! Ei, espere!” isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
Psiu! aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig- cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silên- se trata de um processo natural desta classe de palavra,
cio!” mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
Locução Interjetiva
puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
puxa: interjeição; tom da fala: decepção
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
As interjeições cumprem, normalmente, duas fun- tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise
ções: dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha-
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo ale- me Deus!, Quem me dera!
gria, tristeza, dor, etc.
Ah, deve ser muito interessante! * Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.
b) Sintetizar uma frase apelativa. Por exemplo:
Cuidado! Saia da minha frente. Ué! (= Eu não esperava por essa!)
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
As interjeições podem ser formadas por:
a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô 2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o
b) palavras: Oba! Olá! Claro! seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gra-
c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu maticais podem aparecer como interjeições. Por exemplo:
Deus! Ora bolas! Viva! Basta! (Verbos)
Fora! Francamente! (Advérbios)
Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
Atenção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
quá!, etc.
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Ânimo! Adiante!
5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Essa não! Chega! Basta! “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Deus!
Desculpa: Perdão! Fontes de pesquisa:
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.php
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus
Pô! Ora! Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Numeral Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais


Numeral é a palavra variável que indica quantidade flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes- triplas do medicamento.
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa deter- Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
minada sequência. número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
duas terças partes.
* Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
que os números indicam em relação aos seres. Assim, dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
quando a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos. nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a de sentido. É o que ocorre em frases como:
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala- “Me empresta duzentinho...”
vras consideradas numerais porque denotam quantidade, É artigo de primeiríssima qualidade!
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
dúzia, par, ambos(as), novena. segunda divisão de futebol)

Classificação dos Numerais Emprego e Leitura dos Numerais

- Cardinais: indicam quantidade exata ou determina- - Os numerais são escritos em conjunto de três alga-
da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de
sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé- centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma
cada, bimestre. separação através de ponto ou espaço correspondente a
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
- Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém - Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
ou alguma coisa ocupa numa determinada sequência: pri-
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
meiro, segundo, centésimo, etc.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
* Observação importante:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.
final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
são classificadas como adjetivos, não ordinais.
* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina
por dois zeros, usa-se o “e”:
- Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc. Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)
- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. até décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o nume-
ral venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais

Os numerais cardinais que variam em gênero são um/ Ordinais Cardinais


uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/ João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
duzentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/ D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão,
variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
cardinais são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esfor- Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
ço e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e
outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua utilização
exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é dispensado
caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Função sintática do Numeral

O numeral tem mais de uma função sintática:


- se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer papel
de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto direto ou indireto.

Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.


Objeto direto = cinco casas
Núcleo do objeto direto = casas
Adjunto adnominal = cinco
Objeto indireto = de duas
Núcleo do objeto indireto = duas

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos

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LÍNGUA PORTUGUESA

cem centésimo cêntuplo centésimo


duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, nor-
malmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na
estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão
do texto.

Tipos de Preposição

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.

2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja, for-
madas por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.

3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
(preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente
a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gênero
ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.

* Essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir dos processos de:

1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocábulos
não sofrem alteração.
2. Contração: união de uma preposição com outra palavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + o =
do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = daquele, em + isso = nisso.
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do pronome
“aquilo”).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dicas sobre preposição Utilizando pronomes, teremos:


O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
- O “a” pode funcionar como preposição, pronome pes- a destrói...
soal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de ter-
um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo para mos (homem e natureza).
determiná-lo como um substantivo singular e feminino.
A matéria que estudei é fácil! Grande parte dos pronomes não possuem significa-
dos fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a re-
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. ferência exata daquilo que está sendo colocado por meio
Irei à festa sozinha. dos pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos
Entregamos a flor à professora! pronomes interrogativos e indefinidos, os demais prono-
*o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição. mes têm por função principal apontar para as pessoas do
discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situa-
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o ção no tempo ou no espaço. Em virtude dessa caracterís-
lugar e/ou a função de um substantivo. tica, os pronomes apresentam uma forma específica para
Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos. cada pessoa do discurso.

Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
por meio das preposições: [minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala]
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
Destino = Irei a Salvador. [tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se
Modo = Saiu aos prantos. fala]
Lugar = Sempre a seu lado. A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
Assunto = Falemos sobre futebol. [dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem
Tempo = Chegarei em instantes.
se fala]
Causa = Chorei de saudade.
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
Instrumento = Escreveu a lápis.
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
Posse = Vi as roupas da mamãe.
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência
Autoria = livro de Machado de Assis
através do pronome seja coerente em termos de gênero
Companhia = Estarei com ele amanhã.
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
Matéria = copo de cristal.
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Meio = passeio de barco.
Origem = Nós somos do Nordeste.
Conteúdo = frascos de perfume. Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. nossa escola neste ano.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais. [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordân-
cia adequada]
* Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo- [neste: pronome que determina “ano” = concordância
cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre- adequada]
positiva por trás de. [ele: pronome que faz referência à “Roberta” = con-
cordância inadequada]
Fontes de pesquisa:
http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/ Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- Pronomes Pessoais
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. São aqueles que substituem os substantivos, indi-
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação cando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. ou escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os
pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a
Pronome quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer
Pronome é a palavra variável que substitui ou acom- referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala.
panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
forma. ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
O homem julga que é superior à natureza, por isso o ou do caso oblíquo.
homem destrói a natureza...

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronome Reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos


- 2.ª pessoa do plural (vós): vos
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen- - 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
tença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flo-
res. * Observações:
- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê- se apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união
nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a entre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”.
principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Por acompanhar diretamente uma preposição, o prono-
Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim con- me “lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na
figurado: oração.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser obje-
- 1.ª pessoa do singular: eu tos diretos como objetos indiretos.
- 2.ª pessoa do singular: tu Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como
- 3.ª pessoa do singular: ele, ela objetos diretos.
- 1.ª pessoa do plural: nós
- 2.ª pessoa do plural: vós - Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com-
- 3.ª pessoa do plural: eles, elas binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a
formas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos,
* Atenção: esses pronomes não costumam ser usados lha, lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la,
como complementos verbais na língua-padrão. Frases vo-las. Observe o uso dessas formas nos exemplos que
como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxe- seguem:
ram eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem Trouxeste o pacote?
ser evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua Sim, entreguei-to ainda há pouco.
formal, devem ser usados os pronomes oblíquos corres- Não contaram a novidade a vocês?
pondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxe- Não, no-la contaram.
ram-me até aqui”.
No Brasil, essas combinações não são usadas; até
mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
* Observação: frequentemente observamos a omis-
são do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá
* Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas
porque as próprias formas verbais marcam, através de
especiais depois de certas terminações verbais.
suas desinências, as pessoas do verbo indicadas pelo pro-
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome
nome reto: Fizemos boa viagem. (Nós)
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
Pronome Oblíquo fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na dizer + a = dizê-la
sentença, exerce a função de complemento verbal (ob-
jeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto - Quando o verbo termina em som nasal, o pronome
indireto) assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no
* Observação: o pronome oblíquo é uma forma va- repõe + os = repõe-nos
riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in- retém + a: retém-na
dica a função diversa que eles desempenham na oração: tem + as = tem-nas
pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblí-
quo marca o complemento da oração. Pronome Oblíquo Tônico
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo
com a acentuação tônica que possuem, podendo ser áto- Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedi-
nos ou tônicos. dos por preposições, em geral as preposições a, para, de
e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a
Pronome Oblíquo Átono função de objeto indireto da oração. Possuem acentuação
tônica forte.
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tôni- - 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
ca fraca: Ele me deu um presente. - 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
Tabela dos pronomes oblíquos átonos - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela
- 1.ª pessoa do singular (eu): me - 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
- 2.ª pessoa do singular (tu): te - 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe - 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observe que as únicas formas próprias do pronome - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). Conhece a ti mesmo.
As demais repetem a forma do pronome pessoal do caso
reto. - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
Guilherme já se preparou.
- As preposições essenciais introduzem sempre pro- Ela deu a si um presente.
nomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do Antônio conversou consigo mesmo.
caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso
da língua formal, os pronomes costumam ser usados des- - 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
ta forma: Lavamo-nos no rio.
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos.
Não há nenhuma acusação contra mim. Vós vos beneficiastes com esta conquista.
Não vá sem mim.
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
* Atenção: Há construções em que a preposição, Eles se conheceram.
apesar de surgir anteposta a um pronome, serve para in- Elas deram a si um dia de folga.
troduzir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses
casos, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito * O pronome é reflexivo quando se refere à mesma
for um pronome, deverá ser do caso reto. pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. ** É pronome recíproco quando indica reciprocidade
Não vá sem eu mandar. de ação:
Nós nos amamos.
* A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!” Olhamo-nos calados.
está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
Pronomes de Tratamento
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
mim!
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
- A combinação da preposição “com” e alguns pro-
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
nomes originou as formas especiais comigo, contigo, con-
soa. Alguns exemplos:
sigo, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
frequentemente exercem a função de adjunto adverbial Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
de companhia. Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
Ele carregava o documento consigo. sos em geral
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas: à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
Ela veio até mim, mas nada falou. sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais,
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido governadores, secretários de Estado, presidente da Repú-
de) inclusão, usaremos as formas retas: blica (sempre por extenso)
Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu) Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, pró- até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de
prios, todos, ambos ou algum numeral. igual categoria
Você terá de viajar com nós todos. Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes
Estávamos com vós outros quando chegaram as más de direito
notícias. Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento
Ele disse que iria com nós três. cerimonioso
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
Pronome Reflexivo
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
São pronomes pessoais oblíquos que, embora fun- nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são emprega-
cionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao dos no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no trata-
sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe mento familiar. Você e vocês são largamente empregados
a ação expressa pelo verbo. no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
Quadro dos pronomes reflexivos: de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma
- 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim. vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou
Eu não me lembro disso. literária.

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Observações: * Note que: A forma do possessivo depende da pes-


* Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de soa gramatical a que se refere; o gênero e o número con-
tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em cordam com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua
relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se- contribuição naquele momento difícil.
nhor Ministro, compareça a este encontro.
* Observações:
** Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado,
Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com pro- seu José.
priedade.
- Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
- Os pronomes de tratamento representam uma forma se. Podem ter outros empregos, como:
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40
supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
anos.
- 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi- lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa. - Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro- pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. trouxe sua mensagem?

- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou - Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi-


nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. anotações.
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto - Em algumas construções, os pronomes pessoais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa. oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou se-
guir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos)
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
teus cabelos. (errado) - O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró-
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos
seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular lugares.
ou
Pronomes Demonstrativos
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular São utilizados para explicitar a posição de certa pala-
vra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode
Pronomes Possessivos
ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso.
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
(coisa possuída). *Em relação ao espaço:
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do - Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
singular) pessoa que fala:
Este material é meu.
NÚMERO PESSOA PRONOME - Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da
singular primeira meu(s), minha(s) pessoa com quem se fala:
singular segunda teu(s), tua(s) Esse material em sua carteira é seu?
singular terceira seu(s), sua(s) - Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está
plural primeira nosso(s), nossa(s) distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com
plural segunda vosso(s), vossa(s) quem se fala:
Aquele material não é nosso.
plural terceira seu(s), sua(s) Vejam aquele prédio!

32
LÍNGUA PORTUGUESA

*Em relação ao tempo: Elas mesmas fizeram isso.


- Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em Eles próprios cozinharam.
relação à pessoa que fala: Os próprios alunos resolveram o problema.
Esta manhã farei a prova do concurso! - semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.

- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, - tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
porém relativamente próximo à época em que se situa a
pessoa que fala: * Note que:
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! - Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en-
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta- tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em
remoto: primeiro lugar.
Naquele tempo, os professores eram valorizados.
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
*Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala- irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer - Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará: com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta,
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or- disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
tografia, concordância. = naquilo)

- Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende Pronomes Indefinidos


fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja- São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discur-
mos! so, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
quantidade indeterminada.
- Este e aquele são empregados quando se quer fazer Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém
-plantadas.
referência a termos já mencionados; aquele se refere ao
termo referido em primeiro lugar e este para o referido por
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pes-
último:
soa de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de
forma imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
ser humano que seguramente existe, mas cuja identidade
este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
é desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
aquele [Palmeiras])
ou
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o
lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo; frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano,
aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo], nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
aquele [Palmeiras])
Algo o incomoda?
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou Quem avisa amigo é.
invariáveis, observe:
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque- - Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um
la(s). ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quanti-
Invariáveis: isto, isso, aquilo. dade aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).

* Também aparecem como pronomes demonstrativos: Cada povo tem seus costumes.
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e Certas pessoas exercem várias profissões.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) * Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti-
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te vos, ora pronomes indefinidos adjetivos:
indiquei.) algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, mui-
tos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, ne-
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em nhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s),
gênero quando têm caráter reforçativo: qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal,
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem. tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vá-
Eu mesma refiz os exercícios. rios, várias.

33
LÍNGUA PORTUGUESA

Menos palavras e mais ações. Pronomes Relativos


Alguns se contentam pouco.
São aqueles que representam nomes já mencionados
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va- anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
riáveis e invariáveis. Observe: as orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, um grupo racial sobre outros.
tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, (afirma a superioridade de um grupo racial sobre ou-
vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne- tros = oração subordinada adjetiva).
nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, O pronome relativo “que” refere-se à palavra “siste-
outras, quantas. ma” e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a pa-
lavra “sistema” é antecedente do pronome relativo que.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
O antecedente do pronome relativo pode ser o pro-
algo, cada.
nome demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer.
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu- Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
ral é feito em seu interior). expresso.
Quem casa, quer casa.
- Todo e toda no singular e junto de artigo significa in-
teiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as: Observe:
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira) Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades) quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro) quantas.
Trabalho todo dia. (= todos os dias) Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.

São locuções pronominais indefinidas: cada qual, Note que:


cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), - O pronome “que” é o relativo de mais largo empre-
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= go, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc. substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando
Cada um escolheu o vinho desejado. seu antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
Indefinidos Sistemáticos A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (=
a qual)
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi- quais)
ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (=
sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm as quais)
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade - O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamen-
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
te para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde”
e qualquer, que generaliza.
(que podem ter várias classificações) são pronomes rela-
Essas oposições de sentido são muito importantes na
construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas tivos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen- coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas
tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os preposições: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de
pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações minha tia, o qual me deixou encantado. O uso de “que”,
de que fazem parte: neste caso, geraria ambiguidade. Veja: Regressando de São
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado Paulo, visitei o sítio de minha tia, que me deixou encantado
prático. (quem me deixou encantado: o sítio ou minha tia?).
Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
pessoas quaisquer. dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utili-
za-se o qual / a qual)
*Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
que se refere à unidade. Repare: - O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que,
Nenhum candidato foi aprovado. e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas
Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.
numeral)

34
LÍNGUA PORTUGUESA

- O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda - Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o con- ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
sequente (o ser possuído, com o qual concorda em gêne- gente que conversava, (que) ria, observava.
ro e número); não se usa artigo depois deste pronome;
“cujo” equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais. Pronomes Interrogativos
Existem pessoas cujas ações são nobres.
(antecedente) (consequente) São usados na formulação de perguntas, sejam elas
diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefini-
*interpretação do pronome “cujo” na frase acima: dos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo im-
ações das pessoas. É como se lêssemos “de trás para fren- preciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e
te”. Outro exemplo: variações), quanto (e variações).
Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro) Com quem andas?
Qual seu nome?
** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro- Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
nome:
O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu- Sobre os pronomes:
se a)
O pronome pessoal é do caso reto quando tem fun-
- “Quanto” é pronome relativo quando tem por an- ção de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblí-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) quo quando desempenha função de complemento.
e tudo: 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
Emprestei tantos quantos foram necessários. 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
(antecedente) lhe ajudar.
Ele fez tudo quanto havia falado.
(antecedente) Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem- reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce fun-
pre precedido de preposição. ção de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
É um professor a quem muito devemos. Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discur-
(preposição) so. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta
para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não
- “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an- sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
casa onde morava foi assaltada.
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
diferentemente dos segundos, que são sempre precedi-
- Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
dos de preposição.
ou em que.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
eu estava fazendo.
no exterior.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para
mim o que eu estava fazendo.
- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as
palavras: Fontes de pesquisa:
- como (= pelo qual) – desde que precedida das pala- http://www.sopor tugues.com.br/secoes/mor f/
vras modo, maneira ou forma: morf42.php
Não me parece correto o modo como você agiu sema- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
na passada. Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
- quando (= em que) – desde que tenha como antece- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
dente um nome que dê ideia de tempo: Paulo: Saraiva, 2010.
Bons eram os tempos quando podíamos jogar video- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
game. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

- Os pronomes relativos permitem reunir duas ora- Substantivo


ções numa só frase.
O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste Substantivo é a classe gramatical de palavras variá-
esporte. veis, as quais denominam todos os seres que existem,
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e
fenômenos, os substantivos também nomeiam:

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LÍNGUA PORTUGUESA

-lugares: Alemanha, Portugal Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode
-sentimentos: amor, saudade ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes-
-estados: alegria, tristeza soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro
-qualidades: honestidade, sinceridade... ser para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um
-ações: corrida, pescaria... substantivo abstrato.
Os substantivos abstratos designam estados, qualida-
Morfossintaxe do substantivo des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (es-
Nas orações, geralmente o substantivo exerce fun- tado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sen-
ções diretamente relacionadas com o verbo: atua como timento).
núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto di-
reto ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, Substantivos Coletivos
funcionar como núcleo do complemento nominal ou do
aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do ob- Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha,
jeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos outra abelha, mais outra abelha.
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem- Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
penhadas por grupos de palavras.
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
Classificação dos Substantivos cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
Substantivos Comuns e Próprios palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan-
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de
Observe a definição: seres da mesma espécie (abelhas).

Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca- O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda
a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
(em oposição aos bairros). mesmo estando no singular, designa um conjunto de se-
res da mesma espécie.
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada Substantivo coletivo Conjunto de:
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substan-
tivo comum. assembleia pessoas reunidas
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de alcateia lobos
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
acervo livros
homem, mulher, país, cachorro.
Estamos voando para Barcelona. antologia trechos literários selecionados
arquipélago ilhas
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da
banda músicos
espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de bando desordeiros ou malfeitores
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. banca examinadores

Substantivos Concretos e Abstratos batalhão soldados


cardume peixes
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser caravana viajantes peregrinos
que existe, independentemente de outros seres.
cacho frutas
Observação: os substantivos concretos designam se- cancioneiro canções, poesias líricas
res do mundo real e do mundo imaginário. colmeia abelhas
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Brasília. concílio bispos
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas- congresso parlamentares, cientistas
ma. elenco atores de uma peça ou filme
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres esquadra navios de guerra
que dependem de outros para se manifestarem ou exis- enxoval roupas
tirem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

falange soldados, anjos Substantivo Composto: é aquele formado por dois


ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passa-
fauna animais de uma região tempo.
feixe lenha, capim
Substantivos Primitivos e Derivados
flora vegetais de uma região
frota navios mercantes, ônibus Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de
girândola fogos de artifício nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O
substantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se ori-
horda bandidos, invasores
ginou a partir da palavra limão.
médicos, bois, credores, Substantivo Derivado: é aquele que se origina de
junta
examinadores outra palavra.
júri jurados
Flexão dos substantivos
legião soldados, anjos, demônios
leva presos, recrutas O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
malta malfeitores ou desordeiros vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
manada búfalos, bois, elefantes,
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo:
matilha cães de raça meninão / Diminutivo: menininho
molho chaves, verduras
Flexão de Gênero
multidão pessoas em geral
insetos (gafanhotos, Gênero é um princípio puramente linguístico, não de-
nuvem
mosquitos, etc.) vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito
penca bananas, chaves a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram
pinacoteca pinturas, quadros a seres animais providos de sexo, quer designem apenas
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
quadrilha ladrões, bandidos Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
ramalhete flores feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
rebanho ovelhas que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja
estes títulos de filmes:
repertório peças teatrais, obras musicais O velho e o mar
réstia alhos ou cebolas Um Natal inesquecível
romanceiro poesias narrativas Os reis da praia

revoada pássaros Pertencem ao gênero feminino os substantivos que


sínodo párocos podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
talha lenha A história sem fim
Uma cidade sem passado
tropa muares, soldados As tartarugas ninjas
turma estudantes, trabalhadores
vara porcos Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes

Formação dos Substantivos Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam


Substantivos Simples e Compostos uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mu-
lher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma,
terra. que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
O substantivo chuva é formado por um único elemen- Classificam-se em:
to ou radical. É um substantivo simples.
- Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo
Substantivo Simples: é aquele formado por um úni- se faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fê-
co elemento. mea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. jacaré fêmea.
Veja agora: O substantivo guarda-chuva é formado por - Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
dois elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a
composto. vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in- Formação do Feminino dos Substantivos Unifor-
dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e mes
a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
Epicenos:
Saiba que: Substantivos de origem grega termina- Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
dos em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema,
o sistema, o sintoma, o teorema. Não é possível saber o sexo do jacaré em questão.
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma
- Existem certos substantivos que, variando de gêne- forma para indicar o masculino e o feminino.
ro, variam em seu significado: Alguns nomes de animais apresentam uma só for-
o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz) ma para designar os dois sexos. Esses substantivos são
o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo) chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando
o capital (dinheiro) e a capital (cidade) houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se
o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba) palavras macho e fêmea.
o lente (professor) e a lente (vidro de aumento) A cobra macho picou o marinheiro.
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclu- A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
são)
o praça (soldado raso) e a praça (área pública) Sobrecomuns:
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emis- Entregue as crianças à natureza.
sora)
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo
Formação do Feminino dos Substantivos Bifor- masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso,
mes nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identi-
ficar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno A criança chorona chamava-se João.
- aluna. A criança chorona chamava-se Maria.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a
ao masculino: freguês - freguesa Outros substantivos sobrecomuns:
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma
de três formas: boa criatura.
1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã Marcela faleceu
3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
Comuns de Dois Gêneros:
* Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
- sultana
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
- Substantivos terminados em -or:
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
A distinção de gênero pode ser feita através da análi-
se do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o subs-
- Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
tantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante;
cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa /
um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa;
duque - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
repórter francês - repórter francesa
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e
final por -a: elefante - elefanta - A palavra personagem é usada indistintamente nos
dois gêneros.
- Substantivos que têm radicais diferentes no mascu- a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
lino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nu-
vens os personagens dos contos de carochinha.
- Substantivos que formam o feminino de maneira b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femi-
especial, isto é, não seguem nenhuma das regras ante- nino: O problema está nas mulheres de mais idade, que
riores: czar – czarina, réu - ré não aceitam a personagem.

- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo


fotográfico Ana Belmonte.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Flexão de Número do Substantivo

Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó Em português, há dois números gramaticais: o singu-


(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o lar, que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
proclama, o pernoite, o púbis. do plural é o “s” final.
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata,
a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a Plural dos Substantivos Simples
libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon
gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo- - cânones.
grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, - Os substantivos terminados em “m” fazem o plural
o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o tra- em “ns”: homem - homens.
coma, o hematoma.
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu-
* Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.

Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções, * Atenção: O plural de caráter é caracteres.
nomes de cidades são femininos.
A histórica Ouro Preto. - Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
A dinâmica São Paulo. se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
A acolhedora Porto Alegre. col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul
Uma Londres imensa e triste. e cônsules.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
duas maneiras:
Gênero e Significação
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Muitos substantivos têm uma significação no mascu-
lino e outra no feminino. Observe: Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai
à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bas- - Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
tão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou duas maneiras:
proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do 1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
(ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a 2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capi- riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
tal (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabelei-
ra), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral - Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural
(cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na admi- de três maneiras.
nistração da crisma e de outros sacramentos), a crisma 1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
(sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato 2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães
de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta 3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
planície de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis:
guia (documento, pena grande das asas das aves), o grama
o látex - os látex.
(unidade de peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da
caixa), a caixa (recipiente, setor de pagamentos), o lente Plural dos Substantivos Compostos
(professor), a lente (vidro de aumento), o moral (ânimo), a
moral (honestidade, bons costumes, ética), o nascente (lado - A formação do plural dos substantivos compostos
onde nasce o Sol), a nascente (a fonte), o maria-fumaça depende da forma como são grafados, do tipo de palavras
(trem como locomotiva a vapor), maria-fumaça (locomoti- que formam o composto e da relação que estabelecem en-
va movida a vapor), o pala (poncho), a pala (parte anterior tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
do boné ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho receptor), a como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
rádio (emissora), o voga (remador), a voga (moda). girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme-
queres.

39
LÍNGUA PORTUGUESA

O plural dos substantivos compostos cujos elementos Plural dos Diminutivos


são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir: Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” fi-
nal e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
- Flexionam-se os dois elementos, quando forma-
dos de: pãe(s) + zinhos = pãezinhos
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per- animai(s) + zinhos = animaizinhos
feitos botõe(s) + zinhos = botõezinhos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
mens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quan-
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
do formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas flore(s) + zinhas = florezinhas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e mão(s) + zinhas = mãozinhas
alto-falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re- papéi(s) + zinhos = papeizinhos
cos nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quan-
do formados de: túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
substantivo + preposição clara + substantivo = água- pai(s) + zinhos = paizinhos
de-colônia e águas-de-colônia pé(s) + zinhos = pezinhos
substantivo + preposição oculta + substantivo = ca-
valo-vapor e cavalos-vapor pé(s) + zitos = pezitos
substantivo + substantivo que funciona como deter-
minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o Plural dos Nomes Próprios Personativos
tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave,
bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
peixe-espada - peixes-espada. sempre que a terminação preste-se à flexão.

- Permanecem invariáveis, quando formados de: Os Napoleões também são derrotados.


verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora As Raquéis e Esteres.
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
ca-rolhas Plural dos Substantivos Estrangeiros

* Casos Especiais Substantivos ainda não aportuguesados devem ser


escritos como na língua original, acrescentando-se “s”
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os
o louva-a-deus e os louva-a-deus shorts, os jazz.
o bem-te-vi e os bem-te-vis
o bem-me-quer e os bem-me-queres Substantivos já aportuguesados flexionam-se de
acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os cho-
o joão-ninguém e os joões-ninguém. pes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons,
os réquiens.
Plural das Palavras Substantivadas
Observe o exemplo:
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras Este jogador faz gols toda vez que joga.
classes gramaticais usadas como substantivo, apresen- O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
tam, no plural, as flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras. Plural com Mudança de Timbre
O aluno errou na prova dos noves.
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos. Certos substantivos formam o plural com mudança de
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
* Observação: numerais substantivados terminados fonético chamado metafonia (plural metafônico).
em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais
consegui muitos seis e alguns dez.

40
LÍNGUA PORTUGUESA

Singular Plural - Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho


do ser. Pode ser:
Corpo (ô) corpos (ó) Analítico = substantivo acompanhado de um adjeti-
esforço esforços vo que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
fogo fogos Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de diminuição. Por exemplo: casinha.
forno fornos
fosso fossos Fontes de pesquisa:
imposto impostos http://www.sopor tugues.com.br/secoes/mor f/
morf12.php
olho olhos SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
osso (ô) ossos (ó) Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ovo ovos Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
poço poços Paulo: Saraiva, 2010.
porto portos
posto postos Verbo
tijolo tijolos Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
bolsos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre
etc. outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).
* Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho
de carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha). Estrutura das Formas Verbais

Particularidades sobre o Número dos Substanti- Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
vos os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o sig-
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o nificado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava;
norte, o leste, o oeste, a fé, etc. fal-am. (radical fal-)
- Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsa- - Tema: é o radical seguido da vogal temática que
mes, as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes. indica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo:
- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do fala-r. São três as conjugações:
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probida- 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática -
de, bom nome) e honras (homenagem, títulos). E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas - Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
com sentido de plural: signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
Aqui morreu muito negro. falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicati-
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em cape- vo) / falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
las improvisadas. - Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número
Flexão de Grau do Substantivo (singular ou plural):
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir (indica a 3.ª pessoa do plural.)
as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
* Observação: o verbo pôr, assim como seus deriva-
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho conside- dos (compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação,
rado normal. Por exemplo: casa pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”,
apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um ad- Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
jetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in- Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
dicador de aumento. Por exemplo: casarão. dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acen-

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LÍNGUA PORTUGUESA

to tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, * Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, ama-
não cai no radical, mas sim na terminação verbal (fora do nhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Ama-
radical): opinei, aprenderão, amaríamos. nheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido
figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sen-
Classificação dos Verbos tido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou
seja, terá conjugação completa.
Classificam-se em: Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
- Regulares: são aqueles que apresentam o radical Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
inalterado durante a conjugação e desinências idênticas
às de todos os verbos regulares da mesma conjugação. * São impessoais, ainda:
Por exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, - o verbo passar (seguido de preposição), indicando
conjugados no presente do Modo Indicativo: tempo: Já passa das seis.

canto falo - os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição


“de”, indicando suficiência:
cantas falas Basta de tolices.
canta falas Chega de promessas.
cantamos falamos
- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem,
cantais falais Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem re-
cantam falam ferência a sujeito expresso anteriormente (por exemplo:
“ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito
* Dica: Observe que, retirando os radicais, as desinên- como hipotético, tornando-se, tais verbos, pessoais.
cias modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se
idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se - o verbo dar + para da língua popular, equivalente de
repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conju- “ser possível”. Por exemplo:
gação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo. Não deu para chegar mais cedo.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do Dá para me arrumar uma apostila?
verbo andar). Viu? Fácil!
- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, con-
- Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera- jugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do
ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse. plural. São unipessoais os verbos constar, convir, ser (=
* Observação: alguns verbos sofrem alteração no ra- preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de ani-
dical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso mais (cacarejar, cricrilar, miar, latir, piar).
de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o * Observação: os verbos unipessoais podem ser usa-
fonema permanece inalterado. dos como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conju- O que é que aquela garota está cacarejando?
gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
putar, reaver, abolir, falir. Principais verbos unipessoais:

- Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser
normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. (preciso, necessário):
Os principais verbos impessoais são: Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos
bastante)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali- Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
zar-se ou fazer (em orações temporais). É preciso que chova. (Sujeito: que chova)
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia =
Existiam) 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, se-
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) guidos da conjunção que.
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão) Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz) à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo) vejo. (Sujeito: que não a vejo)
Faz invernos rigorosos na Europa.
Era primavera quando o conheci. * Observação: todos os sujeitos apontados são ora-
Estava frio naquele dia. cionais.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escre-
ver/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui)
e ir (fui, ia, vades).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa
das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

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LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.doPreté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

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LÍNGUA PORTUGUESA

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres

haver

havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita
no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade
já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

46
LÍNGUA PORTUGUESA

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito Formas Nominais


(eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai so-
bre ela mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for-
vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma mas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas nominais. Observe:
serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical 1-) Infinitivo
do próprio verbo. 1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de
respectivos pronomes): substantivo. Por exemplo:
Eu me arrependo Viver é lutar. (= vida é luta)
Tu te arrependes É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen-
Vós vos arrependeis te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por
exemplo:
Eles se arrependem
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.
2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos
em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto
1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às
representado por pronome oblíquo da mesma pessoa
três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular,
do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai so-
não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do
bre ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos
impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
com os pronomes mencionados, formando o que se cha- 1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
ma voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava. 2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexi- 3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
va pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
exemplo: A garota penteou-me.
2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adje-
* Observações: tivo ou advérbio. Por exemplo:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os prono- Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de
mes oblíquos átonos dos verbos pronominais não pos- advérbio)
suem função sintática. Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)
- Há verbos que também são acompanhados de pro-
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmen- Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação
te pronominais - são os verbos reflexivos. Nos verbos em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.
Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; * Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundis-
me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular mo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando
Modos Verbais futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas
pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadei- Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada,
ro. Existem três modos: pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no mo-
mento da outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a lo-
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu cução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro
estudo para o concurso. em andamento, exigindo, no caso, a construção “verifica-
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: rei” ou “vou verificar”.
Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, 3-) Particípio: quando não é empregado na formação
colega! dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o
resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê-
nero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames,
os candidatos saíram.

47
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
tempos.

1. Tempos do Modo Indicativo


- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamen-
te terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado:
Ele estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

2. Tempos do Modo Subjuntivo


- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse
o jogo.

Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou
desejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele
vier à loja, levará as encomendas.

Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

48
LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Indicativo

Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

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LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

50
LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

51
LÍNGUA PORTUGUESA

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pe-
dido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

- o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.
fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões sobre Verbo

1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é:
A) Houveram eleições em outros países este ano.
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos.
D) Fazem três anos que não tiro férias.
E) Esse homem possue muitos bens.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Correções à frente: associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso


A) Houveram eleições em outros países este ano = prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o ter-
houve mo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem a
C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha che- necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
gado Temos: faz, haver, têm.
D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos RESPOSTA: “A”.
E) Esse homem possue muitos bens = possui
RESPOSTA: “B”. Vozes do Verbo

2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA- Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con- se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância. que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - pre-
térito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agen-
te da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o
verbo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
“veio”, portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
ele não deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa
B. Como não há outro item com a mesma opção, chega- O menino feriu-se.
mos à resposta rapidamente!
RESPOSTA: “A”. * Observação: não confundir o emprego reflexivo do
3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO verbo com a noção de reciprocidade:
– VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir. Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Já __________ alguns anos que estudos a respeito da Nós nos amamos. (um ama o outro)
utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos Formação da Voz Passiva
para associar alguns comportamentos dos adolescentes
ao uso prolongado desses aparelhos, e _________ alertado A voz passiva pode ser formada por dois processos:
os pais para que avaliem a necessidade de estabelecer analítico e sintético.
limites aos seus filhos.
De acordo com a norma-padrão da língua portugue- 1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte
sa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e maneira:
respectivamente, com:
(A) faz … haver … têm Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exem-
(B) fazem … haver … tem plo:
(C) faz … haverem … têm A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos:
(D) fazem … haverem … têm os alunos pintarão a escola)
(E) faz … haverem … tem O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)

3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns * Observação: o agente da passiva geralmente é
anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos smar- acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a
tphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas acre- construção com a preposição de. Por exemplo: A casa fi-
ditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos para cou cercada de soldados.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Pode acontecer de o agente da passiva não estar * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma- ** Saiba que:
ção das frases seguintes: - com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo) porque o sujeito não pode ser visto como agente, pacien-
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per- te ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa) Fontes de pesquisa:
http://www.sopor tugues.com.br/secoes/mor f/
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) morf54.php
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
tivo) Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assu- ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
me o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz
ativa. Observe a transformação da frase seguinte: Questões
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, se- (A) que o instituto Endeavor traz;
guido do pronome apassivador “se”. Por exemplo: (B) que o instituto Endeavor trouxe;
Abriram-se as inscrições para o concurso. (C) trazida pelo instituto Endeavor;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
(E) que traz o instituto Endeavor.
* Observação: o agente não costuma vir expresso na
voz passiva sintética. 1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa te-
remos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva tempo verbal no pretérito – assim como na passiva).
RESPOSTA: “B”.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar
substancialmente o sentido da frase.
2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 -
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por
Sujeito da Ativa objeto Direto muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal:
A apostila foi comprada pelo concurseiro. A) consideravam.
(Voz Passiva) B) consideram.
Sujeito da Passiva Agente da Passi- C) considerem.
va D) considerarão.
E) considerariam.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva;
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo 2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então
tempo. Observe: na ativa teremos UM: muitos o consideram o maior mara-
- Os mestres têm constantemente aconselhado os alu- tonista de todos os tempos.
nos. RESPOSTA: “B”.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pe-
los mestres. 3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014)
- Eu o acompanharei. Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar
Ele será acompanhado por mim. uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal
resultante deverá ser

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LÍNGUA PORTUGUESA

(A) terei glosado Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular


(B) seria glosada enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
(C) haverá de ser glosada destaque aos elementos que formam esse conjunto.
(D) será glosada
(E) terá sido glosada 2) Quando o sujeito é formado por expressão que
indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos
3-) “vou glosar uma observação de Machado de As- de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo
sis” – “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na concorda com o substantivo.
passiva: uma observação de Machado de Assis será glo- Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
sada por mim. Perto de quinhentos alunos compareceram à solenida-
RESPOSTA: “D”. de.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últi-
mas Olimpíadas.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL. Observação: quando a expressão “mais de um” asso-


ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
(ofenderam um ao outro)
Os concurseiros estão apreensivos.
Concurseiros apreensivos. 3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, deve ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- ficar o plural.
sivos” está concordando em gênero (masculino) e número Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
(plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Estados Unidos possui grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Alagoas impressiona pela beleza das praias.
nero correspondem-se. As Minas Gerais são inesquecíveis.
A correspondência de flexão entre dois termos é a Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
concordância, que pode ser verbal ou nominal.
4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou
Concordância Verbal indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos,
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o ver-
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com bo pode concordar com o primeiro pronome (na terceira
seu sujeito. pessoa do plural) ou com o pronome pessoal.
Quais de nós são / somos capazes?
a) Sujeito Simples - Regra Geral Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino-
em número e pessoa. Veja os exemplos: vadoras.
A prova para ambos os cargos será aplicada
às 13h. Observação: veja que a opção por uma ou outra for-
3.ª p. Singular 3.ª p. Singular ma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando
alguém diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e
Os candidatos à vaga chegarão às 12h. nada fizemos”, ele está se incluindo no grupo dos omis-
3.ª p. Plural 3.ª p. Plural sos. Isso não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós
sabiam de tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma
Casos Particulares denúncia.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido esti-
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão ver no singular, o verbo ficará no singular.
partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, Qual de nós é capaz?
a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida Algum de vós fez isso.
de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode
ficar no singular ou no plural. 5) Quando o sujeito é formado por uma expressão
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. que indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram deve concordar com o substantivo.
proposta. 25% do orçamento do país será destinado à Educação.
85% dos entrevistados não aprovam a administração
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos do prefeito.
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda- 1% do eleitorado aceita a mudança.
los destruiu / destruíram o monumento. 1% dos alunos faltaram à prova.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando a expressão que indica porcentagem não é 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a ne-
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nhum sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do sin-
número. gular. São verbos impessoais: Haver no sentido de existir;
25% querem a mudança. Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam fenômenos
1% conhece o assunto. da natureza. Exemplos:
Havia muitas garotas na festa.
Se o número percentual estiver determinado por ar- Faz dois meses que não vejo meu pai.
tigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com Chovia ontem à tarde.
eles:
Os 30% da produção de soja serão exportados. b) Sujeito Composto
Esses 2% da prova serão questionados.
1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao ver-
6) O pronome “que” não interfere na concordância; bo, a concordância se faz no plural:
Pai e filho conversavam longamente.
já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do
Sujeito
singular.
Fui eu que paguei a conta.
Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fomos nós que pintamos o muro. Sujeito
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Sou eu quem faz a prova. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas
Não serão eles quem será aprovado. gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguin-
te maneira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve as- sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece
sumir a forma plural. sobre a terceira (eles). Veja:
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
taram os poetas. Primeira Pessoa do Plural (Nós)
Este candidato é um dos que mais estudaram!
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos Segunda Pessoa do Plural (Vós)
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular:
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nem uma das que me escreveram mora aqui. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
*Quando “um dos que” vem entremeada de substan-
tivo, o verbo pode: Observação: quando o sujeito é composto, formado
a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atra- por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira
vessa o Estado de São Paulo. ( já que não há outro rio que (ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do
faça o mesmo). plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no
b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão lugar de “tomaríeis”.
poluídos (noção de que existem outros rios na mesma
condição). 3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
passa a existir uma nova possibilidade de concordância:
em vez de concordar no plural com a totalidade do sujei-
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
to, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
do sujeito mais próximo.
Vossa Excelência está cansado?
Faltaram coragem e competência.
Vossas Excelências renunciarão? Faltou coragem e competência.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se Compareceu o banca e todos os candidatos.
de acordo com o numeral.
Deu uma hora no relógio da sala. 4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concor-
Deram cinco horas no relógio da sala. dância é feita no plural. Observe:
Soam dezenove horas no relógio da praça. Abraçaram-se vencedor e vencido.
Baterão doze horas daqui a pouco. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra Casos Particulares


relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse su-
jeito. 1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas. sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Soa quinze horas o relógio da matriz. Descaso e desprezo marca seu comportamento.
A coragem e o destemor fez dele um herói.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
dispostos em gradação, verbo no singular: pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um se- mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
gundo me satisfaz. verbo ficará no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
3) Quando os núcleos do sujeito composto são uni- Nordeste.
dos por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a
acordo com o valor semântico das conjunções: notícia.
Drummond ou Bandeira representam a essência da
poesia brasileira. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância
é feita com esse termo resumidor.
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apa-
“adição”. Já em: tia.
Juca ou Pedro será contratado. Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim- na vida das pessoas.
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
no singular. 1) O Verbo e a Palavra “SE”
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem duas de particular interesse para a concordância verbal:
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
Um ou outro compareceu à festa. b) quando é partícula apassivadora.
Nem um nem outro saiu do colégio. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na
singular: Um e outro farão/fará a prova.
terceira pessoa do singular:
Precisa-se de funcionários.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por
Confia-se em teses absurdas.
“com”, o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos re-
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha
cebem um mesmo grau de importância e a palavra “com”
verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e in-
tem sentido muito próximo ao de “e”.
diretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nes-
O pai com o filho montaram o brinquedo.
se caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.
O governador com o secretariado traçaram os planos
Exemplos:
para o próximo semestre.
O professor com o aluno questionaram as regras. Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se Aqui não se cometem equívocos
a ideia é enfatizar o primeiro elemento. Alugam-se casas.
O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos para ** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivado-
o próximo semestre. ra ou índice de indeterminação do sujeito, tente trans-
O professor com o aluno questionou as regras. formar a frase para a voz passiva. Se a frase construída
for “compreensível”, estaremos diante de uma partícula
Observação: com o verbo no singular, não se pode apassivadora; se não, o “se” será índice de indetermina-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez ção. Veja:
que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” Precisa-se de funcionários qualificados.
são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é Tentemos a voz passiva:
como se houvesse uma inversão da ordem. Veja: Funcionários qualificados são precisados (ou preci-
“O pai montou o brinquedo com o filho.” sos)? Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice
“O governador traçou os planos para o próximo semes- de indeterminação do sujeito.
tre com o secretariado.” Agora:
“O professor questionou as regras com o aluno.” Vendem-se casas.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta!
*Casos em que se usa o verbo no singular: Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu
Café com leite é uma delícia! passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per-
O frango com quiabo foi receita da vovó. cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).

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LÍNGUA PORTUGUESA

2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”


A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se fle-
do sujeito. xiona o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.

Quando o sujeito ou o predicativo for: b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infini-
tivo sofre flexão:
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER As crianças parece gostarem do desenho.
concorda com a pessoa gramatical: (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
Ele é forte, mas não é dois. crianças)
Fernando Pessoa era vários poetas.
A esperança dos pais são eles, os filhos. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural:
Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles
Quando o verbo SER indicar se ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilô- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
metros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas de-
nunciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:
c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade a) Adjetivo anteposto aos substantivos:
e for seguido de palavras ou expressões como pouco, mui- - O adjetivo concorda em gênero e número com o
to, menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular: substantivo mais próximo.
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Duas semanas de férias é muito para mim. Encontramos caído o prendedor e a roupa.

d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) - Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
o verbo.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
No meu setor, eu sou a única mulher.
Aqui os adultos somos nós. b) Adjetivo posposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda com o substantivo mais pró-
Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre- ximo ou com todos eles (assumindo a forma masculina
dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo plural se houver substantivo feminino e masculino).
concorda com o pronome sujeito. A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
Eu não sou ela. A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
Ela não é eu. A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido
partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o Observação: os dois últimos exemplos apresentam
verbo SER concordará com o predicativo. maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente
A grande maioria no protesto eram jovens. se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo
O resto foram atitudes imaturas. foi flexionado no plural masculino, que é o gênero predo-
minante quando há substantivos de gêneros diferentes.

58
LÍNGUA PORTUGUESA

- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o Casos Particulares


adjetivo fica no singular ou plural.
A beleza e a inteligência feminina(s). É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É
O carro e o iate novo(s). permitido

3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o subs- adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se refe-
tantivo não for acompanhado de nenhum modificador: rem possuir sentido genérico (não vier precedido de ar-
Água é bom para saúde. tigo).
É proibido entrada de crianças.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for Em certos momentos, é necessário atenção.
modificado por um artigo ou qualquer outro determina- No verão, melancia é bom.
tivo: Esta água é boa para saúde. É preciso cidadania.
Não é permitido saída pelas portas laterais.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os
b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as
minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
muito felizes.
como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido
Esta salada é ótima.
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + A educação é necessária.
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino São precisas várias medidas na educação.
singular: Os jovens tinham algo de misterioso.
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem Quite
função adjetiva e concorda normalmente com o nome a
que se refere: Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
Cristina saiu só. mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
Cristina e Débora saíram sós. Seguem anexas as documentações requeridas.
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Observação: quando a palavra “só” equivale a “so- Muito obrigadas, disseram as senhoras.
mente” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, por- Seguem inclusos os papéis solicitados.
tanto, invariável: Eles só desejam ganhar presentes. Estamos quites com nossos credores.
** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”.
Se a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de ad- Bastante - Caro - Barato - Longe
vérbio, portanto, invariável; se houver coerência com o
segundo, função de adjetivo, então varia: Estas palavras são invariáveis quando funcionam
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo como advérbios. Concordam com o nome a que se refe-
Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad- rem quando funcionam como adjetivos, pronomes adje-
vérbio tivos, ou numerais.
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
de “só”, haverá, novamente, um adjetivo: (pronome adjetivo)
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descan-
As casas estão caras. (adjetivo)
sando)
Achei barato este casaco. (advérbio)
7) Quando um único substantivo é modificado por
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as
construções: Meio - Meia
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se
o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espa- a) A palavra “meio”, quando empregada como adjeti-
nhola e a portuguesa. vo, concorda normalmente com o nome a que se refere:
Pedi meia porção de polentas.
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o ar-
tigo antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e b) Quando empregada como advérbio permanece in-
portuguesa. variável: A candidata está meio nervosa.

** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim


saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
candidata está um pouco nervosa”.

59
LÍNGUA PORTUGUESA

Alerta - Menos 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”,


indireto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem não gosto.
sempre invariáveis. RESPOSTA: “E”.
Os concurseiros estão sempre alerta.
Não queira menos matéria! 3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada
a substituição do segmento grifado pelo que está entre
* Tome nota! parênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá
Não variam os substantivos que funcionam como ad- permanecer no singular está em:
jetivos: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
Bomba – notícias bomba quisadores)
Chave – elementos chave (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
Monstro – construções monstro ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
Padrão – escola padrão (C) No sistema havia também uma estação... (várias
estações)
Fontes de pesquisa: (D) ... a civilização maia da América Central tinha um
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
php que habitavam a América Central)
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- (E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
Saraiva, 2010. blicado).
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-)
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação (A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con-
tribuíram) (as mudanças do clima)
Questões (C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá
no singular
1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA (D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti-
E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS- nham) (os povos que habitavam a América Central)
TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar (E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos-
satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado).
estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
RESPOSTA: “C”.
Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Excelência”.
( ) CERTO ( ) ERRADO REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.

1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-


nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome
a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome (regência nominal) e seus complementos.
de tratamento, apenas).
RESPOSTA: “ERRADO”. Regência Verbal = Termo Regente: VERBO

2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO A regência verbal estuda a relação que se estabelece
RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA- entre os verbos e os termos que os complementam (obje-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”, adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regên-
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a cia, o que corresponde à diversidade de significados que
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver- estes verbos podem adquirir dependendo do contexto
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão, em que forem empregados.
deveria ser A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador. contentar.
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador. A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no elevador. agrado ou prazer”, satisfazer.
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no elevador. Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
(E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no eleva- “agradar a alguém”.
dor.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente


O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amo aquela moça. / Amo-a.
modificar completamente o sentido daquilo que está sendo Amam aquele rapaz. / Amam-no.
dito. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
A voluntária distribuía leite às crianças. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
A voluntária distribuía leite com as crianças. reira)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- mor)
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). 3-) Verbos Transitivos Indiretos
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação
formas em frases distintas. de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de
1-) Verbos Intransitivos terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos
são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se uti-
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É lizam os pronomes o, os, a, as como complementos de
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos
- Chegar, Ir
tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos prono-
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
mes átonos lhe, lhes.
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
indicar destino ou direção são: a, para.
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Fui ao teatro.
- Consistir - Tem complemento introduzido pela pre-
Adjunto Adverbial de Lugar
posição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direi-
Ricardo foi para a Espanha. tos iguais para todos.
Adjunto Adverbial de Lugar
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-
- Comparecer mentos introduzidos pela preposição “a”:
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
em ou a. Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o úl-
timo jogo. - Responder - Tem complemento introduzido pela
preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indi-
2-) Verbos Transitivos Diretos car “a quem” ou “ao que” se responde.
Respondi ao meu patrão.
Os verbos transitivos diretos são complementados por Respondemos às perguntas.
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição Respondeu-lhe à altura.
para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos Observação: o verbo responder, apesar de transitivo
o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes indireto quando exprime aquilo a que se responde, admi-
podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais te voz passiva analítica:
terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas O questionário foi respondido corretamente.
verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, Todas as perguntas foram respondidas satisfatoria-
quando complementos verbais, objetos indiretos. mente.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, - Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus comple-
admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, mentos introduzidos pela preposição “com”.
castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender, Antipatizo com aquela apresentadora.
eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, Simpatizo com os que condenam os políticos que go-
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. vernam para uma minoria privilegiada.

61
LÍNGUA PORTUGUESA

4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos Saiba que:


- A construção “pedir para”, muito comum na lin-
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acom- guagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na
panhados de um objeto direto e um indireto. Merecem língua culta. No entanto, é considerada correta quando a
destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São palavra licença estiver subentendida.
verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
e objeto indireto relacionado a pessoas.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
Agradeço aos ouvintes a audiência. uma oração subordinada adverbial final reduzida de infini-
Objeto Indireto Objeto tivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Direto
Preferir
Paguei o débito ao cobrador. Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Objeto Direto Objeto Indireto direto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Prefiro trem a ônibus.
com particular cuidado:
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. Mudança de Transitividade - Mudança de Significado
Informar
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e obje- Há verbos que, de acordo com a mudança de transi-
to indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. tividade, apresentam mudança de significado. O conheci-
Informe os novos preços aos clientes. mento das diferentes regências desses verbos é um recur-
so linguístico muito importante, pois além de permitir a
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os no-
correta interpretação de passagens escritas, oferece pos-
vos preços)
sibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os
principais, estão:
- Na utilização de pronomes como complementos,
veja as construções:
AGRADAR
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos pre-
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
ços.
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou Sempre agrada o filho quando.
sobre eles) Aquele comerciante agrada os clientes.
Observação: a mesma regência do verbo informar é - Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cienti- agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
ficar, prevenir. introduzido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
Comparar O cantor não lhes agradou.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite
as preposições “a” ou “com” para introduzir o comple- *O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indire-
mento indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com to: O cantor desagradou à plateia.
o) de uma criança.
ASPIRAR
Pedir - Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi-
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
na forma de oração subordinada substantiva) e indireto
de pessoa. - Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi-
Pedi-lhe favores. rávamos a ele)
Objeto Indireto Objeto Direto
* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes-
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs- utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”.
tantiva Objetiva Direta Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
Aspiravam a ela)

62
LÍNGUA PORTUGUESA

ASSISTIR IMPLICAR
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres- - Como transitivo direto, esse verbo tem dois senti-
tar assistência a, auxiliar. dos:
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. implicavam um firme propósito.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, pre- acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
senciar, estar presente, caber, pertencer.
Assistimos ao documentário. - Como transitivo direto e indireto, significa compro-
Não assisti às últimas sessões. meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
Essa lei assiste ao inquilino. econômicas.

*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in- * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transiti-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de vo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa quem não trabalhasse arduamente.
conturbada cidade.
NAMORAR
CHAMAR - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, dois anos.
solicitar a atenção ou a presença de.
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha- OBEDECER - DESOBEDECER
má-la. - Sempre transitivo indireto:
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. Todos obedeceram às regras.
Ninguém desobedece às leis.
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere pre- *Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem
dicativo preposicionado ou não. “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.
A torcida chamou o jogador mercenário.
A torcida chamou ao jogador mercenário. PROCEDER
A torcida chamou o jogador de mercenário. - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
A torcida chamou ao jogador de mercenário. cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
adverbial de modo.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronomi-
As afirmações da testemunha procediam, não havia
nal: Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
como refutá-las.
Você procede muito mal.
CUSTAR
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adver-
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi-
bial: Frutas e verduras não deveriam custar muito.
do pela preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransiti- Procedeu-se aos exames.
vo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração O delegado procederá ao inquérito.
reduzida de infinitivo.
QUERER
Muito custa viver tão longe da - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
família. vontade de, cobiçar.
Verbo Intransitivo Oração Subordinada Querem melhor atendimento.
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo Queremos um país melhor.

Custou-me (a mim) crer nisso. - Querer é transitivo indireto no sentido de ter afei-
Objeto Indireto Oração Subordinada ção, estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
VISAR
*A Gramática Normativa condena as construções que - Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi-
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
pessoa: Custei para entender o problema. = Forma O homem visou o alvo.
correta: Custou-me entender o problema. O gerente não quis visar o cheque.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alte-
ração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos
tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR

- São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:


Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

Importante: A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a
preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que
vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo
significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes corres-
pondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:

Obedecer a algo/ a alguém.


Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será com-
pletiva nominal (subordinada substantiva).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados:
paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta
da língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es-


A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro forçou.
viajar de ônibus a dirigir e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportu-
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu nidade.
nome
C) Você assistiu à cena toda? = correta f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito.
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
oficina pela manhã lhe disse isso?
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe-
deço às leis de trânsito 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quan-
RESPOSTA: “C”. to se ofendem!

2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- Que Deus o ajude.
guinte trecho para responder à questão.
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o prono-
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imu- me reto ou sujeito expresso:
nológica melhor a essa medida, similar _______________ . Eu lhe entregarei o material amanhã.
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: Tu sabes cantar?
(A) das mulheres
(B) às mulheres Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
(C) com das mulheres verbo. A mesóclise é usada:
(D) à das mulheres
(E) ao das mulheres Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
em prol da paz no mundo.
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
RESPOSTA: “D”.
lizará”:
realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma pa-
lavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria.
Veja: Não se realizará...
COLOCAÇÃO PRONOMINAL. Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
(com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompa-
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos nharia nessa viagem).
pronomes oblíquos átonos na frase.
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a fun- A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
ção de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: forem possíveis:
OBlíquo = OBjeto!
1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Embora na linguagem falada a colocação dos pro- Quando eu avisar, silenciem-se todos.
nomes não seja rigorosamente seguida, algumas normas
devem ser observadas na linguagem escrita. 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal:
Não era minha intenção machucá-la.
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo.
A próclise é usada: 3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não
se inicia período com pronome oblíquo).
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que Vou-me embora agora mesmo.
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: Levanto-me às 6h.
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,
jamais, etc.: Não se desespere! 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
no concurso, mudo-me hoje mesmo!
b) Advérbios: Agora se negam a depor.
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expli-
5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
quem tudo!
proposta fazendo-se de desentendida.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Colocação pronominal nas locuções verbais A) Há políticas que a reconhecem.


- após verbo no particípio = pronome depois do ver- B) Há políticas que reconhecem-a.
bo auxiliar (e não depois do particípio): C) Há políticas que reconhecem-na.
Tenho me deliciado com a leitura! D) Há políticas que reconhecem ela.
Eu tenho me deliciado com a leitura! E) Há políticas que lhe reconhecem.
Eu me tenho deliciado com a leitura!
- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indire-
to. Como temos a presença do “que” – independente de
- quando há um fator para próclise nos tempos com- sua função no período (pronome relativo, no caso!) – a
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome regra pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo):
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocu- que a reconhecem.
par (e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.

Observações importantes: 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substitui-


ção do elemento grifado pelo pronome correspondente
Emprego de o, a, os, as foi realizada de modo INCORRETO em:
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
pronomes: o, a, os, as não se alteram. (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Chame-o agora. (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
Deixei-a mais tranquila. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoan-
2-)
tes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu =
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
correta
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = cor-
reta
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em,
(C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na,
(D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
nos, nas. desviava
Chamem-no agora. (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
Põe-na sobre a mesa. RESPOSTA: “D”.
* Dica: 3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa cruzando os desertos do oeste da China − que con-
“antes”! Pronome antes do verbo! tornam a Índia − adotam complexas providências
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In- Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! grifados acima foram corretamente substituídos por um
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo pronome, respectivamente, em:
Pronome Oblíquo – função de objeto (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
Fontes de pesquisa: (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
-pronominal-.html (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-) Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B” e
Paulo: Saraiva, 2010. “D”. Ao iniciarmos um parágrafo ( já que no enunciado te-
mos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzando
Questões -os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINIS- a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
TRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reco- (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-
nhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
por um pronome, de acordo com a norma-padrão da lín- nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!).
gua, o trecho assume a formulação apresentada em: RESPOSTA: “D”.

67
LÍNGUA PORTUGUESA

** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou


CRASE. A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?)
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especifi-
A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais cado, ocorrerá crase. Veja:
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo Irei à Salvador de Jorge Amado.
e com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as
quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se demar- * A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
cada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo
qual, às quais. regente exigir complemento regido da preposição “a”.
O uso do acento indicativo de crase está condiciona- Entregamos a encomenda àquela menina.
do aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal (preposição + pronome demonstrativo)
e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - Iremos àquela reunião.
que exige complemento regido pela preposição “a”, e o (preposição + pronome demonstrativo)
termo regido é aquele que completa o sentido do termo
regente, admitindo a anteposição do artigo a(s). Sua história é semelhante às que eu ouvia quando
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela criança. (àquelas que eu ouvia quando criança)
contratada recentemente. (preposição + pronome demonstrativo)
Após a junção da preposição com o artigo (destaca- * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
dos entre parênteses), temos: verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento gra-
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contrata- ve:
da recentemente. - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às
pressas, à vontade...
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos re- de...
ferimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o
pronome demonstrativo aquela (àquela).
* Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
Observação importante: Alguns recursos servem de
Eu adoro a noite!
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
da crase. Eis alguns:
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
preposição.
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase
está confirmada.
Os dados foram solicitados à diretora. Casos passíveis de nota:
Os dados foram solicitados ao diretor.
*a crase é facultativa diante de nomes próprios femi-
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui- ninos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na ex-
pressão “voltar da”, há a confirmação da crase. *também é facultativa diante de pronomes possessi-
Faremos uma visita à Bahia. vos femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirma-
da) *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja fica-
rá aberta até as (às) dezoito horas.
Não me esqueço da viagem a Roma.
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja- * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
mais vividos. tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se por comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
está confirmada. * Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
praias. a queima de fogos a distância.

68
LÍNGUA PORTUGUESA

Entretanto, se o termo vier determinado, teremos Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento
uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo,
foi arremessado à distância de cem metros. o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede,
no caso de o termo regente exigir a preposição.
- De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
-, faz-se necessário o emprego da crase.
Ensino à distância. *não ocorre crase antes de nome feminino utilizado
Ensino a distância. em sentido genérico ou indeterminado:
Estamos sujeitos a críticas.
* Em locuções adverbiais formadas por palavras repe- Refiro-me a conversas paralelas.
tidas, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor. Fontes de pesquisa:
Eu o seguirei passo a passo. http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-cra-
se-.html
Casos em que não se admite o emprego da crase: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
* Antes de vocábulos masculinos. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
As produções escritas a lápis não serão corrigidas. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Esta caneta pertence a Pedro. Paulo: Saraiva, 2010.
* Antes de verbos no infinitivo. Questões
Ele estava a cantar.
Começou a chover.
1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamen-
* Antes de numeral.
te as lacunas da frase a seguir.
O número de aprovados chegou a cem.
Quando________ três meses disse-me que iria _________
Faremos uma visita a dez países.
Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá
-la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
Observação:
A-) a - há - à - à - às
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio-
B-) há - à - a - a – às
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. C-) há - a - há - à - as
D-) a - à - a - à - às
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está E-) a - a - à - há – as
confirmada, visto que estes não podem ser empregados
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
aluna da classe. me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para
visitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando A (ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais
essa não se apresentar determinada: Chegamos todos tinha direito (tinha direito a quê? às milhas – regência no-
exaustos a casa. minal). Teremos: há, à, a, a, às.
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto RESPOSTA: “B”.
adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
exaustos à casa de Marcela. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
VUNESP/2014)
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a trabalho para proceder _____ medidas necessárias _____
terra, já era noite. exumação dos restos mortais do ex-presidente João Gou-
Contudo, se o termo estiver precedido por um de- lart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
terminante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-pre-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. sidente morreu de causas naturais, ou seja, devido ____
O astronauta voltou à Terra. uma parada cardíaca – que tem sido a versão considerada
oficial até hoje –, ou se sua morte se deve ______ envene-
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem namento.
o uso do artigo. (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
Os livros foram entregues a mim. governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
Dei a ela a merecida recompensa. go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)

69
LÍNGUA PORTUGUESA

Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as


lacunas da frase devem ser completadas, correta e res- ANOTAÇÕES
pectivamente, por
(A) a ... à ... a ... a
(B) as ... à ... a ... à ___________________________________________________
(C) às ... a ... à ... a
(D) à ... à ... à ... a ___________________________________________________
(E) a ... a ... a ... à
___________________________________________________
2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo ___________________________________________________
de trabalho para proceder a medidas (palavra no plural,
generalizando) necessárias à (regência nominal pede pre- ___________________________________________________
posição) exumação dos restos mortais do ex-presidente
João Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com ___________________________________________________
a exumação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex
___________________________________________________
-presidente morreu de causas naturais, ou seja, devido a
uma (artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a ___________________________________________________
versão considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se
deve a (regência verbal) envenenamento. A / à / a / a ___________________________________________________
RESPOSTA: “A”.
___________________________________________________
3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) ___________________________________________________
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fize-
ram uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga ci- ___________________________________________________
dade de Tikal, na Guatemala.
O a empregado na frase acima, imediatamente depois ___________________________________________________
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso
o segmento grifado seja substituído por: ___________________________________________________
(A) Uma tal ilação. ___________________________________________________
(B) Afirmações como essa.
(C) Comprovação dessa assertiva. ___________________________________________________
(D) Emitir uma opinião desse tipo.
(E) Semelhante resultado. ___________________________________________________

___________________________________________________
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento gra- ___________________________________________________
ve antes de artigo)
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (an- ___________________________________________________
tes de palavra no plural e o “a” no singular)
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- ___________________________________________________
vação ___________________________________________________
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir
(verbo no infinitivo) ___________________________________________________
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pa-
lavra masculina) ___________________________________________________
RESPOSTA: “C”.
___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

70
LÍNGUA PORTUGUESA

Interpretar / Compreender
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO.
Interpretar significa:
- Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Através do texto, infere-se que...
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacio- - É possível deduzir que...
nadas entre si, formando um todo significativo capaz de - O autor permite concluir que...
produzir interação comunicativa (capacidade de codificar - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
e decodificar).
Compreender significa
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. - entendimento, atenção ao que realmente está escrito.
Em cada uma delas, há uma informação que se liga com - o texto diz que...
a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a - é sugerido pelo autor que...
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interli- - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
gação dá-se o nome de contexto. O relacionamento entre ção...
as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu - o narrador afirma...
contexto original e analisada separadamente, poderá ter
um significado diferente daquele inicial. Erros de interpretação

Intertexto - comumente, os textos apresentam refe- - Extrapolação (“viagem”) = ocorre quando se sai do
rências diretas ou indiretas a outros autores através de ci- contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
tações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. quer por conhecimento prévio do tema quer pela imagi-
nação.
Interpretação de texto - o objetivo da interpretação - Redução = é o oposto da extrapolação. Dá-se aten-
de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir ção apenas a um aspecto (esquecendo que um texto é um
daí, localizam-se as ideias secundárias - ou fundamenta- conjunto de ideias), o que pode ser insuficiente para o en-
ções -, as argumentações - ou explicações -, que levam ao tendimento do tema desenvolvido.
esclarecimento das questões apresentadas na prova. - Contradição = às vezes o texto apresenta ideias con-
Normalmente, numa prova, o candidato deve: trárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivo-
cadas e, consequentemente, errar a questão.
1- Identificar os elementos fundamentais de uma ar- Observação - Muitos pensam que existem a ótica do
gumentação, de um processo, de uma época (neste caso, escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa
procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o prova de concurso, o que deve ser levado em consideração
tempo). é o que o autor diz e nada mais.
2- Comparar as relações de semelhança ou de diferen-
ças entre as situações do texto. Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
3- Comentar/relacionar o conteúdo apresentado com relaciona palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si.
uma realidade. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
4- Resumir as ideias centrais e/ou secundárias. pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um prono-
5- Parafrasear = reescrever o texto com outras pala- me oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se
vras. vai dizer e o que já foi dito.

Condições básicas para interpretar Observação – São muitos os erros de coesão no dia
a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e
Fazem-se necessários: do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do
- Conhecimento histórico-literário (escolas e gêneros verbo; aquele, do seu antecedente. Não se pode esquecer
literários, estrutura do texto), leitura e prática; também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante-
texto) e semântico; cedente.
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
Observação – na semântica (significado das palavras) terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conota-
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
ção, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância,
gem, entre outros.
a saber:
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer anteceden-
- Capacidade de observação e de síntese;
te, mas depende das condições da frase.
- Capacidade de raciocínio.
- qual (neutro) idem ao anterior.
- quem (pessoa)

71
LÍNGUA PORTUGUESA

- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e de- Questões


pois o objeto possuído.
- como (modo) 1-) (SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
- onde (lugar) BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM ELETRÔ-
- quando (tempo) NICA – IADES/2014)
- quanto (montante)
Exemplo: Gratuidades
Falou tudo QUANTO queria (correto) Crianças com até cinco anos de idade e adultos com
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria mais de 65 anos de idade têm acesso livre ao Metrô-DF.
aparecer o demonstrativo O). Para os menores, é exigida a certidão de nascimento e, para
os idosos, a carteira de identidade. Basta apresentar um
Dicas para melhorar a interpretação de textos documento de identificação aos funcionários posicionados
no bloqueio de acesso.
- Leia todo o texto, procurando ter uma visão geral do Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/estacoes/
assunto. Se ele for longo, não desista! Há muitos candidatos gratuidades.html> Acesso em: 3/3/2014, com adaptações.
na disputa, portanto, quanto mais informação você absorver
com a leitura, mais chances terá de resolver as questões. Conforme a mensagem do primeiro período do texto,
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa assinale a alternativa correta.
a leitura. (A) Apenas as crianças com até cinco anos de idade
- Leia, leia bem, leia profundamente, ou seja, leia o tex- e os adultos com 65 anos em diante têm acesso livre ao
to, pelo menos, duas vezes – ou quantas forem necessárias. Metrô-DF.
- Procure fazer inferências, deduções (chegar a uma (B) Apenas as crianças de cinco anos de idade e os
conclusão). adultos com mais de 65 anos têm acesso livre ao Metrô-DF.
- Volte ao texto quantas vezes precisar. (C) Somente crianças com, no máximo, cinco anos de
- Não permita que prevaleçam suas ideias sobre as
idade e adultos com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre
do autor.
ao Metrô-DF.
- Fragmente o texto (parágrafos, partes) para melhor
(D) Somente crianças e adultos, respectivamente, com
compreensão.
cinco anos de idade e com 66 anos em diante, têm acesso
- Verifique, com atenção e cuidado, o enunciado de
livre ao Metrô-DF.
cada questão.
(E) Apenas crianças e adultos, respectivamente, com
- O autor defende ideias e você deve percebê-las.
até cinco anos de idade e com 65 anos em diante, têm
- Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo
acesso livre ao Metrô-DF.
geralmente mantém com outro uma relação de continua-
ção, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem
essas relações. 1-) Dentre as alternativas apresentadas, a única que
- Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, condiz com as informações expostas no texto é “Somente
a ideia mais importante. crianças com, no máximo, cinco anos de idade e adultos
- Nos enunciados, grife palavras como “correto” ou com, no mínimo, 66 anos têm acesso livre ao Metrô-DF”.
“incorreto”, evitando, assim, uma confusão na hora da RESPOSTA: “C”.
resposta – o que vale não somente para Interpretação de
Texto, mas para todas as demais questões! 2-) (SUSAM/AM – TÉCNICO (DIREITO) – FGV/2014 -
- Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia princi- adaptada) “Se alguém que é gay procura Deus e tem boa
pal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão. vontade, quem sou eu para julgá‐lo?” a declaração do
- Olhe com especial atenção os pronomes relativos, Papa Francisco, pronunciada durante uma entrevista à im-
pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., cha- prensa no final de sua visita ao Brasil, ecoou como um
mados vocábulos relatores, porque remetem a outros vo- trovão mundo afora. Nela existe mais forma que substância
cábulos do texto. – mas a forma conta”. (...)
(Axé Silva, O Mundo, setembro 2013)
Fontes de pesquisa:
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portu- O texto nos diz que a declaração do Papa ecoou como
gues/como-interpretar-textos um trovão mundo afora. Essa comparação traz em si mes-
http://portuguesemfoco.com/pf/09-dicas-para-me- ma dois sentidos, que são
lhorar-a-interpretacao-de-textos-em-provas (A) o barulho e a propagação.
http://www.portuguesnarede.com/2014/03/dicas-pa- (B) a propagação e o perigo.
ra-voce-interpretar-melhor-um.html (C) o perigo e o poder.
http://vestibular.uol.com.br/cursinho/questoes/ques- (D) o poder e a energia. 
tao-117-portugues.htm (E)  a energia e o barulho.  

72
LÍNGUA PORTUGUESA

2-) Ao comparar a declaração do Papa Francisco a um De acordo com a tonicidade, as palavras são classifi-
trovão, provavelmente a intenção do autor foi a de mostrar cadas como:
o “barulho” que ela causou e sua propagação mundo afora.
Você pode responder à questão por eliminação: a segun- Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre
da opção das alternativas relaciona-se a “mundo afora”, ou a última sílaba. Ex.: café – coração – Belém – atum – caju –
seja, que se propaga, espalha. Assim, sobraria apenas a al- papel
ternativa A!
RESPOSTA: “A”. Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai
na penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – sapato
3-) (SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO PÚ- – passível
BLICA DO DISTRITO FEDERAL/DF – TÉCNICO EM CONTABI-
LIDADE – IADES/2014 - adaptada) Proparoxítonas - São aquelas cuja sílaba tônica está
Concha Acústica na antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano
Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de – médico – ônibus
Clubes Esportivos Norte (ao lado do Museu de Arte de
Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada Há vocábulos que possuem mais de uma sílaba, mas
por Oscar Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969 em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente:
e doada pela Terracap à Fundação Cultural de Brasília (hoje são os chamados monossílabos.
Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre.
Foi o primeiro grande palco da cidade. Os acentos
Disponível em: <http://www.cultura.df.gov.br/nossa-
cultura/concha- acustica.html>. Acesso em: 21/3/2014, acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a” e “i”,
com adaptações. “u” e “e” do grupo “em” - indica que estas letras represen-
tam as vogais tônicas de palavras como pá, caí, público.
Assinale a alternativa que apresenta uma mensagem Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre
compatível com o texto.
aberto: herói – médico – céu (ditongos abertos).
(A) A Concha Acústica do DF, que foi projetada por Os-
car Niemeyer, está localizada às margens do Lago Paranoá,
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”,
no Setor de Clubes Esportivos Norte.
“e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: tâma-
(B) Oscar Niemeyer projetou a Concha Acústica do DF
em 1969. ra – Atlântico – pêsames – supôs .
(C) Oscar Niemeyer doou a Concha Acústica ao que
hoje é a Secretaria de Cultura do DF. acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a”
(D) A Terracap transformou-se na Secretaria de Cultura com artigos e pronomes: à – às – àquelas – àqueles
do DF.
(E) A Concha Acústica foi o primeiro palco de Brasília. trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmen-
3-) Recorramos ao texto: “Localizada às margens do te abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em
Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: mülle-
lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha riano (de Müller)
Acústica do DF. Projetada por Oscar Niemeyer”. As infor-
mações contidas nas demais alternativas são incoerentes til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vo-
com o texto. gais nasais: oração – melão – órgão – ímã
RESPOSTA: “A”.
Regras fundamentais

ACENTUAÇÃO GRÁFICA. Palavras oxítonas:


Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”,
“o”, “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – ci-
Quanto à acentuação, observamos que algumas pala- pó(s) – Belém.
vras têm acento gráfico e outras não; na pronúncia, ora se Esta regra também é aplicada aos seguintes casos:
dá maior intensidade sonora a uma sílaba, ora a outra. Por - Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”,
isso, vamos às regras! seguidos ou não de “s”: pá – pé – dó – há
- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos,
Regras básicas – Acentuação tônica
seguidas de lo, la, los, las: respeitá-lo, recebê-lo, compô-lo
A acentuação tônica está relacionada à intensidade
Paroxítonas:
com que são pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
que se dá de forma mais acentuada, conceitua-se como sí-
laba tônica. As demais, como são pronunciadas com menos - i, is: táxi – lápis – júri
intensidade, são denominadas de átonas. - us, um, uns: vírus – álbuns – fórum

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LÍNGUA PORTUGUESA

- l, n, r, x, ps: automóvel – elétron - cadáver – tórax – Regra do Hiato:


fórceps
- ã, ãs, ão, ãos: ímã – ímãs – órfão – órgãos Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, for a se-
- ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou gunda vogal do hiato, acompanhado ou não de “s”, haverá
não de “s”: água – pônei – mágoa – memória acento. Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quan-
** Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Re- do seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, Lu-iz,
pare que esta palavra apresenta as terminações das paro- sa-ir, ju-iz
xítonas que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se esti-
fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização! verem seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
Regras especiais: precedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos
abertos), que antes eram acentuados, perderam o acento Observação importante:
de acordo com a nova regra, mas desde que estejam em
palavras paroxítonas. Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando
** Alerta da Zê! Cuidado: Se os ditongos abertos es- hiato quando vierem depois de ditongo (nas paroxítonas):
tiverem em uma palavra oxítona (herói) ou monossílaba
(céu) ainda são acentuados: dói, escarcéu. Antes Agora
bocaiúva bocaiuva
Antes Agora
feiúra feiura
assembléia assembleia
Sauípe Sauipe
idéia ideia
geléia geleia O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi
jibóia jiboia abolido:
apóia (verbo apoiar) apoia
Antes Agora
paranóico paranoico
crêem creem
Acento Diferencial lêem leem
vôo voo
Representam os acentos gráficos que, pelas regras de
acentuação, não se justificariam, mas são utilizados para enjôo enjoo
diferenciar classes gramaticais entre determinadas palavras
e/ou tempos verbais. Por exemplo: ** Dica: Memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos
Pôr (verbo) X por (preposição) / pôde (pretérito perfeito que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais
de Indicativo do verbo “poder”) X pode (presente do Indica- acento como antes: CRER, DAR, LER e VER.
tivo do mesmo verbo). Repare:
Se analisarmos o “pôr” - pela regra das monossílabas: 1-) O menino crê em você. / Os meninos creem em você.
terminada em “o” seguida de “r” não deve ser acentuada, 2-) Elza lê bem! / Todas leem bem!
mas nesse caso, devido ao acento diferencial, acentua-se, 3-) Espero que ele dê o recado à sala. / Esperamos que
para que saibamos se se trata de um verbo ou preposição. os garotos deem o recado!
Os demais casos de acento diferencial não são mais 4-) Rubens vê tudo! / Eles veem tudo!
utilizados: para (verbo), para (preposição), pelo (substanti- Cuidado! Há o verbo vir: Ele vem à tarde! / Eles vêm à
vo), pelo (preposição). Seus significados e classes gramati- tarde!
cais são definidos pelo contexto. As formas verbais que possuíam o acento tônico na
Polícia para o trânsito para realizar blitz. = o primeiro raiz, com “u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de
“para” é verbo; o segundo, preposição (com relação de fi- “e” ou “i” não serão mais acentuadas:
nalidade).
** Quando, na frase, der para substituir o “por” por Antes Depois
“colocar”, estaremos trabalhando com um verbo, portanto:
apazigúe (apaziguar) apazigue
“pôr”; nos outros casos, “por” preposição. Ex: Faço isso por
você. / Posso pôr (colocar) meus livros aqui? averigúe (averiguar) averigue
argúi (arguir) argui

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LÍNGUA PORTUGUESA

Acentuam-se os verbos pertencentes a terceira pessoa 2-)


do plural de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo vir) I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, portuguesa = teremos “transito” e “especifico” – serão ver-
reter, deter, abster: ele contém – eles contêm, ele obtém – eles bos (correta)
obtêm, ele retém – eles retêm, ele convém – eles convêm. II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá-
rios’ e ‘país’ não é a mesma = vários é paroxítona termina-
Fontes de pesquisa: da em ditongo; país é a regra do hiato (correta)
http://www.brasilescola.com/gramatica/acentuacao.htm III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente = há
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- um hiato, por isso a acentuação (da - í) = incorreta.
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- situação de uso, quanto à flexão de número = “vêm” é uti-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: lizado para a terceira pessoa do plural (correta)
Saraiva, 2010. RESPOSTA: “C”.

