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Turismo Cinegético
Autoras:
ÍNDICE
INTRODUÇÃO……….…………………………………………………………………………… 4
RESUMO……………………………………………………………………………………………6
CAPÍTULO 2: CAÇA…………..……………………………………………………………….. 13
2.1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………... 13
2.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DA CAÇA EM PORTUGAL..………………………………. 13
2.3 TIPOS DE CAÇA………………………………………………………………………... 14
2.4 PROCESSOS DE CAÇA………………………………………………………………..15
2.4.1. Outros Processos……………………………..……….…………………..……. 18
2.5 MEIOS DE CAÇA……………………………………………………………………….. 18
2.5.1. ARMAS DE CAÇA……………………….……..……………………..………… 20
2.6 ORDENAMENTO TERRITÓRIAL……………………………………………………...22
2.6.1. TERRENOS CINEGÉTICOS.………………………………….………………. 22
2.6.1.1. Zonas de Caça Nacionais (ZCN)..…………….…….………………. 23
2.7.1.2. Zonas de Caça Municipais (ZCM)…………………… ………………23
2.7.1.3. Zonas de Caça Associativas (ZCA)………………………………….. 23
2.7.1.4. Zonas de Caça Turísticas (ZCT)……………………………………... 24
2.7.2. REQUISITOS DE EXPLORAÇÃO DAS ZONAS DE CAÇA……….……….. 24
2.8. CAÇA EM PORTUGAL………………………………………………………………….27
TURISMO CINEGÉTICO 2
Índice
2.8.1. ALGARVE……………………………………………..…………………….……. 28
2.8.2. ALENTEJO……………………………………………………………………….. 28
2.9. ÉPOCA VENATÓRIA…………………………………………………...……………..29
2.10. DOCUMENTOS NECESSÁRIOS AO EXRCÍCIO VENATÓRIO………..……….. 29
2.10.1. CARTA DO CAÇADOR……………………….………………………………30
2.10.1.1. Requisitos de Obtenção……………...…………………………… 31
2.10.1.2. Especificações………………………………………………………31
2.10.1.3. Infracções…………………………………………………………... 31
2.10.1.4. Cartão do Caçador………………………………………………… 32
2.10.2. LICENÇAS DE CAÇA…………………………………………………………32
2.11. CÓDIGO DE COMPORTAMENTO DO CAÇADOR………………………………. 32
2.12. SINALIZAÇÃO VENATÓRIA………………………………………………………….35
2.13. CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES CINEGÉTICAS………………………………. 37
2.13.1. ESPÉCIES INTEGRALMENTE PROTEGIDAS…………………………… 38
2.14. ANÁLISE SWOT………………………………………………………………………. 40
2.14.1. MEDIDAS TÁCTICAS E ESTRATÉGICAS……..…………………………. 41
2.15. FACTORES NEGATIVOS…………………………………………………….……… 43
2.15.1. INICIATIVAS – LIGA PARA A PROTECÇÃO DA NATUREZA………….. 44
CAPÍTULO 3: PESCA.…………………………………………………………………….…….45
3.1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………... 45
3.2. TURISMO DE PESCA….………………………………………………………….…… 46
3.3. ZONAS DE PESCA……….……………………………………………………………..47
3.4. IMPACTES…...………………………………………………………………………….. 48
3.5. PERIGOS E COMPORTAMENTO NA PESCA……………………………………… 49
3.6. TURISMO DE PESCA SUSTENTÁVEL……………………………………………… 50
CONCLUSÃO…………………………………………………………………………….……… 51
ANEXO A……………………………………………………………………………….…………52
BIBLIOGRAFIA…………………………………………………………………………..……… 54
WEBGRAFIA…………………………………………………………………………….………. 55
GLOSSÁRIO………………………………………………………………………….…………. 57
TURISMO CINEGÉTICO 3
Introdução
INTRODUÇÃO
O segundo capítulo irá abordar o tema da Caça em Portugal, onde será apresentada uma
breve resenha sobre a caça em seu estado actual, e ainda sobre o seu desenvolvimento
histórico. Mais tarde serão identificados de forma sucinta os tipos de caça, bem como as
suas técnicas e meios de execução. O foco deste capítulo será a abordagem relativa às
Zonas de Caça Turísticas, fundamentais para o crescimento da actividade cinegética em
Portugal. Serão identificados os documentos essenciais à prática venatória, e a
sinalização a ter em conta neste tipo de actividade. Após isso, serão apresentadas as
regras comportamentais do caçador, bem como os efeitos negativos da caça em
Portugal, e por último, mas não menos importante, serão referidas dez preocupações da
Liga para a Protecção da Natureza, relativamente à prática e gestão venatória nacional.
No último capítulo, será tratado, de modo bastante breve, o tema da pesca. Será
primeiramente abordada a contribuição da pesca como actividade turística e serão
diferenciados os tipos de segmentos desta actividade. Logo depois serão referidos alguns
eventos desportivos ligados à pesca, que contribuíram para o crescimento, não só do
TURISMO CINEGÉTICO 4
Introdução
Estes três capítulos apresentam temas de relativa importância para o turismo, visto ser
uma actividade complexa cujo funcionamento equilibrado depende de um variado
conjunto de outros sistemas: divulgação, distribuição, transporte, alojamento,
restauração, gastronomia, preservação de recursos, entre outros, com os quais
estabelece uma relação de interdependência.
Deve-se ainda referir que a prática do turismo cinegético é na maioria das vezes
complementada com outros tipos de turismo e outras actividades, desportivas,
ambientais, ecológicas, gastronómicas, etc.
Inerentes à realização deste trabalho, foi possível traçar alguns objectivos, como: o
aprofundamento de conhecimentos dentro dos temas de turismo cinegético, caça e
pesca, bem como do reconhecimento de conceitos inerentes aos temas referidos; a
integração dos assuntos, a sua análise e possível aplicação em exemplos práticos; a
demonstração e compreensão da importância destes sectores face às economias a nível
regional e nacional; e o fornecimento de um instrumento de avaliação preciso e
fundamental
TURISMO CINEGÉTICO 5
Resumo
RESUMO
Ainda neste tema, será dada ênfase à sustentabilidade e à análise SWOT do Turismo
Cinegético.
