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Notas de aula de ECV310 - Fundamentos de Cartografia e Topografia

Prof. Reynaldo Furtado Faria Filho – UFV/CRP

AULA 9
Nesta aula serão apresentados os conceitos de altimetria e o detalhamento do
levantamento/nivelamento trigonométrico/taqueométrico.

A determinação da cota/altitude de um ponto é uma atividade fundamental em


engenharia. Projetos de redes de esgoto, de estradas, planejamento urbano, entre outros, são
exemplos de aplicações que utilizam estas informações (VEIGA et al., 2012). Destaco, que para
projetos de irrigação é essencial o conhecimento das cotas da área a ser implantado o sistema.
A determinação do valor da cota/altitude está baseada em métodos que permitem
obter o desnível entre pontos. Conhecendo-se um valor de referência inicial é possível calcular
as demais cotas ou altitudes. Estes métodos são denominados de nivelamento. Existem
diferentes métodos que permitem determinar os desníveis, com precisões que variam de
alguns centímetros até sub-milímetro (VEIGA et al., 2012).

9.1. Conceitos

Altimetria é um ramo da Topografia que estuda, de um modo geral, as distâncias


verticais, entre elas, diferença de nível, cotas e altitudes, formadoras do relevo de um
determinado local. Pode-se dizer que o produto final do levantamento topográfico altimétrico
é uma planta/carta/mapa tridimensional, pois se considerou o relevo, enquanto na planimetria
o produto final é uma representação bidimensional (COELHO JÚNIOR et al., 2014).
Cota (BC) é a distância medida ao longo da vertical de um ponto até um plano de
referência qualquer (Figura 68) (VEIGA et al., 2012).
Altitude ortométrica (AC) é a distância medida na vertical entre um ponto da superfície
física da Terra e a superfície de referência altimétrica (nível médio dos mares) (Figura 68)
(VEIGA et al., 2012).

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Figura 68. Representação da cota e altitude.

Pontos cotados são pontos espacialmente distribuídos num plano, representados


graficamente, onde se têm as altitudes ou cotas, levantados em um determinado terreno
(Figura 69A) (COELHO JÚNIOR et al., 2014).
Curvas de nível são linhas imaginárias de mesma cota/altitude, e equidistantes entre si,
que representam o relevo de um determinado local (Figura 69B) (COELHO JÚNIOR et al., 2014).
Perfil(s) são vistas laterais que representam o relevo de um determinado local (Figura
69C) (COELHO JÚNIOR et al., 2014).
Seções transversais são formas de representação do relevo, por meio de vistas frontais,
perpendiculares ao perfil longitudinal de um determinado local (Figura 69D) (COELHO JÚNIOR
et al., 2014).
Modelagem numérica do terreno é um modelo matemático do terreno, onde a partir
de uma determinada origem (0,0,0), tem-se para cada ponto do terreno uma coordenada x, y
e z, resultando numa visualização tridimensional do terreno (Figura 69E) (COELHO JÚNIOR et
al., 2014).

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Figura 69. Cálculo de área utilizando o método analítico.


Fonte: adaptado de Coelho Júnior et al. (2014).

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9.2. Métodos de levantamento topográfico altimétrico ou nivelamento14

De acordo com a ABNT (1994, p3), o levantamento topográfico altimétrico ou


nivelamento é definido por:
“levantamento que objetiva, exclusivamente, a determinação das alturas relativas a
uma superfície de referência dos pontos de apoio e/ou dos pontos de detalhe, pressupondo-
se o conhecimento de suas posições planimétricas, visando a representação altimétrica da
superfície levantada.”
Basicamente três métodos são empregados para a determinação dos desníveis:
nivelamento geométrico, trigonométrico e taqueométrico.
Nivelamento geométrico ou nivelamento direto:
“nivelamento que realiza a medida da diferença de nível entre pontos no terreno por
intermédio de leituras correspondentes a visadas horizontais, obtidas com um nível, em miras
colocadas verticalmente nos referidos pontos.” ABNT (1994, p3).
Nivelamento trigonométrico:
“nivelamento que realiza a medição da diferença de nível entre pontos no terreno,
indiretamente, a partir da determinação do ângulo vertical da direção que os une e da distância
entre estes, fundamentando-se na relação trigonométrica entre o ângulo e a distância
medidos, levando em consideração a altura do centro do limbo vertical do teodolito ao terreno
e a altura sobre o terreno do sinal visado.” ABNT (1994, p.4).
Nivelamento taqueométrico:
“nivelamento trigonométrico em que as distâncias são obtidas taqueometricamente e
a altura do sinal visado é obtida pela visada do fio médio do retículo da luneta do teodolito
sobre uma mira colocada verticalmente no ponto cuja diferença de nível em relação à estação
do teodolito é objeto de determinação.” ABNT (1994, p.4).