Questões
ORTOGRAFIA.
1-) (PREFEITURA DE SÃO PAULO/SP – AUDITOR FISCAL
TRIBUTÁRIO MUNICIPAL – CETRO/2014 - adaptada) Assi-
nale a alternativa que contém duas palavras acentuadas
conforme a mesma regra. A ortografia é a parte da Fonologia que trata da correta
(A) “Hambúrgueres” e “repórter”. grafia das palavras. É ela quem ordena qual som devem
(B) “Inacreditáveis” e “repórter”. ter as letras do alfabeto. Os vocábulos de uma língua são
(C) “Índice” e “dólares”. grafados segundo acordos ortográficos.
(D) “Inacreditáveis” e “atribuídos”. A maneira mais simples, prática e objetiva de apren-
(E) “Atribuídos” e “índice”. der ortografia é realizar muitos exercícios, ver as palavras,
familiarizando-se com elas. O conhecimento das regras é
1-) necessário, mas não basta, pois há inúmeras exceções e,
(A) “Hambúrgueres” = proparoxítona / “repórter” = pa- em alguns casos, há necessidade de conhecimento de eti-
roxítona mologia (origem da palavra).
(B) “Inacreditáveis” = paroxítona / “repórter” = paro-
xítona Regras ortográficas
(C) “Índice” = proparoxítona / “dólares” = proparoxí-
tona O fonema s
(D) “Inacreditáveis” = paroxítona / “atribuídos” = regra
do hiato S e não C/Ç
(E) “Atribuídos” = regra do hiato / “índice” = proparo-
xítona palavras substantivadas derivadas de verbos com radi-
RESPOSTA: “B”. cais em nd, rg, rt, pel, corr e sent: pretender - pretensão /
expandir - expansão / ascender - ascensão / inverter - inver-
2-) (SEFAZ/RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL são / aspergir - aspersão / submergir - submersão / divertir
– FUNDATEC/2014 - adaptada) - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
Analise as afirmações que são feitas sobre acentuação repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso /
gráfica. sentir - sensível / consentir – consensual.
I. Caso o acento das palavras ‘trânsito’ e ‘específicos’
seja retirado, essas continuam sendo palavras da língua SS e não C e Ç
portuguesa.
II. A regra que explica a acentuação das palavras ‘vá- nomes derivados dos verbos cujos radicais terminem
rios’ e ‘país’ não é a mesma. em gred, ced, prim ou com verbos terminados por tir ou
III. Na palavra ‘daí’, há um ditongo decrescente. -meter: agredir - agressivo / imprimir - impressão / admitir
IV. Acentua-se a palavra ‘vêm’ para diferenciá-la, em - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso / percutir -
situação de uso, quanto à flexão de número. percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão / com-
Quais estão corretas? prometer - compromisso / submeter – submissão.
A) Apenas I e III.
B) Apenas II e IV. *quando o prefixo termina com vogal que se junta com
C) Apenas I, II e IV. a palavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimé-
D) Apenas II, III e IV. trico / re + surgir – ressurgir.
E) I, II, III e IV. *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exem-
plos: ficasse, falasse.

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LÍNGUA PORTUGUESA

C ou Ç e não S e SS depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, surgir.


depois da letra “a”, desde que não seja radical termina-
vocábulos de origem árabe: cetim, açucena, açúcar. do com j: ágil, agente.
vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Ju-
çara, caçula, cachaça, cacique. J e não G
sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço:
barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperan- palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje.
ça, carapuça, dentuço. palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia,
nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter manjerona.
- detenção / ater - atenção / reter – retenção. palavras terminadas com aje: ultraje.
após ditongos: foice, coice, traição.
palavras derivadas de outras terminadas em -te, to(r): O fonema ch
marte - marciano / infrator - infração / absorto – absorção.
X e não CH
O fonema z
palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi,
S e não Z xucro.
palavras de origem inglesa e espanhola: xampu, lagartixa.
sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substanti- depois de ditongo: frouxo, feixe.
vo, ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês, fregue- depois de “en”: enxurrada, enxada, enxoval.
sa, freguesia, poetisa, baronesa, princesa.
sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor- Exceção: quando a palavra de origem não derive de
fose. outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui- CH e não X
seste.
nomes derivados de verbos com radicais terminados em palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
“d”: aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
/ difundir – difusão.
diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui- As letras “e” e “i”
sinho / Rosa - Rosinha / lápis – lapisinho.
após ditongos: coisa, pausa, pouso, causa. Ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
verbos derivados de nomes cujo radical termina com “i”, só o ditongo interno cãibra.
“s”: anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar – pesquisar. verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são es-
critos com “e”: caçoe, perdoe, tumultue. Escrevemos com
Z e não S “i”, os verbos com infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói,
possui, contribui.
sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo:
macio - maciez / rico – riqueza / belo – beleza. * Atenção para as palavras que mudam de sentido
sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem quando substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (su-
não termine com s): final - finalizar / concreto – concretizar. perfície), ária (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expan-
consoante de ligação se o radical não terminar com “s”: dir) / emergir (vir à tona), imergir (mergulhar) / peão (de
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal estância, que anda a pé), pião (brinquedo).

Exceção: lápis + inho – lapisinho. * Dica:


- Se o dicionário ainda deixar dúvida quanto à orto-
O fonema j grafia de uma palavra, há a possibilidade de consultar o
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), ela-
G e não J borado pela Academia Brasileira de Letras. É uma obra de
referência até mesmo para a criação de dicionários, pois
palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, gesso. traz a grafia atualizada das palavras (sem o significado). Na
estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. Internet, o endereço é www.academia.org.br.
terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com pou-
cas exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. Informações importantes
- Formas variantes são formas duplas ou múltiplas,
Exceção: pajem. equivalentes: aluguel/aluguer, relampejar/relampear/re-
lampar/relampadar.
terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, - Os símbolos das unidades de medida são escritos
litígio, relógio, refúgio. sem ponto, com letra minúscula e sem “s” para indicar plu-
verbos terminados em ger/gir: emergir, eleger, fugir, ral, sem espaço entre o algarismo e o símbolo: 2kg, 20km,
mugir. 120km/h.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Exceção para litro (L): 2 L, 150 L. 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor,
- Na indicação de horas, minutos e segundos, não deve ex-presidente, vice-governador, vice-prefeito.
haver espaço entre o algarismo e o símbolo: 14h, 22h30min,
14h23’34’’(= quatorze horas, vinte e três minutos e trinta e 8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-:
quatro segundos). pré-natal, pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
- O símbolo do real antecede o número sem espaço:
R$1.000,00. No cifrão deve ser utilizada apenas uma barra 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abra-
vertical ($). ça-o, lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.

Fontes de pesquisa: 10. Nas formações em que o prefixo tem como se-
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/or- gundo termo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático,
tografia geo--história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- super-homem.
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere- 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: termina com a mesma vogal do segundo elemento: micro
Saraiva, 2010. -ondas, eletro-ótica, semi-interno, auto-observação, etc.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. ** O hífen é suprimido quando para formar outros ter-
mos: reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
Hífen
Lembrete da Zê!
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para Ao separar palavras na translineação (mudança de li-
ligar os elementos de palavras compostas (como ex-presi- nha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por
dente, por exemplo) e para unir pronomes átonos a verbos
hífen, repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti
(ofereceram-me; vê-lo-ei). Serve igualmente para fazer a
-inflamatório e, ao final, coube apenas “anti-”. Na próxima
translineação de palavras, isto é, no fim de uma linha, se-
linha escreverei: “-inflamatório” (hífen em ambas as linhas).
parar uma palavra em duas partes (ca-/sa; compa-/nheiro).
Não se emprega o hífen:
Uso do hífen que continua depois da Reforma Or-
tográfica:
1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo
termina em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou
1. Em palavras compostas por justaposição que formam
uma unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem “s”. Nesse caso, passa-se a duplicar estas consoantes: antir-
para formarem um novo significado: tio-avô, porto-alegren- religioso, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia,
se, luso-brasileiro, tenente-coronel, segunda- -feira, microrradiografia, etc.
conta-gotas, guarda-chuva, arco-íris, primeiro-ministro, azul
-escuro. 2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudopre-
fixo termina em vogal e o segundo termo inicia-se com
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e vogal diferente: antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoes-
zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora- trada, autoaprendizagem, hidroelétrico, plurianual, autoes-
-menina, erva-doce, feijão-verde. cola, infraestrutura, etc.

3. Nos compostos com elementos além, aquém, re- 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos
cém e sem: além-mar, recém-nascido, sem-número, recém- “dês” e “in” e o segundo elemento perdeu o “h” inicial: de-
-casado. sumano, inábil, desabilitar, etc.

4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algu- 4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando
mas exceções continuam por já estarem consagradas pelo o segundo elemento começar com “o”: cooperação, coo-
uso: cor-de-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de- brigação, coordenar, coocupante, coautor, coedição, coexistir,
meia, água-de-colônia, queima-roupa, deus-dará. etc.

5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio- 5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção
Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações de composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedis-
históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, etc. ta, etc.

6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e su- 6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfei-
per- quando associados com outro termo que é iniciado to, benquerer, benquerido, etc.
por “r”: hiper-resistente, inter-racial, super-racional, etc.

77
LÍNGUA PORTUGUESA

- Os prefixos pós, pré e pró, em suas formas correspon- 3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPE-
dentes átonas, aglutinam-se com o elemento seguinte, não VE/UFAL/2014)
havendo hífen: pospor, predeterminar, predeterminado, pres-
suposto, propor.
- Escreveremos com hífen: anti-horário, anti-infeccioso,
auto-observação, contra-ataque, semi-interno, sobre- -hu-
mano, super-realista, alto-mar.
- Escreveremos sem hífen: pôr do sol, antirreforma, antis-
séptico, antissocial, contrarreforma, minirrestaurante, ultras-
som, antiaderente, anteprojeto, anticaspa, antivírus, autoaju-
da, autoelogio, autoestima, radiotáxi.

Fontes de pesquisa:
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/orto-
grafia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

Questões
Armandinho, personagem do cartunista Alexandre
1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – Beck, sabe perfeitamente empregar os parônimos “ces-
2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em tas” “sestas” e “sextas”. Quanto ao emprego de parôni-
que todas as palavras estão corretas: mos, dadas as frases abaixo,
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. I. O cidadão se dirigia para sua _____________ eleitoral.
B) supracitado – semi-novo – telesserviço.
II. A zona eleitoral ficava ___________ 200 metros de um
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som.
posto policial.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto.
III. O condutor do automóvel __________ a lei seca.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor.
IV. Foi encontrada uma __________ soma de dinheiro
no carro.
1-) Correção:
V. O policial anunciou o __________ delito.
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo
Assinale a alternativa cujos vocábulos preenchem cor-
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
droelétrica, ultrassom retamente as lacunas das frases.
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto A) seção, acerca de, infligiu, vultosa, fragrante.
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes- B) seção, acerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.
trutura C) sessão, a cerca de, infringiu, vultosa, fragrante.
RESPOSTA: “A”. D) seção, a cerca de, infringiu, vultosa, flagrante.
E) sessão, a cerca de, infligiu, vultuosa, flagrante.

2-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 3-) Questão que envolve ortografia.
2014) De acordo com a nova ortografia, assinale o item em I. O cidadão se dirigia para sua SEÇÃO eleitoral. (setor)
que todas as palavras estão corretas: II. A zona eleitoral ficava A CERCA DE 200 metros de
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial. um posto policial. (= aproximadamente)
B) supracitado – semi-novo – telesserviço. III. O condutor do automóvel INFRINGIU a lei seca.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som. (relacione com infrator)
D) contrarregra – autopista – semi-aberto. IV. Foi encontrada uma VULTOSA soma de dinheiro no
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor. carro. (de grande vulto, volumoso)
V. O policial anunciou o FLAGRANTE delito. (relacione
2-) Correção: com “pego no flagra”)
A) autoajuda – anti-inflamatório – extrajudicial = correta Seção / a cerca de / infringiu / vultosa / flagrante
B) supracitado – semi-novo – telesserviço = seminovo RESPOSTA: “D”.
C) ultrassofisticado – hidro-elétrica – ultra-som = hi-
droelétrica, ultrassom
D) contrarregra – autopista – semi-aberto = semiaberto
E) contrarrazão – infra-estrutura – coprodutor = infraes-
trutura
RESPOSTA: “A”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

calor - a sílaba lor é a de maior intensidade.


DIVISÃO SILÁBICA. faceiro - a sílaba cei é a de maior intensidade.
sólido - a sílaba só é a de maior intensidade.

Obs.: a presença da sílaba de maior intensidade nas pa-


SÍLABA lavras, em meio à sílabas de menor intensidade, é um dos
elementos que dão melodia à frase.
A palavra amor está dividida em grupos de fonemas
pronunciados separadamente: a - mor. A cada um desses Classificação da sílaba quanto a intensidade
grupos pronunciados numa só emissão de voz dá-se o
nome de sílaba. Em nossa língua, o núcleo da sílaba é -Tônica: é a sílaba pronunciada com maior intensidade.
sempre uma vogal: não existe sílaba sem vogal e nunca - Átona: é a sílaba pronunciada com menor intensidade.
há mais do que uma vogal em  cada sílaba. Dessa forma, - Subtônica: é a sílaba de intensidade intermediária.
para sabermos o número de sílabas de uma palavra, deve- Ocorre, principalmente, nas palavras derivadas, correspon-
mos perceber quantas vogais tem essa palavra. Atenção: dendo à tônica da palavra primitiva. 
as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem
representar semivogais. Classificação das palavras quanto à posição da sí-
laba tônica
Classificação das palavras quanto ao número de
sílabas De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos
da língua portuguesa que contêm  duas ou mais sílabas são
- Monossílabas: possuem apenas uma sílaba. Exem- classificados em:
plos: mãe, flor, lá, meu; - Oxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a última.
- Dissílabas: possuem duas sílabas. Exemplos: ca-fé, Exemplos: avó, urubu, parabéns
i-ra, a-í, trans-por; - Paroxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a penúlti-
- Trissílabas: possuem três sílabas. Exemplos: ci-ne- ma. Exemplos: dócil, suavemente, banana
ma, pró-xi-mo, pers-pi-caz, O-da-ir; - Proparoxítonos: são aqueles cuja sílaba tônica é a an-
- Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas. Exem- tepenúltima. Exemplos: máximo, parábola, íntimo
plos: a-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor
-ri-no-la-rin-go-lo-gis-ta. Saiba que:
- São palavras oxítonas, entre outras: cateter, mister,
Divisão Silábica Nobel, novel, ruim, sutil, transistor, ureter.
- São palavras paroxítonas, entre outras: avaro, aziago,
Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as boêmia, caracteres, cartomancia, celtibero, circuito, decano,
seguintes normas: filantropo, fluido, fortuito, gratuito, Hungria, ibero, impudico,
inaudito, intuito, maquinaria, meteorito, misantropo, necrop-
- Não se separam os ditongos e tritongos. Exemplos: sia (alguns dicionários admitem também necrópsia), Nor-
foi-ce, a-ve-ri-guou; mandia, pegada, policromo, pudico, quiromancia, rubrica,
- Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu. Exem- subido(a).
plos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa; - São palavras proparoxítonas, entre outras: aerólito,
- Não se separam os encontros consonantais que ini- bávaro, bímano, crisântemo, ímprobo, ínterim, lêvedo, ôme-
ciam sílaba. Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co; ga, pântano, trânsfuga.
- Separam-se as vogais dos hiatos. Exemplos: ca-a-tin- - As seguintes palavras, entre outras, admitem dupla
ga, fi-el, sa-ú-de; tonicidade: acróbata/acrobata, hieróglifo/hieroglifo, Oceâ-
- Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc. nia/Oceania, ortoépia/ortoepia, projétil/projetil, réptil/reptil,
Exemplos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce zângão/zangão.
-len-te;
- Separam-se os encontros consonantais das sílabas Exercícios
internas, excetuando-se aqueles em que a segunda con-
soante é l ou r. Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, 1-Assinale o item em que a divisão silábica é incorreta:
a-brir, a-pli-car. a) gra-tui-to;
b) ad-vo-ga-do;
Acento Tônico c) tran-si-tó-rio;
d) psi-co-lo-gi-a;
Na emissão de uma palavra de duas ou mais sílabas, e) in-ter-stí-cio.
percebe-se que há uma sílaba de maior intensidade sono-
ra do que as demais.

79
LÍNGUA PORTUGUESA

2-Assinale o item em que a separação silábica é incor- a) i-cte-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ria;


reta: b) ic-te-rí-ci-a, he-mo-diá-li-se, dis-en-te-ria;
a) psi-có-ti-co; c) i-c-te-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ria;
b) per-mis-si-vi-da-de; d) ic-te-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ri-a;
c) as-sem-ble-ia; e) ic-te-rí-cia, he-mo-di-á-li-se, di-sen-te-ria.
d) ob-ten-ção;
e) fa-mí-lia. 10- Assinale a única opção em que há, um vocábulo
cuja separação silábica não esta feita de acordo com a nor-
3-Assinale o item em que todos os vocábulos têm as ma ortográfica vigente:
sílabas corretamente separadas: a) es-cor-re-gou / in-crí-veis;
a) al-dei-a, caa-tin-ga , tran-si-ção; b) in-fân-cia / cres-ci-a;
b) pro-sse-gui-a, cus-tó-dia, trans-ver-sal; c) i-dei-a / lé-guas;
c) a-bsur-do, pra-ia, in-cons-ci-ên-cia; d) des-o-be-de-ceu / cons-tru-í-da;
d) o-ccip-tal, gra-tui-to, ab-di-car; e) vo-ou / sor-ri-em.
e) mis-té-rio, ap-ti-dão, sus-ce-tí-vel.
Respostas: 1-E / 2-C / 3-E / 4-D / 5-C / 6-D / 7-A /
4-Assinale o item em que todas as sílabas estão corre- 8-E / 9-E / 10-D
tamente separadas:
a) a-p-ti-dão;
b) so-li-tá-ri-o; ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS.
c) col-me-ia;
d) ar-mis-tí-cio;
e) trans-a-tlân-ti-co.
As palavras podem ser analisadas sob o ponto de vista
5- Assinale o item em que a divisão silábica está errada: de sua estrutura significativa. Para isso, nós as dividimos
a) tran-sa-tlân-ti-co / de-sin-fe-tar; em seus menores elementos (partes) possuidores de sen-
b) subs-ta-be-le-cer / de-su-ma-no; tido. A palavra inexplicável, por exemplo, é constituída por
c) cis-an-di-no / sub-es-ti-mar; três elementos significativos:
d) ab-di-ca-ção / a-bla-ti-vo;
e) fri-is-si-mo / ma-ci-is-si-mo. In = elemento indicador de negação
Explic – elemento que contém o significado básico da
6- Existe erro de divisão silábica no item: palavra
a) mei-a / pa-ra-noi-a / ba-lai-o; Ável = elemento indicador de possibilidade
b) oc-ci-pi-tal / ex-ces-so / pneu-má-ti-co;
c) subs-tân-cia / pers-pec-ti-va / felds-pa-to; Estes elementos formadores da palavra recebem o
d) su-bli-nhar / su-blin-gual / a-brup-to; nome de morfemas. Através da união das informações
e) tran-sa-tlân-ti-co / trans-cen-der / tran-so-ce-â-ni-co. contidas nos três morfemas de inexplicável, pode-se en-
tender o significado pleno dessa palavra: “aquilo que não
7- A única alternativa correta quanto à divisão silábica é: tem possibilidade de ser explicado, que não é possível tornar
a) ma-qui-na-ri-a / for-tui-to; claro”.
b) tun-gs-tê-nio / ri-tmo; ;
c) an-do-rin-ha / sub-o-fi-ci-al; MORFEMAS = são as menores unidades significativas
d) bo-ê-mi-a / ab-scis-sa; que, reunidas, formam as palavras, dando-lhes sentido.
e) coe-são / si-len-cio-so.
Classificação dos morfemas:
8- Indique a alternativa em que as palavras “sussurro”,
”iguaizinhos” e “gnomo”, estão corretamente divididas em Radical, lexema ou semantema – é o elemento por-
sílabas: tador de significado. É através do radical que podemos for-
a) sus - su - rro, igu - ai - zi - nhos, g - no - mo; mar outras palavras comuns a um grupo de palavras da
b) su - ssu - rro, i - guai - zi - nhos, gno - mo; mesma família. Exemplo: pequeno, pequenininho, pequenez.
c) sus - su - rro, i - guai - zi - nhos, gno - mo; O conjunto de palavras que se agrupam em torno de um
d) su - ssur - ro, i - gu - ai - zi - nhos, gn - omo; mesmo radical denomina-se família de palavras.
e) sus - sur - ro, i - guai - zi - nhos, gno - mo.
Afixos – elementos que se juntam ao radical antes (os
9- Na expressão “A icterícia nada tem a ver com he- prefixos) ou depois (sufixos) dele. Exemplo: beleza (sufi-
modiálise ou disenteria”, as palavras grifadas apresentam- xo), prever (prefixo), infiel.
se corretamente divididas em sílabas na alternativa:

80
LÍNGUA PORTUGUESA

Desinências - Quando se conjuga o verbo amar, ob- • Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que ca-
têm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos, racterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de
amáveis, amavam. Estas modificações ocorrem à medida conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a per-
que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e tencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática
plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal
ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo temática -i pertencem à terceira conjugação.
(amava, amara, amasse, por exemplo). Assim, podemos
concluir que existem morfemas que indicam as flexões Interfixos
das palavras. Estes morfemas sempre surgem no fim das
palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há São os elementos (vogais ou consoantes) que se in-
desinências nominais e desinências verbais.
tercalam entre o radical e o sufixo, para facilitar ou mes-
mo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Por
• Desinências nominais: indicam o gênero e o núme-
ro dos nomes. Para a indicação de gênero, o português exemplo:
costuma opor as desinências -o/-a: garoto/garota; me- Vogais: frutífero, gasômetro, carnívoro.
nino/menina. Para a indicação de número, costuma-se Consoantes: cafezal, sonolento, friorento.
utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à
ausência de morfema, que indica o singular: garoto/garo- Formação das Palavras
tos; garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas. No
caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de Há em Português palavras primitivas, palavras deriva-
plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; das, palavras simples, palavras compostas.
cruz/cruzes. Palavras primitivas: aquelas que, na língua portugue-
• Desinências verbais: em nossa língua, as desinên- sa, não provêm de outra palavra: pedra, flor.
cias verbais pertencem a dois tipos distintos. Há desinên-
cias que indicam o modo e o tempo (desinências modo- Palavras derivadas: aquelas que, na língua portugue-
temporais) e outras que indicam o número e a pessoa dos sa, provêm de outra palavra: pedreiro, floricultura.
verbos (desinência número-pessoais):
Palavras simples: aquelas que possuem um só radical:
cant-á-va-mos:
azeite, cavalo.
cant: radical / -á-: vogal temática / -va-: desinência
modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do in-
dicativo) / -mos: desinência número-pessoal (caracteriza a Palavras compostas: aquelas que possuem mais de
primeira pessoa do plural) um radical: couve-flor, planalto.
* As palavras compostas podem ou não ter seus ele-
cant-á-sse-is: mentos ligados por hífen.
cant: radical / -á-: vogal temática / -sse-:desinência
modo-temporal (caracteriza o pretérito imperfeito do sub- Processos de Formação de Palavras
juntivo) / -is: desinência número-pessoal (caracteriza a se-
gunda pessoa do plural) Na Língua Portuguesa há muitos processos de forma-
ção de palavras. Entre eles, os mais comuns são a derivação,
Vogal temática a composição, a onomatopeia, a abreviação e o hibridismo.

Entre o radical cant- e as desinências verbais, surge Derivação por Acréscimo de Afixos
sempre o morfema –a. Este morfema, que liga o radical
às desinências, é chamado de vogal temática. Sua fun- É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (deri-
ção é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É vadas) pela anexação de afixos à palavra primitiva. A deri-
ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as vação pode ser: prefixal, sufixal e parassintética.
desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam
vogais temáticas. No caso dos verbos, a vogal temática in-
Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
dica as conjugações: -a (da 1.ª conjugação = cantar), -e (da
2.ª conjugação = escrever) e –i (3.ªconjugação = partir). acréscimo de prefixo.

• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando In feliz des leal
átonas finais, como em mesa, artista, perda, escola, base, Prefixo radical prefixo radical
combate. Nestes casos, não poderíamos pensar que essas
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
mesa e escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de fle- acréscimo de sufixo.
xão. A estas vogais temáticas se liga a desinência indicado-
ra de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes termina- Feliz mente leal dade
dos em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) Radical sufixo radical sufixo
não apresentam vogal temática.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo Outros processos de formação de palavras:
simultâneo de prefixo e sufixo. Por parassíntese formam-
se principalmente verbos. Onomatopeia – é a palavra que procura reproduzir
certos sons ou ruídos: reco-reco, tique-taque, fom-fom.
En trist ecer
Prefixo radical sufixo Abreviação – é a redução de palavras até o limite
permitido pela compreensão: moto (motocicleta), pneu
Em tard ecer (pneumático), metrô (metropolitano), foto (fotografia).
prefixo radical sufixo
* Observação:
Outros Tipos de Derivação - Abreviatura: é a redução na grafia de certas pala-
vras, limitando-as quase sempre à letra inicial ou às letras
Há dois casos em que a palavra derivada é formada iniciais: p. ou pág. (para página), sr. (para senhor).
sem que haja a presença de afixos. São eles: a derivação
- Sigla: é um caso especial de abreviatura, na qual
regressiva e a derivação imprópria.
se reduzem locuções substantivas próprias às suas letras
iniciais (são as siglas puras) ou sílabas iniciais (siglas im-
Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por re-
puras), que se grafam de duas formas: IBGE, MEC (siglas
dução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na forma-
ção de substantivos derivados de verbos. puras); DETRAN ou Detran, PETROBRAS ou Petrobras (si-
janta (substantivo) - deriva de jantar (verbo) / pesca glas impuras).
(substantivo) – deriva de pescar (verbo) - Hibridismo: é a palavra formada com elementos
oriundos de línguas diferentes.
Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é ob- automóvel (auto: grego; móvel: latim)
tida pela mudança de categoria gramatical da palavra pri- sociologia (socio: latim; logia: grego)
mitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas somente sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)
na classe gramatical. Fontes de pesquisa:
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo “porquê”
deriva da conjunção porque) http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
Seu olhar me fascina! (olhar aqui é substantivo, deriva formacao-de-palavras-i.htm
do verbo olhar). SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
** Dica: A derivação regressiva “mexe” na estrutura da Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
palavra e geralmente transforma verbos em substantivos: reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
caça = deriva de caçar, saque = deriva de sacar. Paulo: Saraiva, 2010.
A derivação imprópria não “mexe” com a palavra, ape- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
nas faz com que ela pertença a uma classe gramatical “im- ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
própria” da qual ela realmente, ou melhor, costumeiramen-
te faz parte. A alteração acontece devido à presença de Questões sobre Estrutura das Palavras
outros termos, como artigos, por exemplo:
O verde das matas! (o adjetivo “verde” passou a fun- 1-) (RIOPREVIDÊNCIA – ESPECIALISTA EM PREVIDÊN-
cionar como substantivo devido à presença do artigo “o”) CIA SOCIAL – CEPERJ/2014) A palavra “infraestrutura” é
formada pelo seguinte processo:
Composição
A) sufixação
B) prefixação
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
C) parassíntese
radicais para formar uma nova palavra. Há dois tipos de
D) justaposição
composição: justaposição e aglutinação.
E) aglutinação
Justaposição: ocorre quando os elementos que for-
mam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapos- 1-) Infra = prefixo + estrutura – temos a junção de um
tos: para-raios, corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira, prefixo com um radical, portanto: derivação prefixal (ou
girassol. prefixação).

Composição por aglutinação: ocorre quando os ele- RESPOSTA: “B”.


mentos que formam o composto aglutinam-se e pelo me-
nos um deles perde sua integridade sonora: aguardente 2-) (SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL/MG –
(água + ardente), planalto (plano + alto), pernalta (perna + AGENTE DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVO – IBFC/2014)
alta), vinagre (vinho + acre). O vocábulo “entristecido”, presente na terceira estrofe, é
um exemplo de:

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LÍNGUA PORTUGUESA

a) palavra composta Período simples é aquele constituído por apenas uma


b) palavra primitiva oração, que recebe o nome de oração absoluta.
c) palavra derivada Chove.
d) neologismo A existência é frágil.
Amanhã, à tarde, faremos a prova do concurso.
2-) en + triste + ido (com consoante de ligação “c”) =
ao radical “triste” foram acrescidos o prefixo “en” e o sufixo Período composto é aquele constituído por duas ou
“ido”, ou seja, “entristecido” é palavra derivada do processo mais orações:
de formação de palavras chamado de: prefixação e sufixa- Cantei, dancei e depois dormi.
ção. Para o exercício, basta “derivada”! Quero que você estude mais.

RESPOSTA: “C”. Termos essenciais da oração

O sujeito e o predicado são considerados termos


SINTAXE: TERMOS ESSENCIAIS, essenciais da oração, ou seja, são termos indispensáveis
INTEGRANTES E ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO. para a formação das orações. No entanto, existem orações
formadas exclusivamente pelo predicado. O que define a
oração é a presença do verbo. O sujeito é o termo que es-
Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para tabelece concordância com o verbo.
estabelecer comunicação. Normalmente é composta por O candidato está preparado.
dois termos – o sujeito e o predicado – mas não obrigato- Os candidatos estão preparados.
riamente, pois há orações ou frases sem sujeito: Trovejou
muito ontem à noite. Na primeira frase, o sujeito é “o candidato”. “Candida-
Quanto aos tipos de frases, além da classificação em to” é a principal palavra do sujeito, sendo, por isso, deno-
verbais (possuem verbos, ou seja, são orações) e nominais minada núcleo do sujeito. Este se relaciona com o verbo,
(sem a presença de verbos), feita a partir de seus elementos estabelecendo a concordância (núcleo no singular, verbo
constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu no singular: candidato = está).
sentido global: A função do sujeito é basicamente desempenhada por
- frases interrogativas = o emissor da mensagem for- substantivos, o que a torna uma função substantiva da ora-
mula uma pergunta: Que dia é hoje? ção. Pronomes, substantivos, numerais e quaisquer outras
- frases imperativas = o emissor dá uma ordem ou faz palavras substantivadas (derivação imprópria) também po-
um pedido: Dê-me uma luz! dem exercer a função de sujeito.
- frases exclamativas = o emissor exterioriza um estado Os dois sumiram. (dois é numeral; no exemplo, subs-
afetivo: Que dia abençoado! tantivo)
- frases declarativas = o emissor constata um fato: A Um sim é suave e sugestivo. (sim é advérbio; no exem-
prova será amanhã. plo: substantivo)
Quanto à estrutura da frase, as que possuem verbo Os sujeitos são classificados a partir de dois elementos:
(oração) são estruturadas por dois elementos essenciais: o de determinação ou indeterminação e o de núcleo do
sujeito e predicado. sujeito.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo Um sujeito é determinado quando é facilmente iden-
em número e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”, “o tificado pela concordância verbal. O sujeito determinado
tema do que se vai comunicar”; o predicado é a parte da pode ser simples ou composto.
frase que contém “a informação nova para o ouvinte”, é o A indeterminação do sujeito ocorre quando não é
que “se fala do sujeito”. Ele se refere ao tema, constituindo possível identificar claramente a que se refere a concor-
a declaração do que se atribui ao sujeito. dância verbal. Isso ocorre quando não se pode ou não inte-
Quando o núcleo da declaração está no verbo (que in- ressa indicar precisamente o sujeito de uma oração.
dique ação ou fenômeno da natureza, seja um verbo signi- Estão gritando seu nome lá fora.
ficativo), temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver Trabalha-se demais neste lugar.
em um nome (geralmente um adjetivo), teremos um pre-
dicado nominal (os verbos deste tipo de predicado são os O sujeito simples é o sujeito determinado que apre-
que indicam estado, conhecidos como verbos de ligação): senta um único núcleo, que pode estar no singular ou no
O menino limpou a sala. = “limpou” é verbo de ação plural; pode também ser um pronome indefinido. Abaixo,
(predicado verbal) sublinhei os núcleos dos sujeitos:
A prova foi fácil. – “foi” é verbo de ligação (ser); o nú- Nós estudaremos juntos.
cleo é “fácil” (predicado nominal) A humanidade é frágil.
Quanto ao período, ele denomina a frase constituída Ninguém se move.
por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido O amar faz bem. (“amar” é verbo, mas aqui houve uma
completo. O período pode ser simples ou composto. derivação imprópria, transformando-o em substantivo)
As crianças precisam de alimentos saudáveis.

83
LÍNGUA PORTUGUESA

O sujeito composto é o sujeito determinado que apre- 1-) os verbos que indicam fenômenos da natureza:
senta mais de um núcleo. Amanheceu.
Alimentos e roupas custam caro. Está trovejando.
Ela e eu sabemos o conteúdo.
O amar e o odiar são duas faces da mesma moeda. 2-) os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indicam
fenômenos meteorológicos ou se relacionam ao tempo em
Além desses dois sujeitos determinados, é comum a geral:
referência ao sujeito implícito na desinência verbal (o Está tarde.
“antigo” sujeito oculto [ou elíptico]), isto é, ao núcleo do Já são dez horas.
sujeito que está implícito e que pode ser reconhecido pela Faz frio nesta época do ano.
desinência verbal ou pelo contexto. Há muitos concursos com inscrições abertas.
Abolimos todas as regras. = (nós)
Falaste o recado à sala? = (tu) Predicado é o conjunto de enunciados que contém a
informação sobre o sujeito – ou nova para o ouvinte. Nas
* Os verbos deste tipo de sujeito estão sempre na pri- orações sem sujeito, o predicado simplesmente enuncia um
meira pessoa do singular (eu) ou plural (nós) ou na segun- fato qualquer. Nas orações com sujeito, o predicado é aquilo
da do singular (tu) ou do plural (vós), desde que os prono- que se declara a respeito deste sujeito. Com exceção do vo-
mes não estejam explícitos. cativo - que é um termo à parte - tudo o que difere do sujeito
Iremos à feira juntos? (= nós iremos) – sujeito implícito numa oração é o seu predicado.
na desinência verbal “-mos” Chove muito nesta época do ano.
Cantais bem! (= vós cantais) - sujeito implícito na desi- Houve problemas na reunião.
nência verbal “-ais”
* Em ambas as orações não há sujeito, apenas predicado.
Mas:
Nós iremos à festa juntos? = sujeito simples: nós As questões estavam fáceis!
Vós cantais bem! = sujeito simples: vós Sujeito simples = as questões
Predicado = estavam fáceis
O sujeito indeterminado surge quando não se quer -
ou não se pode - identificar a que o predicado da oração Passou-me uma ideia estranha pelo pensamento.
refere-se. Existe uma referência imprecisa ao sujeito, caso Sujeito = uma ideia estranha
contrário, teríamos uma oração sem sujeito. Predicado = passou-me pelo pensamento
Na língua portuguesa, o sujeito pode ser indetermina- Para o estudo do predicado, é necessário verificar se seu
do de duas maneiras: núcleo é um nome (então teremos um predicado nominal)
ou um verbo (predicado verbal). Deve-se considerar também
1-) com verbo na terceira pessoa do plural, desde que se as palavras que formam o predicado referem-se apenas ao
o sujeito não tenha sido identificado anteriormente: verbo ou também ao sujeito da oração.
Bateram à porta;
Andam espalhando boatos a respeito da queda do mi- Os homens sensíveis pedem amor sincero às mulheres de
nistro. opinião.
Predicado
* Se o sujeito estiver identificado, poderá ser simples
ou composto: O predicado acima apresenta apenas uma palavra que se
Os meninos bateram à porta. (simples) refere ao sujeito: pedem. As demais palavras ligam-se direta
Os meninos e as meninas bateram à porta. (composto) ou indiretamente ao verbo.
A cidade está deserta.
2-) com o verbo na terceira pessoa do singular, acres-
cido do pronome “se”. Esta é uma construção típica dos O nome “deserta”, por intermédio do verbo, refere-se ao
verbos que não apresentam complemento direto: sujeito da oração (cidade). O verbo atua como elemento de
Precisa-se de mentes criativas. ligação (por isso verbo de ligação) entre o sujeito e a palavra
Vivia-se bem naqueles tempos. a ele relacionada (no caso: deserta = predicativo do sujeito).
Trata-se de casos delicados.
Sempre se está sujeito a erros. O predicado verbal é aquele que tem como núcleo sig-
nificativo um verbo:
O pronome “se”, nestes casos, funciona como índice de Chove muito nesta época do ano.
indeterminação do sujeito. Estudei muito hoje!
Compraste a apostila?
As orações sem sujeito, formadas apenas pelo predi-
cado, articulam-se a partir de um verbo impessoal. A men- Os verbos acima são significativos, isto é, não servem
sagem está centrada no processo verbal. Os principais ca- apenas para indicar o estado do sujeito, mas indicam pro-
sos de orações sem sujeito com: cessos.

84
LÍNGUA PORTUGUESA

O predicado nominal é aquele que tem como nú- - com pronomes indefinidos de pessoa e pronomes
cleo significativo um nome; este atribui uma qualidade ou de tratamento: Não excluo a ninguém; Não quero cansar a
estado ao sujeito, por isso é chamado de predicativo do Vossa Senhoria.
sujeito. O predicativo é um nome que se liga a outro nome
da oração por meio de um verbo (o verbo de ligação). - para evitar ambiguidade: Ao povo prejudica a crise.
Nos predicados nominais, o verbo não é significativo, (sem preposição, o sentido seria outro: O povo prejudica
isto é, não indica um processo, mas une o sujeito ao pre- a crise)
dicativo, indicando circunstâncias referentes ao estado do
sujeito: Os dados parecem corretos. O objeto indireto é o complemento que se liga indi-
O verbo parecer poderia ser substituído por estar, an- retamente ao verbo, ou seja, através de uma preposição.
dar, ficar, ser, permanecer ou continuar, atuando como ele- Gosto de música popular brasileira.
mento de ligação entre o sujeito e as palavras a ele rela- Necessito de ajuda.
cionadas.
* A função de predicativo é exercida, normalmente, por O termo que integra o sentido de um nome chama-se
um adjetivo ou substantivo. complemento nominal, que se liga ao nome que comple-
ta por intermédio de preposição:
O predicado verbo-nominal é aquele que apresen- A arte é necessária à vida. = relaciona-se com a palavra
ta dois núcleos significativos: um verbo e um nome. No “necessária”
predicado verbo-nominal, o predicativo pode se referir ao Temos medo de barata. = ligada à palavra “medo”
sujeito ou ao complemento verbal (objeto).
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre sig- Termos acessórios da oração e vocativo
nificativo, indicando processos. É também sempre por in-
termédio do verbo que o predicativo se relaciona com o Os termos acessórios recebem este nome por serem
termo a que se refere. explicativos, circunstanciais. São termos acessórios o ad-
1- O dia amanheceu ensolarado; junto adverbial, o adjunto adnominal, o aposto e o vocativo
2- As mulheres julgam os homens inconstantes. – este, sem relação sintática com outros temos da oração.
O adjunto adverbial é o termo da oração que indi-
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apresenta ca uma circunstância do processo verbal ou intensifica o
duas funções: a de verbo significativo e a de verbo de liga- sentido de um adjetivo, verbo ou advérbio. É uma função
ção. Este predicado poderia ser desdobrado em dois: um adverbial, pois cabe ao advérbio e às locuções adverbiais
verbal e outro nominal. exercerem o papel de adjunto adverbial: Amanhã voltarei a
O dia amanheceu. / O dia estava ensolarado. pé àquela velha praça.

No segundo exemplo, é o verbo julgar que relaciona As circunstâncias comumente expressas pelo adjunto
o complemento homens com o predicativo “inconstantes”. adverbial são:
- assunto: Falavam sobre futebol.
Termos integrantes da oração - causa: As folhas caíram com o vento.
- companhia: Ficarei com meus pais.
Os complementos verbais (objeto direto e indireto) e o - concessão: Apesar de você, serei feliz.
complemento nominal são chamados termos integrantes da - conformidade: Fez tudo conforme o combinado.
oração. - dúvida: Talvez ainda chova.
Os complementos verbais integram o sentido dos ver- - fim: Estudou para o exame.
bos transitivos, com eles formando unidades significativas. - instrumento: Fez o corte com a faca.
Estes verbos podem se relacionar com seus complementos - intensidade: Falava bastante.
diretamente, sem a presença de preposição, ou indireta- - lugar: Vou à cidade.
mente, por intermédio de preposição. - matéria: Este prato é feito de porcelana.
- meio: Viajarei de trem.
O objeto direto é o complemento que se liga direta- - modo: Foram recrutados a dedo.
mente ao verbo. - negação: Não há ninguém que mereça.
Houve muita confusão na partida final. - tempo: Ontem à tarde encontrou o velho amigo.
Queremos sua ajuda.
O adjunto adnominal é o termo acessório que deter-
O objeto direto preposicionado ocorre principalmen- mina, especifica ou explica um substantivo. É uma função
te: adjetiva, pois são os adjetivos e as locuções adjetivas que
- com nomes próprios de pessoas ou nomes comuns exercem o papel de adjunto adnominal na oração. Também
referentes a pessoas: atuam como adjuntos adnominais os artigos, os numerais e
Amar a Deus; Adorar a Xangô; Estimar aos pais. os pronomes adjetivos.
(o objeto é direto, mas como há preposição, denomi- O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu
na-se: objeto direto preposicionado) amigo de infância.

85
LÍNGUA PORTUGUESA

O adjunto adnominal se liga diretamente ao substan- Questões


tivo a que se refere, sem participação do verbo. Já o predi-
cativo do objeto se liga ao objeto por meio de um verbo. 1-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPE-
O poeta português deixou uma obra originalíssima. VE/UFAL/2014 - adaptada)
O poeta deixou-a.
(originalíssima não precisou ser repetida, portanto:
adjunto adnominal)

O poeta português deixou uma obra inacabada.


O poeta deixou-a inacabada.
(inacabada precisou ser repetida, então: predicativo
do objeto)

Enquanto o complemento nominal se relaciona a um


substantivo, adjetivo ou advérbio, o adjunto adnominal se
relaciona apenas ao substantivo.

O aposto é um termo acessório que permite ampliar,


explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida em um
termo que exerça qualquer função sintática: Ontem, se- O cartaz acima divulga a peça de teatro “Quem tem
gunda-feira, passei o dia mal-humorado. medo de Virginia Woolf?” escrita pelo norte-americano
Edward Albee. O termo “de Virginia Woolf”, do título em
Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de tem- português da peça, funciona como:
po “ontem”. O aposto é sintaticamente equivalente ao A) objeto indireto.
termo que se relaciona porque poderia substituí-lo: Se- B) complemento nominal.
gunda-feira passei o dia mal-humorado. C) adjunto adnominal.
O aposto pode ser classificado, de acordo com seu D) adjunto adverbial.
valor na oração, em: E) agente da passiva.
a) explicativo: A linguística, ciência das línguas huma-
nas, permite-nos interpretar melhor nossa relação com o 1-) O termo complementa a palavra “medo”, que é
mundo. substantivo (nome – nominal). Portanto é um complemen-
b) enumerativo: A vida humana compõe-se de muitas to nominal. O verbo “ter” tem como complemento verbal
coisas: amor, arte, ação. (objeto) a palavra “medo”, que exerce a função sintática de
c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e so- objeto direto.
nho, tudo forma o carnaval. RESPOSTA: “B”.
d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofotes, fi-
xaram-se por muito tempo na baía anoitecida. 2-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)
... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...
O vocativo é um termo que serve para chamar, in- O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de com-
vocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético, não plemento que o da frase acima está em:
mantendo relação sintática com outro termo da oração. A (A) A Rota da Seda nunca foi uma rota única...
função de vocativo é substantiva, cabendo a substantivos, (B) Esses caminhos floresceram durante os primórdios
pronomes substantivos, numerais e palavras substantiva- da Idade Média.
das esse papel na linguagem. (C) ... viajavam por cordilheiras...
João, venha comigo! (D) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
Traga-me doces, minha menina! (E) O maquinista empurra a manopla do acelerador.

2-) Acompanhar é transitivo direto (acompanhar quem


ou o quê - não há preposição):
A = foi = verbo de ligação (ser) – não há complemento,
mas sim, predicativo do sujeito (rota única);
B = floresceram = intransitivo (durante os primórdios
= adjunto adverbial);
C = viajavam = intransitivo (por cordilheiras = adjunto
adverbial);
D = cair = intransitivo;
E = empurra = transitivo direto (empurrar quem ou o
quê?)
RESPOSTA: “E”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Período Composto por Coordenação Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas


principais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer;
O período composto se caracteriza por possuir mais de seja...seja.
uma oração em sua composição. Sendo assim: Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma ora-
ção) Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à principais conjunções são: logo, portanto, por fim, por con-
praia. (Período Composto =locução verbal + verbo, duas seguinte, consequentemente, pois (posposto ao verbo).
orações) Passei no concurso, portanto comemorarei!
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um A situação é delicada; devemos, pois, agir.
protetor solar. (Período Composto = três verbos, três ora-
ções). Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas
principais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verda-
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer de, pois (anteposto ao verbo).
entre as orações de um período composto: uma relação de Não fui à praia, pois queria descansar durante o Do-
coordenação ou uma relação de subordinação. mingo.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas em Maria chorou porque seus olhos estão vermelhos.
um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de in-
formações, marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, Período Composto Por Subordinação
estruturas individuais, como é o exemplo de:
Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. Quero que você seja aprovado!
(Período Composto) Oração principal oração subordinada
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar. Observe que na oração subordinada temos o verbo
2. Irei à praia. “seja”, que está conjugado na terceira pessoa do singular
Separando as duas, vemos que elas são independen- do presente do subjuntivo, além de ser introduzida por
tes. Tal período é classificado como Período Composto por conjunção. As orações subordinadas que apresentam ver-
Coordenação. bo em qualquer dos tempos finitos (tempos do modo do
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos indicativo, subjuntivo e imperativo) e são iniciadas por con-
dois tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindé- junção, chamam-se orações desenvolvidas ou explícitas.
ticas. Podemos modificar o período acima. Veja:

Coordenadas Assindéticas Quero ser aprovado.


Oração Principal Oração Subordinada
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas
através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. A análise das orações continua sendo a mesma: “Que-
Entrei na sala, deitei-me no sofá, adormeci. ro” é a oração principal, cujo objeto direto é a oração su-
bordinada “ser aprovado”. Observe que a oração subordi-
Coordenadas Sindéticas nada apresenta agora verbo no infinitivo (ser). Além disso,
a conjunção “que”, conectivo que unia as duas orações,
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas en- desapareceu. As orações subordinadas cujo verbo surge
tre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coor- numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particí-
denativa, que dará à oração uma classificação. As orações pio) chamamos orações reduzidas ou implícitas.
coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas. * Observação: as orações reduzidas não são introdu-
zidas por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
** Dica: Memorize SINdética = SIM, tem conjunção! eventualmente, introduzidas por preposição.
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas prin-
cipais conjunções são: e, nem, não só... mas também, não 1-) Orações Subordinadas Substantivas
só... como, assim... como.
Nem comprei o protetor solar nem fui à praia. A oração subordinada substantiva tem valor de subs-
Comprei o protetor solar e fui à praia. tantivo e vem introduzida, geralmente, por conjunção inte-
grante (que, se).
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas
principais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretan- Não sei se sairemos hoje.
to, porém, no entanto, ainda, assim, senão. Oração Subordinada Substantiva
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
Li tudo, porém não entendi! Temos medo de que não sejamos aprovados.
Oração Subordinada Substantiva

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LÍNGUA PORTUGUESA

Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também b) Objetiva Direta = exerce função de objeto direto
introduzem as orações subordinadas substantivas, bem do verbo da oração principal:
como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde,
como). Todos querem sua aprovação no concurso.
Objeto Direto
O garoto perguntou qual seu nome.
Oração Subordinada Subs- Todos querem que você seja aprovado. (Todos
tantiva querem isso)
Oração Principal oração Subordinada Substantiva
Não sabemos quando ele virá. Objetiva Direta
Oração Subordinada Substan-
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas
tiva
(desenvolvidas) são iniciadas por:
- Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”:
Classificação das Orações Subordinadas Substan- A professora verificou se os alunos estavam presentes.
tivas
- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às ve-
Conforme a função que exerce no período, a oração zes regidos de preposição), nas interrogações indiretas: O
subordinada substantiva pode ser: pessoal queria saber quem era o dono do carro importado.
a) Subjetiva - exerce a função sintática de sujeito do
verbo da oração principal: - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes
regidos de preposição), nas interrogações indiretas: Eu não
É fundamental o seu comparecimento à reu- sei por que ela fez isso.
nião.
Sujeito c) Objetiva Indireta = atua como objeto indireto do
verbo da oração principal. Vem precedida de preposição.
É fundamental que você compareça à
reunião. Meu pai insiste em meu estudo.
Oração Principal Oração Subordinada Substan- Objeto Indireto
tiva Subjetiva
Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste nisso)
* Atenção: Observe que a oração subordinada subs-
Oração Subordinada Substantiva
tantiva pode ser substituída pelo pronome “isso”. Assim, Objetiva Indireta
temos um período simples:
É fundamental isso ou Isso é fundamental. Observação: em alguns casos, a preposição pode estar
Desta forma, a oração correspondente a “isso” exer- elíptica na oração.
cerá a função de sujeito. Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.
Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na ora- Oração Subordinada Substantiva
ção principal: Objetiva Indireta

- Verbos de ligação + predicativo, em construções d) Completiva Nominal = completa um nome que


do tipo: É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece pertence à oração principal e também vem marcada por
certo - É claro - Está evidente - Está comprovado preposição.
É bom que você compareça à minha festa.
Sentimos orgulho de seu comportamento.
- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se, Soube- Complemento Nominal
se, Conta-se, Diz-se, Comenta-se, É sabido, Foi anunciado,
Ficou provado. Sentimos orgulho de que você se comportou. (Senti-
mos orgulho disso.)
Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
Oração Subordinada Substantiva
Completiva Nominal
- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar -
importar - ocorrer - acontecer Lembre-se: as orações subordinadas substantivas ob-
Convém que não se atrase na entrevista. jetivas indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto
que orações subordinadas substantivas completivas nomi-
Observação: quando a oração subordinada substan- nais integram o sentido de um nome. Para distinguir uma
tiva é subjetiva, o verbo da oração principal está sempre da outra, é necessário levar em conta o termo complemen-
na 3.ª pessoa do singular. tado. Esta é a diferença entre o objeto indireto e o com-
plemento nominal: o primeiro complementa um verbo; o
segundo, um nome.

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LÍNGUA PORTUGUESA

e) Predicativa = exerce papel de predicativo do sujei- Atenção: Vale lembrar um recurso didático para re-
to do verbo da oração principal e vem sempre depois do conhecer o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser
verbo ser. substituído por: o qual - a qual - os quais - as quais
Refiro-me ao aluno que é estudioso. = Esta oração é
Nosso desejo era sua desistência. equivalente a: Refiro-me ao aluno o qual estuda.
Predicativo do Sujeito
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo
era isso) Quando são introduzidas por um pronome relativo e
Oração Subordinada Substantiva apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
Predicativa orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvi-
das. Além delas, existem as orações subordinadas adjetivas
Observação: em certos casos, usa-se a preposição ex- reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo
pletiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é de (podem ser introduzidas por preposição) e apresentam o
que não fui bem na prova. verbo numa das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
particípio).
f) Apositiva = exerce função de aposto de algum ter-
mo da oração principal. Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
Aposto No primeiro período, há uma oração subordinada adje-
tiva desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relati-
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! vo “que” e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito
Oração subordinada do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada ad-
substantiva apositiva reduzida de infinitivo jetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu
(Fernanda tinha um grande sonho: isso) verbo está no infinitivo.

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas


* Dica: geralmente há a presença dos dois pontos! (:)
2-) Orações Subordinadas Adjetivas
Na relação que estabelecem com o termo que caracte-
rizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de
Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui
duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou
valor e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As
especificam o sentido do termo a que se referem, indivi-
orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem
dualizando-o. Nestas orações não há marcação de pausa,
a função de adjunto adnominal do antecedente. sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas. Existem
também orações que realçam um detalhe ou amplificam
Esta foi uma redação bem-sucedida. dados sobre o antecedente, que já se encontra suficiente-
Substantivo Adjetivo (Adjunto Adno- mente definido. Estas orações denominam-se subordinadas
minal) adjetivas explicativas.
Exemplo 1:
O substantivo “redação” foi caracterizado pelo adjetivo Jamais teria chegado aqui, não fosse um homem que
“bem-sucedida”. Neste caso, é possível formarmos outra passava naquele momento.
construção, a qual exerce exatamente o mesmo papel: Oração
Subordinada Adjetiva Restritiva
Esta foi uma redação que fez sucesso.
Oração Principal Oração Subordinada No período acima, observe que a oração em destaque
Adjetiva restringe e particulariza o sentido da palavra “homem”: tra-
ta-se de um homem específico, único. A oração limita o uni-
Perceba que a conexão entre a oração subordinada verso de homens, isto é, não se refere a todos os homens,
adjetiva e o termo da oração principal que ela modifica é mas sim àquele que estava passando naquele momento.
feita pelo pronome relativo “que”. Além de conectar (ou
relacionar) duas orações, o pronome relativo desempenha Exemplo 2:
uma função sintática na oração subordinada: ocupa o pa- O homem, que se considera racional, muitas vezes age
pel que seria exercido pelo termo que o antecede (no caso, animalescamente.
“redação” é sujeito, então o “que” também funciona como Oração Subordinada Adjetiva Explicativa
sujeito).
Agora, a oração em destaque não tem sentido restritivo
Observação: para que dois períodos se unam num em relação à palavra “homem”; na verdade, apenas explici-
período composto, altera-se o modo verbal da segunda ta uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de
oração. “homem”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

** Saiba que: A oração subordinada adjetiva explica- A diferença entre a subordinada adverbial causal e a
tiva é separada da oração principal por uma pausa que, na sindética explicativa é que esta “explica” o fato que aconte-
escrita, é representada pela vírgula. É comum, por isso, que ceu na oração com a qual ela se relaciona; aquela apresen-
a pontuação seja indicada como forma de diferenciar as ora- ta a “causa” do acontecimento expresso na oração à qual
ções explicativas das restritivas; de fato, as explicativas vêm ela se subordina. Repare:
sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não. 1-) Faltei à aula porque estava doente.
2-) Melissa chorou, porque seus olhos estão vermelhos.
3-) Orações Subordinadas Adverbiais
Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce Em 1, a oração destacada aconteceu primeiro que o
a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. fato expresso na oração anterior, ou seja, o fato de estar
Assim, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, doente impediu-me de ir à aula. No exemplo 2, a oração
causa, condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem sublinhada relata um fato que aconteceu depois, já que
introduzida por uma das conjunções subordinativas (com primeiro ela chorou, depois seus olhos ficaram vermelhos.
exclusão das integrantes, que introduzem orações subordi-
nadas substantivas). Classifica-se de acordo com a conjunção b) Consecutiva = exprime um fato que é consequên-
ou locução conjuntiva que a introduz (assim como acontece cia, é efeito do que se declara na oração principal. São in-
com as coordenadas sindéticas). troduzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma que,
de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão...que, tan-
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo. to...que, tamanho...que.
Oração Subordinada Adverbial Principal conjunção subordinativa consecutiva: que
(precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
A oração em destaque agrega uma circunstância de Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou con-
tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adver- cretizando-os.
bial temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzi-
que indicam uma circunstância referente, via de regra, a um da de Infinitivo)
verbo. A classificação do adjunto adverbial depende da exata
compreensão da circunstância que exprime. c) Condicional = Condição é aquilo que se impõe
Naquele momento, senti uma das maiores emoções de como necessário para a realização ou não de um fato. As
minha vida.
orações subordinadas adverbiais condicionais exprimem o
Quando vi o mar, senti uma das maiores emoções de mi-
que deve ou não ocorrer para que se realize - ou deixe de
nha vida.
se realizar - o fato expresso na oração principal.
Principal conjunção subordinativa condicional: se. Ou-
No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto
tras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde que,
adverbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. No
salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que,
segundo período, este papel é exercido pela oração “Quando
vi o mar”, que é, portanto, uma oração subordinada adverbial uma vez que (seguida de verbo no subjuntivo).
temporal. Esta oração é desenvolvida, pois é introduzida por Se o regulamento do campeonato for bem elaborado,
uma conjunção subordinativa (quando) e apresenta uma for- certamente o melhor time será campeão.
ma verbal do modo indicativo (“vi”, do pretérito perfeito do Caso você saia, convide-me.
indicativo). Seria possível reduzi-la, obtendo-se:
Ao ver o mar, senti uma das maiores emoções de minha vida. d) Concessiva = indica concessão às ações do verbo
da oração principal, isto é, admitem uma contradição ou
A oração em destaque é reduzida, apresentando uma um fato inesperado. A ideia de concessão está diretamente
das formas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é ligada ao contraste, à quebra de expectativa. Principal con-
introduzida por conjunção subordinativa, mas sim por uma junção subordinativa concessiva: embora. Utiliza-se tam-
preposição (“a”, combinada com o artigo “o”). bém a conjunção: conquanto e as locuções ainda que, ainda
quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que.
Observação: a classificação das orações subordinadas ad- Só irei se ele for.
verbiais é feita do mesmo modo que a classificação dos adjun- A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu”
tos adverbiais. Baseia-se na circunstância expressa pela oração. ir só se realizará caso essa condição seja satisfeita.
Compare agora com:
Orações Subordinadas Adverbiais Irei mesmo que ele não vá.

a) Causal = A ideia de causa está diretamente ligada A distinção fica nítida; temos agora uma concessão:
àquilo que provoca um determinado fato, ao motivo do que irei de qualquer maneira, independentemente de sua ida. A
se declara na oração principal. Principal conjunção subor- oração destacada é, portanto, subordinada adverbial con-
dinativa causal: porque. Outras conjunções e locuções cau- cessiva.
sais: como (sempre introduzido na oração anteposta à ora- Observe outros exemplos:
ção principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto que. Embora fizesse calor, levei agasalho.
As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte. Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / em-
Já que você não vai, eu também não vou. bora não estudasse). (reduzida de infinitivo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

e) Comparativa= As orações subordinadas adverbiais Exercícios Complementares


comparativas estabelecem uma comparação com a ação
indicada pelo verbo da oração principal. Principal conjun- 01-) (FUNDAÇÃO PROCON/SP – ANALISTA DE
ção subordinativa comparativa: como. SUPORTE ADMINISTRATIVO I – VUNESP/2013) A pes-
Ele dorme como um urso. (como um urso dorme) quisa foi feita em abril em 15 drogarias nas cinco re-
Você age como criança. (age como uma criança age) giões do município de São Paulo. Foram pesquisados 58
medicamentos, sendo 29 de referência e 29 genéricos.
*geralmente há omissão do verbo. Assinale a alternativa em que a substituição da
forma verbal destacada não altera a concordância e o
f) Conformativa = indica ideia de conformidade, ou tempo verbal, e em que a colocação pronominal está
seja, apresenta uma regra, um modelo adotado para a correta.
execução do que se declara na oração principal. Principal (A) Se pesquisou
conjunção subordinativa conformativa: conforme. Outras (B) Pesquisar-se-ão
conjunções conformativas: como, consoante e segundo (to- (C) Pesquisam-se
das com o mesmo valor de conforme). (D) Pesquisaram-se
Fiz o bolo conforme ensina a receita. (E) Se pesquisariam
Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm
direitos iguais. (A) Se pesquisou = pesquisou-se
(B) Pesquisar-se-ão = alteração do tempo verbal (futu-
g) Final = indica a intenção, a finalidade daquilo que ro do presente)
se declara na oração principal. Principal conjunção subordi- (C) Pesquisam-se = presente do Indicativo
nativa final: a fim de. Outras conjunções finais: que, porque (D) Pesquisaram-se = pretérito perfeito do Indicativo
(= para que) e a locução conjuntiva para que. (E) Se pesquisariam = pesquisaram-se
Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigas.
Estudarei muito para que eu me saia bem na prova. RESPOSTA: “D”.

h) Proporcional = exprime ideia de proporção, ou 02-) (COREN/SP – ASSISTENTE DE COMUNICA-


seja, um fato simultâneo ao expresso na oração principal. ÇÃO – VUNESP/2013) Considerando o uso do acento
Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: à indicativo de crase, assinale a alternativa que completa,
proporção que. Outras locuções conjuntivas proporcio- correta e respectivamente, as lacunas.
nais: à medida que, ao passo que. Há ainda as estruturas: • Todos os deputados mostraram-se favoráveis ____
quanto maior...(maior), quanto maior...(menor), quanto me- redução da jornada de trabalho dos profissionais da
nor...(maior), quanto menor...(menor), quanto mais...(mais), saúde.
quanto mais...(menos), quanto menos...(mais), quanto me- • A última redação do projeto passou ____ incluir
nos...(menos). algumas reivindicações dos servidores que não faziam
À proporção que estudávamos mais questões acertáva- parte de sua primeira versão.
mos. • Agora o projeto de lei será submetido ______ uma
À medida que lia mais culto ficava. análise criteriosa do governador e de seus assessores.
(A) à … à … à
i) Temporal = acrescenta uma ideia de tempo ao fato (B) à … a … a
expresso na oração principal, podendo exprimir noções de (C) a … à … à
simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Principal (D) à … a … à
conjunção subordinativa temporal: quando. Outras con- (E) a … à … a
junções subordinativas temporais: enquanto, mal e locu-
ções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, Favoráveis a quê? = à redução
antes que, depois que, sempre que, desde que, etc. Passou a incluir – verbo no infinitivo (sem acento indi-
Assim que Paulo chegou, a reunião acabou. cativo de crase)
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando termi- Submetido a quê? = a uma (artigo indefinido)
nou a festa) (Oração Reduzida de Particípio) à/a/a=

Fontes de pesquisa: RESPOSTA: “B”.


http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/fra-
se-periodo-e-oracao
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.

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LÍNGUA PORTUGUESA

03-) (UNESP/SP – CAMPUS DE TUPÃ – ASSISTEN- (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –


TE OPERACIONAL II – ÁREA DE ATUAÇÃO: REPARA- FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder às
ÇÃO GERAL – VUNESP/2013) Assinale a alternativa em questões de números 05 a 07, considere o texto abaixo.
que o emprego das vírgulas está correto.
(A) Frederico muito assustado, na porta da sala, ob- A marca da solidão
servava, aquelas pessoas silenciosas.
(B) Frederico, muito assustado, na porta da sala ob- Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão
servava, aquelas pessoas, silenciosas. de paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços do-
(C) Frederico muito assustado, na porta da sala ob- brados e a testa pousada sobre eles, seu rosto forman-
servava, aquelas pessoas, silenciosas. do uma tenda de penumbra na tarde quente.
(D) Frederico, muito assustado, na porta da sala, Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há,
observava aquelas pessoas silenciosas. dentro de cada uma delas, um diminuto caminho de
(E) Frederico muito, assustado, na porta da sala ob- terra, com pedrinhas e tufos minúsculos de musgos,
servava, aquelas pessoas silenciosas. formando pequenas plantas, ínfimos bonsais só visíveis
aos olhos de quem é capaz de parar de viver para, ape-
Como as alternativas apresentam o mesmo assunto, nas, ver. Quando se tem a marca da solidão na alma, o
não identifiquei as inadequações nas demais alternativas, mundo cabe numa fresta.
já que a correta indica qual a pontuação adequada. (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de
Janeiro: Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
RESPOSTA: “D”.
05-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
04-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES – FCC/2014) No texto, o substantivo usado para ressaltar
FCC/2014 - ADAPTADA) No trecho Refiro-me aos li- o universo reduzido no qual o menino detém sua aten-
vros que foram escritos e publicados, mas estão – talvez ção é
para sempre – à espera de serem lidos, o uso do acento (A) fresta.
de crase obedece à mesma regra seguida em: (B) marca.
(A) Acostumou-se àquela situação, já que não sabia (C) alma.
como evitá-la. (D) solidão.
(B) Informou à paciente que os remédios haviam (E) penumbra.
surtido efeito.
(C) Vou ficar irritada se você não me deixar assistir Com palavras do próprio texto responderemos: o mun-
à novela. do cabe numa fresta.
(D) Acabou se confundindo, após usar à exaustão a
velha fórmula. RESPOSTA: “A”.
(E) Comunique às minhas alunas que as provas es-
tão corrigidas. 06-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
FCC/2014) No primeiro parágrafo, a palavra utilizada
*Dica: Dá para substituirmos “à espera” por “esperan- em sentido figurado é
do”. Se tem sentido, então o “a” tem acento grave. Diferen- (A) menino.
te de: A espera deixou-me irritada! “Esperando deixou-me (B) chão.
irritada... Nesse caso, não “deu”! Então o “a” não tem acen- (C) testa.
to grave. (D) penumbra.
As alternativas A, B, C e D apresentam “à” devido à re- (E) tenda.
gência dos verbos (acostumou-se à, informou algo a al-
guém, assistir à (sentido de ver) e comunicou algo a al- Novamente, responderemos com frase do texto: seu
guém). A única que não obedece à regência, mas que nos rosto formando uma tenda.
dá uma noção de advérbio de modo (exaustivamente) é a
alternativa D. RESPOSTA: “E”.

RESPOSTA: “D”. 07-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –


FCC/2014) No primeiro parágrafo, o pronome “eles”
substitui a palavra
(A) bruços.
(B) quentes.
(C) paralelepípedos.
(D) braços.
(E) tufos.

92
LÍNGUA PORTUGUESA

*Lembre-se: durante a realização de sua prova, use o Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternati-
caderno de questões! Grife-o, faça flechas, sublinhe, enfim, va correta já indica as inadequações nos demais itens.
destaque o que for necessário para facilitar a compreensão!
Retomando o texto: Tem os braços dobrados e a testa RESPOSTA: “D”.
pousada sobre eles.
11-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] –
RESPOSTA: “D”. VUNESP/2011). Assinale a alternativa em que o empre-
go do acento indicativo de crase está correto.
08-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) – (A) O bebê chorava à cada duas horas.
VUNESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho (B) Às mulheres da rua, Marta entregou convite
– Mas ela cresceu ... – está corretamente reescrito no para a festa.
plural, com o verbo no tempo futuro. (C) Joel mostrou-se tranquilo à partir do seu ani-
(A) Mas elas cresceram... versário.
(B) Mas elas cresciam... (D) O casal veio à pé até a cidade.
(C) Mas elas cresçam... (E) Marta falou de sua situação primeiro à uma vi-
(D) Mas elas crescem... zinha.
(E) Mas elas crescerão...
(A) O bebê chorava à cada = a cada duas horas .
Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas elas (B) Às mulheres da rua, Marta entregou convite para a
crescerão... festa. ( Marta entregou o convite às mulheres da rua)
(C) Joel mostrou-se tranquilo à partir = a partir (verbo
RESPOSTA: “E”. no infinitivo)
(D) O casal veio à pé até a cidade. = a pé
09-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM – CCI] – (E) Marta falou de sua situação primeiro à uma vizinha.
VUNESP/2011 - ADAPTADA) Assinale a alternativa em = a uma (artigo indefinido)
que o trecho – O teste decisivo e derradeiro para ele,
cidadão ansioso e sofredor...– está escrito corretamente RESPOSTA: “B”.
no plural.
(A) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cida- 12-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] –
dãos ansioso e sofredores... VUNESP/2011) Eu e meu vizinho ______ encontramos na
(B) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cida- casa de Joel quando fui buscar este livro para ________
ler.
dãos ansioso e sofredores...
Assinale a alternativa que preenche, correta e res-
(C) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cida-
pectivamente, as lacunas.
dãos ansiosos e sofredores...
(A) se … eu
(D) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cida-
(B) si … mim
dões ansioso e sofredores...
(C) nos … mim
(E) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cida-
(D) se … mim
dãos ansiosos e sofredores...
(E) nos … eu
Como os itens apresentam o mesmo texto, a alterna- Eu + meu vizinho = nós; nós nos... / antes de verbo
tiva correta já indica onde estão as inadequações nos de- no infinitivo devemos usar “eu”, não “mim” (cuidado com a
mais itens. pegadinha: “Para mim, ler é um prazer!” Nesse caso, além
da presença da vírgula, nota-se que é uma “opinião”, não a
RESPOSTA: “C”. prática de uma ação.)
10-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] – RESPOSTA: “E”.
VUNESP/2011) Assinale a alternativa que apresenta o
uso correto das vírgulas. 13-) (IAMSPE/SP – ATENDENTE [PAJEM – CCI] –
(A) Marta antes do almoço, arrumou o berço do VUNESP/2011) Considerando a concordância das pala-
bebê, as camas, e a sala de visitas. vras, assinale a alternativa correta.
(B) Marta, antes do almoço arrumou, o berço do (A) Muitas preocupações, naquela noite, tinha en-
bebê as camas, e a sala de visitas. tristecido Joel.
(C) Marta, antes do almoço, arrumou, o berço do (B) Estava ali, na mesa, os papéis recebidos por
bebê, as camas, e a sala de visitas. Marta.
(D) Marta, antes do almoço, arrumou o berço do (C) Já se conhece as causas da sua tristeza.
bebê, as camas e a sala de visitas. (D) O relacionamento entre as pessoas não estavam
(E) Marta antes do almoço, arrumou, o berço do agradável.
bebê, as camas, e a sala de visitas. (E) Nesta semana, houve alguns comentários sobre
Joel e Marta.

93
LÍNGUA PORTUGUESA

(A) Muitas preocupações, naquela noite, tinha (tinham) 15-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
entristecido Joel. NESP/2013) O texto apresenta variação no uso da lin-
(B) Estava (estavam) ali, na mesa, os papéis recebidos guagem, oscilando entre a mais formal e a mais espon-
por Marta. tânea. Desta última, há exemplo em:
(C) Já se conhece (conhecem) as causas da sua tristeza. (A) A Prefeitura do Rio está lançando a Operação
(D) O relacionamento entre as pessoas não estavam Lixo Zero...
(estava) agradável. (B) Em primeira instância, a campanha é educativa.
(E) Nesta semana, houve alguns comentários sobre (C) ... para quem tratar a via pública como a casa
Joel e Marta. da sogra.
(D) ... jogar o lixo no asfalto e armar barricadas de
RESPOSTA: “E”. fogo com ele.
(E) ... talvez seja possível enquadrá-los por sujar a
(UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU- rua.
NESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder
às questões de números 14 a 17. A linguagem informal, espontânea, está mais evidente
no uso da expressão “casa da sogra”.
RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançan-
do a Operação Lixo Zero, que vai multar quem empor-
RESPOSTA: “C”.
calhar a cidade. Em primeira instância, a campanha é
educativa. Equipes da Companhia Municipal de Limpe-
za Urbana estão percorrendo as ruas para flagrar maus 16-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU-
cidadãos jogando coisas onde não devem e alertá-los NESP/2013) Na frase – ... eles não estão nem aí para a
para o que os espera. Em breve, com guardas munici- cidade... – (3.º parágrafo), o pronome em destaque re-
pais, policiais militares e 600 fiscais em ação, as mul- fere-se aos
tas começarão a chegar para quem tratar a via pública (A) fiscais.
como a casa da sogra. (B) policiais.
Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, (C) políticos.
os recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens (D) jovens golpistas.
golpistas que, nas últimas semanas, se habituaram a (E) maus cidadãos.
tomar as ruas, pichar monumentos, vandalizar prédios
públicos, quebrar orelhões, arrancar postes, apedrejar Para responder à questão, retomemos o texto:
vitrines, depredar bancos, saquear lojas e, por uma es- Imagina-se que, quando essa lei começar para valer,
tranha compulsão, destruir lixeiras, jogar o lixo no as- os recordistas de multas serão os cerca de 300 jovens gol-
falto e armar barricadas de fogo com ele. pistas que, nas últimas semanas, se habituaram a tomar
É verdade que, no seu “bullying” político, eles não as ruas, pichar monumentos, vandalizar prédios públicos,
estão nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por quebrar orelhões, arrancar postes, apedrejar vitrines, de-
algum motivo, parecem querer levar ao colapso. predar bancos, saquear lojas e, por uma estranha compul-
Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalis- são, destruir lixeiras, jogar o lixo no asfalto e armar barrica-
mo, saque, formação de quadrilha, desacato à autorida- das de fogo com ele.
de, resistência à prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos É verdade que, no seu “bullying” político, eles não es-
públicos, talvez seja possível enquadrá-los por sujar a rua. tão nem aí para a cidade, que é de todos – e que, por al-
(Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, gum motivo, parecem querer levar ao colapso.
21.08.2013. Adaptado) Identifiquei os termos que se relacionam (faça esse es-
quema ao realizar seu concurso, o que facilita muito a com-
14-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA –
preensão textual). Através disso chegamos à conclusão de
VUNESP/2013) Na oração – ... parecem querer levar ao
que o termo “eles” relaciona-se a “jovens golpistas”.
colapso. – (3.º parágrafo), o termo em destaque é sinô-
nimo de
RESPOSTA: “D”.
(A) progresso.
(B) descaso.
(C) vitória.
(D) tédio.
(E) ruína.

Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção


do autor ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-se
à queda, ao fim, à ruína da cidade.

RESPOSTA: “E”.

94
MATEMÁTICA

Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); expressões numéri-
cas; Frações e operações com frações. ........................................................................................................................................................... 01
Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; divisão em partes proporcionais ............................................. 11
Regra de três ............................................................................................................................................................................................................. 15
Sistema métrico decimal ...................................................................................................................................................................................... 19
Equações e inequações......................................................................................................................................................................................... 23
Funções ....................................................................................................................................................................................................................... 29
Gráficos e tabelas .................................................................................................................................................................................................... 37
Estatística Descritiva, Amostragem, Teste de Hipóteses e Análise de Regressão ........................................................................... 41
Geometria ................................................................................................................................................................................................................... 47
Matriz, determinantes e sistemas lineares ..................................................................................................................................................... 62
Sequências, progressão aritmética e geométrica ....................................................................................................................................... 70
Porcentagem ............................................................................................................................................................................................................. 74
Juros simples e compostos .................................................................................................................................................................................. 77
Taxas de Juros, Desconto, Equivalência de Capitais, Anuidades e Sistemas de Amortização ................................................... 80
Análise combinatória; ............................................................................................................................................................................................ 93
MATEMÁTICA

Exemplo 2
NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS:
OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, 40 – 9 x 4 + 23
MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, 40 – 36 + 23
4 + 23
POTENCIAÇÃO); EXPRESSÕES
27
NUMÉRICAS; FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM
FRAÇÕES. Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25
Números Naturais
Números Inteiros
Os números naturais são o modelo mate-
 Podemos dizer que este conjunto é composto pelos
mático necessário para efetuar uma contagem.
números naturais, o conjunto dos opostos dos números
Começando por zero e acrescentando sempre uma unida-
naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
de, obtemos o conjunto infinito dos números naturais
Z={...-3, -2, -1, 0, 1, 2,...}
Subconjuntos do conjunto  :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Z*={...-2, -1, 1, 2, ...}
- Todo número natural dado tem um sucessor
a) O sucessor de 0 é 1.
2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
b) O sucessor de 1000 é 1001.
Z+={0, 1, 2, ...}
c) O sucessor de 19 é 20.
3) Conjunto dos números inteiros não positivos
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero.
Z-={...-3, -2, -1}

Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um
pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros
antecessor (número que vem antes do número dado).
quaisquer, com b≠0
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente
São exemplos de números racionais:
de zero.
-12/51
a) O antecessor do número m é m-1.
-3
b) O antecessor de 2 é 1.
-(-3)
c) O antecessor de 56 é 55.
-2,333...
d) O antecessor de 10 é 9.
As dízimas periódicas podem ser representadas por
Expressões Numéricas
fração, portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra-
Representação Decimal das Frações
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex-
Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos:
decimais
Se em uma expressão numérica aparecer as quatro
1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão
mero decimal terá um número finito de algarismos após a
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so-
vírgula.
mente depois a adição e a subtração, também na ordem
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos primei-
ro.