TURISMO CINEGÉTICO 6
Capítulo 1 – Turismo Cinegético
1. TURISMO CINEGÉTICO
1.1. INTRODUÇÃO
O capítulo que se segue pretende apresentar algumas reflexões sobre a sustentabilidade
do turismo cinegético, caracterizando-o nos seus vários aspectos e integrando-o numa
lógica de desenvolvimento turístico sustentável. Portugal aposta numa oferta turística
diversifica, assente numa estratégia de desenvolvimento sustentado apoiada nos
recursos existentes nas diversas regiões. O turismo cinegético enquanto produto turístico
será amplamente explorado, abrangendo o estudo das várias sinergias e sustentabilidade
desta actividade turística, bem como com as suas vantagens, complementaridade com
outras actividades, análise SWOT, e as possíveis medidas a serem implementadas.
Com a associação da caça e da pesca com o turismo, foram adquiridos muitos benefícios
ambientais, havendo uma diminuição dos impactes nos ecossistemas, e também uma
diminuição do debate centrado em torno da falta de consciência ambiental. Para além
das vantagens para o ambiente este tipo de turismo trouxe também benefícios para a
economia, pois veio complementar o rendimento em muitos sectores turísticos.
O Turismo Cinegético teve o seu pico com aprovação da lei da Caça em 1987. No ano de
1992, estavam definidas 394 zonas de Caça Turística que ocupavam 561816 hectares. A
região onde o Turismo Cinegético tem maior impacto é no Alentejo.
TURISMO CINEGÉTICO 7
Capítulo 1 – Turismo Cinegético
Existem muitos turistas cinegéticos que realizam actividades de pesca e caça como
complementos entre si, visto que muitos caçadores aproveitam a viagem também para
pescar e vice-versa. As actividades desportivas são também importantes complementos
para as actividades cinegéticas, podendo ser incluídos o tiro aos pratos, o golfe ou outros
desportos, como práticas habituais pelos turistas durante as suas viagens de caça e
pesca. Existem também outros turistas, principalmente caçadores, que combinam as
suas caçadas com outras actividades relacionadas com a natureza, como a observação e
fotografia de flora e fauna ou então a prática do turismo de aventura e campismo.
1.3.1. Brasil
1.3.2. Europa
Estima-se que cerca de 30% dos europeus viajam para o exterior para ir caçar. Os
caçadores Alemães preferem a Europa Ocidental, os caçadores italianos permanecem
dentro da Europa ou viajam para o Sul da América e Cuba. Os espanhóis preferem a
TURISMO CINEGÉTICO 8
Capítulo 1 – Turismo Cinegético
1.3.3. África
Tem vindo a crescer o número de caçadores que procuram uma experiência única no
meio da caça. Esta experiência pode incluir a caça de espécies muito raras nas regiões
mais remotas e selvagens do mundo. O turismo cinegético em África é muito dispendioso
pois o preço não é nem um pouco barato, para além de se pagar a passagem, caso o
turista queira realmente caçar um animal tem de pagar muito caro por um. Existem em
África parques especiais para este tipo de caça, geralmente participam caçadores
profissionais e que pagam a peso de ouro por uma caçada literalmente africana.
Para se caçar nesta região as épocas de caça definem-se em três períodos diferentes:
Agosto a Setembro (caça de aves migratórias), Outubro, Novembro e Dezembro
(espécies sedentárias) e Janeiro e Fevereiro (caça maior). Predominam no Algarve, as
perdizes, lebres, coelhos, codornizes, mas o principal atractivo é o veado e o javali.
TURISMO CINEGÉTICO 9
Capítulo 1 – Turismo Cinegético
Portugal deve então apostar na promoção do turismo cinegético, pois esta aposta pode
permitir a rentabilização das magníficas condições naturais que o território nacional
possui e o facto do sector da caça ter começado a entrar numa fase de equilíbrio, graças
às alterações da nova legislação da caça, sobretudo no que toca às Zonas de Caça
Turísticas (ver secção 2.7.2.4). Este equilíbrio que Portugal agora atingiu permite
seguramente fortalecer as zonas de caça existentes, melhorando assim as suas ofertas
de caça, assim como também certamente levará a um crescimento do sector cinegético
do qual a economia nacional só terá a beneficiar.
Promover o turismo cinegético é um tema que deve ser abordado e enfatizado, dado a
importância que poderá vir a ter, quer para as empresas que se dedicam à exploração do
turismo cinegético, quer para os proprietários rurais e populações locais que têm na caça
e na pesca um importante complemento ao seu rendimento, quer também para a
economia nacional e para o desenvolvimento de zonas rurais onde o turismo cinegético
são das poucas actividades desenvolvidas e com futuro.
TURISMO CINEGÉTICO 10
Capítulo 1 – Turismo Cinegético
• Desportivo – Este turista, tanto pode ser nacional como internacional, possui um
alto grau de especialização, procurando, por isso, um tipo de caça e pesca
específicas. Tem grande mobilidade e a ele estão ligadas ofertas como caçadas
independentes ou organizadas à medida, em espaços turísticos rústicos como o
Turismo em Espaço Rural, procura por peças de caça com maiores níveis de
dificuldade e características determinadas, preferindo sobretudo as grandes
caçadas, ou a pesca por peixes exóticos e mais difíceis de apanhar.
TURISMO CINEGÉTICO 11
Capítulo 1 – Turismo Cinegético
VANTAGENS EFEITOS
A dependência directa da actividade cinegética em relação à fauna e flora local – o que
Aproveitamento e
coloca em evidência a importância da protecção e controlo das espécies e do habitat
controlo de recursos
em que se desenvolvem.
O turismo cinegético realiza-se em zonas rurais, oferecendo oportunidades de trabalho Melhoria da qualidade
e aprendizagem a comunidades distantes dos grandes centros, com escassas de vida das
expectativas de desenvolvimento. comunidades rurais.
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Capítulo 1 – Turismo Cinegético
A prática de turismo cinegético complementa-se com outros tipos de turismo (pesca, sol
e praia, monumentos, natureza, actividades ao ar livre, golfe, enoturismo, turismo de
Complementaridade da
natureza, turismo rural, etc.), especialmente no caso de visitantes estrangeiros. Desta
oferta turística.
forma a procura dos turistas cinegéticos distribui-se entre uma ampla gama de
segmentos turísticos.
Fonte: Adaptado de Mário José, dissertação: Turismo Cinegético no Alentejo como Produto Turístico.
