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Curso Profissional Técnico Auxiliar de Saúde

UFCD 6580_Cuidados na saúde a populações mais vulneráveis

Violência

Trabalho realizado por:


Beatriz Nunes || Nº1
Diana Prata || Nº7

Ano letivo 2021/2022


Índice
Índice de figuras…………………………………………………………………………………………...…3
Introdução…………………………………………………………………………………………………….4
Violência doméstica………………………………………………………………………………………….6
O que é?..........................................................................................................................................6
Quem é vítima?...............................................................................................................................6
Tipos de violência………………………………………………………………………………………….6
O ciclo da violência doméstica…………………………………………………………………………...7
Verdades e mentiras…………………………………………………………………………………….10
Ser vítima…………………………………………………………………………………………………...10
Como a violência o afeta?............................................................................................................10
Violência e imigração……………………………………………………………………………………12
Deixar de ser vítima………………………………………………………………………………………..12
Começar uma nova relação…………………………………………………………………………….13
Amigo/ familiar vítima………………………………………………………………………………………13
Apoiar um amigo/a ou um familiar……………………………………………………………………...14
O que não deve fazer…………………………………………………………………………………….14
Direitos……………………………………………………………………………………………………….15
Na justiça…………………………………………………………………………………………………..15
No trabalho………………………………………………………………………………………………...18
Na saúde…………………………………………………………………………………………………...19
Apoio á vitima………………………………………………………………………………………………..19
Conclusão…………………………………………………………………………………………………….21
Webgrafia……………………………………………………………………………………………………..21

Ano letivo 2021/2022


Índice de figuras
Figura 1- Violência……………………………………………………………………………………………..5
Figura 2- Tipos de violência…………………………………………………………………………………..5
Figura 3- Violência física……………………………………………………………………………………...6
Figura 4- Violência sexual…………………………………………………………………………………….6
Figura 5- Violência financeira………………………………………………………………………………...6
Figura 6- Perseguição…………………………………………………………………………………………6
Figura 7- Ciclo da violência…………………………………………………………………………………...7
Figura 8- Violência nas mulheres…………………………………………………………………………….7
Figura 9- Violência nas crianças……………………………………………………………………………..8
Figura 10- Violências nos idosos…………………………………………………………………………….8
Figura 11- Violência nos homens…………………………………………………………………………….8
Figura 12- Violência pessoas LGBT…………………………………………………………………………9
Figura 13- Drogas…………………………………………………………………………………………….10
Figura 14- Monstro da violência…………………………………………………………………………….11
Figura 15- Consequências físicas………………………………………………………………………….11
Figura 16- Consequências psicológicas …………………………………………………………………..11
Figura 17- Deixar de ser vítima……………………………………………………………………………..12
Figura 18- Começar uma nova relação……………………………………………………………………13
Figura 19- Vítima……………………………………………………………………………………………..15
Figura 20- Justiça…………………………………………………………………………………………….15
Figura 21- Trabalho…………………………………………………………………………………………..18
Figura 22- Saúde……………………………………………………………………………………………..19
Figura 23- Apoio jurídico…………………………………………………………………………………….19
Figura 24- Apoio psicológico………………………………………………………………………………..20
Figura 25- Apoio social………………………………………………………………………………………20

Ano letivo 2021/2022


1. Introdução
O presente trabalho, foi proposto pela professora Maria Monteiro no âmbito da disciplina de
Saúde. O tema proposto foi abordar a temática da violência.
No nosso trabalho temos como objetivo expor temas e subtemas relacionados à violência.
Está organizado em seis partes. Na primeira parte iremos abordar o que é a violência, tipos, o
ciclo da violência, entre outros, na segunda parte iremos falar sobre o “ser vítima”, na terceira
parte “deixar de o ser”, na quarta parte “amigo/ familiar vítima”, já na quinta parte iremos falar dos
direitos da vítima e por último o apoio á vítima.
A metodologia utilizada foi a pesquisa em páginas web.

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Violência
Violência é um comportamento que causa intencionalmente dano ou intimidação
moral a outra pessoa ou ser vivo. Tal comportamento pode invadir a autonomia,
integridade física ou psicológica e até mesmo a vida de outro.

Fig. 1- Violência
Maus-tratos
Os maus-tratos é a ação e o efeito de maltratar (tratar mal uma pessoa, sujeitando-a à violência e
aos abusos). O conceito está associado a uma forma de agressão no âmbito de uma relação entre
duas ou mais pessoas.