9.3. Nivelamento trigonométrico/taqueométrico

Para representar o relevo da forma correta deve-se atentar para a coleta dos pontos
em campo. Os pontos devem ser coletados de acordo com o relevo a ser levantado. Para
terrenos planos ou com inclinação constante pode-se coletar menor número de pontos em

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Tópico redigido com base em Veiga et al. (2012).
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campo, entretanto nos terrenos com relevo irregular a coleta deve ser realizada em todas as
mudanças de inclinação. É importante ainda, considerar a finalidade para a qual deseja utilizar
os produtos do nivelamento (por exemplo, se a necessidade das curvas de nível é de 1 m de
equidistância, os detalhes no relevo com variação de 20 cm não precisam ser levantados).
Para exemplificar, na Figura 70 está apresentada a sequência de amostras de pontos
levantados para uma mesma área. A referida sequência inicia-se com a amostragem mais
completa e finaliza com um caso em que somente os cantos da área foram levantados. Os
pontos levantados são representados pelas balizas. Observe a diferença entre as curvas de nível
(é uma forma de representar o relevo) obtidas a partir de cada conjunto de amostras (VEIGA
et al., 2012).
A partir do levantamento topográfico apresentado na Tabela 9 (Aula 6) serão realizados
os cálculos para obtenção das cotas dos pontos (A, B, C A1 e C1). Estes procedimentos podem
ser aplicados a qualquer levantamento trigonométrico/taqueométrico. A Tabela 9 está
transcrita a seguir para facilitar.

Tabela 9. Caderneta de campo com parte de um levantamento topográfico


Altura do Ângulo Fios
Ré Estação Vante Descrição
Instrumento Horizontal Zenital Sup. Méd. Inf.
C A Piquete 1,500 0°00'00" 89°07'46" 2,534 1,350 0,166
B Piquete 1,500 350°59'05" 89°04'36" 2,764 1,450 0,136
A1 Cerca 1,500 358°30'19" 88°57'52" 2,446 1,300 0,154
A B Piquete 1,510 0°00'00" 90°55'07" 2,894 1,580 0,266
C Piquete 1,510 308°01'48" 90°59'33" 1,235 1,000 0,765
B C Piquete 1,254 0°00'00" 88°56'31" 1,636 1,400 1,164
A Piquete 1,254 240°58'58" 90°52'08" 2,683 1,500 0,317
C1 Meio-fio 1,254 52°56'46" 89°26'03" 1,874 1,500 1,126

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Figura 70. Pontos levantados suas respectivas curvas de nível.


Fonte: Veiga et al. (2012).

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9.3.1. Determinação da diferença de nível

As diferenças de nível devem ser determinadas utilizando a equação (apresentada na


Aula 4):
𝒎 ⋅ 𝒈 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(2𝒁)
𝑫𝒏 = +𝒊−𝒍
2

em que:
m – distância entre o FS e FI ou leitura estadimétrica;
g – constante do aparelho;
α – ângulo vertical;
Z – ângulo zenital;
i – altura do instrumento; e
l – leitura do fio médio.

Portanto, para o seguimento AC a Dn é:


(2,534 − 0,166) ⋅ 100 ⋅ 𝑠𝑒𝑛(2 ⋅ 89 07′46")
𝐷𝑛 = + 1,500 − 1,350 = 3,75 𝑚
2

Para os demais lados da poligonal e irradiações deve-se aplicar a mesma equação. Os


resultados devem ser apresentados em uma planilha conforme modelo apresentado na Tabela
20. É importante utilizar para os demais cálculos as médias das diferenças de nível que possuem
leituras de ré e vante (igual ao descrito para a Dr no tópico 6.2.2.3 (item 6) da Aula 6).
Para praticar determine as diferenças de nível para o levantamento apresentado na
Tabela 9.
a) DnAC:
b) DnAB:
c) DnAA1:
d) DnBA:
e) DnBC:
f) DnCB:
g) DnCA:
h) DnCC1:

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A Tabela 20 foi preenchida com os valores de Dn obtidos por meio da equação.