TURISMO CINEGÉTICO 13
Capítulo 2 – Caça
2. CAÇA
2.1. INTRODUÇÃO
Neste capítulo será explorado o tema da caça, que constituiu inicialmente uma
necessidade básica de subsistência tendo evoluído ao longo dos tempos até se tornar
num desporto e numa actividade de ar livre. A caça faz parte da cultura de um povo,
longe vão os tempos em que se caçava por necessidade. Actualmente a caça em
Portugal e em particular nas zonas rurais assume grande importância para o seu
desenvolvimento As zonas de caça turística serão um dos elementos chave para a
exploração do tema embora todas as restantes zonas de caça existentes possam
igualmente dar o seu contributo para o aumento do Turismo Cinegético. O sector da caça
goza de uma má imagem em Portugal sendo esta considerada como uma actividade
pouco sustentável do ponto de vista dos impactos que produz na natureza. A caça é sem
dúvida um factor de desenvolvimento rural extremamente importante pois contribui para a
diversidade económica da região.
Para se ter a ideia do potencial que a caça tem na Europa, segundo os últimos dados da
FACE (Federação das Associações de Caça e Conservação da Europa) existem 7
milhões de caçadores distribuídos pelos vários países Europeus que integram esta
federação. Em Espanha por exemplo onde o turismo cinegético está consolidado e tem
grande importância existe 1 milhão de caçadores sendo neste país o volume de receitas
gerado por esta actividade equivalente a metade das receitas turísticas externas
portuguesas (Dados de – CUNHA, Licínio – Economia e Politica do Turismo). São
indicadores suficientemente elucidativos da importância da caça como produto turístico.
Actualmente existem em Portugal 300 mil caçadores, dos quais apenas cerca de 230 mil
renovam a licença anualmente. Todos os anos surgem novos caçadores formados,
aparentemente com um novo conhecimento e mentalidade sobre a caça.
TURISMO CINEGÉTICO 14
Capítulo 2 – Caça
Portugal está dividido em 5 regiões cinegéticas: Algarve, Alentejo, Lisboa, Centro e Norte.
Segundo os últimos dados publicados pela Direcção Geral dos Recursos Florestais
(D.G.R.F.), a grande maioria dos caçadores reside no Distrito de Lisboa e Porto. Estes
caçadores são, regra geral, obrigados a efectuar deslocações para caçar fora da região
cinegética da sua residência reforçando assim o impacto desta actividade no sector
turístico das regiões com maior aptidão cinegética como é o caso do Alentejo.
Em termos económicos estima-se que o sector da caça represente hoje em Portugal mais
de 270 milhões de euros, estando ainda muito aquém das suas reais potencialidades.
Estes valores terão certamente em conta os gastos dos caçadores em equipamentos,
licenças e taxas, caçadas, deslocações, restauração e alojamento. Em relação ao
emprego directo e indirecto que este sector gera pode afirmar-se que será certamente
elevado tendo em conta o número de intervenientes que agem no sector da caça, como
por exemplo armeiros, guardas florestais, matilheiros, batedores, gestores e produtores
de caça.
A Caça Maior em tempos era abundante em todo o Território Nacional. Nos nossos dias
tem vindo a recuperar, especialmente o Javali. Este devido a sua facilidade de
reprodução, como também pelo abandono dos terrenos agrícolas, favorecendo a sua
proliferação (terrenos com densos matagais e giestais). São 5 as espécies de Caça
Maior: o Veado, o Muflão, o Gamo, o Javali e o Corço.
Caça Menor
Grande parte dos caçadores Portugueses, prefere a caça menor, mais concretamente a
caça ao coelho e à perdiz. Não só pela grande variedade de espécies que se podem
caçar, mas como também pelo grau de dificuldade que algumas espécies proporcionam.
A caça menor é sem dúvida a mais preferida por todos os caçadores. São estas todas as
espécies que de Caça Menor em Portugal:
TURISMO CINEGÉTICO 15
Capítulo 2 – Caça
Tarambola Bravo
Espera
Aproximação
TURISMO CINEGÉTICO 16
Capítulo 2 – Caça
que possam não fazer directamente parte do meio envolvente. Este é o processo de
caça, por excelência para todo o tipo de cervídeos (Veados, Gamos e Corços) e para os
carneiros (Muflão).
Para se poder ter algum sucesso na caça de aproximação é fundamental que se escolha
criteriosamente o equipamento a utilizar e se tenham algumas precauções ou cuidados,
sob pena de se passar vários dias no terreno sem se pôr a vista em cima de qualquer
bicho.
Montaria
Actualmente, é possível obter-se um posto de montaria por valores muito distintos, que
variam de 0€ a valores acima de 5000€. Esta acentuada variação não está
necessariamente relacionada com a qualidade ou grau de organização das montarias, ou
seja, o preço não é um referencial de qualidade, a não ser em raras excepções.
Batida
TURISMO CINEGÉTICO 17
Capítulo 2 – Caça
É um processo de caça muito utilizado em França onde as áreas privadas de caça maior
(normalmente designadas por Domínios) se encontram vedadas e têm dimensões
microscópicas se comparadas com a área média dos coutos de caça maior existentes na
Península Ibérica.
Uma das poucas vantagens das batidas é que, sendo um processo de caça a utilizar por
um grupo de amigos, sócios de um pequeno clube ou grupo de caçadores que para o
efeito se organiza (normalmente até 20 participantes, apesar de não haver regras para
estes quantitativos), durante uma jornada se podem realizar várias batidas dependendo
do tempo que demora cada uma.
Salto
Tratando-se de caça maior, a mesma legislação refere que este processo só é permitido
para o javali, pelo que as restantes espécies, apenas podem ser caçadas por montaria,
batida, espera e aproximação. E contrariamente à ronda este processo só pode ser
praticado de dia e com armas de fogo.
Portanto, verifica-se que se trata de um processo de caça apenas para puristas, ou seja,
para um grupo muito restrito de caçadores. Os resultados para além de incertos são
sempre seguramente escassos.
Ronda
TURISMO CINEGÉTICO 18
Capítulo 2 – Caça
recursos nem sempre disponíveis ou fáceis de manter. Para além disso, exige do caçador
muito saber, coragem e uma vontade indómita de correr riscos.