Negligência
A negligência é o termo que designa falta de cuidado ou de aplicação numa determinada situação,
tarefa ou ocorrência. É frequentemente utilizado como sinónimo dos termos "descuido", "desleixo",
"desmazelo" ou "preguiça.

Violência doméstica
A violência doméstica consiste em comportamentos utilizados num relacionamento, por uma das
partes, sobretudo para controlar a outra. As pessoas envolvidas podem ser casadas ou não, ser do
mesmo sexo ou não, viver juntas, separadas ou namorar.
As vítimas podem ser ricas ou pobres, de qualquer idade, sexo, religião, cultura, grupo étnico,
orientação sexual, formação ou estado civil.

Tipos de violência:

• Violência emocional: qualquer comportamento do(a) companheiro(a) que visa o outro


sentir medo ou inútil.

Usualmente inclui comportamentos como:


- Ameaçar filhos;
- Magoar animais de estimação;
- Humilhar na presença de amigos, familiares ou em público;

• Violência social: qualquer comportamento que intenta


controlar a vida social do(a) companheiro(a), através de impedir
que este(a) visite familiares ou amigos, cortar o telefone ou
controlar as chamadas, trancar o outro em casa.
Fig. 2- Tipos de violência

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• Violência física: qualquer forma de violência física que um agressor(a) inflige ao
companheiro(a).

Pode traduzir-se em comportamentos como:


- Esmurrar;
- Pontapear;
- Impedir que o (a) companheiro(a) obtenha medicação ou
medicamentos;
Fig. 3- Violência física

• Violência sexual: qualquer comportamento em que o(a) companheiro(a) força o outro a


protagonizar atos sexuais que não deseja.

Por exemplo:

- Pressionar ou forçar o companheiro para ter relações sexuais quando


este não quer;

- Pressionar, forçar ou tentar que o(a) companheiro(a) mantenha


relações sexuais desprotegidas;

- Forçar o outro a ter relações com outras pessoas;


Fig. 4- Violência sexual

• Violência financeira: qualquer comportamento que intente controlar o dinheiro do(a)


companheiro(a) sem que este o deseje.

Alguns destes comportamentos podem ser:

- Controlar o ordenado do outro;

- Recusar dar dinheiro ao outro ou forçá-lo a justificar qualquer gasto;

- Ameaçar retirar o apoio financeiro como forma de controlo;


Fig. 5- Violência financeira

• Perseguição: qualquer comportamento que visa intimidar ou atemorizar o outro.

Por exemplo:

- Seguir o(a) companheiro(a) para o seu local de trabalho ou quando


este(a) sai sozinho(a);

- Controlar constantemente os movimentos do outro, quer esteja ou não


em casa;
Fig. 6- Perseguição

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Ciclo da violência doméstica

A violência doméstica funciona como um sistema circular – o chamado Ciclo da Violência


Doméstica – que apresenta em regra geral, três fases:

1. Aumento de tensão: as tensões acumuladas no quotidiano, as injúrias e as ameaças tecidas pelo


agressor, criam, na vítima, uma sensação de perigo iminente.

2. Ataque violento: o agressor maltrata física e psicologicamente a vítima, estes maus-tratos tendem
a escalar na sua frequência e intensidade.

3. Lua-de-mel: o agressor envolve agora a vítima de carinho e atenções, desculpando-se pelas


agressões e prometendo mudar (nunca mais voltará a exercer violência).

Este ciclo caracteriza-se pela sua continuidade


no tempo, podendo ser cada vez menores as
fases da tensão e de apaziguamento e cada vez
mais intensa a fase do ataque violento.

Fig. 7- Ciclo da violência

Violência nas mulheres


A reação de cada mulher à sua situação de vitimização é única. Estas reações devem ser encaradas
como mecanismos de sobrevivência psicológica que, cada uma, aciona de maneira diferente para
suportar a vitimização.

Muitas mulheres não consideram os maus-tratos a que são sujeitas, o sequestro, o dano, a injúria, a
difamação ou a coação sexual e a violação por parte dos companheiros como crimes.

As mulheres encontram-se, na maior parte dos casos, em


situações de violência doméstica pelo domínio e controlo que
os seus agressores exercem sobre elas, tais como:

- O exercício de violência física e psicológica;

. - A intimidação, domínio económico, entre outros.