Exemplo 1

10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23

1
MATEMÁTICA

2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír- Exemplo 2


gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para Seja a dízima 1,1212...
ser número racional
OBS: período da dízima são os números que se repe- Façamos x = 1,1212...
tem, se não repetir não é dízima periódica e assim números 100x = 112,1212... .
irracionais, que trataremos mais a frente. Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Identificação de números irracionais

- Todas as dízimas periódicas são números racionais.


- Todos os números inteiros são racionais.
- Todas as frações ordinárias são números racionais.
Representação Fracionária dos Números Decimais - Todas as dízimas não periódicas são números irra-
cionais.
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar - Todas as raízes inexatas são números irracionais.
com o denominador seguido de zeros. - A soma de um número racional com um número irra-
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma cional é sempre um número irracional.
casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim - A diferença de dois números irracionais, pode ser um
por diante. número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo:  -  = 0 e 0 é um número racional.

- O quociente de dois números irracionais, pode ser


um número racional.

Exemplo:  :  =  = 2  e 2 é um número racional.

- O produto de dois números irracionais, pode ser um


número racional.

2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en- Exemplo:  .  =  = 7 é um número racional.


tão como podemos transformar em fração?
Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um nú-
Exemplo 1 mero natural, se não inteira, é irracional.

Transforme a dízima 0, 333... .em fração Números Reais


Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi-
ma dada de x, ou seja
X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
mos por 10.

10x=3,333...

E então subtraímos:

10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de


período. Fonte: www.estudokids.com.br

2
MATEMÁTICA

Representação na reta Semirreta direita, fechada de origem a – números reais


maiores ou iguais a a.

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


INTERVALOS LIMITADOS maiores que a.
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
iguais a e menores do que b ou iguais a b.

Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}
Intervalo:[a,b]
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Potenciação
Multiplicação de fatores iguais
Intervalo aberto – números reais maiores que a e me-
nores que b. 2³=2.2.2=8

Casos
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo:]a,b[
Conjunto:{x∈R|a<x<b}

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores


que a ou iguais a a e menores do que b.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio


Intervalo:{a,b[ número.
Conjunto {x∈R|a≤x<b}

Intervalo fechado à direita – números reais maiores


que a e menores ou iguais a b.

Intervalo:]a,b] 3) Todo número negativo, elevado ao expoente par,


Conjunto:{x∈R|a<x≤b} resulta em um número positivo.

INTERVALOS IIMITADOS

Semirreta esquerda, fechada de origem b- números re-


ais menores ou iguais a b.

4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-


Intervalo:]-∞,b] par, resulta em um número negativo.
Conjunto:{x∈R|x≤b}

Semirreta esquerda, aberta de origem b – números re-


ais menores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}

3
MATEMÁTICA

5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas- Radiciação


sar o sinal para positivo e inverter o número que está na Radiciação é a operação inversa a potenciação
base. 

Técnica de Cálculo
6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o A determinação da raiz quadrada de um número tor-
valor do expoente, o resultado será igual a zero.  na-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado
em números primos. Veja: 

Propriedades
1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de
mesma base, repete-se a base e  soma os expoentes.

Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

64=2.2.2.2.2.2=26

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes- Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “tira-
ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes. -se” um e multiplica.

Exemplos: 1 1
1
96 : 92 = 96-2 = 94
Observe: 3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * , então:

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-


n
a.b = n a .n b
tiplica-se os expoentes.
Exemplos: O radical de índice inteiro e positivo de um produto
(52)3 = 52.3 = 56 indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
dos fatores do radicando.

Raiz quadrada de frações ordinárias

4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva- 1 1


dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes- 2 2 2 2 2
2
mo expoente. Observe: =  = 1 =
(4.3)²=4².3² 3 3 3
32
5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente,
podemos elevar separados. De modo geral, se a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * , então:

a na
n =
b nb

4
MATEMÁTICA

O radical de índice inteiro e positivo de um quociente Racionalização de Denominadores


indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando. Normalmente não se apresentam números irracionais
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
Raiz quadrada números decimais minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.
1º Caso:Denominador composto por uma só parcela

Operações

Operações 2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Multiplicação

Exemplo Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-


rença de quadrados no denominador:

Divisão

Questões

01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível


Exemplo Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior
e nível médio.

Sabe-se que:
Adição e subtração
• dentre os candidatos, 82 são homens;
• o número de candidatos homens de nível superior é
igual ao de mulheres de nível médio;
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu-
Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. lheres.

O número de candidatos homens de nível médio é


(A) 42.
(B) 45.
(C) 48.
(D) 50.
(E) 52.

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda,
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga-
Caso tenha: nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final.
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu
tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. 1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi:

5
MATEMÁTICA

(A) José − 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e


(B) Isabella − as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar.
(C) Maria Eduarda
(D) Raoni De acordo com esses dados, ao longo da existência
desse prédio comercial, a fração do total de situações de
03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: responde à
(A) 0,2222... (A) 3/20.
(B) 0,6666... (B) 1/4.
(C) 0,1616... (C) 13/60.
(D) 0,8888... (D) 1/5.
(E) 1/60.
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são 07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Téc-
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível, nico I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) As-
então o dividendo é sinale a alternativa que apresenta o valor da expressão
(A) 131.
(B) 121.
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.
(A) 1.
05. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As expres- (B) 2.
sões numéricas abaixo apresentam resultados que seguem (C) 4.
um padrão específico: (D) 8.
(E) 16.
1ª expressão: 1 x 9 + 2
08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-
2ª expressão: 12 x 9 + 3 VGO/2017) Qual o resultado de ?

3ª expressão: 123 x 9 + 4 (A) 3


(B) 3/2
... (C) 5
(D) 5/2
7ª expressão: █ x 9 + ▲
09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
Seguindo esse padrão e colocando os números ade- sor – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
expressão será Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:
(A) 1;
(A) 1 111 111. (B) 2;
(B) 11 111. (C) 3;
(C) 1 111. (D) 4;
(D) 111 111. (E) 6.
(E) 11 111 111.
10. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um sor – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de deter-
treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio minada empresa tem o mesmo número de mulheres e de
comercial informou que, nos cinquenta anos de existência homens. Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens
do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas dessa equipe saíram para um atendimento externo.
situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun-
do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas, Desses que foram para o atendimento externo, a fra-
enquanto as demais situações haviam sido geradas por di- ção de mulheres é
ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco (A) 3/4;
geradas por displicência, (B) 8/9;
(C) 5/7;
− 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade- (D) 8/13;
quadamente; (E) 9/17.
− 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas;

6
MATEMÁTICA

Respostas 08. Resposta: D.

01.Resposta: B.
150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37
são de nível médio.
Portanto, há 37 homens de nível superior. 09. Resposta: C.
82-37=45 homens de nível médio. 2-2(1-2N)=12
2-2+4N=12
02. Resposta: D. 4N=12
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o N=3
vencedor.
10. Resposta: E.
03. Resposta: B. Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração

X=0,4444....
10x=4,444... Dos homens que saíram:
9x=4

Saíram no total

04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igua o quociente.
11x11=121+10=131

05. Resposta: E. MÚLTIPLOS E DIVISORES, MÁXIMO


A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111 DIVISOR COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO
COMUM.
06. Resposta: D.

Múltiplos

Gerado por descuidos ao cozinhar: Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos


o primeiro pelo segundo, o resto é zero.
Exemplo

Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1- O conjunto de múltiplos de um número natural
1/13) não-nulo é infinito e podemos consegui-lo multiplican-
do-se o número dado por todos os números naturais.
M(3)={0,3,6,9,12,...}

Divisores
07.Resposta: C.
Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é
divisor de 12 e 15.

D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15}

7
MATEMÁTICA

Observações: Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá


medir
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo. (A) mais de 30 cm.
- Todo número natural é múltiplo de 1. (B) menos de 15 cm.
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos (C) mais de 15 cm e menos de 20 cm.
múltiplos. (D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
- O zero é múltiplo de qualquer número natural. (E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.

Máximo Divisor Comum Resposta: A.


O máximo divisor comum de dois ou mais números
naturais não-nulos é o maior dos divisores comuns desses
números.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, deve-
mos seguir as etapas:
• Decompor o número em fatores primos
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si.

Exemplo:
Devemos achar o mdc para achar a maior medida pos-
sível
E são os fatores que temos iguais:25=32

Exemplo2
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016)
No aeroporto de uma pequena cidade chegam aviões de
três companhias aéreas. Os aviões da companhia A che-
gam a cada 20 minutos, da companhia B a cada 30 minutos
e da companhia C a cada 44 minutos. Em um domingo, às
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente. 7 horas, chegaram aviões das três companhias ao mesmo
tempo, situação que voltará a se repetir, nesse mesmo dia,
m.d.c às
(A) 16h 30min.
Mínimo Múltiplo Comum (B) 17h 30min.
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais nú- (C) 18h 30min.
meros é o menor número, diferente de zero. (D) 17 horas.
Para calcular devemos seguir as etapas: (E) 18 horas.
• Decompor os números em fatores primos
• Multiplicar os fatores entre si Resposta: E.

Exemplo:

Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos.


Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a
divisão com algum dos números, não é necessário que os
dois sejam divisíveis ao mesmo tempo.
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido,
continua aparecendo.
Assim, o mmc
Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660

1h---60minutos
Exemplo x-----660
x=660/60=11
O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16
m, será revestido com ladrilhos quadrados, de mesma di- Então será depois de 11horas que se encontrarão
mensão, inteiros, de forma que não fique espaço vazio 7+11=18h
entre ladrilhos vizinhos. Os ladrilhos serão escolhidos de
modo que tenham a maior dimensão possível.

8
MATEMÁTICA

Questões caixa acendia, o cliente que estava nela era premiado com
um desconto de 3% sobre o valor da compra e, quando
01. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- as 3 luzes acendiam, ao mesmo tempo, esse desconto era
NESP/2017) No depósito de uma loja de doces, há uma de 5%. Se, exatamente às 9 horas de um determinado dia,
caixa contendo n bombons. Para serem vendidos, devem as luzes das 3 caixas acenderam ao mesmo tempo, então
ser repartidos em pacotes iguais, todos com a mesma é verdade que o número máximo de premiações de 5%
quantidade de bombons. Com os bombons dessa caixa, de desconto que esse mercado poderia ter dado aos seus
podem ser feitos pacotes com 5, ou com 6, ou com 7 uni- clientes, das 9 horas às 21 horas e 30 minutos daquele dia,
dades cada um, e, nesses casos, não faltará nem sobrará seria igual a
nenhum bombom. Nessas condições, o menor valor que (A) 8.
pode ser atribuído a n é (B) 10.
(A) 280. (C) 21.
(B) 265. (D) 27.
(C) 245. (E) 33.
(D) 230.
(E) 210. 06. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Administrati-
vo – MSCONCURSOS/2017) Sabendo que a sigla M.M.C.
02. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017) na matemática significa Mínimo Múltiplo Comum e que
Considerando A o MDC (maior divisor comum) entre os nú- M.D.C. significa Máximo Divisor Comum, pergunta-se: qual
meros 24 e 60 e B o MMC (menor múltiplo comum) entre o valor do M.M.C. de 6 e 8 dividido pelo M.D.C. de 30, 36
os números 12 e 20, então o valor de 2A + 3B é igual a: e 72?
(A) 72 (A) 8
(B) 156 (B) 6
(C) 144 (C) 4
(D) 204 (D) 2

03. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO 07. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPE-
/2017) Em um determinado zoológico, a girafa deve comer SE/2016) Em uma excursão participam 120 homens e 160
a cada 4 horas, o leão a cada 5 horas e o macaco a cada mulheres. Em determinado momento é preciso dividir os
3 horas. Considerando que todos foram alimentados às 8 participantes em grupos formados somente por homens
horas da manhã de domingo, é correto afirmar que o fun- ou somente por mulheres, de maneira que os grupos te-
cionário encarregado deverá servir a alimentação a todos nham o mesmo número de integrantes.
concomitantemente às:
(A) 8 horas de segunda-feira. Neste caso, o número máximo de integrantes em um
(B) 14 horas de segunda-feira. grupo é:
(C) 10 horas de terça-feira. (A) 10.
(D) 20 horas de terça-feira. (B) 15.
(E) 9 horas de quarta-feira. (C) 20.
(D) 30.
04. (EMBASA – Assistente de Laboratório – (E) 40.
IBFC/2017) Um marceneiro possui duas barras de ferro,
uma com 1,40 metros de comprimento e outra com 2,45 08. (PREF. DE GUARULHOS/SP – Assistente de Ges-
metros de comprimento. Ele pretende cortá-las em barras tão Escolar – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita moni-
de tamanhos iguais, de modo que cada pedaço tenha a torada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º
maior medida possível. Nessas circunstâncias, o total de ano de certa escola foram divididos em grupos, todos com
pedaços que o marceneiro irá cortar, utilizando as duas de o mesmo número de alunos, sendo esse número o maior
ferro, é: possível, de modo que cada grupo tivesse somente alunos
(A) 9 de um único ano e que não restasse nenhum aluno fora
(B) 11 de um grupo. Nessas condições, é correto afirmar que o
(C) 12 número total de grupos formados foi
(D) 13 (A) 8.
(B) 12.
05. (TJM/SP - Escrevente Técnico Judiciário – VU- (C) 13.
NESP/2017) Em um pequeno mercado, o dono resolveu (D) 15.
fazer uma promoção. Para tanto, cada uma das 3 caixas (E) 18.
registradoras foi programada para acender uma luz, em
intervalos de tempo regulares: na caixa 1, a luz acendia a
cada 15 minutos; na caixa 2, a cada 30 minutos; e na caixa 3,
a luz acendia a cada 45 minutos. Toda vez que a luz de uma

9
MATEMÁTICA

09. (PREF. DE JAMBEIRO – Agente Administrativo – 03. Resposta: D.


JOTA CONSULTORIA/2016) O MMC(120, 125, 130) é: Mmc(3, 4, 5)=60
(A) 39000 60/24=2 dias e 12horas
(B) 38000 Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima ali-
(C) 37000 mentação será na terça às 20h.
(D) 36000
(E) 35000 04. Resposta: B.

10. (MPE/SP – Analista Técnico Científico – VU-


NESP/2016) Pretende-se dividir um grupo de 216 pesso-
as, sendo 126 com formação na área de exatas e 90 com
formação na área de humanas, em grupos menores con-
tendo, obrigatoriamente, elementos de cada uma dessas
áreas, de modo que: (1) o número de grupos seja o maior
possível; (2) cada grupo tenha o mesmo número x de pes- Mdc=5⋅7=35
soas com formação na área de exatas e o mesmo número y 140/35=4
de pessoas com formação na área de humanas; e (3) cada 245/35=7
uma das 216 pessoas participe de um único grupo. Nessas Portanto, serão 11 pedaços.
condições, e sabendo-se que no grupo não há pessoa com
ambas as formações, é correto afirmar que, em cada novo 05. Resposta: D.
grupo, a diferença entre os números de pessoas com for-
mação em exatas e em humanas, nessa ordem, será igual a
(A) 1
(B) 2
(C) 3
(D) 4
(E) 5
Mmc(15, 30, 45)=90 minutos
Respostas
Ou seja, a cada 1h30 minutos tem premiações.
Das 9 ate as 21h30min=12h30 minutos
01. Resposta: E.

9 vezes no total, pois as 9 horas acendeu.


Como são 3 premiações: 9x3=27

06. Resposta: C.

Mmc(5,6,7)=2⋅3⋅5⋅7=210

02. Resposta: E.

Mmc(6,8)=24

Para o cálculo do mdc, devemos multiplicar os comuns:


MDC(24,60)=2²⋅3=12

Mdc(30, 36, 72) =2x3=6


Portanto: 24/6=4

Mmc(12,20)=2²⋅3⋅5=60
2A+3B=24+180=204

10
MATEMÁTICA

07. Resposta: E. - eles são múltiplos de 2, pois terminam com números


pares.
E são múltiplos de 3, lembrando que para ser múltiplo
de 3, basta somar os números e ser múltiplo de 3.
36=3+6=9
90=9+0=9
162=1+6+2=9

NÚMEROS E GRANDEZAS
MDC(120,160)=8x5=40 PROPORCIONAIS: RAZÕES E
PROPORÇÕES; DIVISÃO EM PARTES
08. Resposta:B. PROPORCIONAIS

Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e


b, com b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a
para b por a/b  ou a : b. 
Exemplo: 
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25
moças. Encontre a razão entre o número de rapazes e o
MDC(84,96)=2²x3=12 número de moças. (lembrando que razão é divisão) 

09. Resposta: A.

Proporção

Proporção é a igualdade entre duas razões. A propor-


ção entre A/B e C/D é a igualdade:

Propriedade fundamental das proporções


Mmc(120, 125, 130)=2³.3.5³.13=39000 Numa proporção:

10. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor
Comum)
Os números A e D são denominados extremos enquan-
to os números B e C são os meios e vale a propriedade: o
produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8,


pois:
Mdc(90, 125)=2.3²=18

Então teremos
126/18 = 7 grupos de exatas Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3
90/18 = 5 grupos de humanas esteja em proporção com 4/6.
A diferença é de 7-5=2 Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte for-
ma:

11
MATEMÁTICA

Segunda propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos dois primeiros termos está para o primeiro, ou para o se-
gundo termo, assim como a soma ou a diferença dos dois últimos termos está para o terceiro, ou para o quarto termo.
Então temos:

     ou     
Ou
     ou     

Terceira propriedade das proporções


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença dos antecedentes está para a soma ou a diferença dos conse-
quentes, assim como cada antecedente está para o seu respectivo consequente. Temos então:

     ou     
Ou
     ou     

Grandezas Diretamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza
é igual a razão entre os valores correspondentes da 2ª, ou de uma maneira mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....

Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto
Distância(km) Combustível(litros)
13 1
26 2
39 3
52 4

Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Grandezas Inversamente Proporcionais

Duas grandezas variáveis dependentes são inversamente proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza
é igual ao inverso da razão entre os valores correspondentes da 2ª.
Quanto mais....menos...

Exemplo
velocidadextempo a tabela abaixo:
Velocidade (m/s) Tempo (s)
5 200
8 125
10 100
16 62,5
20 50

12
MATEMÁTICA

Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo?? Questões


Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela me- 01. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-
tade. TO AOCP/2017) João e Marcos resolveram iniciar uma so-
ciedade para fabricação e venda de cachorro quente. João
Diretamente Proporcionais iniciou com um capital de R$ 30,00 e Marcos colaborou
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn di- com R$ 70,00. No primeiro final de semana de trabalho, a
retamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um arrecadação foi de R$ 240,00 bruto e ambos reinvestiram
sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas R$ 100,00 do bruto na sociedade, restando a eles R$ 140,00
X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P. de lucro. De acordo com o que cada um investiu inicial-
mente, qual é o valor que João e Marcos devem receber
desse lucro, respectivamente?
(A) 30 e 110 reais.
(B) 40 e 100 reais.
A solução segue das propriedades das proporções: (C) 42 e 98 reais.
(D) 50 e 90 reais.
(E) 70 e 70 reais.

02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Em uma


Exemplo empresa, trabalham oito funcionários, na mesma função,
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. mas com cargas horárias diferentes: um deles trabalha 32
Carlos entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ga- horas semanais, um trabalha 24 horas semanais, um tra-
nhem o prêmio de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada balha 20 horas semanais, três trabalham 16 horas sema-
um, se o combinado entre os dois foi de dividirem o prê- nais e, por fim, dois deles trabalham 12 horas semanais.
No final do ano, a empresa distribuirá um bônus total de
mio de forma diretamente proporcional?
R$ 74.000,00 entre esses oito funcionários, de forma que
a parte de cada um seja diretamente proporcional à sua
carga horária semanal.
Dessa forma, nessa equipe de funcionários, a diferença
entre o maior e o menor bônus individual será, em R$, de
(A) 10.000,00.
(B) 8.000,00.
(C) 20.000,00.
(D) 12.000,00.
(E) 6.000,00.
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00.
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Inversamente Proporcionais NESP/2017) Para uma pesquisa, foram realizadas entrevis-
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., tas nos estados da Região Sudeste do Brasil. A amostra foi
Xn inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decom- composta da seguinte maneira:
por este número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente
proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. – 2500 entrevistas realizadas no estado de São Paulo;
A montagem do sistema com n equações e n incógni-
tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso – 1500 entrevistas realizadas nos outros três estados
da Região Sudeste.

Desse modo, é correto afirmar que a razão entre o nú-


mero de entrevistas realizadas em São Paulo e o número
total de entrevistas realizadas nos quatro estados é de
cuja solução segue das propriedades das proporções: (A) 8 para 5.
(B) 5 para 8.
(C) 5 para 7.
(D) 3 para 5.
(E) 3 para 8.

04. (UNIRV/60 – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) Em relação à prova de matemática de um con-
curso, Paula acertou 32 das 48 questões da prova. A razão
entre o número de questões que ela errou para o total de
questões da prova é de

13
MATEMÁTICA

(A) 2/3 Nessas condições, é correto afirmar que a diferença


(B) 1/2 entre o número de caixas carregadas em A e o número de
(C) 1/3 caixas carregadas em B foi igual a
(D) 3/2 (A) 304.
(B) 286.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (C) 224.
GO/2017) José, pai de Alfredo, Bernardo e Caetano, de 2, 5 (D) 216.
e 8 anos, respectivamente, pretende dividir entre os filhos a (E) 198.
quantia de R$ 240,00, em partes diretamente proporcionais
às suas idades. Considerando o intento do genitor, é possí-
10. (EMDEC – Assistente Administrativo – IBFC/2016)
vel afirmar que cada filho vai receber, em ordem crescente
Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente pro-
de idades, os seguintes valores:
(A) R$ 30,00, R$ 60,00 e R$150,00. porcionais às idades de seus três filhos com idades de 4, 6
(B) R$ 42,00, R$ 58,00 e R$ 140,00. e 8 anos respectivamente. Desse modo, o total distribuído
(C) R$ 27,00, R$ 31,00 e R$ 190,00. aos dois filhos com maior idade é igual a:
(D) R$ 28,00, R$ 84,00 e R$ 128,00. (A) R$2.500,00
(E) R$ 32,00, R$ 80,00 e R$ 128,00. (B) R$3.500,00
(C) R$ 1.000,00
06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- (D) R$3.200,00
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40
caixas Q, todas também iguais, preenchem totalmente cer- Respostas
to compartimento, inicialmente vazio. Também é possível 01. Resposta: C.
preencher totalmente esse mesmo compartimento com- 30k+70k=140
pletamente vazio utilizando 4 caixas K mais certa quantida- 100k=140
de de caixas Q. Nessas condições, é correto afirmar que o K=1,4
número de caixas Q utilizadas será igual a 30⋅1,4=42
(A) 10. 70⋅1,4=98
(B) 28.
(C) 18.
02. Resposta: A.
(D) 22.
Vamos dividir o prêmio pelas horas somadas
(E) 30.
32+24+20+3⋅16+2⋅12=148
07. (IPRESB/SP – Agente Previdenciário – VU- 74000/148=500
NESP/2017) A tabela, onde alguns valores estão substituí- O maior prêmio foi para quem fez 32 horas semanais
dos por letras, mostra os valores, em milhares de reais, que 32⋅500=16000
eram devidos por uma empresa a cada um dos três forne- 12⋅500=6000
cedores relacionados, e os respectivos valores que foram A diferença é: 16000-6000=10000
pagos a cada um deles.
03. Resposta:B.
Fornecedor A B C 2500+1500=4000 entrevistas
Valor pago 22,5 X 37,5
Valor devido Y 40 z

Sabe-se que os valores pagos foram diretamente pro-


porcionais a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nes-
sas condições, é correto afirmar que o valor total devido a 04. Resposta: C.
esses três fornecedores era, antes dos pagamentos efetu- Se Paula acertou 32, errou 16.
ados, igual a
(A) R$ 90.000,00.
(B) R$ 96.500,00.
(C) R$ 108.000,00.
(D) R$ 112.500,00.
(E) R$ 120.000,00.
05. Resposta: E.
09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- 2k+5k+8k=240
NESP/2017) O transporte de 1980 caixas iguais foi total- 15k=240
mente repartido entre dois veículos, A e B, na razão direta K=16
das suas respectivas capacidades de carga, em toneladas. Alfredo: 2⋅16=32
Sabe-se que A tem capacidade para transportar 2,2 t, en- Bernardo: 5⋅16=80
quanto B tem capacidade para transportar somente 1,8 t. Caetano: 8⋅16=128

14
MATEMÁTICA

06. Resposta: E.
Se, com 16 caixas K, fica cheio e já foram colocadas 4 REGRA DE TRÊS
caixa, faltam 12 caixas K, mas queremos colocar as caixas Q,
então vamos ver o equivalente de 12 caixas K

Regra de três simples

Q=30 caixas Regra de três simples é um processo prático para re-


solver problemas que envolvam quatro valores dos quais
conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um
07. Resposta: E. valor a partir dos três já conhecidos.

Passos utilizados numa regra de três simples:

Y=90/3=30 1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da


mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha
as grandezas de espécies diferentes em correspondência.

X=120/4=30 2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou in-


versamente proporcionais.

3º) Montar a proporção e resolver a equação.


Z=150/3=50 Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de
Portanto o total devido é de: 30+40+50=120000 400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em
quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade
utilizada fosse de 480km/h?
08. Resposta: E.
Solução: montando a tabela:

1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)


400-----------------3
X=1,05 480---------------- x
Se o irmão mais alto cresceu 10cm, está com 1,50
2) Identificação do tipo de relação:

Velocidade----------tempo
X=1,20 400↓-----------------3↑
Ele cresceu: 1,20-1,05=0,15m=15cm 480↓---------------- x↑

Obs.: como as setas estão invertidas temos que inver-


09. Resposta: E. ter os números mantendo a primeira coluna e invertendo a
2,2k+1,8k=1980 segunda coluna ou seja o que está em cima vai para baixo
4k=1980 e o que está em baixo na segunda coluna vai para cima
K=495
2,2x495=1089 Velocidade----------tempo
1980-1089=891 400↓-----------------X↓
1089-891=198 480↓---------------- 3↓

10. Resposta: B. 480x=1200


X=25

A+B+C=4500 Regra de três composta


4p+6p+8p=4500 Regra de três composta é utilizada em problemas com
18p=4500 mais de duas grandezas, direta ou inversamente propor-
P=250 cionais.
B=6p=6x250=1500
C=8p=8x250=2000
1500+2000=3500

15
MATEMÁTICA

Exemplos: 02. (SEPOG – Analista em Tecnologia da Informação


e Comunicação – FGV/2017) Uma máquina copiadora A
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no mes-
areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários mo tempo.
para descarregar 125m³? A máquina B faz 100 cópias em uma hora.
A máquina A faz 100 cópias em
Solução: montando a tabela, colocando em cada co- (A) 44 minutos.
luna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as (B) 46 minutos.
grandezas de espécies diferentes que se correspondem: (C) 48 minutos.
(D) 50 minutos.
Horas --------caminhões-----------volume (E) 52 minutos.
8↑----------------20↓----------------------160↑
5↑------------------x↓----------------------125↑ 03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
- MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma ro-
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aque- dovia, 12 operários trabalham 8 horas por dia durante 14
la onde está o x. dias e completam exatamente a metade da obra. Porém, a
Observe que: rodovia precisa ser terminada daqui a exatamente 8 dias,
Aumentando o número de horas de trabalho, pode- e então a empresa contrata mais 6 operários de mesma
mos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação capacidade dos primeiros. Juntos, eles deverão trabalhar
é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna). quantas horas por dia para terminar o trabalho no tempo
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o correto?
número de caminhões. Portanto a relação é diretamente (A) 6h 8 min
proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igua- (B) 6h 50min
lar a razão que contém o termo x com o produto das outras (C) 9h 20 min
razões de acordo com o sentido das setas. (D) 9h 33min
Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

Horas --------caminhões-----------volume 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


8↑----------------20↓----------------------160↓ NESP/2017 ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus
5↑------------------x↓----------------------125↓ preços de acordo com a tabela:

Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna fican-


do:

Horas --------caminhões-----------volume Rodolfo almoçou nesse restaurante na última sexta-


5----------------20----------------------160 -feira. Se a quantidade de alimentos que consumiu nesse
8------------------x----------------------125 almoço custou R$ 21,00, então está correto afirmar que
essa quantidade é, em gramas, igual a

(A) 375.
(B) 380.
(C) 420.
Logo, serão necessários 25 caminhões (D) 425.
(E) 450.
Questões

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá- 05. . (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
rios- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destina- NESP/2017 ) Um carregamento de areia foi totalmente
das a um curso, uma máquina de fotocópias precisa traba- embalado em 240 sacos, com 40 kg em cada saco. Se fos-
lhar 5 horas por dia durante 4 dias. Por motivos administra- sem colocados apenas 30 kg em cada saco, o número de
tivos, será necessário imprimir 360 apostilas em apenas 3 sacos necessários para embalar todo o carregamento seria
dias. O número de horas diárias que essa máquina terá que igual a
trabalhar para realizar a tarefa é (A) 420.
(A) 6. (B) 375.
(B) 7. (C) 370.
(C) 8. (D) 345.
(D) 9. (E) 320.
(E) 10.

16
MATEMÁTICA

06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR- Respostas


VGO/2017) Quarenta e oito funcionários de uma certa em-
presa, trabalhando 12 horas por dia, produzem 480 bolsas 01. Resposta: C.
por semana. Quantos funcionários a mais, trabalhando 15 ↑Apostilas ↑ horas dias↓
horas por dia, podem assegurar uma produção de 1200 300------------------5--------------4
bolsas por semana? 360-----------------x----------------3
(A) 48
(B) 96 ↑Apostilas ↑ horas dias↑
(C) 102 300------------------5--------------3
(D) 144 360-----------------x----------------4

07. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) Durante 90 dias, 12 operários constroem uma 900x=7200
loja. Qual o número mínimo de operários necessários para X=8
fazer outra loja igual em 60 dias?
(A) 8 operários. 02. Resposta: D.
(B) 18 operários. Como a máquina A faz 20% a mais:
(C) 14 operários. Em 1 hora a máquina A faz 120 cópias.
(D) 22 operários. 120------60 minutos
(E) 25 operários 10-------x
X=50 minutos

08. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) A va- 03. Resposta: C.


zão de uma torneira é de 50 litros a cada 3 minutos. O tem- ↑Operário ↓horas dias↑
po necessário para essa torneira encher completamente 12--------------8------------14
um reservatório retangular, cujas medidas internas são 1,5 18----------------x------------8
metros de comprimento, 1,2 metros de largura e 70 centí- Quanto mais horas, menos operários
metros de profundidade é de: Quanto mais horas, menos dias
(A) 1h 16min 00s
(B) 1h 15min 36s
(C) 1h 45min 16s
(D) 1h 50min 05s
(E) 1h55min 42s
8⋅18x=14⋅12⋅8
X=9,33h
09. (CRMV/SC – Assistente Administrativo – IE- 9 horas e 1/3 da hora
SES/2017) Trabalhando durante 6 dias, 5 operários produ- 1/3 de hora é equivalente a 20 minutos
zem 600 peças. Determine quantas peças serão produzidas 9horas e 20 minutos
por sete operários trabalhando por 8 dias:
(A) 1120 peças 04. Resposta:C.
(B) 952 peças 12,50------250
(C) 875 peças 21----------x
(D) 1250 peças X=5250/12,5=420 gramas

05. Resposta: E.
10. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU- Sacos kg
NESP/2016) Para organizar as cadeiras em um auditório, 6 240----40
funcionários, todos com a mesma capacidade de produção, x----30
trabalharam por 3 horas. Para fazer o mesmo trabalho, 20 Quanto mais sacos, menos areia foi
funcionários, todos com o mesmo rendimento dos iniciais, colocada(inversamente)
deveriam trabalhar um total de tempo, em minutos, igual a
(A) 48.
(B) 50.
(C) 46.
(D) 54. 30x=9600
(E) 52. X=320

17
MATEMÁTICA

06. Resposta: A.
↓Funcionários ↑ horas bolsas↓
48------------------------12-----------480
x-----------------------------15----------1200
Quanto mais funcionários, menos horas precisam
Quanto mais funcionários, mais bolsas feitas

X=96 funcionários
Precisam de mais 48 funcionários

07. Resposta: B.
Operários dias
12-----------90
x--------------60
Quanto mais operários, menos dias (inversamente proporcional)

60x=1080
X=18

08. Resposta: B.
V=1,5⋅1,2⋅0,7=1,26m³=1260litros
50litros-----3 min
1260--------x
X=3780/50=75,6min
0,6min=36s
75min=60+15=1h15min

09. Resposta: A.
↑Dias ↑ operários peças↑
6-------------5---------------600
8--------------7---------------x

30x=33600
X=1120

10. Resposta: D.

Como o exercício pede em minutos, vamos transformar 3 horas em minutos

3x60=180 minutos
↑Funcionários minutos↓
6------------180
20-------------x

18
MATEMÁTICA

As Grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto mais funcionários, menos tempo será gasto.
Vamos inverter os minutos
↑Funcionários minutos↑
6------------x
20-------------180
20x=6.180
20x=1040
X=54 minutos

SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distân-
cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m


    Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação

1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por
10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²). 
Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada. 

Unidades de Área
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

Exemplos de Transformação

1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por
100.

19
MATEMÁTICA

Volume

Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Po-
demos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir
volume e capacidade.

Unidades de Volume
km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos
e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos. 
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo

A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).


É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

Transformação de unidades

Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos
1 minuto=60segundos
1hora=3600s

Adição de tempo

Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos. Demorou
30 minutos para chegar em casa. Que horas ela chegou?

20
MATEMÁTICA

Questões

01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-


rios- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote
de 100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que
imprime 5000 folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20
minutos de funcionamento, a máquina A quebra e o servi-
ço restante passa a ser feito pela máquina B, que imprime
Não podemos ter 66 minutos, então temos que trans- 4500 folhetos em 48 minutos. O tempo que a máquina B
ferir para as horas, sempre que passamos de um para o levará para imprimir o restante do lote de folhetos é
outro tem que ser na mesma unidade, temos que passar 1 (A) 14 horas e 10 minutos.
hora=60 minutos (B) 14 horas e 05 minutos.
Então fica: 16h 6 minutos 25segundos (C) 13 horas e 45 minutos.
(D) 13 horas e 30 minutos.
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação (E) 13 horas e 20 minutos.
inversa.
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Subtração NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as clínica. Ela saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h
16h 6 minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minu- 15 min. Se ela ficou durante uma hora e meia na clínica,
tos. Quanto tempo ficou fora? então o tempo gasto no trânsito, no trajeto de ida e volta,
foi igual a
(A) 1/2h.
(B) 3/4h.
(C) 1h.
(D) 1h 15min.
(E) 1 1/2h.
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
mesma forma que conta de subtração.
NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 li-
1hora=60 minutos
tros de suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produ-
ção diária é distribuída em caixinhas P, que recebem 300
mililitros de suco cada uma. Nessas condições, é correto
afirmar que a cada cinco dias a indústria utiliza uma quan-
tidade de caixinhas P igual a
(A) 25000.
Multiplicação (B) 24500.
(C) 23000.
Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas (D) 22000.
demorou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo? (E) 20500.

04. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400
litros de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3
cada um. Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio,
tem 80 gramas. A quantidade de toneladas que representa
todos os recipientes cheios com essa substância é de
(A) 16
Divisão (B) 160
5h 20 minutos :2 (C) 1600
(D) 16000

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) João estuda à noite e sua aula começa às
18h40min. Cada aula tem duração de 45 minutos, e o in-
tervalo dura 15 minutos. Sabendo-se que nessa escola há
1h 20 minutos, transformamos para minutos 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar que o
:60+20=80minutos término das aulas de João se dá às:

21
MATEMÁTICA

(A) 22h30min 10. (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)


(B) 22h40min Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
(C) 22h50min m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem
(D) 23h 40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas cordas
(E) Nenhuma das anteriores em pedaços de 40 cm de comprimento e assim conseguiu
obter
06. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- (A) 6 pedaços.
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km (B) 8 pedaços.
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em (C) 9 pedaços.
1h20min. (D) 5 pedaços.
(E) 7 pedaços.
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado com
a época em que era jovem, Arquimedes precisa de mais: Respostas
(A) 10 minutos;
(B) 7 minutos; 01. Resposta: E.
(C) 5 minutos; 3h 20 minutos-200 minutos
(D) 3 minutos;
(E) 2 minutos. 5000-----40
x----------200
07. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- x=1000000/40=25000
FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um ho-
rário de trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia sem Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000
trânsito intenso, Lucas foi de carro para o trabalho a uma
velocidade média 20km/h maior do que no dia de trânsito 4500-------48
intenso e gastou 48min. 75000------x
X=3600000/4500=800 minutos
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é: 800/60=13,33h
(A) 36; 19 horas e 1/3 hora
(B) 40; 19h e 20 minutos
(C) 48;
(D) 50; 02. Resposta: C.
(E) 60.

08. (EMDEC - Assistente Administrativo Jr –


IBFC/2016) Carlos almoçou em certo dia no horário das
12:45 às 13:12. O total de segundos que representa o tem-
po que Carlos almoçou nesse dia é:
(A) 1840
(B) 1620
(C) 1780
(D) 2120 Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida
e volta demorou 1 hora.
00. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de 03. Resposta:A.
abastecimento com 36.000 litros de gasolina em seu re- 4500/3=1500 litros para as caixinhas
servatório. Parte dessa gasolina é transferida para dois tan- 1500litros=1500000ml
ques de armazenamento, enchendo-os completamente. 1500000/300=5000 caixinhas por dia
Um desses tanques tem 12,5 m3, e o outro, 15,3 m3, e esta- 5000.5=25000 caixinhas em 5 dias
vam, inicialmente, vazios.
Após a transferência, quantos litros de gasolina resta- 04. Resposta:A.
ram no caminhão-tanque? 14400litros=14400000 ml
(A) 35.722,00
(B) 8.200,00
(C) 3.577,20
(D) 357,72
(E) 332,20 200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas

22
MATEMÁTICA

05. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos
de intervalo=4horas
18:40+4h=22h:40
Equação 1º grau
06. Resposta: D. Equação é toda sentença matemática aberta represen-
1h45min=60+45=105 minutos tada por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras
que representam números desconhecidos.
15km-------105 Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação
1--------------x redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais,
X=7 minutos chamados coeficientes, com a≠0.
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor nu-
1h20min=60+20=80min mérico de x que, substituindo no 1º membro da equação,
torna-se igual ao 2º membro.
8km----80
1-------x Nada mais é que pensarmos em uma balança.
X=10minutos

A diferença é de 3 minutos

07. Resposta: B.
V------80min
V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o
tempo(inversamente)

A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a


equação também.
No exemplo temos:
3x+300
80v=48V+960
Outro lado: x+1000+500
32V=960
E o equilíbrio?
V=30km/h
3x+300=x+1500
30km----60 min
Quando passamos de um lado para o outro invertemos
x-----------80
o sinal
3x-x=1500-300
2x=1200
X=600
60x=2400
Exemplo
X=40km
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas –
FGV/2015) A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao do-
08 Resposta: B.
bro da soma das idades de seus dois filhos, Paulo e Pierre.
12:45 até 13:12 são 27 minutos
Pierre é três anos mais velho do que Paulo. Daqui a dez
27x60=1620 segundos
anos, a idade de Pierre será a metade da idade que Pedro
tem hoje.
09. Resposta: B.
A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje
1m³=1000litros
é:
36000/1000=36 m³
(A) 72;
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros
(B) 69;
(C) 66;
10.Resposta: E.
(D) 63;
1,7m=170cm
(E) 60.
1,45m=145 cm
Resolução
170/40=4 resta 10
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar
145/40=3 resta 25
na linguagem matemática o que está no texto.
4+3=7

23
MATEMÁTICA

“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”


Pi=Pa+3
“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da
idade que Pedro tem hoje.”
Exemplo

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da


soma das idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa
, portanto não há solução real.
Lembrando que:
Pi=Pa+3 2.

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10
Pi=Pa+3 3.
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69

Resposta: B.

Equação 2º grau
Se não há solução, pois não existe raiz quadrada
A equação do segundo grau é representada pela fór- real de um número negativo.
mula geral:
Se , há duas soluções iguais:

Onde a, b e c são números reais,

Discussão das Raízes Se , há soluções reais diferentes:

1.

Relações entre Coeficientes e Raízes

Dada as duas raízes:


Se for negativo, não há solução no conjunto dos
números reais.

Se for positivo, a equação tem duas soluções:

24
MATEMÁTICA

Soma das Raízes Substituindo em A


A=44-26=18
Ou A=44-18=26
Resposta: B.

Produto das Raízes Inequação


Uma inequação é uma sentença matemática expressa
por uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação
que utiliza um sinal de igualdade, apresenta sinais de desi-
gualdade. Veja os sinais de desigualdade:
Composição de uma equação do 2ºgrau, conheci-
das as raízes >: maior 
<: menor
Podemos escrever a equação da seguinte maneira: ≥: maior ou igual 
≤: menor ou igual 
x²-Sx+P=0

Exemplo O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da


equação, onde temos que organizar os termos semelhan-
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau. tes em cada membro, realizando as operações indicadas.
No caso das inequações, ao realizarmos uma multiplicação
Solução de seus elementos por –1 com o intuito de deixar a parte
S=x1+x2=-2+7=5 da incógnita positiva, invertemos o sinal representativo da
P=x1.x2=-2.7=-14 desigualdade.
Então a equação é: x²-5x-14=0
Exemplo 1
Exemplo 4x + 12 > 2x – 2
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A 4x – 2x > – 2 – 12
soma das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando 2x > – 14
somamos os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A x > –14/2
mais velha das duas tem: x>–7
(A) 24 anos
(B) 26 anos Inequação-Produto
(C) 31 anos
(D) 33 anos Quando se trata de inequações-produto, teremos uma
desigualdade que envolve o produto de duas ou mais fun-
Resolução ções. Portanto, surge a necessidade de realizar o estudo
A+J=44 da desigualdade em cada função e obter a resposta final
A²+J²=1000 realizando a intersecção do conjunto resposta das funções.
A=44-J
Exemplo
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000 a)(-x+2)(2x-3)<0
2J²-88J+936=0
Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64

Inequação-Quociente
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi-
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife-
rente de zero.

25
MATEMÁTICA

O método de resolução se assemelha muito à resolu-


ção de uma inequação-produto, de modo que devemos
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do sinal
dessas funções.
Exemplo
Resolva a inequação a seguir:

x-2≠0 Portanto: 
x≠2 S = { x   R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]

Inequação 2º grau
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que
pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
Sistema de Inequação do 1º Grau ax²+bx+c<0
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por ax²+bx+c≤0
duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas uma ax²+bx+c≠0
variável sendo que essa deve ser a mesma em todas as
outras inequações envolvidas. 
Exemplo
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º
grau:  Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.

Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valo-
res reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de
x que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.

Vamos achar a solução de cada inequação. 


4x + 4 ≤ 0 
4x ≤ - 4 
x ≤ - 4 : 4 
x ≤ - 1 

S1 = {x   R | x ≤ - 1} 
Fazendo o cálculo da segunda inequação temos: 
x + 1 ≤ 0 
x ≤ - 1 

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual. 

S2 = { x   R | x ≤ - 1} 
Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação
temos:  S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1}
S = S1 ∩ S2

26
MATEMÁTICA

Questões 06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-


VGO/2017) O valor de m para que a equação (2m -1) x²
01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - - 6x + 3 = 0 tenha duas raízes reais iguais é
MSCONCURSOS/2017) O dobro do quadrado de um nú- (A) 3
mero natural aumentado de 3 unidades é igual a sete vezes (B) 2
esse número. Qual é esse número? (C) −1
(A) 2 (D) −6
(B) 3
(C) 4 07. (IPRESB - Agente Previdenciário – VUNESP/2017)
(D) 5 Em setembro, o salário líquido de Juliano correspondeu a
4/5 do seu salário bruto. Sabe-se que ele destinou 2/5 do
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- salário líquido recebido nesse mês para pagamento do alu-
NESP/2017) Um carro parte da cidade A em direção à guel, e que poupou 2/5 do que restou. Se Juliano ficou, ain-
cidade B pela rodovia que liga as duas cidades, percorre da, com R$ 1.620,00 para outros gastos, então o seu salário
1/3 do percurso total e para no ponto P. Outro carro parte bruto do mês de setembro foi igual a
da cidade B em direção à cidade A pela mesma rodovia, (A) R$ 6.330,00.
percorre 1/4 do percurso total e para no ponto Q. Se a (B) R$ 5.625,00.
soma das distâncias percorridas por ambos os carros até os (C) R$ 5.550,00.
pontos em que pararam é igual a 28 km, então a distância (D) R$ 5.125,00.
entre os pontos P e Q, por essa rodovia, é, em quilômetros, (E) R$ 4.500,00.
igual a
(A) 26. 8. (SESAU/RO – Técnico em Informática – FUN-
(B) 24. RIO/2017) Daqui a 24 anos, Jovelino terá o triplo de sua
(C) 20. idade atual. Daqui a cinco anos, Jovelino terá a seguinte
(D) 18. idade:
(E) 16. (A) 12.
(B) 14.
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (C) 16.
NESP/2017) Nelson e Oto foram juntos a uma loja de ma- (D) 17.
teriais para construção. Nelson comprou somente 10 uni- (E) 18.
dades iguais do produto P, todas de mesmo preço. Já Oto
comprou 7 unidades iguais do mesmo produto P, e gastou 09. (PREF. DE FAZENDA RIO GRANDE/PR – Profes-
mais R$ 600,00 na compra de outros materiais. Se os valo- sor – PUC/2017) A equação 8x² – 28x + 12 = 0 possui raí-
res totais das compras de ambos foram exatamente iguais, zes iguais a x1 e x2. Qual o valor do produto x1 . x2?
então o preço unitário do produto P foi igual a (A) 1/2 .
(A) R$ 225,00. (B) 3.
(B) R$ 200,00. (C) 3/2 .
(C) R$ 175,00. (D) 12.
(D) R$ 150,00. (E) 28.
(E) R$ 125,00.
10 (PREF.DO RIO DE JANEIRO – Agente de Adminis-
04. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni- tração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Ao perguntar
co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Considere para João qual era a sua idade atual, recebi a seguinte res-
a equação dada por 2x² + 12x + 3 = -7. Assinale a alternati- posta:
va que apresenta a soma das duas soluções dessa equação. - O quíntuplo da minha idade daqui a oito anos, di-
(A) 0. minuída do quíntuplo da minha idade há três anos atrás
(B) 1. representa a minha idade atual.
(C) -1. A soma dos algarismos do número que representa, em
(D) 6. anos, a idade atual de João, corresponde a:
(E) -6. (A) 6
(B) 7
05. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR- (C) 10
VGO/2017) Num estacionamento encontram-se 18 motos, (D) 14
15 triciclos e alguns carros. Se Pedrinho contou um total de
269 rodas, quantos carros tem no estacionamento?
(A) 45
(B) 47
(C) 50
(D) 52

27
MATEMÁTICA

RESPOSTAS 07. Resposta: B.


Salário liquido: x
01. Resposta: B.
2x²+3=7x
2x²-7x+3=0
∆=49-24=25

10x+6x+40500=25x
Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém. 9x=40500
X=4500
02. Resposta: C.
Salario fração
y---------------1
4500---------4/5

Mmc(3,4)=12

4x+3x=336
7x=336
X=48 08. Resposta: D.
A distância entre A e B é 48km
Como já percorreu 28km Idade atual: x
48-28=20 km entre P e Q. X+24=3x
2x=24
03. Resposta:B. X=12
Sendo x o valor do material P Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
10x=7x+600
3x=600 09. Resposta: C.
X=200 ∆=(-28)²-4.8.12
∆=784-384
04. Resposta: E. ∆=400
2x²+12x+10=0
∆=12²-4⋅2⋅10
∆=144-80=64

A soma das duas é -1-5=-6

05. Resposta:B.
Vamos fazer a conta de rodas:
Motos tem 2 rodas, triciclos 3 e carros 4
18⋅2+15⋅3+x⋅4=269
4x=269-36-45
4x=188
X=47 10. Resposta: C.
Atual:x
06. Resposta: B 5(x+8)-5(x-3)=x
∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0 5x+40-5x+15=x
36-24m+12=0 X=55
-24m=-48 Soma: 5+5=10
M=2

28
MATEMÁTICA

O conjunto B é denominado contradomínio, CD.


FUNÇÕES Cada elemento x do domínio tem um correspondente
y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de
imagem de x pela função f. O conjunto de todos os valores
de y que são imagens de valores de x forma o conjunto
Diagrama de Flechas imagem da função, que indicaremos por Im.

Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que tam-
bém pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é:

Gráfico Cartesiano

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contra-


domínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im
= {6, 9, 12}

Classificação das funções

Injetora: Quando para ela elementos distintos do do-


mínio apresentam imagens também distintas no contrado-
mínio.
Muitas vezes nos deparamos com situações que en-
volvem uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser
pago na conta de luz depende do consumo medido no pe-
ríodo; o tempo de uma viagem de automóvel depende da
velocidade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas,
o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e pode-
mos definir com mais rigor o que é uma função matemáti-
ca utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.

Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f Sobrejetora: Quando todos os elementos do contra-
uma relação de A em B. domínio forem imagens de pelo menos um elemento do
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada domínio.
elemento x do conjunto A está associado um e apenas um
elemento y do conjunto B.
Notação: f:A→B (lê-se função f de A em B)

Domínio, contradomínio, imagem


O domínio é constituído por todos os valores que po-
dem ser atribuídos à variável independente. Já a imagem
da função é formada por todos os valores correspondentes
da variável dependente.
O conjunto A é denominado domínio da função, indi-
cada por D. O domínio serve para definir em que conjun-
to estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a
variável x.

29
MATEMÁTICA

Bijetora: Quando apresentar as características de fun- Função Decrescente: a < 0


ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja, Nesse caso, os valores de y, caem.
elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos
os elementos do contradomínio são imagens de pelo me-
nos um elemento do domínio.

Função 1 grau Raiz da função


A função do 1° grau relacionará os valores numéricos Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti- em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b. valor de y igual a zero, pois no momento em que a reta
intersecta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica
Estudo dos Sinais a seguir:
Definimos função como relação entre duas grandezas
representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
+ b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto,
as relações entre os valores do domínio e da imagem cres-
cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a.
Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente,
e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente.
Podemos estabelecer uma formação geral para o cál-
culo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma ge-
Função Crescente: a > 0
neralização com base na própria lei de formação da função,
De uma maneira bem simples, podemos olhar no grá-
considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da função).
fico que os valores de y vão crescendo.
X=-b/a

Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema


com duas equações para acharmos o valor de a e b.

Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.

F(1)=1a+b
3=a+b

F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I
a=3-b
Substituindo em II

3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4

30
MATEMÁTICA

b=2 Raízes
Portanto,
a=3-b
a=3-2=1

Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do se-
gundo grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2) Vértices e Estudo do Sinal
É essencial que apareça ax² para ser uma função qua- Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada
drática e deve ser o maior termo. para cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a pa-
rábola tem concavidade voltada para baixo e um ponto de
Considerações máximo V. 
Em qualquer caso, as coordenadas de V são 
Concavidade . Veja os gráficos:
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para
baixo se a<0

Discriminante(∆)

∆=b²-4ac

∆>0
A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
equação ax²+bx+c=0

∆=0

Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao


eixo x, no ponto

Repare que, quando tivermos o discriminante , as


duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais

∆<0

A função não tem raízes reais

31
MATEMÁTICA

Equação Exponencial Função decrescente


Se   temos uma função exponencial de-
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expo- crescente em todo o domínio da função.
ente de uma ou mais potências de bases positivas e dife- Neste outro gráfico podemos observar que à medida
rentes de 1. que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que
a curva da função é decrescente.
Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

Solução

A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em
função da definição da função exponencial, temos que:
Função exponencial Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao ma-
A expressão matemática que define a função exponen- temático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primei-
cial é uma potência. Nesta potência, a base é um número ros a estudar as propriedades desse número.
real positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável. O valor deste número expresso com 10 dígitos deci-
mais, é:
Função crescente e = 2,7182818284
Se x é um número real, a função exponencial exp(.)
Se   temos uma função exponencial crescente, pode ser escrita como a potência de base e com expoente
qualquer que seja o valor real de x. x, isto é: 
No gráfico da função ao lado podemos observar que à ex = exp(x)
medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Grafica-
mente vemos que a curva da função é crescente. Propriedades dos expoentes
Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um
número racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax  

Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos,
com a ≠1, existe um número c tal que:

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N


na base a

32
MATEMÁTICA

Ainda com base na definição podemos estabelecer Função Logarítmica


condições de existência:
Uma função dada por , em que
a constante a é positiva e diferente de 1, denomina-se fun-
ção logarítmica.
Exemplo

Consequências da Definição

Questões

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Uma


locadora de automóveis oferece dois planos de aluguel de
carros a seus clientes:
Propriedades
Plano A: diária a R$ 120,00, com quilometragem
livre.

Plano B: diária a R$ 90,00, mais R$ 0,40 por quilô-


metro rodado.

Alugando um automóvel, nesta locadora, quantos qui-


lômetros precisam ser rodados para que o valor do aluguel
pelo Plano A seja igual ao valor do aluguel pelo Plano B?

(A) 30.
Mudança de Base (B) 36.
(C) 48.
(D) 75.
(E) 84.

Exemplo 02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um


Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule: vendedor recebe um salário mensal composto de um valor
a)log 6 fixo de R$ 1.300,00 e de uma parte variável. A parte variá-
b) log1,5 vel corresponde a uma comissão de 6% do valor total de
c) log 16 vendas que ele fez durante o mês. O salário mensal desse
Solução vendedor pode ser descrito por uma expressão algébrica
a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781 f(x), em função do valor total de vendas mensal, represen-
b) tado por x.
c)
A expressão algébrica f(x) que pode representar o salá-
rio mensal desse vendedor é

33
MATEMÁTICA

(A) f(x) = 0,06x + 1.300.


(B) f(x) = 0,6x + 1.300.
(C) f(x) = 0,78x + 1.300.
(D) f(x) = 6x + 1.300.
(E) f(x) = 7,8x + 1.300.

03. (CONSANPA – Técnico Industrial – FADESP/2017)


Um reservatório em formato de cilindro é abastecido por
uma fonte a vazão constante e tem a altura de sua coluna
d’água (em metros), em função do tempo (em dias), descri-
ta pelo seguinte gráfico:

Os valores de x, soluções da equação f(x)=g(x), são

(A) -0,5 e 2,5.


(B) -0,5 e 3.
Sabendo que a altura do reservatório mede 12 metros,
(C) -1 e 2.
o número de dias necessários para que a fonte encha o
(D) -1 e 2,5.
reservatório inicialmente vazio é
(E) -1 e 3.
(A) 18
(B) 12 06. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017)
(C) 8 A soma das coordenadas do vértice da parábola da função
(D) 6 f(x) = – x² + 8x – 12 é igual a:
(A) 4
(B) 6
04. (TRT – 14ªREGIÃO -Técnico Judiciário – (C) 8
FCC/2016) Carlos presta serviço de assistência técnica de (D) 10
computadores em empresas. Ele cobra R$ 12,00 para ir até
o local, mais R$ 25,00 por hora de trabalho até resolver o 07. (EMBASA – Assistente de Laboratório –
problema (também são cobradas as frações de horas traba-
lhadas). Em um desses serviços, Carlos resolveu o problema IBFC/2017) Substituindo o valor da raiz da função
e cobrou do cliente R$ 168,25, o que permite concluir que , na função g(x) = x2 - 4x + 5, encontramos
ele trabalhou nesse serviço
como resultado:
(A) 5 horas e 45 minutos.
(B) 6 horas e 15 minutos. (A) 12
(C) 6 horas e 25 minutos. (B) 15
(D) 5 horas e 25 minutos. (C) 16
(E) 5 horas e 15 minutos. (D) 17

08. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra-


05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Quantos valores reais
sistema de coordenadas cartesianas da figura abaixo, en- de x fazem com que a expressão as-
contram-se representados o gráfico da função de segundo suma valor numérico igual a 1?
grau f, definida por f(x), e o gráfico da função de primeiro
grau g, definida por g(x). (A) 2
(B) 3
(C) 4
(D) 5
(E) 6

34
MATEMÁTICA

09. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) O gráfico 11. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-
que melhor representa a função y = 2x , para o domínio co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Conside-
em R+ é: rando que log105 = 0,7, assinale a alternativa que apresenta
o valor de log5100.
(A) 0,35.
(B) 0,50.
(C) 2,85.
(D) 7,00.
(E) 70,00.

(A) Respostas

01. Resposta: D.

90+0,4x=120
0,4x=30
X=75km

(B) 02. Resposta: A.

6%=0,06
Como valor total é x, então 0,06x
E mais a parte fixa de 1300
0,06x+1300

03. Resposta: A.

(C)

2x=36
X=18

04.Resposta: B.
(D) F(x)=12+25x
X=hora de trabalho

168,25=12+25x
25x=156,25
X=6,25 horas
1hora---60 minutos
0,25-----x
X=15 minutos

(E) Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos

05. Resposta: E.
10. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Qual o maior valor de (x-2)(x+2)=x²-4
k na equação log(kx) = 2log(x+3) para que ela tenha exa-
tamente uma raiz? A função do primeiro grau, tem o ponto (0, -1) e (2,3)
(A) 0 Y=ax+b
(B) 3 -1=b
(C) 6 3=2a-1
(D) 9 2a=4
(E) 12 A=2
Y=2x-1

35
MATEMÁTICA

Igualando a função do primeiro grau e a função do se-


gundo grau:
X²-4=2x-1
X²-2x-3=0
∆=4+12=16 A base for -1 desde que o expoente seja par:
X²-5x+5=-1
X²-5x+6=0

∆=25-24=1

06. Resposta:C.

Vamos substituir esses dois valores no expoente


X=2:
X²+4x-60
2²+8-60==48
A soma das coordenadas é igual a 8 X=3
3²+12-60=-39
07. Resposta: D.
Portanto, serão 5 valores.

09. Resposta: A.
Um gráfico de função exponencial não começa do
zero, é é uma curva.

10. Resposta: E.
-2x=-12 Kx=(x+3)²
X=6 Kx=x²+6x+9
X²+(6-k)x+9=0
Substituindo em g(x) Para ter uma raiz, ∆=0
G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17 ∆=b²-4ac
, ∆=(6-k)²-36=0
08. Resposta: D. 36-12k+k²-36=0
Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero. k²-12k=0
X²+4x-60=0 k=0 ou k=12
∆=4²-4.1.(-60)
∆=16+240 11. Resposta:C.
∆=256

A base pode ser igual a 1:


X²-5x+5=1
X²-5x+4=0
∆=25-16=9

36
MATEMÁTICA

Histogramas
GRÁFICOS E TABELAS
São gráfico de barra que mostram a frequência de uma
variável específica e um detalhe importante que são faixas
de valores em x.
Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre
dois dados relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre
vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
bom gráfico deve: Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
possível. como numa pizza.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro
o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre aspec-
tos descritos ou mostrados numericamente através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.

Tipos de gráficos
Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical

Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br

Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-


mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais


Fonte: tecnologia.umcomo.com.br fácil a compreensão de todos sobre um tema.
Barra horizontal

Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua-


lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente.

Podem ser tabelas simples:


Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?
aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1
Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio
lógico
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

37
MATEMÁTICA

Questões

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na Pes-


quisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, re-
alizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupação da
população em idade para trabalhar. Esses dados, em por-
centagem, encontram-se indicados na apresentação gráfi-
ca abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.

O número médio de carros vendidos por dia nesse pe-


ríodo foi igual a
(A) 10.
(B) 9.
(C) 8.
(D) 7.
(E) 6.

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta 04. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU-
a melhor aproximação para o aumento percentual da taxa NESP/2017) Uma professora elaborou um gráfico de se-
de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação tores para representar a distribuição, em porcentagem, dos
à taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014. cinco conceitos nos quais foram agrupadas as notas obti-
das pelos alunos de uma determinada classe em uma prova
(A) 15%. de matemática. Observe que, nesse gráfico, as porcenta-
(B) 25%. gens referentes a cada conceito foram substituídas por x
(C) 50%. ou por múltiplos e submúltiplos de x.
(D) 75%.
(E) 90%.

02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.

Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida


do ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
presenta o conceito BOM é igual a
(A) 144º.
O número total de ônibus dessa empresa é (B) 135º.
(C) 126º
(A) 270. (D) 117º
(B) 250. (E) 108º.
(C) 220
(D) 180. 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016)
(E) 120.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.

38
MATEMÁTICA

Tendo como referência o gráfico precedente, que mos- Pode-se concluir que
tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação (A) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
de receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná (B) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta. salários.
(A) No ano considerado, o segundo trimestre caracte- (C) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de recei- (D) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte. da total.
(B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe- (E) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da
ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e da renda total.
arrecadação de receitas e dois períodos de aumento simul-
tâneo de gastos e de arrecadação.
(C) No último bimestre do ano de 2015, foram regis- 08. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)
trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
arrecadação de receitas. em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
(D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os dos dados.
únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas. xi fi
(E) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor 30-35 4
gasto mensal com despesas foram verificados, respecti- 35-40 12
vamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de 40-45 10
2015. 45-50 8
50-55 6
06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- TOTAL 40
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a nomen-
clatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. Assinale a alternativa em que o histograma é o que
melhor representa a distribuição de frequência da tabela.

(A)

(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de


Linha. (B)
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de
(C)
Linha.
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.

07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A


distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná- (D)
rios é dada na tabela seguinte. 

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8 (E)
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1

39
MATEMÁTICA

09. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES- A partir das informações e do gráfico apresentados,
PE/2015) julgue o item que se segue.
Se os percentuais forem representados por barras ver-
ticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será
denominado histograma.

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário


Nacional
— Sistema Integrado de Informações Penitenciárias –
InfoPen, ( ) Certo ( ) Errado
Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional
Brasileiro,
dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com adap-
tações) Respostas

A tabela mostrada apresenta a quantidade de deten- 01. Resposta: E.


tos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013. 13,7/7,2=1,90
Nesse ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela Houve um aumento de 90%.
razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e
a quantidade de detentos no sistema penitenciário — re-
gistrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média 02. Resposta:D
nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes. 81+27=108
Com base nessas informações e na tabela apresentada, 108 ônibus somam 60%(100-35-5)
julgue o item a seguir. 108-----60
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Bra- x--------100
sil se encontrava na região Sudeste. x=10800/60=180

( )certo ( ) errado
03. Resposta: C.
10. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-
PE/2015)

04. Resposta: A.

X+0,5x+4x+3x+1,5x=360
10x=360
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que
os dois primeiros meses de receita diminuem e os dois me-
ses seguintes aumentam, o mesmo acontece com a des-
pesa.

40
MATEMÁTICA

ESTATÍSTICA DESCRITIVA, AMOSTRAGEM,


TESTE DE HIPÓTESES E ANÁLISE DE
REGRESSÃO

Teste de Hipóteses
Definição: Processo que usa estatísticas amostrais
para testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro
populacional.
Para testar um parâmetro populacional, você deve
afirmar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que
represente a afirmação e outra, seu complemento. Quan-
06. Resposta: C. do uma é falsa, a outra é verdadeira.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que
ou pizza e de linha contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipó-
tese nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém
07. Resposta: D. afirmação de desigualdade, como <, ≠, >.
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa-
lários Vamos ver como montar essas hipóteses
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem Um caso bem simples.
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12)
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6
20% de 30=0,2x30=6 Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior.
(E) 60% de 30=0,6x30=18 Há uma regrinha para formular essas hipóteses
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20 Formulação verbal Formulação
H0 Formulação verbal Ha
Matemática
08. Resposta: A. A média é A média é
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, ...maior ou igual
40-45, 35-40, a k. ...menor que k

....pelo menos k. ... abaixo de k


09. Resposta: CERTA.
555----100% ...não menos que ...menos que k.
x----55% k.
x=305,25 ...menor ou igual ..maior que k
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas. a k.
... acima de k
....no máximo k.
10. Resposta: ERRADO. ...mais do que
Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no ...não mais que k. k.
... não igual
eixo x e não simplesmente um dado.
... igual a k. a k.

Referências .... k. .... diferente


http://www.galileu.esalq.usp.br de k.
...exatamente k.
...não k.
Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o
índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é
menor que 2,5 galões por minuto.

41
MATEMÁTICA

Classes Frequências
41 |------- 45 7
Referências 45 |------- 49 3
Larson, Ron. Estatística Aplicada. 4ed – São Paulo: Pe- 49 |------- 53 4
arson Prentice Hall, 2010. 53 |------- 57 1
57 |------- 61 5
Frequências
A primeira fase de um estudo estatístico consiste em Total 20
recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre
uma população estatística ou sobre uma amostra dessa Média aritmética
população. Média aritmética de um conjunto de números é o valor
que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme-
Frequência Absoluta ro de elementos do conjunto.
É o número de vezes que a variável estatística assume Representemos a média aritmética por .
um valor. A média pode ser calculada apenas se a variável envol-
vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a
Frequência Relativa média aritmética para variáveis quantitativas.
É o quociente entre a frequência absoluta e o número Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre
de elementos da amostra. diferentes grupos, se for possível calcular a média, ficará
Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos: mais fácil estabelecer uma comparação entre esses grupos
e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das al-
turas dos jogadores é:

Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado-


res, obteremos a média aritmética das alturas:

Distribuição de frequência sem intervalos de classe:


É a simples condensação dos dados conforme as repeti- A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.
ções de seu valores. Para um ROL  de tamanho razoável
esta distribuição de frequência é inconveniente, já que exi- Média Ponderada
ge muito espaço. Veja exemplo abaixo: A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado
Dados Frequência
peso” é chamada média aritmética ponderada.
41 3
42 2
43 1
44 1
45 1
46 2 Mediana (Md)
50 2 Sejam os valores escritos em rol:
51 1
52 1
54 1
57 1 1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal
58 2 que o número de termos da sequência que precedem
60 2 é igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é
Total 20 termo médio da sequência ( ) em rol.
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
Distribuição de frequência com intervalos de classe: pela média aritmética entre os termos e , tais que o
Quando o tamanho da amostra é elevado é mais racional número de termos que precedem é igual ao número de
efetuar o agrupamento dos valores em vários intervalos de termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
classe. mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.

42
MATEMÁTICA

Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

Solução: Isto é:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se:
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse
rol. Logo: Md=12

Resposta: Md=12. E para amostra

Exemplo 2:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}.
Exemplo 1:
Solução: Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem- tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
-se: Jogo Número de pontos
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média arit- 1 22
mética entre os dois termos centrais do rol. 2 18
3 13
Logo: 4 24
5 26
Resposta: Md=15 6 20
7 19
Moda (Mo)
8 18
Num conjunto de números: , chama-se
moda aquele valor que ocorre com maior frequência. a) Qual a média de pontos por jogo?
b) Qual a variância do conjunto de pontos?
Observação: Solução:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser úni- a) A média de pontos por jogo é:
ca.

Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda
igual a 8, isto é, Mo=8.

Exemplo 2: b) A variância é:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-
cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados Desvio médio
em torno da média ou de qualquer outro valor de concen-
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão. Definição
Medida da dispersão dos dados em relação à média de
Variância uma sequência. Esta medida representa a média das dis-
tâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio.
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos
de um conjunto de números em relação à sua média arit-
mética, e que é chamado de variância. Esse índice é assim
definido:

Seja o conjunto de números , tal que é


sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto,
e indica-se por , o número:

43
MATEMÁTICA

Desvio padrão

Definição
Seja o conjunto de números , tal que é sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse conjunto,
e indica-se por , o número:

Isto é:

Exemplo:
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basquetebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores.
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas.
Solução:
a) Sendo a estatura média, temos:

b) Sendo o desvio padrão, tem-se:

Questões

01. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no total: 70 possuem
curso superior e 50 não possuem curso superior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa é de R$ 5.000,00, e que a
média salarial somente dos funcionários que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. Desse modo, é correto afirmar que
a média salarial dos funcionários dessa empresa que não possuem curso superior é de
(A) R$ 4.000,00.
(B) R$ 3.900,00.
(C) R$ 3.800,00.
(D) R$ 3.700,00.
(E) R$ 3.600,00.

02. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a questão.

A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candidatos que realizaram a prova da segunda fase de um concurso,
que continha 5 questões de múltipla escolha
Número de acertos Número de candidatos
5 204
4 132
3 96
2 78
1 66
0 24

44
MATEMÁTICA

A média de acertos por prova foi de


(A) 3,57.
(B) 3,43
(C) 3,32.
(D) 3,25.
(E) 3,19.

03. (PREF. GUARULHOS/SP – Assistente de Gestão Escolar – VUNESP/2016) Certa escola tem 15 classes no período
matutino e 10 classes no período vespertino. O número médio de alunos por classe no período matutino é 20, e, no período
vespertino, é 25. Considerando os dois períodos citados, a média aritmética do número de alunos por classe é
(A) 24,5.
(B) 23.
(C) 22,5.
(D) 22.
(E) 21.

04. (SEGEP/MA – Técnico da Receita Estadual – FCC/2016) Para responder à questão, considere as informações
abaixo.
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Cliente de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuíram uma
nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em um deter-
minado dia.

Considerando a avaliação média individual de cada funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais próximas
é igual a
(A) 0,32.
(B) 0,21.
(C) 0,35.
(D) 0,18.
(E) 0,24.

05. (UFES – Assistente em Administração – UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que x1 ≤ x2 ≤ ⋯ ≤ xn
. A mediana desses números é igual a x(n + 1)/2, se n for ímpar, e é igual à média aritmética de xn ⁄ 2 e x(n + 2)/2, se n for
par. Uma prova composta por 5 questões foi aplicada a uma turma de 24 alunos. A tabela seguinte relaciona o número de
acertos obtidos na prova com o número de alunos que obtiveram esse número de acertos.

Número de acertos Número de alunos


0 4
1 5
2 4
3 3
4 5
5 3

A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na prova.
A mediana dos números de acertos é igual a
(A) 1,5
(B) 2
(C) 2,5
(D) 3
(E) 3,5

45
MATEMÁTICA

06. (UFAL – Auxiliar de Biblioteca – COPEVE/2016) 09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-
A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários
semestre de 2016. foram contratados, um com o salário 10% maior que o do
outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a ser
Mës Empréstimos R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos fun-
cionários, é igual a
Janeiro 15 (A)) R$ 2.002,00.
Fevereiro 25 (B) R$ 2.006,00.
Março 22 (C) R$ 2.010,00.
(D) R$ 2.004,00.
Abril 30
(E) R$ 2.008,00.
Maio 28
Junho 15
10. (PREF. DE NITERÓI – Agente Fazendário –
Dadas as afirmativas, FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
mês. nhecimentos de computação e a pontuação deles, em uma
II. A mediana da série de valores é igual a 26. escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
III. A moda da série de valores é igual a 15.
50 55 55 55 55 60
verifica-se que está(ão) correta(s) 62 63 65 90 90 100
(A) II, apenas.
(B) III, apenas. O número de funcionários com pontuação acima da
(C) I e II, apenas. média é:
(D) I e III, apenas. (A) 3;
(E) I, II e III. (B) 4;
(C) 5;
07. (COSANPA - Químico – FADESP/2017) Algumas (D) 6;
Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1) fo- (E) 7.
ram executadas (em triplicata) paralelamente por quatro
laboratórios e os resultados são mostrados na tabela abai-
xo. Respostas

Replicatas Laboratório 01. Resposta: E.


1 2 3 4
1 30,3 30,9 30,3 30,5 S=cursam superior
2 30,4 30,8 30,7 30,4 M=não tem curso superior
3 30,0 30,6 30,4 30,7
Média 30,20 30,77 30,47 30,53
Desvio
0,20 0,15 0,21 0,15
Padrão
Utilize essa tabela para responder à questão. S+M=600000
O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o
de número
(A) 1.
(B) 2. S=420000
(C) 3. M=600000-420000=180000
(D) 4.

08. (ANAC – Analista Administrativo- ESAF/2016)


Os valores a seguir representam uma amostra

331546248 02. Resposta:B.

Então, a variância dessa amostra é igual a


(A) 4,0
(B) 2,5.
(C) 4,5.
(D) 5,5
(E) 3,0

46
MATEMÁTICA

03. Resposta: D. 08. Resposta: C.

M=300

V=250

09. Resposta: C.
Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários
04. Resposta: B. x/13=1998
X=13.1998
X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois
ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
(x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010

3,36-3,15=0,21 10. Resposta: A.

05.Resposta: B.
Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda
regra: M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.

GEOMETRIA
06. Resposta: D.

Ângulos
Denominamos ângulo a região do plano limitada por
duas semirretas de mesma origem. As semirretas recebem
Mediana o nome de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do
Vamos colocar os números em ordem crescente ângulo.
15,15,22,25,28,30

Moda é o número que mais aparece, no caso o 15.

07. Resposta: C.
Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é
proporcional, portanto também é maior em 3.

47
MATEMÁTICA

Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do Triângulo


que 90º.
Elementos
Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.

Na figura, é uma mediana do ABC.

Um triângulo tem três medianas.

Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do


que 90º.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo in-


tercepta o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da


bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a
um ponto do lado oposto.
Ângulo Raso:
Na figura, é uma bissetriz interna do .
- É o ângulo cuja medida é 180º; Um triângulo tem três bissetrizes internas.
- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.

Ângulo Reto: Altura de um triângulo é o segmento que liga um vér-


tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpen-
- É o ângulo cuja medida é 90º; dicular a esse lado.
- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
culares. Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

48
MATEMÁTICA

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpen- Triângulo equilátero: três lados iguais.
dicular a esse segmento pelo seu ponto médio.
Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo:tem os três ângulos agudos

Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do tri-


ângulo que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

Triângulo retângulo:tem um ângulo reto

Classificação Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso


Quanto aos lados
Triângulo escaleno:três lados desiguais.

Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos


Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais. Num triângulo o comprimento de qualquer lado é me-
nor que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao
maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa.

QUADRILÁTEROS

Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-


priedades:
- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

49
MATEMÁTICA

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos. Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-
midades são vértices não-consecutivos desse polígono.

- é paralelo a

- Losango: 4 lados congruentes


- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais

- Observações: Ângulos Internos


A soma das medidas dos ângulos internos de um po-
- No retângulo e no quadrado as diagonais são lígono convexo de n lados é (n-2).180
congruentes (iguais) Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente-
- No losango e no quadrado as diagonais são per- mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bisse- medidas dos ângulos internos do polígono é igual à soma
trizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio). das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos.

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base


maior, b é a medida da base menor e h é medida da altura.
2- Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da
base e h é a medida da altura.
3- Retângulo: A = b.h
4- Losango: , onde D é a medida da diagonal
maior e d é a medida da diagonal menor.
5- Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.

Polígono Ângulos Externos


Chama-se polígono a união de segmentos que são
chamados lados do polígono, enquanto os pontos são cha-
mados vértices do polígono.
A soma dos ângulos externos=360°

Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais,
então a razão de dois segmentos quaisquer de uma trans-
versal é igual à razão dos segmentos correspondentes da
outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:

50
MATEMÁTICA

Exemplo

3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes
proporcionais, então esses dois triângulos são semelhan-
tes.

2
Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo

Considerando o triângulo retângulo ABC.


Semelhança de Triângulos

Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os


seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas
medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.

Casos de Semelhança

1º Caso:AA(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de
vértices correspondentes, então esses triângulos são con-
gruentes.

Temos:

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.

51
MATEMÁTICA

a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes en-
tre os diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da


hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

Fórmulas Trigonométricas
2. O produto dos catetos é igual ao produto da hi-
Relação Fundamental potenusa pela altura relativa à hipotenusa.
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das pro-


jeções dos catetos sobre a hipotenusa.

4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos


quadrados dos catetos (Teorema de Pitágoras).

Posições Relativas de Duas Retas


Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
Neste triângulo, temos que: c²=a²+b² plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem
Dividindo os membros por c² também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são de-
nominadas retas reversas.
Retas Coplanares
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

Como

-Duas retas concorrentes podem ser:

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado 1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.
triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:

52
MATEMÁTICA

2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares. 02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Con-
sidere um triângulo retângulo de catetos medindo 3m e
5m. Um segundo triângulo retângulo, semelhante ao pri-
meiro, cuja área é o dobro da área do primeiro, terá como
medidas dos catetos, em metros:
(A) 3 e 10.
(B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 .
(D) 5 e 6.
(E) 6 e 10.
b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são
coincidentes. 03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na
figura abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada
passando em torno de três discos de mesmo diâmetro e
tangentes entre si.

Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o


comprimento da cinta acima representada é
Questões
(A) 8/3 π + 8 .
01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenci- (B) 8/3 π + 24.
ários- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com (C) 8π + 8 .
40 m de largura por 60 m de comprimento, foi dividido (D) 8π + 24.
em três lotes, conforme mostra a figura. (E) 16π + 24.

04. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H
são pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os
centros de quatro círculos tangentes entre si.

Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é


864 m², o perímetro do lote 2 é
(A) 100 m.
(B) 108 m.
(C) 112 m.
(D) 116 m.
(E) 120 m. A área da região sombreada, da figura acima apresen-
tada, é

53
MATEMÁTICA

(A) 100 - 5π . Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados


(B) 100 - 10π . correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual
(C) 100 - 15π . a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros,
(D) 100 - 20π . dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são,
(E) 100 - 25π . respectivamente,
(A) 80 e 64.
05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  No (B) 80 e 62.
cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen- (C) 62 e 80.
tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon- (D) 60 e 80.
tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF (E) 60 e 78.
e HG, gerando o quadrilátero BCQP. 
08. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de
comprimento, foi totalmente coberto por 108 placas qua-
dradas de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro
placas desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de
piso. Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro
desse piso é, em metros, igual a
(A) 20.
(B) 21.
A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é (C) 24.
(A) 25√5. (D) 27.
(B) 50√2. (E) 30.
(C) 50√5.
(D) 100√2 . 09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
(E) 100√5. sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular
resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma-
06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos
- MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3
seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma metros, ao longo dos quatro lados do terreno.
cidade. Qual é a área dessa praça? O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(B) 256;
(C) 324;
(A) 120 m² (D) 330;
(B) 90 m² (E) 372.
(C) 60 m²
(D) 30 m²
10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
07. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com
NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em centí-
metros, mostra um painel informativo ABCD, de formato re- formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
tangular, no qual se destaca a região retangular R, onde x > y. e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas.

Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é, em


metros, igual a

54
MATEMÁTICA

(A) 54.
(B) 48.
(C) 36.
(D) 40.
(E) 42. 96h=1728
H=18

11. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – Como I é um triângulo:


MSCONCURSOS/2017) Seja a expressão 60-36=24
X²=24²+18²
definida em 0< x < π/2 . Ao simplificá-la, obteremos: X²=576+324
X²=900
(A) 1 X=30
(B) sen²x Como h=18 e AD é 40, EG=22
(C) cos²x
(D) 0 Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116

12. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – 02. Resposta: B.


MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para
cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C.
Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter-
reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar?
(considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57).

(A) 64,2 m
(B) 46,2 m
(C) 92,4 m
(D) 128,4 m Lado=3√2
Outro lado =5√2
Respostas

01. Resposta: D. 03. Resposta: D.

Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente


a mesma medida da parte reta da cinta.
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado
esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo,
como são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24

55
MATEMÁTICA

04. Resposta: E. 5y=320


Como o quadrado tem lado 10,a área é 100. Y=64

5x=400
X=80

08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6
O perímetro seria

O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o


ponto Médio
09. Resposta: C.
X²=5²+5² Número de estacas: x
X²=25+25 X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
X²=50 do duas vezes o canto
X=5√2 6x=30
X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos, X=5
temos 2 círculos inteiros. Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas
A área de um círculo é a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²

10. Resposta: B.

A sombreada=100-25π

05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25 9x=108
CQ²=125 X=12
CQ=5√5 Para encontrar o perímetro do triângulo R2:
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5

06. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.

17²=x²+8²
289=x²+64
X²=225
X=15

07. Resposta: A. Y²=16²+12²


Y²=256+144=400
Y=20
Perímetro: 16+12+20=48

56
MATEMÁTICA

11. Resposta: C.

1-cos²x=sen²x

12. Resposta: D.

Área
Área da base: Sb=πr²

Volume

X=6

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
Y=10,2 e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.
2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m

Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
círculo e no outro plano.

Classificação

-Reto:eixo VO perpendicular à base;


Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu-
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.

Classificação
Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
as geratrizes são perpendiculares às bases.
Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

57
MATEMÁTICA

-Oblíquo: eixo não é perpendicular Prismas


Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
contido em α e uma reta r concorrente aos dois.

Área

Área lateral:

Área da base:
Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião
Área total: de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
polígono R e no plano β.
Volume

Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces congruen-


Área e Volume tes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos obtidos
ligando-se os vértices correspondentes das duas faces paralelas.
Área lateral:
Onde n= quantidade de lados Classificação
Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares
às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

58
MATEMÁTICA

Classificação pelo polígono da base Prisma Regular


Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu-
-Triangular lares, o prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)

Área
Área cubo:

Área paralelepípedo:

A área de um prisma:
Onde: St=área total
Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late-
-Quadrangular rais.

Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³

Demais:

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Um


cilindro reto de altura h tem volume V. Para que um cone
reto com base igual a desse cilindro tenha volume V, sua
altura deve ser igual a
(A) 1/3h.
(B) 1/2h.
(C) 2/3h.
E assim por diante... (D) 2h.
(E) 3h.
Paralelepípedos
Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi- 02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –
nam-se paralelepípedos. MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al-
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato
de paralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas
indicadas na figura.
Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces
quadradas.

59
MATEMÁTICA

Em uma revisão do projeto, foi necessário aumen- 06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
tar em 1 m a medida da largura, indicada por x na figura, NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de
mantendo-se inalteradas as demais medidas. Desse modo, madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com
o volume inicialmente previsto para esse reservatório foi formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti-
aumentado em vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC.

(A) 1 m³ .
(B) 3 m³ .
(C) 4 m³ .
(D) 5 m³ .
(E) 6 m³ .

04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) A figura mostra cubinhos de madeira, todos
de mesmo volume, posicionados em uma caixa com a for-
ma de paralelepípedo reto retângulo.
Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do
bloco C, indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a
(A) 15,5.
(B) 11.
(C) 12,5.
(D) 14.
(E) 16

07. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017)


Um recipiente na forma de um prisma reto de base quadra-
da, com dimensões internas de 10 cm de aresta da base e 25
cm de altura, está com 20% de seu volume total preenchido
com água, conforme mostra a figura. (Figura fora de escala)
Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o volu-
me interno dessa caixa é, em cm³ , igual a
(A) 3000.
(B) 4500.
(C) 6000.
(D) 7500.
(E) 9000.

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-


GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de Para completar o volume total desse recipiente, serão
paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões: despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL
cada um. O número de copos totalmente cheios necessá-
rios para completar o volume total do prisma será:
(A) 8 copos
(B) 9 copos
(C) 10 copos
(D) 12 copos
(E) 15 copos

08. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSU-


FG/2017) figura a seguir representa um cubo de aresta a.
Estando o referido aquário completamente cheio, a sua
capacidade em litros é de:
(A) 0,06 litros.
(B) 0,6 litros.
(C) 6 litros.
(D) 0,08 litros.
(E) 0,8 litros.

60
MATEMÁTICA

Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér- 02. Resposta: D


tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é V= πr²h
dado por V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml
(A) a³/6
(B) a³/3 03. Resposta:E.
(C) a³/3√3 V=2⋅3⋅x=6x
(D) a³/6√6 Aumentando 1 na largura
V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6
09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- Portanto, o volume aumentou em 6.
NESP/2017) De um reservatório com formato de parale-
lepípedo reto retângulo, totalmente cheio, foram retirados 04. Resposta:E.
3 m³ de água. Após a retirada, o nível da água restante no São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30
reservatório ficou com altura igual a 1 m, conforme mostra São 4 cubos na largura: 4⋅5=20
a figura. 3 cubos na altura: 3⋅5=15
V=30⋅20⋅15=9000

05. Resposta: C.
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros

06. Resposta:C.
VA=125cm³
VB=1000cm³

Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura


total do reservatório, indicada por h na figura, é, em me-
tros, igual a
(A) 1,8.
(B) 1,75.
(C) 1,7.
(D) 1,65. 180h=2250
(E) 1,6. H=12,5

10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS- 07. Resposta: C.


CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto,
cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um V=10⋅10⋅25=2500 cm³
cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone
é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é: 2500⋅0,2=500cm³ preenchidos.
(A) 9 cm Para terminar de completar o volume:
(B) 30 cm 2500-500=2000 cm³
(C) 60 cm 2000/200=10 copos
(D) 90 cm
08. Resposta: A.
Respostas
A base é um triângulo de base a e altura a
01. Resposta:
Volume cilindro=πr²h

Para que seja igual a V, a altura tem que ser igual a 3h

61
MATEMÁTICA

09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m

10. Resposta: D.
Cone

Portanto,

Tipos de Matriz
Cilindro Matriz linha
V=Ab.h
V=πr²h Chama-se matriz linha a toda matriz que possui uma
Como o volume do cone é 30% maior: única linha.
117πr²=1,3 πr²h Assim, [2 3 7] é uma matriz do tipo 1 x 3.
H=117/1,3=90
Matriz coluna

Chama-se matriz coluna a toda matriz que possui uma


MATRIZ, DETERMINANTES E SISTEMAS única coluna.
LINEARES
Assim, é uma matriz coluna do tipo 2 x 1.

Matriz
Chama-se matriz do tipo m x n, m ∈N* e n∈N*, a toda Matriz quadrada
tabela de m.n elementos dispostos em m linhas e n colunas.
Indica-se a matriz por uma letra maiúscula e colocar seus Chama-se matriz quadrada a toda matriz que possui
elementos entre parênteses ou entre colchetes como, por número de linhas igual ao número de colunas. Uma matriz
exemplo, a matriz A de ordem 2x3. quadrada A do tipo n x n é dita matriz quadrada de ordem
n e indica-se por An. Exemplo:

Representação da matriz
Forma explicita (ou forma de tabela)
A matriz A é representada indicando-se cada um de Diagonais
seus elementos por uma letra minúscula acompanhada Diagonal principal é a sequência tais que i=j, ou seja,
de dois índices: o primeiro indica a linha a que pertence (a11, a22, a33,..)
o elemento: o segundo indica a coluna a que pertence o Diagonal secundária é a sequência dos elementos tais
elemento, isto é, o elemento da linha i e da coluna j é in- que i+j=n+1, ou seja, (a1n, a2 n-1,...)
dicado por ij.
Assim, a matriz A2 x 3 é representada por:

Forma abreviada
A matriz A é dada por (aij)m x n e por uma lei que fornece
aij em função de i e j.
A=(aij)2 x 2, onde aij=2i+j

62
MATEMÁTICA

Matriz diagonal

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de matriz diagonal se, e somen-
te se, todos os elementos que não pertencem à diagonal principal são iguais a zero.

Matriz identidade

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de matriz identidade se, e somente se, os elementos da diagonal
principal são iguais a um e os demais são iguais a zero.

Matriz nula

É chamada matriz nula se, e somente se, todos os elementos são iguais a zero.

Matriz Transposta

Dada a matriz A=(aij) do tipo m x n, chama-se matriz transposta de A a matriz do tipo n x m.

Adição de Matrizes

Sejam A= (aij), B=(bij) e C=(cij) matrizes do mesmo tipo m x n. Diz-se que C é a soma de A com B, e indica-se por A+B.
Dada as matrizes:

, portanto
Propriedades da adição
Comutativa: A + B = B + A
Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Elemento neutro: A + O = O + A = A
Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O
Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt

Subtração de matrizes

Sejam A=(aij), B=(bij) e C=(cij), matrizes do mesmo tipo m x n. Diz-se que C é a diferença A-B, se, e somente se, C=A+(-
-B).

63
MATEMÁTICA

Multiplicação de um número por uma matriz Temos que x=3; y=2; z=1; t=1

Considere: Logo,

Determinante
Dada uma matriz quadrada, chama-se determinante o
número real a ela associado.

Cálculo do determinante
Determinante de ordem 1
Multiplicação de matrizes

O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij)


mxp
por uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n,
de modo que cada elemento cij é obtido multiplicando-se
ordenadamente os elementos da linha i de A pelos ele-
mentos da coluna j de B, e somando-se os produtos assim Determinante de ordem 2
obtidos.
Dada as matrizes:
Dada a matriz
O determinante é dado por:

Determinante de ordem 3
Regra 1:

Repete a primeira e a segunda coluna

Matriz Inversa

Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Uma matriz B


é chamada inversa de A se, e somente se,

Regra 2

Exemplo:
Determine a matriz inversa de A.

Solução
detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a32 a21 a13 - a31 a22 a13 -a12
Seja
a21 a33 - a32 a23 a11

64
MATEMÁTICA

Sistema de equações lineares Matriz Associada a um Sistema Linear


Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto
de m equações lineares, cada uma delas com n incógnitas. Dado o seguinte sistema:

Matriz incompleta

Em que: Classificação

1. Sistema Possível e Determinado

O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois


Sistema Linear 2 x 2

Chamamos de sistema linear 2 x 2 o con­junto de equa-


ções lineares a duas incógnitas, consideradas simultanea-
mente. Como não existe outro par que satisfaça simultane-
Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo: amente as duas equações, dizemos que esse sistema é
SPD(Sistema Possível e Determinado), pois possui uma úni-
ca solução.
a1 x + b1 y = c1 2. Sistema Possível e Indeterminado

a2 + b2 y = c2

Sistema Linear 3x3


esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valo-
res de x e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema
a seguir, x e y podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3),
(2,2), (3,1) e etc. 

Sistemas Lineares equivalentes 3. Sistema Impossível

Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto


solução são ditos equivalentes. Por exemplo:

Não existe um par real que satisfaça simultaneamente


as duas equações. Logo o sistema não tem solução, por-
São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto tanto é impossível.
solução S={(1,2)}
Denominamos solução do sistema linear toda sequ- Sistema Escalonado
ência ordenada de números reais que verifica, simultane- Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as
amente, todas as equações do sistema. incógnitas das equações lineares estão escritas em uma
Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar mesma ordem e o 1º coeficiente não-nulo de cada equa-
todas as sequências ordenadas de números reais que satis- ção está à direita do 1º coeficiente não-nulo da equação
façam as equações do sistema. anterior.

65
MATEMÁTICA

Exemplo - Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado.


Sistema 2x2 escalonado. - Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
impossível.

Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-


nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca-
Sistema 3x3 lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss.
A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a
segunda tem dois e a terceira, apenas um. Exemplos

- Discutir, em função de a, o sistema:

x + 3 y = 5

Sistema 2x3 2 x + ay = 1

Resolução

1 3
Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento
D= = a−6
Podemos transformar qualquer sistema linear em um 2 a
outro equivalente pelas seguintes transformações elemen-
tares, realizadas com suas equações: D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
-trocas as posições de duas equações
-Multiplicar uma das equações por um número real di- Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado.
ferente de 0. Para a ≠ 6, temos:
-Multiplicar uma equação por um número real e adi-
x + 3 y = 5

cionar o resultado a outra equação.
Exemplo
x + 3 y = 5
2 x + 6 y = 1 ~
 ← −2 0 x + 0 y = −9

Que é um sistema impossível.


Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é Assim, temos:
conveniente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação. a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível)

Regra de Cramer
Consideramos os sistema . Suponhamos
Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação
que a ≠ 0. Observamos que a matriz incompleta desse sis-
Multiplicando a equação por -2:
tema é , cujo determinante é indicado por D =
ad – bc.

Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de


Somando as duas equações: y) pela coluna dos coeficientes independentes, obteremos
,cujo determinante é indicado por Dy = af – ce.

Assim, .

Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e


Sistemas com Número de Equações Igual ao Núme-
ro de Incógnitas considerando a matriz , cujo determinante é indi-
cado por Dx = ed – bf, obtemos , D ≠ 0.
Quando o sistema linear apresenta nº de equações
igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
cialmente calculamos o determinante D da matriz dos coe-
ficientes (incompleta), e:

66
MATEMÁTICA

Questões

01. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


IBFC/2017) Dadas a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz
C que representa a soma da matriz A e B, ou seja, C = A + B:

04. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Fiscal de


(D)
Posturas – MSCONCURSOS/2017) Sejam as matrizes
. A matriz A-B é igual a

02. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


IBFC/2017) Dadas a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz C
que representa a subtração da matriz A e B, ou seja, C =
A - B.

05. (UNITINS – Assistente Administrativo – UNI-

TINS/2016) Sejam os determinantes das matrizes

O valor de x²-2xy+y² é
igual a
(A) 8
(B) 6
(C) 4
(D) 2
(E) 0

03. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –


06. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS-
IBFC/2017) Dada a matriz e a matriz
, assinale a alternativa que apresenta a matriz C CONCURSOS/2016) Sabendo que o determinante da ma-
que representa o produto da matriz A e B, ou seja, C=A*B. triz é 10, então o determinante da matriz

é:

67
MATEMÁTICA

(A) -20 (C) S={(4,0,6)}


(B) -10 (D) S={(3/2 ,6, -7/2)}
(C) 3 (E) Sistema sem solução.
(D) 20
12. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA-
07. (PREF. DE BIGUAÇU/SC – Professor – UNI- TEC/2015) A solução do sistema linear é:
SUL/2016) Considere
(A) S={(4, ¼)}
(B) S={(3, 3/2 )}
Assinale a alternativa CORRETA: (C) S={(3/2 ,3 )}
(D) S={(3,− 3/2 )}
(A) A + B = 20 (E) S={(1,3/2 )}
(B) A - 3B2 = -51
(C) √2A + 1- 5 = -2 13. (SEDUC/PI – Professor – Matemática – NUCE-
(D) A/B +1 =23 PE/2015) O sistema linear é possível e inde-
(E) 3A -2B + 9 = 25 terminado se:
(A) m ≠ 2 e n = 2 .
(B) m ≠ 1/2 e n = 2 .
08. (PREF. DE TAQUARITUBA/SP – Professor – INS-
(C) m = 2 e n = 2 .
TITUTO EXCELÊNCIA/2016) Dada a matriz , (D) m = 1/2 e n = 2 .
(E) m = 1/2 e n ≠ 2 .
assinale a alternativa que tenha respectivamente os núme-
ros dos elementos a12, a23, a33 e a35. Respostas
(A) 0, 0, 7, 5.
(B) 0, 7, 7, 5. 01. Resposta: E.
(C) 6, 7, 0, 0.
(D) Nenhuma das alternativas.

02. Resposta: E.
09. (MGS – Serviços Técnicos Contábeis – IBFC/2015)
Sejam as matrizes quadradas de e então o valor ordem
e , então o valor do determinante da ma-
triz C = A + B é igual a: 03. Resposta: E.
(A) -2
(B) 2
(C) 6
(D) -6
04. Resposta: A.
10. (PREF. DE SANTO ANDRÉ – Assistente Econômi-
co Financeiro – IBAM/2015) Considere as seguintes ma-
trizes:

05. Resposta:C.
detA=15+10+4x+6+2x-50=-19
Sendo “a” um número real, para que tenhamos A . B = 6x=0
C, o valor da variável “a” deverá ser: X=0
(A) um número inteiro, ímpar e primo.
(B) um número inteiro, par, maior que 1 e menor que 5 detB=0+40-y-0-12y+6=72
(C) um número racional, par, maior que 5 e menor que -13y=26
10. Y=-2
(D) um número natural, impar, maior que 1 e menor X²-2xy+y²=0²-0+4=4
que 5.
06. Resposta: A.
11. (BRDE – Analista de Sistemas – FUNDATE/2015) Observe a primeira coluna: foi multiplicado por 2.
A solução do seguinte sistema linear é: Observe a segunda coluna: foi multiplicada por -1
(A) S={(0,2,-5)} Portanto, fazemos as mesmas operações com o deter-
(B) S={(1,4,1)} minante: 10.2.-1=-20

68
MATEMÁTICA

07. Resposta: B. Substituindo na I


Da primeira matriz, para fazer o determinante, basta 5+z+2(13+2z)+z=10
multiplicar os números da diagonal principal: 5+z+26+4z+z=10
detA=-1⋅3⋅2⋅-4=24 6z=10-31
6z=-21
A matriz B, devemos multiplicar os números da dia- Z=-21/6
gonal secundária e multiplicar ainda por -1(pois, quando Z=-7/2
fazemos determinante, sempre colocamos o menos antes
de fazer a diagonal secundária) X=5+z
detB=-(-1/2⋅1⋅10⋅-1)=-5
Fazendo por alternativa:
A-A+B=20
24-5=20
19=20(F)

(B) A-3B²=-51
24-3⋅(-5)²=-51 12. Resposta: A.
24-75=-51
-51=-51(V)

08. Resposta: A.
A12=0
A23=0
A33=7
A35=5

09. Resposta: D.
Somando as duas equações:
144y=36

-x+28y=3
-x+7=3
-x=3-7
10. Resposta: A. X=4

13. Resposta: D.
Para ser possível e indeterminado, D=Dx=Dy=Dz=0

D=(3m+4m+3)-(3m+6m+2)=0
7m+3-9m-2=0
-2m=-1
m=1/2
a+2=9
a=7

11. Resposta: D.
Da II equação tiramos:
X=5+z (n-4+9)-(-3+6+2n)=0
n+5-2n-3=0
Da III equação: -n=-2
Y=13+2z n=2

69
MATEMÁTICA

Termo Geral da PA
SEQUÊNCIAS, PROGRESSÃO Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...)
ARITMÉTICA E GEOMÉTRICA da seguinte forma:

Sequências
Sempre que estabelecemos uma ordem para os ele-
mentos de um conjunto, de tal forma que cada elemento
seja associado a uma posição, temos uma sequência.
O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o se- Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao
gundo por a2, e o n-ésimo por an. primeiro número de razões r igual à posição do termo me-
nos uma unidade.
Termo Geral de uma Sequência
Algumas sequências podem ser expressas mediante
uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um
termo qualquer da sequência a partir de uma expressão,
que relaciona o valor do termo com sua posição. Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética
Para a posição n(n∈N*), podemos escrever an=f(n) Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34).
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40
Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência
em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicio-
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constan-
te r chama-se razão da PA. Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes
dos extremos é igual à soma dos extremos.

Soma dos Termos


Exemplo Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que per-
A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5: mite calcular a soma dos n primeiros termos de uma pro-
gressão aritmética.

Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de
acordo com o valor da razão r.
r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante

Propriedades das Progressões Aritméticas


-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a
média aritmética entre o anterior e o posterior.

Exemplo
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O
-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o pri-
igual à soma dos extremos. meiro termo?
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o
termo central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda
e mais 19 à sua direita. Então temos os seguintes dados
para solucionar a questão:

70
MATEMÁTICA

- Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto


ocorre quando a1 = 0 ou q = 0.

Termo Geral da PG
Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada
Sabemos também que a soma de dois termos equidis- termo é obtido multiplicando-se o primeiro por uma po-
tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos tência cuja base é a razão. Note que o expoente da razão é
seus extremos. Como esta P.A. tem um número ímpar de igual à posição do termo menos uma unidade.
termos, então o termo central tem exatamente o valor de
metade da soma dos extremos.
Em notação matemática temos:

Portanto, o termo geral é:

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica


Finita
Seja a PG finita de razão q e de soma
dos termos Sn:
1º Caso: q=1

2º Caso: q≠1

Assim sendo:
O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.

Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência Exemplo
em que se obtém cada termo, a partir do segundo, multipli- Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular:
cando o anterior por uma constante q, chamada razão da PG. a) A soma dos 6 primeiros termos
Exemplo b) O valor de n para que a soma dos n primeiros ter-
Dada a sequência: (4, 8, 16) mos seja 29524

Solução

a)

q=2

Classificação
As classificações geométricas são classificadas assim:
- Crescente: Quando cada termo é maior que o ante-
rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e
0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o an- b)
terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1
< 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal con-
trário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto
ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA
de razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG
estacionaria.

71
MATEMÁTICA

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica 04. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) Consi-
Infinita dere a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da
1º Caso:-1<q<1 equação é o segundo termo de uma Progressão Aritmética
(P.A.). O primeiro termo da P.A. corresponde aos 3/4 da raiz
da equação. O valor do décimo termo da P.A. é:
(A) 48
(B) 36
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a (C) 32
série é convergente. (D) 28
(E) 24
2º Caso:
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a sé- 05. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação
rie é divergente de Transporte – FCC/2017) Em um experimento, uma
planta recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que
3º Caso: havia recebido no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu
Também não possui soma finita, portanto divergente 374 gotas de água, no 1° dia do experimento ela recebeu
(A) 64 gotas.
Produto dos termos de uma PG finita (B) 49 gotas.
(C) 59 gotas.
(D) 44 gotas.
(E) 54 gotas.
Questões
06. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação
01. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- de Transporte – FCC/2017) Mantido o mesmo padrão na
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) A soma dos n pri- sequência infinita 5, 6, 7, 8, 9, 7, 8, 9, 10, 11, 9, 10, 11, 12,
meiros termos de uma progressão geométrica é dada por 13, 11, 12, 13, 14, 15, . . . , a soma do 19° e do 31° termos
é igual a
(A) 42.
(B) 31.
Quanto vale o quarto termo dessa progressão geomé-
(C) 33.
trica?
(D) 39.
(E) 36.
(A) 1
(B) 3
07. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Auxiliar de Necropsia
(C) 27
– IBFC/2017) Considere a seguinte progressão aritmética:
(D) 39
(23, 29, 35, 41, 47, 53, ...)
(E) 40
Desse modo, o 83.º termo dessa sequência é:
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Para (A) 137
que a sequência (4x-1 , x² -1, x - 4) forme uma progressão (B) 455
aritmética, x pode assumir, dentre as possibilidades abaixo, (C) 500
o valor de (D) 515
(A) -0,5. (E) 680
(B) 1,5.
(C) 2. 08. (CEGAS – Assistente Técnico – IES/2017) Deter-
(D) 4. mine o valor do nono termo da seguinte progressão geo-
(E) 6. métrica (1, 2, 4, 8, ...):
(A) 438
03. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- (B) 512
sor – FGV/2017) O valor da expressão (C) 256
(D) 128
2(1 - 2 + 3 - 4 + 5 - 6 + 7- ... + 2015 - 2016 + 2017) é:
09. (CRF/MT – Agente Administrativo – QUA-
(A)2014; DRIX/2017) Maria criou uma conta no Instagram. No
(B) 2016; mesmo dia, quatro pessoas começaram a segui-la. Após
(C) 2018; 1 dia, ela já tinha 21 seguidores e após 2 dias, já eram 38
(D) 2020; seguidores. Maria percebeu que, a cada dia, ela ganhava 17
(E) 2022. seguidores. Mantendo-se essa tendência, ela ultrapassará a
barreira de 1.000 seguidores após:

72
MATEMÁTICA

(A) 57 dias.
(B) 58 dias.
(C) 59 dias.
(D) 60 dias. Para a sequência par:
(E) 61 dias. -2016=-2+(n-1)⋅(-2)
-2016=-2-2n+2
10.. (PREF. DE CHOPINZINHO – Procurador Munici- 2n=2016
pal – FAU/2016) Com base na sequência numérica a seguir N=1008
determine o sexto termo da sequência:
196 ;169 ;144 ;121 ; ...
(A) 115.
(B) 100.
(C) 81.
(D) 69.
(E) 49. 1018081-1017072=1009
2⋅1009=2018
Respostas
04. Resposta: A.
01.Resposta: A. Raiz da equação:
2x-4=x+12
X=16 é 0 segundo termo da PA
Primeiro termo:

PA
Como S3 é a soma dos 3 primeiros e S4 é a soma dos 4 (12,16,...)
primeiros termos, se subtrairmos um do outro, obteremos R=16-12=4
o 4º termo.

02. Resposta: B.
Para ser uma PA: =48
X²-1-(4x-1)=x-4-(x²-1)
X²-1-4x+1=x-4-x²+1 05. Resposta: E.
X²+x²-4x-x-3=0
2x²-5x-3=0
∆=25-24=1

A1=374-320
A1=54

06. Resposta: B.
Observe os números em negrito:
9, 11, 13, 15,...
03. Resposta: C. São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 nú-
Os termos ímpares formam uma PA de razão 2 e são os meros.
números ímpares. Ou seja, o 9 está na posição 5
Os termos pares formam uma PA de razão -2 O 11 está na posição 10 e assim por diante.
Vamos descobrir quantos termos há: O 19º termo, já temos na sequência que é o 14
Seguindo os termos:
2017=1+(n-1)⋅2 25º termo é o 17
2017=1+2n-2 30º termo é 19
2017=-1+2n Como o número seguinte a esses, abaixa duas unida-
2n=2018 des
n=1009 O 31º termo é o 17.
14+17=31

73
MATEMÁTICA

07. Resposta: D. Desconto


Observe a razão: 29-23=6 No caso de haver um decréscimo, o fator de multipli-
A83=a1+82r cação será:
A83=23+82⋅6     Fator de Multiplicação =  1 - taxa de desconto (na
A83=23+492 forma decimal)
A83=515     Veja a tabela abaixo:
Fator de
Desconto
08. Resposta: C. Multiplicação
Q=2 10% 0,90
25% 0,75
34% 0,66
60% 0,40
90% 0,10

    Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 te-


09. Resposta: C. mos: 
1000=21+17(n-1)
1000=21+17n-17
1004=17n
N=59 Chamamos de lucro em uma transação comercial de
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o
10. Resposta: C. preço de custo.
A sequência tem como base os quadrados perfeitos Lucro=preço de venda -preço de custo
14, 13, 12, 11, 10, 9
Portanto o 6º termo é o 9²=81 Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem
de duas formas:

PORCENTAGEM

Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100,


seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que
a encontramos nos meios de comunicação, nas estatísticas, (DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala
em máquinas de calcular, etc. de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está
com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com gripe,
Os acréscimos e os descontos é importante saber por- o menor valor possível para x é igual a
que ajuda muito na resolução do exercício. (A) 8.
(B) 15.
Acréscimo (C) 10.
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um deter- (D) 6.
minado valor, podemos calcular o novo valor apenas multi- (E) 12.
plicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação.
Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim Resolução
por diante. Veja a tabela abaixo: 45------100%
X-------60%
X=27
Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação
10% 1,10 O menor número de meninas possíveis para ter gripe
15% 1,15 é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2
20% 1,20 meninas estão.
47% 1,47
67% 1,67
 
    Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 te-
mos:  Resposta: C.

74
MATEMÁTICA

Questões

01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


- MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clari-
vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias, ce recebessem, respectivamente,
pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida- (A) o bracelete, os brincos e o colar.
ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de: (B) os brincos, o colar e o bracelete.
(A) R$1120,00 (C) o colar, o bracelete e os brincos.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(B) R$1056,00
(E) o colar, os brincos e o bracelete.
(C) R$960,00
(D) R$864,00
04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas
02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe de foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser
segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmen- 2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e
te cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio passou a ser 3/ 4 da largura original.
nas cercanias desse prédio, identificando os criminosos e Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo
os encaminhando às autoridades competentes. Após uma original, a área do novo retângulo:
reestruturação dos procedimentos de segurança, a mes- (A) foi aumentada em 50%.
ma equipe conseguiu aumentar o percentual de resolução (B) foi reduzida em 50%.
mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de (C) aumentou em 25%.
63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação, (D) diminuiu 25%.
a equipe de segurança aumentou sua eficácia no combate (E) foi reduzida a 15%.
ao dano ao patrimônio em
(A) 35%. 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
(B) 28%. GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma
(C) 63%. editora um lote de apostilas para concursos, cujo valor uni-
(D) 41%. tário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido
(E) 80%. estabelecimento, ele recebeu 30% de desconto na compra.
Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30%
03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir- sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas condi-
mãos, André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he- ções, qual será o lucro obtido por unidade?
rança constituída pelas seguintes joias: um bracelete de (A) R$ 4,20.
ouro, um colar de pérolas e um par de brincos de diamante. (B) R$ 5,46.
A tia especificou em testamento que as joias não deveriam (C) R$ 10,70.
ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria ficar (D) R$ 12,60.
(E) R$ 18,00.
com uma delas, mas não especificou qual deveria ser dada
a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam GO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido
que as joias tinham valores diferentes entre si e, além disso, de R$ 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria
tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, deci- um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa-
diram fazer a partilha do seguinte modo: gou à vista o tal vestido. Quanto ela pagou?
(A) R$ 120,00 reais
− Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um (B) R$ 112,50 reais
deveria escrever em um papel três porcentagens, indican- (C) R$ 127,50 reais
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao (D) R$ 97,50 reais
valor total da herança. (E) R$ 90 reais

− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas 07. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-
avaliações. NESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão
de receitas trimestrais para 2018. A receita prevista para o
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da 10% inferior ao da receita prevista para o trimestre seguin-
herança toda ou mais. te. A receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior
à prevista para o segundo semestre. Nessas condições, é
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das correto afirmar que a receita média trimestral prevista para
joias foi a seguinte: 2018 é, em milhões de reais, igual a

75
MATEMÁTICA

(A) 200. 03. Resposta: D.


(B) 203. Clarice obviamente recebeu o brinco.
(C) 195. Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou
(D) 190. acima de 30% e André recebeu o bracelete.
(E) 198.
04. Resposta: B.
08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN- A=b⋅h
DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom
Preço: Portanto foi reduzida em 50%
Aproveite a Promoção! 05. Resposta: D.
Forno Micro-ondas Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
De R$ 720,00
valor:
Por apenas R$ 504,00
60⋅0,7=42
Ele revendeu por:
Nessa oferta, o desconto é de:
42⋅1,3=54,60
(A) 70%.
(B) 50%. Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
(C) 30%.
(D) 10%. 06. Resposta: D.
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi- 150⋅0,65=97,50
dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$
8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento 07. Resposta: C.
no preço dessa caixa de bombom foi de: Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
(A) 30%. milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
(B) 25%. previsão de
(C) 20%. 180-----90%
(D) 15% x---------100
x=200
10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De-
rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava 200+180=380 milhões para o primeiro semestre
vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de 380----95
12 tanques menores, idênticos e cheios. x----100
Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% x=400 milhões
maior do que a sua capacidade original, o grande tanque
seria cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
de 780/4trimestres=195 milhões
(A) 4 tanques menores
(B) 6 tanques menores 08. Resposta: C.
(C) 7 tanques menores
(D) 8 tanques menores
(E) 10 tanques menores

Respostas
Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de
01. Resposta:B. 30%.
Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro-
duto. OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
errar conforme a pergunta feita.
1600⋅0,6=960
Como vai pagar 10% a mais: 09. Resposta: B.
960⋅1,1=1056 8,6(1+x)=10,75
8,6+8,6x=10,75
02. Resposta: E. 8,6x=10,75-8,6
63/35=1,80 8,6x=2,15
Portanto teve um aumento de 80%. X=0,25=25%

76
MATEMÁTICA

10. Resposta: D. J = juros


50% maior quer dizer que ficou 1,5 M=C+C.i.n
Quantidade de tanque: x M=C(1+i.n)
A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
ques Juros Simples
1,5x=12 Chama-se juros simples a compensação em dinheiro
X=8 pelo empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa com-
binada, por um prazo determinado, produzida exclusiva-
mente pelo capital inicial.
Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial
aplicado é diretamente proporcional ao seu valor e ao tem-
JUROS SIMPLES E COMPOSTOS
po de aplicação.
A expressão matemática utilizada para o cálculo das
situações envolvendo juros simples é a seguinte:
Matemática Financeira J = C i n, onde:
A Matemática Financeira possui diversas aplicações J = juros
no atual sistema econômico. Algumas situações estão pre- C = capital inicial
sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos i = taxa de juros
de casa e carros, realizações de empréstimos, compras a n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, se-
crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras, mestre, ano...)
investimentos em bolsas de valores, entre outras situações. Observação importante: a taxa de juros e o tempo de
Todas as movimentações financeiras são baseadas na esti- aplicação devem ser referentes a um mesmo período. Ou
pulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um em- seja, os dois devem estar em meses, bimestres, trimestres,
préstimo a forma de pagamento é feita através de presta- semestres, anos... O que não pode ocorrer é um estar em
ções mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação meses e outro em anos, ou qualquer outra combinação de
do empréstimo é superior ao valor inicial do empréstimo. A períodos.
essa diferença damos o nome de juros. Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das pala-
vras “JUROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
Capital Outro ponto importante é saber que essa fórmula
O Capital é o valor aplicado através de alguma opera- pode ser trabalhada de várias maneiras para se obter cada
ção financeira. Também conhecido como: Principal, Valor um de seus valores, ou seja, se você souber três valores,
Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se poderá conseguir o quarto, ou seja, como exemplo se você
Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras fi- souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) e a Taxa (i), poderá
nanceiras). obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para qualquer
combinação.
Taxa de juros e Tempo
    A taxa de juros indica qual remuneração será paga Exemplo
ao dinheiro emprestado, para um determinado período. Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à
Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em vista. Como não tinha essa quantia no momento e não
seguida da especificação do período de tempo a que se queria perder a oportunidade, aceitou a oferta da loja de
refere: pagar duas prestações de R$ 45,00, uma no ato da compra
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano). e outra um mês depois. A taxa de juros mensal que a loja
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre). estava cobrando nessa operação era de:
    Outra forma de apresentação da taxa de juros é a (A) 5,0%
unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem (B) 5,9%
o símbolo %: (C) 7,5%
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês). (D) 10,0%
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre) (E) 12,5%
Resposta Letra “e”.
Montante
Também conhecido como valor acumulado é a soma O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois
do  Capital Inicial com o juro produzido em determina- a primeira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria
do tempo.  R$40 (85-45) e a parcela a ser paga de R$45.
Essa fórmula também será amplamente utilizada para Aplicando a fórmula M = C + J:
resolver questões. 45 = 40 + J
M=C+J J=5
M = montante Aplicando a outra fórmula J = C i n:
C = capital inicial 5 = 40 X i X 1
i = 0,125 = 12,5%

77
MATEMÁTICA

Juros Compostos 02. (FUNAPEP - Analista em Gestão Previdenciária-


o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir -FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a seu
do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o filho Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros simples
juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital de 4% ao ano. Roberto pagou esse empréstimo para seu pai
inicial e passa a render juros também. após 3 anos. O valor total dos juros pagos por Roberto foi
(A) 3.410,00.
Quando usamos juros simples e juros compostos? (B) R$ 2.820,00.
(C) R$ 2.640,00.
 A maioria das operações envolvendo dinheiro uti- (D) R$ 3.120,00.
liza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e (E) R$ 1.880,00.
longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos
bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta 03. (IFBAIANO – Técnico em Contabilidade –
de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Ra- FCM/2017) O montante acumulado ao final de 6 meses e
os juros recebidos a partir de um capital de 10 mil reais, com
ramente encontramos uso para o regime de juros simples:
uma taxa de juros de 1% ao mês, pelo regime de capitaliza-
é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo
ção simples, é de
de desconto simples de duplicatas.
(A) R$ 9.400,00 e R$ 600,00.
O cálculo do montante é dado por:
(B) R$ 9.420,00 e R$ 615,20.
(C) R$ 10.000,00 e R$ 600,00.
(D) R$ 10.600,00 e R$ 600,00.
(E) R$ 10.615,20 e R$ 615,20.
Exemplo 04. (CEGAS – Assistente Técnico – IESES/2017) O valor
Calcule o juro composto que será obtido na aplicação dos juros simples em uma aplicação financeira de $ 3.000,00
de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses feita por dois trimestres a taxa de 2% ao mês é igual a:
C=25000 (A) $ 360,00
i=25%aa=0,25 (B) $ 240,00
i=72 meses=6 anos (C) $ 120,00
(D) $ 480,00

05. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenci-


ários- VUNESP/2017) Um capital foi aplicado a juros sim-
ples, com taxa de 9% ao ano, durante 4 meses. Após esse
período, o montante (capital + juros) resgatado foi de R$
2.018,80. O capital aplicado era de
(A) R$ 2.010,20.
(B) R$ 2.000,00.
(C) R$ 1.980,00.
(D) R$ 1.970,40.
M=C+J (E) R$ 1.960,00.
J=95367,50-25000=70367,50
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
GO/2017) Em um investimento no qual foi aplicado o valor
de R$ 5.000,00, em um ano foi resgatado o valor total de R$
Questões
9.200,00. Considerando estes apontamentos e que o rendi-
mento se deu a juros simples, é verdadeiro afirmar que a
01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma taxa mensal foi de:
geladeira está sendo vendida nas seguintes condições: (A) 1,5%
− Preço à vista = R$ 1.900,00; (B) 2 %
− Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e paga- (C) 5,5%
mento de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da data (D) 6%
da compra. (E) 7%
A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a
prazo é de 07. (UFES – Assistente em Administração –
(A) 1,06% a.m. UFES/2017) No regime de juros simples, os juros em cada
(B) 2,96% a.m. período de tempo são calculados sobre o capital inicial. Um
(C) 0,53% a.m. capital inicial C0 foi aplicado a juros simples de 3% ao mês.
(D) 3,00% a.m. Se Cn é o montante quando decorridos n meses, o menor
(E) 6,00% a.m. valor inteiro para n, tal que Cn seja maior que o dobro de
C0, é

78
MATEMÁTICA

(A) 30 com a instituição financeira credora para pagá-la 90 dias


(B) 32 após a data do vencimento. Sabendo que a taxa de juros
(C) 34 compostos cobrada pela instituição financeira foi 3% ao
(D) 36 mês, o valor pago pela empresa, desprezando-se os centa-
(E) 38 vos, foi, em reais,
(A) 163.909,00.
08. (PREF. DE NITERÓI/RJ – Agente Fazendário – (B) 163.500,00.
(C) 154.500,00.
FGV/2016) Para pagamento de boleto com atraso em pe-
(D) 159.135,00.
ríodo inferior a um mês, certa instituição financeira cobra,
sobre o valor do boleto, multa de 2% mais 0,4% de juros de 13. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
mora por dia de atraso no regime de juros simples. Um bo- FCC/2017) O montante de um empréstimo de 4 anos da
leto com valor de R$ 500,00 foi pago com 18 dias de atraso. quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram juros compos-
O valor total do pagamento foi: tos de 10% ao ano, será igual a
(A) R$ 542,00; (A) R$ 26.000,00.
(B) R$ 546,00; (B) R$ 28.645,00.
(C) R$ 548,00; (C) R$ 29.282,00.
(D) R$ 552,00; (D) R$ 30.168,00.
(E) R$ 554,00. (E) R$ 28.086,00.

09. (CASAN – Assistente Administrativo – INSTITU- 14. (IFBAIANO - Técnico em Contabilidade-


TO AOCP/2016) Para pagamento um mês após a data da FCM/2017) A empresa Good Finance aplicou em uma
renda fixa um capital de 100 mil reais, com taxa de juros
compra, certa loja cobrava juros de 25%. Se certa merca-
compostos de 1,5% ao mês, para resgate em 12 meses. O
doria tem preço a prazo igual a R$ 1500,00, o preço à vista valor recebido de juros ao final do período foi de
era igual a (A) R$ 10.016,00.
(A) R$ 1200,00. (B) R$ 15.254,24.
(B) R$ 1750,00. (C) R$ 16.361,26.
(C) R$ 1000,00. (D) R$ 18.000,00.
(D) R$ 1600,00. (E) R$ 19.561,82.
(E) R$ 1250,00.
15. (POLICIA CIENTIFICA – Perito Criminal –
10. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma empresa
AOCP/2016) A fatura de um certo cartão de crédito cobra recebeu um empréstimo bancário de R$ 120.000,00 por 1
juros de 12% ao mês por atraso no pagamento. Se uma ano, pagando o montante de R$ 180.000,00. A taxa anual
fatura de R$750,00 foi paga com um mês de atraso, o valor de juros desse empréstimo foi de:
(A) 0,5% ao ano
pago foi de
(B) 5 % ao ano
(A) R$ 970,00. (C) 5,55 % ao ano
(B) R$ 777,00. (D) 150% ao ano
(C) R$ 762,00. (E) 50% ao ano
(D) R$ 800,00.
(E) R$ 840,00. Respostas

11. (DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Em 01. Resposta: D.


15 de junho de 20xx, Severino restituiu R$ 2.500,00 do seu J=500+1484-1900=84
imposto de renda. Como estava tranquilo financeiramente, C=1900-500=1400
resolveu realizar uma aplicação financeira para retirada em J=Cin
15/12/20xx, período que vai realizar as compras de natal. A 84=1400.i.2
uma taxa de juros de 3% a.m., qual é o montante do capital, I=0,03=3%
sabendo-se que a capitalização é mensal:
02. Resposta: B.
(A) R$ 2.985,13
J=Cin
(B) R$ 2.898,19 J=23500⋅0,04⋅3
(C) R$ 3.074,68 J= 2820
(D) R$ 2.537,36
(E) R$ 2.575,00 03. Resposta: D.
J=Cin
12. (TRE/PR – Analista Judiciário- FCC/2017) A Cia. J=10000⋅0,01⋅6=600
Escocesa, não tendo recursos para pagar um empréstimo M=C+J
de R$ 150.000,00 na data do vencimento, fez um acordo M=10000+600=10600

79
MATEMÁTICA

04. Resposta: A. 13. Resposta: C.


2 trimestres=6meses M=C(1+i)t
J=Cin M=20000(1+0,1)4
J=3000⋅0,02⋅6 M=20000⋅1,4641=29282
J=360
14. Resposta: E.
05. Resposta: E. J=Cin
4meses=1/3ano J=10000⋅0,015⋅12=18000
M=C(1+in)
2018,80=C(1+0,09⋅1/3) Não, ninguém viu errado.
2018,80=C+0,03C Como ficaria muito difícil de fazer sem calculadora, a
1,03C=2018,80 tática é fazer o juro simples, e como sabemos que o com-
C=1960 posto vai dar maior que esse valor, só nos resta a alterna-
tiva E. Você pode se perguntar, e se houver duas alternati-
06. Resposta: E. vas com números maiores? Olha pessoal, não creio que a
M=C(1+in) banca fará isso, e sim que eles fizeram mais para usar isso
9200=5000(1+12i) mesmo.
9200=5000+60000i
4200=60000i 15. Resposta: E.
I=0,07=7% M=C(1+i)t
180000=120000(1+i)
07. Resposta: C. 180000=120000+120000i
M=C(1+in) 60000=120000i
Cn=Co(1+0,03n) i=0,5=50%
2Co=Co(1+0,03n)
2=1+0,03n
1=0,03n
N=33,33 TAXAS DE JUROS, DESCONTO,
Ou seja, maior que 34 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS, ANUIDADES E
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
08. Resposta: C.
M=C(1+in)
C=500+500x0,02=500+10=510
M=510(1+0,004x18) Podemos definir a taxa nominal como aquela em que
M=510(1+0,072)=546,72 a unidade de referência do seu tempo não coincide com a
unidade de tempo dos períodos de capitalização. É usada
09. Resposta: A. no mercado financeiro, mas para cálculo deve-se encontrar
M=C(1+in) a taxa efetiva. Por exemplo, a taxa nominal de 12% ao ano,
1500=C(1+0,25x1) capitalizada mensalmente, resultará em uma taxa mensal
1500=C(1,25) de 1% ao mês. Entretanto, quando esta taxa é capitalizada
C=1500/1,25 pelo regime de juros compostos, teremos uma taxa efetiva
C=1200 de 12,68% ao ano.

10. Resposta: E. Taxa Nominal


M=C(1+in) A taxa nominal de juros relativa a uma operação finan-
M=750(1+0,12) ceira pode ser calculada pela expressão:
M=750x1,12=840 Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do emprés-
timo
11. Resposta: A.
D junho a dezembro: 6 meses Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00,
M=C(1+i)t deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário
M=2500(1+0,03)6 de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:
M=2500⋅1,194=2985 Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00
Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%
12. Resposta: A.
90 dias=3 meses Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita con-
M=C(1+i)t fusão na Matemática Financeira são os conceitos de taxa
M=150000(1+0,03)3 nominal, taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera judi-
M=150000⋅1,092727=163909,05 cial esses assuntos geram muitas dúvidas nos cálculos de
Desprezando os centavos: 163909 empréstimos, financiamentos, consórcios  e etc.

80
MATEMÁTICA

Vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maio- NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é
ria das vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado, equivalente a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante
não são apresentados de uma maneira clara. utilizando a taxa anual, neste caso  teremos que transfor-
Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta mar 18 (dezoito) meses em anos para fazer o cálculo, ou
não é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim:
(é uma taxa “sem efeito”). A capitalização (o prazo de for- M = c (1 + i)n
mação e incorporação de juros ao capital inicial) será dada M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x  1,185297
através de outra  taxa,  numa unidade de tempo diferente, M = 1.185,29
taxa efetiva.  
Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; Conclusões:
isto é, a taxa efetiva? - A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no
Vamos acompanhar através do exemplo cálculo do montante. Normalmente a taxa nominal vem
sempre ao ano!
Taxa Efetiva - A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é
Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 (mil aquela que foi utilizado para cálculo do montante. Pode
reais), aplicados durante 18 (dezoito) meses, capitalizados ser uma taxa proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa
mensalmente, a uma taxa de 12% a.a. Explicando o que é equivalente mensal (0,949 % a.m.).
taxa Nominal, efetiva mensal e equivalente mensal: - Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em
Respostas e soluções: se tratando de concursos públicos, a grande maioria das
1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser bancas examinadoras utilizam a convenção da taxa propor-
capitalizado com a taxa anual. cional. Em se tratando do mercado financeiro, utiliza-se a
2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de convenção de taxa equivalente.
duas convenções: taxa proporcional mensal ou taxa equi-
valente mensal. Taxa Equivalente
a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao
12): 12%/12 = 1% a.m. mesmo capital, num mesmo intervalo de tempo, produzem
b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos montantes iguais. Essas taxas devem ser observadas com
R$ 1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual apli- muita atenção, em alguns financiamentos de longo prazo,
cada nesse mesmo capital). somos apenas informados da taxa mensal de juros e não
  tomamos conhecimento da taxa anual ou dentro do pe-
Cálculo da taxa equivalente mensal: ríodo estabelecido, trimestre, semestre entre outros. Uma
expressão matemática básica e de fácil manuseio que nos
fornece a equivalência de duas taxas é: 
1 + ia = (1 + ip)n, onde: 
ia = taxa anual 
onde: ip = taxa período
iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero n: número de períodos 
it : taxa para o prazo que eu tenho
q : prazo que eu quero Observe alguns cálculos: 
t : prazo que eu tenho
Exemplo 1
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês?
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02 
  1 + ia = (1 + 0,02)12 
1 + ia = 1,0212
iq = 0,009489 a.m  ou  iq = 0,949 % a.m. 1 + ia = 1,2682 
3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efe- ia = 1,2682 – 1 
tiva mensal ia = 0,2682 
ia = 26,82% 
a) pela convenção da taxa proporcional: A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de
M = c (1 + i)n 26,82%. 
M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x  1,196147
M = 1.196,15 As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa
  anual nesse caso seria calculada da seguinte forma: 2% x
b) pela convenção da taxa equivalente: 12 = 24% ao ano. Como vimos, esse tipo de cálculo não
procede, pois a taxa anual foi calculada de forma correta e
M = c (1 + i)n corresponde a 26,82% ao ano, essa variação ocorre porque
M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x  1,185296 temos que levar em conta o andamento dos juros compos-
M = 1.185,29 tos ( juros sobre juros). 

81
MATEMÁTICA

Taxa Real
A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto interessante sobre as taxas reais de juros, é que elas podem ser
inclusive, negativas.
Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros nominal e real. Para isto, vamos supor que um determinado capital
P é aplicado por um período de tempo unitário, a certa taxa nominal in
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).
Consideremos agora que durante o mesmo período, a taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O capital
corrigido por esta taxa acarretaria um montante S2 = P (1 + j).
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela aplicada ao montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos então
escrever: S1 = S2 (1 + r)
Substituindo S1 e S2 , vem:
P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
Daí então, vem que:
(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:
in = taxa de juros nominal
j = taxa de inflação no período
r = taxa real de juros
Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são coincidentes.
Exemplo
Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano com
$150.000,00. Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas nominal e real deste
empréstimo.
Teremos que a taxa nominal será igual a:
in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 = 25%
Portanto in = 25%
Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
(1 + in) = (1+r). (1 + j)
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
1,25 = (1 + r).1,10
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%

Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos para a taxa real de juros:
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
1,25 = (1 + r).1,30
1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos uma taxa real de juros negativa.

Exemplo
$100.000,00 foi emprestado para ser quitado por $150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no período foi de 20%,
qual a taxa real do empréstimo?
Resposta: 25%

Taxas Proporcionais
Para se compreender mais claramente o significado destas taxas deve-se reconhecer que toda operação envolve dois
prazos:
- o prazo a que se refere à taxa de juros; e
- o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (ASSAF NETO, 2001).

Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro simples são ditas proporcionais quando seus valores e seus respecti-
vos períodos de tempo, reduzidos a uma mesma unidade, forem uma proporção. (PARENTE, 1996). Exemplos

Prestação = amortização + juros

Há diferentes formas de amortização, conforme descritas a seguir.

Para os exemplos numéricos descritos nas tabelas, em todas as diferentes formas de amortização, utilizaremos o mes-
mo exercício: uma dívida de valor inicial de R$ 100 mil, prazo de três meses e juros de 3% ao mês.

82
MATEMÁTICA

Pagamento único
É a quitação de toda a dívida (amortização + juros) em um único pagamento, ao final do período. Utilizamos a mesma
fórmula do montante:

Nos juros simples:

M = C (1 + i×n)
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:

Amortiza- Saldo de-


n Juros Prestação
ção vedor

0 - - -
100.000,00

1 - -
3.000,00 103.000,00

2 - -
3.000,00 106.000,00

3 109.000,00 -
3.000,00 100.000,00
Nos juros compostos:

Amortiza- Saldo deve-


n Juros Prestação
ção dor
0 - - - 100.000,00

1 - - 103.000,00
3.000,00

2 - - 106.090,00
3.090,00

3 -
3.182,70 100.000,00 109.272,70

Sistema Price (Sistema Francês)

Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo

83
MATEMÁTICA

i = taxa de juros
n = período

A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:

Amortiza- Saldo de-


n Juros Prestação
ção vedor

0 - -
- 100.000,00

1 32.353,04
3.000,00 35.353,04 67.646,96

2 33.323,63
2.029,41 35.353,04 34.323,33

3 34.323,33 -
1.029,71 35.353,04

Sistema de Amortização Misto (SAM)


É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

Amortiza-
n Juros Prestação Saldo devedor
ção
0 - - - 100.000,00

1 3.000,00 67.156,81
32.843,19 35.843,19

2 2.014,70 33.828,32
33.328,49 35.343,19

3 1.014,87 -
33.828,32 34.843,19

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros

84
MATEMÁTICA

n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

Amorti- Presta- Saldo


n Juros
zação ção devedor

0 -
3.000,00 3.000,00 100.000,00

1
2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66

2
1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63

3 -
34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Nº Prestação Prestação Juros Amortização Saldo Devedor


0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000

85
MATEMÁTICA

9 10400 400 10000 30000


10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -
Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês
O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 33.333,33 36.333,33 66.666,67
2 2.000,00 33.333,33 35.333,33 33.333,34
3 1.000,00 33.333,34 34.333,34 -

Qual a melhor forma de amortização?


A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.

N Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)

As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitali-
zação por juros compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas
se equivale. Vejam: no nosso exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês
(regime de juros compostos) ou 9,27% no acumulado dos três meses.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão

0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00


100.000,00

1 - (2.912,62) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)


(35.275,08)

86
MATEMÁTICA

2 - (2.827,79) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)


(33.305,05)

3 (100.000,00) (94.259,59) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)


(31.419,87)
VPL - - - - - (173,09)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo.
Isso seria uma situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto
menor (em módulo) o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de
vista financeiro.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)
3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir,
teremos como custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais
barato do que uma aplicação no mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador
do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.

n Pgto único (jrs comp.) Sistema Americano SAC PRICE SAM Alemão
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53
OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 4% ao mês.
Referências

Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexercicios_


matematica_finaceiraNos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

Nos juros simples:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.000,00 - - 106.000,00
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 -

87
MATEMÁTICA

Nos juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.090,00 - - 106.090,00
3 3.182,70 100.000,00 109.272,70 -

Sistema Price (Sistema Francês)


Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período
A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
2 2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33
3 1.029,71 34.323,33 35.353,04 -

Sistema de Amortização Misto (SAM)


É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.843,19 35.843,19 67.156,81
2 2.014,70 33.328,49 35.343,19 33.828,32
3 1.014,87 33.828,32 34.843,19 -

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

88
MATEMÁTICA

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período
n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
1 2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2 1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63
3 - 34.353,64 34.353,64 (0,01)
OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:
Saldo
Nº Prestação Prestação Juros Amortização
Devedor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000

89
MATEMÁTICA

11 10200 200 10000 10000


12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:


n Juros Amortização Prestação Saldo devedor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -
Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês
O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Questões

01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Para comprar um automóvel, Pedro realizou uma pesquisa em 3 con-
cessionárias e obteve as seguintes propostas de financiamento:

Concessionária 1: Entrada de R$ 12.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 30 dias após a entrada.


Concessionária 2: Entrada de R$ 13.000,00 + 1 prestação de R$ 29.120,00 para 60 dias após a entrada.
Concessionária 3: Entrada de R$ 13.000,00 + 2 prestações R$ 14.560,00 para 30 e 60 dias após a entrada, respectiva-
mente.

Sabendo que a taxa de juros compostos era 4% ao mês, para a aquisição do automóvel
(A) a melhor proposta é a 1, apenas.
(B) a melhor proposta é a 2, apenas.
(C) a melhor proposta é a 3, apenas.
(D) as melhores propostas são 2 e 3, por serem equivalentes.
(E) as melhores propostas são 1 e 2, por serem equivalentes.

02. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um empréstimo foi obtido para ser liquidado em 10 parcelas mensais de
R$ 2.000,00, vencendo-se a primeira parcela um mês após a data da obtenção. A taxa de juros negociada com a instituição
financeira foi 2% ao mês no regime de capitalização composta. Se, após o pagamento da oitava parcela, o devedor decidir
liquidar o saldo devedor do empréstimo nesta mesma data, o valor que deverá ser pago, desprezando-se os centavos, é,
em reais,
(A) 3.846,00.
(B) 3.883,00.
(C) 3.840,00.
(D) 3.880,00.

(E) 3.845,00.

03. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Perito Criminal – IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma pessoa comprou
um vídeo game de última geração em uma loja, parcelando em 12 prestações mensais de 140,00 cada uma, sem entrada.
Sabendo-se que a taxa de juros compostos cobrada pela loja foi de 3% ao mês, sendo que os valores estão arredondados
e que: (1,03)12 = 1,4258
(1,03)12 x 0,03 = 0,0428
0,4258/0,0428 = 9,95

90
MATEMÁTICA

O valor do vídeo game era de: 07. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
(A) R$ 1.393 FCC/2017) Um empréstimo foi contratado com uma taxa
(B) R$ 1.820 nominal de juros de 6% ao trimestre e com capitalização
(C) R$ 1.680 mensal. A taxa efetiva desse empréstimo é igual a
(D) R$ 1.178 (A) 6,2302%.
(E) R$ 1.423 (B) 6,3014%.
(C) 6,1385%.
(D) 6,2463%.
04. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um in- (E) 6,1208%.
vestidor aplicou R$ 10.000,00 em títulos que remuneram à
taxa de juros compostos de 10% ao ano e o prazo para res-
gate da aplicação foi de 2 anos. Sabendo-se que a inflação 08. (TRE/BA – Técnico Judiciário – CESPE/2017) Um
no prazo total da aplicação foi 15%, a taxa real de remune- banco emprestou a uma empresa R$ 100.000, entregues no
ração obtida pelo investidor no prazo total da aplicação foi ato, sem prazo de carência, para serem pagos em quatro
(A) 5,00%. prestações anuais consecutivas pelo sistema de amortiza-
(B) 6,00%. ção constante (SAC). A taxa de juros compostos contratada
(C) 5,22%. para o empréstimo foi de 10% ao ano, e a primeira presta-
(D) 5,00% (negativo). ção será paga um ano após a tomada do empréstimo.
(E) 4,55%. Nessa situação, o valor da segunda prestação a ser
paga pela empresa será
(A) superior a R$ 33.000.
05. (TST - Analista Judiciário - FCC/2017) Uma em- (B) inferior a R$ 30.000.
presa obteve um empréstimo no valor de R$ 100.000,00 (C) superior a R$ 30.000 e inferior a R$ 31.000.
para ser liquidado em uma única parcela no final do prazo (D) superior a R$ 31.000 e inferior a R$ 32.000.
de 2 meses. A taxa de juros compostos negociada foi 3% ao (E) superior a R$ 32.000 e inferior a R$ 33.000.
mês e a empresa deve pagar, adicionalmente, na data da
obtenção do empréstimo, uma taxa de cadastro no valor
de R$ 1.000,00. Na data do vencimento do empréstimo a 09. (EMBASA – Contador – IBFC/2017) Um clien-
empresa deve pagar, junto com o valor que pagará à ins- te fez um empréstimo no valor de R$ 2.000,00 no Banco
tituição financeira, um imposto no valor de R$ 530,00. O ABC em 31/12/2013 para reaplicar em um investimento
custo efetivo total para a empresa no prazo do emprésti- em sua empresa. A taxa de juros cobrada pelo Banco era
mo, foi de 10% ao ano. Após um ano, em 31/12/2014, o fluxo de
(A) 7,70%. caixa da empresa foi de R$ 1.100,00. Após dois anos, em
(B) 6,09%. 31/12/2015, o fluxo de caixa da empresa foi de R$ 1.210,00
(C) 7,62%. e em 31/12/2016, após três anos, o fluxo de caixa da em-
(D) 6,00%. presa foi de R$ 1.331,00.
(E) 7,16%. O valor presente líquido dos valores do fluxo de caixa,
trazidos a valor presente em 31/12/2013, era de:
(A) R$ 1.100,00
06. (TRE/PR - Analista Judiciário - FCC/2017) A Cia. (B) R$ 1.000,00
Ted está avaliando a alternativa de compra de um novo (C) R$ 2.210,00
equipamento por R$ 480.000,00 à vista. Estima-se que a (D) R$ 2.331,00
vida útil do equipamento seja de 3 anos, que o valor residual
de revenda no final do terceiro ano seja R$ 70.000,00 e que
os fluxos líquidos de caixa gerados por este equipamento 10.(DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Um
ao final de cada ano sejam R$ 120.000,00, R$180.000,00 e comerciante recebeu, no meio do mês, uma excelente ofer-
R$ 200.000,00, respectivamente. Sabendo que a taxa míni- ta de compra de material para sua empresa no valor de
ma de atratividade é de 10% a.a., a alternativa R$8.000,00. No entanto, por estar desprovido de recursos,
(A) apresenta valor presente líquido positivo. precisou tomar um empréstimo junto ao seu banco, em
(B) apresenta valor presente líquido negativo. parcelas de 15 vezes a uma taxa de juros 2,5% a.m. Deter-
(C) apresenta taxa interna de retorno maior que 10% mine o valor da última prestação do empréstimo, lembran-
a.a. do que o Sistema de financiamento usado é o SAC.
(D) é economicamente viável à taxa mínima de atrati- (A) R$ 533,33
vidade de 10% a.a.. (B) R$ 733,33
(E) é economicamente viável à taxa mínima de atrativi- (C) R$ 653,33
(D) R$ 560,00
dade de 12% a.a..
(E) R$ 546,67

91
MATEMÁTICA

Respostas 06. Resposta: B.


VPL = valor presente das entradas – valor presente das
01. Resposta: B. saídas
Concessionária 1

Concessionária 2 07. Resposta: E.


Temos que transformar os 6% ao trimestre em capita-
lização mensal
6/3=2%a.m
1,02³=1,061208=6,1208%
Concessionária 3

08. Resposta: E.
SD=100000
A=100000/4=25000
02. Resposta: B. J=(100000-25000)⋅0,1
J=7500
P=A+J
P=25000+7500=32500

03. Resposta: A.
Sendo PMT o valor da parcela e PV o valor presente, 09. Resposta: B.
usaremos o sistema de amortização PRICE, por ser parcelas
fixas:

10. Resposta: E.
8000/15 = 533,33
Portanto, a última parcela será de 533,33⋅1,025=546,66

04. Resposta: C.
Sendo i a taxa de juros nominal
R a taxa de juros real
J a taxa de juros de inflação
1+i=(1+r)(1+j)
(1+0,1)²=(1+r)⋅(1+0,15)
1,1²=(1+r) ⋅1,15
1,21=1,15+1,15r
0,06=1,15r
R=0,05217≅0,0522=5,22%

05. Resposta: A.
M=C(1+i)t
M=100000(1+0,03)²=106090
Como teve uma taxa de 1000, a empresa recebeu en-
tão 99000
A empresa teve eu pagar 106090+530=106620
106620=99000(1+i)
106620=99000+99000i
7620=99000i
I=0,0769=7,69%

92
MATEMÁTICA

Exemplo
PRINCÍPIOS DE CONTAGEM E Usando somente algarismos 5, 6 e 7. Quantos números
PROBABILIDADE de 2 algarismos distintos podemos formar?

Análise Combinatória

A Análise Combinatória é a área da Matemática que


trata dos problemas de contagem.

Princípio Fundamental da Contagem

Estabelece o número de maneiras distintas de ocorrên-


cia de um evento composto de duas ou mais etapas.
Se uma decisão E1 pode ser tomada de n1 modos e, a
decisão E2 pode ser tomada de n2 modos, então o número
de maneiras de se tomarem as decisões E1 e E2 é n1.n2.

Exemplo

Observe que os números obtidos diferem entre si:


Pela ordem dos elementos: 56 e 65
Pelos elementos componentes: 56 e 67
Cada número assim obtido é denominado arranjo sim-
ples dos 3 elementos tomados 2 a 2.

Indica-se

O número de maneiras diferentes de se vestir é:2(cal-


ças). 3(blusas)=6 maneiras
Permutação Simples
Fatorial Chama-se permutação simples dos n elementos, qual-
quer agrupamento(sequência) de n elementos distintos de
É comum nos problemas de contagem, calcularmos o E.
produto de uma multiplicação cujos fatores são números O número de permutações simples de n elementos é
naturais consecutivos. Para facilitar adotamos o fatorial. indicado por Pn.

Exemplo
Arranjo Simples Quantos anagramas tem a palavra CHUVEIRO?
Solução
Denomina-se arranjo simples dos n elementos de E, p a A palavra tem 8 letras, portanto:
p, toda sequência de p elementos distintos de E.

Permutação com elementos repetidos


De modo geral, o número de permutações de n ob-
jetos, dos quais n1 são iguais a A, n2 são iguais a B, n3 são
iguais a C etc.

93
MATEMÁTICA

Exemplo
Quantos anagramas tem a palavra PARALELEPÍPEDO?
Solução
Se todos as letras fossem distintas, teríamos 14! Per-
mutações. Como temos uma letra repetida, esse número
será menor.
Temos 3P, 2A, 2L e 3 E

Combinação Simples Binômio de Newton


Dado o conjunto {a1, a2, ..., an} com n objetos distintos, Denomina-se binômio de Newton todo binômio da
podemos formar subconjuntos com p elementos. Cada sub- forma , com n∈N. Vamos desenvolver alguns bi-
conjunto com i elementos é chamado combinação simples. nômios:

Exemplo
Calcule o número de comissões compostas de 3 alunos
que podemos formar a partir de um grupo de 5 alunos.
Solução
Observe que os coeficientes dos termos formam o
triângulo de Pascal.

Números Binomiais
O número de combinações de n elementos, tomados
p a p, também é representado pelo número binomial .

Questões

Binomiais Complementares 01. (UFES - Assistente em Administração –


Dois binomiais de mesmo numerador em que a soma UFES/2017) Uma determinada família é composta por
dos denominadores é igual ao numerador são iguais: pai, por mãe e por seis filhos. Eles possuem um automó-
vel de oito lugares, sendo que dois lugares estão em dois
bancos dianteiros, um do motorista e o outro do carona, e
os demais lugares em dois bancos traseiros. Eles viajarão
no automóvel, e o pai e a mãe necessariamente ocuparão
Relação de Stifel um dos dois bancos dianteiros. O número de maneiras de
dispor os membros da família nos lugares do automóvel é
igual a:

(A) 1440
Triângulo de Pascal (B) 1480
(C) 1520
(D) 1560
(E) 1600

02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) To-


mando os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, quantos números
pares de 4 algarismos distintos podem ser formados?

(A) 120.
(B) 210.
(C) 360.
(D) 630.
(E) 840.

94
MATEMÁTICA

03. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) Seis livros (A) 210


diferentes estão distribuídos em uma estante de vidro, con- (B) 630
forme a figura abaixo: (C) 15.120
(D) 9.129.120

07. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/


IAUPE – 2017) No carro de João, tem vaga apenas para
3 dos seus 8 colegas. De quantas formas diferentes, João
pode escolher os colegas aos quais dá carona?
(A) 56
(B) 84
Considerando-se essa mesma forma de distribuição, (C) 126
de quantas maneiras distintas esses livros podem ser orga- (D) 210
nizados na estante? (E) 120
(A) 30 maneiras
(B) 60 maneiras 08. (UPE – Técnico em Administração – UPENET/
(C) 120 maneiras IAUPE – 2017) Num grupo de 15 homens e 9 mulheres,
(D) 360 maneiras quantos são os modos diferentes de formar uma comissão
(E) 720 maneiras composta por 2 homens e 3 mulheres?
(A) 4725
04. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação (B) 12600
– UTFPR/2017) Em um carro que possui 5 assentos, irão (C) 3780
viajar 4 passageiros e 1 motorista. Assinale a alternativa (D) 13600
que indica de quantas maneiras distintas os 4 passageiros (E) 8820
podem ocupar os assentos do carro.
(A) 13. 09. (SESAU/RO – Enfermeiro – FUNRIO/2017) Um
(B) 26. torneio de futebol de várzea reunirá 50 equipes e cada
(C) 17. equipe jogará apenas uma vez com cada uma das outras.
(D) 20. Esse torneio terá a seguinte quantidade de jogos:
(E) 24. (A) 320.
(B) 460.
05. (UTFPR - Técnico de Tecnologia da Informação – (C) 620.
UTFPR/2017) A senha criada para acessar um site da inter- (D) 1.225.
net é formada por 5 dígitos. Trata-se de uma senha alfanu- (E) 2.450.
mérica. André tem algumas informações sobre os números
e letras que a compõem conforme a figura. 10. (IFAP – Engenheiro de Segurança do Trabalho
– FUNIVERSA/2016) Considerando-se que uma sala de
aula tenha trinta alunos, incluindo Roberto e Tatiana, e que
a comissão para organizar a festa de formatura deva ser
composta por cinco desses alunos, incluindo Roberto e Ta-
tiana, a quantidade de maneiras distintas de se formar essa
comissão será igual a:
(A) 3.272.
Sabendo que nesta senha as vogais não se repetem e (B) 3.274.
também não se repetem os números ímpares, assinale a (C) 3.276.
alternativa que indica o número máximo de possibilidades (D) 3.278.
que existem para a composição da senha. (E) 3.280.
(A) 3125.
(B) 1200. Respostas
(C) 1600.
(D) 1500. 01. Resposta: A.
(E) 625. P2⋅P6=2!⋅6!=2⋅720=1440

06. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSUF- 02. Resposta: C.


GO/2017) Uma empresa de limpeza conta com dez faxi- __ ___ __ __
neiras em seu quadro. Para atender três eventos em dias 6⋅ 5⋅ 4⋅ 3=360
diferentes, a empresa deve formar três equipes distintas,
com seis faxineiras em cada uma delas. De quantas manei- 03. Resposta: E.
ras a empresa pode montar essas equipes? P6=6!=6⋅5⋅4⋅3⋅2⋅1=720

95
MATEMÁTICA

04. Resposta: E. Espaço Amostral


P4=4!= 4⋅3⋅2⋅1=24 Num experimento aleatório, o conjunto de todos os
resultados possíveis é chamado espaço amostral, que se
05. Resposta: B. indica por E.
Vogais: a, e, i, o, u No lançamento de um dado, observando a face volta-
Números ímpares: 1,3,5,7,9 da para cima, tem-se:
E={1,2,3,4,5,6}
No lançamento de uma moeda, observando a face vol-
tada para cima:
E={Ca,Co}

5⋅5⋅4⋅4⋅3=1200 Evento
É qualquer subconjunto de um espaço amostral.
06. Resposta: D. No lançamento de um dado, vimos que
E={1,2,3,4,5,6}
Esperando ocorrer o número 5, tem-se o evento {5}:
Ocorrer um número par, tem-se {2,4,6}.
Como para os três dias têm que ser diferentes:
__ __ __ Exemplo
210⋅209⋅208=9129120 Considere o seguinte experimento: registrar as faces
voltadas para cima em três lançamentos de uma moeda.
07. Resposta: A.
a) Quantos elementos tem o espaço amostral?
b) Descreva o espaço amostral.

Solução
a) O espaço amostral tem 8 elementos, pois cada lan-
08. Resposta: E. çamento, há duas possibilidades.

2x2x2=8
b) E={(C,C,C), (C,C,R),(C,R,C),(R,C,C),(R,R,C),(R,C,R),(-
C,R,R),(R,R,R)}

Probabilidade
Considere um experimento aleatório de espaço amos-
09. Resposta: D. tral E com n(E) amostras equiprováveis. Seja A um evento
com n(A) amostras.

10. Resposta: D.
Eventos complementares
Roberto Tatiana __ ___ ___ Seja E um espaço amostral finito e não vazio, e seja A
um evento de E. Chama-se complementar de A, e indica-se
São 30 alunos, mas vamos tirar Roberto e Tatiana que por , o evento formado por todos os elementos de E que
terão que fazer parte da comissão. não pertencem a A.
30-2=28

Experimento Aleatório

Qualquer experiência ou ensaio cujo resultado é im-


previsível, por depender exclusivamente do acaso, por
exemplo, o lançamento de um dado.