Tabela 20. Caderneta de cálculo da diferença de nível


Diferença de Nível
Ré Estação Vante
+ -
C A 3,75
B 4,28
A1 4,34
A B -4,28
C -0,30
B C 0,73
A -3,83
C1 0,49

9.3.2. Verificação da tolerância do erro altimétrico

De acordo com a NBR 13.133, para nivelamentos taqueométricos a serem realizados


através de leitura dos três fios sobre miras centimétricas a tolerância para o erro altimétrico de
é dada pela equação

𝑇 = 0,30 √𝑘
em que:
k = perímetro da poligonal (km).

Para o exemplo que está sendo desenvolvido a poligonal possui 3 vértices com
perímetro de 546,47 m, portanto a tolerância para o erro altimétrico é:

𝑇 = 0,30 546,47/1000 = 0,22 𝑚

9.3.3. Cálculo e correção do erro altimétrico

O erro altimétrico será determinado a partir da soma das diferenças de nível dos
vértices da poligonal. Portanto, transferindo os valores da Tabela 20 para a Tabela 21 o erro
altimétrico é:
Média das Dn = 4,28 – 0,52 – 3,79 = -0,03 m
Teste 1 = 4,28 – 0,30 – 3,79 = 0,19 m
Teste 2 = 4,28 – 0,73 – 3,79 = -0,24 m

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Tabela 21. Caderneta de cálculo da diferença de nível


Média Teste 1 Teste 2
Diferença Diferença Diferença
Ré Estação Vante de Nível de Nível de Nível
+ - + - + -
C A
B 4,28 4,28 4,28
A1
A B
C 0,52 0,30 0,73
B C
A 3,79 3,79 3,79
C1

Portanto, como as Dn de ré e vante para o alinhamento BC foi diferente (valor elevado)


realizou-se o cálculo utilizando a média, DnBC e DnCB. O erro altimétrico calculado utilizando as
médias das Dn foi menor, o que indica que serão utilizados estes valores nos cálculos
posteriores (Tabela 21a).
Tabela 21a. Caderneta de cálculo da diferença de nível
Diferença
Ré Estação Vante de Nível
+ -
C A B 4,28
A1 4,34
A B C 0,52
B C A 3,79
C1 0,49

O erro altimétrico calculado é menor que a tolerância, devendo-se, portanto, distribui-


lo. Como a poligonal possui 3 vértices, deve-se distribuir 0,01 para cada. A partir deste valor
deve-se somar ou subtrair dos valores das diferenças de nível dos vértices A, B e C (Tabela 22).
Assim, após a correção o somatório das Dn corrigida é zero (4,29 – 0,51 – 3,78 = 0,00 m).

Tabela 22. Caderneta de cálculo da diferença de nível


Diferença Diferença de
Ré Estação Vante de Nível Nível Corrigida
+ - + -
C A B 4,28 4,29
A1 4,34 4,34
A B C 0,52 0,51
B C A 3,79 3,78
C1 0,49 0,49
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9.3.4. Cálculo das cotas

Para determinar as cotas dos pontos levantados deve-se atribuir um valor inicial.
Geralmente este valor é atribuído para o primeiro ponto da poligonal e deve garantir que os
demais tenham valores de cotas positivos. Utilizando-se os dados da Tabela 22 e atribuindo-se
20,00 m para a cota do ponto A tem-se que a cota do ponto B é 24,29 (20,00 + 4,29). Os demais
valores de cota também devem ser determinados da mesma forma (Tabela 23).

Tabela 23. Caderneta de cálculo da diferença de nível


Diferença Diferença de
Ré Estação Vante de Nível Nível Corrigida Cotas
+ - + -
C A B 4,28 4,29 24,29
A1 4,34 4,34 24,34
A B C 0,52 0,51 23,78
B C A 3,79 3,78 20,00
C1 0,49 0,49 24,27

Pratique:
1. Calcule as cotas para a poligonal apresentada na Tabela 24 (calcule a tolerância, erro,
distribua o erro e calcule as cotas). Dados: L = 534,00 m e Cota do ponto zero é a sua matrícula.
OBS: A, B e C são irradiações.

Tabela 24. Caderneta de cálculo da diferença de nível


Diferença de Nível
Diferença de Nível
Ré Estação Vante Corrigida Cotas
+ - + -
5 0 1 3,70
0 1 2 8,84
0 1 A 1,87
1 2 3 5,88
1 2 B 3,40
2 3 4 6,06
3 4 5 5,97
3 4 C 0,99
4 5 0 6,21

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