Fig. 8- Violência nas mulheres


A violência doméstica não pode ser vista como um destino que a mulher tem de aceitar passivamente.
O destino sobre a sua própria vida pertence-lhe, deve ser ela a decidi-lo, sem ter de aceitar
resignadamente a violência que não a realiza enquanto pessoa.

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Violência nas crianças
As crianças podem ser consideradas vítimas de violência doméstica como:

Testemunhas de violência doméstica: Tal inclui presenciar ou ouvir os abusos infligidos sobre a
vítima, ver os sinais físicos depois de episódios de violência ou testemunhar as consequências desta
violência na pessoa abusada;

Instrumentos de abuso: Um pai ou mãe agressor pode


utilizar os filhos como uma forma de abuso e controlo;

Vítimas de abuso: As crianças podem ser física e/ou


emocionalmente abusadas pelo agressor (ou mesmo,
em alguns casos, pela própria vítima);

Fig. 9- Violência nas crianças

Violência em pessoas idosas

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a violência contra as pessoas idosas como:

“A ação única ou repetida, ou a falta de resposta adequada, que causa angústia ou dano a uma
pessoa idosa e que ocorre dentro de qualquer relação onde exista uma expectativa de confiança.”

A violência contra as pessoas idosas tem sido classificada em diferentes tipos:

- Violência física, violência psicológica; violência sexual; violência


económica ou financeira;

- Negligência;

- Abandono (podendo estes surgir isoladamente ou combinados);

Fig. 10- Violência nos idosos


Violência nos homens

Os homens vítimas de violência doméstica experimentam comportamentos de controlo, são alvo de


agressões físicas (em muitos casos com consequências físicas graves) e psicológicas, bem como
também estes receiam abandonar relações abusivas.

O medo e a vergonha são, para estas vítimas, a principal barreira para


fazer um primeiro pedido de ajuda. Estes homens receiam ser
desacreditados e humilhados por terceiros (familiares, amigos e até
mesmo instituições judiciárias e policiais) se decidirem denunciar a sua
vitimização.

Fig. 11- Violência nos homens

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Pessoas LGTB (lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexo)

A violência contra pessoas LGBTI, assume características e dinâmicas


típicas de qualquer manifestação entre parceiros íntimos. As semelhanças
entre as relações abusivas em casais do mesmo sexo e em casais de
sexo diferentes são maiores do que as diferenças.

Fig. 12- Violência pessoas LGBT


Mas existem alguns aspetos distintivos na família doméstica nos casais de pessoas LGBTI:

• “Sair do armário” como instrumento de intimidação

Esta é uma estratégia de violência psicológica específica dos casais de gays e de lésbicas:
revelar ou ameaçar a orientação sexual do seu parceiro. Assim, se um/a do parceiro/as não
revelou a sua homossexualidade no seio da sua família, rede de amigos e/ou no trabalho, o/a
agressor/a pode utilizar a ameaça de o denunciar como gay ou lésbica como um poderoso
instrumento de controlo e de intimidação da vítima.

• A questão do/as filho/as

No caso de casais com filho/as, a ameaça de cortar os laços da vítima com a(s) criança(s), o
que pode ser particularmente violento se a vítima não for legalmente reconhecida como pai
ou mãe dos/as seus/suas filhos/as.

• A ligação entre a sua identidade sexual e violência


Para muitas vítimas a sua identidade sexual aparece relacionada/s sua/s relações/ações
violentas, pelo que podem culpabilizar-se a ser vítima de violência doméstica devido a serem
gays, lésbicas ou trans.

• O estigma na procura de ajuda

Pelo receio do estigma na procura de ajuda e no contacto com organizações públicas e


privadas as vítimas LGBTI poderão ter dificuldade acrescida em procurar e obter ajuda. Isto,
associado a experiências anteriores de discriminação ou pedidos de ajuda sem sucesso, pode
levá-las aumentar o seu isolamento e, consequentemente, a sua vulnerabilidade.

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Verdades e mentiras

A Violência Doméstica está envolta de algumas mentiras. Algumas servem para “desculpar” a
violência e o agressor, outras têm para “culpabilizar” a vítima. Estes mitos tornam a procura e o pedido
de ajuda da vítima mais complicados, bem como contribuem para uma falta de compreensão de
terceiros das questões reais. Importa, por isso, desmistificá-los.