Trata-se de um processo de caça parecido com o método de salto, praticado com a ajuda
de cães de caça maior, a cavalo, e como armas apenas se utilizam as armas brancas - a
lança de ronda ou a faca de remate. Tanto se pode desenvolver de noite como de dia,
apesar da verdadeira tradição obrigar a que se realize de noite quando as diferentes
espécies de caça maior se encontram fora do mato, nas áreas abertas, mais descuidadas
e desprevenidas.
De cetraria: Processo em que o caçador, para capturar espécies cinegéticas, utiliza aves
de presa para esse fim adestradas, com ou sem auxílio de cães de caça.
Com lança: Processo em que o caçador, para capturar exemplares de caça maior, utiliza
lança, com ou sem auxílio de cavalo e de cães de caça.
Com furão: Processo em que o caçador se coloca à espera para capturar coelhos
bravos com auxílio de furão. A caça ao coelho-bravo com furão só pode ser permitida em
zonas de caça, para efeitos de ordenamento das suas populações e desde que previstos
no plano de ordenamento e exploração cinegética ou no plano de gestão devidamente
aprovado, e com autorização prévia da Direcção-Geral dos Recursos Florestais.
TURISMO CINEGÉTICO 19
Capítulo 2 – Caça
Lança: As lanças são armas de caça constituídas por uma lâmina curta adaptada a uma
haste suficientemente longa que possibilite ser empunhada com ambas as mãos
afastadas uma da outra, ou o conjunto formado pelo punhal e haste amovível de
adaptação, destinado a prolongar o seu punho com vista à utilização como lança.
Negaças: O uso de negaças só é permitido na caça aos pombos, aos patos e à gralha-
preta. Em terrenos ordenados, a Direcção-Geral dos Recursos Florestais pode ainda
autorizar o uso de negaças em acções de gestão de populações de perdiz-vermelha, nos
meses de Fevereiro a Abril.
Aves de presa: Só podem ser soltas duas aves de presa a cada peça de caça.
Cavalo: Na caça com utilização de cavalo é proibido o uso de arma de fogo, arco ou
besta. A utilização de cavalo só é permitida na caça às espécies de caça maior, à raposa
e à lebre e na caça de cetraria.
Cães de caça: Nas montarias e na caça de salto ao javali não é limitado o número de
cães a utilizar, podendo apenas ser utilizadas matilhas de caça maior. No exercício da
caça a espécies de caça menor, cada caçador só pode utilizar no máximo dois cães, com
excepção das seguintes situações:
• Caça à raposa a corricão em que podem ser utilizados no máximo cinquenta cães;
• Caça à lebre a corricão em que podem ser utilizados, no máximo, dois cães de
busca e dois cães galgos a cada lebre.
TURISMO CINEGÉTICO 20
Capítulo 2 – Caça
As armas de caça podem ser do tipo mais variado. Utilizam-se armas de fogo, arcos e
bestas, e armas de mão (também conhecidas por "armas brancas") podendo estas
últimas apresentar várias formas, distintos comprimentos de lâminas e múltiplos tipos de
suporte.
Armas de fogo
As armas de fogo utilizadas na caça são constituídas por cano, báscula, coronha e fuste.
As armas de caça podem ser de dois tipos: Espingardas “Caçadeiras” e
Carabinas:
• Espingardas “Caçadeiras”: São armas de cano liso, concebidas para disparar uma
carga (a chumbada) de múltiplos pequenos projécteis esféricos (chumbos), mas
também podem disparar um projéctil único (bala). As caçadeiras são vulgarmente
utilizadas na caça menor, mas também podem ser utilizadas na caça maior desde
que utilize a munição adequada para este caso: a bala. As Caçadeiras podem ser
de um cano, com repetição manual ou semi-automática e de dois canos,
composta por canos justapostos ou canos sobrepostos.
Nas Figuras 2.1 e 2.2 estão representadas uma espingarda “caçadeira” e uma carabina.
Figura 2.1: Espingarda “caçadeira”.
Fonte: armas e munições – www.captiare.net
Figura 2.2: Carabina.
Fonte: armas e munições – www.captiare.net
TURISMO CINEGÉTICO 21
Capítulo 2 – Caça
Arcos e Bestas
Hoje, a caça com arco é praticada por um número imenso de caçadores por todo o
mundo, que consideram este tipo de arma como mais desportivo, dando mais vantagens
aos animais. Pelo facto de se necessitar de distâncias curtas de tiro (até aos 40/50
metros no máximo), pela necessidade de considerar os efeitos do vento lateral, pelas
compensações necessárias no processo de apontar, entre outros factores. Os arcos e as
bestas tanto podem ser usadas na caça maior como na caça menor, sendo nesta última
mais difícil porque se trata de animais em fuga, de muito pequeno porte, com movimentos
de deslocação nem sempre rectilíneos, o que dificulta o tiro.
Para a caça menor, as pontas das flechas são de tipo diferente das de caça maior;
enquanto as primeiras podem ter a forma de "pés de aranha" ou arredondadas para
apenas provocar forte impacto, as de caça maior são sempre munidas de lâminas de aço
em forma triangular (duas, três ou quatro lâminas) muito cortantes, com o objectivo de
penetrarem no corpo do animal e destruírem os órgãos, provocando ao mesmo tempo
grande hemorragia.
Uma das desvantagens da caça com este tipo de instrumentos é a morte lenta e
agonizante do animal batido. A morte dos animais atingidos com flechas sobrevém ao
cabo de algum tempo – dependendo da corpulência do animal e dos órgãos vitais
atingidos pela flecha – devido à progressiva perda de sangue. Com a correspondente
dose de sofrimento e lenta agonia.
Na caça com arco ou besta não é permitido o uso de flechas envenenadas ou portadoras
de qualquer produto destinado a acelerar a captura dos animais. Exemplo: Com pontas
explosivas, com barbelas ou com farpas.
Armas Brancas
A designação Armas Brancas refere-se de uma forma geral às facas e lanças que, pelas
suas características e de acordo com a recente legislação de armas, apenas podem ser
utilizadas em processos de caça. Tal significa que o seu transporte e porte apenas é
possível quando em deslocação para actos ou jornadas de caça, com as devidas
medidas de segurança.
