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Aluna: Juliana Vieira de Mattos

Matrícula: 201902177533

INFANTICÍDIO

“Porque uma mãe mataria seu próprio bebê? ”, “Não seria o papel de
qualquer mãe zelar pelo bem-estar do seu filho, por sua sobrevivência? ”
Questões como essa são bastante comuns quando um caso de infanticídio
aparece na mídia ou no dia a dia. Um crime polêmico, deveras comum, que
ultrapassa a barreira do Direito, misturando duas ciências importantes: o Direito
e a Medicina. Grande parte da população rechaça por não ter conhecimento do
chamado “estado puerperal” citado no artigo 123 do Código Penal (CP): ”
Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou
logo após”.

O estado puerperal “é o momento da expulsão da criança do ventre


materno até o nascimento”, como relatado. Algumas mães são acometidas a
certos traumas durante esse período e por questões biológicas acabam
rejeitando o bebê até mesmo antes do seu nascimento, assim, após o parto
muitas rejeitam a criança e por alterações hormonais advindas do referido
estado podem até mesmo matar a prole.

Em uma sociedade ainda em sua maioria patriarcal, onde se espera que


o papel da mãe seja cuidar da prole, o ato da mãe matar o filho recém-nascido
é aterrorizante, sem explicações. No entanto, muitos não compreendem o que
se passa, não procuram questionar e julgam como crime hediondo. Seria o
Infanticídio hediondo? Talvez para o pensamento de uma parte da população
sim, o senso comum, contudo, aos olhos dos doutrinadores e do ordenamento
jurídico se trata de um crime de “privilégio”. O Infanticídio é um crime com
atenuante, justamente pelo fato da mãe não estar em seu estado normal
(fisiopsicológico), diagnosticado por especialistas através de perícia.

Ora, questiona-se então, se a mulher, mãe, está em um estado sem


controle de suas ações, por diversos motivos, inclusive biológicos, mata seu
bebê sofrerá ainda sanções criminais? Sim, pela nossa legislação, são de 2 a 6
anos de detenção conforme artigo supracitado. A pena não é maior exatamente
por esse motivo. Os doutrinadores e legisladores, por se tratar de um crime
contra a vida, não poderiam deixar sancionar, mas ao mesmo tempo, levando
em consideração o estado puerperal “privilegiou” o crime atenuando.

Outra característica desse polemico crime é que é um crime


unissubjetivo, ou seja, admite participação de outra pessoa auxiliando no crime.
Um detalhe importante, é que a pessoa que auxilia também é julgada pelo
mesmo crime, o infanticídio. Entende-se que a mãe está fora de suas
faculdades mentais pelos motivos já citados, mas e a outra pessoa? Essa não
estaria nas suas condições normais, sem quaisquer mudanças biológicas e ou
psíquicas? Foge a lógica como os dois sujeitos podem ser tratados com o
mesmo peso.

É certo que o infanticídio ainda traz revoltas e questionamentos. A vida


de uma criança é muito relevante, mas outras questões devem ser colocadas
antes de qualquer julgamento. A mãe, após o estado puerperal, terá uma “pena
perpetua” que é a morte de seu filho. Talvez moralmente falando é o que se
espera de qualquer pessoa que gerou uma criança. Agora uma outra pessoa
que ajudou no crime, sem ter passado por nenhum acometimento hormonal, ou
psicológico, a tipificação no crime de homicídio sim é um “privilegio”.

De fato, é preciso considerar não somente o dever de punir do Estado,


quando estamos frente a casos de infanticídio, sendo inegável sua natureza
transdisciplinar, envolvendo inúmeros aspectos como saúde pública e
prevenção.

Assim, é preciso desenvolver planos de prevenção. O Poder Judiciário,


juntamente com o Governo Federal poderiam diminuir a incidência desse
crime, estimulando programas de acompanhamento da gestante e seus
familiares, junto à profissionais médicos capacitados a tratar desse tipo de
problema.

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