O consumo de drogas é que faz com que seja violento(a)

Facto: É verdade que algumas drogas podem operar noutras reações


violentas ou comportamentos violentos. Contudo, se uma pessoa
consome drogas sabendo que pode tornar-se violenta pode vir a agredir
o(a) companheiro(a), então trata-se de violência doméstica e a pessoa é
responsável por suas ações.
Fig. 13- Drogas
Há mulheres que provocam os maridos, não admira que eles se descontrolem

Fato: Violência doméstica não pode ser atribuídos a um comportamento provocador da vítima de
controle por parte do agressor, desculpabilizando-o pelos seus atos provocatórios por causa de um
comportamento da mulher.

A lei protegida as pessoas LGBTI e a polícia não quer saber

Fato: A protegido – atualmente o Código Penal expressamente pessoas expressam que o crime de
violência doméstica existe nos relacionamentos do mesmo sexo.

Ser vítima

• Em caso de emergência

Em caso de emergência contacte o 112 – número nacional de socorro – que chamará a


polícia.

Para apresentar queixa do crime deve dirigir-se a uma esquadra da Polícia de Segurança
Pública (PSP), posto da Guarda Nacional Republicana (GNR) ou diretamente junto dos
Serviços do Ministério Público e exigir um documento comprovativo da queixa ou
denúncia efetuada.

• Pedir apoio

Contacte a APAV. Ser-lhe-á disponibilizado apoio psicológico, jurídico, emocional e social,


gratuito e confidencial.

CONTACTE A APAV ATRAVÉS:

Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima da APAV


apav.sede@apav.pt

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Como a violência o afeta
Um crime pode afetar-nos de modo diferente e as pessoas não reagem todas da mesma forma. A
maioria das pessoas após vítimas de um crime, podem sentir-se muito confusas. Reações como
pânico geral, o pânico de morrer, a impressão de estar a viver um pesadelo, a desorientação geral,
o sentimento de solidão e o estado de choque, reações comuns e normais nas vítimas de crime.

Geralmente existem, um conjunto de consequências de caráter psicológico,


físico e social que se manifesta após a vitimização. Todavia, a vítima não é,
normalmente, uma única pessoa em sofrimento. As testemunhas desta
vitimização também podem ser afetadas. Também os familiares da vítima,
ainda que não testemunhas do crime, podem sofrer como consequências do
mesmo.
Fig. 14- Monstro da violência
Consequências físicas

Os efeitos físicos incluem não apenas os resultados diretos das agressões sofridas pela vítima
(fraturas, hematomas, etc.), mas também respostas do nosso corpo ao stress a que foi sujeito. No
entanto, estas reações não aparecem todas ao mesmo tempo e a sua intensidade poderá variar de
pessoa para pessoa.

Alguns exemplos poderão ser:

• perda de energia;
• dores musculares;
• dores de cabeça e/ou enxaquecas;
• distúrbios ao nível da menstruação;
• arrepios e/ou afrontamentos;
• problemas digestivos;
• tensão arterial alta;
Fig. 15- Consequências físicas

Consequências psicológicas

A diversidade e intensidade dos efeitos psicológicos podem levar as pessoas a considerarem a


possibilidade de estarem a ficar loucas ou a perder o seu equilíbrio psíquico. Todavia, estas são
reações normais perante acontecimentos de vida, esses sim, anormais.

Algumas das consequências psicológicas da vitimização poderão ser:

• dificuldades de concentração;
• dificuldades em dormir;
• dificuldades em tomar decisões;
• tristeza;
• diminuição da autoconfiança;

Fig. 16- Consequências psicológicas


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Violência e imigração

A vítima de crime tem direitos independentemente de ser portuguesa ou de nacionalidade


estrangeira.

Muitas vezes o facto de a vítima ser estrangeira pode ser um facto adicional de maior controlo e poder
por parte do/ agressor/a e de maior fragilidade da vítima, em virtude:

• do desconhecimento da cultura;
• do desconhecimento das instituições da sociedade portuguesa e por isso dificuldade
acrescida de pedir ajuda;
• de não falar português;
• de não ter família ou rede social de suporte (amigos).

Todavia, dever-se-á fazer a distinção entre:

1. vítimas que estão em situação regular em Portugal

2. vítimas que não estão em situação regular em Portugal

Quem for de violência doméstica e não se encontrar em situação regular em Portugal, para participar
do/s crime/s de que foi alvo, proteger-se a que dirige as autoridades policiais tome conhecimento e
atuar à sua situação de irregularidade em território português.