Na Caça Maior estas armas têm uma única funcionalidade: permitir o remate de uma rês
ferida ou simplesmente agarrada pelos cães das matilhas. São facas de lâmina comprida,
normalmente com duas linhas de corte e eventualmente cânula sangradora central (linha
afundada no centro da lâmina, destinada a possibilitar uma mais fácil e rápida saída de
TURISMO CINEGÉTICO 22
Capítulo 2 – Caça
sangue através do golpe). Devem ser usadas com extremo cuidado e precaução pois,
devido á sua agudeza e afio, são extraordinariamente cortantes.
Actualmente existem em Portugal 300 mil caçadores dos quais apenas cerca de 230 mil
tiram licença anualmente. Todos os anos surgem novos caçadores formados,
aparentemente com um novo conhecimento e mentalidade sobre a caça.
TURISMO CINEGÉTICO 23
Capítulo 2 – Caça
50% da área total do municípios em que foi constituída. As zonas podem ser de quatro
tipos: nacionais, municipais, associativas e turísticas.
• Proprietários;
• Caçadores que integrem a direcção da entidade que gere a ZCM, bem como os
membros das associações que participam na sua gestão;
TURISMO CINEGÉTICO 24
Capítulo 2 – Caça
São zonas de interesse turístico que se constituem e são geridas por entidades
concessionárias públicas ou privadas (Clubes, associações, empresas) que tenham como
objectivo o aproveitamento económico e turístico dos recursos cinegéticos associado à
prestação de serviços turísticos de alojamento, animação, restauração e infra-estruturas
de apoio aos caçadores (pavilhão de caça). Têm por objectivo o aproveitamento
económico dos recursos cinegéticos, garantindo a prestação dos serviços turísticos
adequados. São constituídas com base em acordos estabelecidos com proprietários,
usufrutuários e arrendatários cujo contrato de arrendamento inclua a gestão cinegética
dos terrenos envolvidos.
TURISMO CINEGÉTICO 25
Capítulo 2 – Caça
• Estas zonas devem dispor de alojamento turístico quando não existirem, num raio
de 50 quilómetros (contado a partir de qualquer ponto de delimitação da
concessão) outras formas de alojamento turístico (parques de campismo não
contam). Esta exigência não se aplica às zonas com área inferior a 1000 hectares
e cujos concessionários sejam proprietários de todos os terrenos nelas incluídos.
• No caso de não serem prestados serviços de alojamento turístico dentro das ZCT,
os respectivos concessionários devem assegurar a prestação desse tipo de
serviços através de vínculo contratual adequado com entidades prestadoras desse
tipo de serviços na região.
• Nas ZCT devem ainda existir infra-estruturas de apoio aos caçadores, em edifício
já existentes ou a criar para o efeito, devendo o mesmo respeitar a traça
arquitectónica da região onde se insere. Quando a mesma pessoa, singular ou
TURISMO CINEGÉTICO 26
Capítulo 2 – Caça
Cozinha e Copa;
Armeiro.
Cerca de 90% dos caçadores que procuram as ZCT são de nacionalidade portuguesa
sendo os 10% restantes caçadores estrangeiros. Não existem dados que permitam
quantificar a procura pelas ZCT no país. Como já foi referido, em Portugal cerca de 300
mil caçadores, destes cerca de 230 mil tiram licença de caça anualmente o que constitui
uma potência bastante importante em termos de procura. O número é elevado mas nem
todos os caçadores caçam nas ZCT, também os fazem nas restantes zonas de caça
existentes.
TURISMO CINEGÉTICO 27
Capítulo 2 – Caça
• Não permitir que, nos dois últimos anos de concessão, seja caçado um número de
exemplares de espécies cinegéticas superior à média dos 2 anos precedentes,
salvo nos casos autorizados pelas direcções regionais de agricultura;
TURISMO CINEGÉTICO 28
Capítulo 2 – Caça
2.7.1. Algarve
Destino turístico cada vez mais procurado por caçadores nacionais e estrangeiros, o
Algarve assume-se como uma região privilegiada da cinegética nacional. Com 27 zonas
de caça turística definidas, a que se juntam 135 zonas de caça associativas e 24 zonas
de caça municipais, num total de 185 reservas, o Sul de Portugal é hoje um paraíso para
os amantes da modalidade.
TURISMO CINEGÉTICO 29
Capítulo 2 – Caça
2.7.2. Alentejo
A oferta das ZCT no Alentejo é bastante grande como se pode constatar na Tabela 2.2, já
referenciada. Quanto à sua dimensão, a maioria tem entre 300 e 7.900 hectares de área
não existindo uma restrição legal para a sua dimensão. A oferta de caça nestas zonas
depende do tipo de terreno onde se encontram, do investimento em melhoramentos do
habitat da fauna, repovoamentos efectuados. Assim podem oferecer caçadas às espécies
de caça menor (perdiz, coelho, lebre, pombo, tordo, coelho, etc.) ou caça maior (javali,
veado, gamo, corso e muflão).
Mais de 90% das zonas de caça nesta região têm pavilhão de caça e cerca de 355
oferecem alojamento. Algumas ZCT oferecem ainda actividades complementares como
serviço de refeições e actividades de animação para acompanhantes como BTT, caça
fotográfica, birdwatching, passeios, entre outras actividades complementares.
Considera-se Época Venatória o período anual que decorre entre o dia 01 de Junho de
cada ano e o dia 31 de Maio do ano seguinte. O calendário venatório, publicado
anualmente por portaria, estabelece em cada época venatória as espécies cinegéticas
que podem ser caçadas, os períodos venatórios para cada espécie ou grupos de
espécies, incluindo a duração da jornada de caça a algumas espécies, os limites diários
de abate e os processos de caça autorizados e outros condicionantes venatórios.
• Rola–comum; • Tarambola-dourada;
• Codorniz; • Perdiz-vermelha;
TURISMO CINEGÉTICO 30
Capítulo 2 – Caça
• Faisão; • Javali;
• Coelho-bravo; • Veado;
• Lebre; • Gamo;
• Raposa; • Corço;
• Saca-rabos; • Muflão.