96
MATEMÁTICA

Note que Eventos Simultâneos


Considerando dois eventos, A e B, de um mesmo espa-
ço amostral, a probabilidade de ocorrer A e B é dada por:

Exemplo
Uma bola é retirada de uma urna que contém bolas
coloridas. Sabe-se que a probabilidade de ter sido retira- Questões
da uma bola vermelha é Calcular a probabilidade de ter
sido retirada uma bola que não seja vermelha. 01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Em
cada um de dois dados cúbicos idênticos, as faces são nu-
Solução meradas de 1 a 6. Lançando os dois dados simultaneamen-
te, cuja ocorrência de cada face é igualmente provável, a
probabilidade de que o produto dos números obtidos seja
um número ímpar é de:
são complementares.
(A) 1/4.
(B) 1/3.
(C) 1/2.
(D) 2/3.
(E) 3/4.
Adição de probabilidades
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral E, 02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
finito e não vazio. Tem-se: - MSCONCURSOS/2017) A uma excursão, foram 48 pes-
soas, entre homens e mulheres. Numa escolha ao acaso, a
probabilidade de se sortear um homem é de 5/12 . Quan-
Exemplo tas mulheres foram à excursão?
No lançamento de um dado, qual é a probabilidade de (A) 20
se obter um número par ou menor que 5, na face superior? (B) 24
(C) 28
Solução (D) 32
E={1,2,3,4,5,6} n(E)=6
Sejam os eventos 03. (UPE – Técnico em Administração – UPE-
A={2,4,6} n(A)=3 NET/2017) Qual a probabilidade de, lançados simulta-
B={1,2,3,4} n(B)=4 neamente dois dados honestos, a soma dos resultados ser
igual ou maior que 10?
(A) 1/18
(B) 1/36
(C) 1/6
(D) 1/12
(E) ¼

04. (UPE – Técnico em Administração – UPE-


NET/2017) Uma pesquisa feita com 200 frequentadores
Probabilidade Condicional
de um parque, em que 50 não praticavam corrida nem ca-
É a probabilidade de ocorrer o evento A dado que
minhada, 30 faziam caminhada e corrida, e 80 exercitavam
ocorreu o evento B, definido por:
corrida, qual a probabilidade de encontrar no parque um
entrevistado que pratique apenas caminhada?
(A) 7/20
(B) 1/2
E={1,2,3,4,5,6}, n(E)=6 (C)1/4
B={2,4,6} n(B)=3 (D) 3/20
A={2} (E) 1/5

05. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – Perito Criminal –


IBFC/2017) A probabilidade de se sortear um número
múltiplo de 5 de uma urna que contém 40 bolas numera-
das de 1 a 40, é:
(A) 0,2
(B) 0,4
(C) 0,6
(D) 0,7
(E) 0,8

97
MATEMÁTICA

06. (PREF. DE PIRAUBA/MG – Assistente Social – Respostas


MSCONCURSOS/2017) A probabilidade de qualquer uma
das 3 crianças de um grupo soletrar, individualmente, a pa- 01. Resposta: A.
lavra PIRAÚBA de forma correta é 70%. Qual a probabili- Para o produto ser ímpar, a única possibilidade, é que
dade das três crianças soletrarem essa palavra de maneira os dois dados tenham ímpar:
errada?
(A) 2,7%
(B) 9%
(C) 30%
(D) 35,7% 02. Resposta: C.
Como para homens é de 5/12, a probabilidade de es-
07. (UFTM – Tecnólogo – UFTM/2016) Lançam-se si- colher uma mulher é de 7/12
multaneamente dois dados não viciados, a probabilidade
de que a soma dos resultados obtidos seja nove é:
(A) 1/36
(B) 2/36 12x=336
(C) 3/36 X=28
(D) 4/36
03. Resposta: C.
08. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO P=6x6=36
AOCP/2016) Um empresário, para evitar ser roubado, es- Pra ser maior ou igual a 10:
condia seu dinheiro no interior de um dos 4 pneus de um 4+6
carro velho fora de uso, que mantinha no fundo de sua 5+5
casa. Certo dia, o empresário se gabava de sua inteligência 5+6
6+4
ao contar o fato para um de seus amigos, enquanto um
6+5
ladrão que passava pelo local ouvia tudo. O ladrão tinha
6+6
tempo suficiente para escolher aleatoriamente apenas um
dos pneus, retirar do veículo e levar consigo. Qual é a pro-
babilidade de ele ter roubado o pneu certo?
(A) 0,20.
(B) 0,23.
04. Resposta: A.
(C) 0,25. Praticam apenas corrida: 80-30=50
(D) 0,27. Apenas caminhada:x
(E) 0,30. X+50+30+50=200
70
09. (MRE – Oficial de Chancelaria – FGV/2016) Em P=70/200=7/20
uma urna há quinze bolas iguais numeradas de 1 a 15. Re-
tiram-se aleatoriamente, em sequência e sem reposição, 05. Resposta: A.
duas bolas da urna. M5={5,10,15,20,25,30,35,40}
P=8/40=1/5=0.2
A probabilidade de que o número da segunda bola re-
tirada da urna seja par é: 06. Resposta:A.
(A) 1/2; A probabilidade de uma soletrar errado: 0,3
(B) 3/7; __ __ __
(C) 4/7; 0,3⋅0,3⋅0,3=0,027=2,7%
(D) 7/15;
(E) 8/15. 07. Resposta: D.
Para dar 9, temos 4 possibilidades
10. (CASAN – Advogado – INSTITUTO AOCP/2016) 3+6
Lançando uma moeda não viciada por três vezes consecu- 6+3
tivas e anotando seus resultados, a probabilidade de que a 4+5
face voltada para cima tenha apresentado ao menos uma 5+4
cara e ao menos uma coroa é:
(A) 0,66. P=4/36
(B) 0,75.
(C) 0,80. 08. Resposta: C.
(D) 0,98. A probabilidade é de 1/4, pois o carro tem 4 pneus e o
(E) 0,50. dinheiro está em 1.
1/4=0,25

98
MATEMÁTICA

09. Resposta: D.
Temos duas possibilidades
As bolas serem par/par ou ímpar/par
Ser par/par:

Os números pares são: 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14

Ímpar/par:

Os números ímpares são: 1, 3, 5, 7, 9, 11 ,13, 15

A probabilida de é par/par OU ímpar/par

10. Resposta: B.
São seis possibilidades:
Cara, coroa, cara

Cara, coroa, coroa

Cara, cara, coroa

Coroa, cara, cara

Coroa, coroa, cara


Coroa, cara, coroa

99
MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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MATEMÁTICA

ANOTAÇÕES

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102
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Noções básicas de: matemática financeira, compras, veiculação, circulação................................................................................... 01


Arquivamento de documentos;.......................................................................................................................................................................... 15
Registro, admissão, movimentação, demissão e pagamento de pessoal, contratações;............................................................. 34
Estoque e almoxarifado;........................................................................................................................................................................................ 49
Impostos; elaboração e acompanhamento de orçamento...................................................................................................................... 52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

-se os 2 regimes de capitalização, podemos ver que para


NOÇÕES BÁSICAS DE: MATEMÁTICA o primeiro período considerado, o montante e os juros são
FINANCEIRA, COMPRAS, VEICULAÇÃO, iguais, tanto para o regime de capitalização simples quanto
para o regime de capitalização composto; Salvo aviso em
CIRCULAÇÃO
contrário, os juros devidos no fim de cada período (juros
postecipados) a que se refere a taxa de juros. No regime de
capitalização simples, o montante evolui como uma pro-
Conceito: a MATEMÁTICA FINANCEIRA  tem por gressão aritmética, ou seja, linearmente, enquanto que no
objetivo estudar as diversas formas de evolução do valor regime de capitalização composta o montante evolui como
do dinheiro no tempo, bem como as formas de análise e uma progressão geométrica, ou seja, exponencialmente.
comparação de alternativas para aplicação / obtenção de Fluxo de Caixa: o fluxo de caixa de uma empresa, de
recursos financeiros. uma aplicação financeira ou de um empréstimo consiste no
Capital: é qualquer valor expresso em moeda (dinheiro conjunto de entradas (recebimentos) e saídas (pagamen-
ou bens comercializáveis) disponível em determinada épo- tos) de dinheiro ao longo de um determinado período.
ca. Referido montante de dinheiro também é denominado O sistema de compras baseia-se em uma ação que
de capital inicial ou principal. envolve atividades de pesquisas para a melhor adequação
Juros:  é o aluguel que deve ser pago ou recebido pela dos objetivos organizacionais.
utilização de um valor em dinheiro durante um certo tem-
po; é o rendimento em dinheiro, proporcionado pela uti- Suas atividades básicas são: analisar ordem de pedido,
lização de uma quantia monetária, por um certo período buscar melhores preços, encontrar fornecedores certos,
de tempo. fontes de fornecimentos, novos materiais, novos mercados
Taxa de Juros:  é um coeficiente que corresponde à e assim por diante.
razão entre os juros pagos ou recebidos no fim de um de-
terminado período de tempo e o capital inicialmente em- Compras dependem de sistemas de gestão moderna e
patado. com uso de tecnologia, são fontes geradoras de benefícios
Exemplo: e de lucros para as empresas. Compra deve trabalhar com
Capital Inicial : $ 100 pesquisa constante em todo seu envolvimento. Podemos
Juros : $ 150 - $ 100 = $ 50 ressaltar as seguintes ações; Suprimentos e de Apoio.
Taxa de Juros: $ 50 / $ 100 = 0,5 ou 50 % ao período
a taxa de juros sempre se refere a uma unidade de tem- Ações de suprimento: Solicitação de compras; Coleta
po (dia, mês, ano, etc) e pode ser apresentada na forma per- de preços; Análise dos preços; Pedido de Compras;
centual ou unitária. Acompanhamento do pedido.
Taxa de Juros unitária:  a taxa de juros expressa na
forma unitária é quase que exclusivamente utilizada na Ações de apoio: Desenvolvimento de fornecedores;
aplicação de fórmulas de resolução de problemas de Mate- Desenvolvimento de novos materiais; Qualificação de
mática Financeira; para conseguirmos a taxa unitária ( 0.05 fornecedores; Negociação Solicitação de Compras.
) a partir da taxa percentual ( 5 % ), basta dividirmos a taxa É o documento que contém as informações sobre o
percentual por 100: 5 % / 100 = 0.05  que comprar. Pode ser originado por vários setores,
Montante:  denominamos Montante ou Capital Final dependendo do tipo de material: Material processo de
de um financiamento (ou aplicação financeira) a soma do fabricação (matéria-prima, material de manutenção e
Capital inicialmente emprestado (ou aplicado) com os juros material auxiliar) – Estoque; Material de uso específico do
pagos (ou recebidos). solicitante, originado nos setores funcionais da empresa.
Capital Inicial = $ 100
+ Juros = $ 50 O Objetivo da função de compras: Apesar da variedade
= Montante = $ 150 de compras que uma empresa realiza, há alguns objetivos
Regimes de Capitalização:  quando um capital é em- básicos da atividade de compras, que são válidos para
prestado ou investido a uma certa taxa por período ou di- todos os materiais e serviços comprados. Materiais e
versos períodos de tempo, o montante pode ser calculado serviços podem: Ser da qualidade certa; Ser entregues
de acordo com 2 regimes básicos de capitalização de ju- rapidamente, se necessário; Ser entregues no momento
ros: • capitalização simples; • capitalização composta; certo e na quantidade correta; Ser capazes de alteração em
Capitalização Simples:  somente o capital inicial rende termos de especificação, tempo de entrega ou quantidade
juros, ou seja, os juros são devidos ou calculados exclusiva- (flexibilidade); Ter preço correto.
mente sobre o principal ao longo dos períodos de capitali- Um aspecto das compras a ser analisado periodicamente
zação a que se refere a taxa de juros diz respeito aos tipos de produtos ou mercadorias que se
Capitalização Composta:  os juros produzidos ao fi- compra. Nas empresas industriais a análise é fácil de fazer,
nal de um período são somados ao montante do início pois o que define os tipos de matérias-primas e insumos a
do período seguinte e essa soma passa a render juros no serem adquiridos são as linhas de produtos fabricados pela
período seguinte e assim sucessivamente. Comparando- empresa. Nas firmas prestadoras de serviços, também é
simples analisar e avaliar o que está sendo comprado, pois

1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

os produtos são definidos em função dos tipos de serviços prestados pela empresa. Já na empresa comercial, analisar que
tipos de mercadorias estão sendo compradas é uma questão difícil e complexa. De um modo geral, podemos classificar as
mercadorias de uma empresa comercial em três tipos, de acordo com a rotatividade de seus estoques: Mercadorias de alto
giro; Mercadorias de médio giro; Mercadorias de baixo giro.
As mercadorias de alto giro são aquelas destinadas a provocar tráfego no salão de vendas. Esse tipo de mercadoria
quase sempre dá pouco lucro, mas exerce um efeito de atração da clientela. Num bar, por exemplo, são aquelas que ficam
bem à vista do freguês: cigarro, fósforo, chicletes, balinhas etc.
As mercadorias de médio e baixo giro são aquelas que apresentam uma rotação de estoque mais lenta. Permitem taxas
de marcação mais elevadas para compensar a demora de suas saídas.
Como pode ser observado, para analisar se o que você está comprando para vender no varejo são os tipos de
mercadorias ideais para o seu ramo de atividade, tem-se, obrigatoriamente, de levar em consideração a rotatividade dos
seus estoques, utilizando o seguinte roteiro: Agrupamento das mercadorias de acordo com a sua frequência de saída (alta,
média ou baixa rotatividade); Levantamento dos custos das mercadorias em estoque, por grupos, de acordo com o seu giro;
Somatório dos valores encontrados nos grupos de mercadorias; Cálculo do percentual correspondente a cada grupo, em
relação ao somatório; Análise dos percentuais encontrados.
Os princípios básicos da organização de compras constituem-se de normas fundamentais assim consideradas:
autoridade para compra; registro de compras; registro de preços; registro de estoques e consumo; registro de fornecedores;
arquivos e especificações; arquivos de catálogos.
Completando a organização, podemos incluir como atividades típicas da seção de compras:
a) Pesquisa dos fornecedores: estudo do mercado; estudo dos materiais; análise dos custos; investigação das fontes
de fornecimento; inspeção das fábricas dos fornecedores; desenvolvimento de fontes de fornecimento; desenvolvimento
de fontes de materiais alternativos.
b) Aquisição: conferência de requisições; análise das cotações; decidir comprar por meio de contratos ou no mercado
aberto; entrevistar vendedores; negociar contratos; efetuar as encomendas de compras; acompanhar o recebimento de
materiais.
c) Administração: manutenção de estoques mínimos; transferências de materiais; evitar excessos e obsolescência de
estoque; padronizar o que for possível.
d) Diversos: fazer estimativa de custo; dispor de materiais desnecessários, obsoletos ou excedentes; cuidar das
relações comerciais recíprocas.
Além das atividades típicas dentro da organização de compras, outras responsabilidades poderão ser partilhadas com
outros setores: determinação do que fabricar ou comprar; padronização e simplificação; especificações e substituições
de materiais; testes comparativos; controle de estoques; seleção de equipamentos de produção; programas de produção
independentes da disponibilidade de materiais.
É lógico que esses não são completos, pois variam de empresa para empresa, devendo adaptar-se ao tipo de organização
de cada uma.
Normalmente as grandes empresas envolvem várias fábricas; quase sempre se enquadram nesses casos as multinacionais.
O volume de operações de compras, dependendo do empreendimento, pode alcançar quantidades apreciáveis; nesses
casos é necessário saber se todas as compras da organização devem ser feitas em um ponto centralizado, ou estabelecer-se
em seções de compras separadas para cada fábrica ou divisão operacional. Ambos os métodos poderão ser empregados.
A razão para se estabelecer a descentralização das compras podem ser assim resumidas: distância geográfica; tempo
necessário para a aquisição de materiais; facilidade de diálogo.
A centralização completa das compras reúne certas vantagens, conforme podemos verificar: oportunidade de negociar
maiores quantidades de materiais; homogeneidade da qualidade dos materiais adquiridos; controle de materiais e estoques.
A organização de compras por divisão de grupos é funcional quando as seções são de tamanho moderado e quando
tais atribuições são entregues a compradores individuais. Os itens de cada grupo são especificados de acordo com a
origem, necessidade e valor do material. A figura a seguir mostra um organograma de uma seção de compras.

2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

As Etapas do processo de compra são as seguintes:

1) Coleta de Preços: Documento de registro da pesquisa de preços que fazemos em função de ter recebido a solicitação
de compra dos fornecedores que temos aprovado para este material específico. Nele anotamos os dados recebidos dos
fornecedores.
2) Pedido de Compras: É o contrato formal entre a empresa e o fornecedor, deverá representar todas as condições
estabelecidas nas negociações. No pedido deverá constar: preço unitário e total, condições de fornecimento, prazo de
entrega, condições de pagamento, especificações técnicas do fornecimento, embalagens e transporte.
3) Acompanhamento do Pedido: Conhecido como follow-up, é o procedimento para manter sob controle todos os
pedidos, até o momento em que ele é liberado para o processo de nossa empresa. Sua finalidade é evitar atrasos, problemas
para o cliente na entrega do pedido.
4) Desenvolvimento de fornecedores: É o procedimento que possibilita à empresa selecionar os futuros fornecedores sendo
os melhores fornecedores do mercado e que tenham condições de atender a todas especificações e exigências da empresa.
5) Desenvolvimento de novos materiais: É o procedimento que possibilita à empresa pesquisar e selecionar novos
materiais ou materiais alternativos o principal objetivo é estabelecer alternativas econômicas ou técnicas para melhorar
o desempenho dos produtos no mercado. Baseando-se em especificações e parâmetros fornecidos pelo mercado ou pela
engenharia.
6) Qualificação de fornecedores: É responsabilidade da área de engenharia; a área de compras tem um a função de
ligação entre o fornecedor e a engenharia, ou seja, pesquisa de mercado.
7) Negociação: É um procedimento de relacionamento entre a empresa e o fornecedor , quando ambas as partes
ganham, esse procedimento é fácil não cria conflito entre as partes, é um importante elemento de fortalecimento dos laços
de interesses, de melhorias contínuas e principalmente de aumento dos lucros para ambas empresas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Compras e Desenvolvimento de Fornecedores: A atividade de compras é realizada no lado do suprimento da empresa,


estabelecendo contratos com fornecedores para adquirir materiais e serviços, ligados ou não à atividade principal.
Os gestores de compras fazem uma ligação vital entre a empresa e seus fornecedores. Para serem eficazes, precisam
compreender tanto as necessidades de todos os processos da empresa, como as capacitações dos fornecedores que podem
fornecer produtos e serviços para a organização. A figura abaixo demonstra as etapas da interação empresa/fornecedor:

A compra interfere diretamente nas vendas. A qualidade, quantidade, preço e prazo dos produtos fabricados numa
indústria dependem muito das condições em que foram adquiridos os insumos e as matérias-primas. No comércio, as
compras de mercadorias realizadas em melhores condições proporcionam venda mais rápida e, possivelmente, com maior
margem de lucro.
A gestão de compras é tida como um fator estratégico nos negócios. Comprar significa à manutenção, funcionamento
e expansão da empresa. As comprar significa procurar, adquirir e receber mercadorias e insumos necessários à manutenção,
funcionamento e expansão da empresa.
As compras são responsáveis por uma margem de 50% a 80% dos gastos da empresa e, portanto, causa grande
impacto nos lucros.
É muito importante refletir sobre como a empresa desenvolve suas compras. Vejamos quais são as modalidades de
compras mais utilizadas:
• Compras de emergência – realizadas às pressas para atender uma necessidade surgida de surpresa. Isso é
desvantajoso porque reduz seu poder de negociação com o fornecedor e a competitividade da empresa no mercado. As
compras de emergência ocasionam aquisição de mercadorias com preços altos e rupturas no estoque, além da paralisação
da unidade, motivado por falta de controle por parte de quem requisita ou compra. Assim, para reduzir ou anular as
compras de emergência, a empresa deve estabelecer controle de estoque adequado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

• Compras especulativas – são feitas para Outra característica do com comprador é estar
especular com possível alta de preços, geralmente perfeitamente identificado com a política e os padrões
antes da necessidade se apresentar. Esta modalidade de ética definidos pela empresa, como, por exemplo, a
é perigosa, pois além de comprometer o capital de manutenção do sigilo nas negociações que envolvam
giro pode acarretar prejuízos para a empresa, se não mais de um fornecedor ou até mesmo quando um só está
acontecer a alta de preços prevista. envolvido.
• Compras contratadas – realizadas por meio Compradores com boa qualificação profissional
de contratos que preveem a entrega dos produtos fornecem às empresas condições de fazer bons negócios;
em épocas preestabelecidas. Esta modalidade é muito daí vem a maior responsabilidade, constituindo o
utilizada na indústria, para fornecimento de matéria- comprador uma força vital, que faz parte da própria vida da
prima e no comércio, para mercadorias especiais, empresa, pois o objetivo é comprar bem e eficientemente,
modelos exclusivos ou produtos novos não lançados e com isso atender aos objetivos de lucro, uma vez que o
ainda no mercado. departamento de compras é, em igualdade de condições
• Compras de reposição – compras realizadas para com outras áreas, um centro de lucro. E será mais ainda um
adquirir mercadorias que apresentam comportamento centro de lucro quando os fornecedores forem encorajados
estável de vendas. É muito utilizada no comércio, a enfrentar novas ideias e novos projetos, dispondo-se a
principalmente em supermercados, onde os produtos aproveitar a oportunidade de fazerem novos negócios.
de primeira necessidade (pão, leite, arroz, feijão, outros As atividades de compras nas pequenas empresas,
produtos alimentícios) e produtos de higiene e limpeza geralmente são funções exercidas pelo proprietário. De
pessoal (sabonete, pasta de dentes e outros) apresentam qualquer modo o encarregado de compras – seja ele o próprio
um comportamento de vendas equilibrado, durante o dono ou um funcionário – deve conhecer e seguir algumas
ano todo. regras básicas ao bom desempenho de suas funções: Ele
A compra pode ser feita em empresas atacadistas ou conhece bem o mercado? Ele conhece bem os estoques
em grandes varejistas. Mas no momento em que você da empresa? Ele conhece o orçamento da empresa? Ele é
começa a analisar mais profundamente esta questão, vai cauteloso? Ele acompanha permanentemente os pedidos?
notar que não é tão fácil definir quais os fornecedores Ele faz os pedidos por escrito? Ele é atualizado? Ele possui
que apresentam todas as condições necessárias: se o requisitos para desenvolver suas tarefas (responsabilidade;
preço de aquisição é justo e oferece condições de marcar paciência; habilidade no trato com pessoas; bom senso
um preço de venda que permita concorrer no mercado e iniciativa; capacidade para se comunicar; senso de
e, ao mesmo tempo, obter uma boa margem de lucro; se organização; boa memória; gosto pela leitura)?
a qualidade dos produtos oferecidos tem a perfeição do
acabamento exigida pelo consumidor; se a quantidade ⇒ CADASTRO DE FORNECEDORES.
oferecida é suficiente para as necessidades de produção Um dos documentos primordiais do Departamento de
e vendas de um determinado período; se os prazos Compras é o Cadastro de Fornecedor e a Ficha de Material,
de entrega satisfazem as programações de vendas da quando então existem condições de escolher o fornecedor
empresa; se os prazos de pagamento cobrem os prazos ou prováveis fornecedores de determinado material.
médios de vendas e não comprometem o capital de giro Através deste cadastro é que se realizará a seleção dos
próprio. fornecedores que atendam a quatro condições básicas de
uma boa compra: preço, prazo, qualidade e condições de
⇒ PERFIL DO COMPRADOR. pagamento.
O comprador é um elemento experiente e a função é Toda empresa deve possuir um bom cadastro, onde
tida e reconhecida como uma das mais importantes em são registradas as informações necessárias sobre os
uma empresa. O padrão atual exige que um comprador fornecedores (endereço, número do CNPJ, número da
tenha ótimas qualificações e esteja preparado para usá- inscrição, objetivos sociais, pessoas para contato, linhas
las em todas as ocasiões. Para conduzir eficazmente de produtos ou mercadorias, prazo médio de entrega,
suas compras, deve demonstrar conhecimentos amplos condições de pagamento, política de descontos etc.).
das características dos produtos, dos processos e das O setor de compras deve possuir dois tipos de cadastro,
fases de fabricação dos itens comprados. Deve estar um por fornecedor e outro por tipo de material, dos
preparado para discutir em igual nível de conhecimento quais apresentamos modelos. O cadastro de fornecedor
com os fornecedores. reúne fichas de diversos fornecedores, especificando os
O comprador ideal deve saber ouvir atentamente os materiais que fabricam, ou que representam; o cadastro de
argumentos apresentados pelo vendedor, para depois material são fichas em que se identificam os fornecedores
agir sensatamente. Muitas vezes as razões e opiniões aprovados dos quais se pode adquirir. A necessidade desses
apresentadas pelo vendedor poderão ser bem contra dois cadastros é devida a situações em que o comprador
argumentadas, levando a negociação a representar um desconhece o fornecedor de determinado produto; nesse
benefício para a empresa. Assim, uma agressividade bem ele deve consultar o cadastro de material.
orientada, por firmeza de convicções leva a um bom Uma excelente fonte de informação sobre a
termo uma negociação que, à primeira vista, poderia performance do fornecedor é também acompanhar as
parecer de resultado inglório. suas entregas, tendo como finalidade registrar as compras

5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

efetuadas, os recebimentos, as devoluções, as alterações Para o setor público o instrumento utilizado para
de preço e condições de pagamento, os cancelamentos e compras é a licitação, como forma de dar transparência à
as alterações de prazos de entrega. compra pública.
Licitação é o procedimento administrativo pelo
⇒ COMPRAS NO SETOR PÚBLICO. qual uma pessoa governamental pretendendo alienar,
Nas empresas estatais e autárquicas, como também no serviço adquirir ou locar bens, realizar obras ou serviços, segundo
público em geral, ao contrário da iniciativa privada, as aquisições de condições por ela estipuladas previamente, convoca
qualquer natureza obedecem a Lei nº. 8.666, de 21-6-1993, alterada interessados na apresentação de propostas, a fim de
pela Lei nº. 8.883, de 8-6-1994, motivo pelo qual se tornam selecionar a que se revele mais conveniente em função de
totalmente transparentes. Observa-se que a diferença entre parâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados.
os tipos de compras é a formalidade no serviço público e Este procedimento visa garantir duplo objetivo: de um, lado
a informalidade na iniciativa privada. Independentemente proporcionar às entidades governamentais possibilidade
dessa particularidade, os procedimentos são praticamente de realizarem o negócio mais vantajoso; de outro,
idênticos. O artigo 14 da lei de licitações e contratos assegurar aos administrados ensejo de disputarem entre si
administrativos disciplina de forma objetiva: para que a a participação nos negócios que as pessoas administrativas
administração efetue qualquer compra, preliminarmente, deve curvar- entendam de realizar com os particulares.
se a dois princípios fundamentais:1 - A definição precisa do seu A Administração Pública lançará mão da licitação
objeto; 2 - A existência de recursos orçamentários que garantam o toda vez que for comprar bens, executar obras, contratar
pagamento resultante. Assim está determinado no citado artigo 14: serviços, ou conceder a um terceiro o poder de, em seu
“Art. 14 - Nenhuma compra será feita sem a adequada nome, prestar algum tipo de serviço público, como é o caso
caracterização de seu  objeto e indicação dos recursos das concessões.
orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade Quem está obrigado a licitar: União, Estados, Municípios,
do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa ”. Distrito Federal, Territórios e autarquias estão obrigados a
Para se caracterizar o objeto da compra deve-se: licitar, em obediência às pertinentes leis de licitação, o que
1. Avaliar a necessidade (planejamento); é ponto incontroverso. O problema que se põe é saber
2. Definir o quanto adquirir; se as sociedades de economia mista e empresas públicas
3. Verificar as condições de guarda e armazenamento; também se sujeitam ao dever de licitar.
4. Buscar atender o princípio da padronização; Inexigibilidade De Licitação: A obrigatoriedade
5. Obter as informações técnicas quando necessárias; somente não se aplica em determinados casos descritos a
6. Proceder a pesquisas de mercado; seguir conforme decreto-lei Nº 200 de 25 de fevereiro de
7. Definir a modalidade e tipo de licitação ou a sua 1967: Art. 126. As compras, obras e serviços efetuar-se-ão
dispensa / inexigibilidade; com estrita observância do princípio da licitação.
8. Indicar (empenho) os recursos orçamentários. A licitação só será dispensada nos casos previstos nesta
O Objeto de Licitação é o bem/ serviço ao qual a lei. § 2.0. É dispensável a licitação: Nos casos de guerra,
Administração pretende adquirir. Ex.: Prestação de serviços grave perturbação da ordem ou calamidade pública;
de mão-de-obra, Aquisição de Móveis, etc... Quando sua realização comprometer a segurança nacional,
Nos tempos atuais, diante de tamanha evolução no a juízo do Presidente da República; Quando não acudirem
campo tecnológico, empresarial e social, o Estado não interessados à licitação anterior, mantidas, neste caso, as
pode ficar à margem, apenas como expectador. A ideia condições preestabelecidas; Na aquisição de materiais,
de uma Administração Pública baseada na tradição, na equipamentos ou gêneros que só podem ser fornecidos por
rigorosidade formal, numa ordem burocrática pesada, está produtor, empresa ou representante comercial exclusivos,
se tornando modelo ultrapassado e nada eficiente. bem como na contratação de serviços com profissionais
Urge a necessidade de um modelo gerencial na gestão ou firmas de notória especialização; Na aquisição de obras
administrativa, capaz de realizar a função pública de forma de arte e objetos históricos; Quando a operação envolver
eficiente, moderna, acompanhando a evolução econômica concessionário de serviço público ou, exclusivamente,
e financeira da sociedade, sem olvidar dos princípios pessoas de direito público interno ou entidades sujeitas
basilares que orientam a Administração Pública. ao seu controle majoritário; Na aquisição ou arrendamento
Com a crescente demanda por bens, obras, serviços de imóveis destinados ao Serviço Público; Nos casos de
em todo o País, quando ao Estado cumpre garantir emergência, caracterizada a urgência de atendimento de
o desenvolvimento econômico e social, tornou-se situação que possa ocasionar prejuízos ou comprometer
imprescindível adoção de procedimentos e mecanismos de a segurança de pessoas, obras, bens ou equipamentos;
controle, que garantam a aplicação do grande volume de Nas compras ou execução de obras e serviços de pequeno
recursos disponíveis, com eficiência e transparência. Uma vulto, entendidos como tal os que envolverem importância
das formas eficientes utilizadas pela Administração Pública inferior a cinco vezes, no caso de compras e serviços, e a
é a licitação. cinquenta vezes, no caso de obras, o valor do maior salário
A Constituição de 1988, art. 37, inc. XXI criou bases, nas mínimo mensal.
quais mais tarde, em 21 de junho de 1993, assentou-se a Como todo sistema jurídico, o instituto das licitações
Lei Federal nº 8.666, que instituiu o Estatuto das Licitações também tem seus princípios norteadores. Discorreremos
e Contratos Administrativos. acerca de alguns deles, ainda que forma bastante simples.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

O princípio da legalidade, como princípio geral Convite - é a modalidade de licitação mais simples,
previsto no art. 5º, II, da Constituição de 1988, segundo o destinada às contratações de pequeno valor, consistindo
qual “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer senão na solicitação escrita a pelo menos três interessados do
em virtude de lei”, obriga a Administração Pública, quando ramo, registrados ou não, para que apresentem suas
da compra, obra, contração de serviços ou alienação, a propostas no prazo mínimo de cinco dias úteis. O convite
proceder de acordo com o que a Constituição Federal e Leis não exige publicação, porque é feito diretamente aos
preveem. A não observação desse princípio impregnará escolhidos pela Administração através de carta-convite.
o processo licitatório de vício, trazendo nulidade como A lei nova, porém, determina que cópia do instrumento
consequência. convocatório seja afixada em local apropriado, estendendo-
Pelo princípio da isonomia, é assegurada a igualdade se automaticamente aos demais cadastrados da mesma
no tratamento a todos quantos venham participar do categoria, desde que manifestem seu interesse até vinte e
certame licitatório. quatro horas antes da apresentação das propostas;
O princípio da competitividade garante a livre Concurso - é a modalidade de licitação destinada à
participação a todos, porém, essa liberdade de participação escolha de trabalho técnico ou artístico predominantemente
é relativa, não significando que qualquer empresa será de criação intelectual. Normalmente, há atribuição de
admitida no processo licitatório. Por exemplo, não faz prêmio aos classificados, mas a lei admite também a oferta
sentido uma empresa fabricante de automóveis tencionar de remuneração;
participar de um processo de licitação, quando o objeto do Leilão - é espécie de licitação utilizável na venda de
certame seja compra de alimentos. bens móveis e semoventes e, em casos especiais, também
A Administração Pública se balizará no princípio da de imóveis.
impessoalidade para evitar a preferência por alguma • Publicação Dos Editais: os editais de concorrência,
empresa especificamente, cuja não observação implicaria tomada de preços, concurso e leilão deverão ser publicados
prejuízo para a lisura do processo licitatório, e como com antecedência, no mínimo, por uma vez no Diário
consequência a decretação da nulidade do processo. Oficial da União, no Diário Oficial do Estado, ou em jornal
Como a licitação busca atender ao interesse público, de grande circulação no Estado e também, se houver, em
à coletividade, a escolha e julgamento da melhor jornal de circulação no Município, dependendo da estância
proposta obedecerão ao princípio da publicidade, que da licitação.
visa tornar a futura licitação conhecida dos interessados • Prazos Para Publicação Do Edital: o prazo mínimo
e dar conhecimento aos licitantes bem como à sociedade que deverá mediar entre a última publicação do edital
em geral, sobre seus atos. Outra função desse princípio é resumido ou da expedição do convite e o recebimento das
garantir aos cidadãos o acesso à documentação referente à propostas será: De quarenta e cinco dias para: Concurso;
licitação, bem como sua participação em audiências públicas, Concorrência: do tipo “melhor técnica” ou “técnica e
nas hipóteses previstas no art. 39, da Lei nº 8.666/93. preço”, ou execução por empreitada integral; De trinta dias
A proposta mais vantajosa nem sempre é a mais para: Concorrência, nos casos não especificados acima;
barata. Como dizem alguns, às vezes o barato sai caro. A Tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor
Administração Pública deve saber definir quando, quanto, técnica” ou “técnica e preço”; De quinze dias para: Tomada
o que e por que vai comprar, a exemplo da situação onde de preços, nos casos não especificados acima; Leilão; De
há opção de compra ou locação. É nessa análise que cinco dias úteis para: Convite.
o princípio da economicidade se revela, auxiliando a • Procedimento Da Licitação: Apesar dos atos que
aplicação dos recursos públicos com zelo e eficiência. compõem o procedimento terem, cada um, finalidade
Modalidades da Licitação: Cinco são as modalidades específica, eles têm um objetivo comum: a seleção da
de licitação previstas na lei - art. 22 (O § 8’ veda a criação de melhor proposta. Este ato derradeiro do procedimento
outras modalidades licitatórias ou sua combinação): é um ato unilateral que se inclui dentro do próprio
Concorrência - é a modalidade de licitação própria certame, diferentemente do contrato, que é externo
para contratos de grande valor, em que se admite a ao procedimento. “O procedimento da licitação será
participação de quaisquer interessados, cadastrados ou iniciado com a abertura de processo administrativo,
não, que satisfaçam as condições do edital, convocados devidamente autuado, protocolado e numerado,
com a antecedência mínima prevista na lei, com ampla contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta
publicidade pelo órgão oficial e pela imprensa particular; de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao
Tomada de preços - é a licitação realizada entre qual serão juntados oportunamente:... “ Da Requisição de
interessados previamente registrados, observada a Compra deverá constar obrigatoriamente: Justificativa do
necessária habilitação, convocados com a antecedência pedido, endossada pelo titular do órgão; Especificação
mínima prevista na lei, por aviso publicado na imprensa adequada do produto a ser adquirido; Indicação do
oficial e em jornal particular, contendo as informações recurso próprio a ser onerado, devidamente confirmado
essenciais da licitação e o local onde pode ser obtido pela Seção de Contabilidade da unidade requisitante;
o edital. A nova lei aproximou a tomada de preços da Atendimento ao princípio de padronização, sempre que
concorrência, exigindo a publicação do aviso e permitindo possível for; Indicação dos fatores a serem considerados
o cadastramento até o terceiro dia anterior à data do e expressamente declarados no Edital, para fins de
recebimento das propostas; julgamento das propostas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Segundo Hely Lopes Meirelles, esta é a fase interna da O que a Administração pretende é a obra, o serviço, o
licitação à qual se segue a fase externa, que se desenvolve material mais eficiente, mais durável, mais adequado aos
através dos seguintes atos, nesta ordem: objetivos a serem atingidos;
1. Edital ou convite de convocação dos interessados; - Licitação de técnica e preço - neste tipo de licitação,
2. Recebimento da documentação e propostas; combinam-se os dois fatores: técnica e preço.
3. Habilitação dos licitantes; Esse critério pode consistir em que a técnica e preço
4. Julgamento das propostas (classificação) sejam avaliados separadamente, de modo a que, após
5. Adjudicação e homologação. selecionar as propostas que vierem a alcançar certo índice
A modalidade em que todas as fases da licitação se de qualidade ou de técnica, o preço será o fator de decisão.
encontram claramente definidas é a concorrência. Pode-se, ainda atribuir pesos, ou seja, ponderação aos
1) Edital: “É o instrumento pelo qual a Administração resultados da parte técnica e ponderação ao preço, que
leva ao conhecimento público a abertura de concorrência, serão considerados em conjunto;
de tomada de preços, de concurso e de leilão, fixa as - Licitação de maior lance ou oferta - nos casos de
condições de sua realização e convoca os interessados alienação de bens ou concessão de direito real de uso (art.
para a apresentação de suas propostas”. Como lei interna 45 § 1’ da Lei 8.666/93).
da licitação, vincula a Administração e os participantes. As propostas que estiverem de acordo com o
Funções do edital: o edital dá publicidade à licitação; edital serão classificadas na ordem de preferência, na
Identifica o objeto licitado e delimita o universo das escolha conforme o tipo de licitação. Aquelas que não
propostas; Circunscreve o universo dos proponentes; se apresentarem em conformidade com o instrumento
Estabelece os critérios para análise e avaliação dos convocatório serão desclassificadas. Não se pode aceitar
proponentes e das propostas; Regula atos e termos proposta que apresente preços unitários simbólicos,
processuais do procedimento; irrisórios ou de valor zero, ainda que o instrumento
Fixa cláusulas do futuro contrato. convocatório não tenha estabelecido limites mínimos (v. §
2) Habilitação: A habilitação, por vezes denominada 3’ do art. 44 da Lei 8.666/93).
“qualificação”, é a fase do procedimento em que se
analisa a aptidão dos licitantes. Entende-se por aptidão RECEBIMENTO E ARMAZENAGEM.
a qualificação indispensável para que sua proposta possa
ser objeto de consideração, sendo que o licitante pode ser Recebimento é a atividade intermediária entre as
habilitado ou não pelo órgão competente. tarefas de compra e pagamento ao fornecedor, sendo
Obs: Na modalidade de licitação chamada “convite” de sua responsabilidade a conferência dos materiais
inexiste a fase de habilitação. Ela é presumida; é feita a destinados à empresa.
priori pelo próprio órgão licitante que escolhe e convoca As atribuições básicas do Recebimento são: coordenar
aqueles que julgam capacitados a participar do certame, e controlar as atividades de recebimento e devolução de
admitindo, também, eventual interessado, não convidado, materiais; analisar a documentação recebida, verificando
mas cadastrado. se a compra está autorizada; controlar os volumes
3) Classificação: “É o ato pelo qual as propostas admitidas declarados na Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte
são ordenadas em função das vantagens que oferecem, com os volumes a serem efetivamente recebidos;
na conformidade dos critérios de avaliação estabelecidos proceder a conferência visual, verificando as condições
no edital”. Após se confrontar as ofertas, classificam-se as de embalagem quanto a possíveis avarias na carga
propostas e escolhe-se o vencedor, a partir das vantagens transportada e, se for o caso, apontando as ressalvas de
que oferecem, na conformidade dos critérios de avaliação praxe nos respectivos documentos; proceder a conferência
estabelecidos no edital a quem deverá ser adjudicado o quantitativa e qualitativa dos materiais recebidos; decidir
objeto da licitação.” A classificação se divide em duas fases: pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;
Na primeira, ocorre a abertura dos envelopes “proposta” providenciar a regularização da recusa, devolução ou da
entregues pelos participantes do certame. Os envelopes são liberação de pagamento ao fornecedor; liberar o material
abertos em ato público, previamente designado, do qual se desembaraçado para estoque no almoxarifado;
lavrará ata circunstanciada; Na segunda, há o julgamento A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais
das propostas, que deve ser objetivo e em conformidade permite dividir a função em quatro fases : 1a fase : Entrada
com os tipos de licitação. Critérios de classificação: Existem de materiais; 2a fase : Conferência quantitativa; 3a fase :
quatro tipos básicos de licitação (4 critérios básicos para Conferência qualitativa; 4a fase : Regularização
avaliação das propostas): 1a fase - Entrada de Materiais : A recepção dos
- Licitação de menor preço - é a mais comum. veículos transportadores efetuada na portaria da empresa
O critério do menor preço é , sem dúvida, o mais representa o início do processo de Recebimento e
objetivo. É usual na contratação de obras singelas, de tem os seguintes objetivos : a recepção dos veículos
serviços que dispensam especialização, na compra de transportadores; a triagem da documentação suporte do
materiais ou gêneros padronizados; recebimento; constatação se a compra, objeto da Nota Fiscal
- Licitação de melhor técnica - esse critério privilegia a em análise, está autorizada pela empresa; constatação se
qualidade do bem, obra ou serviço proposto em função da a compra autorizada está no prazo de entrega contratual;
necessidade administrativa a ser preenchida. constatação se o número do documento de compra consta

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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na Nota Fiscal; cadastramento no sistema das informações 4ª fase – Regularização: Caracteriza-se pelo controle
referentes a compras autorizadas, para as quais se inicia do processo de recebimento, pela confirmação da
o processo de recebimento; o encaminhamento desses conferência qualitativa e quantitativa, respectivamente por
veículos para a descarga. meio do laudo de inspeção técnica e pela confrontação das
As compras não autorizadas ou em desacordo quantidades conferidas versus faturadas.
com a programação de entrega devem ser recusadas, O processo de Regularização poderá dar origem a
transcrevendo-se os motivos no verso da Nota Fiscal. uma das seguintes situações: liberação de pagamento ao
Outro documento que serve para as operações de fornecedor ( material recebido sem ressalvas); liberação
análise de avarias e conferência de volumes é o parcial de pagamento ao fornecedor; devolução de material
“Conhecimento de Transporte Rodoviário de Carga”, que ao fornecedor; reclamação de falta ao fornecedor; entrada
é emitido quando do recebimento da mercadoria a ser do material no estoque.
transportada. Os objetivos da armazenagem de produtos são vários,
As divergências e irregularidades insanáveis o objetivo primário da  armazenagem  é o de guardar a
constatadas em relação às condições de contrato devem mercadoria por um determinado período, isso quer dizer
motivar a recusa do recebimento, anotando-se no verso que a mercadoria deve ser mantida no depósito por certo
da 1a via da Nota Fiscal às circunstâncias que motivaram período, ate que seja o momento de sua consumação
a recusa, bem como nos documentos do transportador. ou comercialização, características importantes também
O exame para constatação das avarias é feito através levadas em conta são: segurança, extravios e furtos.
da análise da disposição das cargas, da observação das Na armazenagem a correta utilização do espaço
embalagens, quanto a evidências de quebras, umidade disponível demanda estudo exaustivo das cargas a
e amassados. armazenar, dos níveis de armazenamento, das estruturas
Os materiais que passaram por essa primeira etapa para armazenagem e dos meios mecânicos a utilizar.
devem ser encaminhados ao estoque. Para efeito de Indica-se a real ocupação do espaço por meio do
descarga do material no estoque, a recepção é voltada indicador “taxa de ocupação volumétrica”, que leva em
para a conferência de volumes, confrontando-se a Nota consideração o espaço disponível versus o espaço ocupado.
Fiscal com os respectivos registros e controles de compra. Para entendermos plenamente a utilização do espaço
Para a descarga do veículo transportador é necessária vertical, há que se analisar a utilidade de paletes para a
a utilização de equipamentos especiais, quais sejam: movimentação, manuseio e armazenagem de materiais.
paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes. A paletização vem sendo utilizada em empresas que
2a fase - Conferência Quantitativa; É a atividade demandam manipulação rápida e armazenagem racional,
que verifica se a quantidade declarada pelo fornecedor envolvendo grandes quantidades. A paletização tem como
na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A objetivo realizar, de uma só vez, a movimentação de um
conferência por acusação também conhecida como “ número maior de unidades. Ao pallet é atribuído o aumento
contagem cega “ é aquela no qual o conferente aponta da capacidade de estocagem, economia de mão-de-obra,
a quantidade recebida, desconhecendo a quantidade tempo e redução de custos. O emprego de empilhadeiras
faturada pelo fornecedor. A confrontação do recebido e pallets já proporcionaram a muitas empresas economia
versus faturado é efetuada a posteriori por meio do de até 80 % do capital despendido com o sistema de
Regularizador que analisa as distorções e providencia a transporte interno.
recontagem. Inicialmente os pallets eram empregados na
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, manipulação interna de armazéns e depósitos e hoje
estes podem ser contados utilizando os seguintes acompanham a carga, da linha de produção à estocagem,
métodos : Manual : para o caso de pequenas quantidades; embarque e distribuição. Em razão da padronização das
Por meio de cálculos : para o caso que envolvem medidas do pallet pelos países como Estados Unidos
embalagens padronizadas com grandes quantidades; Por e Inglaterra, eles passaram a serem utilizados através
meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que dos continentes em caminhões, vagões ferroviários e
envolvem grande quantidade de pequenas peças como embarcações marítimas.
parafusos , porcas, arruelas; Pesagem : para materiais de Os Critérios de Armazenagem dependem das
maior peso ou volume, a pesagem pode ser feita através características do material, a armazenagem pode dar-
de balanças rodoviárias ou ferroviárias; Medição : em se em função dos seguintes parâmetros: fragilidade;
geral as medições são feitas por meio de trenas; combustibilidade; volatilização; oxidação; explosividade;
3ª fase - Conferência Qualitativa: Visa garantir a intoxicação; radiação; corrosão; inflamabilidade; volume;
adequação do material ao fim que se destina. A análise peso e forma.
de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem
confrontação das condições contratadas na Autorização a regras taxativas que regulem o modo como os
de Fornecimento com as consignadas na Nota Fiscal materiais devem ser dispostos no estoque. Por essa razão,
pelo Fornecedor, visa garantir o recebimento adequado devem-se analisar, em conjunto, os parâmetros citados
do material contratado pelo exame dos seguintes itens: anteriormente, para depois decidir pelo tipo de arranjo
Características dimensionais; Características específicas; físico mais conveniente, selecionando a alternativa que
Restrições de especificação;

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melhor atenda ao fluxo de materiais: armazenagem por responsável por este encaminhará uma comunicação ao
tamanho esse critério permite bom aproveitamento do Setor de Patrimônio (com cópia da nota de empenho,
espaço; armazenamento por frequência: esse critério documentos fiscais e outros que se fizerem necessários),
implica armazenar próximo da saída do almoxarifado os informando o destino (centros de responsabilidades)
materiais que tenham maior frequência de movimento; dos bens. Se eles permanecerem em estoque, o Setor de
armazenagem especial, onde destacam-se: os ambientes Patrimônio deverá aguardar comunicação de saída deste,
climatizados; os produtos inflamáveis, que são armazenados através de uma Guia de Baixa de Materiais emitida pelo
sob rígidas normas de segurança; os produtos perecíveis. Almoxarifado. Caso o bem seja entregue diretamente
A Armazenagem em área externa. Devido à sua ao destino final, o Almoxarifado encaminhará a Guia
natureza, muitos materiais podem ser armazenados em de Saída ao Patrimônio, juntamente com os demais
áreas externas, o que diminui os custos e amplia o espaço documentos do processo de empenho.
interno para materiais que necessitam de proteção em
área coberta. Podem ser colocados nos pátios externos os O tombamento consiste na formalização da inclusão
materiais a granel, tambores e “containers”, peças fundidas física de um bem patrimonial no acervo do órgão, com
e chapas metálicas. Coberturas alternativas : não sendo a atribuição de um único número por registro patrimonial,
possível a expansão do estoque, a solução é a utilização de ou agrupando-se uma sequência de registros patrimoniais
galpões plásticos, que dispensam fundações, permitindo a quando for por lote, que é denominado “número de
armazenagem a um menor custo. Independentemente do tombamento”. Pelo tombamento aplica-se uma conta
critério ou método de armazenamento adotado é oportuno patrimonial do Plano de Contas do órgão a cada material,
observar as indicações contidas nas embalagens em geral. de acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O valor
Layout é a disposição física de equipamentos, estoques, do bem a ser registrado é o valor constante do respectivo
fluxo de pessoas e de material de forma que tudo se documento de incorporação (valor de aquisição).
organize harmoniosamente, pode ser uma instalação real,
um projeto ou um trabalho. O seu estudo busca encontrar A marcação física caracteriza-se pela aplicação,
a melhor maneira de dispor fisicamente todos os meio no bem, de plaqueta de identificação, por colagem
de produção, arrumando o espaço de trabalho a fim de ou rebitamento, a qual conterá o número de registro
otimizar a funcionalidade do sistema, reduzir manuseio, patrimonial.
transporte de material e circulação de pessoas. Na colocação da plaqueta deverão ser observados os
Faz-se necessário à modificação do layout na seguintes aspectos: local de fácil visualização para efeito de
empresa quando: existir máquinas improdutivas, por identificação por meio de leitor óptico, preferencialmente
idade ou obsoletismo; ocorrer acréscimos na demanda e na parte frontal do bem; evitar áreas que possam curvar
novas máquinas precisam ser instaladas; existir ambiente ou dobrar a plaqueta ou que possam acarretar sua
de trabalho inadequado; houver excesso de material em deterioração; evitar fixar a plaqueta em partes que não
processo; existir movimentação excessiva de material. ofereçam boa aderência, por apenas uma das extremidades
O objetivo principal do arranjo físico é obter operações ou sobre alguma indicação importante do bem.
econômicas a fim de: utilizar racionalmente o espaço
físico disponível; reduzir ao mínimo as movimentações Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação
de materiais, produtos e pessoas; obter fluxo coerente física antes de serem distribuídos aos diversos centros
de fabricação; oferecer melhores condições de trabalho de responsabilidade do órgão. Os bens patrimoniais
aos funcionários; evitar investimento desnecessário; cujas características físicas ou a sua própria natureza
permitir manutenção; possibilitar supervisão e obtenção impossibilitem a aplicação de plaqueta também terão
da qualidade; obter soluções flexíveis, isto é, possíveis de número de tombamento, mas serão marcados e controlados
serem modificadas sem maiores atropelos. em separado. Caso o local padrão para a colagem da
No estudo do layout alguns cuidados devem ser plaqueta seja de difícil acesso, como, por exemplo, nos
tomados durante o projeto do layout de um estoque, arquivos ou estantes encostadas na parede, que não possam
de forma que se possa obter as seguintes condições: ser movimentados devido ao peso excessivo, a plaqueta
máxima utilização do espaço; efetiva utilização dos deverá ser colada no lugar mais próximo ao local padrão. Em
recursos disponíveis ( mão de obra e equipamentos caso de perda, descolagem ou deterioração da plaqueta, o
); pronto acesso a todos os itens; máxima proteção responsável pelo setor onde o bem está localizado deverá
aos itens estocados; boa organização; satisfação das comunicar, impreterivelmente, o fato ao Setor de Patrimônio.
necessidades dos clientes.
A seguir, são apresentadas algumas sugestões para
TOMBAMENTO DE BENS fixação de plaquetas (ou adesivos):

O tombamento dos bens públicos inicia-se com a) estantes, armários, arquivos e bens semelhantes: a
recebimento dos bens móveis pelos órgãos, como visto plaqueta deve ser fixada na parte frontal superior direita,
anteriormente, pela conferência física dos bens pelo no caso de arquivos de aço, e na parte lateral superior
Almoxarifado. Após registro de entrada do bem no direita, no caso de armários, estantes e bens semelhantes,
sistema de gerenciamento de material no estoque, o sempre com relação a quem olha o móvel;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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b) mesas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser - tipo/número do documento de aquisição (nota
fixada na parte frontal central, contrária à posição de fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna,
quem usa o bem, com exceção das estações de trabalho Termo de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em
e/ou àqueles móveis que foram projetados para ficarem Comodato, outros);
encostados em paredes, nos quais as plaquetas serão - nome do fornecedor (código);
fixadas em parte de fácil visualização; - garantia (data limite da garantia e empresa de
c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte fixa manutenção);
inferior do motor; - localização (identificação do centro de
d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta deve responsabilidade);
ser fixada no lado externo direito, em relação a quem - situação do bem (registrado, alocado, cedido em
opera a máquina; comodato, em manutenção, em depósito para manutenção,
e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso em depósito para triagem, em depósito para redistribuição,
a plaqueta nunca deve ser colocada em partes revestidas em depósito para alienação, em sindicância, desaparecido,
por courvin, couro ou tecido, pois estes revestimentos baixado, outros);
não oferecem segurança. A plaqueta deverá ser fixada - estado de conservação (bom, regular, precário,
na base, nos pés ou na parte mais sólida; inservível, recuperável);
f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: - histórico do bem vinculado a um sistema de
em aparelhos de ar condicionado, o local indicado é manutenção, quando existir.
sempre na parte mais fixa e permanente do aparelho,
nunca no painel removível ou na carcaça; Tal informação permitirá o acompanhamento da
g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve manutenção dos bens e identificação de todos os problemas
ser fixada na parte lateral direita do painel de direção, ocorridos nestes números do Termo de Responsabilidade;
em relação ao motorista, na parte mais sólida e não e plaquetável ou não plaquetável.
removível, nunca em acessórios;
h) quadros e obras-de-arte: a colocação da plaqueta, O registro dos bens imóveis no órgão inicia-
neste caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a se com o recebimento da documentação hábil, pelo
estética, nem diminua seu valor comercial; Setor de Patrimônio, que procederá ao tombamento e
i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser cadastramento em sistema específico, utilizando diversos
fixada na base. Nos quadros ela deve ser colocada na dados, tais como:
parte de trás, na lateral direita; - número do registro;
j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a - tipo de imóvel;
plaqueta deverá ser colocada na parte frontal inferior - denominação do imóvel;
direita, caso não seja possível a colagem neste local, - características (descrição detalhada do bem);
colar nesta mesma posição na parte posterior do - valor de aquisição (valor histórico);
quadro; e - forma de ingresso (compra, doação, permuta, comodato,
k) fixação de plaquetas em outros bens: entende- construção, usucapião, desapropriação, cessão, outras);
se como outros bens aqueles materiais que não podem - classificação contábil/patrimonial;
ser classificados claramente como aparelhos, máquinas, - número do empenho e data de emissão;
motores, etc. Em tais bens, a plaqueta deve ser fixada na - fonte de recurso;
base, na parte onde são manuseados. - número do processo de aquisição e ano;
- tipo/número do documento de aquisição (nota
A seguir são elencados, como sugestões, dados fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna,
necessários ao registro dos bens no sistema de Termo de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em
patrimônio: Comodato, outros);
- número do tombamento; - nome do fornecedor (código);
- data do tombo; - localização (identificação do centro de
- descrição padronizada do bem (descrição básica responsabilidade); situação do bem (registrado, alocado,
pré-definida em um sistema de patrimônio); cedido em comodato, em manutenção,
- marca/modelo/série (também pré-definidos em - em depósito para manutenção, em depósito para
um sistema de patrimônio); triagem, em depósito para redistribuição, em depósito para
- características (descrição detalhada); alienação, em sindicância, desaparecido, baixado, outros);
- valor unitário de aquisição (valor histórico); - estado de conservação (bom, regular, precário,
- agregação (acessório ou componente); inservível);
- forma de ingresso (compra, fabricação própria, - data da incorporação;
doação, permuta, cessão, outras); - unidade da federação;
- classificação contábil/patrimonial; - tipo de logradouro;
- número do empenho e data de emissão; - número;
- fonte de recurso; - complemento;
- número do processo de aquisição e ano; - bairro/distrito;

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- município; o bem está localizado devolve-o com a observância das


- cartório de registro; normas regulamentares, a fim de que a o Setor Patrimonial
- matrícula; possa manter rigoroso controle sobre a situação do bem.
- livro;
- folhas; Os bens que foram restituídos ao Setor de Patrimônio do
- data do registro; órgão também ficam sob a guarda dos servidores deste setor
- data da reavaliação; (fiéis depositários), e serão objetos de análise para a determinação
- moeda da reavaliação; da baixa ou transferência a outros setores. É importante colocar
- valor do aluguel; que uma cópia do Termo de Responsabilidade de cada setor deverá
- valor do arrendamento; ser fixada em local visível a todos, dentro de seu recinto de trabalho,
- valor de utilização; visando facilitar o controle dos bens (sugestão: atrás da porta de
- valor de atualização; acesso ao setor). Para que ocorra a transferência de responsabilidade
- moeda de atualização; entre dois setores pertencentes a um mesmo órgão, deverão ser
- data da atualização; observados os seguintes parâmetros:
- reavaliador; - solicitação, por escrito, do interessado em receber o
- e CPF/CNPJ do reavaliador. bem, dirigida ao possível cedente;
- “de acordo” do setor cedente com a autorização de
CONTROLE DE BENS transferência ;
- solicitação do agente patrimonial ao Setor de
Caracteriza-se como movimentação de bens Patrimônio para emissão do Termo de Responsabilidade;
patrimoniais o conjunto de procedimentos relativos à - após a emissão do Termo de Responsabilidade, o Setor
distribuição, transferência, saída provisória, empréstimo e de Patrimônio remeterá o mesmo ao agente patrimonial,
arrendamento a que estão sujeitos no período decorrido para que este colha assinaturas do cedente e do recebedor.
entre sua incorporação e desincorporação.
Para que ocorra a transferência de responsabilidade
Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição
entre dois setores pertencentes órgãos diferentes, deverão
de material permanente recém-adquirido, de acordo com
ser observados os seguintes parâmetros:
a destinação dada no processo administrativo de aquisição
- solicitação, por escrito, do interessado em receber o
correspondente.
bem, dirigida ao possível cedente;
A movimentação de qualquer bem móvel será feita
- “de acordo” do setor cedente com a autorização
mediante o preenchimento do Termo de Responsabilidade,
de transferência e anuência das unidades de controle do
que deverá conter no mínimo, as seguintes informações: patrimônio e do titular do órgão;
- número do Termo de Responsabilidade; - solicitação do agente patrimonial ao Setor de
- nome do local de lotação do bem (incluindo também Patrimônio para emissão do Termo de Transferência de
o nome do sub local de lotação); Responsabilidade;
- declaração de responsabilidade; - após a emissão do Termo de Responsabilidade, o
- número do tombamento; Setor de Patrimônio o remeterá ao agente patrimonial,
- descrição; para que este colha assinaturas do cedente e do recebedor.
- quantidade;
- indicação se é plaquetável; Quando a transferência de responsabilidade do
- valor unitário; bem ocorrer sem a movimentação deste, isto é, quando
- valor total; ocorrer a mudança da responsabilidade patrimonial de
- total de bens arrolados no Termo de Responsabilidade; um servidor para outro, desde que não pressuponha
- data do Termo; mudança de local do bem, deverão ser observados os
- nome e assinatura do responsável patrimonial; seguintes procedimentos:
- e data de assinatura do Termo. - o Setor de Recursos Humanos (ou equivalente)
deverá encaminhar ao Setor de Patrimônio cópia da
A transferência é a operação de movimentação de portaria que substitui o servidor responsável;
bens, com a consequente alteração da carga patrimonial. - de posse das informações contidas na portaria,
A autoridade transferidora solicita ao setor competente o Setor de Patrimônio emite o respectivo Termo de
do órgão a oficialização do ato, por meio das providências Transferência de Responsabilidade;
preliminares. É importante destacar que a transferência de - emitido o Termo, este será encaminhado ao agente
responsabilidade com movimentação de bens somente será patrimonial da unidade, que providenciará a conferência
efetivada pelo Setor de Patrimônio mediante solicitação do dos bens e assinatura do Termo;
responsável pela carga cedente com anuência do recebedor. - uma vez assinado o Termo, o agente providenciará
A devolução ao Setor de Patrimônio de bens avariados, para que uma das vias seja arquivada no setor onde os
obsoletos ou sem utilização também se caracteriza como bens se encontram e outra encaminhada ao Setor de
transferência. Neste caso, a autoridade da unidade onde Patrimônio.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se Através do inventário pode-se confirmar a localização e
pela movimentação de bens patrimoniais para fora da atribuição da carga de cada material permanente, permitindo
instalação ou dependência onde estão localizados, em a atualização dos registros dos bens permanentes bem
decorrência da necessidade de conserto, manutenção como o levantamento da situação dos equipamentos e
ou da sua utilização temporária por outro centro de materiais em uso, apurando a ocorrência de dano, extravio
responsabilidade ou outro órgão, quando devidamente ou qualquer outra irregularidade. Podem-se verificar
autorizado. Qualquer que seja o motivo da saída também no inventário as necessidades de manutenção
provisória, esta deverá ser autorizada pelo dirigente e reparo e constatação de possíveis ociosidades de bens
do órgão gestor ou por outro servidor que recebeu móveis, possibilitando maior racionalização e minimização
delegação para autorizar tal ato. Toda a manutenção de de custos, bem como a correta fixação da plaqueta de
bem incorporado ao patrimônio de um órgão deverá ser identificação.
solicitada pelos agentes patrimoniais ou responsáveis e
resultará na emissão de uma Ordem de Serviço pelo Setor Na Administração Pública, o inventário é entendido
de Manutenção, que tomará todas as providências para como o arrolamento dos direitos e comprometimentos
proceder à assistência de bem em garantia ou utilizando- da Fazenda Pública, feito periodicamente, com o objetivo
se de seus recursos próprios. de se conhecer a exatidão dos valores que são registrados
na contabilidade e que formam o Ativo e o Passivo ou,
Empréstimo: O empréstimo é a operação de ainda, com o objetivo de apurar a responsabilidade dos
remanejamento de bens entre órgãos por um período agentes sob cuja guarda se encontram determinados
determinado de tempo, sem envolvimento de transação bens. Os diversos tipos de inventários são realizados por
financeira. O empréstimo deve ser evitado. Porém, se não determinação de autoridade competente, por iniciativa
houver alternativa, os órgãos envolvidos devem manter um própria do Setor de Patrimônio e das unidades de controle
rigoroso controle, de modo a assegurar a devolução do bem patrimonial ou de qualquer detentor de carga dos diversos
na mesma condição em que estava na ocasião do empréstimo. centros de responsabilidade, periodicamente ou a qualquer
Já o empréstimo a terceiros de bens pertencentes ao poder tempo.
público é vedado, salvo exceções previstas em leis. Os inventários na Administração Pública devem ser
Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros levantados não apenas por uma questão de rotina ou de
também deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, disposição legal, mas também como medida de controle,
nenhum respaldo legal. tendo em vista que os bens nele arrolados não pertencem
a uma pessoa física, mas ao Estado, e precisam estar
INVENTÁRIO: resguardados quanto a quaisquer danos.
Na Administração Pública o inventário é obrigatório,
O Inventário determina a contagem física dos itens de pois a legislação estabelece que o levantamento geral de
estoque e em processos, para comparar a quantidade física bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico
com os dados contabilizados em seus registros, a fim de eli- de cada unidade gestora e os elementos da escrituração
minar as discrepâncias que possam existir entre os valores sintética da contabilidade (art. 96 da Lei Federal n° 4.320,
contábeis, dos livros, e o que realmente existe em estoque. de 17 de março de 1964).

O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário A fim de manter atualizados os registros dos bens
geral é elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada patrimoniais, bem como a responsabilidade dos setores
empresa, com a contagem física de todos os itens de uma onde se localizam tais bens, a Administração Pública deve
só vez. O inventário rotativo é feito no decorrer do ano fis- proceder ao inventário mediante verificações físicas pelo
cal da empresa, sem qualquer tipo de parada no processo menos uma vez por ano. Para fins de atualização física e
operacional, concentrando-se em cada grupo de itens em monetária e de controle, a época da inventariação será:
determinados períodos. - anual para todos os bens móveis e imóveis sob
Inventário na administração pública: Inventário são responsabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro
a discriminação organizada e analítica de todos os bens (confirmação dos dados apresentados no Balanço Geral); e
(permanentes ou de consumo) e valores de um patrimônio, - no início e término da gestão, isto é, na substituição
num determinado momento, visando atender uma dos respectivos responsáveis, no caso de bens móveis.
finalidade específica. É um instrumento de controle para
verificação dos saldos de estoques nos almoxarifados e Os bens serão inventariados pelos respectivos valores
depósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão históricos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos
ou entidade, informando seu estado de conservação, e valores constantes de inventários já existentes, com
mantendo atualizados e conciliados os registros do sistema indicação da data de aquisição.
de administração patrimonial e os contábeis, constantes do
sistema financeiro. Além disso, o inventário também pode Durante a realização de qualquer tipo de inventário,
ser utilizado para subsidiar as tomadas de contas indicando fica vedada toda e qualquer movimentação física de bens
saldos existentes, detectar irregularidades e providenciar localizados nos endereços individuais abrangidos pelos
as medidas cabíveis. trabalhos, exceto mediante autorização específica das

13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

unidades de controle patrimonial, ou do dirigente do A alienação de bens está sujeita à existência de


órgão, com subsequente comunicação formal a Comissão interesse público e à autorização da Assembleia Legislativa
de Inventário de Bens. (para os casos previstos em lei), e dependerá de avaliação
prévia, que será efetuada por comissão de licitação de
Nas fases do inventário dois pontos devem ser destacados leilão ou outra modalidade prevista para a Administração
sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser físico Pública.
e/ou contábil: Levantamento físico, material ou de fato é o
levantamento efetuado diretamente pela identificação e A seguir, são sugeridos alguns procedimentos
contagem ou medida dos componentes patrimoniais. voltados à alienação dos bens: o requerimento de
baixa deverá ser remetido ao Setor de Patrimônio, o
Levantamento contábil é o levantamento pelo qual instaurará o procedimento respectivo; sempre que
apanhado de elementos registrados nos livros e fichas de possível, os bens serão agrupados em lotes para que
escrituração. O simples arrolamento não interessa para a seja procedida a sua baixa; os bens objeto de baixa serão
contabilidade se não for completado pela avaliação. Sem vistoriados in loco por uma Comissão Interna de Avaliação
a expressão econômica, o arrolamento serve apenas para de Bens, no próprio órgão, os quais, observando o estado
controle da existência dos componentes patrimoniais. de conservação, a vida útil, o valor de mercado e o valor
contábil, formalizando laudo de avaliação dos bens,
O inventário é dividido em três fases: Levantamento: classificando-os em:
compreende a coleta de dados sobre todos os elementos a) bens móveis permanentes inservíveis: quando for
ativos e passivos do patrimônio e é subdividido nas constatado serem os bens danificados, obsoletos, fora do
seguintes partes: identificação, agrupamento e mensuração. padrão ou em desuso devido ao seu estado precário de
conservação; e
Arrolamento: é o registro das características e b) bens móveis permanentes excedentes ou ociosos:
quantidades obtidas no levantamento. O arrolamento quando for constatado estarem os bens em perfeitas
pode apresentar os componentes patrimoniais deforma condições de uso e operação, porém sem utilização.
resumida e recebe a denominação “sintética”. Quando Os bens móveis permanentes considerados excedentes
tais componentes são relacionados individualmente, o ou ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central,
arrolamento é analítico; ficando proibida a retirada de peças e dos periféricos a ele
relacionados, exceto nos casos autorizados pelo chefe da
Avaliação: é nesta fase que é atribuída uma unidade unidade gestora.
de valor ao elemento patrimonial. Os critérios de avaliação
dos componentes patrimoniais devem ter sempre por ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS
base o custo. A atribuição do valor aos componentes
patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a sua O desfazimento é a operação de baixa de um bem
natureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade. pertencente ao acervo patrimonial do órgão e consequente
retirada do seu valor do ativo imobilizado. Considera-se
ALIENAÇÃO DE BENS baixa patrimonial, a retirada de bem da carga patrimonial
do órgão, mediante registro da transferência deste para o
De acordo com o direito administrativo brasileiro, controle de bens baixados, feita exclusivamente pelo Setor
entende-se como alienação a transferência de propriedade, de Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O
remunerada ou gratuita, sob a forma de venda, permuta, número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser
doação, dação em pagamento, investidura, legitimação utilizado em outro bem.
de posse ou concessão de domínio.
A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das
Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada formas a seguir: alienação; permuta; perda total; extravio;
pela Administração, desde que satisfaça as exigências destruição; comodato; transferência; sinistro; e exclusão de
administrativas. Muito embora as Constituições Estaduais bens no cadastro. Em qualquer uma das situações expostas,
possam determinar que a autorização de doação de deve-se proceder à baixa definitiva dos bens considerados
bens móveis seja submetida à Assembleia Legislativa, a inservíveis por obsoletismo, por seu estado irrecuperável
Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993, que institui e inaproveitável em instituições do serviço público. As
normas para licitações e contratos da Administração orientações administrativas devem ser obedecidas, em
Pública 37 e dá outras providências, faculta a obrigação cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema
de licitação específica para doação de bens para fins de gestão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte
sociais e dispõe sobre a alienação por leilão. interessada. Sendo o bem considerado obsoleto ou não
havendo interesse em utilizá-lo no órgão onde se encontra,
Art. 17. A alienação de bens da Administração mas estando em condições de uso (em estado regular de
Pública, subordinada à existência de interesse público conservação), o dirigente do órgão deverá, primeiramente,
devidamente justificado. colocá-lo em disponibilidade.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Para tanto, o detentor da carga deverá preencher O arquivista é um profissional de nível superior, com formação
formulário próprio criado pelo órgão normatizador e em arquivologia ou experiência reconhecida pelo Estado. Ele
encaminhar ao órgão competente que poderá verificar, pode trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros
antecipadamente, junto às entidades filantrópicas de documentação, arquivos privados ou públicos, instituições
reconhecidas como de interesse público, delegacias, culturais etc. É o responsável pelo gerenciamento da informação,
escolas ou bibliotecas municipais e estaduais, no âmbito gestão documental, conservação, preservação e disseminação da
de sua jurisdição, se existe interesse pelos bens. Se houver informação contida nos documentos. Também tem por função
interesse, a autoridade competente deverá efetuar o Termo a preservação do patrimônio documental de um pessoa (física
de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixado permanecerá ou jurídica), instituição e, em última instância, da sociedade como
guardado em local apropriado, sob a responsabilidade de um todo. Ocupa-se, ainda, da recuperação da informação e da
um servidor público, até a aprovação de baixa, ficando elaboração de instrumentos de pesquisa, observando as três
expressamente proibido o uso do bem desde o início da idades dos arquivos: corrente, intermediária e permanente.
tramitação do processo de baixa até sua destinação final. O arquivista atua desenvolvendo planejamentos,
estudos e técnicas de organização sistemática e conservação
O registro no sistema patrimonial será efetivado com de arquivos, na elaboração de projetos e na implantação de
base no Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar instituições e sistemas arquivísticos, no gerenciamento da
os seguintes dados: número do tombamento; descrição; informação e na programação e organização de atividades
quantidade baixada (quando se tratar de lote de bens culturais que envolvam informação documental produzida
não plaquetados); forma de baixa; motivo de baixa; pelos arquivos públicos e privados. Uma grande dificuldade
data de baixa; número da Portaria ou Termo de Baixa. é que muitas organizações não se preocupam com seus
Visando o correto processo de baixa de bens do sistema arquivos, desconhecendo ou desqualificando o trabalho
patrimonial, faz-se necessário a adoção dos procedimentos deste profissional, delegando a outros profissionais as
a seguir: o Setor de Patrimônio, ao receber o processo que atividades específicas do arquivista. Isto provoca problemas
autoriza a baixa, emitirá por processamento o Termo de quanto à qualidade do serviço e de tudo o que, direta ou
Baixa dos Bens; o Setor de Patrimônio verificará junto ao indiretamente, depende dela.
Setor Financeiro quanto à existência do comprovante de Arquivo é um conjunto de documentos criados ou
pagamento, em caso de licitação e, em seguida, procederá recebidos por uma organização, firma ou indivíduo, que
à entrega do mesmo mediante recibo próprio; emitido o os mantém ordenadamente como fonte de informação
Termo, o Setor de Patrimônio providenciará o documento para a execução de suas atividades. Os documentos
de quitação de responsabilidade patrimonial e entregará preservados pelo arquivo podem ser de vários tipos
uma via a quem detinha a responsabilidade do bem. e em vários suportes. As entidades mantenedoras de
arquivos podem ser públicas (Federal, Estadual Distrital,
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais Municipal), institucionais, comerciais e pessoais.
e ao dirigente do órgão, periodicamente, provocar Um documento (do latim documentum, derivado
expedientes para que seja efetuado levantamento de bens de docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio,
suscetíveis de alienação ou desfazimento. sobretudo gráfico, que comprove a existência de um
fato, a exatidão ou a verdade de uma afirmação etc.
No meio jurídico, documentos são frequentemente
sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um
ARQUIVAMENTO DE DOCUMENTOS; valor probatório.
Documento arquivísticos: Informação registrada,
independente da forma ou do suporte, produzida ou
recebida no decorrer da atividade de uma instituição
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA: TIPOS E SISTEMAS ou pessoa e que possui conteúdo, contexto e estrutura
DE ARQUIVOS, NATUREZA DOS DOCUMENTOS, suficientes para servir de prova dessa atividade.
ORGANIZAÇÃO, PLANO DE CLASSIFICAÇÃO, ROTINAS Desde o desenvolvimento da Arquivologia como
DE ARQUIVAMENTO. disciplina, a partir da segunda metade do século XIX,
talvez nada tenha sido tão revolucionário quanto
A arquivística ou arquivologia é uma ciência que o desenvolvimento da concepção teórica e dos
estuda as funções do arquivo, e também os princípios e desdobramentos práticos da gestão.
técnicas a serem observados durante a atuação de um
arquivista sobre os arquivos. É a Ciência e disciplina que PRINCÍPIOS:
objetiva gerenciar todas as informações que possam Os princípios arquivísticos constituem o marco
ser registradas em documentos de arquivos. Para tanto, principal da diferença entre a arquivística e as outras
utiliza-se de princípios, normas, técnicas e procedimentos “ciências” documentárias. São eles:
diversos, que são aplicados nos processos de composição,
coleta, análise, identificação, organização, processamento, Princípio da Proveniência: Fixa a identidade
desenvolvimento, utilização, publicação, fornecimento, do documento, relativamente a seu produtor. Por
circulação, armazenamento e recuperação de informações. este princípio, os arquivos devem ser organizados

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

em obediência à competência e às atividades da Nesse último caso faça as etiquetas indicando o


instituição ou pessoa legitimamente responsável pela código da atividade correspondente. Não se esqueça de
produção, acumulação ou guarda dos documentos. anotar no canto superior esquerdo da pasta os códigos da
Arquivos originários de uma instituição ou de uma Unidade/Órgão/área respectivos.
pessoa devem manter a respectiva individualidade, Empréstimo de Documentos: para se controlar melhor
dentro de seu contexto orgânico de produção, não os documentos que saem do arquivo e para garantir a
devendo ser mesclados a outros de origem distinta. integridade do mesmo, é interessante que se adote um
sistema de controle de empréstimo de documentos.
Princípio da Organicidade: As relações Você pode criar um formulário de Requisição de
administrativas orgânicas se refletem nos conjuntos Documentos com os seguintes dados:
documentais. A organicidade é a qualidade segundo
a qual os arquivos espelham a estrutura, funções e - a) Identificação do documento.
atividades da entidade produtora/acumuladora em - b) Classificação ou pasta a qual ele pertence.
suas relações internas e externas. - c) O nome do requisitante e o setor.
- d) Assinatura e datas de empréstimo e devolução.
Princípio da Unicidade: Não obstante, forma, Lembre-se: “O arquivamento correto e a localização
gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo imediata dos documentos, depende, em grande parte, da
conservam seu caráter único, em função do contexto precisão e cuidado com que são executadas cada uma
em que foram produzidos. dessas operações.”.