Deixar de ser vítima

Para uma vítima sem violência

Todas as pessoas que vivem (ou viveram) umas situações de violência doméstica têm reações
diferentes, em função de diversos fatores, tais como:

- Os tipos de abuso que sofreu;

- Quaisquer histórias passadas de abuso ou violência;

- As estratégias que utilizou para sobreviver ao abuso;

- Outros fatores de stress na vida e/ou quotidiano;


Fig. 17- Deixar de ser vítima
- O apoio (ou a falta deste) que recebeu de familiares, amigos e serviços.

Qualquer que tenha sido a sua experiência, recuperar de uma vitimização de violência doméstica é
recuperar de um trauma significativo. Terminar um relacionamento abusivo pode ser um primeiro
passo para o início de um processo de recuperação.

Existem alguns procedimentos práticos que pode adotar para recuperar o seu sentido de segurança,
autoestima e controlo sobre a sua vida.

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Começar uma nova relação
Quando se sentir preparado para iniciar um novo relacionamento, as suas experiências passadas
podem ter impacto nos seus sentimentos acerca de uma nova relação.

Pode:

• Ter dificuldade em confiar no seu novo(a)


companheiro(a), ou recear que este(a) possa tentar
controlá-lo(a);
• Ter dificuldade em partilhar a sua independência no
seio deste novo relacionamento;
Fig. 18- Começar uma nova relação

Pode ser bastante útil para alguns cuidados com o seu novo relacionamento. Também não é
importante deixar que as experiências constituam um obstáculo para a possibilidade de iniciar uma
relação positiva e de confiança com o seu novo(a) companheiro(a).

Seguem-se alguns conselhos que o/a podem ajudar a sentir-se confortável num novo
relacionamento:

• Leve as coisas com calma, tem o direito a desenvolver o relacionamento de uma forma que
o(a) faça sentir bem e confortável;
• Mantenha o contacto com todas as pessoas que o(a) apoiaram;
• Seja claro(a) consigo mesmo(a) e com o seu/sua companheiro(a) acerca dos
comportamentos que aceita e dos que não aceita de forma alguma;
• Fale com o seu/sua companheiro(a) acerca das experiências passadas, para que este(a)
perceba aquilo por que passou;
• Mantenha as suas finanças e outros bens essenciais separados até se sentir confiante para
os partilhar. Pode, contudo, decidir que nunca estará pronto(a) para partilhar estes aspetos
da sua vida.

Ter um/a amigo/a vítima ou familiar vítima

A ajuda inicial de um amigo ou amiga ou de um familiar pode ser crucial para que a vítima de violência
doméstica fale e peça ajuda para tentar sair da situação de violência em que vive e com que tem de
lidar sozinha.

O silêncio facilita a existência e a continuação da violência. O papel do/a amigo/a ou do familiar pode
ser o início do fim da violência.

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Ano letivo 2021/2022


Se o/a seu/sua amigo/a ou familiar está…

• bastante nervoso/a ou deprimido/a;


• cada vez mais isolado de amigo/as e familiares;
• muito ansioso/a sobre a opinião ou comportamentos do seu/sua namorado/a ou
companheiro/a;
• com marcas não justificadas e mal explicadas, por exemplo, de nódoas negras, cortes ou
queimaduras;

Ou se o/a namorado/a ou companheiro/a do seu/sua amigo/a…

• desvaloriza e humilha o/a seu/sua amigo/a à sua frente e de outras pessoas;


• está sempre a dar ordens ao/à seu/sua amigo/a e decide tudo de forma autoritária;
• controla todo o dinheiro, os contactos e saídas sociais do/a seu/sua amigo/a.

O que fazer se souber ou suspeitar que uma pessoa idosa amiga é vítima de crime?

• Denunciar a situação às autoridades policiais ou aos Serviços do Ministério Público;


• Insistir que deve ser a vítima a tomar as suas decisões e a gerir a sua própria vida.

O que não deve fazer

Se o/a seu/amigo/a ou familiar está a ser vítima de violência doméstica ajude-o/a a procurar apoio,
mas não faça o seguinte:

• Dizer à/ao seu/sua amigo/a o que fazer: a decisão é sempre da vítima;

• Dizer-lhe que ficará desapontado/a se o seu/sua amigo/a não fizer o que lhe disse para fazer
ou se voltar para o/a agressor/a;

• Fazer comentários que possam culpabilizar a vítima por ser vítima;

• Confrontar o/a agressor/a, porque pode ser perigoso para si e também para a vítima.

