O Pecado Original A Igreja Católica crê que a morte entrou no mundo pelo pecado. A Ciência, por sua vez, afirma que não é possível para um organismo humano, por sua própria natureza, viver eternamente. Como conciliar o dado revelado com o dado científico? Em primeiro lugar, é necessário saber qual foi exatamente o dado revelado, o que diz a Igreja sobre o tema. O Catecismo da Igreja Católica traz a informação no número 1008, quando explica que: “A morte é consequência do pecado. Intérprete autêntico das afirmações da Sagrada Escritura e da tradição, o magistério da Igreja ensina que a morte entrou no mundo por causa do pecado do homem. Embora o homem tivesse uma natureza mortal, Deus o destinava a não morrer. A morte foi, portanto, contrária aos desígnios de Deus criador e entrou no mundo como consequência do pecado. A morte corporal, à qual o homem teria sido subtraído se não tivesse pecado, é assim o último inimigo do homem a ser vencido”. Adão não tinha apenas a sua natureza humana normal. Antes da Queda, no chamado período pré-lapsário, Deus havia dado a ele os chamados dons preternaturais, ou seja, que não faziam parte da sua natureza humana. Entre aqueles estava a imortalidade. Por isso é que a Igreja ensina que viver eternamente não estava na natureza de homem, mas que isso aconteceria por força dos dons preternaturais concedidos por Deus. Até que ponto essa interpretação da Igreja combina com o que está na Sagrada Escritura? No Livro do Gênesis, no capítulo 3, versículo 18, logo após o homem ter pecado, Deus decreta: "tu és pó e ao pó hás de voltar". Nessa frase, há o reconhecimento de que é da natureza do homem ser pó, portanto, se existia imortalidade deveria ser um dom de Deus, algo extrínseco à natureza. Resta uma pergunta: de onde vem a ideia da imortalidade do homem pré-lapsário? Vem da chamada Árvore da Vida. No Paraíso existiam duas árvores: a do Bem e do Mal, e a da Vida. Deus proibiu que os primeiros pais comessem do fruto da Árvore do Bem e do Mal e a desobediência deles originou o pecado original. O livro do Gênesis prossegue: "O homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal. Que ele, agora, não estenda a mão e colha também da árvore da vida, e coma, e viva para sempre." (22). Em seguida, Deus expulsa o homem do Paraíso e coloca a porta os Querubins para impedi-lo de se aproximar justamente da Árvore da Vida: "Ele expulsou o homem e colocou diante do jardim do Éden os querubins e a espada chamejante, para guardar o caminho da árvore da vida" (24). O Bem-aventurado Cardeal Newman, em sua reflexão sobre a Ascensão, fala da entrada de Cristo Ressuscitado no Paraíso, quando os querubins, lá posicionados por Deus para barrarem a entrada do homem, se curvam e deixam Jesus Ressuscitado entrar. É a entrada também do homem na vida eterna. Por Jesus Cristo a humanidade obtém acesso à Árvore da Vida, não mais como dom preternatural, mas como o dom da Ressurreição que será dado por Deus no fim dos tempos. Desta forma, tanto o dado revelado quanto o científico estão em consonância. A natureza humana, de fato, é mortal, mas Deus previa um modo - simbolizado pela Árvore da Vida - de o homem gozar da imortalidade, imprópria de sua natureza. A morte entrou no mundo pelo pecado. O livro da Sabedoria diz que "foi por inveja do diabo que a morte entrou no mundo" (2, 24). São Paulo fala no mesmo sentido na Carta aos Romanos: "assim como pecado entrou no mundo através de um só homem e com o pecado veio a morte, assim também a morte atingiu todos os homens, porque todos pecaram." (5, 12). O pecado é uma invenção angélica e o homem foi seduzido para cometê-lo. A morte física é um castigo colocado por Deus para produzir no homem o medo da morte eterna, que é a que realmente importa. A terrível morte na qual se encontra o diabo e seus demônios. Se Deus permitiu a entrada da morte no mundo foi para castigar o homem (lembrando que "castigo" nada mais é que um ato de amor de Deus para com o homem, de um pai zeloso para com seus filhos). Então agora, vamos fazer a seguinte pergunta e observar o que a Igreja responde através de seu magisterio: Como é que o pecado de Adão se tornou o pecado de todos os seus descendentes? A resposta