• Carta de Caçador, sempre que não esteja dispensado nos termos da lei (ver carta
de caçador);
TURISMO CINEGÉTICO 31
Capítulo 2 – Caça
A carta de caçador pode ser emitida a favor dos requerentes que reúnam
simultaneamente as seguintes condições:
• Não estejam sujeitos a proibição de caçar por disposição legal ou decisão judicial;
2.9.1.2. Especificações
Sem arma de caça nem ave de presa: São consideradas armas de caça as armas de
fogo legalmente classificadas de caça, o arco, a besta e a lança;
Com arma de fogo: habilita o seu titular a exercer os actos venatórios com arma de fogo
legalmente classificada de caça e com lança, bem como com os meios de caça
correspondentes à especificação anterior;
Arqueiro-caçador: habilita o seu titular a exercer actos venatórios com arco ou com
besta e com lança, bem como com os meios correspondentes à primeira especificação;
Cetreiro: habilita o seu titular a exercer actos venatórios com ave de presa e com lança
bem como com os meios correspondentes à primeira especificação.
2.9.1.3. Infracções
Caçar sem estar habilitado com carta de caçador, quando exigida por lei: crime punido
com pena de prisão até 3 meses ou com pena de multa até 90 dias.
TURISMO CINEGÉTICO 32
Capítulo 2 – Caça
Caçar com carta de caçador que tenha ultrapassado a data de validade, mas no
período estabelecido para a sua renovação (5 anos) - contra-ordenação punida com
coima de 249,40 a 2493,99 euros.
Licença Nacional – Permite caçar, sem prejuízo de outras limitações impostas por lei,
em todo o território nacional, durante uma época venatória. O montante da taxa devida
pela sua emissão é de 60 euros;
Licença Regional – Permite caçar na respectiva região cinegética, durante uma época
venatória, sendo o montante da taxa devida pela sua emissão de 30 euros;
Licença para Não Residentes em Território Nacional – Permite caçar, sem prejuízo de
outras limitações impostas por lei, em todo o território nacional, durante uma época
venatória. O montante da taxa devida pela sua emissão é de 100 euros; Para caçar
espécies cinegéticas de caça maior ou aquáticas, já não é, assim, necessário obter
qualquer outra licença.
TURISMO CINEGÉTICO 33
Capítulo 2 – Caça
• Identificar bem o alvo antes de atirar: O abate, mesmo involuntário, duma espécie
proibida não é digno de um caçador.
• Não praticar a caça com espírito de lucro: Tentar sempre aperfeiçoar e actualizar
conhecimentos sobre as espécies cinegéticas e a legislação da caça.
TURISMO CINEGÉTICO 34
Capítulo 2 – Caça
• Preocupar-se com o ordenamento das zonas de caça. A fauna tem de ser ajudada
todo o ano, e não somente durante a época de caça.
A seguir, será apresentada uma informação estruturada sobre a sinalética venatória, que
deve ser tida como de extrema importância a qualquer que queira exercer o seu direito de
caça.
TURISMO CINEGÉTICO 35
Capítulo 2 – Caça
Modelo de Sinal Indicativo de Proibição de Caçar - Este sinal, nas cores vermelha e
branca, com as dimensões de 25×12,5 cm, indica que é proibido caçar (Figura 2.3).
Este sinal indicativo da proibição de caçar utiliza-se isoladamente ou, em conjunto com
tabuletas do respectivo modelo indicado, como apresentado nos exemplos: Refúgios de
Caça (Figura 2.4) e Campos de Treino de Caça (Figura 2.5).
TURISMO CINEGÉTICO 36
Capítulo 2 – Caça
de áreas interditas à caça em áreas classificadas pode também ser utilizado o sinal
representado na Figura 2.7.
a) Capturar ou destruir ninhos, covas e luras, ovos e crias de qualquer espécie, salvo
quando autorizado;
d) Caçar nas queimadas, áreas percorridas por incêndios e terrenos com elas
confinantes, numa faixa de 250 m, enquanto durar o incêndio e nos 30 dias
seguintes;
TURISMO CINEGÉTICO 38
Capítulo 2 – Caça
Aves de Rapina
Pelas razões apontadas, as rapinas não devem obrigatoriamente ser relacionadas com a
diminuição da caça. Pelo contrário, a sua abundância e diversidade são indicadores
seguros de que uma região possui comunidades animais ricas e saldáveis.
Lince-Ibérico
TURISMO CINEGÉTICO 39
Capítulo 2 – Caça
Abetarda
Lobo-Ibérico
TURISMO CINEGÉTICO 40
Capítulo 2 – Caça
Esta análise auxilia na sistematização dos vários aspectos que têm sido e que ainda
serão referidos ao longo deste trabalho efectuando uma análise à envolvente interna e
externa ao Turismo de Caça em Portugal. Esta análise revela que a caça é uma
actividade com futuro e que mostra um grande dinamismo e potencial ainda por explorar.
Medidas Estratégicas
TURISMO CINEGÉTICO 41
Capítulo 2 – Caça
Medidas Tácticas
TURISMO CINEGÉTICO 42
Capítulo 2 – Caça
TURISMO CINEGÉTICO 43
Capítulo 2 – Caça
caçadores, que é utilizado para provocar o vómito imediato aos animais, sendo o
recurso de eleição por parte de muitos caçadores no momento em que detectam
que um dos seus cães ingeriu um isco envenenado.
• A falta de fiscalização séria e o fácil acesso a produtos que podem ser usados
como veneno têm contribuído para que o controlo ilegal de predadores seja uma
prática corrente e bem conhecida e admitida por todas as pessoas que estão
envolvidas com o sector cinegético.
TURISMO CINEGÉTICO 44
Capítulo 2 – Caça
A LPN expôs aos Secretários de Estado do Ambiente, Prof. Dr. Humberto Rosa, e do
Desenvolvimento Rural e das Florestas, Dr. Ascenso Simões, um documento que
manifesta as 10 grandes preocupações da LPN sobre o sector da caça em Portugal:
Avaliação das espécies cinegéticas que devem constar como exploráveis - A LPN
solicita que se constitua um grupo de trabalho transversal com o objectivo de compilar
toda a informação possível sobre as 40 espécies cinegéticas presentemente autorizadas
de serem exploradas e corrigidas e, posteriormente, rever a lista actual tendo em conta
os princípios de sustentabilidade referidos na Lei de Bases Gerais da Caça.
Agilização dos processos de direito à não caça - A LPN solicita que sejam agilizados
todos os pedidos de direito à não caça ainda pendentes. Os direitos venatório e de não
caça estão ambos legalmente reconhecidos, pelo que seria de se esperar atenção e
actuação idêntica por parte das tutelas.