Princípio da Indivisibilidade ou integridade: Classificação Cronológica


Os fundos de arquivo devem ser preservados sem A classificação cronológica tem por base a
dispersão, mutilação, alienação, destruição não possibilidade em agrupar determinado número de
autorizada ou adição indevida. documentos de acordo com as divisões naturais do
Princípio da Cumulatividade: O arquivo é uma tempo: anos, meses, semanas, dias e horas. Este sistema,
formação progressiva, natural e orgânica. como se pode observar, é muito semelhante ao sistema
numérico simples e utiliza-se, muitas das vezes, em
Classificação combinação com outros sistemas classificativos,
A escolha da forma de ordenação depende muito da sobretudo, o alfabético.
natureza dos documentos. Vejam os métodos básicos: A localização de um documento classificado
Ordenação Alfabética: disposição dos documentos ou cronologicamente requer um conhecimento perfeito
pastas de acordo com a sequência das letras do alfabeto. da data exata (ano, mês ou dia) sem a qual não será
Pode ser classificada em enciclopédico e dicionário quando possível localizá-lo. Este tipo de classificação não
se trata de assuntos. oferece especiais dificuldades quando se procede
Ordenação Cronológica: disposição dos documentos a incorporação de novos documentos. Quando se
ou pastas de acordo com a sucessão temporal. pretende localizar e recuperar os documentos é
Ordenação Geográfica: disposição de acordo com as necessário elaborar fichas remissivas alfabéticas, por
unidades territoriais (países, estados, municípios, distritos, exemplo, de assuntos, que possibilitam a indicação da
bairros e outras). data do documento.
Ordenação Temática: disposição de acordo com temas As conservatórias do Registro Civil, por exemplo, são
ou assuntos. serviços onde a ordenação e pesquisa de documentos
Ordenação Numérica: disposição de acordo com a é elaborada mediante recurso às datas de nascimento,
sequência numérica atribuída aos documentos. Depende casamento, morte e de outros assuntos. Este tipo de
de um índice auxiliar para busca de dados. classificação é aplicado em arquivos de documentos
de origem contabilística: faturas, pagamentos de
Ex.: Na pasta MANUTENÇÃO PRÉDIO você poderá contribuições, ordenados e outros assuntos relacionados
arquivar os documentos em ordem cronológica, assim com esta e em Arquivos Históricos e Etnográficos, uma
sendo teríamos: primeiro o Memorando pedindo o vez que proporciona a ligação do passado ao presente
conserto, depois a resposta do ESTEC solicitando a compra e nos mostrando-nos a evolução das instituições ao
de torneira nova, em seguida a Informação de que já foi longo da história.
adquirida a torneira, e por último a Informação do ESTEC
que o serviço foi concluído. Classificação Geográfica
É importante no Arquivo que os documentos de uma Este sistema utiliza um método idêntico ao
mesma função sejam guardados juntos, para que se perceba cronológico com a diferença de que os documentos
como começou a ação e como terminou, formando assim são classificados e agrupados com base nas divisões
os dossiês de fácil compreensão para quem pesquisa. geográficas/administrativas do globo: países, regiões,
Arquivamento: guarde os documentos dentro das províncias, distritos, conselhos, cidades, vilas, aldeias,
pastas e das caixas já contidas no setor ou monte-as de bairros, freguesias, ruas e outros critérios geográficos
acordo com o plano de classificação. e de localização.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Este sistema é combinado com outros sistemas Este método classificativo foi idealizado pelo bibliotecário
classificativos, como por exemplo; o alfabético, o numérico norte-americano Mevil Dewey que a definia, na essência, como
ou o decimal, com vista a um melhor acondicionamento e uma classificação de assuntos relacionados a um índice relativo.
localização dos documentos e a sua informação. Não só foi criada para a arrumação dos livros nas prateleiras
O sistema de classificação geográfica resulta do mas também para indicações nos catálogos, recortes notas,
fato de haver necessidade de localizar fato ou pessoas manuscritos e de um modo geral, todo material literário de
num espaço geográfico determinado, como por exemplo; qualquer espécie. Foi aplicado pela primeira vez a partir de
as coleções ou séries filatélicas que normalmente são 1851, na biblioteca de Amhrest College de Massachussets,
agrupadas por localidades, países, regiões e outros critérios nos Estado Unidos da América e com bons resultados.
relacionados com estes. É muito utilizado em museus A classificação decimal consiste, essencialmente,
etnográficos e de arte popular. na divisão dos assuntos ou matérias em 10 grupos de
primeira ordem ou categoria (0 a 9) que por sua vez se
Classificação Ideológica podem subdividir em grupos de segunda ordem e assim
A classificação ideológica, também designada sucessivamente. Assim, por exemplo, ao grupo de primeira
como ideográfica, metódica ou analítica baseia-se, categoria ou principal é atribuída a seguinte numeração:
fundamentalmente, na divisão de assuntos, ideias, conceitos 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
e outras divisões, sendo os documentos referentes a um Sendo as divisões de segunda categoria e derivadas do
mesmo assunto ou objeto de conhecimento, ordenados grupo 5 as seguintes:
segundo um conceito chave ou ideia de agrupamento, 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59
colocando-se a seguir, de forma alfabética. Ainda se pode subdividir o grupo de segunda categoria
Este sistema parte da análise de um assunto e divide-o o nº 55 noutro de terceira categoria:
em grupos e subgrupos com características cada vez 550 551 552 553 554 555 556 557 558 559
mais particulares e restritas exigindo um certo controlo Com este sistema pretendia-se abranger a totalidade
e disciplina devido à grande variedade de palavras com dos assuntos ou matérias que iriam ser objeto de
significados análogo. classificação, baseando-se no principio de que a formação
Para aplicar este sistema é necessário elaborar um dos números decimais é ilimitada e entre dois números
instrumento de trabalho que sirva de orientação para a decimais, consecutivos da mesma ordem, podem intercalar-
classificação de assuntos nos arquivos e que se designa se outros dez da ordem imediatamente inferior.
normalmente por classificador ou listagem por assuntos. O Exemplo:
classificador deve ser elaborado respeitando um determinado 51. Expediente e arquivo
número de regras, tais como, evitar as abstrações (por 510. Expediente e arquivo em geral
abrangerem matérias demasiado vastas) e afastar a utilização 511. Arquivo
de palavras com significados análogos, colocando-se na lista 512. Seleção documental
uma remissiva para a palavra-chave que está a ser utilizada. 513. Reprografia
Para que o nosso trabalho fique completo deve-se 514. Entrada e saída de correspondência
submeter à listagem a uma cuidadosa avaliação pelos utentes 5140. Entrada de correspondência
do arquivo, de forma a poder introduzir os melhoramentos 5141. Saída de correspondência
necessário que permitam a recuperação dos documentos 515. Serviços auxiliares
arquivados Este instrumento deve ser periodicamente revisto 5150. Serviços auxiliares em geral
e atualizado, e deve refletir a estrutura interna do organismo. 5151. Transportes pelas cantinas
As principais vantagens atribuídas a este sistema 516. Telefone
classificativo resultam do fato de se poder ter uma visão 517. Viaturas
global dos assuntos que são abordados na documentação, Apesar deste sistema de classificação ter imensos
permitir o agrupamento dos documentos de acordo com o simpatizantes devido à sua aparente simplicidade acontece,
seu conteúdo, ser extensível até ao infinito e de ser altamente porém, que enferma de alguns inconvenientes, entre os
flexível. quais, a rigidez que impõe na divisão dos vários ramos
A técnica que se costuma aplicar na divisão dos assuntos do conhecimento humano; é um sistema relativamente
é a seguinte: moroso, quer na sua construção, quer na sua aplicação à
Divisão do assunto em capítulos organização espacial do arquivo e posterior localização,
Divisão de cada capítulo em famílias exigindo pessoal especializado.
Divisão de cada família em grupos, representando
assuntos especializados Classificação Decimal Universal (CDU)
Divisão eventual de cada grupo em subgrupos, indicando A classificação Decimal Universal (CDU) é um esquema
uma divisão particular de classificação uniformizado e normalizado, amplamente
usado nacional e internacionalmente, que visa cobrir e
Classificação Decimal organizar a totalidade do conhecimento humano.
O sistema de classificação decimal pode ser considerado Henri Lafontaine e Paul Otlet publicaram, em 1905, a
um critério classificativo resultante da combinação da primeira edição do que viria a ser a Classificação Decimal
classificação numérica com a ideológica. Universal. Esta primeira edição do  Manuel du Repertoire

17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Bibliografique Universal é um desenvolvimento do esquema No seguimento do exemplo anterior, tal significa que a
base utilizado por Dewey que distribui a totalidade do notação 37 e o conceito que lhe está associado, é igual em todas
conhecimento em dez grandes classes, que por sua vez, são as bibliotecas do mundo que adotem este sistema de classificação.
divididas em dez subclasses que se dividem em dez grupos. O seu grande inconveniente resulta da sua aplicação que
Cada conceito é traduzido por uma notação numérica ou exige pessoal altamente especializado dado que é um grande
alfanumérica por exemplo, ao conceito geral de educação risco classificar matérias diferentes com o mesmo número.
corresponde a notação numérica 37.
A CDU baseia-se em três princípios fundamentais os Classificação Automática
quais são: As operações de classificação podem ser objeto de uma
Classificação: por ser uma classificação no sentido automatização em moldes parciais, já que a inteligência
restrito da palavra agrupa ideias nos seus aspectos humana continua a ser indispensável para selecionar o
concordantes. assunto principal e determinar as informações secundárias.
Universalidade: inclui cada um dos ramos do Atualmente a sua aplicação é feita a título experimental em
conhecimento humano, encarando-os sob os vários algumas bibliotecas.
aspectos. A classificação automática assenta no seguinte princípio
Decimalidade: a totalidade do conhecimento humano é geral: ao caracterizar diversos objetos de uma coleção
dividida em dez classes, cada uma das quais, por sua vez, se organizando-os por séries de atributos (data, forma, língua,
subdivide de novo decimalmente, pela adição de cifras decimais. domínio, e outros), é possível comparar, agrupando, de
Este sistema é mais utilizado em bibliotecas e serviços dois em dois e contar para cada par o número de atributos
de documentação para a elaboração de ficheiros por comuns. O resultado conduz à colocação em conjunto
assuntos ou matérias e posterior catalogação e arrumação dos objetos que possuem características frequentes,
do material bibliográfico. Em Portugal, o uso deste sistema constituindo classes não à priori mas sim à posteriori.
de classificação é generalizado, tanto nas Bibliotecas O interesse que desperta a classificação automática
Universitárias, como nas Bibliotecas Públicas e Escolares. situa-se ao nível da pesquisa documental. Ela permanece
A CDU tem vindo a ser continuamente ampliada e sem utilidade em organizações que já possuem a
modificada para fazer face ao surgimento de novos conceitos classificação física das obras, sendo incapaz de recriar
e conhecimentos do saber humano, principalmente, na automaticamente um esquema classificatório. A concepção
área da ciência e tecnologia. e desenvolvimento de uma linguagem classificatória e a
A CDU é composta por: sua aplicação a um determinado fundo documental são de
Uma  tabela principal  de matérias, que enumera competência exclusiva do domínio do homem.
hierarquicamente o conhecimento, nas referidas 10 classes. A Associação Internacional para a Classificação situada
As divisões principais são: na Alemanha publica sob o patrocínio da FID (Federação
Internacional de Documentação, a revista  International
0 Generalidades Classification  onde se apresentam estudos sobre a teoria
1 Filosofia. Psicologia dos conceitos, a terminologia sistemática e a organização
2 Religião. Teologia do saber. Estas organizações e outras interessam-se pelos
3 Ciências Sociais métodos matemáticos aplicáveis neste domínio.
4 Classe atualmente não usada
5 Ciências Exatas. Ciências naturais Tabela de temporalidade de documentos de
6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia arquivo.
7 Arte. Arquitetura. Recreação e Desporto A Tabela de Temporalidade de Documentos é o instrumento
8 Linguística. Língua. Literatura resultante da avaliação documental, aprovado por autoridade
9 Geografia. Biografia. História competente, que define prazos de guarda e a destinação de
cada série documental.
Cada classe principal subdivide-se decimalmente em A efetiva implementação de tais instrumentos objetiva a
subclasses que por sua vez também se subdividem em simplificação e racionalização dos procedimentos de gestão
áreas cada vez mais especializadas. dos documentos e das informações, ou seja, permitirá uma
As tabelas auxiliares, que representam não assuntos, mas considerável redução da massa documental acumulada,
formas de os especificar (por lugar, tempo, forma, língua, etc.), eliminando enormes volumes de documentos rotineiros
flexibilizando muito mais a representação dos conceitos. e desprovidos de valor que justifique a sua guarda, com
Um índice, lista alfabética de conceitos. A cada conceito consequente otimização do espaço físico e racionalização de
corresponde uma notação que serve de guia na consulta da custos, e sobretudo garantirá a preservação dos documentos de
tabela principal, para mais fácil e rapidamente se localizar a guarda permanente, de relevante valor informativo e probatório.
notação adequada ao assunto que se pretende pesquisar. A Tabela de Temporalidade é o registro esquemático do
Uma das principais vantagens desta classificação ciclo de vida dos documentos, determinando os prazos de
reside na sua dimensão universal e internacional, dada a guarda no arquivo corrente ou setorial, sua transferência
sua independência face a todas as expressões idiomáticas, para o arquivo intermediário ou geral, a eliminação ou
o que facilita enormemente a pesquisa e a troca de recolhimento para a Divisão de Documentação Permanente
informação ao nível internacional. do Arquivo Público do Estado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

A Tabela é um instrumento da gestão documental PROTOCOLO:


e passível de alterações na medida em que a produção É conhecimento da grande maioria que os arquivos
de documentos se altera, devido a mudanças sociais, possuem hoje uma notoriedade muito melhor do que já
administrativas e jurídicas. No entanto, alterações de se viu há algum tempo. Contudo, esse reconhecimento
qualquer natureza devem partir do órgão regulador da ainda não é o desejado. Para que os arquivos alcancem um
política de arquivos. nível de importância ainda maior, é necessário que sejam
geridos da forma correta, a fim de evitar o acúmulo de
ASSUNTO/TIPO DOCUMENTAL: Os assuntos/tipos massas documentais desnecessárias, de agilizarem ações
documentais relacionados na Tabela correspondem dentro de uma instituição, enfim, que cumpram a sua
aos documentos produzidos pelas atividades-meio dos função, seja desde o valor probatório até o cultural.
órgãos. São tipos documentais já consagrados pelo uso e Considera-se gestão de documentos o conjunto de
alguns identificados na legislação que regula as atividades procedimentos e operações técnicas referentes à sua
do setor. produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em
fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou
PRAZO DE ARQUIVAMENTO: O tempo de guarda recolhimento para a guarda permanente.
dos documentos está relacionado ao seu ciclo de vida. Aos Protocolo é a denominação geralmente atribuída
arquivos setoriais interessa ter acesso aos documentos a setores encarregados do recebimento, registro,
que estão sujeitos a consulta diariamente. O prazo de distribuição e movimentação dos documentos em curso;
arquivamento não deve exceder a cinco anos, incorrendo denominação atribuída ao próprio número de registro
no risco de acumular documentos desnecessários ao uso dado ao documento; Livro de registro de documentos
corrente e dificultar o acesso. recebidos e/ou expedidos.
A documentação que cumpriu sua função imediata, É de conhecimento comum o grande avanço que a
mas contém informações de caráter probatório, deve humanidade teve nos últimos anos. Dentre tais avanços,
ser transferida para o arquivo intermediário do órgão. incluem-se as áreas que vão desde a política até a
Documentos com longo período de valor probatório tecnológica. Tais avanços contribuíram para o aumento da
poderão ser transferidos à Divisão de Documentação produção de documentos. Cabe ressaltar que tal aumento
Intermediária do Arquivo Público do Estado. O terceiro teve sua importância para a área da arquivística, no
estágio prevê o recolhimento da documentação produzida sentido de ter despertado nas pessoas a importância dos
pelos órgãos públicos que tem informações sobre o arquivos. Entretanto, seja por descaso ou mesmo por falta
desempenho de sua função junto à sociedade. Esta de conhecimento, a acumulação de massas documentais
produção documental de valor permanente receberá um desnecessárias foi um problema que foi surgindo. Essas
tratamento arquivístico que contempla sua conservação, massas acabam por inviabilizar que os arquivos cumpram
arranjo e descrição para estar disponível à pesquisa. suas funções fundamentais. Para tentar sanar esse e outros
problemas, que é recomendável o uso de um sistema de
COMO UTILIZAR A TABELA DE TEMPORALIDADE protocolo.
A Tabela de Temporalidade de Documentos deve É sabido que durante a sua tramitação, os arquivos
ser utilizada no momento de classificação e avaliação da correntes podem exercer funções de protocolo
documentação. Proceder da seguinte forma: (recebimento, registro, distribuição, movimentação e
ƒ verificar se os documentos estão classificados de acordo expedição de documentos), daí a denominação comum de
com os assuntos do Código de Classificação de Documentos; ƒ alguns órgãos como Protocolo e Arquivo. E é neste ponto
documentos que se referem a dois ou mais assuntos, deverão que os problemas têm seu início. Geralmente, as pessoas que
ser classificados e agrupados ao conjunto documental (dossiê, lidam com o recebimento de documentos não sabem, ou
processo ou pasta) que possui maior prazo de arquivamento mesmo não foram orientadas sobre como proceder para o
ou que tenha sido destinado à guarda permanente; ƒ o prazo documento cumpra a sua função na instituição. Para que este
de arquivamento deve se contar a partir do primeiro dia útil do problema inicial seja resolvido, a implantação de um sistema
exercício seguinte ao do arquivamento do documento, exceto de base de dados, de preferência simples e descentralizado,
aqueles que originam despesas, cujo prazo de arquivamento permitindo que, tão logo cheguem às instituições, os
é contado a partir da aprovação das contas pelo Tribunal de documentos fossem registrados, pelas devidas pessoas, no
Contas; ƒ eliminar as cópias e vias, quando o documento seu próprio setor de trabalho seria uma ótima alternativa. Tal
original estiver no conjunto documental (dossiê, processo ação diminuiria o montante de documentos que chegam as
ou pasta); ƒ proceder ao registro dos documentos a serem instituições, cumprem suas funções, mas sequer tiveram sua
eliminados; ƒ elaborar listagem dos documentos destinados tramitação ou destinação registrada.
à transferência para o arquivo intermediário do órgão ou Algumas rotinas devem ser adotadas no registro
entidade, ou para a Divisão de Documentação Intermediária documental, afim de que não se perca o controle, bem
do Arquivo Público do Estado; como surjam problemas que facilmente poderiam ser
evitados (como o preenchimento do campo Assunto, de
OBS. Quando houver processo judicial os prazos de muita importância, mas que na maioria das vezes é feito de
arquivamento devem ser suspensos até a conclusão do mesmo. forma errônea). Dentre as recomendações de recebimento
e registro, destaca-se:

19
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Receber as correspondências, separando as de caráter Segunda Guerra Mundial. Para alguns, trata-se de um
oficial da de caráter particular, distribuindo as de caráter conceito emergente, alvo de controvérsias e ainda restrito,
particular a seus destinatários. como experiência, a poucos países.
Após essa etapa, os documentos devem seguir seu Segundo o historiador norte americano Lawrence
curso, a fim de cumprirem suas funções. Para que isto Burnet, a gestão de documentos é uma operação
ocorra, devem ser distribuídos e classificados da forma arquivística “o processo de reduzir seletivamente a
correta, ou seja, chegar ao seu destinatário Para isto, proporções manipuláveis a massa de documentos, que é
recomenda-se: característica da civilização moderna, de forma a conservar
Separar as correspondências de caráter ostensivo das permanentemente os que têm um valor cultural futuro
de caráter sigiloso, encaminhado as de caráter sigiloso aos sem menosprezar a integridade substantiva da massa
seus respectivos destinatários; documental para efeitos de pesquisa”.
Tomar conhecimento das correspondências de caráter Por outro lado, alguns concebem a gestão de
ostensivo por meio da leitura, requisitando a existência de documentos como a aplicação da administração científica
antecedentes, se existirem; com fins de eficiência e economia, sendo os benefícios
Classificar o documento de acordo com o método da para os futuros pesquisadores considerados apenas meros
instituição; carimbando-o em seguida; subprodutos. Situando-se entre esses dois extremos, a
Elaborar um resumo e encaminhar os documentos ao legislação norte americana estabelece a seguinte definição:
protocolo. O planejamento, o controle, a direção, a organização,
Preparar a ficha de protocolo, em duas vias, anexando a capacitação, a promoção e outras atividades gerenciais
a segunda via da ficha ao documento; relacionadas com a criação de documentos, sua manutenção,
Rearquivar as fichas de procedência e assunto, agora uso e eliminação, incluindo o manejo de correspondência,
com os dados das fichas de protocolo; formulários, diretrizes, informes, documentos informáticos,
microformas, recuperação de informação, fichários, correios,
Arquivar as fichas de protocolo. documentos vitais, equipamentos e materiais, máquinas
A tramitação de um documento dentro de uma reprográficas, técnicas de automação e elaboração de dados,
instituição depende diretamente se as etapas anteriores preservação e centros de arquivamento intermediários ou
foram feitas da forma correta. Se feitas, fica mais fácil, com outras instalações para armazenagem.
o auxílio do protocolo, saber sua exata localização, seus Sob tal perspectiva, a gestão cobre todo o ciclo de
dados principais, como data de entrada, setores por que já existência dos documentos desde sua produção até serem
passou, enfim, acompanhar o desenrolar de suas funções eliminados ou recolhidos para arquivamento permanente,
dentro da instituição. Isso agiliza as ações dentro da ou seja, trata-se de todas as atividades inerentes às idades
instituição, acelerando assim, processos que anteriormente corrente e intermediária.
encontravam dificuldades, como a não localização de De acordo com o Dicionário de Terminologia Arquivística,
documentos, não se podendo assim, usá-los no sentido de do Conselho Internacional de Arquivos, a gestão de
valor probatório, por exemplo. documentos diz respeito a uma área da administração geral
Após cumprirem suas respectivas funções, os relacionada com a busca de economia e eficácia na produção,
documentos devem ter seu destino decidido, seja este manutenção, uso e destinação final dos mesmos.
a sua eliminação ou recolhimento. É nesta etapa que a Por meio do Ramp/PGI, a Unesco procurou também
expedição de documentos torna-se importante, pois por abordar o tema conforme trabalho de James Rhoads. A
meio dela, fica mais fácil fazer uma avaliação do documento, função da gestão de documentos e arquivos nos sistemas
podendo-se assim decidir de uma forma mais confiável, o nacionais de informação, segundo o qual um programa
destino do documento. Dentre as recomendações com geral de gestão de documentos, para alcançar economia e
relação a expedição de documentos, destacam-se: eficácia, envolve as seguintes fases:
Receber a correspondência, verificando a falta de Produção: concepção e gestão de formulários,
anexos e completando dados; preparação e gestão de correspondência, gestão de
Separar as cópias, expedindo o original; informes e diretrizes, fomento de sistemas de gestão da
Encaminhar as cópias ao Arquivo. informação e aplicação de tecnologias modernas a esses
É válido ressaltar que as rotinas acima descritas não processos;
valem como regras, visto que cada instituição possui suas Utilização e conservação: criação e melhoramento dos
tipologias documentais, seus métodos de classificação, sistemas de arquivos e de recuperação de dados, gestão de
enfim, surgem situações diversas. Servem apenas como correio e telecomunicações, seleção e uso de equipamento
exemplos para a elaboração de rotinas em cada instituição. reprográfico, análise de sistemas, produção e manutenção
de programas de documentos vitais e uso de automação e
CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO. reprografia nestes processos;
Desde o desenvolvimento da arquivologia como Destinação: a identificação e descrição das séries
disciplina, a partir da segunda metade do século XIX, talvez documentais, estabelecimento de programas de avaliação
nada a tenha revolucionado tanto quanto concepção e destinação de documentos, arquivamento intermediário,
teórica e os desdobramentos práticos da gestão ou a eliminação e recolhimento dos documentos de valor
administração de documentos estabelecidos após a permanente às instituições arquivísticas.

20
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

O código de classificação de documentos de arquivo mas o primeiro passo para sua regulamentação ocorreu
é um instrumento de trabalho utilizado para classificar efetivamente com a lei federal nº 8.159, de 8 de janeiro
todo e qualquer documento produzido ou recebido por de 1991, que em seu artigo 9º dispõe que “a eliminação
um órgão no exercício de suas funções e atividades. A de documentos produzidos por instituições públicas e de
classificação por assuntos é utilizada com o objetivo de caráter público será realizada mediante autorização de
agrupar os documentos sob um mesmo tema, como forma instituição arquivística pública, na sua específica esfera de
de agilizar sua recuperação e facilitar as tarefas arquivísticas competência”.
relacionadas com a avaliação, seleção, eliminação, O Arquivo Nacional publicou em 1985 manual técnico
transferência, recolhimento e acesso a esses documentos, sob o título Orientação para avaliação e arquivamento
uma vez que o trabalho arquivísticos é realizado com base intermediário em arquivos públicos, do qual constam
no conteúdo do documento, o qual reflete a atividade que diretrizes gerais para a realização da avaliação e para
o gerou e determina o uso da informação nele contida. a elaboração de tabelas de temporalidade. Em 1986,
A classificação define, portanto, a organização física dos iniciaram-se as primeiras atividades de avaliação dos
documentos arquivados, constituindo-se em referencial acervos de caráter intermediário sob a guarda da então
básico para sua recuperação. Divisão de Pré Arquivo do Arquivo Nacional, desta vez com
No código de classificação, as funções, atividades, a preocupação de estabelecer prazos de guarda com vista
espécies e tipos documentais genericamente denominados à eliminação e, consequentemente, à redução do volume
assuntos, encontram-se hierarquicamente distribuídos de documental e racionalização do espaço físico.
acordo com as funções e atividades desempenhadas pelo A metodologia adotada à época envolveu pesquisas
órgão. Em outras palavras, os assuntos recebem códigos na legislação que regula a prescrição de documentos
numéricos, os quais refletem a hierarquia funcional do administrativos, e entrevistas com historiadores e
órgão, definida através de classes, subclasses, grupos e servidores responsáveis pela execução das atividades nos
subgrupos, partindo-se sempre do geral para o particular. órgãos públicos, que forneceram as informações relativas
A classificação deve ser realizada por servidores aos valores primário e secundário dos documentos, isto
treinados, de acordo com as seguintes operações. é, ao seu potencial de uso para fins administrativos e de
a) ESTUDO: consiste na leitura de cada documento, a pesquisa, respectivamente. Concluídos os trabalhos, ainda
fim de verificar sob que assunto deverá ser classificado e que restrito à documentação já depositada no arquivo
quais as referências cruzadas que lhe corresponderão. A intermediário do Arquivo Nacional foi constituída, em
referência cruzada é um mecanismo adotado quando o 1993, uma Comissão Interna de Avaliação que referendou
conteúdo do documento se refere a dois ou mais assuntos. os prazos de guarda e destinação propostos.
b) CODIFICAÇÃO: consiste na atribuição do código Com o objetivo de elaborar uma tabela de temporalidade
correspondente ao assunto de que trata o documento. para documentos da então Secretaria de Planejamento,
Orçamento e Coordenação (SEPLAN), foi criado, em 1993,
ROTINAS CORRESPONDENTES ÀS OPERAÇÕES DE um grupo de trabalho composto por técnicos do Arquivo
CLASSIFICAÇÃO Nacional e daquela secretaria, cujos resultados, relativos as
1. Receber o documento para classificação; atividades-meio, serviriam de subsídio ao estabelecimento
2. Ler o documento, identificando o assunto principal de prazos de guarda e destinação para os documentos da
e o(s) secundário(s) de. administração pública federal. A tabela, elaborada com
Acordo com seu conteúdo; base nas experiências já desenvolvidas pelos dois órgãos,
3. Localizar o(s) assunto(s) no Código de classificação foi encaminhada, em 1994, à Direção Geral do Arquivo
de documentos de arquivo, utilizando o índice, quando Nacional para aprovação.
necessário; Com a instalação do Conselho Nacional de Arquivos
4. Anotar o código na primeira folha do documento; (Conarq), em novembro de 1994, foi criada, dentre outras,
5. Preencher a(s) folha(s) de referência, para os a Câmara Técnica de Avaliação de Documentos (Ctad) para
assuntos secundários. dar suporte às atividades do conselho. Sua primeira tarefa
foi analisar e discutir a tabela de temporalidade elaborada
A avaliação constitui-se em atividade essencial do pelo grupo de trabalho Arquivo Nacional/SEPLAN, com o
ciclo de vida documental arquivísticos, na medida em objetivo de torná-la aplicável também aos documentos
que define quais documentos serão preservados para produzidos pelos órgãos públicos nas esferas estadual e
fins administrativos ou de pesquisa e em que momento municipal, servindo como orientação a todos os órgãos
poderão ser eliminados ou destinados aos arquivos participantes do Sistema Nacional de Arquivos (Sinar).
intermediário e permanente, segundo o valor e o potencial O modelo ora apresentado constitui-se em instrumento
de uso que apresentam para a administração que os gerou básico para elaboração de tabelas referentes as atividades-
e para a sociedade. meio do serviço público, podendo ser adaptado de acordo
Os primeiros atos legais destinados a disciplinar com os conjuntos documentais produzidos e recebidos.
a avaliação de documentos no serviço público datam Vale ressaltar que a aplicação da tabela deverá estar
do final do século passado, em países da Europa, nos condicionada à aprovação por instituição arquivística
Estados Unidos e no Canadá. No Brasil, a preocupação pública na sua específica esfera de competência.
com a avaliação de documentos públicos não é recente,

21
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

A tabela de temporalidade deverá contemplar as I – Órgãos que possuem arquivo central e contam
atividades meio e atividades-fim de cada órgão público. com serviços de arquivamento intermediário:
Desta forma, caberá aos mesmos definir a temporalidade Para os órgãos federais, estaduais e municipais que se
e destinação dos documentos relativos às suas enquadram nesta variável, há necessidade de redistribuição
atividades específicas, complementando a tabela básica. dos prazos, considerando-se as características de cada
Posteriormente, esta deverá ser encaminhada à instituição fase, desde que o prazo total de guarda não seja alterado,
arquivística pública para aprovação e divulgação, por meio de forma a contemplar os seguintes setores arquivísticos:
de ato legal que lhe confira legitimidade. - arquivo setorial (fase corrente, que corresponde ao
A tabela de temporalidade é um instrumento arquivístico arquivo da unidade organizacional);
resultante de avaliação, que tem por objetivos definir - arquivo central (fase intermediária I, que corresponde
prazos de guarda e destinação de documentos, com vista a ao setor de arquivo geral/central da instituição);
garantir o acesso à informação a quantos dela necessitem. - arquivo intermediário (fase intermediária II, que
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os corresponde ao depósito de arquivamento intermediário,
conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma geralmente subordinado à instituição arquivística pública
instituição no exercício de suas atividades, os prazos de nas esferas federal, estadual e municipal).
guarda nas fases corrente e intermediária, a destinação II – Órgãos que possuem arquivo central e não contam
final – eliminação ou guarda permanente –, além de um com serviços de arquivamento intermediário: Nos órgãos
campo para observações necessárias à sua compreensão situados nesta variável, as unidades organizacionais
e aplicação. são responsáveis pelo arquivamento corrente e o
Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta arquivo central funciona como arquivo intermediário,
utilização do instrumento: obedecendo aos prazos previstos para esta fase e
1. Assunto: Neste campo são apresentados os conjuntos efetuando o recolhimento ao arquivo permanente.
documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente III – Órgãos que não possuem arquivo central e
distribuídos de acordo com as funções e atividades contam com serviços de arquivamento intermediário:
desempenhadas pela instituição. Para possibilitar
Nesta variável, as unidades organizacionais também
melhor identificação do conteúdo da informação,
funcionam como arquivo corrente, transferindo os
foram empregadas funções, atividades, espécies e tipos
documentos – depois de cessado o prazo previsto para
documentais, genericamente denominados assuntos,
esta fase – para o arquivo intermediário, que promoverá
agrupados segundo um código de classificação, cujos
o recolhimento ao arquivo permanente.
conjuntos constituem o referencial para o arquivamento
IV – Órgãos que não possuem arquivo central nem
dos documentos.
contam com serviços de arquivamento intermediário:
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o
Quanto aos órgãos situados nesta variável, as
índice, que contém os conjuntos documentais ordenados
alfabeticamente para agilizar a sua localização na tabela. unidades organizacionais são igualmente responsáveis
2. Prazos de guarda: Referem-se ao tempo necessário pelo arquivamento corrente, ficando a guarda
para arquivamento dos documentos nas fases corrente intermediária a cargo das mesmas ou do arquivo público,
e intermediária, visando atender exclusivamente às o qual deverá assumir tais funções.
necessidades da administração que os gerou, mencionado, 3. Destinação final: Neste campo é registrada a
preferencialmente, em anos. Excepcionalmente, pode destinação estabelecida que possa ser a eliminação,
ser expresso a partir de uma ação concreta que deverá quando o documento não apresenta valor secundário
necessariamente ocorrer em relação a um determinado (probatório ou informativo) ou a guarda permanente,
conjunto documental. Entretanto, deve ser objetivo e quando as informações contidas no documento são
direto na definição da ação – exemplos: até aprovação consideradas importantes para fins de prova, informação
das contas; até homologação da aposentadoria; e até e pesquisa.
quitação da dívida. O prazo estabelecido para a fase A guarda permanente será sempre nas instituições
corrente relaciona-se ao período em que o documento é arquivísticas públicas (Arquivo Nacional e arquivos
frequentemente consultado, exigindo sua permanência públicos estaduais, do Distrito Federal e municipais),
junto às unidades organizacionais. A fase intermediária responsáveis pela preservação dos documentos e pelo
relaciona-se ao período em que o documento ainda é acesso às informações neles contidas. Outras instituições
necessário à administração, porém com menor frequência poderão manter seus arquivos permanentes, seguindo
de uso, podendo ser transferido para depósito em outro orientação técnica dos arquivos públicos, garantindo o
local, embora à disposição desta. intercâmbio de informações sobre os respectivos acervos.
A realidade arquivística no Brasil aponta para variadas 4. Observações: Neste campo são registradas
formas de concentração dos arquivos, seja ao nível da informações complementares e justificativas, necessárias
administração (fases corrente e intermediária), seja no à correta aplicação da tabela. Incluem-se, ainda,
âmbito dos arquivos públicos (permanentes ou históricos). orientações quanto à alteração do suporte da informação
Assim, a distribuição dos prazos de guarda nas fases e aspectos elucidativos quanto à destinação dos
corrente e intermediária foi definida a partir das seguintes documentos, segundo a particularidade dos conjuntos
variáveis: documentais avaliados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

A necessidade de comunicação é tão antiga como a Método específico ou por assunto: Indiscutivelmente
formação da sociedade humana, o homem, talvez na ânsia o método especifico, representado por palavras dispostas
de se perpetuar, teve sempre a preocupação de registrar alfabeticamente, é um dos mais difíceis processos de
suas observações, seu pensamento, para legá-los às arquivamento, pois, consistindo em agrupar as pastas
gerações futuras. por assunto, apresenta a dificuldade de se escolher o
Assim começou a escrita. Na sua essência. Isto nada melhor termo ou expressão que defina o assunto. Temos o
mais é do que registrar e guardar. Por sua vez, no seu vocabulário todo da língua à nossa disposição e justamente
sentido mais simples, guardar é arquivar. o fato de ser tão amplo o campo da escolha nos dificulta a
Por muito tempo reinou uma completa confusão seleção acertada, além do que entra muito o ponto de vista
sobre o verdadeiro sentido da biblioteca, museu e arquivo. pessoal do arquivista, nesta seleção.
Indiscutivelmente, por anos e anos, estas instituições tiveram Método decimal: Este método foi inspirado no Sistema
mais ou menos o mesmo objetivo. Eram elas depósitos de Decimal de Melvil Dewey. Dewey organizou um sistema de
tudo o que se produzira a mente humana, isto é, do resultado classificação para bibliotecas, muito interessante, o qual
do trabalho intelectual e espiritual do homem. conseguiu um grande sucesso; fora publicado em 1876.
O arquivo, quando bem organizado, transmite ordens, Dividiu ele os conhecimentos humanos em dez classes,
evita repetição desnecessárias de experiências, diminui a as quais, por sua vez, se subdividiram em outras dez, e assim
duplicidade de documentos, revela o que está por ser feito, por diante, sendo infinita essa possibilidade de subdivisão,
o que já foi feito e os resultados obtidos. Constitui fonte de graças à sua base decimal.
pesquisa para todos os ramos administrativos e auxilia o Método simplificado: Este a rigor não deveria ser
administrador a tomada de decisões. considerado propriamente um método, pois, na realidade,
Os principais Sistemas ou Tipos de classificação nada mais é do que a utilização de vários métodos ao
utilizados em arquivos são: mesmo tempo, com a finalidade de reunir num só móvel
as vantagens de todos eles.
Método alfabético: É o sistema mais simples, fácil, lógico
e prático, porque obedecendo à ordem alfabética pode-se Tipologia
logo imaginar que não apresentará grandes dificuldades Tipologia documental é a denominação que se dá
nem para a execução do trabalho de arquivamento, nem quando reunimos determinada espécie à função ou
para a procura do documento desejado, pois a consulta é atividade que o documento irá exercer. Ex.: Declaração de
direta. Imposto de Renda, Certidão de nascimento.

Método numérico simples: Consiste em numerar as Exemplo: Espécie e Tipologia documental


pastas em ordem da entrada do correspondente ou assunto,
sem nenhuma consideração à ordem alfabética dos mesmos, Espécie Tipologia
dispensando assim qualquer planejamento anterior do
arquivo. Para o bom êxito deste método, devemos organizar Contrato Contrato de locação
dois índices em fichas; numas fichas serão arquivadas Alvará Alvará de funcionamento
alfabeticamente, para que se saiba que numero recebeu
o correspondente ou assunto desejado, e no outro são Certidão Certidão de nascimento
arquivadas numericamente, de acordo com o numero que
recebeu o cliente ou o assunto, ao entrar para o arquivo. A fase de identificação pressupõe o reconhecimento de
Este último índice pode ser considerado tombo (registro) de elementos que caracterizam os documentos, seja em fase de
pastas ocupadas e, graças a ele, sabemos qual é o ultimo produção ou de acumulação nos arquivos, em instrumentos
numero preenchido e assim destinaremos o numero seguinte de coleta de dados. É uma fase que busca o conhecimento
a qualquer novo cliente que seja registrado. dos procedimentos e rotinas de produção de documentos no
Método alfabético numérico: Como se pode deduzir pelo órgão, cujo resultado final é a definição das séries documentais.
seu nome, é um método que procurou reunir as vantagens O estudo do contexto de produção das tipologias
dos métodos alfabéticos simples e numérico simples, tendo identificadas pressupõe o levantamento de elementos,
alcançado seu objetivo, pois desta combinação resultou um que versem a sua criação, estrutura e desenvolvimento
método que apresenta ao mesmo tempo a simplicidade de do órgão, sendo esta a primeira tarefa da identificação.
um e a exatidão e rapidez, no arquivamento, do outro. É A segunda é a identificação do tipo documental, a qual
conhecido também pelo nome de numeralfa e alfanumérico. está baseada no método diplomático, que é utilizado
para extrair e registrar os elementos constitutivos do
Método geográfico: Este método é muito aconselhável documento, visando entender e conhecer o seu processo
quando desejamos ordenar a documentação de acordo de criação. O registro desses elementos nessa fase é
com a divisão geográfica, isto é, de acordo com os países, imprescindível para a análise realizada na fase da avaliação,
estados, cidades, municípios etc. Nos departamentos de função arquivística, que tem por finalidade atribuir valores
vendas, por exemplo, é de especial utilidade para agrupar para os documentos, definindo prazos para sua guarda,
os correspondentes de acordo com as praças onde operam objetivando e racionalização dos arquivos como meio de
ou residem. proporcionar a eficiência administrativa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Neste sentido, a fase de identificação assume um Diante da escassa literatura e da ausência de estudos
papel relevante no processo de continuidade do fazer sobre essa fase metodológica no campo da arquivística,
arquivísticos, fornecendo dados, que serão utilizados no os dicionários publicados no país refletem tal problema.
processo da avaliação. Vale ressaltar que o Dicionário de Terminologia
O histórico da identificação inicia-se nas primeiras Arquivística publicado pela Associação de Arquivistas
Jornadas de Identificação e Avaliação de Fundos Brasileiros em 1996, não apresenta o termo. Entretanto, o
Documentais das Administrações Públicas, realizadas em Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística publicado
1991, em Madrid na Espanha, na qual a identificação foi pelo Arquivo Nacional, em 2005, faz referência e define a
reconhecida como uma fase da metodologia arquivística. identificação como um “processo de reconhecimento,
Este reconhecimento definiu qual é o momento sistematização e registro de informações sobre arquivos,
arquivístico para o desenvolvimento desta fase e com vistas ao seu controle físico e/ou intelectual”.
como aplicar esta metodologia. A identificação passa Definição esta voltada para os arquivos enquanto
a ser considerada como a primeira fase do trabalho fundos, mas que pelo menos registra o conceito, sendo
arquivístico, e o seu corpo metodológico se divide uma abertura para o conhecimento da identificação
em três etapas: “identificação do órgão produtor, como parte da metodologia, primeira referência à
identificação do elemento funcional e a identificação história do conceito da identificação no Brasil.
do tipo documental”. Com base na proposta metodológica da fase de
No Brasil, o Arquivo Nacional a partir de 1981, identificação de Martín-Palomino Benito e Torre Merino,
implantou o Programa de Modernização Institucional- que contemplam a identificação do órgão produtor,
Administrativa, o qual era constituído de vários projetos, enquanto fundo e o tipo documental em seu menor
sendo que um deles previa a identificação e controle nível, são definidos três momentos para a realização
dos conjuntos documentais recolhidos. A atividade da deste procedimento metodológico:
identificação adquiriu uma importância maior e foi definida 1) Identificação do órgão produtor;
como uma das metas no tratamento dos conjuntos 2) Identificação do elemento funcional e
Com o término desses trabalhos, foi publicado 3) Identificação do tipo documental
o manual de procedimentos para a identificação de Para os autores a fase de identificação, deve se iniciar
documentos em arquivos públicos e o manual de pela identificação do órgão produtor, sendo seguida pela
levantamento da produção documental em 1985 e 1986, identificação do elemento funcional. Entretanto, serão
respectivamente. associadas em uma mesma etapa e/ou procedimento,
Naquele momento, a metodologia da identificação pois são tarefas afins, as quais se complementam em um
apresentava um enfoque para o tratamento de massas mesmo estudo, e são realizadas a partir de entrevistas e/
documentais acumuladas nos arquivos, e a discussão ou aplicação de questionário, pelo estudo da legislação,
proposta pelo Arquivo Nacional não chegou ao nível com especial atenção aos itens que tratam das funções
da identificação da tipologia documental, ou seja, e competências, razão pela qual não há necessidade de
passou longe da discussão sobre as características do separá-las neste estudo. Nesta perspectiva, podemos
documento, focando apenas o nível do fundo. afirmar que a fase da identificação se constitui de dois
Atualmente, a metodologia de identificação momentos, e não três: a identificação do órgão produtor,
tipológica é realizada no tratamento documental, porém, considerando os elementos funcionais que o caracterizam
é parcialmente reconhecida na área. Mesmo estando internamente, e a identificação do tipo documental.
presente na literatura, há uma variação na designação Na fase de identificação, a primeira etapa será o
do termo, este é encontrado como: tarefa, levantamento levantamento do contexto de produção, que versa sobre o
de dados, diagnóstico de problemas documentais, elemento orgânico e o órgão produtor da documentação
análise de produção, análise dos documentos, análise do gerada como consequência do exercício de suas funções. Dessa
fluxo documental; do órgão produtor ou da instituição forma, compreende-se como órgão produtor toda instituição,
produtora; estudo da estrutura organizacional, entre empresa e/ou organização de pequeno, médio ou grande porte
outros. que exerce atividades e tem como reflexo dessas, a produção
A “fase do tratamento arquivístico consiste de documentos, com o fim de atingir seus objetivos sociais,
na investigação e sistematização das categorias comerciais e/ou governamentais. Portanto, é quem cria o
administrativas em que se sustenta à estrutura de um conjunto documental. Então, como fazer essa identificação e
fundo”. É considerada a primeira fase da metodologia quais os procedimentos que devem ser realizados?
arquivística, por apresentar um caráter intelectual e Identificar o contexto de produção é conhecer toda
investigativo, o qual visa o reconhecimento do órgão vida do órgão, significa investigar a história administrativa,
produtor e das tipologias documentais existentes, cujo sua origem, seu funcionamento, a hierarquia de
objetivo final é a definição das séries que se configuram competências e funções desempenhadas. Isso possibilita
como conjuntos de tipos documentais que tem produção encontrar as falhas do órgão, que serão analisadas para
se chegar a possíveis soluções e para gerar eficiência no
seriada. São nas séries que encontramos a identidade
desenvolvimento das metodologias arquivísticas a serem
do órgão produtor, as funções, as competências e a
aplicadas.
definição do tipo documental.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Martín-Palomino Benito e Torre Merino demonstram 1. Através da transferência da informação para um CD


um estudo sistematizado, que versa sobre: órgão ou mesmo para o meio virtual (ex: disco virtual) realizado
produtor, organogramas e legislação. Neste estudo os pelo processo de “scanneamento” de um documento em
autores apresentam vários elementos, para a elaboração papel;
do índice do órgão produtor. Conforme os autores, se 2. Gravando as informações de uma fita magnética,
deve diagnosticar o nome, a origem, as datas e textos disco de vinil etc. para um CD ou DVD, por exemplo.
normativos que indiquem mudanças na estrutura do A digitalização de documentos é uma política de
órgão, as subordinações a outros órgãos e os documentos arquivo baseada em quatro fundamentos principais:
mais produzidos. 1. Diminuição do tamanho do acervo;
No repertório de organograma, o arquivista deverá partir 2. Preservação dos documentos;
dos dados coletados, que propiciem análises, principalmente, 3. Possibilidade de acesso ao mesmo documento por
das diversas estruturas que o órgão apresenta. Já no índice várias pessoas ao mesmo tempo;
legislativo serão produzidas fichas, com informações sobre 4. Maior agilidade (ao menos em tese) na busca e
a legislação que afeta o órgão, definindo sua data de recuperação da informação.
aprovação e publicação resumo da norma.
Nota-se que os procedimentos adotados para esta Principais diferenças entre os documentos
identificação estarão baseados em coletas de dados. microfilmados e os digitalizados:
Subentende-se por coleta de dados e informações “o 1. O microfilme possui valor legal. O documento digital
registro sistemático do conjunto de elementos que se não possui valor legal. Assim, caso o documento tenha
associa ao comportamento de um fenômeno, de um valor jurídico, ele poderá ser eliminado se houver sido
sistema ou de um conjunto desses dois” e para diagnosticar microfilmado, mas o mesmo não poderá ser feito caso ele
tais conjuntos, existem três técnicas: a entrevista, o tenha sido scanneado.
questionário e a observação pessoal ou direta, que se 2. Alguns estudos demonstram que o tempo de vida
elaboradas e aplicadas de forma imperfeita comprometerá útil (considera-se a integridade da informação) de um CD,
o planejamento final. em condições de armazenamento e ambiente adequados,
A Tipologia também cuida da reunião de documentos gira em torno de 200 anos. O microfilme tem um prazo
de forma automatizada. Também cabe ao seu âmbito a estipulado em 500 anos.
preservação, conservação e restauração de documentos. 3. O CD pode ser guardado em condições ambientais
“mais flexíveis”, enquanto que o microfilme, devido à
MICROFILMAGEM: é um processo realizado mediante composição química da fotografia, precisa de cuidados
captação da imagem por meio fotográfico ou eletrônico, muito mais especiais.
tendo como objetivos principais reduzir o tamanho do
acervo e preservar os documentos originais (estima-se O propósito do acondicionamento é o de guardar,
que um microfilme preservado em condições ambientais proteger e facilitar o manuseio do material que compõe
adequadas tenha a durabilidade média de 500 anos). um acervo ou uma reserva técnica. Pelo fato de cada
A partir da microfilmagem – salvo raras exceções – o instituição possuir uma política financeira, uma proposta
documento estará disponível para consulta apenas através de tratamento, além de objetos de materiais, tamanhos e
do rolo de microfilme, preservando-se, dessa forma, o dimensões díspares que devem ser preservados, não há
original. Para que possua valor legal, a microfilmagem só uma receita pronta para o acondicionamento perfeito, cada
pode ser realizada por cartórios ou empresas devidamente caso deve ser analisado isoladamente, para se alcançar o
registradas e autorizadas pelo Ministério da Justiça. objetivo de proteger o material.
Devido ao valor legal do microfilme, existe uma É necessário, então, conhecer profundamente o acervo:
legislação específica que deve ser seguida pelas instituições • a localização do prédio;
envolvidas em sua produção. Nesse sentido, a Lei nº • o espaço que abriga a reserva técnica;
5.433/68, regulamentada pelo Decreto nº 1799/66, que • o objeto a ser preservado.
disciplina toda produção de microfilme, estabelece que: A verificação antecipada de todos os pontos, acima
§ 1º Os microfilmes de que trata esta Lei, assim como relacionados, é de suma importância para a escolha
as certidões, os traslados e as cópias fotográficas obtidas apropriada para a resolução do trabalho a ser realizado,
diretamente dos filmes produzirão os mesmos efeitos bem como avaliar cuidadosamente cada objeto da reserva
legais dos documentos originais em juízo ou fora dele. técnica ou do acervo é primordial para a elaboração
É importante destacar que não são todos os de uma embalagem, uma vez que cada um desses
documentos de um arquivo que devem ser microfilmados. objetos possui um comportamento específico diante de
mudanças de temperatura e de umidade, apresentando,
AUTOMAÇÃO (Digitalização): Quando falamos em portanto, um estado de conservação diferente. Dessa
automação de documentos estamos basicamente fazendo forma, pensar, antecipadamente, em acondicionamento
referência à transposição do suporte inicial do documento é ser um profissional precavido em relação a possíveis
(papel, fita magnética etc.) para um suporte digital (CD, fatores que possam acelerar o processo de degradação
DVD etc.) por meio de computadores. As duas formas mais dos documentos, objetos ou das obras que devem ser
comuns de automatizar (digitalizar) um documento são: preservados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

CONSERVAÇÃO: É um conceito amplo e pode ser O controle racional e sistemático de condições


pensado como termo que abrange pelo menos três (3) ambientais não reduz apenas os problemas de degradação,
ideias: preservação, proteção e manutenção. mas também e principalmente evita seu agravamento.
Conservar bens culturais (livros, documentos, objetos A política moderna de conservação a longo prazo
de arte, etc.) é defendê-lo da ação dos agentes físicos, orienta-se pela luta contra as causas de deterioração, na
químicos e biológicos que os atacam. busca do maior prolongamento possível da vida útil de
O principal objetivo portanto da conservação é o de livros e documentos. Dentro desta perspectiva, padrões de
estender a vida útil dos materiais, dando aos mesmos o conduta devem ser adotados, tais como:
tratamento correto. Para isso é necessário permanente • Formular um diagnóstico do estado geral de
fiscalização das condições ambientais, manuseio e conservação da obra e uma proposta quanto aos métodos e
armazenamento. materiais que poderão ser utilizados durante o tratamento;
A preservação ocupa-se diretamente com o patrimônio • Documentar todos os registros históricos porventura
cultural consistindo na conservação desses patrimônios encontrados, sem destruí-los, falsificá-los ou removê-los.
em seus estados atuais. Por isso, devem ser impedidos • Aplicar um tratamento de conservação dentro do
quaisquer danos e destruição causadas pela umidade, limite do necessário e orientar-se pelo absoluto respeito à
por agentes químicos e por todos os tipos de pragas e de integridade estética, histórica e material de uma obra;
microrganismo. A manutenção, a limpeza periódica é a • Adotar a princípio de reversibilidade, que é o
base da prevenção. leitmotiv atual do desenvolvimento e aplicação do método
Os acervos das bibliotecas são basicamente constituídos de conservação em livros e documentos, pois é importante
por materiais orgânicos e, como tal, estão sujeitos a um ter sempre em mente que um procedimento técnico,
contínuo processo de deterioração. assim como determinados materiais, são sempre alvo de
A conservação, enquanto matéria interdisciplinar, constantes pesquisas e que isto propicia um futuro técnico-
não pode simplesmente suspender um processo de científico mais promissor à segurança de uma obra.
degradação, já instalado. Fumigação é um tipo de controle de pragas através do
Pode, sim, utilizar-se de métodos técnico-científicos, tratamento químico realizado com compostos químicos ou
numa perspectiva interdisciplinar, que reduzam o ritmo formulações pesticidas (os chamados fumigantes) voláteis (no
tanto quanto possível deste processo. estado de vapor ou gás) em um sistema hermético, visando
Sobre todo legado histórico que se traduza como a desinfestação de materiais, objetos e instalações que não
bem cultural, na medida em que representa material de possam ser submetidas à outras formas de tratamento. Essa
valor presente e futuro para a humanidade, a inexorável técnica causa dano ao documento, não devendo ser utilizada.
possibilidade de degradação atinge proporções de extrema
responsabilidade. RESTAURAÇÃO: A restauração preventiva tem por objetivo
É cientificamente provado que o papel degrada-se revitalizar a concepção original, ou seja, a legibilidade do objeto.
rapidamente se fabricado e, ou acondicionado sob critérios Em uma restauração nenhum fator pode ser negligenciado, é
indevidos. Por mais de um século tem-se fabricado papel preciso levantar a história, revelar a tecnologia empregada na
destinado à impressão de livro com alto teor de acidez. fabricação ou a técnica de impressão utilizada e traçar um plano
Sabemos perfeitamente que a acidez é uma das maiores de acondicionamento do objeto restaurado de modo que não
causas da degradação dos papéis. Na mesma medida, o volte a sofrer efeitos de deterioração do futuro. Podemos dizer
acondicionamento de obras em ambientes quente e úmido que é melhor: Conservar e preservar para não restaurar.
gera efeitos danosos, tais como: reações que se processam
a nível químico e que geralmente enfraquecem as cadeias Agentes exteriores que danificam os documentos:
moleculares de celulose, fragilizando o papel. Esse fato
concorre para que todos os acervos bibliográficos estabeleçam 1. Físicos
controles ambientais próprios dentro de parâmetros precisos. Luminosidade - a luz é um dos fatores mais agravantes
Há um consenso entre os conservadores, no sentido no processo de degradação dos materiais bibliográficos.
de que tanto a permanência referente à estabilidade Temperatura - o papel se deteriora com o tempo
química, ao grau de resistência de um material à mesmo que as condições de conservação sejam boas. O
deterioração todo o tempo, mesmo quando não está em papel fica com sua cor original alterada e se torna frágil e
uso quanto à durabilidade referente à resistência física, isto se chama envelhecimento natural.
ou seja, à capacidade de resistir à ação mecânica sobre Umidade - o excesso de umidade estraga muito mais o
livros e documentos, estão diretamente relacionados papel que a deficiência de água.
com as condições ambientais em que esses materiais
são acondicionados. Esses dois fatores estão de tal forma 2. Químicos
interligados que materiais de origem orgânica quando se Acidez do Papel - Os papéis brasileiros apresentam
deterioram quimicamente perdem também sua resistência um índice de acidez elevado (pH 5 em média) e portanto
física. Em outras palavras, há uma estreita relação entre a uma permanência duvidosa. Somemos ao elevado índice de
longevidade dos suportes da escrita, quer sejam em papel, acidez, o efeito das altas temperaturas predominante nos
pergaminho ou outros materiais, e as condições climáticas países tropicais e subtropicais e uma variação da umidade
do ambiente onde se encontram. relativa, teremos um quadro bastante desfavorável na

26
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

conservação de documentos em papel. Dentre as causas Os acervos de bibliotecas e arquivos são em geral
de degradação do papel, podemos citar as de origem constituídos de livros, mapas, fotografias, obras de arte,
intrínseca e as de origem extrínsecas. revistas, manuscritos etc., que utilizam, em grande parte,
Poluição Atmosférica - A celulose é atacada pelos o papel como suporte da informação, além de tintas das
ácidos, ainda que nas condições de conservação mais mais diversas composições.
favoráveis. A poluição atmosférica é uma das principais O papel, por mais variada que possa ser sua com
causas da degradação química. posição, é formado basicamente por fibras de celulose
Tintas - a tinta é um dos compostos mais importantes provenientes de diferentes origens.
na documentação. Foi e é usada para escrever em papéis, Cabe-nos, portanto, encontrar soluções que permitam
pergaminhos e materiais similares, desde que o homem oferecer o melhor conforto e estabilidade ao suporte da
sentiu necessidade de registrar seu avanço técnico e maioria dos documentos, que é o papel.
cultural, e é ainda indispensável para a criação de registros A degradação da celulose ocorre quando agentes
e para atividades relacionadas aos interesses de vida diária. nocivos atacam as ligações celulósicas, rompendo-as ou
fazendo com que se agreguem a elas novos componentes
3. Biológicos que, uma vez instalados na molécula, desencadeiam
Insetos - o ataque de insetos tem provocado graves reações químicas que levam ao rompimento das
danos a arquivos e bibliotecas, destruindo coleções e cadeias celulósicas.
documentos preciosos. Os principais insetos são: A acidez e a oxidação são os maiores processos
Anobiídeos (brocas ou carunchos) de deterioração química da celulose. Também há os
Thysanura (traça) agentes físicos de deterioração, responsáveis pelos
Blatta orientalis (barata) danos mecânicos dos documentos. Os mais frequentes
Fungos - atuam decompondo a celulose, grande parte são os insetos, os roedores e o próprio homem.
deles produzem pigmentos que mancham o papel. Por isso, considera-se agentes de deterioração dos
Roedores - A luta contra ratos é mais difícil que acervos de bibliotecas e arquivos aqueles que levam
a prevenção contra os insetos. Eles podem provocar os documentos a um estado de instabilidade física ou
desgastes de até 20% do total do documento. química, com comprometimento de sua integridade e
existência.
4. Ambientais: Embora, com muita frequência, não possamos
Ventilação - é um outro fator a considerar como eliminar totalmente as causas do processo de
elemento que favorece o desenvolvimento dos agentes deterioração dos documentos, com certeza podemos
biológicos, quando há pouca aeração. diminuir consideravelmente seu ritmo, através de
Poeira - um outro fator que pode favorecer o cuidados com o ambiente, o manuseio, as intervenções
desenvolvimento dos agentes biológicos sobre os materiais e a higiene, entre outros.
gráficos, é a presença de pó. Antes de citar os principais fatores de degradação,
torna-se indispensável dizer que existe estreita
5. Humanos: O Homem, ao lado dos insetos ligação entre eles, o que faz com que o processo de
e microrganismos é um outro inimigo dos livros e deterioração tome proporções devastadoras.
documentos, embora devêssemos imaginar que ele seria Para facilitar a compreensão dos efeitos nocivos
ser o mais cuidadoso guardião dos mesmos. nos acervos podemos classificar os agentes de
deterioração em Fatores Ambientais, Fatores Biológicos,
PRESERVAÇÃO: É uma política adotada nas empresas Intervenções Impróprias, Agentes Biológicos, Furtos e
para a conservação dos documentos. Essa técnica é Vandalismo.
proveniente das áreas de Arquivologia, da biblioteconomia
e museologia preocupado com a manutenção ou a 1. Fatores ambientais
restauração do acesso a artefatos, documentos e registros Os agentes ambientais são exatamente aqueles que
através do estudo, diagnóstico, tratamento e prevenção existem no ambiente físico do acervo: Temperatura,
de danos e da deterioração. Deve ser distinguida da Umidade Relativa do Ar, Radiação da Luz, Qualidade
conservação, que se refere ao tratamento e reparo de do Ar.
itens individuais sob a ação de degradação lenta ou à Num levantamento cuidadoso das condições de
restauração de sua usabilidade. conservação dos documentos de um acervo, é possível
identificar facilmente as consequências desses fatores,
quando não controlados dentro de uma margem de
FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE valores aceitável.
ARQUIVOS Todos fazem parte do ambiente e atuam em
Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes conjunto.
dos acervos e seu comportamento diante dos fatores aos Sem a pretensão de aprofundar as explicações
quais estão expostos, torna-se bastante fácil detectar científicas de tais fatores, podemos resumir suas ações
elementos nocivos e traçar políticas de conservação para da seguinte forma:
minimizá-los.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

1.1 Temperatura e umidade relativa: O calor - As janelas devem ser protegidas por cortinas ou
e a umidade contribuem significativamente para a persianas que bloqueiem totalmente o sol; essa medida
destruição dos documentos, principalmente quando também ajuda no controle de temperatura, minimizando a
em suporte papel. O desequilíbrio de um interfere no geração de calor durante o dia.
equilíbrio do outro. O calor acelera a deterioração. - Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no
A velocidade de muitas reações químicas, inclusive as controle da radiação UV, tanto nos vidros de janelas quanto
de deterioração, é dobrada a cada aumento de 10°C. em lâmpadas fluorescentes (esses filmes têm prazo de vida
A umidade relativa alta proporciona as condições limitado).
necessárias para desencadear intensas reações - Cuidados especiais devem ser considerados em
químicas nos materiais. Evidências de temperatura e exposições de curto, médio e longo tempo:
umidade relativa alta são detectadas com a presença - não expor um objeto valioso por muito tempo;
de colônias de fungos nos documentos, sejam estes em - manter o nível de luz o mais baixo possível;
papel, couro, tecido ou outros materiais. - não colocar lâmpadas dentro de vitrines;
Umidade relativa do ar e temperatura muito baixa - proteger objetos com filtros especiais;
transparece em documentos distorcidos e ressecados. - certificar-se de que as vitrines sejam feitas de materiais
As flutuações de temperatura e umidade relativa do ar que não danifiquem os documentos.
são muito mais nocivas do que os índices superiores aos
considerados ideais, desde que estáveis e constantes. Todos 1.3 Qualidades do ar
os materiais encontrados nos acervos são higroscópicos, O controle da qualidade do ar é essencial num
isto é, absorvem e liberam umidade muito facilmente e, programa de conservação de acervos. Os poluentes
portanto, se expandem e se contraem com as variações de contribuem pesadamente para a deterioração de materiais
temperatura e umidade relativa do ar. de bibliotecas e arquivos.
Essas variações dimensionais aceleram o processo de Há dois tipos de poluentes – os gases e as partículas
deterioração e provocam danos visíveis aos documentos, sólidas – que podem ter duas origens: os que vêm do
ocasionando o craquelamento de tintas, ondulações nos ambiente externo e os gerados no próprio ambiente.
papéis e nos materiais de revestimento de livros, danos Os poluentes externos são principalmente o dióxido
nas emulsões de fotos etc.. de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e o
O mais recomendado é manter a temperatura o mais Ozônio (O3). São gases que provocam reações químicas,
próximo possível de 20°C e a umidade relativa de 45% a com formação de ácidos que causam danos sérios e
50%, evitando-se de todas as formas as oscilações de 3°C irreversíveis aos materiais. O papel fica quebradiço e
de temperatura e 10% de umidade relativa. descolorido; o couro perde a pele e deteriora.
O monitoramento, que nos dá as diretrizes para As partículas sólidas, além de carregarem gases
qualquer projeto de mudança, é feito através do termo
poluentes, agem como abrasivos e desfiguram os
higrômetro (aparelho medidor da umidade e temperatura
documentos.
simultaneamente).
Agentes poluentes podem ter origem no próprio
A circulação do ar ambiente representa um fator
ambiente do acervo, como no caso de aplicação de
bastante importante para amenizar os efeitos da
vernizes, madeiras, adesivos, tintas etc., que podem liberar
temperatura e umidade relativa elevada.
gases prejudiciais à conservação de todos os materiais.
1.2 Radiação da luz
2. Agentes biológicos
Toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial, emite
radiação nociva aos materiais de acervos, provocando Os agentes biológicos de deterioração de acervos
consideráveis danos através da oxidação. são, entre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os
O papel se torna frágil, quebradiço, amarelecido, roedores e os fungos, cuja presença depende quase que
escurecido. As tintas desbotam ou mudam de cor, exclusivamente das condições ambientais reinantes nas
alterando a legibilidade dos documentos textuais, dos dependências onde se encontram os documentos.
iconográficos e das encadernações. Para que atuem sobre os documentos e proliferem,
O componente da luz que mais merece atenção necessitam de conforto ambiental e alimentação. O
é a radiação ultravioleta (UV). Qualquer exposição à conforto ambiental para praticamente todos os seres
luz, mesmo que por pouco tempo, é nociva e o dano é vivos está basicamente na temperatura e umidade relativa
cumulativo e irreversível. A luz pode ser de origem natural elevadas, pouca circulação de ar, falta de higiene etc.
(sol) e artificial, proveniente de lâmpadas incandescentes
(tungstênio) e fluorescentes (vapor de mercúrio). Deve-se 2.1 Fungos
evitar a luz natural e as lâmpadas fluorescentes, que são Os fungos representam um grupo grande de
fontes geradoras de UV. A intensidade da luz é medida organismos. São conhecidos mais de 100.000 tipos
através de um aparelho denominado luxímetro ou que atuam em diferentes ambientes, atacando diversos
fotômetro. substratos. No caso dos acervos de bibliotecas e arquivos,
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção são mais comuns aqueles que vivem dos nutrientes
dos acervos: encontrados nos documentos.

28
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Os fungos são organismos que se reproduzem através 2.2 Roedores


de esporos e de forma muito intensa e rápida dentro A presença de roedores em recintos de bibliotecas e
de determinadas condições. Como qualquer outro ser arquivos ocorre pelos mesmos motivos citados acima. Tentar
vivo, necessitam de alimento e umidade para sobreviver obstruir as possíveis entradas para os ambientes dos acervos
e proliferar. O alimento provém dos papéis, amidos é um começo. As iscas são válidas, mas para que surtam efeito
(colas), couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade é fator devem ser definidas por especialistas em zoonose. O produto
indispensável para o metabolismo dos nutrientes e para deve ser eficiente, desde que não provoque a morte dos
sua proliferação. Essa umidade é encontrada na atmosfera roedores no recinto. A profilaxia se nos faz mesmos moldes
local, nos materiais atacados e na própria colônia de citados acima: temperatura e umidade relativa controladas,
fungos. Além da umidade e nutrientes, outras condições além de higiene periódica.
contribuem para o crescimento das colônias: temperatura
elevada, falta de circulação de ar e falta de higiene. 2.3 Ataques de insetos
Os fungos, além de atacarem o substrato, fragilizando Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto
o suporte, causam manchas de coloração diversas e intensas revestimentos. A variedade também é grande. O ataque tem
de difícil remoção. A proliferação se dá através dos esporos características bem próprias, revelando-se principalmente por
que, em circunstâncias propícias, se reproduzem de forma perdas de superfície e manchas de excrementos. As baratas
abundante e rápida. se reproduzem no próprio local e se tornam infestação muito
Se as condições, entretanto, forem adversas, esses rapidamente, caso não sejam combatidas. São atraídas pelos
esporos se tornam “dormentes”. A dormência ocorre quando mesmos fatores já mencionados: temperatura e umidade
as condições ambientais se tornam desfavoráveis, como, por elevadas, resíduos de alimentos, falta de higiene no
exemplo, a umidade relativa do ar com índices baixos. ambiente e no acervo.
Quando dormentes, os esporos ficam inativos e, portanto, Existem iscas para combater as baratas, mas, uma vez instalada
não se reproduzem nem atacam os documentos. Esse estado, a infestação, devemos buscar a orientação de profissionais.
porém, é reversível; se as condições forem ideais, os esporos Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos
revivem e voltam a crescer e agir, mesmo que tenham sido imensos em acervos, principalmente em livros.
submetidos a congelamento ou secagem. A sua presença se dá principalmente por falta de
Os esporos ativos ou dormentes estão presentes em todos programa de higienização das coleções e do ambiente e
os lugares, em todas as salas, em cada peça do acervo e em ocorre muitas vezes por contato com material contaminado,
todas as pessoas, mas não é tão difícil controlá-los. cujo ingresso no acervo não foi objeto de controle. Exigem
As medidas a serem adotadas para manter os acervos sob vigilância constante, devido ao tipo de ataque que exercem.
controle de infestação de fungos são: Os sintomas desse ataque são claros e inconfundíveis. Para
- estabelecer política de controle ambiental, principalmente combatê-lo se torna necessário conhecer sua natureza e
temperatura, umidade relativa e ar circulante, mantendo os comportamento. As brocas têm um ciclo de vida em quatro
índices o mais próximo possível do ideal e evitando oscilações fases: ovos – larva – pupa – adulta.
acentuadas; A fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto se
- praticar a higienização tanto do local quanto dos reproduz por acasalamento, que ocorre no próprio acervo.
documentos, com metodologia e técnicas adequadas; Uma vez instalado, ataca não só o papel e seus derivados,
- instruir o usuário e os funcionários com relação ao como também a madeira do mobiliário, portas, pisos e
manuseio dos documentos e regras de higiene do local; todos os materiais à base de celulose.
- manter vigilância constante dos documentos contra O ataque causa perda de suporte. A larva digere os
acidentes com água, secando-os imediatamente caso ocorram. materiais para chegar à fase adulta. Na fase adulta, acasala
Observações importantes: e põe ovos. Os ovos eclodem e o ciclo se repete.
- O uso de fungicidas não é recomendado; os danos As brocas precisam encontrar condições especiais que,
causados superam em muito a eficiência dos produtos sobre como todos os outros agentes biológicos, são temperatura
os documentos. e umidade relativa elevadas, falta de ar circulante e falta de
- Caso se detecte situação de infestação, chamar higienização periódica no local e no acervo.
profissionais especializados em conservação de acervos. A característica do ataque é o pó que se encontra na
- Não limpar o ambiente com água, pois esta, ao secar, estante em contato com o documento.
eleva a umidade relativa do ar, favorecendo a proliferação de Este pó contém saliva, excrementos, ovos e resíduos
colônias de fungos. de cola, papel etc. Em geral as brocas vão em busca do
- Na higienização do ambiente, é recomendado o uso de adesivo de amido, instalando-se nos papelões das capas,
aspirador. no miolo e no suporte do miolo dos livros. As perdas são
Alguns conselhos para limpeza de material com fungos: em forma de orifícios bem redondinhos.
- Usar proteção pessoal: luvas de látex, máscaras, aventais, A higienização metódica é a única forma de se fazer o
toucas e óculos de proteção (nos casos de sensibilidade controle das condições de conservação dos documentos e,
alérgica). assim, detectar a presença dos insetos. Uma medida que
- Luvas, toucas e máscaras devem ser descartáveis. deve ser obedecida sempre é a higienização e separação
de todo exemplar que for incorporado ao acervo, seja ele
originário de doação, aquisição ou recolhimento.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Quando o ataque se torna uma infestação, é preciso Nos acervos formados por livros, fotografias,
buscar a ajuda de um profissional especializado. documentos impressos, documentos manuscritos, mapas,
A providência a ser tomada é identificar o documento plantas de arquitetura, obras de arte etc., é preciso ver que,
atacado e, se possível, isolá-lo até tratamento. A segundo sua natureza, cada um apresenta suportes, tintas,
higienização de infestados por brocas deve ser feita em pigmentos, estruturas etc. completamente diferentes.
lugar distante, devido ao risco de espalhar ovos ou muitas Qualquer tratamento que se queira aplicar exige
larvas pelo ambiente. um conhecimento das características individuais dos
Estes insetos precisam ser muito bem controlados: por documentos e dos materiais a serem empregados no
mais que se higienize o ambiente e se removam as larvas processo de conservação. Todos os profissionais de
e resíduos, corre-se o risco de não eliminar totalmente bibliotecas e arquivos devem ter noções básicas de
os ovos. Portanto, após a higienização, os documentos conservação dos documentos com que lidam, seja para
devem ser revistos de tempos em tempos. efetivamente executá-la, seja para escolher os técnicos
Todo tratamento mais agressivo deve ser feito por capazes de fazê-lo, controlando seu trabalho. Os
profissionais especializados, pois o uso de qualquer conhecimentos de conservação ajudam a manter equipes
produto químico pode acarretar danos intensos aos de controle ambiental, controle de infestações, higienização
documentos. do ambiente e dos documentos, melhorando as condições
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não do acervo.
só para as coleções como para o prédio em si. Pequenos reparos e acondicionamentos simples podem
Vivem em sociedades muito bem organizadas, ser realizados por aqueles que tenham sido treinados nas
reproduzem-se em ninhos e a ação é devastadora técnicas e critérios básicos de intervenção.
onde quer que ataquem. Na grande maioria das vezes,
sua presença só é detectada depois de terem causado 4. Problemas no manuseio de livros e documentos
grandes danos. O manuseio inadequado dos documentos é um fator de
Os cupins percorrem áreas internas de alvenaria, degradação muito frequente em qualquer tipo de acervo.
tubulações, conduítes de instalações elétricas, rodapés, O manuseio abrange todas as ações de tocar no
batentes de portas e janelas etc., muitas vezes fora do documento, sejam elas durante a higienização pelos
alcance dos nossos olhos. funcionários da instituição, na remoção das estantes ou
Chegam aos acervos em ataques massivos, através arquivos para uso do pesquisador, nas foto reproduções,
de estantes coladas às paredes, caixas de interruptores na pesquisa pelo usuário etc. O suporte papel tem uma
de luz, assoalhos etc. resistência determinada pelo seu estado de conservação.
Os ninhos não precisam obrigatoriamente estar Os critérios para higienização, por exemplo, devem ser
dentro dos edifícios das bibliotecas e arquivos. formulados mediante avaliação do estado de degradação
Podem estar a muitos metros de distância, inclusive na do documento. Os limites devem ser obedecidos. Há
base de árvores ou outros prédios. documentos que, por mais que necessitem de limpeza,
Com muita frequência, quando os cupins atacam o não podem ser manipulados durante um procedimento
acervo, já estão instalados em todo o prédio. Da mesma de higienização, porque o tratamento seria muito mais
forma que os outros agentes citados anteriormente, nocivo à sua integridade, que é o item mais importante a
os cupins se instalam em ambientes com índices de preservar, do que a eliminação da sujidade.
temperatura e umidade relativa elevados, ausência de boa
circulação de ar, falta de higienização e pouco manuseio 4.1 Furto e vandalismo
dos documentos. Um volume muito grande de documentos em nossos
No caso de ataque de cupim, não há como solucionar acervos é vítima de furtos e vandalismo.
o problema sozinho. O ideal é buscar auxílio com um A falta de segurança e nenhuma política de controle
profissional especializado na área de conservação de são a causa desse desastre.
acervos para cuidar dos documentos atacados e outro Além do furto, o vandalismo é muito frequente. A
profissional capacitado para cuidar do extermínio dos quantidade de documentos mutilados aumenta dia a dia.
cupins que estão na parte física do prédio. O tratamento Esse é o tipo de dano que, muitas vezes, só se constata
recomendado para o extermínio dos cupins ou para muito tempo depois. É necessário implantar uma política
prevenção contra novos ataques é feito mediante barreiras de proteção, mesmo que seja através de um sistema de
químicas adequadamente projetadas. segurança simples.
Durante o período de fechamento das instituições, a
3. Intervenções inadequadas nos acervos melhor proteção é feita com alarmes e detectores internos.
Chamamos de intervenções inadequadas todos os O problema é durante o horário de funcionamento, que é
procedimentos de conservação que realizamos em um quando os fatos acontecem.
conjunto de documentos com o objetivo de interromper O recomendado é que se tenha uma só porta de
ou melhorar seu estado de degradação. Muitas vezes, com entrada e saída das instalações onde se encontra o acervo,
a boa intenção de protegê-los, fazemos intervenções que para ser usada tanto pelos consulentes/pesquisadores
resultam em danos ainda maiores. quanto pelos funcionários.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

As janelas devem ser mantidas fechadas e trancadas. 6. Características gerais dos materiais empregados
Nas áreas destinadas aos usuários, o encarregado precisa em conservação
ter uma visão de todas as mesas, permanecendo no local Nos projetos de conservação/preservação de acervos
durante todo o horário de funcionamento. As chaves das de bibliotecas, arquivos e museus, é recomendado apenas o
salas de acervo e o acesso a elas devem estar disponíveis uso de materiais de qualidade arquivística, isto é, daqueles
apenas a um número restrito de funcionários. materiais livres de quaisquer impurezas, quimicamente
Na devolução dos documentos, é preciso que o estáveis, resistentes, duráveis. Suas características, em
funcionário faça uma vistoria geral em cada um. relação aos documentos onde são aplicados, distinguem-
se pela estabilidade, neutralidade, reversibilidade e
5. Fatores de deterioração inércia. Os materiais não enquadrados nessa classificação
Como podemos ver, os danos são intensos e muitos não podem ser usados, pois apresentam problemas de
são irreversíveis. Apesar de toda a problemática dos custos instabilidade, reagem com o tempo e decompõem-se em
de uma política de conservação, existem medidas que outras substâncias que vão deteriorar os documentos com
podemos tomar sem despender grandes somas de dinheiro, os quais estão em contato. Além disso, são de natureza
minimizando drasticamente os efeitos desses agentes. irreversível, ou seja, uma vez aplicados aos documentos
Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos, não podem ser removidos.
a começar por: Dentro das especificações positivas, encontramos
• treinamento dos profissionais na área da conservação vários materiais: os papéis e cartões alcalinos, os
e preservação; poliésteres inertes, os adesivos alcalinos e reversíveis, os
• atualização desses profissionais (a conservação é uma papéis orientais, borrachas plásticas etc., usados tanto para
ciência em desenvolvimento constante e a cada dia novas pequenas intervenções sobre os documentos como para
técnicas, materiais e equipamentos surgem para facilitar e acondicionamento.
melhorar a conservação dos documentos); 7. Critérios para a escolha de técnicas e de
• monitoração do ambiente – temperatura e umidade materiais para a conservação de acervos
relativa em níveis aceitáveis; Como já enfatizamos anteriormente, é muito
• uso de filtros e protetores contra a luz direta nos importante ter conhecimentos básicos sobre os materiais
documentos; que integram nossos acervos para que não corramos o
• adoção de política de higienização do ambiente e dos risco de lhes causar mais danos.
acervos; Vários são os procedimentos que, apesar de simples,
• contato com profissionais experientes que possam são de grande importância para a estabilização dos
assessorar em caso de necessidade. documentos.
Conservação: critérios de intervenção para a
estabilização de documentos 8. Higienização
Os documentos que sofrem algum tipo de A sujidade é o agente de deterioração que mais
dano apresentam um processo de deterioração que afeta os documentos. A sujidade não é inócua e, quando
progressivamente vai levá-los a um estado de perda total. conjugada a condições ambientais inadequadas,
Para evitar esse desfecho, interrompe-se o processo através provoca reações de destruição de todos os suportes
de intervenções que levam à estabilização do documento. num acervo. Portanto, a higienização das coleções deve
Estabilizar um documento é, portanto, interromper ser um hábito de rotina na manutenção de bibliotecas
um processo que esteja deteriorando o suporte e/ou ou arquivos, razão por que é considerada a conservação
seus agregados, através de procedimentos mínimos de preventiva por excelência.
intervenção. Por exemplo: estabilizar por higienização Durante a higienização de documentos, procedemos
significa que uma limpeza mecânica corrige o processo também de forma simultânea a um levantamento de
de deterioração. No capítulo anterior, vimos os fatores de dados sobre suas condições de conservação, para
deterioração e seus efeitos nos documentos. O segundo efeitos de futuras intervenções. É hora Durante a
passo será a intervenção nesse processo de deterioração, higienização de documentos, procedemos também de
através de estabilização dos documentos danificados. forma simultânea a um levantamento de dados sobre
Para se fazer qualquer intervenção, deve-se obedecer a suas condições de conservação, para efeitos de futuras
critérios de prioridade estabelecidos no tratamento dos acervos: intervenções. É hora também de executar os primeiros
de coleções gerais ou de obras raras, no caso de bibliotecas, de socorros para que um processo de deterioração em
documentos antigos ou mais recentes, no caso de arquivos. andamento seja interrompido, mesmo que não possa
Antes de qualquer intervenção, a primeira avaliação é ser sanado no momento.
se nós somos capazes de executá-la.
Alguns de nós seremos capazes e muitos outros não. 8.1 Processos de higienização
Esse é o primeiro critério a seguir. 8.1.1 Limpeza de superfície
Caso não nos julguemos com conhecimentos O processo de limpeza de acervos de bibliotecas
necessários, a solução é buscar algum especialista da área e arquivos se restringe à limpeza de superfície e,
ou acondicionar o documento enquanto aguardamos o portanto, é mecânica, feita a seco. A técnica é aplicada
momento oportuno de intervir. com o objetivo de reduzir poeira, partículas sólidas,

31
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

incrustações, resíduos de excrementos de insetos ou • Flanela: serve para remover sujidade de


outros depósitos de superfície. Nesse processo, não se encadernações, por exemplo;
usam solventes. A limpeza de superfície é uma etapa • Aspirador de pó: sempre com proteção de bocal e
independente de qualquer tratamento mais intenso de com potência de sucção controlada;
conservação; é, porém, sempre a primeira etapa a ser • Outros materiais usados para a limpeza: bisturi,
realizada. pinça, espátula, agulha, cotonete;
• Materiais de apoio necessários para limpeza
8.1.2 Razões que levam a realizar a limpeza do mecânica:
acervo - raladores de plástico ou aço inox; borrachas de vinil;
• A sujidade escurece e desfigura o documento, - fita-crepe;
prejudicando-o do ponto de vista estético. - lápis de borracha;
• As manchas ocorrem quando as partículas de - luvas de látex ou algodão;
poeira se umedecem, com a alta umidade relativa ou - máscaras;
mesmo por ataque de água, e penetram rapidamente - papel mata-borrão;
no papel. A sujeira e outras substâncias dissolvidas se - pesos;
depositam nas margens das áreas molhadas, provocando - poliéster (mylar);
a formação de manchas. A remoção dessas manchas - folhas de papel siliconado;
requer a intervenção de um restaurador. - microscópios;
• Os poluentes atmosféricos são altamente ácidos Os livros, além do suporte papel, exigem também
e, portanto, extremamente nocivos ao papel. São tratamento de revestimento. Assim, o couro (inclui-se
rapidamente absorvidos, alterando seriamente o pH do aqui o pergaminho), tecidos e plastificados fazem parte
papel. dos materiais pertencentes aos livros.
8.1.3 Avaliação do objeto a ser limpo Para a limpeza de livros utilizamos trinchas de
Cada objeto deve ser avaliado individualmente para diferentes tamanhos, pincéis, flanelas macias, aspiradores
determinar se a higienização é necessária e se pode ser de baixa potência com proteção de boca, pinças, espátulas
realizada com segurança. No caso de termos as condições de metal, entre outros materiais.
abaixo, provavelmente o tratamento não será possível: Na limpeza do couro, é recomendável somente a
• Fragilidade física do suporte – Objetos com áreas utilização de pincel e flanela macia, caso o couro esteja
finas, perdas, rasgos intensos podem estar muito frágeis íntegro. Não se deve tratá-lo com óleos e solventes.
para limpeza. Áreas com manchas e áreas atacadas por A encadernação em pergaminho não necessita do
fungos podem não resistir à limpeza: o suporte torna- mesmo tratamento do couro. Como é muito sensível à
se escuro, quebradiço, manchado e, portanto, muito umidade, o tratamento aquoso deve ser evitado. Para
facilmente danificado. sua limpeza, apresenta bons resultados o uso de algodão
Quando o papel se degrada, até mesmo um embebido em solvente de 50% de água e álcool. O
suave contato com o pó de borracha pode provocar a algodão precisa estar bem enxuto, e deve-se sempre
fragmentação do documento. buscar trabalhar o suporte em pequenas áreas de cada
• Papéis de textura muito porosa – Não se deve passar vez. Nessa limpeza, é importante ter muito cuidado
borracha nesses materiais, pois a remoção das partículas com os pergaminhos muito ressecados e distorcidos. A
residuais com pincel se torna difícil: fragilidade é intensa e o documento pode desintegrar-
- papel japonês; se. A estabilização de pergaminhos, nesse caso, requer os
- papel de textura fragilizada pelo ataque de fungos serviços de especialistas.
(que degradam a celulose, consumindo a encolagem); Há muita controvérsia no uso de Leather Dressing
- papel molhado (que perde a encolagem e, após a para a hidratação dos couros. Os componentes das
secagem, torna-se frágil). diversas fórmulas do produto variam muito (óleos,
graxas, gorduras) e, se mal aplicados, podem causar
8.1.4 Materiais usados para limpeza de superfície sérios problemas de conservação ao couro. A fórmula
A remoção da sujidade superficial (que está solta do British Museum é a mais usada e recomendada. O
sobre o documento) é feita através de pincéis, flanela uso deve ser criterioso e não indiscriminado. Em casos
macia, aspirador e inúmeras outras ferramentas que se específicos de livros novos de coleções de bibliotecas,
adaptam à técnica. pode ser apropriado o seu uso como parte integrante de
Como já foi dito anteriormente, essa etapa é um programa de manutenção.
obrigatória e sempre se realiza como primeiro tratamento, No caso dos revestimentos em tecido, a aplicação de
quaisquer que sejam as outras intervenções previstas. trincha ou aspirador é recomendável, caso sua integridade
• Pincéis: são muitos os tipos de pincéis utilizados o permita.
na limpeza mecânica, de diferentes formas, tamanhos, Nas capas de livros revestidas em papel, pode ser
qualidade e tipos de cerdas (podem ser usados com utilizado pó de borracha ou diretamente a borracha, caso a
carga estática atritando as cerdas contra o nylon, material integridade do papel e das tintas não fique comprometida
sintético ou lã); com essa ação.