está no próprio catecismo da Igreja: Todo o género humano é, em Adão, «sicut unum corpus unius hominis – como um só corpo dum único homem» (294). Em virtude desta «unidade do género humano», todos os homens estão implicados no pecado de Adão, do mesmo modo que todos estão implicados na justificação de Cristo. Todavia, a transmissão do pecado original é um mistério que nós não podemos compreender plenamente. Mas sabemos, pela Revelação, que Adão tinha recebido a santidade e a justiça originais, não só para si, mas para toda a natureza humana; consentindo na tentação, Adão e Eva cometeram um pecado pessoal, mas este pecado afeta a natureza humana que eles vão transmitir num estado decaído (295). É um pecado que vai ser transmitido a toda a humanidade por propagação, quer dizer, pela transmissão duma natureza humana privada da santidade e justiça originais. E é por isso que o pecado original se chama «pecado» por analogia: é um pecado «contraído» e não «cometido»; um estado, não um ato. (Catecismo da Igreja Católica 404). O Catecismo também nos ensina que «No momento em que fazemos a nossa primeira profissão de fé, ao receber o santo Batismo que nos purifica, o perdão que recebemos é tão pleno e total que não fica absolutamente nada por apagar, quer da falta original, quer das faltas cometidas de própria vontade por ação ou omissão; nem qualquer pena a suportar para as expiar [...]. Mas apesar disso, a graça do Batismo não isenta ninguém de nenhuma das enfermidades da natureza. Pelo contrário, resta-nos ainda combater os movimentos da concupiscência, que não cessam de nos arrastar para o mal» (547) (Catecismo da Igreja Católica 978). Maria, a sempre Virgem, Isenta do pecado original A sã Doutrina da Igreja, desde os primórdios do Cristianismo, ensina que a Santíssima Virgem Maria foi concebida sem a mancha do pecado original e não teve nenhum pecado mortal ou venial. A Virgem Santa, Nova Eva, é o verdadeiro Paraíso Terrestre do Novo Adão1. “Há, nesse paraíso terrestre, riquezas, belezas, raridades e doçuras inexplicáveis que o Novo Adão, Jesus Cristo, aí deixou. Nesse paraíso, Ele achou as Suas delícias durante nove meses, operou as suas maravilhas e ostentou as suas riquezas com a magnificência de um Deus”2. A Mãe do Senhor é o lugar santo, a terra virgem e imaculada sem qualquer nódoa ou mancha, da qual foi formado e se alimentou o Novo Adão pela ação do Espírito Santo que aí habita. O Magistério da Igreja ensina que a concepção da Virgem Maria aconteceu, no ventre da sua mãe, sem a mancha do pecado original. Em conformidade com a Palavra e com a Tradição da Igreja, o dogma da Imaculada Conceição de Maria foi definido pelo Papa Pio IX, pela Bula Ineffabilis Deus, em 8 de dezembro de 1854: “Para a honra da santa e indivisível Trindade, para adorno e ornamento da Virgem Deípara (Mãe de Deus), para exaltação da fé católica e o incremento da religião cristã, com a autoridade do Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo, declaramos, proclamamos e definimos a doutrina que sustenta a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio do Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original, é revelada por Deus e, por isso, deve ser crida firme e constantemente por todos os fiéis”3. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós Quando você olhar para Nossa Senhora, enxergue a humanidade de Maria, a humanidade de todos aqueles que foram criados por Deus, homens e mulheres. Maria experimenta da mesma matéria que nós, mas tem uma diferença, a eleição a ser Mãe de Deus, e é esse mistério que vamos contemplar. Este tema é a terceira jaculatória do Ângelus: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós!”. V: O anjo do Senhor anunciou a Maria. R: E ela concebeu do Espírito Santo. V: Eis aqui a serva do Senhor. R: Faça-se em mim segundo a vossa Palavra. V: E o Verbo se fez carne. R: E habitou entre nós. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós Foi através da carne de Maria que o verbo assumiu a nossa natureza Verbo, do latim Verbum, significa Palavra: a Palavra Viva de Deus, o próprio Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. E o Verbo se faz carne, isto é, assume a natureza humana, e vem habitar entre nós como um de nós: verdadeiro Deus e verdadeiro homem. A propósito, é importante observar que Jesus assume a natureza humana inteira, em corpo e alma: quando Jesus se torna humano, Ele não deixa de ser Deus, mas também não se torna só “aparentemente” humano: Ele vai nascer, chorar, precisar de cuidados da mãe Maria e do pai adotivo José, dos avós Ana e Joaquim… Ele vai crescer, aprender, trabalhar, sofrer, experimentar a fome, o cansaço, o medo, a angústia, a tentação, a dor física. Sem deixar de ser Deus, Jesus é plenamente homem – porque, para a redenção, era preciso que um homem carregasse o peso dos pecados de todos os homens, e só era possível que Deus mesmo fosse esse homem. A Encarnação do Verbo é, portanto, o profundíssimo mistério cristão daquele dia supremo em que a Virgem concebeu e gestou Aquele que a gerou, tornando-se Mãe daquele que a criou; Ele, que, como explica São Paulo, mesmo “sendo de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e tornando-se igual aos homens” (Fl 2,6-7). É este movimento divino de encarnar-se, denominado “kenose” pela teologia, o imenso e imponderável mistério que celebramos toda vez que rezamos o ângelus ou o credo. No Natal, alegremo-nos pelo Cristo que veio pequeno, humilde e pobre para nos salvar. “Mas Ele não poderia ter vindo de outro?” Poderia ter vindo rico, poderia ter vindo com uma alta inteligência para resolver todos os problemas políticos e econômicos, mas Ele veio pobre e humilde para alcançar os pobres e humildes, para alcançar aqueles que se fizessem pobres e humildes. Ele veio para os pequenos; Ele veio pequeno e deseja que todos nós nos tornemos também pequenos, porque assim todos têm acesso. Lucas tinha uma proximidade particular com Nossa Senhora, de ter convivido com ela, para trazer tantos detalhes sobre sua vida e suas expressões. Vamos fazer a leitura de São Lucas 1,26-38. Essa passagem de São Lucas é extremamente rica de significado teológico, da revelação do mistério de Nossa Senhora e da vida de Cristo. Esse texto traz uma linguagem profundamente teológica e trinitária, a trindade se revela neste trecho. A parte central dessa passagem nos mostra a relação íntima de Maria com a Santíssima Trindade. O versículo 35 vem nos revelar: “Respondeu-lhe o anjo: ‘O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso, o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus'”. Festa da Imaculada Conceição Naquele tempo, a festa da Imaculada Conceição de Maria já era celebrada, no dia 8 de dezembro, por definição do Papa Sisto IV, em 1476. A celebração dessa festa, na Liturgia da Igreja Católica, é reflexo do pensamento dos padres da Igreja e dos Santos Doutores, que, muito antes, já defendiam a Imaculada Conceição de Maria, pois era adequado que a Mãe do Cristo estivesse completamente livre da mancha do pecado original, para gerar o Filho de Deus. “A um Deus puríssimo convinha uma Mãe isenta de toda culpa”4. Além disso, “o consenso universal dos fiéis, […] o sentimento comum dos católicos é favorável a essa doutrina”5. Favorável ao Dogma da Imaculada Conceição é também a festa da Natividade de Maria, celebrada por causa da fé da Igreja na sua santidade desde o ventre materno. A Doutrina não ensina somente que Nossa Senhora foi concebida sem o pecado original, mas também atesta a Perpétua Virgindade de Maria. A Virgem Santa foi preservada por Deus de todo pecado, em vista dos méritos de seu Filho Jesus Cristo, desde o primeiro momento da Sua vida. A Santa Igreja ensina que Maria é virgem antes, durante e depois do parto. A definição magisterial da virgindade perpétua da Mãe de Deus é o dogma mariano mais antigo das Igrejas Católica e Oriental Ortodoxa, que afirmam a “real e perpétua virgindade, mesmo no ato de dar à luz o Filho de Deus feito homem”6. Esse dogma foi definido pelo Concílio de Trento, em 1555, embora essa doutrina já estivesse presente no Cristianismo primitivo, nos escritos de São Justino e Orígenes. Os dogmas de Maria Os dogmas da virgindade perpétua e da Imaculada Conceição de Maria, definidos pelo magistério, pelos Santos Doutores e pelo consenso de fé dos fiéis, tem como fundamento a revelação. Ainda que não haja, nas Sagradas