TURISMO CINEGÉTICO 45
Capítulo 2 – Caça
Áreas de Refúgio de Caça e de Zonas de Interdição à Caça - A LPN solicita que seja
estabelecida uma Rede Nacional de Terrenos Não Cinegéticos (terrenos que abrangem
as áreas de refúgio de caça e as zonas de interdição à caça) integrada e articulada.
Zonas de Caça Nacionais - A LPN solicita que as ZCN (Zonas de Caça Nacionais)
possam conceder a exploração dos recursos cinegéticos ao sector privado (sendo então
desvirtuada a designação de ZCN) a fim de que a preservação dos valores ambientais
existentes nestas Zonas possam ser tidos como prioridade absoluta.
Consulta às ONGA nos processos de decisão - A LPN solicita que esta, e as outras
ONGA, possam participar nos processos de gestão cinegética nacionais.
TURISMO CINEGÉTICO 46
Capítulo 3 – Pesca
3. PESCA
3.1. INTRODUÇÃO
Este capítulo é dedicado ao turismo de pesca, e a actividade da pesca em si. Será
caracterizado o turismo de pesca, e analisados os seus os impactes, tanto positivos,
como negativos. Os métodos de pesca serão identificados, juntamente com as zonas de
pesca em que estão divididas o território Nacional. Por fim será realizada uma breve
referência ao turismo de pesca sustentável.
O turismo de pesca é praticado por muitos, como actividade secundária, como fuga à
vida quotidiana, ou simplesmente como uma forma de passar o tempo. Nos dias de hoje
é uma actividade bem desenvolvida e praticada tanto pelos mais novos como pelos mais
velhos.
A pesca lúdica é aquela que pertence ao turismo cinegético, visto que nas outras duas o
indivíduo visa ou trabalho, ou aprendizagem, o que deixa de ser qualificado como
turismo. Contudo, pode-se dizer que a pesca desportiva contribui indirectamente para o
turismo, visto que em períodos de grandes competições, em que os desportistas deixam
o seu país para participar dos campeonatos, é mais que possível que além de virem
competir, também façam turismo, seja ele de pesca ou qualquer outro tipo de turismo.
TURISMO CINEGÉTICO 47
Capítulo 3 – Pesca
Zonas de Abrigo e Zonas de Desova: nestas zonas é proibida a prática da pesca. Estas
zonas visam a protecção e preservação das espécies que se encontram nestes locais por
serem propícios ao seu desenvolvimento.
Zonas de Pesca Reservada: Têm como propósito racionalizar a utilização dos recursos
aquícolas sendo só permitida a prática de pesca desportiva ou de lazer. Estas zonas têm
um regulamento adequado ao seu objectivo, que estabelece o número diário de pessoas,
os períodos, processos e meios de pesca, dimensões mínimas e os tipos de licenças
obrigatórias.
Zonas de Pesca Condicionada: São zonas que não têm um regulamento próprio, no
entanto restringem o material de pesca à cana e linha de mão. Tem como principal
objectivo a proibição da pesca profissional em locais onde a pesca é prejudicial ao
desenvolvimento de certas espécies.
TURISMO CINEGÉTICO 48
Capítulo 3 – Pesca
3.4. Impactes
Tal como qualquer outra actividade turística, o turismo de pesca possui impactes
negativos e positivos, que devem ser analisados a fim de ser possível desenvolver os
impactes positivos, de modo a minimizar os impactes negativos.
Impactes negativos
Impactes positivos
• Preservação das áreas naturais nos destinos onde se é praticada a pesca, pois o
meio ambiente natural é a própria matéria-prima do turismo;
TURISMO CINEGÉTICO 49
Capítulo 3 – Pesca
Grande parte dos acidentes ligados à pesca ocorrem porque o pescador se descuida da
sua segurança e põe em primeiro plano a pescaria. Por vezes são escolhidos locais
pouco seguros mas que estão carregados de peixe. Estes desleixos por parte da
segurança têm vitimado pescadores dos menos aos mais experientes, deste modo, a
segurança deve estar sempre em primeiro lugar.
É importante ter em conta que é possível acontecer mudanças repentinas das condições
atmosféricas que podem fazer com que a pescaria termine;
O pescador deve verificar se o lugar onde se encontra permite uma saída rápida e em
segurança;
No caso de ir pescar para rios e albufeiras, o pescador deve verificar se o lugar onde se
encontra não é propício a desmoronamentos ou outros acidentes semelhantes;
O pescador deve verificar se existem linhas de alta-tensão próximas e devem ter cuidado
com os lançamentos para que não atinjam pessoas ou objectos;
TURISMO CINEGÉTICO 50
Capítulo 3 – Pesca
Deve-se sempre verificar se a ondulação não põe o pescador em risco, visto que a
agitação marítima pode alterar-se;
O pescador nunca se deve por em risco para recuperar material, e se o material ficou
preso deve cortar a linha;
O pescador deve conhecer formas de lidar com as espécies de peixes mais perigosas;
Deve ser usado vestuário leve, que não interfira com a necessidade de nadar, caso
alguma coisa caia na água.
TURISMO CINEGÉTICO 51
Capítulo 3 – Pesca
CONCLUSÃO
Da análise que foi realizada durante o processo de construção deste relatório é possível
apontar o turismo cinegético, principalmente a caça, como uma actividade com grandes
impactes no território e também nas economias regionais e locais. O trabalho permitiu
ainda verificar que a caça, enquanto atractivo turístico, tem o seu maior exemplo nas
zonas de caça turísticas, que se constituem e são geridas por entidades concessionárias
que tenham como objectivo o aproveitamento económico e turístico dos recursos
cinegéticos, associado à prestação de serviços turísticos de alojamento, animação,
restauração e outras infra-estruturas de apoio aos caçadores.
A maioria dos caçadores, através das organizações a que pertencem tem revelado um
forte empenho em colocar a preservação da natureza como prioridade pois sem esta
consciência a caça, e de igual modo, a pesca, estariam em perigo. Em prol da
concretização do objectivo de preservar ao mesmo tempo que se pratica a caça, os
caçadores criaram um código do caçador que prevê sobretudo medidas de preservação
da natureza como, não abandonar lixo e cartuxos vazios no campo.