32
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

E, nos revestimentos plastificados (percalux e outros), As tintas ferrogálicas, conforme o caso podem destruir
deve-se usar apenas uma flanela seca e bem macia. um documento pelo seu alto índice de acidez. Todo cuidado
Na limpeza do miolo do livro, utilizamos um pincel é pouco para manusear esses documentos. As espessas
macio, sem aplicar borracha ou pó de borracha. Além de tintas encontradas em partituras de música, por exemplo,
agredir as tintas, o resíduo de borracha é permanente e podem estar soltas ou em estado de pó.
de difícil remoção. Os resíduos agem como abrasivos e Tintas, como de cópias de carbono, são fáceis de
permanecerão em contato com o suporte para sempre. “borrar”, ao mesmo tempo em que o tipo de papel utilizado
para isso é fino e quebradiço, tornando o manuseio muito
8.2.1 Limpeza de livros – metodologia em mesa de arriscado e a limpeza de superfície desaconselhável. As
higienização áreas ilustradas e decorativas dos manuscritos iluminados
- Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha, são desenhadas com tintas à base de água que podem
pincel macio, aspirador, flanela macia, conforme o estado estar secas e pulverulentas. A limpeza mecânica, nesses
da encadernação; casos, deve ser evitada.
- Miolo (livro em si) – segurar firmemente o livro pela
lombada, apertando o miolo. Com uma trincha ou pincel, 8.3.2 Documentos em grande formato
limpar os cortes, começando pela cabeça do livro, que é Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura
a área que está mais exposta à sujidade. Quando a sujeira (no geral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de
está muito incrustada e intensa, utilizar, primeiramente, borracha, após testes. Pode-se também usar um cotonete -
aspirador de pó de baixa potência ou ainda um pedaço bem enxuto e embebido em álcool. Muito sensíveis à água,
de carpete sem uso; esses papéis podem ter distorções causadas pela umidade
- O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha, que são irreversíveis ou de difícil remoção.
numa primeira higienização; Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters
- Oxigenar as folhas várias vezes. são muito frágeis. Não se recomenda limpar a área
Num programa de manutenção, pode-se limpar a pictórica. Todo cuidado é pouco, até mesmo na escolha
encadernação, cortes e aproximadamente as primeiras de seu acondicionamento.
e últimas 15 folhas, que são as mais sujeitas a receber Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma
sujidade, devido à estrutura das encadernações. Nos livros atenção especial na limpeza. Em mapas impressos,
mais frágeis, deve-se suportar o volume em estruturas desde que em boas condições, o pó de borracha pode
adequadas durante a operação para evitar danos na ser aplicado para tratar grandes áreas. Os grandes
manipulação e tratamento. mapas impressos, muitas vezes, têm várias folhas de
Todo o documento que contiver gravuras ou outra papel coladas entre si nas margens, visando permitir
técnica de obra de arte no seu interior necessita um uma impressão maior. Ao fazer a limpeza de um
cuidado redobrado. Antes de qualquer intervenção com documento desses, o cuidado com as emendas deve
pincéis, trinchas, flanelas, é necessário examinar bem o ser redobrado, pois nessas, geralmente, ocorrem
documento, pois, nesse caso, só será recomendada a descolamentos que podem reter resíduos de borracha
limpeza de superfície se não houver nenhum risco de dano. da limpeza, gerando degradação. Outros mapas são
No caso dos documentos impressos como os livros, existe montados em linho ou algodão com cola de amido.
uma grande margem de segurança na resistência das tintas em O verso desses documentos retém muita sujidade.
relação ao pincel. Mesmo assim, devemos escolher o pincel de Recomenda-se remover o máximo com aspirador de
maciez adequada para cada situação. Em relação às obras de pó (munido das devidas proteções em seu bocal e no
arte, as técnicas são tão variadas e as tintas de composições documento).
tão diversas que, de modo algum, se deve confiar na sua
estabilidade frente à ação do pincel ou outro material. 9. Pequenos reparos
Os pequenos reparos são diminutas intervenções
8.3 Higienização de documentos de arquivo que podemos executar visando interromper um
Materiais arquivísticos têm os seus suportes geralmente processo de deterioração em andamento. Essas
quebradiços, frágeis, distorcidos ou fragmentados. Isso pequenas intervenções devem obedecer a critérios
se deve principalmente ao alto índice de acidez resultante rigorosos de ética e técnica e têm a função de melhorar
do uso de papéis de baixa qualidade. As más condições o estado de conservação dos documentos. Caso esses
de armazenamento e o excesso de manuseio também critérios não sejam obedecidos, o risco de aumentar
contribuem para a degradação dos materiais. Tais documentos os danos é muito grande e muitas vezes de caráter
têm que ser higienizados com muito critério e cuidado. irreversível.
Os livros raros e os documentos de arquivo mais
8.3.1 Documentos manuscritos antigos devem ser tratados por especialistas da área. Os
Os mesmos cuidados para com os livros devem demais documentos permitem algumas intervenções,
ser tomados em relação aos manuscritos. O exame dos de simples a moderadas. Os materiais utilizados para
documentos, testes de estabilidade de seus componentes esse fim devem ser de qualidade arquivística e de
para o uso dos materiais de limpeza mecânica e critérios de caráter reversível. Da mesma forma, toda a intervenção
intervenção devem ser cuidadosamente realizados. deve obedecer a técnicas e procedimentos reversíveis.

33
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Isso significa que, caso seja necessário reverter o - Preencher a ficha de salário-família;
processo, não pode existir nenhum obstáculo na - Incluir a admissão no CAGED
técnica e nos materiais utilizados. - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Até
Os procedimentos e técnicas para a realização o dia 15 de cada mês, a empresa deverá postar o impresso
de reparos em documentos exigem os seguintes no correio adquirido lá mesmo, no qual há a informação
instrumentos: sobre o movimento de pessoal ocorrido do mês anterior;
- mesa de trabalho; - Efetuar o cadastro no PIS, caso o empregado não
- pinça; possua a sua matrícula;
- papel mata-borrão; - Devolver ao empregado a sua CTPS em 48 horas.
- entretela sem cola; O registro do empregado deverá ser providenciado
- placa de vidro; imediatamente após a sua admissão, podendo ser adotados
- peso de mármore; livros, fichas ou sistema eletrônico, conforme instruções a
- espátula de metal; serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.
- espátula de osso; Ressalta-se que o empregador não pode fazer
- pincel chato; anotações na CTPS, que desabone à conduta do
- pincel fino; empregado, o que traria ao empregado evidente prejuízo.
- filme de poliéster. A prova da existência do contrato de trabalho é realizada
por meio das anotações constantes na CTPS (Carteira de
Trabalho e Previdência Social) do empregado. O Contrato
de Trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente
REGISTRO, ADMISSÃO, MOVIMENTAÇÃO, à relação de emprego (art.442 da CLT).
DEMISSÃO E PAGAMENTO DE PESSOAL, Embora o contrato individual de trabalho possa
CONTRATAÇÕES; ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou
por escrito e por prazo determinado ou indeterminado,
sugerimos que ao efetuar a admissão de um empregado,
o micro e pequeno empresário, o faça sempre por escrito,
Registro e Admissão qualquer que seja a forma de admissão.
Se você já foi empregado, no ato de sua admissão, os Considera-se como prazo determinado o contrato de
seguintes documentos devem ter sido solicitados: trabalho, cuja vigência dependa de termo prefixado, da
- Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS execução de serviços especificados ou ainda da realização
- Certificado Militar: prova de quitação com o serviço de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.
militar (para os maiores de 18 anos); A CTPS é obrigatória para o exercício de qualquer
- Certidão de Casamento e de Nascimento: objetivam emprego. As primeiras anotações são: admissão,
a verificação de dados, concessão do salário-família e função, salário, condição especial se houver, anotações
abatimento dos dependentes para efeito do Imposto de complementares (aumento salarial, férias, alteração
Renda; contratual, interrupção, suspensão e extinção). A CTPS tem
- Declaração de dependentes para fins de Imposto de disposição legal nos Artigos 13 a 56 da CLT.
Renda na fonte;
- Atestado Médico Admissional: é obrigatório, devendo DECRETO-LEI N.º 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943
ser pago pelo empregador, que ficará responsável pela
guarda do comprovante do custeio de todos os exames O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição
ou consultas realizadas com o empregado (Art.168 da CLT); que lhe confere o art. 180 da Constituição,
- Declaração de rejeição ou de requisição do vale DECRETA:
transporte; Art. 1º Fica aprovada a Consolidação das Leis do Traba-
- Outros documentos/informações: Cédula de lho, que a este decreto-lei acompanha, com as alterações
Identidade, CPF, cartão PIS (Programa de Integração Social), por ela introduzidas na legislação vigente.
comprovante de endereço e de escolaridade e fotografias Parágrafo único. Continuam em vigor as disposições
para prontuário legais transitórias ou de emergência, bem como as que não
A CTPS serve como meio de prova: tenham aplicação em todo o território nacional.
a) da relação de emprego; Art. 2º O presente decreto-lei entrará em vigor em 10
b) de cláusulas importantes ou não usuais contidas no de novembro de 1943.
contrato de trabalho, que não se presumem; Rio de Janeiro, 1 de maio de 1943, 122º da Indepen-
c) de participação em fundo especial (como o PIS); e dência e 55º da República.
d) dados de interesse da Previdência Social. A CTPS GETÚLIO VARGAS. 
serve como prova das relações empregatícias, seu tempo Alexandre Marcondes Filho.
de duração, refletindo a vida profissional do trabalhador. CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
Após recebida a documentação, o empregador deverá:
- Anotar na CTPS a data de admissão, a remuneração e
as condições especiais, se houver;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

TÍTULO I III - lazer;(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)(Vi-


INTRODUÇÃO gência)
IV - estudo;(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)(Vi-
Art. 1º - Esta Consolidação estatui as normas que re- gência)
gulam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela V - alimentação;(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
previstas. (Vigência)
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, indi- VI - atividades de relacionamento social;  (Incluído
vidual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade pela Lei nº 13.467, de 2017)(Vigência)
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal VII - higiene pessoal; (Incluído pela Lei nº 13.467, de
de serviço. 2017)(Vigência)
§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não hou-
exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, ver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.(In-
as instituições de beneficência, as associações recreativas cluído pela Lei nº 13.467, de 2017)(Vigência)
ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem Art. 5º - A todo trabalho de igual valor corresponde-
trabalhadores como empregados. rá salário igual, sem distinção de sexo.
§ 2o  Sempre que uma ou mais empresas, tendo, em- Art. 6o Não se distingue entre o trabalho realizado no
bora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, esti- estabelecimento do empregador, o executado no domi-
verem sob a direção, controle ou administração de outra, cílio do empregado e o realizado a distância, desde que
ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua au- estejam caracterizados os pressupostos da relação de
tonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis emprego.   (Redação dada pela Lei nº 12.551, de 2011)
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação Parágrafo único.  Os meios telemáticos e informati-
de emprego.(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) zados de comando, controle e supervisão se equiparam,
(Vigência) para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e
§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identi- diretos de comando, controle e supervisão do trabalho
dade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do
alheio (Incluído pela Lei nº 12.551, de 2011)
grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva
Art. 7º Os preceitos constantes da presente Conso-
comunhão de interesses e a atuação conjunta das empre-
lidação salvo quando fôr em cada caso, expressamen-
sas dele integrantes(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
te determinado em contrário, não se aplicam :(Redação
(Vigência)
dada pelo Decreto-lei nº 8.079, 11.10.1945)
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física
a) aos empregados domésticos, assim considerados,
que prestar serviços de natureza não eventual a emprega-
de um modo geral, os que prestam serviços de natureza
dor, sob a dependência deste e mediante salário.
não-econômica à pessoa ou à família, no âmbito resi-
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à es-
pécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre dencial destas;
o trabalho intelectual, técnico e manual. b) aos trabalhadores rurais, assim considerados
Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o pe- aqueles que, exercendo funções diretamente ligadas à
ríodo em que o empregado esteja à disposição do empre- agricultura e à pecuária, não sejam empregados em ati-
gador, aguardando ou executando ordens, salvo disposi- vidades que, pelos métodos de execução dos respecti-
ção especial expressamente consignada. vos trabalhos ou pela finalidade de suas operações, se
§ 1º  Computar-se-ão, na contagem de tempo de ser- classifiquem como industriais ou comerciais;
viço, para efeito de indenização e estabilidade, os perío- c) aos funcionários públicos da União, dos Estados
dos em que o empregado estiver afastado do trabalho e dos Municípios e aos respectivos extranumerários em
prestando serviço militar e por motivo de acidente do serviço nas próprias repartições;(Redação dada pelo De-
trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)(Vi- creto-lei nº 8.079, 11.10.1945)
gência) d) aos servidores de autarquias paraestatais, desde
§ 2o   Por não se considerar tempo à disposição do que sujeitos a regime próprio de proteção ao trabalho
empregador, não será computado como período extraor- que lhes assegure situação análoga à dos funcionários
dinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultra- públicos.    (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.079,
passe o limite de cinco minutos previsto no § 1o do art. 58 11.10.1945)
desta Consolidação, quando o empregado, por escolha Parágrafo único -(Revogado pelo Decreto-lei nº
própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança 8.249, de 1945)
nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do
adentrar ou permanecer nas dependências da empresa Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais,
para exercer atividades particulares, entre outras: (Incluí- decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por ana-
do pela Lei nº 13.467, de 2017)(Vigência) logia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais
I - práticas religiosas; (Incluído pela Lei nº 13.467, de de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ain-
2017)(Vigência) da, de acordo com os usos e costumes, o direito compa-
II - descanso;(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)(Vi- rado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de
gência) classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

§ 1º  O direito comum será fonte subsidiária do direito quando o direito à parcela esteja também assegurado por
do trabalho.  (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) preceito de lei.(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)(Vi-
(Vigência) gência)
§ 2o  Súmulas e outros enunciados de jurisprudência § 3o   A interrupção da prescrição somente ocorrerá
editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tri- pelo ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que
bunais Regionais do Trabalho não poderão restringir di- em juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem
reitos legalmente previstos nem criar obrigações que não resolução do mérito, produzindo efeitos apenas em rela-
estejam previstas em lei.   (Incluído pela Lei nº 13.467, de ção aos pedidos idênticos.    (Incluído pela Lei nº 13.467,
2017)(Vigência) de 2017)(Vigência)
§ 3o  No exame de convenção coletiva ou acordo co- Art. 11-A.  Ocorre a prescrição intercorrente no pro-
letivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclu- cesso do trabalho no prazo de dois anos.  (Incluído pela
sivamente a conformidade dos elementos essenciais do Lei nº 13.467, de 2017)(Vigência)
negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei § 1o   A fluência do prazo prescricional intercorrente
no10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e ba- inicia-se quando o exequente deixa de cumprir determi-
lizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima nação judicial no curso da execução.  (Incluído pela Lei nº
na autonomia da vontade coletiva.  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)(Vigência)
13.467, de 2017)(Vigência) § 2o   A declaração da prescrição intercorrente pode
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos prati- ser requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de
cados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar jurisdição.(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)(Vigência)
a aplicação dos preceitos contidos na presente Consoli- Art. 12 - Os preceitos concernentes ao regime de se-
dação. guro social são objeto de lei especial.
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da
empresa não afetará os direitos adquiridos por seus em- TÍTULO II
pregados. DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO
Art. 10-A.  O sócio retirante responde subsidiariamen- CAPÍTULO I
te pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao DA IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL
período em que figurou como sócio, somente em ações SEÇÃO I
ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação DA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SO-
do contrato, observada a seguinte ordem de preferên- CIAL
cia:    (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)(Vigência)
I - a empresa devedora;(Incluído pela Lei nº 13.467, de (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
2017)(Vigência) Art. 13 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social é
II - os sócios atuais; e    (Incluído pela Lei nº 13.467, obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive
de 2017)(Vigência) de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o
III - os sócios retirantes.(Incluído pela Lei nº 13.467, exercício por conta própria de atividade profissional remune-
de 2017)(Vigência) rada.  (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
Parágrafo único.  O sócio retirante responderá solida- § 1º - O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, a
riamente com os demais quando ficar comprovada fraude quem:(Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
na alteração societária decorrente da modificação do con- I - proprietário rural ou não, trabalhe individualmente ou
trato.   (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) em regime de economia familiar, assim entendido o trabalho
Art. 11.   A pretensão quanto a créditos resultantes dos membros da mesma família, indispensável à própria sub-
das relações de trabalho prescreve em cinco anos para os sistência, e exercido em condições de mútua dependência e
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos colaboração;    (Incluído pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
após a extinção do contrato de trabalho.  (Redação dada II - em regime de economia familiar e sem empregado,
pela Lei nº 13.467, de 2017)(Vigência) explore área não excedente do módulo rural ou de outro
I - em cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite que venha a ser fixado, para cada região, pelo Minis-
limite de dois anos após a extinção do contrato;(Incluído tério do Trabalho e Previdência Social.  (Incluído pelo De-
pela Lei nº 9.658, de 5.6.1998) (Vide Emenda Constitucio- creto-lei nº 926, de 10.10.1969)
nal nº 28 de 25.5.2000) § 2º - A Carteira de Trabalho e Previdência Social e res-
Il - em dois anos, após a extinção do contrato de pectiva Ficha de Declaração obedecerão aos modelos que
trabalho, para o trabalhador rural.  (Incluído pela Lei nº o Ministério do Trabalho  e Previdência Social adotar.(Re-
9.658, de 5.6.1998)(Vide Emenda Constitucional nº 28 de dação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
25.5.2000) § 3º - Nas localidades onde não for emitida a Cartei-
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que ra de Trabalho e Previdência Social poderá ser admitido,
tenham por objeto anotações para fins de prova junto à até 30 (trinta) dias, o exercício de emprego ou atividade
Previdência Social.(Incluído pela Lei nº 9.658, de 5.6.1998) remunerada por quem não a possua, ficando a empresa
§ 2º   Tratando-se de pretensão que envolva pedido obrigada a permitir o comparecimento do empregado ao
de prestações sucessivas decorrente de alteração ou des- posto de emissão mais próximo. (Redação dada pela Lei nº
cumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto 5.686, de 3.8.1971)

36
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

§ 4º - Na hipótese do § 3º:   (Incluído pelo Decreto-lei § 1º - Tratando-se de menor de 18 (dezoito) anos, as decla-


nº 926, de 10.10.1969) rações previstas neste artigo serão prestadas por seu responsá-
I - o empregador fornecerá ao empregado, no ato da vel legal.   (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
admissão, documento do qual constem a data da admis- § 2º - Se o interessado não souber ou não puder assi-
são, a natureza do trabalho, o salário e a forma de seu pa- nar sua carteira, ela será fornecida mediante impressão di-
gamento;  (Incluído pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969) gital ou assinatura a rogo. (Redação dada pelo Decreto-lei
II - se o empregado ainda não possuir a carteira na nº 926, de 10.10.1969)
data em que for dispensado, o empregador Ihe fornecerá Art. 18. e 19.    (Revogados pela Lei nº 7.855, de
atestado de que conste o histórico da relação empregatí- 24.10.1989)
cia.  (Incluído pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969) Art. 20 - As anotações relativas a alteração do estado
civil e aos dependentes do portador da Carteira de Traba-
SEÇÃO II lho e Previdência Social serão feitas pelo Instituto Nacional
DA EMISSÃO DA CARTEIRA de Previdência Social (INPS) e somente em sua falta, por
qualquer dos órgãos emitentes.  (Redação dada pelo De-
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969) creto-lei nº 926, de 10.10.1969)
Art. 14 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social Art. 21 - Em caso de imprestabilidade ou esgotamento
será emitida pelas Delegacias Regionais do Trabalho ou, do espaço destinado a registros e anotações, o interessa-
mediante convênio, pelos órgãos federais, estaduais e mu- do deverá obter outra carteira, conservando-se o número
nicipais da administração direta ou indireta.(Redação dada e a série da anterior. (Redação dada pela Lei nº 5.686, de
pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969) 3.8.1971)
Parágrafo único - Inexistindo convênio com os órgãos Art. 22 a  24  -  (Revogado pelo Decreto-Lei nº 926,
indicados ou na inexistência destes, poderá ser admitido de 10.10.1969)
convênio com sindicatos para o mesmo fim.(Redação dada
pela Lei nº 5.686, de 3.8.1971) SEÇÃO III
Art. 15 - Para obtenção da Carteira de Trabalho e Previdên- DA ENTREGA DAS CARTEIRAS DE TRABALHO E
cia Social o interessado comparecerá pessoalmente ao órgão PREVIDÊNCIA SOCIAL
emitente, onde será identificado e prestará as declarações ne-
cessárias.(Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969) Art. 25 - As Carteiras de Trabalho e Previdência Social
Art. 16. A Carteira de Trabalho e Previdência Social  serão entregues aos interessados pessoalmente, median-
(CTPS), além do número, série, data de emissão e folhas te recibo.
destinadas às anotações pertinentes ao contrato de traba- Art. 26 - Os sindicatos poderão, mediante solicitação
lho e as de interesse da Previdência Social, conterá:  (Reda- das respectivas diretorias incumbir-se da entrega das
ção dada pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991) Carteiras de Trabalho e Previdência Social pedidas por
I - fotografia, de frente, modelo 3 X 4;  (Redação dada seus associados e pelos demais profissionais da mes-
pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991) ma classe.    (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
II - nome, filiação, data e lugar de nascimento e assina- 28.2.1967)
tura; (Redação dada pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991) Parágrafo único - Não poderão os sindicatos, sob
III - nome, idade e estado civil dos dependentes;  (Re- pena das sanções previstas neste Capítulo cobrar remu-
dação dada pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991) neração pela entrega das Carteiras  de Trabalho e Pre-
IV - número do documento de naturalização ou data vidência Social, cujo serviço nas respectivas sedes será
da chegada ao Brasil, e demais elementos constantes da fiscalizado pelas Delegacias Regionais ou órgãos auto-
identidade de estrangeiro, quando for o caso;   (Redação rizados.     (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
dada pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991) 28.2.1967)
Parágrafo único - A Carteira de Trabalho e Previdên-
Art. 27 e 28(Revogados pela Lei nº 7.855, de
cia Social - CTPS será fornecida mediante a apresentação
24.10.1989)
de:    (Incluído pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991)
a) duas fotografias com as características mencionadas
SEÇÃO IV
no inciso I;   (Incluída pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991)
DAS ANOTAÇÕES
b) qualquer documento oficial de identificação pessoal
do interessado, no qual possam ser colhidos dados refe-
Art. 29 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social
rentes ao nome completo, filiação, data e lugar de nasci-
será obrigatoriamente apresentada, contra recibo, pelo
mento.  (Incluída pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991)
Art. 17 - Na impossibilidade de apresentação, pelo inte- trabalhador ao empregador que o admitir, o qual terá o
ressado, de documento idôneo que o qualifique, a Carteira prazo de quarenta e oito horas para nela anotar, especi-
de Trabalho e Previdência Social será fornecida com base ficamente, a data de admissão, a remuneração e as con-
em declarações verbais confirmadas por 2 (duas) testemu- dições especiais, se houver, sendo facultada a adoção de
nhas, lavrando-se, na primeira folha de anotações gerais da sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme ins-
carteira, termo assinado pelas mesmas testemunhas.  (Re- truções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.
dação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969) (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)

37
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

§ 1º As anotações concernentes à remuneração de- Art. 34 - Tratando-se de serviço de profissionais de


vem especificar o salário, qualquer que seja sua forma de qualquer atividade, exercido por empreitada individual
pagamento, seja êle em dinheiro ou em utilidades, bem ou coletiva, com ou sem fiscalização da outra parte con-
como a estimativa da gorjeta.    (Redação dada pelo De- tratante, a carteira será anotada pelo respectivo sindicato
creto-lei nº 229, de 28.2.1967) profissional ou pelo representante legal de sua coopera-
§ 2º - As anotações na Carteira de Trabalho e Previ- tiva.
dência Social serão feitas:     (Redação dada pela Lei nº Art. 35 -  (Revogado pela Lei nº 6.533, de 24.5.1978)
7.855, de 24.10.1989)
a) na data-base;  (Redação dada pela Lei nº 7.855, de SEÇÃO V
24.10.1989) DAS RECLAMAÇÕES POR FALTA OU RECUSA DE
b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalha- ANOTAÇÃO
dor;(Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
c) no caso de rescisão contratual; ou(Redação dada Art. 36 - Recusando-se a emprêsa fazer às anotações a
pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) que se refere o art. 29 ou a devolver a Carteira de Trabalho
d) necessidade de comprovação perante a Previdência e Previdência Social recebida, poderá o empregado com-
Social.    (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) parecer, pessoalmente ou intermédio de seu sindicato
§ 3º - A falta de cumprimento pelo empregador do perante a Delegacia Regional ou órgão autorizado, para
disposto neste artigo acarretará a lavratura do auto de apresentar reclamação.   (Redação dada pelo Decreto-lei
infração, pelo Fiscal do Trabalho, que deverá, de ofício, nº 229, de 28.2.1967)
comunicar a falta de anotação ao órgão competente, para Art. 37 - No caso do art. 36, lavrado o têrmo de re-
o fim de instaurar o processo de anotação. (Redação dada clamação, determinar-se-á a realizarão de diligência para
pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) instrução do feito, observado, se fôr o caso o disposto
§ 4o  É vedado ao empregador efetuar anotações de- no § 2º do art. 29, notificando-se posteriormente o recla-
sabonadoras à conduta do empregado em sua Carteira de mado por carta registrada, caso persista a recusa, para
Trabalho e Previdência Social.  (Incluído pela Lei nº 10.270, que, em dia e hora prèviamente designados, venha pres-
de 29.8.2001) tar esclarecimentos ou efetuar as devidas anotações na
§ 5o O descumprimento do disposto no § 4o deste arti- Carteira de Trabalho e Previdência Social ou sua entre-
go submeterá o empregador ao pagamento de multa pre- ga. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
vista no art. 52 deste Capítulo. (Incluído pela Lei nº 10.270, Parágrafo único. Não comparecendo o reclamado, la-
de 29.8.2001) vrar-se-á têrmo de ausência, sendo considerado revel e
Art. 30 - Os acidentes do trabalho serão obrigatoria- confesso sôbre os têrmos da reclamação feita, devendo
mente anotados pelo Instituto Nacional de Previdência So- as anotações serem efetuadas por despacho da autorida-
cial na carteira do acidentado. (Redação dada pelo Decre- de que tenha processado a reclamação.  (Redação dada
to-lei nº 926, de 10.10.1969) pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 31 - Aos portadores de Carteiras  de Trabalho e Art. 38 - Comparecendo o empregador e recusando-
Previdência Social assegurado o direito de as apresentar -se a fazer as anotações reclamadas, será lavrado um ter-
aos órgãos autorizados, para o fim de ser anotado o que mo de comparecimento, que deverá conter, entre outras
fôr cabível, não podendo ser recusada a solicitação, nem indicações, o lugar, o dia e hora de sua lavratura, o nome
cobrado emolumento não previsto em lei. (Redação dada e a residência do empregador, assegurando-se-lhe o pra-
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) zo de 48 (quarenta e oito) horas, a contar do termo, para
Art. 32 - As anotações relativas a alterações no estado apresentar defesa.
civil dos portadores de Carteira de Trabalho e Previdência Parágrafo único - Findo o prazo para a defesa, subirá
Social serão feitas mediante prova documental. As declara- o processo à autoridade administrativa de primeira ins-
ções referentes aos dependentes serão registradas nas fichas tância, para se ordenarem diligências, que completem a
respectivas, pelo funcionário encarregado da identificação instrução do feito, ou para julgamento, se o caso estiver
profissional, a pedido do próprio declarante, que as assina- suficientemente esclarecido.
rá.   (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) Art. 39 - Verificando-se que as alegações feitas pelo
Parágrafo único. As Delegacias Regionais e os órgãos reclamado versam sôbre a não existência de relação de
autorizados deverão comunicação ao Departamento Na- emprêgo ou sendo impossível verificar essa condição pe-
cional de Mão-de-Obra todas as alterações que anotarem los meios administrativos, será o processo encaminhado
nas Carteiras  de Trabalho e Previdência Social.  (Redação a Justiça do Trabalho ficando, nesse caso, sobrestado o
dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) julgamento do auto de infração que houver sido lavrado.
Art. 33 As Anotações nas fichas de declaração e nas (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Carteiras Profissionais serão feitas seguidamente sem § 1º - Se não houver acôrdo, a Junta de Conciliação
abreviaturas, ressalvando-se no fim de cada assentamen- e Julgamento, em sua sentença ordenará que a Secreta-
to, as emendas, entrelinhas e quaisquer circunstâncias que ria efetue as devidas anotações uma vez transitada em
possam ocasionar dúvidas.(Redação dada pelo Decreto-lei julgado, e faça a comunicação à autoridade competente
nº 229, de 28.2.1967) para o fim de aplicar a multa cabível.(Incluído pelo Decre-
to-lei nº 229, de 28.2.1967)

38
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

§ 2º - Igual procedimento observar-se-á no caso de § 2o  A infração de que trata o caput deste artigo cons-
processo trabalhista de qualquer natureza, quando fôr titui exceção ao critério da dupla visita.   (Incluído pela Lei
verificada a falta de anotações na Carteira de Trabalho e nº 13.467, de 2017)(Vigência)
Previdência Social, devendo o Juiz, nesta hipótese, man- Art. 47-A.   Na hipótese de não serem informados os
dar proceder, desde logo, àquelas sôbre as quais não dados a que se refere o parágrafo único do art. 41 desta
houver controvérsia. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de Consolidação, o empregador ficará sujeito à multa de R$
28.2.1967) 600,00 (seiscentos reais) por empregado prejudicado. (In-
cluído pela Lei nº 13.467, de 2017)(Vigência)
SEÇÃO VI Art. 48 - As multas previstas nesta Seção serão aplica-
DO VALOR DAS ANOTAÇÕES das pela autoridade de primeira instância no Distrito Fede-
ral, e pelas autoridades regionais do Ministério do Trabalho,
Art. 40 - As Carteiras  de Trabalho e Previdência So- Industria e Comercio, nos Estados e no Território do Acre.
cial regularmente emitidas e anotadas servirão de prova
nos atos em que sejam exigidas carteiras de identidade SEÇÃO VIII
e especialmente: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, DAS PENALIDADES
de 28.2.1967)
I - Nos casos de dissídio na Justiça do Trabalho entre Art. 49 - Para os efeitos da emissão, substituição ou
a emprêsa e o empregado por motivo de salário, férias anotação de Carteiras  de Trabalho e Previdência Social,
ou tempo de serviço;  (Redação dada pelo Decreto-lei nº considerar-se-á, crime de falsidade, com as penalidades
229, de 28.2.1967) previstas no art. 299 do Código Penal:     (Redação dada
II - Perante a Previdência Social, para o efeito de de- pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
claração de dependentes;    (Redação dada pelo Decreto- I - Fazer, no todo ou em parte, qualquer documento
-lei nº 229, de 28.2.1967) falso ou alterar o verdadeiro;(Incluído pelo Decreto-lei nº
III - Para cálculo de indenização por acidente do tra- 229, de 28.2.1967)
balho ou moléstia profissional.    (Redação dada pelo De- II - Afirmar falsamente a sua própria identidade, filia-
creto-lei nº 229, de 28.2.1967) ção, lugar de nascimento, residência, profissão ou estado
civil e beneficiários, ou atestar os de outra pessoa;  (In-
SEÇÃO VII cluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
DOS LIVROS DE REGISTRO DE EMPREGADOS III - Servir-se de documentos, por qualquer forma fal-
sificados;(Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 41 - Em todas as atividades será obrigatório para IV - falsificar, fabricando ou alterando, ou vender,
o empregador o registro dos respectivos trabalhadores, usar ou possuir Carteira de Trabalho e Previdência So-
podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrôni- cial assim alteradas;(Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
co, conforme instruções a serem expedidas pelo Minis- 28.2.1967)
tério do Trabalho.   (Redação dada pela Lei nº 7.855, de V - Anotar dolosamente em Carteira de Trabalho e
24.10.1989) Previdência Social ou registro de empregado, ou confes-
Parágrafo único - Além da qualificação civil ou profis- sar ou declarar em juízo ou fora dêle, data de admissão
sional de cada trabalhador, deverão ser anotados todos em emprêgo diversa da verdadeira. (Incluído pelo Decre-
os dados relativos à sua admissão no emprego, duração to-lei nº 229, de 28.2.1967)
e efetividade do trabalho, a férias, acidentes e demais Art. 50 - Comprovando-se falsidade, quer nas de-
circunstâncias que interessem à proteção do trabalha- clarações para emissão de Carteira de Trabalho e Pre-
dor. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) vidência Social, quer nas respectivas anotações, o fato
Art. 42. - (Revogado pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) será levado ao conhecimento da autoridade que houver
Art. 43. e 44  -     (Revogados pela Lei nº 7.855, de emitido a carteira, para fins de direito.
24.10.1989) Art. 51 - Incorrerá em multa de valor igual a 3 (três)
Art. 45 - e  46 - (Revogados pelo Decreto-Lei nº 229, vêzes o salário-mínimo regional aquêle que, comercian-
de 28.2.1967) te ou não, vender ou expuser à venda qualquer tipo de
Art. 47.  O empregador que mantiver empregado não carteira igual ou semelhante ao tipo oficialmente adota-
registrado nos termos do art. 41 desta Consolidação ficará do. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
sujeito a multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) por Art. 52 - O extravio ou inutilização da Carteira de
empregado não registrado, acrescido de igual valor em Trabalho e Previdência Social por culpa da empresa su-
cada reincidência.    (Redação dada pela Lei nº 13.467, de jeitará esta à multa de valor igual á metade do salário
2017)(Vigência) mínimo regional.   (Redação dada pelo Decreto-lei nº
§ 1o  Especificamente quanto à infração a que se refere 926, de 10.10.1969)
o caput deste artigo, o valor final da multa aplicada será Art. 53 - A emprêsa que receber Carteira de Trabalho
de R$ 800,00 (oitocentos reais) por empregado não regis- e Previdência Social para anotar e a retiver por mais de
trado, quando se tratar de microempresa ou empresa de 48 (quarenta e oito) horas ficará sujeita à multa de va-
pequeno porte.     (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) lor igual à metade do salário-mínimo regional. (Redação
(Vigência) dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Art. 54 - A emprêsa que, tendo sido intimada, não Muito se fala sobre o processo de recrutamento dentro
comparecer para anotar a Carteira de Trabalho e Previdên- de uma organização, e muitas vezes torna-se vago o enten-
cia Social de seu empregado, ou cujas alegações para re- dimento a este respeito, pois se pensa que é um processo
cusa tenham sido julgadas improcedentes, ficará sujeita à desnecessário, no qual demanda tempo para desenvolver;
multa de valor igual a 1 (um) salário-mínimo regional. (Re- mas pelo contrário, o processo de recrutamento é interes-
dação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) sante, pois é nesse processo que é identificado pontos do
Art. 55 - Incorrerá na multa de valor igual a 1 (um) candidato que demonstram se o mesmo está ou não apto
salário-mínimo regional a emprêsa que infringir o art. 13 para desenvolver tal cargo.
e seus parágrafos.    (Redação dada pelo Decreto-lei nº O recrutamento de pessoal é de responsabilidade da
229, de 28.2.1967) área de recursos humanos (RH) e tem como objetivo a
Art. 56 - O sindicato que cobrar remuneração pela organização e a seleção de pessoal no atendimento aos
entrega de Carteira  de Trabalho e Previdência Social  fi- clientes internos da empresa (MARRAS). Assim, pode-se di-
cará sujeito à multa de valor igual a 3 (três) vêzes o sa- zer que o recrutamento é um conjunto de técnicas que vi-
lário-mínimo regional.(Redação dada pelo Decreto-lei nº sam atrair candidatos qualificados e capazes de ocupar car-
229, de 28.2.1967) gos dentro da organização. É basicamente um sistema de
formação, através do qual a organização divulga e oferece
1- Movimentação e Contratação de Pessoal ao mercado de recursos humanos, as oportunidades de
A movimentação de pessoas dentro da organização emprego que pretende preencher, de modo que se pode
consiste na transferência, promoção,enquadramento, dizer que é “o homem certo, na hora certa e no lugar cer-
mérito, entre outras movimentações que visem atender to”. Assim, percebe-se que todo recrutamento tem início a
às solicitações da liderança ouplano de ação e avaliação, partir de uma necessidade da empresa na contratação de
a fim de obter melhores resultados, de acordo com as novos profissionais, sendo que tal necessidade é originada
normas e políticasexistentes dentro da organização. por motivos diversos

Compete a Gerência de Área: Seleção de pessoas


-Encaminhar ao Recursos Humanos as solicitações com a A seleção de pessoas funciona como um filtro que per-
alteração a ser feita, mediante formuláriopróprio devidamen- mite que apenas as pessoas que apresentem características
te preenchido e assinado pela Gerência da área e Presidência. desejáveis à organização possam ingressar na mesma. É,
sem dúvida, uma importante ferramenta de gestão de pes-
Compete ao Recursos Humanos: soas, com a finalidade de identificar as pessoas que pos-
-Comunicar ao colaborador, após conclusão da parte suam o perfil desejado pela análise e descrição de cargo
operacional processamento das informações de folha, so- (CHIAVENATO, 2005).
bre a movimentação, dando ciência que a mudança já virá Marras (2011, p. 65) se refere à seleção de pessoas
no próximo salário. conceituando-a como “uma atividade que tem por rece-
NOTA: Todas as solicitações referentes à movimentação bidos pelo setor de recrutamento, para o atendimento
de pessoal, admissão ou demissão (excetuando os pedidos das necessidades internas da empresa”. Este mesmo au-
e demissão por justa causa) deverão ser enviadas somente tor descreve que esta seleção se baseia fundamentalmente
até o dia 20 de cada mês, por conta do fechamento da fo- na análise comparativa das exigências do cargo, que são
lha de pagamento. As solicitações fora do prazo deverão ser as características que o mesmo exige do profissional em
encaminhadas ao departamento de Recursos Humanos devi- termos de conhecimentos, habilidades e atitudes para o
damente autorizadas por da gerência da área e Presidência. bom desempenho de suas funções; como as características
Atualmente, as organizações precisam movimentar do candidato, que engloba o conjuntode conhecimentos,
seus funcionários para realinhar seu ambiente interno para habilidades e atitudes que cada candidato possui para de-
adequar-se às oportunidades e ameaças do ambiente ex- sempenhar as suas tarefas.
terno, dessa forma, a movimentação dos recursos humanos Concordando com Marras, Chiavenato afirma que:
é vital para o desenvolvimento organizacional. A melhor maneira de conceituar seleção é representá-la
A área de recursos humanos ou gestão de pessoas deve, como uma comparação entre duas variáveis: de um lado,
para tanto, organizar-se para registrar e arquivar estas novas os requisitos do cargo a ser preenchido (requisitos que o
situações funcionais de seus colaboradores para acompa- cargo exige de seu ocupante) e, de outro lado, o perfil das
nhar sua evolução profissional, bem como, seu efeito no de- características dos candidatos que se apresentam para dis-
sempenho organizacional. Tais movimentações são executa- putá-lo (CHIAVENATO).
das por meio de análises da situação atual do colaborador Na visão de França (2007) a seleção de pessoas rea-
ou grupo de colaboradores, ao consultar os seus históricos lizada na organização faz parte do processo de agregar
funcionais, informações salariais e últimas alterações. pessoas dentro das organizações. Portanto, o que difere a
As movimentações de pessoal implicam em mudanças sig- seleção do recrutamento é que, enquanto o objetivo do re-
nificativas no quadro de funcionários da organização. Assim, a crutamento é atrair o máximo de pessoas que possuam as
informatização pode não somente agilizar o processo de movi- especificações básicas descritas para o preenchimento dos
mentação, como evitar erros e inconsistências provenientes de cargos das empresas, a seleção faz a triagem dos melhores
algum procedimento esquecidos ou não observados. candidatos atraídos pelo recrutamento, funcionando como

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

uma espécie de filtro, onde apenas aqueles que tiverem O VT não pode ser pago em dinheiro apenas com o
o perfil adequado para o cargo disponível que poderá in- cartão/bilhete. Caso o colaborador utilize transporte alter-
gressar na organização. nativo que não faz uso do VT, a empresa pode disponibi-
Chiavenato (2004) explica que “processo seletivo nada lizar para o mesmo uma ajuda de custo em dinheiro refe-
mais é do que a busca e adequação entreaquilo que a orga- rente ao gasto pela condução, sendo mencionada tal ajuda
nização pretende e aquilo que as pessoas oferecem”. Nesse na folha de pagamento. Por ser um direito do trabalhador
processo de escolha há dois pontos primordiais: a organização e um dever do empregador, o vale-transporte é pago par-
escolhe a pessoa e a pessoa só aceitará dependendo dos seus cialmente pelo empregador, mas o mesmo tem um des-
objetivos e necessidades, ou seja, uma escolha recíproca. conto de 6% no contra-cheque que refere-se ao seu custo.
Chiavenato (2005), esclarece que as técnicas de sele- Veja o exemplo abaixo:
ção podem ser classificadas em cinco grupos: entrevistas; Uma pessoa tem um salário de R$ 1.200,00. E utiliza
provas de conhecimentos ou de capacidades; testes psico- uma passagem modal (ida/volta) no valor de R$:
lógicos; testes de personalidades; e técnicas de simulação. 2,50 cada. Quanto que o mesmo receberá no final do
Em relação às entrevistas, percebe-se que esta é uma mês após os devidos descontos?
das técnicas mais utilizadas na seleção de pessoas, por ser Salário = R$ 1.200,00
aplicável em qualquer situação. Lodi (1991, p. 89) sugere INSS (8%) = (R$ 96,00)
que “a entrevista é um dos mais antigos procedimentos VT (6%) = (R$ 72,00)
para a obtenção de dados e durante muito tempo foi o IRRF (isento)
único modo de obtê- los”. E, de acordo com o autor men- Valor líquido a receber: R$ 1.032,00
cionado, a primeira função da entrevista é obter informa-
ções sobre aspectos não mensuráveis, e a segunda é para De acordo com o Decreto 95247 de 17/11/1987, a par-
comprovar as informações passadas pelo entrevistado, já cela equivalente ao beneficiário do VT será de 6% de seu
na terceira é uma função integradora, contendo as apti- salário base. Desde que o mesmo não ultrapasse o valor
dões da pessoa recrutada. máixmo gasto com passagem.Exemplificando o exposto
Para Gil (1994, p. 117) entrevista é quando “o inves- acima, um funcionário utiliza um modal de R$ 2,50, a sua
tigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula passagem ficará totalizada em: R$ 2,50 x 2 = R$ 5,00 x 22
perguntas com o objetivo de obtenção dos dados que in- (ou número de dias úteis do mês) = R$ 110,00 (total gasto
teressam ã investigação”. Para Chiavenato (2005, p. 161) A no mês de passagem).
eficiência reside em fazer corretamente as coisas: saber en- Temos ainda uma outra situação. Se o valor descon-
trevistar bem, aplicar testes de conhecimentos que sejam tado do VT (6%) ultrapassar os gastos referentes a passa-
válidos e preciosos, dotar a seleção de rapidez e agilidade, gem, o colaborador pagará apenas o valor utilizado nas
contar com um mínimo de custos operacionais, envolver as passagens. Exemplo:
gerências e suas equipes no processo de escolher candi- Uma outra pessoa tem um salário de R$ 2.400,00 e
datos etc. A eficácia reside em alcançar resultados e atingir utiliza um modal de R$ 2,50. Quanto que a mesma deverá
objetivos: saber trazer os melhores talentos para a empre- ser descontada de VT?
sa e, sobretudo, tornar a empresa cada dia melhor com as Salário = R$ 2.400,00
novas aquisições de pessoal. Sobre este processo, quanto VT (6%) = (R$ 2.400,00 x 0,06) = (R$ 144,00)
ao entrevistador Almeida (2004) diz que após o término da passagem modal = (R$ 2,50 x 2) x 22 = R$ 110,00.
entrevista a primeira atitude do entrevistador é fazer sua Como o valor acima é superior ao valor gasto pela
avaliação sobre o candidato, analisando suas competências passagem da colaboradora, a mesma deverá pagar apenas
e comparando as respostas pela escala de avaliação. R$ 110,00 e não os R$ 144,00.

Pagamento de Pessoal O VT poderá ser descontado em casos de faltas justifi-


Pode-se considerar como salário o valor acordado en- cadas e injustificadas.
tre as partes (empregador e empregado)pelo serviço pres- Pagamento de salários deve obedecer a determinadas
tado; ou seja, mão de obra. Além disto, existem três tipos leis A forma como o trabalhador deve receber seus ven-
de salário que são: cimentos é regulamentada por determinadas leis, muitas
-Salário direto = salário fixo vezes desrespeitadas pelo empregador. O artigo nº 463
-Salário indireto = benefícios concedidos ao colabora- da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943, por
dor. Exemplo: Bolsa de estudos, plano de saúde,cesta bá- exemplo, diz que o salário deve ser pago em espécie, ou
sica e etc. seja, em dinheiro, e na moeda corrente do Brasil.
-Salário in natura = refere-se ao pagamento do salário A forma como o trabalhador deve receber seus ven-
de forma parcial, sendo complementado o saldo com mo- cimentos é regulamentada por determinadas leis, muitas
radia, alimentação, vestuário, etc. Mas para que este tipo vezes desrespeitadas pelo empregador. O artigo nº 463
de salário seja caracterizado não se deve ter descontos re- da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943, por
ferentes a sua complementação. exemplo, diz que o salário deve ser pago em espécie, ou
Como já entendemos o que é o salário e quais são os seja, em dinheiro, e na moeda corrente do Brasil. No en-
seus tipos, agora vamos abordar falar a respeito da remu- tanto, por entender que a legislação deveria acompanhar
neração. a evolução tecnológica, em 1984, a Portaria nº 3.281 do

41
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Ministério do Trabalho autorizou as empresas localizadas larial; Salário profissional; Salário normativo; Salário líqui-
em perímetros urbanos a efetuarem os pagamentos de do; e Salário bruto. Segue abaixo a descrição de cada um:
seus funcionários em cheque ou por depósito bancário. Salário-base: também chamado de salário contratual,
Mas, para isso, a portaria prevê que, no caso do pagamen- é pago diretamente pelo empregador e utilizado normal-
to por meio de crédito em conta corrente, este pode ape- mente como base para os cálculos das; Salário mínimo: fi-
nas acontecer com o prévio consentimento do trabalhador xado por lei, valor mínimo a ser recebido pelo empregado
e em agência bancária próxima ao local de trabalho. com jornada mensal de 220hs, corrigido anualmente pelo
Já no caso do pagamento por meio de cheque, o em- governo; Piso salarial: valor determinado pela categoria do
pregador deve assegurar ao empregado um horário que empregado ou atividade econômica da empresa; previsto
permita o desconto imediato do cheque. Além disso, caso em dissídio, norma ou acordo coletivo (sindicato);Salário
o deslocamento do trabalhador para o recebimento do profissional: exclusivo para as categorias dos profissionais
cheque exija alguma forma de transporte, os custos devem liberais: médicos, advogados, engenheiros, dentistas, etc.
ser pagos pelo empregador. A portaria determina também instituído pela legislação que regulamenta a profissão.
que os trabalhadores analfabetos recebam apenas em di- Salário normativo: valor determinado pela categoria do
nheiro. empregado ou atividade econômica da empresa; previs-
Ainda sobre o pagamento dos salários, o artigo nº 464 to em dissídio, norma ou acordo coletivo (sindicato); Sa-
da CLT diz que deve ser efetuado contra recibo, assinado lário líquido: valor a ser recebido pelo empregado após
pelo empregado. Se o trabalhador for analfabeto, o em- os cálculos legais das verbas trabalhistas devidas: folha
pregador deve colher sua impressão digital no recibo e, de pagamento, rescisão, férias, décimo terceiro; e os res-
não sendo possível, o recibo deve ser assinado a rogo (as- pectivos descontos: IRRF, INSS, contribuição sindical, vale
sinar a rogo é assinar no lugar de outra pessoa que não refeição, vale transporte, entre outros. Salário bruto: valor
tenha condições de assinar). A Medida Provisória nº 1.523- que se apresenta nos cálculos legais antes da redução dos
12, de 1997,reconhece o comprovante de depósito bancá- encargos e descontos devidos: folha de pagamento, resci-
rio como equivalente de recibo de pagamento. são, férias, décimo terceiro.
A regulamentação do pagamento de salários se dá Em sentido oposto, o salário variável é uma retri-
inclusive quanto ao dia e horário. O artigo 465 da CLT buição fornecida pelo empregador; em dinheiro ou in
determina o pagamento dos vencimentos em dia útil e no natura, podendo ocorrer em previsão contratual ou
próprio local do trabalho, dentro do horário de serviço ou pela pratica habitualmente adotada, podendo ser em
imediatamente após o encerramento deste, exceto quan- percentagem, meta, prêmio, comissão, etc. Mesmo as-
do é efetuado por depósito em conta bancária. sim, a Constituição Federal garante àqueles que rece-
Em relação ao prazo do pagamento, a lei determina bem exclusivamente o salário variável, salário nunca
que o salário deva estar à disposição do trabalhador até inferior ao mínimo - inciso VII, art. 7º. A CLT no art. 457
o 5º dia útil do mês subsequente ao vencido ou outro preceitua que: “compreendem-se na remuneração do
prazo mais favorável negociado em acordo, convenção ou empregado, para todos os efeitos legais, além do salá-
dissídio coletivo, como, por exemplo, nos casos de adian- rio devido e pago diretamente pelo empregador, como
tamento quinzenal. Caso o trabalhador tiver dúvidas se contraprestação do serviço, as gorjetas que receber”.
está recebendo corretamente, deve procurar o Sindicato Não obstante, o salário variável deve preencher al-
que representa a sua categoria em seu estado ou a Supe- guns requisitos para se transformar em remuneração,
rintendência Regional do Trabalho (SRT) de seu município. pois sua constituição depende desses elementos: Ha-
bitualidade; Periodicidade; Quantificação; Essenciali-
Tipos de Salários dade; e Reciprocidade.
Para melhor entendimento, segue abaixo a concei-
O trabalho e/ou serviço desempenhado pelo traba- tuação dos termos:
lhador, dependendo da tarefa executada, da frequência, Habitualidade: entende-se por habitualidade o que
da regulamentação trabalhista e do contrato firmado en- é sucessivo ou contínuo, mesmo que intermitente.
tre as partes (empregador e empregado), pode ser pago Periodicidade: a remuneração apresenta em perío-
em condições especiais, como ser pago em produtos, em do, podendo o mesmo variar, mas certo que pagos em
serviços, ou ainda por via de dedução de dividas, entre data pré-fixada ou após a prestação de serviço. O salá-
outras. No entanto, geralmente o empregador paga o sa- rio não pode ser fixado em período superior a um mês.
lário do empregado por meio do salário fixo ou salário Já comissão, gratificação ou percentagem podem ser
variável. A modalidade utilizada depende muito do tipo pagos num período superior a um mês.
detrabalho, da jornada de trabalho, do tempo de duração Art. 459 CLT.
e do contrato de trabalho. Quantificação: é da natureza da relação de traba-
O salário fixo refere-se ao valor devido pelo emprega- lho que ela seja onerosa, razão pela qual poderá ser o
dor, já definido em contrato de trabalho, não dependendo valor quantificado.
de circunstâncias alheias, vinculado apenas à presença do Essencialidade: é a remuneração objeto obrigató-
empregado no trabalho, podendo se apresentar através ria na constituição do contrato individual de trabalho,
de diversas figuras: Salário-base; Salário mínimo; Piso sa- pois não é permitido ser gratuito.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Reciprocidade: sendo o contrato de trabalho acordo en- A gorjeta pode, então, ser espontânea, concedida pelo
tre as partes, os direitos e obrigações estão sujeitos a ambos. freguês para premiar o serviço esmerado de quem o atende,
Observa-se que, não é necessário ter todos estes ou por simples costume do ramo de atividade, ou inseri-
elementos para que o salário variável possa se trans- da pelo empregador na conta dasdespesas efetuadas, me-
formar em remuneração, o atendimento de parte dos diante um percentual sobre o total. Deve ser estimada por
requisitos já pode ser suficiente para a caracterização. aproximação média para fins de anotação na carteira profis-
Todavia doutrinariamente verifica-se o atendimento sional. As gorjetas não podem constituir forma única de re-
de todos no direito do trabalho, principalmente em muneração, pois o empregado deverá receber um valor fixo,
processos trabalhistas. Assim, o salário variável deve pelo menos de um salário mínimo, se a norma coletiva da
preencher pelo menos parte dos requisitos para se categoria não determinar um valor maior a título de salário.
transformar e/ou ser considerado remuneração. Súmula nº 354 do TST. GORJETAS. NATUREZA JURÍ-
DICA. REPERCUSSÕES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19,
Remuneração 20 e 21.11.2003. As gorjetas, cobradas pelo empregador
Art. 457, CLT: Remuneração é o conjunto de retri- na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos
buições recebidas habitualmente pelo empregado pela clientes, integram a remuneração do empregado, não ser-
prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilida- vindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio,
de, provenientes do empregador ou de terceiros, mas adicional noturno, horas extras e repouso semanal remu-
decorrentes do contrato de trabalho, de modo a satis- nerado.
fazer suas necessidades básicas e de sua família. Comissões e percentagens: Trata-se de forma de re-
Remuneração é todo provento legal e habitual- muneração ao empregado, que deverá sempre receber um
mente auferido pelo empregado em virtude do con- salário mínimo fixo, eventualmente acrescido de comissão,
trato de trabalho, se pago pelo empregador, seja pago pois a Lei no. 8.716/93, em seuartigo 1º, assegura um sa-
por terceiro, mas decorrentes do contrato de trabalho. lário mensal nunca inferior ao mínimo a quem perceba re-
Pode-se dizer que a remuneração é composta pelo sa- muneração variável,
lário direto, o salário indireto e a remuneração variável onde fixado por comissão, peça, tarefa, ou outras modali-
melhor se situa a participação nos lucros ou resultados. A dades. Mesmo que o empregado perceba salário misto,
remuneração é o conjunto de retribuições recebidas pelo sendo parte fixa e parte variável, fará jus a um salário míni-
empregado pela prestação de serviços, de modo a comple- mo, artigo 2º da referida lei. As percentagens e comissões
mentar o seu salário. Segundo o §2º, do Art. 457, CLT - Não acrescentam-se ao salário fixo, e representam, por exem-
se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as plo, uma percentagem sobre as vendas efetuadas ou so-
diárias para viagem que não excedam de 50% (cinquenta bre o número de peças produzidas.
por cento) do salário percebido pelo empregado. Gratificações: Está relacionada com o desempenho do
Outros valores também podem ser remuneração sem empregado e satisfação do empregador.
ser salário. As gorjetas, por exemplo, cobradas pelo em- Assim sendo, se a gratificação for pré-estabelecida e
pregador na nota de serviços ou oferecidas espontanea- paga com habitualidade integrará o salário do empregado,
mente pelos clientes, integram a remuneração do empre- o mesmo não se podendo dizer da gratificação esporádica
gado, mas não é salário. Sobre esse tipo de remuneração e por mera liberalidade do empregador, paga, por exem-
também podem incidir os encargos sociais do contrato de plo, em razão da assiduidade ao trabalho pelo empregado.
trabalho, sejam previdenciários ou aqueles pagos direta- Segue a Súmula 207 do Supremo Tribunal Federal –
mente ao trabalhador, como férias e 13ºs. “Gratificação habitual – As gratificações habituais, inclusi-
No entanto, conforme a Súmula 354 do TST, não serve ve a de Natal, consideram-se tacitamente convencionadas,
de base de cálculo para as parcelas de aviso prévio, adicional integrando o salário”.
noturno, hora extra e repouso semanais remunerado. Nesse Também sobre o tema, segue a Súmula 78 do Tribunal
sentido, o empregador deve, tomar especial cuidado em mo- Superior do Trabalho – “Inclusão no salário para todos os
nitorar a média de ganhos variável do empregado para fazer efeitos legais – A gratificação periódica contratual integra
o cálculocerto na hora de pagar. Por outro lado, ele também o salário, pelo seu duodécimo, para todos os efeitos legais,
precisa conhecer os tipos de remuneração existentes. inclusive o cálculo da natalina, da Lei no. 4.090/62”.
Abonos: o artigo 457 da CLT, especialmente o § 1º,
Verbas em espécie: conceitua os abonos pagos pelo empregador, como salá-
Gorjeta: Ela é a responsável pela distinção legal entre rio, devendo repercutir nas parcelas remuneratórias. São
salário e remuneração. Consiste em uma liberalidade em aumentos provisórios de salário, que podem ser determi-
dinheiro dada pelo cliente ao prestador de serviço que o te- nados por lei ou podem ser concedidos por mera libera-
nha atendido. O parágrafo 3º do artigo 457, CLT, determina lidade do empregador, integrando-se ou não ao salário
em entendimento legal de gorjeta: “Considera-se gorjeta do empregado, como se verifica no artigo 9º da Lei no.
não só a importância espontaneamente dada pelo cliente 8.178/91.
ao empregado, como também aquela que for cobrada pela Ajuda de Custo / diárias de viagem: A empresa pode
empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer exercer uma atividade econômica que necessite efetuar
título, e destinada à distribuição aos empregados”. um pagamento ao empregado a título de ajuda de custo
para despesas de viagens.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Quando essas despesas são reembolsadas fora da fo- Adicional de insalubridade: É um adicional instituído
lha de pagamento e através de documento contábil, elas conforme o grau de risco existente na empresa e exercido
não vinculam à remuneração de salário, independente do pela função do empregado, podendo variar entre 10% (mí-
valor, servindo apenas como transação de atividade exter- nimo), 20% (médio) e 40% (máximo) sobre salário mínimo,
na. Definido que a parcela tenha natureza jurídica de ajuda CLT art. 192 e Norma Regulamentadora 15. O grau de risco
de custo, não terá ela seu valor incluído no salário para é verificado conforme o Código Nacional de Atividade Eco-
nenhum efeito, independentemente de exceder de 50% nômica – CNAE o qual é atribuído no CNPJ e confirmado no
do valor dele, já que essa condição só se refere a diárias. anexo V do Decreto Regulamentador nº 3.048/99. O médico
Súmula nº 101 do TST. DIÁRIAS DE VIAGEM. SALÁRIO do trabalho pode auxiliar na interpretação do graude risco.
(incorporada a Orientação Jurisprudencial nº Adicional de periculosidade: É um adicional especí-
292 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. fico recebido pelo empregado que trabalho na função de
Integram o salário, pelo seu valor total e para efeitos in- inflamável ou explosivo. Sua percentagem é de 30% sobre
denizatórios, as diárias de viagem que excedam a 50% o salário base, CLT art. 193 § 1º. O
(cinquenta por cento) do salário do empregado, enquanto Médico do Trabalho tem importante participação na
perdurarem as viagens. (Primeira parte - ex-Súmula nº 101 definição do quadro periculoso.
- RA 65/1980, DJ 18.06.1980; segunda parte - ex-OJ nº 292 Adicional Noturno: É de 20% sobre o salário contra-
da SBDI-1 - inserida em 11.08.2003) tual, calculado sobre os serviços prestados após as 22 ho-
Descanso semanal remunerado: É um valor embutido ras, nos centros urbanos, pago com habitualidade, toman-
no salário pelo empregado registrado por quinzena ou do para cálculo o 13° salário, férias e demais direitos, já que
mês. Esse valor representa os domingos e feriados não integra a remuneração-base (art. 73 § 2º, CLT). A legislação
trabalhados no mês, mas pagos na integração do salário. definiu que 7 (sete) horas noturnas trabalhadas equivalem
Quando o empregado passa a perceber além do salário a 8 (horas). Destarte, o empregado trabalha 7 (sete) horas,
fixo um salário variável; esse variável não teve o pagamen- mas recebe 8 (oito) horas para todos os fins legais. Foi uma
to do DSR incluso diretamente, devendo o valor ser calcu- forma encontrada pelo legislador para repor o desgaste
lado nos termos da lei. biológico que enfrenta quem trabalha à noite, sendo con-
Salário Complessivo ou Completivo: Consiste na fixa- siderado um período penoso de trabalho.
ção de uma importância fixa ou proporcional ao ganho
básico, com a finalidade de remunerar vários institutos Adicional de horas extras:
adicionais sem possibilidade de verificarse se a remune-
ração cobre todos os direitos e suas naturais oscilações: Adicional de transferência: O trabalhador transfe-
por exemplo, trabalho extraordinário, horário noturno, rido por vontade do empregador, de forma unilateral,
descanso remunerado etc. Note-se que essas formas de fará jus a importe de 25% sobre os salários recebidos no
salário são nulas, pelos seguintes fundamentos: Falta de local onde originalmente foi contratado. A fundamenta-
nexo causa-efeito e transação com direitos futuros;Des- ção legal para a disposição acima encontra-se no artigo
cumprimento do mandamento constitucional de hora no- 469, § 3º da CLT.
turna superior à diurna; Renúncia pelo empregado as ho- Muito embora as interpretações errôneas sejam co-
ras extras; e descumprimento do pagamento de descanso muns, esse adicional é “salário-condição”, ou seja, é devi-
semanal. do pelo empregador enquanto durar a condição, a saber,
Salário in Natura: O salário in natura também deno- enquanto o trabalhador exercer suas funções longe do
minado salário-utilidade, tem previsão legal no artigo 458 local original onde foi caracterizado o vínculo emprega-
e seus parágrafos, da CLT, que assim dispõe: “Além do pa- tício. O objetivo desse “pagamento suplementar” e adi-
gamento em dinheiro, compreendese no salário, para to- cional é suprir os aumentos de despesas que onerem o
dos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário, empregado transferido, e por essa razão, perde a razão
ou outras prestações in natura que a empresa, por força de ser quando o funcionário retorna ao seu local de ori-
do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao gem (assim, o empregador deixa de ter essa obrigação).
empregado. Em caso algum será permitido o pagamento Para fazer jus a esse direito, deve haver a necessida-
com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.” de comprovada de mudança de residência (por exem-
A OJ 131 do Tribunal Superior do Trabalho, estabele- plo, mudança de uma loja em uma região para outra da
ceu que: “Vantagem in natura. Hipótese em que não in- mesma cidade não caracteriza aquisição do direito). A
tegra o salário. As vantagens previstas no artigo 458 da base de cálculo do Adicional de Transferência é o salário
CLT, quando demonstrada sua indispensabilidade para o base acrescido de todos os adicionais a que tiver direi-
trabalho, não integram o salário do empregado.” to, como adicional por tempo de serviço, gratificações,
Adicionais: O trabalho em condições especiais dá ao excluídos os com aplicabilidade duplicada.
empregado o direito ao recebimento do respectivo adicio-
nal, que vem acrescentar um valor ao salário e que o inte- Características do Salário:
gra em caso de habitualidade no recebimento. Os adicionais - Caráter alimentar = objetiva o salário a prover o
previstos na legislação trabalhista são os seguintes: adicional alimento do trabalhador e da sua família;
de hora extra; adicional noturno; adicional de transferência; - Comutatividade = consiste numa equivalência
adicional de periculosidade; adicional de insalubridade. simbólica entre o serviço prestado e o valor pago;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

- Sinalagmático = as partes se obrigam a prestações mento do cheque exija alguma forma de transporte,
recíprocas e antagônicas. O trabalhador tem a os custos devem ser pagos pelo empregador. A por-
obrigação de prestar serviços e o direito a receber taria determina também que os trabalhadores anal-
salário pelos serviços prestados. Por sua vez, o empre- fabetos recebam apenas em dinheiro.
gador tem o direito de exigir que o obreiro preste os Ainda sobre o pagamento dos salários, o artigo
serviços, mas tem a obrigação de remunerar o trabalha- nº 464 da CLT diz que deve ser efetuado contra re-
dor pelos serviços prestados; cibo, assinado pelo empregado. Se o trabalhador for
- Caráter forfetário: uma vez executado o trabalho, o analfabeto, o empregador deve colher sua impressão
salário é sempre devido. Mesmo que oempregado seja digital no recibo e, não sendo possível, o recibo deve
dispensado por justa causa fará jus o obreiro ao salário ser assinado a rogo (assinar a rogo é assinar no lugar
dos dias trabalhados; de outra pessoa que não tenha condições de assi-
- Duração ou continuidade do salário: o contrato de nar). A Medida Provisória nº 1.523-12, de 1997, re-
trabalho é de débito permanente ou de trato sucessivo, conhece o comprovante de depósito bancário como
em que direitos e obrigações se renovam a cada perío- equivalente de recibo de pagamento.
do. Após cada mês trabalhado, nasce para o obreiro o A regulamentação do pagamento de salários se dá
direito de receber o salário pelos serviços prestados. inclusive quanto ao dia e horário. O artigo 465 da CLT
- Pós-numerário = o salário somente é devido após determina o pagamento dos vencimentos em dia útil e
a prestação de serviço; no próprio local do trabalho, dentro do horário de servi-
- Irredutibilidade salarial = a regra é a de que o sa- ço ou imediatamente após o encerramento deste, exce-
lário do trabalhador seja irredutível. Todavia, esse prin- to quando é efetuado por depósito em conta bancária.
cípio não é absoluto, pois a CF/88, no art. 7º, VI, permite Em relação ao prazo do pagamento, a lei deter-
a redução temporária dos salários mediante convenção mina que o salário deva estar à disposição do tra-
ou acordo coletivo de trabalho. Possibilidade da natu- balhador até o 5º dia útil do mês subseqüente ao
reza composta do salário: o salário não precisa ser pago vencido ou outro prazo mais favorável negociado em
exclusivamente em dinheiro, podendo parte ser quitado acordo, convenção ou dissídio coletivo, como, por
em pecúnia, parte em utilidades; exemplo, nos casos de adiantamento quinzenal.
- Determinação heterônoma: o estado intervém
para fixar o mínimo de salário que pode ser contrata- Demissões
do entre as partes (CF/1988, art. 7º, IV). Os contratantes Por outro lado, gestores mais novos, principalmente
(empregado e empregador) são livres para estipular as os que ainda não passaram pela experiência, sentem-se
cláusulas contratuais desde que respeitem as normas de particularmente angustiados. Usualmente sentem culpa
proteção mínima ao trabalhador, dentre elas o salário que, embora indevida, afeta emocionalmente. Por outro
mínimo fixado pelo estado, ou mesmo o piso salarial lado, o demitido nem sempre tem uma reação cem por
importo por lei oupor convenção coletiva. É o que se cento madura, o que traz riscos de ampliação da culpa
denomina intervencionismo básico do Estado. por parte do gestor. É importante considerar também
que as demissões sempre trazem riscos.
Forma de pagamento do salário O descontentamento e a mágoa que delas de-
correm sempre podem levar os demitidos a ações de
A forma como o trabalhador deve receber seus ven- compensação, justas ou não, como os processos tra-
cimentos é regulamentada por determinadas leis, mui- balhistas ou a busca de causar prejuízo à empresa, de
tas vezes desrespeitadas pelo empregador. O artigo nº algum modo. Por isso é necessário realizar a demissão
463 da CLT, por exemplo, diz que o salário deve ser pago da melhor maneira possível, a fim de minimizar o custo
em espécie, ou seja, em dinheiro, e na moeda corrente das demissões.
do Brasil, nao podendo ser pago em bens, produtos ou
moeda de outro país. Custo das demissões
No entanto, por entender que a legislação deveria Num cálculo simples, poderíamos dizer que a ad-
acompanhar a evolução tecnológica, em 1984, a Porta- missão de um colaborador, em empresa organizada
ria nº 3.281 do Ministério do Trabalho autorizou as em- que busca processos racionais de seleção, tem um cus-
presas localizadas em perímetros urbanos a efetuarem to que varia de um a dois salários do admitido.
os pagamentos de seus funcionários em cheque ou por Some-se a isso o tempo de treinamento inicial no
depósito bancário. Mas, para isso, a portaria prevê que, trabalho, no qual o novo colaborador será pouco pro-
no caso do pagamento por meio de crédito em con- dutivo. E os custos trabalhistas da demissão tem de ser
ta corrente, este pode apenas acontecer com o prévio incluídos: 40% sobre o fundo de garantia, aviso prévio
consentimento do trabalhador e em agência bancária – e outros. Por fim, somem-se os gastos que o período
próxima ao local de trabalho. da demissão acarretam, com a ruptura das funções.
Já no caso do pagamento por meio de cheque, o Em síntese, demitir custa caro e o ideal é fazer o
empregador deve assegurar ao empregado um horário menor número de demissões possível, visando desesta-
que permita o desconto imediato do cheque. Além dis- bilizar a empresa o mínimo possível.
so, caso o deslocamento do trabalhado para o recebi-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Esgotando as possibilidades de retenção do cola- Suspensão e Interrupção do Contrato de Trabalho


borador A suspensão do contrato de trabalho suspende os prin-
Um princípio básico diz que ninguém deve ser sur- cipais efeitos do contrato de trabalho, ou seja, o emprega-
preendido com a demissão por desempenho ou compor- do deixa de prestar serviço e o empregador suspende a
tamento inadequado. Isto quer dizer que, antes de demi- remuneração do empregado, mas o vínculo empregatício
tir, o gestor deve fazer um conjunto de advertências claras entre ambas as partes não é rompido.
e específicas ao colaborador, o que dará a ele a oportu-
nidade de mudar para melhor, salvando-se da demissão. Interrupção do Contrato de Trabalho:
Além disso, antes de demitir, o gestor deve verificar se Podemos dizer que a interrupção do contrato de traba-
há razão real e justificável para isso e se não há alternativa lho ocorre quando o empregado suspende de forma tem-
para retenção do colaborador. porária a prestação de serviço, mas continua recebendo
Vejamos alguns exemplos de ideias que podem ser sua remuneração normalmente, pois a principal caracterís-
exploradas: tica da interrupção do contrato de trabalho é a continuida-
de da vigência de todas as obrigações contratuais.
Analisando melhor possíveis demissões
Por fim, não é necessário dizer que ninguém deve ser Caracterização e distinção:
demitido por razões subjetivas e caprichosas. Questões Hipótese de interrupção do contrato de trabalho:
de simpatia e antipatia, por exemplo, não devem servir de a) encargos públicos específicos, tais como; compa-
base para a gestão. O gestor tem de aprender a manter recimento judicial como jurado (art. 430 CPP), ou como
sua objetividade e superá-las, seja por uma questão de testemunha (art. 822, CLT) e o comparecimento judicial da
ética profissional, seja para o bem de sua carreira e dos própria parte (Enunciado n. 155, TST);
resultados da empresa a longo prazo. b) afastamento do trabalho por motivo de doença ou
acidente do trabalho, até 15 dias;
Condução do processo de demissão c) os chamados descansos trabalhistas, desde que re-
Esgotadas todas as possibilidades, a demissão tem munerados, tais como; intervalos interjornadas remunera-
de ser feita. Nesse caso, é conveniente fazer uma apre- dos, descansos semanais remunerados, descansos em fe-
ciação objetiva da situação, deixando-se de lado culpas riados e descanso anual (férias);
injustificáveis e emotividade, pois isso só traz pioras para d) licença-maternidade da empregada gestante;
o processo. e) aborto, durante afastamento até duas semanas (art. 395, CLT);
As seguintes recomendações podem ser considera- f) licença remunerada concedida pelo empregador;
das: g) interrupção dos serviços na empresa, resultante de
Deve-se levantar todas as informações relevantes causas acidentais de força maior (art. 61, parágrafo 3º, CLT);
com antecedência, sobre o empregado, seus direitos, o h) hipóteses de afastamento remunerado (art. 473, CLT):
processo de demissão, o trabalho; - por dois dias consecutivos, em caso de falecimen-
-Não se deve tratar o empregado como inimigo, sim- to de cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa
plesmente pelo fato de estar ele sendo desligado, espe- que viva sob sua dependência econômica (declarada na
ra-se que as boas relações continuem e que outras parce- CTPS do empregado), sendo que a CLT, concede nove dias
rias possam ser realizadas futuramente; para o empregado professor, no caso de falecimento do
-A comunicação deve ser clara e precisa, evitando-se cônjuge, pai, mãe ou filho (art. 320, CLT);
explicações e justificativas inúteis; - até três dias consecutivos, em virtude de casamento;
-Não se deve tentar suavizar a situação, com finalida- já no caso de empregado professor será de nove dias (art.
de de reduzir o impacto emocional para o demitido; 320 parágrafo 3º, CLT);
-Tampouco se deve apresentar as coisas de modo - por cinco dias, m face da licença-paternidade (art. 7º,
dramático – a demissão é um ato natural do processo de XIX, combinado com art. 10, parágrafo 1º ADCT, CF/88)
trabalho; - por um dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso
-Devem ser evitadas acusações de todos os tipos, dei- de doação de sangue devidamente comprovada;
xando-se que o enfoque recaia sobre a demissão em si e - no período de apresentação ao serviço militar;
não sobre suas causas; - nos dias em que o empregado estiver prestando ves-
-Em caso de mau desempenho ou comportamento tibular, devidamente comprovado (art. 473, VII, CLT);
indevido, isso não deve ser objeto de discussão, mas o Quando tiver que comparecer a juízo (art. 473, VII, CLT).
gestor deve ser simples e direto, assumindo a responsabi-
lidade pela decisão; Efeitos da Interrupção do Contrato de Trabalho:
Todo o apoio que a empresa puder oferecer para a O principal efeito da interrupção é a suspensão restrita
recolocação do profissional deve ser oferecido; Por fim, das obrigações contratuais (prestar serviço e disponibilida-
devem ser evitadas as medidas de segurança humilhantes de perante o empregador). Outros efeitos são as garantias,
e ineficientes que algumas empresas adotam, como evi- tais como: retorno do empregado ao cargo ocupado após
tar a entrada do colaborador na empresa ou na área de o fim da causa interruptiva (art. 471CLT), garantia do rece-
trabalho, retirada do seu microcomputador de trabalho. bimento pelo empregado do salário e direitos alcançados
ao retornar as atividades laborais.