Escrituras, afirmações explícitas dessas doutrinas, há vários textos que, implicitamente, atestam essas verdades, como nos ensinam os Santos Padres. Esses aplicam à Virgem as palavras do Eclesiástico: “Eu saí da boca do Altíssimo, a primogênita entre todas as criaturas”7. A própria Igreja se serve desse texto na Liturgia da Solenidade da Imaculada Conceição. Maria é a primogênita de Deus, pois foi predestinada juntamente com o Filho nos desígnios divinos, antes de todas as criaturas. Convinha que nem sequer por um instante ela fosse escrava de Lúcifer, mas pertencesse unicamente a Deus: “O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos”8. Deus Altíssimo elegeu a Virgem de Nazaré para ser Mãe de Seu Filho unigênito9 e, pelo Espírito Santo, tornou-a digna dessa sublime honra. Por isso, ela foi concebida sem o pecado original, em vista dos méritos de Cristo, e durante a vida a “Cheia de Graça”10 não cometeu nenhum pecado mortal ou venial. Se Nossa Senhora tivesse cometido apenas um pecado venial, ela já não seria digna de ser Mãe de Deus. Muito menos digna seria ainda se sobre ela pesasse a culpa original. Se sobre ela pesasse semelhante culpa, Maria seria inimiga de Deus e escrava do demônio. Maria intercede sempre por cada um de nós Maria, a mulher de muitos títulos Hoje nós vamos partilhar sobre os diversos títulos de Nossa Senhora. Esta é uma compreensão mais próxima daquilo que a catequese da Igreja nos ensina. São diversos títulos de Nossa Senhora, mas, para poder dizer de uma só Maria, Maria de Nazaré, a mãe de Jesus. É algo que nos toca de forma profunda nessa experiência que fazemos ao contar com a mediação e intercessão de Maria, sempre Virgem, a Maria de Nazaré. A reflexão é importante porque certamente nós já ouvimos alguma conversa ou participamos de alguma conversa onde vamos começar a dizer sobre a nossa devoção particular a um título de Nossa Senhora. Uma pessoa pode dizer: tenho devoção a Nossa Senhora Aparecida por causa de uma graça que alcançou, uma outra pode dizer que tem uma devoção a Nossa Senhora de Fátima porque ela é mais poderosa e a ajudou conseguir tal graça e uma terceira pessoa poderia dizer tenho devoção a Nossa Senhora das Graças porque alcançou uma cura. Então, nós vamos ao nosso cotidiano falando sobre os títulos de Nossa Senhora e sobre essa experiência que nós fazemos com a Virgem Maria como se fossem santas diferentes, como se fossem experiências diferentes, cada uma com uma Maria diferente. Maria é uma só Certa vez escutei de uma pessoa que Nossa Senhora do Bom Sucesso é prima de Nossa Senhora de Nazaré como se fossem duas pessoas diferentes. Então, precisamos olhar essa realidade que está no nosso cotidiano onde compreendemos os diversos títulos de Nossa Senhora como se fossem pessoas diferentes e não como uma mesma e só Maria, Maria de Nazaré, Maria que Jesus glorificou junto a Deus. Precisamos chamar atenção para o fato de que, apesar das diversas devoções Marinas, ao olharmos entre tantos nomes, tantos títulos de Nossa Senhora e que, de fato, são inúmeros, entender que estamos dizendo de uma só Maria. Mas por que então os vários títulos de Nossa Senhora? Para poder refletir sobre esses diferentes títulos é preciso entender que as aparições de Maria são uma forma de enculturação e expressão da sua proximidade materna junto dos povos. As aparições da Virgem Maria com muitos títulos são originárias de aparições de Nossa Senhora pelo mundo. Locais onde dão nome aos títulos e a devoção é difundida mundo afora, como Nossa Senhora de Fátima, que apareceu em Portugal, e nossa Senhora Aparecida no Brasil. Maria assume esta forma para expressar sua maternidade nas diferenças, na cor da pele, na afeição do rosto, com essas aparições, por exemplo, voltando ao exemplo de Fátima que é uma devoção de Portugal ela vai apresentando os traços da etnia branca europeia que é o rosto afinado, olhos claros e pele branca. Quando vemos Nossa Senhora de Guadalupe, no México, ela tem traços indígenas com o rosto arredondado, pele morena, vestida como mulher grávida e manto azul esverdeado cheio de estrelas. Então, os sinais são cheios de sentido para a cultura nativa daquela região e em cada título de Nossa Senhora.