Ajudar como amigo/a ou familiar uma vítima de violência doméstica não significa ter de resolver pelos
próprios meios a situação ou salvar a vítima. Por outro lado, é importante estar consciente que
desencadeia uma relação violenta pode ser difícil e perigosa.

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Existem várias razões para uma vítima se manter numa relação violenta, mesmo que estas
possam parecer estranhas a quem não é vítima:

• Muitas das vítimas podem não reconhecer o comportamento do/a seu/sua namorado/a ou
companheiro/a como violento;

• Ter esperança de que a situação se vá resolver com o/a seu/sua parceiro/a e que ele/a
mudará e deixará de ser violento/a;

• Não querer deixar a casa, os seus pertences, os filhos ou


animais de estimação;

• Temerem a reação do/a agressor/a se abandonarem a relação;

• Não se sentirem com forças suficientes para enfrentar a situação


de rutura.
Fig. 19- Vítima

Os seus direitos

• Na justiça

O Código Penal Português prevê e pune o crime de violência doméstica.

Violência Doméstica assume a natureza de crime público, o que significa que o procedimento
criminal não está dependente de queixa por parte da vítima, bastando uma denúncia ou o
conhecimento do crime, para que o Ministério Público promova o processo.

O procedimento criminal inicia-se com a notícia do crime, e pode


ter lugar através da apresentação de queixa por parte da vítima
de crime, ou da denúncia do crime por qualquer pessoa ou
entidade, numa Esquadra da PSP, Posto da GNR, ou
diretamente no Ministério Público.
Fig. 20- Justiça

Estatuto processual da vítima de violência doméstica

Apresentada a denúncia da prática do crime de violência doméstica, não havendo indícios de que a
mesma é infundada, as autoridades judiciais ou órgãos de polícia criminal competentes atribuem à
vítima, para todos os efeitos legais, o estatuto de vítima. No mesmo ato é entregue à vítima
documento comprovativo do referido estatuto, que compreende os direitos e deveres estabelecidos
na lei, além da cópia do respetivo auto de notícia ou da apresentação de queixa.

Uma vez apresentada a queixa, a vítima tem o DIREITO de:

• Obter uma resposta judiciária no prazo limite de 8 meses (8 meses depois de iniciado o
inquérito sem que tenha havido uma resposta judiciária pode solicitar a urgência do processo
junto do Tribunal competente);

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• Ter o apoio de um advogado (caso a sua situação económica/social o justifique pode
requerer através dos serviços da Segurança Social o apoio gratuito);

• Requerer a sua constituição como assistente e intervir no processo (podendo oferecer


provas e requerer diligências).

A vítima deve ser ainda informada pelas autoridades judiciárias de outros direitos que lhe assistam
no âmbito do processo, nomeadamente:

• O de não prestar declarações;

• O de requerer a suspensão provisória do processo com aplicação de determinadas


obrigações e regras de conduta ao agressor;

A vítima tem ainda o direito de colaborar com as entidades judiciárias, fornecendo informações,
comparecendo em diligências (exemplo: inquirições, exames médicos, etc.) e fornecendo sempre
novos factos à medida que o processo decorre.

Não tem meios económicos para suportar os custos de um processo judicial ou para os
honorários de um representante legal?

Como proceder para obter apoio judiciário?

O Apoio Judiciário, modalidade do regime de acesso ao direito e aos tribunais, é um instituto que
visa garantir que mesmo os mais desfavorecidos tenham acesso à justiça, mediante o auxílio do
estado.

Este apoio apresenta quatro modalidades, a saber:

• dispensa de taxa de justiça e demais encargos com o processo;


• nomeação e pagamento da compensação de advogado;
• pagamento faseado de taxas de justiça e demais encargos com o processo;
• pagamento faseado da compensação de advogado.

Poderão ser beneficiários de apoio judiciário:

• os cidadãos nacionais e da União Europeia;


• os estrangeiros e os apátridas com título de residência válido num Estado-Membro da União
Europeia;
• as pessoas coletivas sem fins lucrativos.

Todos os que pretendam usufruir deste regime têm de demonstrar que se encontram em situação de
insuficiência económica, isto é, que, tendo em conta fatores de natureza económica e a respetiva
capacidade contributiva, não têm condições para suportar os custos de um processo.