46
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Art. 471 - Ao empregado afastado do emprego, são Prazo para Retorno após a Suspensão do Contrato de
asseguradas, por ocasião de sua volta, todas as vantagens Trabalho:
que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a Com a sustação da causa suspensiva do contrato, deve
que pertencia na empresa. o empregado retornar ao serviço e dar continuidade ao
Prazo para Retorno após a Interrupção do Contrato de contrato de trabalho imediatamente, mas havendo inexis-
Trabalho: tência de qualquer convocação empresarial expressa, po-
Ao encerrar a causa interruptiva, o empregado deve de-se considerar o prazo para retornar de 30 (trinta) dias,
retornar as suas obrigações bilaterais do contrato imedia- após a sustação da causa suspensiva (art. 472, parágrafo
tamente, os benefícios dados ao empregado não permite 1º, CLT), caso não retorne ao serviço, dá-se a demissão por
ampliar tal prazo. justa causa por abandono de emprego (art. 482, “i”, CLT).
Art. 472 - O afastamento do empregado em virtude
Hipóteses de Suspensão de Contrato de Trabalho: das exigências do serviço militar, ou de outro encargo pú-
a) Suspensão por Motivo Estranho a Vontade do Em- blico, não constituirá motivo para alteração ou rescisão do
pregado: contrato de trabalho por parte do empregador.
- afastamento previdenciário, por motivo de doença, a § 1º - Para que o empregado tenha direito a voltar a
partir do 16º dia (auxílio-doença) - art. 476, CLT; exercer o cargo do qual se afastou em virtude de exigências
- afastamento previdenciário, por motivo de acidente do serviço militar ou de encargo público, é indispensável
do trabalho, a partir do 16º dia (auxílio-doença) - que notifique o empregador dessa intenção, por telegrama
art. 476, CLT; parágrafo único do art. 4º, CLT; ou carta registrada, dentro do prazo máximo de 30 (trin-
- aposentadoria provisória, sendo o empregado consi- ta) dias, contados da data em que se verificar a respectiva
derado incapacitado para o trabalho. - art. 475, CLT; Enun- baixa ou a terminação do encargo a que estava obrigado.
ciado n. 160 TST; Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do con-
- por motivo de força maior; trato de trabalho pelo empregador: i) abandono de emprego.
- para cumprimento do encargo público obrigatório-
art. 483, parágrafo 1º da CLT; art. 472, CLT; Para prestação
Extinção do Contrato de Trabalho
de serviço militar – art. 4º parágrafo único, CLT.
O EMPREGADO pode deliberar pela rescisão do con-
b) Suspensão por Motivo Lícito Atribuível ao Empre-
trato de trabalho: pedindo demissão, na rescisão indireta
gado:
ou por aposentadoria.4
- participação pacífica em greve – art. 7º, Lei n. 7.783/89;
Pedido de Demissão
- encargo público não obrigatório- art. 472, combina-
Demissão é o aviso que o empregado faz ao emprega-
do com o art. 483, parágrafo 1º, CLT;
dor de que não mais deseja trabalhar na empresa. Não se
- eleição para cargo de direção sindical – art. 543, pa-
confunde com a despedida, que é ato do empregador de
rágrafo 2º, CLT;
- eleição para cargo de diretor de sociedade anônima despedir o empregado. É um ato unilateral, não havendo
– Enunciado n. 269, TST; necessidade de que o empregador aceite o pedido.
Licença não remunerada concedida pelo empregador a O empregado terá de avisar o empregador com ante-
pedido do empregado, para resolver motivos particulares. cedência mínima de 30 dias de que não pretende continuar
Deve ser bilateral- Enunciado n. 51, TST; na empresa, devendo trabalhar durante o aviso prévio, sal-
- afastamento para qualificação profissional do empre- vo se for liberado pelo empregador.
gado – MP n. 1.709-4, de 27.11.1998. A única formalidade existente na legislação é que a de-
c) Suspensão por Motivo Ilícito atribuível ao Emprega- missão do empregado com mais de um ano de serviço só
do: será válida quando feita com a assistência do sindicato ou
- suspensão disciplinar- art. 474, CLT; perante a autoridade do Ministério do Trabalho (§ 1º do
- suspensão de empregado estável ou garantia espe- artigo 477 da CLT). Tendo o empregado menos de um ano
cial de emprego, para instauração de inquérito para apura- de casa, não haverá necessidade da referida assistência.
ção de falta grave, sendo julgada improcedente- art. 494,
CLT; Súmula n. 197, STF. Rescisão Indireta
A rescisão indireta ou dispensa indireta é a forma de
Efeitos da Suspensão do Contrato de Trabalho: cessação do contrato de trabalho por decisão do empre-
O principal efeito é a suspensão das obrigações contra- gado em virtude da justa causa praticada pelo emprega-
tuais (pagar salário e prestar serviço), durante o período de dor (artigo 483 da CLT). Na rescisão indireta, o empregado
suspensão. O empregado possui várias garantias ao final deve, de preferência, avisar o empregador dos motivos por
da suspensão tais como: a garantia de retorno do empre- que está retirando-se do serviço, sob pena de a empresa
gado ao cargo anterior ocupado, após o fim da suspensão poder considerar a saída do trabalhador como abandono
(art. 471, CLT); a garantia do salário e dos direitos alcança- de emprego.
dos neste período do tempo; a garantia da impossibilidade A única maneira de se verificar a justa causa cometida
do rompimento do contrato de trabalho, por ato unilateral pelo empregador é o empregado ajuizar ação na Justiça do
do empregador, ou seja, a dispensa injusta ou desmotivada Trabalho, postulando a rescisão indireta de seu contrato de
no período da suspensão do contrato. trabalho.

47
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

As hipóteses de rescisão indireta estão arroladas nas 482 da CLT e a falta do empregador estaria elencada no
alíneas do artigo 483 da CLT. artigo 483 da CLT. Havendo culpa recíproca, a indeniza-
O parágrafo único do artigo 407 da CLT prevê outra ção devida ao empregado será reduzida à metade (ar-
hipótese de rescisão indireta, quando a empresa não to- tigo 484 da CLT), assim como o empregado fará jus a
mar as medidas possíveis e recomendadas pela autoridade metade do aviso prévio, das férias proporcionais e do
competente para que o menor mude de função. 13º salário proporcional (Súmula 14 do TST).

Aposentadoria Ônus da Prova:


A aposentadoria do empregado é uma das formas de É do empregador o ônus da prova da existência de
cessação do contrato de trabalho. Se o empregado conti- justa causa para dispensa do empregado (artigo 818 da
nuar trabalhando, há a formação de um novo contrato de CLT). Trata-se de um fato impeditivo do direito do obrei-
trabalho. ro às verbas rescisórias, que deve ser provado pela em-
Para Sergio Pinto Martins5 o empregador poderá fazer presa (artigo 333, II, do CPC).
cessar o contrato de trabalho em certos casos. Necessário,
inicialmente, verificar o inciso I do artigo 7º da Constitui- Hipóteses Legais de Justa Causa
ção, que estabelece: “relação de emprego protegida con-
tra despedida arbitrária ou sem junta causa, nos termos de Ato de Improbidade
lei complementar, que preverá indenização compensató- Provém a palavra improbidade do latim improbitas,
ria, dentre outros direitos”. Enquanto não for editada a lei que significa má qualidade, imoralidade, malícia.Ímpro-
complementar mencionada, o porcentual da indenização ba é uma pessoa que não é honrada.
do FGTS é elevado para 40% (artigo 10, I, do ADCT). Não há necessidade de ser feito boletim de ocorrên-
cia para a caracterização da falta, que, inclusive, inde-
Dispensa do Empregado Sem Justa Causa pende do valor da coisa subtraída, por exemplo.
O empregador pode dispensar o empregado sem justa
causa, cessando, assim, o contrato de trabalho. Incontinência de Conduta
Para tanto, porém, deverá pagar as reparações econô- A incontinência de conduta está ligada ao desregra-
micas pertinentes. O empregador tem um direito potes- mento do empregado no tocante à vida sexual. São obs-
tativo de dispensar o empregado, ao qual este não pode cenidade praticadas, a libertinagem, a pornografia, que
se opor, salvo as exceções contidas na lei. Terá direito o configuram a incontinência de conduta. Caracteriza-se
empregado a aviso prévio, 13º salário proporcional, férias incontinência de conduta quando há assédio sexual de
vencidas e proporcionais, saldo de salários, saque do FGTS, uma pessoa a outra, que não corresponde a corte, fican-
indenização de 40% e direito ao seguro – desemprego. do esta constrangida, por inexistir reciprocidade, eviden-
ciando a falta grave para o despedimento.
Dispensa do Empregado Com Justa Causa
O empregador poderá dispensar o empregado que co- Mau Procedimento
mete falta grave, ou seja, com justa causa. A justa causa vem Os contratantes devem observar na execução do
a ser o procedimento incorreto do empregado, tipificado na contrato de trabalho a boa-fé (artigo 422 do Código
lei, que dá ensejo à ruptura do vínculo empregatício. Civil). O mau procedimento vem a ser um ato faltoso
A justa causa deverá ser prevista na lei, pois seria pos- que não pode ser enquadrado nas demais alíneas do ar-
sível aplicar a regra do Direito Penal e adaptá- la no Direito tigo 482 da CLT. Tudo o que não possa ser encaixado
do Trabalho, no sentido de que não haverá justa causa se não em outras faltas será classificado no mau procedimento.
houver previsão na lei. Assim, existem as hipóteses previstas Será, portanto, uma atitude irregular do empregado, um
no artigo 482 da CLT, como também em outros dispositivos procedimento incorreto, incompatível com as regras a se-
consolidados, v. g., parágrafo único do artigo 240 da CLT. rem observadas pelo homem comum perante a sociedade.
Justa causa é a forma de dispensa decorrente de ato Não se confunde com incontinência de conduta, pois está
grave praticado pelo empregado, implicando a cessação ligada ao ato de natureza sexual.
do contrato de trabalho por motivo devidamente eviden-
ciado, de acordo com as hipóteses previstas na lei. Negociação Habitual
Utiliza-se a expressão justa causa para a falta praticada O trabalho concorrente ou prejudicial ao serviço é
pelo empregado. Quando a falta é praticada pelo empre- o que será proibido pela lei. Nada impede que o em-
gador, que dá causa à cessação do contrato de trabalho pregado exerça mais de uma atividade, mas essa outra
por justo motivo, emprega-se, na prática, a expressão res- atividade não poderá ser exercida em concorrência des-
cisão indireta, de acordo com as hipóteses descritas no ar- leal à empresa, de modo a acarretar prejuízo ao serviço.
tigo 483 da CLT. Assim, o empregado poderá ter outro emprego, fazer
pequenos bicos na hora do intervalo ou até mesmo ser
Culpa Recíproca: empregador.
Pode ocorrer que tenha havido falta tanto do empre- Se o empregado diminui sua produção em razão do
gado como do empregador, daí a existência de culpa recí- serviço paralelo que realiza, haverá prejudicialidade ao
proca. A falta do empregado estaria capitulada no artigo serviço.

48
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Condenação Criminal
Para haver a justa causa é preciso que o empre- ESTOQUE E ALMOXARIFADO;
gado seja condenado criminalmente com sentença
transitada em julgado. Se a sentença ainda estiver
em fase recursal, não se caracteriza a justa causa. ques

Desídia “Devemos sempre ter o produto de que você necessita,


O empregado labora com desídia no desempe- mas nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma
nho de suas funções quando o faz com negligência, frase que descreve bem o dilema da descrição de estoques.
preguiça, má vontade, displicência, desleixo, in- O controle de estoques é parte vital do composto logístico,
dolência, omissão, desatenção, indiferença, desin- pois estes podem absorver de 25 a 40% dos custos totais,
teresse, relaxamento. A desídia pode também ser representando uma porção substancial do capital da
considerada um conjunto de pequenas faltas, que empresa. Portanto, é importante a correta compreensão do
mostram a omissão do empregado no serviço, des- seu papel na logística e de como devem ser gerenciados”.
de que haja repetição dos atos
Razões para manter estoque
Violação de Segredo da Empresa A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso
Comete falta grave de violação de segredo da futuro exige investimento por parte da organização. O
empresa o empregado que divulga marcas e pa- ideal seria a perfeita sincronização entre a oferta e a
tentes, fórmulas do empregador, sem seu consenti- demanda, de maneira a tornar a manutenção de estoques
mento, o que não deveria ser tornado público, con- desnecessária. Entretanto, como é impossível conhecer
figurando prejuízo àquele. Não se confunde com exatamente a demanda futura e como nem sempre os
concorrência desleal, que importa ato de comércio. suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, deve-
se acumular estoque para assegurar a disponibilidade de
Indisciplina mercadorias e minimizar os custos totais de produção e
A indisciplina no serviço diz respeito ao des- distribuição.
cumprimento de ordens gerais de serviço.
Na verdade, estoques servem para uma série de
Insubordinação finalidades, ou seja:
A insubordinação está ligada ao descumpri-
mento de ordens pessoais de serviço específicas. • Melhoram o nível de serviço.
Abandono de Emprego • Incentivam economias na produção.
Abandono de emprego significa largar, deixar o • Permitem economias de escala nas compras e no
posto de trabalho, desistir o operário de trabalhar transporte.
na empresa. Há portanto, o desprezo do emprega- • Agem como proteção contra aumentos de preços.
do em continuar trabalhando para o empregador. • Protegem a empresa de incertezas na demanda e
Critica-se o abandono de emprego como justa cau- no tempo de
sa para a dispensa, pois na verdade, o empregado • resuprimento.
rescinde, de fato, o contrato de trabalho, por não • Servem como segurança contra contingências.
mais comparecer à empresa. O empregador apenas
formaliza a rescisão, em razão das circunstâncias Abrangência da Administração de Estoques
de o empregado ter deixado de trabalhar.
É preciso que exista prova do abandono, em A administração de estoques é de importância
razão do princípio da continuidade da relação de significativa na maioria das empresas, tanto em função do
emprego. A referida prova ficará a cargo do em- próprio valor dos itens mantidos em estoque, associação
pregador (artigo 818 da CLT combinado com artigo direta com o ciclo operacional da empresa. Da mesma
333, II, do CPC), por se tratar de fato impeditivo do forma como as contas a receber, os níveis de estoques
direito às verbas rescisórias. Um empregado nor- também dependem em grande parte do nível de vendas,
mal, que precisa do serviço para poder sobreviver, com uma diferença: enquanto os valores a receber surgem
não abandona o emprego. após a realização das vendas, os estoques precisam ser
adquiridos antes das realizações das vendas.

Essa é uma diferença crítica e a necessidade de prever


as vendas antes de se estabelecer os níveis desejados de
estoques, torna sua administração uma tarefa difícil. Deve
se observar também que os erros na fixação dos níveis de
estoque podem levar à perda das vendas (caso tenham sido
subdimensionados) ou a custos de estocagem excessivos
(caso tenham sido superdimensionados), residindo,

49
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

portanto, na correta determinação dos níveis de estoques, administrativos ao se efetuar e receber um pedido e o custo
a importância da sua administração. Seu objetivo é garantir de manter são os variáveis por unidade da manutenção de
que os estoques necessários estejam disponíveis quando um item de estoque por um determinado período (custo
necessários para manutenção do ritmo de produção, de armazenagem) segundo, “oportunidade” de outros
ao mesmo tempo em que os custos de encomenda e investimentos.
manutenção de estoques sejam minimizados.
Custo total = custo de pedir + custo de manter
Os estoques podem ser classificados como:
 Matéria-prima PONTO DE PEDIDO
 Produtos em processo Determina em que ponto os estoques serão pedidos
 Materiais de embalagem levando em consideração o tempo de entrega dos
 Produtos acabados principais itens.
 Suprimentos
Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x
A razão para manutenção de estoques depende demanda diária
fundamentalmente da natureza desses materiais.
Para manutenção dos estoques de matérias primas, SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
são utilizadas justificativas como a facilidade para o
planejamento do processo produtivo, a manutenção do Os Sistemas básicos utilizados na administração de
melhor preço deste produto, a prevenção quanto à falta de estoques são:
materiais e, eventualmente, a obtenção de descontos por
aquisição de grandes quantidades. 1. FMS (Flexible Manufacturing System)
Essas razões são contra-argumentadas de várias Nesse sistema, os computadores comandam as
formas. Atualmente, as modernas técnicas de administração operações das máquinas de produção e, inclusive,
de estoques, o conceito do “Supply Chain Management” comandam a troca de ferramentas das operações de
que ajuda a reduzir custos, representam alternativas manuseio de materiais, ferramentas, acessórios e estoques.
eficientes para evitar-se falta de materiais. Adicionalmente, Pode-se incluir no software módulos de monitoração do
a realização de contratos futuros pode representar um controle estatístico da qualidade. Normalmente, é aplicado
instrumento eficiente para proteger a empresa de eventual em fábricas com grande diversidade de peças de produtos
oscilação de preços de seus insumos básicos. finais montados em lotes. Podemos destacar entre as
Para manutenção de estoques de materiais em vantagens do FMS, as seguintes:
processos, justifica-se a maior flexibilidade do processo
produtivo, caso ocorra interrupção em alguma das linhas • Permite maior produtividade das máquinas, que
de produção da empresa. Obviamente, essa questão deve passam a ter utilização de 80% a 90% do tempo disponível.
ser substituída pela adoção de processos de produção mais • Possibilita maior atenção aos consumidores em
confiáveis, para evitar a ocorrências destas interrupções. função da flexibilidade proporcionada.
A manutenção de estoques de produtos acabados • Diminui os tempos de fabricação.
é justificada por duas razões: garantir atendimentos • Em função do aumento da flexibilidade, permite
efetuados para as vendas realizadas e diminuir os custos aumentar a variedade dos produtos ofertados.
de mudança na linha de produção.
Técnicas de Administração de estoques 2. MRP-Material Requirement Planing
O MRP é um sistema completo para emitir ordens de
CURVA ABC fabricação, de compras, controlar estoques e administrar a
Segrega os estoques em três grupos, demonstrando carteira de pedidos dos clientes. Opera em base semanal,
graficamente com eixos de valores e quantidades, que impondo com isso uma previsão de vendas no mesmo prazo,
considera os materiais divididos em três grandes grupos, de modo a permitir a geração de novas ordens de produção
de acordo com seus valores de preço/custo e quantidades, para a fábrica. O sistema pode operar com diversas fórmulas
sendo assim materiais “classe A” representam a minoria para cálculo dos lotes de compras, fabricação e montagem,
da quantidade total e a maioria do valor total, “classe C” operando ainda com diversos estoques de material em
a maioria da quantidade total e a minoria do valor total, processo, como estoque de matérias primas, partes,
“classe B” valores e quantidades intermediárias. submontagens e produtos acabados.A maior vantagem
O controle da “classe A” é mais intenso e o controle da do MRP consiste em utilizar programas de computadores
“classe B e C” menos sofisticados. complexos, levando em consideração todos os fatores
relevantes para conseguir o melhor cumprimento de prazos
MODELO DE LOTE ECONÔMICO de entrega, com estoques baixos, mesmo que a fábrica tenha
Permite determinar a quantidade ótima que minimiza muitos produtos em quantidade, de uma semana para outra.
os custos totais de estocagem de pedido para um item do Um ponto fundamental para o correto funcionamento
estoque. Considerando os custo de pedir e os custos de do sistema é a rigorosa disciplina a ser observada pelos
manter os materiais. Sendo os custos de pedir, os fixos, funcionários que interagem com o sistema MRP, em

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

relação à informação de dados para computador. Sem essa com Henrique Corrêa e Irineu Gianesi, a responsável pela
disciplina, a memória do MRP vai acumulando erros nos implantação do Just in Time foi a Toyota, criando esse
saldos em estoques e nas quantidades necessárias. sistema em 1970 e impondo-o para quem quisesse trabalhar
em parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque,
3. Sistema Periódico passando a responsabilidade e o comprometimento de
A característica básica deste sistema é a divisão da não parar sua produção para seus terceirizados.
fábrica em vários setores de processamento sucessivo de O Just in Time visa o “estoque zero”. O objetivo principal
vários produtos similares. Cada setor recebe um conjunto é suprir produtos para a linha de produção e clientes da
de ordens de fabricação para serem iniciados e terminados empresa, somente quando for necessário. Ao longo da
no período. Com isso, no fim de cada período, se todos cadeia logística, as relações entre as empresas - inclusive
os setores cumprirem sua carga de trabalho, não haverá com o emprego de recursos de comunicação e tecnologias
qualquer material em aberto. Isso facilita o controle de de informação, devem ser garantidas de tal forma que os
cada setor da fábrica, atribuindo responsabilidades bem resultados, e, portanto, os serviços prestados pela logística
definidas. obedeçam exatamente às necessidades de serviços
Esse sistema com período fixo é antigo, mas devido expressas pelos clientes. É muito importante, portanto
às suas características, não se tornou obsoleto face aos que haja uma cooperação, um bom relacionamento entre
sistemas modernos, nos quais é possível à adoção de a empresa e seus fornecedores externos e internos. Um
períodos curtos, menores que uma semana. ponto muito favorável no Just in Time é que ele diminui a
probabilidade de que ocorram perdas de produtos.
4. OPT-Optimezed Production Technology
O sistema OPT foi desenvolvido com uma abordagem Outros sistemas de estoques
diferente dos sistemas anteriores, enfatizando a Sistema de Duas Gavetas - Consiste na separação física
racionalidade do fluxo de materiais pelos diversos postos em duas partes. Uma parte será utilizada totalmente até a
de trabalho de uma fábrica. Os pressupostos básicos do data da encomenda de um novo lote e a outra será utilizada
OPT foram originados por formulações matemáticas. Nesse
entre a data da encomenda e a data do recebimento do
sistema, as ordens de fabricação são vistas como tendo de
novo lote. A grande vantagem deste sistema está na
passar por filas de espera de atendimento nos diversos
substancial redução do processo burocrático de reposição
postos de trabalho na fábrica. O conjunto de postos de
de material (bujão de gás). A denominação “DUAS
trabalho forma então uma rede de filas de espera.
GAVETAS” decorre da ideia de guardar um mesmo lote em
O sistema OPT usa um conjunto de coeficientes
duas gavetas distintas.
gerenciais para ajudar a determinar o Lote ótimo para cada
componente ou submontagem a ser processado em cada
Sistema de Estoque Mínimo - É usado principalmente
posto de trabalho. Muita ênfase é dedicada aos pontos de
gargalo da produção. quando a separação entre as duas partes do estoque não
é feita fisicamente, mas apenas registrada na ficha de
5. Sistema KANBAN-JIT controle de estoque, com o ponto de separação entre as
O sistema Kanban foi desenvolvido para ser utilizado partes. Enquanto o estoque mínimo estiver sendo utilizado,
onde os empregados possuem motivação e mobilização, o Departamento de Compras terá prazo suficiente para
com grande liberdade de ação. Nessas fábricas, na certeza adquirir e repor o material no estoque.
de que os empregados trabalham com dedicação e
responsabilidade, é legítimo um trabalhador parar a linha Sistema de Renovação Periódica - Consiste em fazer
de montagem ou produção porque achou algo errado, pedidos para reposição dos estoques em intervalos de
os empregados mantém-se ocupados todo o tempo, tempo pré-estabelecidos para cada item. Estes intervalos,
ajudando-se mutuamente ou trocando de tarefas conforme para minimizar o custo de estoque, devem variar de
item para item. A quantidade a ser comprada em cada
as necessidades. O sistema Kanban-JIT é um sistema que
encomenda é tal que, somada com a quantidade existente
“puxa” a produção da fábrica, inclusive até o nível de
em estoque, seja suficiente para atender a demanda até
compras, pelas necessidades geradas na montagem final.
o recebimento da encomenda seguinte. Logicamente,
As peças ou submontagens são colocadas em caixa feitas
este sistema obriga a manutenção de um estoque reserva.
especialmente para cada uma dessas partes, que, ao
Deve-se adotar períodos iguais para um grande número de
serem esvaziadas na
itens em estoque pois, procedendo a compra simultânea
montagem, são remetidas ao posto de trabalho que
de diversos itens, pode-se obter condições vantajosas na
faz a última operação a essa remessa, que funciona como
transação (compra e transporte).
uma ordem de produção.
Sistema de Estocagem para um Fim Específico -
6. Sistema Just in Time Apresenta duas subdivisões:
É preciso que haja um sistema integrado de
planejamento de distribuição. É assim que surge o Just a) Estocagem para atender a um programa de produção
in Time, que é derivado do sistema Kanban. De acordo pré-determinado:

51
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

É utilizada nas indústrias de tipo contínuo ou O controle deve fornecer a qualquer momento
semicontínuo que estabelece, com antecedência de vários as quantidades que se encontram à disposição em
meses, os níveis de produção. A programação (para vários processo de recebimento, as devoluções ao fornecedor
períodos, semanas e meses) elaborada pelo P.C.P. deverá e as compras recebidas e aceitas.
ser coerente para todos os segmentos, desde o recebimento
do material até o embarque do produto acabado. RECEBIMENTO
Vantagens: As atividades de recebimento abrangem desde a
recepção do material na entrega pelo fornecedor até
* Estoques menores, sem riscos de se esgotarem, a entrada nos estoques. A função de recebimento de
objetivamente controlados por se conhecer a demanda futura. materiais é módulo de um sistema global integrado com
as áreas de contabilidade, compras e transportes e é
* Melhores condições de compra de materiais, pois caracterizada como uma interface entre o atendimento
pode-se aceitar contratos de grandes volumes para do pedido pelo fornecedor e os estoques físico e
entregas parceladas. A atividade de compra fica reduzida, contábil.
sem a necessidade de emitir pedidos de fornecimento O recebimento compreende quatro fases :
para cada lote de material. • 1a fase : Entrada de materiais;
• 2a fase : Conferência quantitativa;
b) Estocagem para atender especificamente a uma • 3a fase : Conferência qualitativa;
ordem de produção ou a uma requisição: É o método • 4a fase : Regularização
empregado nas produções do tipo intermitente, onde a
indústria fabrica sob encomenda, sendo justificável no caso http://www.ebah.com.br/content/
de materiais especiais ou necessários esporadicamente. A B A A A A j t s A H / n o c o e s - b a s i c a s - a l m ox a r i f a d o -
Os pedidos de material neste sistema são baseadas estoque-transporte-materiais
principalmente na lista material (“ROW MATERIAL”) e na
programação geral (AP = “ANNUAL PLANNING”). Existem
casos em que o pedido para compra precisa ser feito
mesmo antes do projeto do produto estar detalhado, IMPOSTOS; ELABORAÇÃO E
ou seja, antes da listagem do material estar pronta, pois ACOMPANHAMENTO DE ORÇAMENTO.
os itens necessários podem ter um ciclo de fabricação
excessivamente longo. Ex.: grandes motores, turbinas e
navios.
Definição e fins
Enfim, o controle de estoques exerce influência muito  
grande na rentabilidade da empresa. Eles absorvem capital Impostos são valores pagos, realizados em moeda
que poderia estar sendo investido de outras maneiras. nacional (no caso do Brasil em reais), por pessoas físicas
Portanto, aumentar a rotatividade do estoque auxilia e jurídicas (empresas). O valor é arrecadado pelo Estado
a liberar ativos e economiza o custo de manutenção e (governos municipal, estadual e federal) e servem para
controle que podem absorver de 25 a 40% dos custos custear os gastos públicos com saúde, segurança,
totais, conforme mencionado anteriormente. educação, transporte, cultura, pagamentos de salários
de funcionários públicos, etc. O dinheiro arrecadado
1. Organização do Almoxarifado com impostos também é usado para investimentos em
O organograma funcional do almoxarifado está obras públicas (hospitais, rodovias, hidrelétricas, portos,
demonstrado na figura abaixo : universidades, etc.). 
Analisando o organograma funcional de um  
almoxarifado podemos resumir as suas principais Os impostos incidem sobre a renda (salários,
atribuições : lucros, ganhos de capital) e patrimônio (terrenos,
• Receber para guarda e proteção os materiais casas, carros, etc.) das pessoas físicas e jurídicas.
adquiridos pela empresa;  
• Entregar os materiais mediante requisições A utilização do dinheiro proveniente da arrecadação
autorizadas aos usuários da empresa; de   impostos não é vinculada a gastos específicos.
• Manter atualizados os registros necessários; O governo, com a aprovação do legislativo, é quem
Vamos analisar os setores componentes da estrutura define o destino dos valores, através do orçamento. 
funcional do almoxarifado :  
Os impostos no Brasil 
CONTROLE :  
Embora não haja menção na estrutura organizacional O Brasil tem uma das cargas tributárias mais
do almoxarifado, o controle deve fazer parte do conjunto elevadas do mundo. Atualmente, ela corresponde
de atribuições de cada setor envolvido, qual seja, a, aproximadamente, 37% do PIB (Produto Interno
recebimento, armazenagem e distribuição. Bruto).

52
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Lista dos principais impostos cobrados no Brasil: Os princípios representam o primeiro estágio de con-
  cretização dos valores jurídicos a que se vinculam. A justi-
Federais ça e a segurança jurídica começam a adquirir concretitude
  normativa e ganham expressão escrita.
- IR (Imposto de Renda) - Imposto sobre a renda de Mas os princípios ainda comportam grau elevado de
qualquer natureza. No caso de salários, este imposto é abstração e indeterminação.
descontado direto na fonte. Os princípios financeiros são dotados de eficácia, isto
  é, produzem efeitos e vinculam a eficácia principiológica,
- IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados. conducente à normativa plena, e não a eficácia própria da
- IOF - Imposto sobre Operações Financeiras regra concreta, atributiva de direitos e obrigações.
(Crédito, Operações de Câmbio e Seguro ou relativas a Assim, os princípios não se colocam, pois, além ou
Títulos ou Valores Mobiliários). acima do Direito (ou do próprio Direito positivo); também
- ITR - Imposto Territorial Rural (aplicado em eles - numa visão ampla, superadora de concepções posi-
propriedades rurais). tivistas, literalista e absolutizantes das fontes legais - fazem
- II - Imposto sobre importação (tarifa alfandegária). parte do complexo ordenamental.
  Não se contrapõem às normas, contrapõem-se tão-so-
Estaduais mente aos preceitos; as normas jurídicas é que se dividem
  em normas-princípios e normas-disposições.
- ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias Resultado da experiência histórica da gestão dos recur-
e Serviços. sos públicos, os princípios orçamentários foram sendo de-
  senvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência, permitindo
- IPVA - Imposto sobre Propriedade de Veículos às normas orçamentárias adquirirem crescente eficácia, ou
Automotores (carros, motos, caminhões). seja, que produzissem o efeito desejado, tivessem efetivi-
  dade social, e fossem realmente observadas pelos recepto-
Municipais res da norma, em especial o agente público.
  Como princípios informadores do direito - e são na
- IPTU - Imposto sobre a Propriedade Predial e verdade as ideias centrais do sistema dando-lhe sentido
Territorial Urbana (sobre terrenos, apartamentos, casas, lógico - foram sendo, gradativa e cumulativamente, incor-
prédios comerciais). porados ao sistema normativo.
  Os princípios orçamentários, portanto, projetam efei-
- ITBI - Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de tos sobre a criação - subsidiando o processo legislativo -, a
Bens e Imóveis e de Direitos Reais a eles relativos. integração - possibilitando a colmatagem das lacunas exis-
  tentes no ordenamento - e a interpretação do direito or-
- ISS - Impostos Sobre Serviços. çamentário, auxiliando no exercício da função jurisdicional
  ao permitir a aplicação da norma a situação não regulada
1.2 Funções do Orçamento especificamente.
Nos dias de hoje, podemos reconhecer o orçamento Alguns desses princípios foram adotados em certo mo-
público como um instrumento que apresenta múltiplas mento por condizerem com as necessidades da época e
funções. A mais clássica delas, a função controle político, posteriormente abandonados, ou pelo menos transforma-
teve início nos primórdios dos Estados Nacionais. Além dos, relativizados, ou mesmo mitigados, e o que ocorreu
da clássica função de controle político, o orçamento com o princípio do equilíbrio orçamentário, tão precioso
apresenta outras funções mais contemporâneas, do ao estado liberal do século XIX, e que foi em parte relati-
ponto de vista administrativo, gerencial, contábil e vizado com o advento do estado do bem estar social no
financeiro. período pós guerra.
No Brasil, a função incorporada mais recentemente Nos anos oitenta e noventa, em movimento pendu-
foi a função de planejamento, que está ligada à Módulo lar, o princípio do equilíbrio orçamentário foi revigorado
1Introdução 6 técnica de orçamento por programas. De e dada nova roupagem em face dos crescentes déficits es-
acordo com essa ideia, o orçamento deve espelhar as truturais advindos da dificuldade do Estado em financiar os
políticas públicas, propiciando sua análise pela finalidade extensos programas de segurança social e de alavancagem
dos gastos. do desenvolvimento econômico.
Resultado da experiência histórica da gestão dos recur- Nossas Constituições, desde a Imperial até a atual,
sos públicos, os princípios orçamentários foram sendo de- sempre deram tratamento privilegiado à matéria orçamen-
senvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência, permitindo tária.
às normas orçamentárias adquirirem crescente eficácia. De maneira crescente, foram sendo incorporados no-
Assim, os princípios, sendo enunciados em sua totali- vos princípios orçamentários às várias cartas constitucio-
dade de maneira genérica que quase sempre se expressam nais reguladoras do Estado brasileiro.
em linguagem constitucional ou legal, estão entre os va- Instaura-se a ordem constitucional soberana em nosso
lores e as normas na escala da concretização do direito e Império, e a Carta de 1824, em seus arts.171 e 172, institui
com eles não se confundem. as primeiras normas sobre o orçamento público no Brasil .

53
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Estatui-se a reserva de lei - a aprovação da peça orça- previsão da receita e à despesa fixada para os serviços
mentária deve observar regular processo legislativo - e a anteriormente criados. Não se incluem nessa proibição:
reserva de parlamento - a competência para a aprovação a) a autorização para abertura de créditos suplemen-
é privativa do Poder Legislativo, sujeita à sanção do Poder tares e para operações de crédito como antecipação da
Executivo - para a aprovação do orçamento. receita; b) a determinação do destino a dar ao saldo do
Insere-se O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE, ou tem- exercício ou do modo de cobrir o deficit.”
poralidade- significa que a autorização legislativa do gasto O PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE, ou da pureza or-
deve ser renovada a cada exercício financeiro - o orçamen- çamentária, limita o conteúdo da lei orçamentária, impe-
to era para viger por um ano e sua elaboração competência dindo que nela se pretendam incluir normas pertencentes
do Ministro da Fazenda, cabendo à Assembleia-Geral - Câ- a outros campos jurídicos, como forma de se tirar proveito
mara dos Deputados e Senado - sua discussão e aprovação. de um processo legislativo mais rápido, as denominadas
Pari passu com a inserção da anualidade, fixa-se o “caudas orçamentárias”, tackings dos ingleses, os riders
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE DA DESPESA - advindo do dos norte-americanos, ou os Bepackungen dos alemães,
princípio geral da submissão da Administração à lei, a des- ou ainda os cavaliers budgetaires dos franceses. Prática
pesa pública deve ter prévia autorização legal. Entretanto, essa denominada por Epitácio Pessoa em 1922 de “verda-
no período de 1822 a 1829, o Brasil somente teve orça- deira calamidade nacional”. No dizer de Ruy Barbosa, eram
mentos para a Corte e a Província do Rio de Janeiro, não os “orçamentos rabilongos”, que introduziram o registro
sendo observado o PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE - de hipotecas no Brasil e até a alteração no processo de
o orçamento deve conter todas as receitas e despesas da desquite propiciaram. Essa foi a primeira inserção deste
entidade, de qualquer natureza, procedência ou destino, princípio em textos constitucionais brasileiros, já na sua
inclusive a dos fundos, dos empréstimos e dos subsídios. formulação clássica, segundo a qual a lei orçamentária não
O primeiro orçamento geral do Império somente seria deveria conter matéria estranha à previsão da receita e à
aprovado oito anos após a Independência, pelo Decreto fixação da despesa, ressalvadas: a autorização para abertu-
Legislativo de 15.12.1830, referente ao exercício 1831-32. ra de créditos suplementares e para operações de crédito
Este orçamento continha normas relativas à elabora-
como antecipação de receita; e a determinação do destino
ção dos orçamentos futuros, aos balanços, à instituição de
a dar ao saldo do exercício ou do modo de cobrir o déficit.
comissões parlamentares para o exame de qualquer repar-
O princípio da exclusividade sofreu duas modificações
tição pública e à obrigatoriedade de os ministros de Esta-
na Constituição de 1988. Na primeira, não mais se autoriza
do apresentarem relatórios impressos sobre o estado dos
a inclusão na lei orçamentária de normas sobre o destino
negócios a cargo das respectivas pastas e a utilização das
a dar ao saldo do exercício como o fazia a Constituição de
verbas sob sua responsabilidade.
1967.
A reforma na Constituição imperial de 1824, emenda-
Na segunda, podem ser autorizadas quaisquer opera-
da pela Lei de 12.08.1834, regulou o funcionamento das
assembleias legislativas provinciais definindo-lhes a com- ções de crédito, por antecipação de receita ou não.
petência na fixação das receitas e despesas municipais e A mudança refletiu um aprimoramento da técnica or-
provinciais, bem como regrando a repartição entre os mu- çamentária, com o advento principalmente da Lei 4.320,
nicípios e a sua fiscalização. de 1964, que regulou a utilização dos saldos financeiros
A Constituição republicana de 1891 introduziu profun- apurados no exercício anterior pelo Tesouro ou entidades
das alterações no processo orçamentário. A elaboração do autárquicas e classificou como receita do orçamento o
orçamento passou à competência privativa do Congresso produto das operações de crédito.
Nacional. A Constituição de 1934 restaurou, no plano constitu-
Embora a Câmara dos Deputados tenha assumido a cional, a competência do Poder Executivo para elaboração
responsabilidade pela elaboração do orçamento, a iniciati- da proposta, que passou à responsabilidade direta do Pre-
va sempre partiu do gabinete do ministro da Fazenda que, sidente da República. Cabia ao Legislativo a análise e vo-
mediante entendimentos reservados e extraoficiais, orien- tação do orçamento, que podia, inclusive, ser emendado.
tava a comissão parlamentar de finanças na confecção da Além disso, a Constituição de 1934, como já mencio-
lei orçamentária. nado anteriormente, estabelecia que a despesa deveria ser
A experiência orçamentária da República Velha reve- discriminada, obedecendo, pelo menos a parte variável, a
lou-se inadequada. Os parlamentos, em toda parte, são rigorosa especialização.
mais sensíveis à criação de despesas do que ao controle Trata-se do PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO, ou es-
do déficit. pecialidade, ou ainda, da discriminação da despesa, que se
A reforma Constitucional de 1926 tratou de eliminar confunde com a própria questão da legalidade da despesa
as distorções observadas no orçamento da República. pública e é a razão de ser da lei orçamentária, prescreven-
Buscou-se, para tanto, promover duas alterações signifi- do que a autorização legislativa se refira a despesas espe-
cativas: a proibição da concessão de créditos ilimitados e cíficas e não a dotações globais.
a introdução do princípio constitucional da exclusividade, O princípio da especialidade abrange tanto o aspecto
ao inserir-se preceito prevendo: “Art. 34. § 1º As leis de qualitativo dos créditos orçamentários quanto o quantitati-
orçamento não podem conter disposições estranhas à vo, vedando a concessão de créditos ilimitados.

54
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

Tal princípio só veio a ser expresso na Constituição de tária, inclusive com a introdução da técnica do orçamen-
1934, encerrando a explicitação da finalidade e da natureza to-programa a nível federal. A Lei 4.320/64, art. 15, esta-
da despesa e dando efetividade à indicação do limite pre- beleceu que a despesa fosse discriminada no mínimo por
ciso do gasto, ou seja, a dotação. elementos.
Norma no sentido da limitação dos créditos orçamen- A Constituição de 1967 registrou pela primeira vez em
tários permaneceu em todas as constituições subseqüen- um texto constitucional o PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO
tes à reforma de 1926, com a exceção da Super lei de 1937. ORÇAMENTÁRIO. O axioma clássico de boa administra-
O princípio da especificação tem profunda significância ção para as finanças públicas perdeu seu caráter absoluto,
para a eficácia da lei orçamentária, determinando a fixação tendo sido abandonado pela doutrina o equilíbrio geral e
do montante dos gastos, proibindo a concessão de créditos formal, embora não se deixe de postular a busca de um
ilimitados, que na Constituição de 1988, como nas demais equilíbrio dinâmico. Inserem-se neste contexto as normas
anteriores, encontra-se expresso no texto constitucional, art. que limitam os gastos com pessoal, acolhidas nas Consti-
167, VII (art. 62, § 1º, “b”, na de 1969 e art. 75 na de 1946). tuições de 67 e de 88 (CF art. 169) e a vedação à realização
Pode ser também de caráter qualitativo, vedando a de operações de créditos que excedam o montante das
transposição, remanejamento ou a transferência de recur- despesas de capital (CF art. 167, III).
sos de uma categoria de programação para outra ou de um Hoje não mais se busca o equilíbrio orçamentário for-
órgão para outro, como hoje dispõe o art. 167, VI (art. 62, mal, mas sim o equilíbrio amplo das finanças públicas.
§1º, “a”, na de 1969 e art. 75 na de 1946). O grande princípio da Lei de Responsabilidade Fiscal
Ou, finalmente pode o princípio referir-se ao aspecto é o princípio do equilíbrio fiscal. Esse princípio é mais am-
temporal, limitando a vigência dos créditos especiais e ex- plo e transcende o mero equilíbrio orçamentário. Equilíbrio
traordinários ao exercício financeiro em que forem autoriza- fiscal significa que o Estado deverá pautar sua gestão pelo
dos, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últi- equilíbrio entre receitas e despesa. Dessa forma, toda vez
mos quatro meses daquele exercício, caso em que reabertos que ações ou fatos venham a desviar a gestão da equaliza-
nos limites dos seus saldos, serão incorporados ao orçamen- ção, medidas devem ser tomadas para que a trajetória de
to do exercício financeiro subseqüente, ex vi do atual art. 167, equilíbrio seja retomada.
§ 2º (art. 62, § 4º, na de 1969 e sem previsão na de 1946). Os PRINCÍPIOS DA UNIDADE E DA UNIVERSALI-
Exceção a este princípio basilar foi a Constituição de DADE também sofreriam alterações na Constituição de
1937, que previa a aprovação pelo Legislativo de verbas 1967. Esses princípios são complementares: todas as recei-
globais por órgãos e entidades. A elaboração do orçamen- tas e todas as despesas de todos os Poderes, órgãos e en-
to continuava sendo de responsabilidade do Poder Execu- tidades devem estar consignadas num único documento,
tivo - agora a cargo de um departamento administrativo a numa única conta, de modo a evidenciar a completa situa-
ser criado junto à Presidência da República - e seu exame e ção fiscal para o período.
aprovação seria da competência da Câmara dos Deputados A partir de 1967, a Constituição deixou de consignar
e do Conselho Fiscal. Durante o Estado Novo, entretanto, expressamente o mandamento de que o orçamento seria
nem mesmo essa prerrogativa chegou a ser exercida, uma uno, inserto no texto constitucional desde 1934. Coinciden-
vez que as casas legislativas não foram instaladas e os orça- temente, foi nessa Constituição que, ao lado do orçamen-
mentos do período 1938-45 terminaram sendo elaborados to anual, se introduziu o orçamento plurianual de investi-
e aprovados pelo Presidente da República, com o assesso- mentos. Desta maneira, introduziu-se um novo PRINCÍPIO
ramento do recém criado Departamento Administrativo do CONSTITUCIONAL-ORÇAMENTÁRIO, O DA PROGRA-
Serviço Público-DASP. MAÇÃO - a programação constante da lei orçamentária
O período do Estado Novo marca de forma indelével a relativa aos projetos com duração superior ao exercício fi-
ausência do estado de direito, demonstrando cabalmente a nanceiro devem observar o planejamento de médio e lon-
importância da existência de uma lei orçamentária, sobera- go prazo constante de outras normas preordenadoras. Sem
namente aprovada pelo Parlamento, para a manutenção da ferir o princípio da unidade, por se tratar de instrumento de
equipotência dos poderes constituídos, esteio da democracia. planejamento, complementar à autorização para a despesa
A Constituição de 1946 reafirmaria a competência do contida na lei orçamentária anual, ou o princípio da univer-
Poder Executivo quanto à elaboração da proposta orça- salidade, que diz respeito unicamente ao orçamento anual,
mentária, mas devolveria ao Poder Legislativo suas prerro- veio propiciar uma ligação entre o planejamento de médio
gativas quanto à análise e aprovação do orçamento, inclu- e longo prazo com a orçamentação anual. O Orçamento
sive emendas à proposta do governo. Plurianual de Investimentos - OPI não chegou a ter eficá-
Manteria, também, intactos os princípios orçamentá- cia, não encontrando abrigo na Constituição de 1988, que
rios até então consagrados. Sob a égide da Constituição de estabeleceu, ao invés, um plano plurianual (PPA).
1946 foi aprovada e sancionada a Lei nº 4.320, de 17.03.64, Não obstante o fato das Constituições e normas a
estatuindo “Normas Gerais de Direito Financeiro para a ela- ela inferiores alardearem os princípios da universalidade
boração e controle dos orçamentos e balanços da União, e unidade orçamentária, na prática, até meados dos anos
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal”. oitenta, parcela considerável dos dispêndios da União não
Verdadeiro estatuto das finanças públicas, levando passavam pelo Orçamento Geral da União - OGU. O orça-
mais de dez anos sua tramitação legislativa, tal lei incorpo- mento discutido e aprovado pelo Congresso Nacional não
rou importantes avanços em termos de técnica orçamen- incluía os encargos da dívida mobiliária federal, os gastos

55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

com subsídios e praticamente a totalidade das operações 1995, 20% dos impostos e contribuições da União, de-
de crédito de responsabilidade do Tesouro, como fundos e monstrou a necessidade de se permitir a flexibilidade na
programas. Tais despesas eram realizadas autonomamente alocação dos recursos na elaboração e execução orça-
pelo Banco Central e Banco do Brasil por intermédio do mentária.
denominado “Orçamento Monetário-OM” E “Conta-mo- A Constituição de 1988 inovou em termos de cons-
vimento”, respectivamente. Ainda tinha-se o Orçamento- titucionalização de princípios regentes dos atos admi-
-SEST, que consistia no orçamento de investimento das nistrativos em geral e aplicando-os à matéria orçamen-
empresas públicas, de economia mista, suas subsidiárias e tária, elevando a nível constitucional os PRINCÍPIOS DA
controladas direta ou indiretamente pela União. CLAREZA E DA PUBLICIDADE, a exemplo do previsto
Todos estes documentos eram aprovados exclusiva- no art. 165, § 6º - que determina que o projeto da lei
mente pelo Presidente da República. Somente a partir de orçamentária venha acompanhado de demonstrativo
1984, com a gradativa inclusão no OGU do OM, extinção regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas,
da “conta-movimento” no Banco do Brasil e de outras me- decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e
didas administrativas, coroadas pela promulgação da car- benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia
ta constitucional de 1988, passou-se a dar efetividade ao - e no art. 165, §3º - que estipula a publicação bimestral-
princípio da unidade e universalidade orçamentária. mente de relatório resumido da execução orçamentária.
A aplicação do PRINCÍPIO DA UNIDADE foi elasteci-
do na Constituição de 1988, embora o art. 165 § 5º diga “A PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
lei orçamentária anual compreenderá”, porquanto deixou de   Os princípios orçamentários básicos para a
fora do orçamento fiscal as ações de saúde e assistência so- elaboração, execução e controle do orçamento público,
cial, tipicamente financiadas com os recursos ordinários do válidos para todos os poderes e nos três níveis de
Tesouro, para compor com elas um orçamento distinto, em governo, estão definidos na Constituição Federal de
relação promíscua com as prestações da Previdência Social. 1988 e na Lei nº 4.320/1964, que estatui normas gerais de
Esta última sim, e somente esta, merecedora de trata- direito financeiro, aplicadas à elaboração e ao controle
mento em documento separado, observadas em seu âm- dos orçamentos.
bito a unidade e a universalidade, já que se trata de um  
sistema distinto de prestações e contraprestações de cará- Princípio Orçamentário da Unidade
ter continuado, que deve manter um equilíbrio econômico-  De acordo com este princípio previsto no artigo 2º
financeiro autossustentado. da Lei nº 4.320/1964, cada ente da federação (União,
Outra inovação da Constituição de 1988 foi o orçamen- Estado ou Município) deve possuir apenas um orçamento,
to de investimentos das empresas estatais. Não há aqui, estruturado de maneira uniforme. 
entretanto, quebra da unidade orçamentária, uma vez que Tal princípio é reforçado pelo princípio da “unidade
se trata, obviamente, de um segmento nitidamente distinto de caixa”, previsto no artigo 56 da referida Lei, segundo
do orçamento fiscal, a não ser no que se refere àquelas uni- o qual todas as receitas e despesas convergem para um
dades empresariais dependentes de recursos do Tesouro fundo geral (conta única), a fim de se evitar as vinculações
para sua manutenção, caso em que devem ser incluídas de certos fundos a fins específicos.
integralmente no orçamento fiscal, como vem ocorrendo O objetivo é apresentar todas as receitas e despesas
por força de disposições contidas na últimas LDOs. numa só conta, a fim de confrontar os totais e apurar
A adoção do Orçamento de Investimento nas empre- o resultado: equilíbrio, déficit ou superávit. Atualmente,
sas nas quais a União, direta ou indiretamente, detenha a o processo de integração planejamento-orçamento
maioria do capital com direito a voto, nos termos do art. tornou o orçamento necessariamente multi-documental,
165, § 5º, correspondeu a um avanço na aplicação do prin- em virtude da aprovação, por leis diferentes, de vários
cípio da universalidade dos gastos, ainda que excluídos os documentos (Plano Plurianual – PPA, Lei de Diretrizes
dispêndios relativos à manutenção destas entidades. Orçamentárias – LDO e Lei Orçamentária Anual – LOA), uns
O PRINCÍPIO DA NÃO AFETAÇÃO DE RECEITAS de planejamento e outros de orçamento e programas. Em
determina que essas não sejam previamente vinculadas a que pese tais documentos serem distintos, inclusive com
determinadas despesas, a fim de que estejam livres para datas de encaminhamento diferentes para aprovação
sua alocação racional, no momento oportuno, conforme as pelo Poder Legislativo, devem, obrigatoriamente ser
prioridades públicas. compatibilizados entre si, conforme definido na própria
A Constituição de 1967 o adotou, relativamente aos Constituição Federal. 
tributos, ressalvados os impostos únicos e o disposto na O modelo orçamentário adotado a partir da
própria Constituição e em leis complementares. Constituição Federal de 1988, com base no § 5º do
A Carta de 1988, por sua vez, restringe a aplicação do artigo165 da CF 88 consiste em elaborar orçamento único,
princípio aos impostos, observadas as exceções indicadas desmembrado em: Orçamento Fiscal, da Seguridade
na Constituição e somente nesta, não permitindo sua am- Social e de Investimento da Empresas Estatais, para
pliação mediante lei complementar. melhor visibilidade dos programas do governo em
A emenda constitucional revisional nº 1, de 1994, ao cada área.  O artigo 165 da Constituição Federal define
criar o Fundo Social de Emergência-FSE e desvincular, ain- em seu parágrafo 5º o que deverá constar em cada
da que somente para os exercícios financeiros de 1994 e desdobramento do orçamento: 

56
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

“§ 5º –A lei orçamentária anual compreenderá:  Princípio Orçamentário da Exclusividade


I – o orçamento fiscal referente aos Poderes
da União, seus fundos, órgãos e entidades da   Tal princípio tem por objetivo impedir a prática,
administração direta e indireta, inclusive fundações muito comum no passado, da inclusão de dispositivos de
instituídas e mantidas pelo Poder Público;  natureza diversa de matéria orçamentária, ou seja, previsão
II – o orçamento de investimento das empresas da receita e fixação da despesa. Previsto no artigo 165, § 8º
em que a União, direta ou indiretamente, detenha a da Constituição Federal, estabelece que a Lei Orçamentária
maioria do capital social com direito a voto;  Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição
todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da a autorização para abertura de créditos suplementares
administração direta ou indireta, bem como os e a contratação de operações de crédito, inclusive por
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder antecipação de receita orçamentária (ARO), nos termos da
Público.” lei. As leis de créditos adicionais também devem observar
  esse princípio. 
Princípio Orçamentário da Universalidade  
Princípio Orçamentário do Equilíbrio
 Segundo os artigos 3º e 4º da Lei nº 4.320/1964, a Lei
Orçamentária deverá conter todas as receitas e despesas.  Esse princípio estabelece que o montante da despesa
Isso possibilita controle parlamentar sobre todos os autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser
ingressos e dispêndios administrados pelo ente público.  superior ao total de receitas estimadas para o mesmo
período. Havendo reestimativa de receitas com base no
“Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas excesso de arrecadação e na observação da tendência do
as receitas, inclusive as de operações de crédito exercício, pode ocorrer solicitação de crédito adicional.
autorizadas em lei.  Nesse caso, para fins de atualização da previsão, devem ser
Parágrafo único. Não se consideram para os fins considerados apenas os valores utilizados para a abertura
deste artigo as operações de crédito por antecipação de crédito adicional. 
da receita, as emissões de papel-moeda e outras Conforme o caput do artigo 3º da Lei nº 4.320/1964,
entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros.  a Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas,
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
as despesas próprias dos órgãos do Governo e da Assim, o equilíbrio orçamentário pode ser obtido
administração centralizada, ou que, por intermédio por meio de operações de crédito.  Entretanto, conforme
deles se devam realizar, observado o disposto no estabelece o artigo 167, III, da Constituição Federal é
artigo 2°.” vedada a realização de operações de crédito que excedam
o montante das despesas de capital, dispositivo conhecido
  Tal princípio complementa-se pela “regra do como “regra de ouro”. De acordo com esta regra, cada
orçamento bruto”, definida no artigo 6º da Lei unidade governamental deve manter o seu endividamento
nº4.320/1964: vinculado à realização de investimentos e não à manutenção
da máquina administrativa e demais serviços. 
“Art. 6º.Todas as receitas e despesas constarão da A Lei de Responsabilidade Fiscal também estabelece
lei de orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer regras limitando o endividamento dos entes federados,
deduções.” nos artigos 34 a 37:
 
Princípio Orçamentário da Anualidade ou “ Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá
Periodicidade títulos da dívida pública a partir de dois anos após a
  publicação desta Lei Complementar.
O orçamento deve ser elaborado e autorizado para
um determinado período de tempo, geralmente um ano. Art. 35. É vedada a realização de operação de
No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por
conforme dispõe o artigo 34 da Lei nº 4320/1964:  intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa
“Art. 34.O exercício financeiro coincidirá com o estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades
ano civil.” da administração indireta, ainda que sob a forma de
novação, refinanciamento ou postergação de dívida
  Observa-se, entretanto, que os créditos especiais e contraída anteriormente.
extraordinários autorizados nos últimos quatro meses § 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as
do exercício podem ser reabertos, se necessário, e, neste operações entre instituição financeira estatal e outro ente
caso, serão incorporados ao orçamento do exercício da Federação, inclusive suas entidades da administração
subseqüente, conforme estabelecido no § 3º do artigo indireta, que não se destinem a:
167 da Carta Magna.  I – financiar, direta ou indiretamente, despesas
  correntes;

57
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

II – refinanciar dívidas não contraídas junto à a todos, há que ser publicada.Portanto, o conteúdo
própria instituição concedente. orçamentário deve ser divulgado nos veículos oficiais
§ 2º O disposto no caput não impede Estados e para que tenha validade. 
Municípios de comprar títulos da dívida da União como  
aplicação de suas disponibilidades. Princípio Orçamentário da Especificação ou
Especialização
Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma  
instituição financeira estatal e o ente da Federação que Segundo este princípio, as receitas e despesas
a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo. orçamentárias devem ser autorizadas pelo Poder
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe Legislativo em parcelas discriminadas e não pelo seu
instituição financeira controlada de adquirir, no valor global, facilitando o acompanhamento e o controle
mercado,títulos da dívida pública para atender do gasto público. Esse princípio está previsto no artigo 5º
investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de da Lei nº 4.320/1964: 
emissão da União para aplicação de recursos próprios.
“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão globais destinadas a atender indiferentemente a
vedados: despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
I – captação de recursos a título de antecipação de transferências ou quaisquer outras [...]”
receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador
ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no §   O princípio da especificação confere maior
7 o do art. 150 da Constituição; transparência ao processo orçamentário, possibilitando
II – recebimento antecipado de valores de a fiscalização parlamentar, dos órgãos de controle e da
empresa em que o Poder Público detenha, direta ou sociedade, inibindo o excesso de flexibilidade na alocação
indiretamente, a maioria do capital social com direito a dos recursos pelo poder executivo. Além disso, facilita o
voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação; processo de padronização e elaboração dos orçamentos,
III – assunção direta de compromisso, confissão bem como o processo de consolidação de contas. 
de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor  
de bens,mercadorias ou serviços, mediante emissão, Princípio Orçamentário da Não-Afetação da
aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta Receita
vedação a empresas estatais dependentes;
IV – assunção de obrigação, sem autorização   Tal princípio encontra-se consagrado, como regra
orçamentária, com fornecedores para pagamento a geral, no inciso IV, do artigo 167, da Constituição Federal
posteriori de bens e serviços.” de 1988, quando veda a vinculação de receita de impostos
a órgão, fundo ou despesa: 
Princípio Orçamentário da Legalidade
“Art. 167. São vedados: [...] 
Tem o mesmo fundamento do princípio da legalidade IV – a vinculação de receita de impostos a órgão,
aplicado à administração pública, segundo o qual cabe ao fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto
Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que da arrecadação dos impostos a que se referem os
a lei expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as
ditames da lei. ações e serviços públicos de saúde, para manutenção
A Constituição Federal de 1988, no artigo 37 estabelece e desenvolvimento do ensino e para realização
os princípios da administração pública, dentre os quais o de atividades da administração tributária, como
da legalidade e, no seu art. 165 estabelece a necessidade determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º,
de formalização legal das leis orçamentárias: 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art.
“ Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;
estabelecerão: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
I – o plano plurianual; 19.12.2003); [...] 
II – as diretrizes orçamentárias; § 4º É permitida a vinculação de receitas próprias
III – os orçamentos anuais.” geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156,
e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b,
Princípio Orçamentário da Publicidade e II, para a prestação de garantia ou contra garantia à União
e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela
O princípio da publicidade está previsto no artigo Emenda Constitucional nº 3, de 1993).”
37 da Constituição Federal e também se aplica às peças
orçamentárias. Justifica-se especialmente no fato de o   As ressalvas são estabelecidas pela própria
orçamento ser fixado em lei, e esta, para criar, modificar, Constituição e estão relacionadas à repartição do produto
extinguir ou condicionar direitos e deveres, obrigando da arrecadação dos impostos (Fundos de Participação

58
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

dos Estados – FPE e dos Municípios – FPM e Fundos de QUESTÕES


Desenvolvimento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-
Oeste), à destinação de recursos para as áreas de saúde e 01. No que se refere ao gerenciamento da informação
educação, além do oferecimento de garantias às operações e à gestão de documentos, julgue os itens subsequentes.
de crédito por antecipação de receitas.
Trata-se de medida de bom-senso, uma vez que Por atenderem a necessidades especiais, os documentos
possibilita ao administrador público dispor dos recursos de do arquivo corrente podem permanecer distantes de seus
forma mais flexível para o atendimento de despesas em usuários diretos.
programas prioritários.  ( ) Certo ( ) Errado
No âmbito federal, a Constituição reforça a não-
vinculação das receitas por meio do artigo 76 do Ato das 02. O arquivo constituído por documentos que são
Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, ao criar de uso exclusivo da unidade que os gerou ou recebeu,
a “Desvinculação das Receitas da União – DRU”, abaixo denomina-se
transcrito: (A) ostensivo.
(B) sigiloso.
“Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, (C) permanente.
até 31 de dezembro de 2011, 20% (vinte por cento) da (D) intermediário.
arrecadação da União de impostos, contribuições sociais (E) corrente.
e de intervenção no domínio econômico, já instituídos
ou que vierem a ser criados até a referida data, seus 03. Com relação à gestão de documentos, julgue o
adicionais e respectivos acréscimos legais. item que se segue.
§ 1º O disposto no caput deste artigo não reduzirá Para facilitar o acesso rápido ao material, recomenda-
a base de cálculo das transferências a Estados, Distrito se que arquivos correntes sejam armazenados em caixas-
Federal e Municípios na forma dos arts. 153, § 5º; 157, I; arquivo.
158, I e II; e 159, I, a e b; e II, da Constituição, bem como a ( ) Certo ( ) Errado
base de cálculo das destinações a que se refere o art. 159,
I, c, da Constituição. 04. Em relação ao arquivo corrente, NÃO se pode
§ 2º Excetua-se da desvinculação de que trata o caput afirmar que:
deste artigo a arrecadação da contribuição social do salário- (A) Tem valor primário.
educação a que se refere o art. 212, § 5 o, da Constituição.” (B) Abrange apenas documentos em tramitação.
(C) Abrange documentos em tramitação ou não.
(D) É objeto de consultas frequentes.

05. Os documentos correntes são de acesso restrito e


devem ficar próximos aos servidores que são seus usuários
diretos.
( ) Certo ( ) Errado

06. Quando o documento de arquivo tem uma grande


possibilidade de uso, ele deve ser considerado como
documento do arquivo corrente.
( ) Certo ( ) Errado

07. No que se refere ao gerenciamento da informação


e à gestão de documentos, julgue o item subsequente.
Após passarem pelos arquivos correntes, os
documentos de arquivo podem ser eliminados, ser
encaminhados ao arquivo intermediário, ou, ainda, ser
recolhidos aos arquivos permanentes.
( ) Certo ( ) Errado

08. Considere os nomes a seguir:

1. Alberto Soares Júnior


2. João Castelo Branco 3. Everaldo Santo Cristo
4. Dr.Alexandre Silva
5. Maria Cardoso Silva

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

O nome arquivado corretamente, segundo o método EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


alfabético, é: Administração
(A) Júnior, Alberto Soares
(B) Branco, João Castelo 1) (UNIFESP - Administrador - CAIPI-
(C) Santo Cristo, Everaldo MES/2013) São características dos ser viços, que
(D) Silva, Dr.Alexandre afetam enormemente a elaboração de programas
(E) Cardoso Silva, Maria de marketing, exceto:
A) Imperecibilidade.
09. O método de arquivamento alfanumérico, que B) lntangibilidade.
consiste na combinação de letras e números, pertence ao C)  Variabilidade.
sistema indireto. D) lnseparabilidade.
( ) Certo ( ) Errado
Vejamos: A imperecibilidade não é característica
dos serviços, pois eles são perecíveis.
GABARITO
RESPOSTA: “A”.
(01-Errado), (02-E), (03-Errado), (04-B), (05-Certo),
(06-Certo), (07-Certo), (08-C), (09-Errado) 2)  (Sergipe Gás S.A. - Analista de Marketing
– FCC/2013) A gestão de marketing se ocupa, nas
organizações, com o conjunto de atividades:
A) da gestão do relacionamento das organi-
zações com seus clientes.
B) de promoção e comunicação de oferta de
bens e ser viços em um dado mercado.
C) relacionadas à venda de produtos e ser vi-
ços no mercado.
D) relacionadas aos processos de troca entre
agentes no mercado.
E) que estimulam a realização de transações
que visam aumentar a lucratividade das empre-
sas.

Vejamos: Gestão de Marketing é processo de


analisar, planejar, implementar e controlar as estra-
tégias, os programas e projetos elaborados para de-
senvolver e manter trocas e relacionamentos com os
mercados-alvo.

RESPOSTA: “D”.

3) (Sergipe Gás S.A. - Analista de Marke-


ting – FCC/2013) Para o profissional de  marke-
ting, mercado consumidor é o:
A)  local físico onde ocorrem as transações.
B) agrupamento de pessoas que podem e
querem adquirir produtos.
C) agrupamento de vendedores que aten-
dem aos diferentes clientes.
D) agrupamento de profissionais que elabo-
ram os planos de atendimento ao cliente.
E) agrupamento de empresas que oferecem
produtos.

Vejamos: Mercado consumidor é referência aos


consumidores segmentados que compram e utili-
zam os produtos e serviços específicos.

RESPOSTA: “B”.

60
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

4) (Banco do Brasil - Escriturário - FCC/2013) O A)  Interno, apenas.


atendimento bancário pode ser classificado como um B) Interativo, apenas.
tipo específico de SERVIÇO. Como tal, apresenta uma C) Externo e interno, apenas.
série de características que posicionam esse produto D) Externo, interno e interativo.
nessa categoria. A característica que NÃO pertence à
categoria dos SERVIÇOS é a  Vejamos: Holístico quer dizer “o todo; integral”.
A) Intangibilidade. Marketing Holístico = Marketing Interno + Marke-
B) Estocabilidade. ting  Externo + Marketing Interativo.
C)  inseparabilidade.
D) perecibilidade. RESPOSTA: “E”.
E) heterogeneidade.
7) (Banco do Brasil - Escriturário - FCC/2013)
Vejamos: Não há como estocar serviços. Uma forma O Banco MNO tem utilizado, em suas campanhas de
de diferenciar os bens dos serviços é devido aos produ- marketing, um conjunto de ferramentas de incentivo,
tos serem tangíveis. A tangibilidade é a característica do projetadas para estimular a compra de produtos ou
bem físico, palpável. A tangibilidade leva a estocabilidade serviços específicos por parte do cliente. Esta prática é
e transportabilidade. denominada:
A) propaganda.
RESPOSTA: “B”. B) promoção de vendas.
C) marketing direto.
5) (Banco do Brasil - Escriturário - FCC/2013) O D) distribuição intensiva.
Banco ABC se orgulha da história de ter crescido ar- E) distribuição seletiva.
regimentando uma base de clientes extremamente
fiéis que permanecem como seus correntistas desde a Vejamos: Estimular a compra; Incentivar o uso; Incitar o
fundação da instituição. A principal diretriz do Banco, experimento = Promoção de Vendas.
desde sua origem, foi a de orientar seus funcionários Promoção de vendas  é um dos quatro aspectos do
para a satisfação da clientela e para a construção de promocional mix. Diz respeito ao conjunto de ferramentas
relacionamentos.  usadas para desenvolver e acelerar a vendas de um produ-
Uma importante característica do chamado marke- to ou de um serviço. 
ting de relacionamento é: 
A) Uma mudança de paradigma para a área RESPOSTA: “B”.
do marketing, alterando seu foco do binômio retenção/
relações para o binômio compras/transações.  8) (BANPARÁ - Técnico Bancário – ESPP/2012)
B) Uma estratégia de fazer negócios cuja força re- O relacionamento das empresas com os clientes, em-
cai sobre a conquista de novos clientes, e não na manu- pregados, fornecedores, distribuidores, revendedores e
tenção e aperfeiçoamento dos atuais clientes.  varejistas é uma das coisas mais importantes e valio-
C) Tem como objetivo a construção e a manuten- sas. Leia as sentenças abaixo e identifique a que con-
ção de uma base de clientes comprometidos que sejam tém afirmações verdadeiras sobre as principais caracte-
rentáveis para a organização. rísticas do marketing de relacionamento.
D) Os clientes podem beneficiar-se das associa- A) Concentra-se nos parceiros e clientes em vez de
ções de longo prazo obtidas por meio da consolidação nos produtos/ serviços. Ouve mais o cliente e valoriza
da lealdade mútua em detrimento dos interesses das mais as atividades isoladas de cada departamento.
empresas.  B) A necessidade de cultivo de novos clientes so-
E) Uma estratégia de priorização de resultados, brepõe à retenção dos já existentes
buscando a ampliação sustentada das vendas articula- C) Ouve e aprende, concentra-se nos parceiros e
da com ações que levem à redução de custos.  clientes, não nos produtos/ serviços. Valoriza o traba-
lho de equipes interfuncionais.
Vejamos: O Marketing de Relacionamento visa firmar D) É um retrocesso da indústria moderna, desconsi-
relacionamentos duradouros com os clientes, e que sejam derando a importância da produção em série característica
rentáveis para as duas partes. fundamental para o sucesso das empresas no mundo atual.
E) Concentra-se mais nos produtos e serviços e
RESPOSTA: “C”. acredita ser irrelevante a opinião do cliente.

6) (Banco do Brasil - Escriturário - FCC/2013) Os Vejamos: O Marketing de Relacionamento tem foco


serviços são interações complexas afetadas por uma nos clientes e parceiros, visa os relacionamentos e valoriza
série de elementos e, portanto, adotar uma perspectiva o trabalho em equipe.
de marketing holístico é fundamental. A complexidade
do marketing holístico de serviços exige marketingEx- RESPOSTA: “C”.
terno, apenas.

61
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Assistente Administrativo I

9) (Caixa - Técnico Bancário – CESGRAN- 12) (Banco do Brasil - Escriturário - CESGRAN-


RIO/2012) Atualmente, as estratégias mercadológi- RIO/2012) O conceito de valor para os clientes é o re-
cas dos bancos consideram que os clientes compram sultado da comparação que eles fazem, ao efetuar uma
para satisfazer suas necessidades. Nesse sentido, de- transação comercial, entre:
ve-se levar em consideração que, na venda de pro- A) atendimento e tempo
dutos bancários, essas necessidades serão satisfeitas B) atributos e preços
por: C) benefícios e custos
A) conhecimento dos produtos ofertados D) empresa e concorrência
B) número de visitas dos clientes à agência E) qualidade e reclamações
C) procedimentos técnico-operacionais
D) benefícios proporcionados aos correntistas Vejamos: Para o cliente, valor é a percepção que ele
E) apresentações eficientes dos serviços faz entre o custo e todos os benefícios que o produto ou
serviço traz a ele.
Vejamos: Por se tratar de produtos, a satisfação virá
através de benefícios e vantagens. RESPOSTA: “C”.

RESPOSTA: “D”. 13) (Banco do Brasil - Escriturário - CESGRAN-


RIO/2012) Para medir o resultado das propagandas em
10)   (Banco do Brasil - Escriturário - CESGRAN- diversas mídias, como tevês e revistas de opinião, os
RIO/2012) Uma característica típica do marketing em bancos necessitam de um  feedback, que pode ser ad-
empresas de serviços, que interfere decisivamente quirido pela realização de:
em sua gestão, é o fato de que sua prestação: A) análise da concorrência
A)  ocorre simultaneamente ao consumo. B) campanhas persuasivas
B) costuma não variar de cliente para cliente. C) orçamentos cruzados
C) depende pouco dos funcionários e dos clien- D) marketing direto
tes E) pesquisas de mercado
D)   pode ser estocada para as horas de movi-
mento. Vejamos: A ferramenta adequada para se ter feedback
E) é facilmente percebida pelo cliente antes da sobre o resultado das propagandas em diversas mídias é a
compra. pesquisa de mercado.

Vejamos: Diferentemente dos produtos, a prestação RESPOSTA: “E”.


de serviços ocorre simultaneamente ao seu consumo.
Estes só poderão ser avaliados depois de sua efetiva 14) (Banco do Brasil - Escriturário – FCC/2011) Em
prestação. uma organização, toda atividade ou benefício, essen-
cialmente intangível, que uma parte pode oferecer à
RESPOSTA: “A”. outra e que não resulte na posse de algum bem, é de-
nominada:
11) (Banco do Brasil - Escriturário - CESGRAN- A) especialidade.
RIO/2012) As ações mercadológicas postas em prá- B) serviço.
tica no interior das agências bancárias, tais como a C) conveniência.
distribuição de brindes e a exposição de ofertas de D) sistema.
serviços em cartazes e displays, são exemplos de: E) processo.
A) Publicidade
B) Propaganda Vejamos: Serviços são preponderantemente intangí-
C) marketing direto veis; não podem ser estocados nem transportados. Além
D) relações públicas disso, sua prestação ocorre simultaneamente ao seu con-
E) promoção de vendas sumo.

Vejamos: Como já citado anteriormente: estimular a RESPOSTA: “B”.


compra; incentivar o uso; incitar o experimento = pro-
moção de vendas.
Promoção de vendas  é um dos quatro aspectos do
promocional mix. Diz respeito ao conjunto de ferramen-
tas usadas para desenvolver e acelerar a vendas de um
produto ou de um serviço. 

RESPOSTA: “E”.

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