Espera-se que com este trabalho tenha sido possível provar que o turismo cinegético:
provê um maior desenvolvimento às localidades em que é praticado; constitui-se numa
actividade de crescente importância e alargamento tanto em Portugal como em outras
partes do mundo; envolve outras actividades complementares tanto desportivas, como
ambientais e ecológicas; possui maior intensidade no Alentejo; e possui tanto pontos
fortes, como pontos fracos, e ainda oportunidades e ameaças, que devem ser analisados
de modo a que sejam aplicadas as medidas estratégicas mais adequadas.
TURISMO CINEGÉTICO 52
Anexo A
Anexo A
Anexo A.3: Calendário Venatório das Espécies Sedentárias – Terrenos não ordenados.
Anexo A.4: Calendário Venatório das Espécies Migratórias – Terrenos ordenados e não ordenados.
Bibliografia
TURISMO CINEGÉTICO 54
Bibliografia
TURISMO CINEGÉTICO 55
Webgrafia
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TURISMO CINEGÉTICO 57
Glossário
Glossário
Águas interiores: Todas as águas superficiais doces e as águas de transição não
submetidas à jurisdição da autoridade marítima.
Águas livres: Águas públicas não submetidas a planos de gestão e exploração nem a
medidas de protecção específicas.
Águas de transição: Águas superficiais na proximidade das fozes dos rios, parcialmente
salgadas em resultado da proximidade de águas costeiras, que são também
significativamente influenciadas por cursos de água doce.
Áreas de protecção: Áreas onde a caça possa vir a causar perigo para a vida, saúde ou
tranquilidade das pessoas ou constitua risco de danos para os bens.
Batedor: Auxiliar de caçador com a função de procurar, perseguir e levantar caça maior
sem ajuda de cães ou caça menor com ou sem ajuda de cães.
Caçador: Indivíduo que, com excepção dos auxiliares, pratica o acto venatório, sendo
titular de carta de caçador ou dela está dispensado nos termos previstos na lei.
Campo de treino de caça: Área destinada à prática, durante todo o ano, de actividades
de carácter venatório, nomeadamente o exercício de tiro e de cães de caça, a realização
de provas de cães de parar sobre espécies criadas em cativeiro.
TURISMO CINEGÉTICO 58
Glossário
Dias de Caça: Consideram-se dias de caça, aqueles em que o exercício venatório pode
ser praticado. Nos concelhos em que todos os terrenos cinegéticos estejam ordenados o
exercício da caça pode ser praticado nos dias previstos nos planos anuais de exploração
das zonas de caça. No caso de espécies cinegéticas migradoras o número de dias de
caça por semana não pode ser superior a dois dias em zonas de caça municipais, zonas
de caça nacionais, nem a três dias em zonas de caça turísticas. Nos restantes concelhos
e com excepção das situações abaixo indicadas, a caça só pode ser praticada aos
domingos, quintas-feiras e feriados nacionais obrigatórios, excluindo o dia de Natal.
Domínio hídrico: Conjunto de bens que integra as águas, doces ou salobras, das
correntes de água, dos lagos, lagoas e albufeiras e os terrenos que constituem os leitos
dessas águas, bem como as respectivas margens e zonas adjacentes e ainda o subsolo
e espaço aéreo correspondentes.
Enclave: Terrenos situados no interior de zona de caça não incluídos na mesma, ou que
confinam com ela em, pelo menos, quatro sétimos do seu perímetro.
Época venatória: Período que decorre entre 1 de Junho de cada ano e 31 de Maio do
ano seguinte.
Jornada de caça: São as caçadas propriamente ditas em que a caça só pode ser
praticada de dia, ou seja entre o começo do crepúsculo da manhã e o fim do crepúsculo
da tarde.
Leito: Terreno coberto pelas águas quando não influenciadas por cheias extraordinárias,
inundações ou tempestades, nele se incluindo os mouchões, lodeiros e areais nele
TURISMO CINEGÉTICO 59
Glossário
formados por depósito aluvial, limitado pela linha que corresponde à estrema dos
terrenos que as águas cobrem em condições de cheias médias, sem transbordar para o
solo natural, habitualmente enxuto, e que é definido, conforme os casos, pela aresta da
crista superior do talude molhado das motas, cômoros, valados, tapadas ou muros
marginais.
Jornada de pesca: Período que decorre entre a meia hora que antecede o nascer do Sol
e meia hora após o pôr do Sol, excepto em situações a regulamentar.
Margem: Faixa de terreno contígua ao leito ou sobranceira à linha que delimita o leito
das águas, de largura variável em função da classificação do curso de água para efeitos
de navegação ou flutuação.
Matilha de caça maior: Conjunto de cães utilizados em montarias, com número máximo
de 25 animais.
Matilheiro: Auxiliar do caçador que tem a função de procurar, perseguir e levantar caça
maior com ajuda de cães.
Negaceiro: Auxiliar do caçador que tem a função de atrair espécies cinegéticas com a
utilização de negaças.
Pesca lúdica: Pesca exercida como actividade de lazer ou recreio em que não podem
ser comercializados os exemplares capturados.
TURISMO CINEGÉTICO 60
Glossário
Pesca profissional: Pesca exercida como actividade comercial, praticada por indivíduos
devidamente licenciados.
TURISMO CINEGÉTICO 61
Glossário
Terrenos cinegéticos não ordenados: Terrenos livres onde não existem quaisquer tipos
de reservas e onde a caça é livre para todos os caçadores que naqueles terrenos
queiram caçar.
Terrenos cinegéticos ordenados: São todos os terrenos onde existem os vários tipos
de zonas de caça.
Turismo: Actividade desenvolvida por indivíduos que deslocam-se para locais situados
fora do seu enquadramento habitual, por um período superior a 24 horas e inferior a um
ano, motivados por diversos factores.
Utilizador dos recursos aquícolas das águas interiores: Toda a pessoa singular ou
colectiva que usufrua dos recursos aquícolas das águas interiores.
Zonas de não caça: Zonas onde por vontade dos proprietários não é exercido qualquer
acto venatório.
TURISMO CINEGÉTICO 62
Glossário
Zonas de Caça Turísticas (ZCT): São zonas de interesse turístico que se constituem e
são geridas por entidades concessionárias públicas ou privadas (Clubes, associações,
empresas) que tenham como objectivo o aproveitamento económico e turístico dos
recursos cinegéticos associado à prestação de serviços turísticos de alojamento,
animação, restauração e infra-estruturas de apoio aos caçadores (pavilhão de caça).
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