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Ano letivo 2021/2022


O apoio judiciário aplica-se em todos os tribunais, qualquer que seja a forma de processo, nos
julgados de paz e noutras estruturas de resolução alternativa de litígios. Aplica-se também nos
processos de contraordenação e nos processos que corram nas conservatórias, como, por exemplo,
os processos de divórcio por mútuo consentimento.

Podem efetuar o requerimento de apoio judiciário:

• O interessado na sua obtenção;

• O Ministério Público em representação do interessado;

• O advogado, advogado estagiário ou solicitador, em representação do interessado, bastando


para comprovar essa representação as assinaturas conjuntas do interessado e do patrono.

O requerimento é elaborado em impressos específicos para o efeito, disponibilizados gratuitamente


pelos serviços de segurança social, podendo ser apresentado pessoalmente, por fax, correio ou
através da Internet, neste caso através do preenchimento do respetivo formulário digital.

Estão isentos de impostos, taxas os requerimentos, certidões e quaisquer outros documentos


pedidos para fins de apoio judiciário. A decisão sobre a concessão de apoio judiciário compete ao
responsável máximo dos serviços de segurança social da área de residência ou sede do requerente,
devendo ser notificada ao requerente e, se o pedido envolver a designação de patrono, também à
Ordem dos Advogados.

O prazo para conclusão deste procedimento administrativo e respetiva decisão é de 30 dias e é


contínuo (não se suspende durante as férias judiciais).

Indemnização a vítimas de violência doméstica

As vítimas do crime de violência doméstica podem beneficiar de um adiantamento pelo Estado das
indemnizações devidas pela prática deste crime se ficarem em grave situação de carência
económica.

Quem pode requerer?

• A vítima;
• Associação de proteção à vítima;
• O Ministério Público.

Onde?

• Portal da Justiça
• Portal da APAV

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A vítima de crime pode pedir uma indemnização ao agressor pelos danos que tenha sofrido. Essa
indemnização é requerida através da formulação de um pedido de indemnização civil, efetuado no
respetivo procedimento criminal.

É dever do Ministério Público e dos órgãos de polícia criminal informar os eventuais lesados da
possibilidade de pedirem aquela indemnização, das formalidades a observar, do prazo a cumprir e
das provas a apresentar.

O lesado deve manifestar o interesse em deduzir o pedido de indemnização civil até ao encerramento
do inquérito, sendo depois notificado do despacho de acusação, para deduzir o pedido no prazo de
20 dias. Se não tiver manifestado esse interesse, pode deduzir o pedido até 20 dias após a notificação
do arguido do despacho de acusação.

Quando o pedido é apresentado pelo Ministério Público ou pelo assistente, é deduzido na acusação
ou no prazo em que esta deva ser formulada (nos dez dias subsequentes ao encerramento do
inquérito). A falta de contestação pelo agressor não importa a confissão dos factos alegados pelo
lesado.

O pedido de indemnização civil abrange os seguintes danos:

1. Danos patrimoniais, que englobam:

• Dano emergente: prejuízo causado nos bens ou nos direitos existentes à data da lesão, por
exemplo, tratamentos hospitalares, despesas com medicamentos, deslocações a consultas
médicas, etc.;
• Lucro cessante: os benefícios que o lesado deixou de obter com a prática do crime, por
exemplo, salários que a vítima deixou de auferir enquanto esteve incapacitada para o trabalho.

2. Danos morais (ou não patrimoniais): são os prejuízos que, sendo insuscetíveis de avaliação
pecuniária, dado estar em causa a saúde, o bem-estar, a honra e o bom nome da vítima, podem
apenas ser compensados com a obrigação imposta ao autor do crime, por exemplo, dor física e dor
psíquica (resultante de deformações físicas sofridas), perda do prestígio ou reputação, etc.

No trabalho
As faltas motivadas pela impossibilidade de prestação de trabalho, em razão da prática do crime de
violência doméstica, são consideradas justificadas.

O/A trabalhador(a), a vítima de violência doméstica, tem direito a ser transferido/a, temporária ou
definitivamente, a seu pedido, para outro estabelecimento da empresa desde que apresente denúncia
do crime e saia de casa, morada de família quando se efetive a transferência. Tem direito também a
suspender o contrato de trabalho de imediato até que ocorra a transferência.