Títulos vindos dos Dogmas
Há também os títulos que são oriundos dos Dogmas Marianos. Os Dogmas Marianos são quatro: Maria é mãe de Deus, A virgindade de Maria, A Imaculada Conceição de Maria e a Assunção de Maria. Os Dogmas dão origem a muitos outros títulos e aqui eu vou destacar o primeiro título, o Theotókos (Maria mãe de Deus) porque esse é o título raíz de todos os demais. Porque Maria é mãe de Deus, ela é Senhora de Aparecida, Maria de Fátima, Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora das Dores e por aí vai. Nós paramos para fazer essa reflexão Mariana para sabermos que é a Maria de Nazaré, mãe de Jesus, glorificada por Deus, ressuscitada por Jesus que assume essas diferentes formas de manifestação mundo afora enculturando a sua experiência materna junto aos povos. A história das aparições está vinculada a expressão e manifestação segundo as características vinculadas daquele povo de determinada povo região. As Devoções Marianas Também é importante destacar como surgem as devoções. Por exemplo, uma das devoções muito conhecida por nós é Nossa Senhora Desatadora dos Nós. Ela iniciou em 1700 com um artista, a partir de uma inspiração da frase de Santo Irineu que dizia assim: “O nó da desobediência de EVA foi desatado pela obediência de Maria e aquilo que a Virgem Eva atou com sua incredulidade desatou a Virgem Maria com sua fé”. Então esse artista fez um quadro que ficou exposto em uma Igreja e começou assim a devoção a Nossa Senhora Desatadora dos Nós e depois se espalhou para o mundo. Chegam até nós os vários títulos de Nossa Senhora, são mais de mil títulos espalhados por todo mundo e vale trazer como reflexão que precisamos ter como horizonte catequético a experiência de Maria de Nazaré, uma só Maria a mãe de Jesus e nossa mãe. E os vários títulos para nos ajudar a entender como Maria continua anunciando Jesus Cristo e colaborando com o projeto de salvação. Uma justa reflexão nos ajuda a viver bem a nossa fé. As Aparições da Virgem Maria Fruto de devoção de fiéis no mundo todo, a Virgem Maria registra 2 mil aparições ao longo dos séculos, segundo o site The Miracle Hunter, que reúne registros das aparições marianas. Há estudiosos que dizem que a primeira da qual se tem registro é a de Nossa Senhora do Pilar de Saragoza, na Espanha. Outros também dizem que Maria teria aparecido ao apóstolo Santiago, o Maior, às margens do Rio Ebrom, no ano 40 depois de Cristo. A aparição que envolveu mais videntes foi registrada em 2000 e 2001 para milhares de pessoas, em Assuite, no Egito. A Igreja Católica sempre foi prudente diante desses registros e só 16 delas foram aprovadas pelo Vaticano, enquanto outras 28 contam com a aprovação dos bispos locais. O Concílio de Trento (1545-1563) estabeleceu o bispo local como a primeira autoridade para julgar a autenticidade de uma aparição mariana, ou seja, reconhecer que as revelações constituem uma chama autêntica de Cristo ou de seus santos para a Igreja. Com esse reconhecimento, a Virgem pode ser venerada de uma maneira especial. Após a aprovação episcopal, a aparição pode ser objeto de uma declaração oficial do papa. Entre as aparições marianas que contam com reconhecimento da Santa Sé de destacam: Virgem de Guadalupe, no México (1531) Nossa Senhora da Siluva, na Lituânia (1608) Virgem da Medalha Milagrosa, na França (1830) Nossa Senhora de Sión, em Roma (1842): Ratisbone, o vidente, era de uma rica família israelita. Ateu e cético. A Virgem de La Salette (1846) Nossa Senhora de Lourdes (1858) na França Nossa Senhora de Gietzwald, na Polônia (1877) Virgem de Fátima, Portugal (1917) Mãe do Mundo de Kibeho, Rwanda (1981). Em muitos relatos de aparições de Maria, a Igreja nunca se pronunciou. Em outros casos, como o de Medjugorge, na Bósnia e Hersegovina, a Igreja ainda estuda o parecer dos bispos da Iugoslávia, país que se dividiu após as guerras, para os quais "não é possível estabelecer que houve aparições ou revelações sobrenaturais". A Virgem Maria teria aparecido para cinco adolescentes e uma criança. Em 2010, o Vaticano constituiu uma comissão internacional, sob a autoridade da Congregação da Doutrina da Fé, para determinar a sobrenaturalidade ou não do fenômeno. No Brasil, a pedido do Vaticano, foi constituída em 2011 uma comissão de observação das aparições de Nossa Senhora em Anguera, na Bahia. Um monsenhor, um padre e um psiquiatra passaram a estudar as mensagens que Maria, a Rainha da Paz, teria transmitido ao confidente Pedro Régis. As aparições tiveram início em 1987 e se prolongaram por mais de duas décadas. Entre padres e bispos da região, há ceticismo em relação às mensagens transmitidas a um único vidente.
Por Jardel Soares Farias
Licenciatura Plena em Filosofia e Bacharel em Teologia Pela Faculdade Católica de Belém REFERÊNCIAS: Cf. I Cor 15, 45. 2SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria. Anápolis: Fraternidade Arca de Maria, 2002, 261. 3DENZINGER-HÜNERMANN. Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral. São Paulo: Paulinas; Loyola, 2007, 2803. 4SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Glórias de Maria. 3ª ed. Aparecida: Santuário, 1989, p. 241. 5Idem, p. 253. 6JOÃO PAULO II. Catecismo da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 2000, 499. 7Eclo 24, 5. 8Pr 8, 22. 9Cf. Lc 1, 30. 10Lc, 1, 28. 11SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. Op. cit., p. 244.