Quando a entidade empregadora não tem capacidade de transferência ou


a vítima se encontra desempregada e tem um elevado grau de
dependência face ao/á agressor/a, a reinserção profissional torna-se
determinante para adquiri a sua autonomia económica e desenvolver um
novo projeto de vida. Em alternativa ao emprego, a vítima pode recorrer
aos serviços de qualificação profissional.
Fig. 21- Trabalho
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Na saúde
Quando uma pessoa é vítima de crime e em especial de um crime violento deve sempre recorrer aos
serviços de saúde: centro de saúde, serviço de atendimento permanente, INEM (112) ou urgência
hospitalar.

Pode ainda recorrer ao Instituto Nacional de Medicina Legal (INML): a Medicina Legal é uma
especialidade médica e jurídica que utiliza conhecimentos técnico-científicos da Medicina para o
esclarecimento de factos de interesse da Justiça. O exame médico-legal só se realiza quando é
solicitado pelo Tribunal. O IML tem três delegações – Porto, Coimbra e Lisboa, e vários gabinetes
por todo o país.

O facto de a vítima recorrer ao apoio médico tem as seguintes vantagens:

• Permite que fiquem registadas as consequências físicas do ato criminoso;


• Permite avaliar a situação resultante do crime do ponto de vista médico, pois poderá
necessitar de cuidados especiais, curativos ou exames específicos.

O médico deverá registar todos os factos relevantes relatados pela


vítima, de forma a permitir a elaboração de um relatório médico. Este
relatório poderá ser um documento importante, tanto para o processo
de acompanhamento a efetuar pelas entidades competentes, como,
quando solicitado, para ser enviado para o tribunal na sequência da
denúncia de crime. Quando recorrer a um serviço médico-hospitalar
revele a origem dos seus ferimentos.
Fig. 22- Saúde

Apoio á vítima
• Apoio Jurídico
• Apoio Psicológico
• Apoio Social

Apoio Jurídico

• Informar a pessoa vítima de crime acerca dos seus direitos;

• Elucidar a pessoa vítima acerca das várias etapas de determinados processos judiciais,
designadamente o processo criminal, o divórcio, a regulação do poder paternal, entre outros;

• Auxiliar a vítima a elaborar requerimentos e peças processuais que ela possa, por si,
assinar (isto é, quando não é necessário advogado), como sejam o pedido de apoio judiciário,
a denúncia, a queixa, o pedido de indemnização civil, o pedido de suspensão provisória do
processo criminal ou, no caso de vítimas de crimes violentos ou de violência conjugal, o
pedido de indemnização dirigido ao Ministro da Justiça.

Fig. 23- Apoio jurídico


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Apoio psicológico

• Avaliar a situação de risco psicológico e o grau de sofrimento emocional do utente;

• Ajudar o utente a reconhecer as competências que já possui e


a encontrar formas de as pôr em prática, por forma a minimizar
o seu sofrimento e prevenir futuras situações de vitimização;

• Encaminhar o utente para o serviço de apoio adequado case


se verifiquem fatores de risco tais como existência de
psicopatologias.
Fig. 24- Apoio psicológico

Apoio Social

• Fazer o diagnóstico das necessidades sociais da vítima de crime e da sua família,


nomeadamente ao nível da habitação, educação emprego e formação profissional;

• Refletir e explorar com a vítima os recursos sociais mais adequados;

• Encaminhar a vítima para outros serviços e instituições (locais,


regionais ou nacionais), favorecendo o contacto com os
respetivos profissionais; acompanhando a vítima
presencialmente e elaborar relatórios de processo de apoio à
vítima necessários.
Fig. 25- Apoio social

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Ano letivo 2021/2022


2. Conclusão
Concluímos assim que este trabalho foi uma pesquisa muito intensa, aprofundamos cada tópico
de cada tema o mais detalhadamente possível. Neste trabalho abordamos o assunto que nos
dias de hoje ainda está muito presente, a violência doméstica e concluímos que ainda é um
assunto bastante sensível de ser falado e quem sofre por isso às vezes nem se apercebe.
Cumprimos todos os objetivos que tínhamos proposto no início.
Este trabalho foi muito importante para o nosso conhecimento pois com a informação que
encontramos conseguimos esclarecer muitas dúvidas que tínhamos e até mesmo alargar o nosso
conhecimento.

Webgrafia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Viol%C3%AAncia_dom%C3%A9stica

https://www.gnr.pt/Cons_VilolenciaDomestica.aspx

https://saudemental.min-saude.pt/violencia-domestica/

https://www.institutomariadapenha.org.br/lei-11340/tipos-de-violencia.html

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