Dopo un capitombolo, dopo un brutto voto, dopo una litigata... e di sicuro anche al ristorante! L’inventore del famoso dolce infatti ha deciso di chiamare così la sua creazione. E ha fatto centro: il nome è stata una dele ragioni del suo strepitoso successo. Il tiramisù è uno dei dolci più buoni in circolazione e uno dei più facili da preparare. Basta sbattere i rossi d’uovo con lo zucchero, mescolarli al mascarpone, aggiungere i bianchi montati a neve e cospargere la crema così ottenuta sui biscotti savoiardi imbevuti di caffè, e infine spolverare con un po’ di cacao. Niente forno, niente lievito: solo la voglia di giocare in cucina. I nostri antenati però non sapevano cosa fosse. Si è diffuso a partire dagli anni Settanta del Novecento, a differenza dei suoi ingredienti, che hanno una storia molto più antica. I savoiardi, per esempio, i caratteristici “biscotti all’uovo allungati”, erano conosciuti già ai tempi dei Gonzaga, la famiglia che durante il Rinascimento comandava dalle parti di Mantova. Fu proprio un cuoco di corte a svelare gli ingredienti con cui si facevano: sei uova, tre etti di zucchero e uno di farina. Se lui era abilissimo a prepararli, la loro invenzione si deve però a uno chef vissuto un secolo prima alla corte di un’altra importante famiglia che regnava nella zona di Torino, i Savoia: fu lui a inventarli per un banchetto in occasione di una visita del re di Francia. Per il mascarpone invece la faccenda è un po’ più intricata: sarebbe stato inventato vicino a Lodi, in Lombardia, ma la data certa non la sa nessuno. Come nessuno sa quando è giunto il caffè per la prima volta in Europa. Di sicuro ha fatto un lunghissimo viaggio: è partito da terre lontane, precisamente dallo Yemen, nella Penisola araba. Nel Cinquecento era bevuto in Turchia e da lí si è diffuso nel resto d’Europa. All’inizio nessuno lo considerò seriamente. Anzi, la Chiesa ci mise una croce sopra, arrivando a definirlo la “bevanda del diavolo”. Chi lo beveva – a sentire loro – invece di riposare rimaneva sveglio tutta la notte, per effeto della caffeina. Cosa poco raccomandabile a quei tempi, quando per le città dopo le nove di sera giravano solo brutti ceffi. Dichiarare di bere caffè insomma era un po’ come dire: “Sono un poco di buono”, e nessuno voleva trovarsi quel timbro addosso! Ci volle un secole, letteralmente, perché la bevanda nera iniziasse a essere accettata in società. Fu quando le maldicenze sul suo conto andarano diminuendo e tutti, più o meno alla luce del sole, iniziarono a concedersi una tazzina di caffè ogni tanto. A quel punto la bevanda tanto criticata uscì allo scoperto ed ebbe il suo riscatto: in tutte le città fiorirono botteghe del caffè, posti eleganti dove ci si dava appuntamento per scambiare quattro chiacchiere, proprio come si fa oggi al bar. Ma torniamo al nostro tiramisù: per farlo, oltre a savoiardi, caffè e mascarpone, serviva un ultimo, fondamentale ingrediente: il cosiddetto sbatudìn, per dirlo alla veneta, ovvero il rosso dell’uovo messo in una ciotola con lo zucchero e girato con un cucchiaio fino a diventare una morbida crema. Fin dall’antichità era considerato miracoloso: secondo i medici dava forza ed energia. Il greco Galeno affermava per esempio che nella dieta di una persona anziana, come in quella di un bambino, era fondamentale. E l’uovo, sbattuto o in altre forme, era sempre presente anche sulle tavole degli antichi Romani. Il geniaccio che per primo ha pensato di unirlo agli altri ingredienti inventando il tiramisù, però, sarebbe stato un cuoco di una pasticceria di Treviso: Roberto Linguanotto. A sostenerlo è Giuseppe Maffioli, uno scrittore di gastronomia che negli anni Settanta del Novecento dirigeva un giornale, il “Vin Veneto”. La faccenda in realtà è discussa. Ci sono altri ristoranti del Friuli e del Veneto che dicono di essere stati loro, anni prima, ad avere inventato un dolce identico. Non sapremo mai la verità. Di certo però possiamo affermare che fu inventato nel Novecento. E chi l’ha pensato si è ispirato ai dessert golosissimi tipici del Nord Europa. Se si esce dai confini del nostro Paese, infatti, è facile trovare un dolcetto simile al tiramisù: la zuppa inglese. Ha una base di pan di Spagna imbevuta di liquore ed è coperta da crema pasticcera. Non è proprio uguale, ma ci assomiglia. Può avere molte varianti e la più buffa è quella detta del “porcospino”: un pan di Spagna coperto invece che col cacao con decine di pinoli che lo fanno assomigliare a un porcospino! La più snob è invece la charlotte, una composizione elegantissima, fatta con crema bavarese, savoiardi e frutta. L’inventore del tiramisù di sicuro conosceva tutti questi dolci, ma è stato anche bacciato dalla fortuna. Una coincidenza infatti ha giocato a suo favore: presto il dolce è diventato un gusto di gelato diffuso nelle gelaterie artigianali. Chiunque lo assaggiasse si leccava i baffi. E appena poteva, andava in pasticceria a chiedere un pezzo di quel dolce che aveva assaggiato sul cono. E poiché si sa che la pubblicità è l’anima del commercio... quale pubblicità migliore di un buon gelato? O TIRAMISSU (Mesmo som de Tirami su: Puxe-me pra cima)
Quantas vezes você já disse: “Puxe-me
para cima!”[“Tire-me daqui”]. Depois de uma queda, depois de uma nota ruim, depois de uma briga... e com certeza até em um restaurante! Na verdade, o inventor da famosa sobremesa decidiu chamar assim a sua criação. E acertou em cheio: o nome foi um dos motivos do seu estrondoso sucesso. O tiramissu é uma das melhores sobremesas que existem e uma das mais fáceis de preparar. Basta bater as gemas com o açúcar, misturá-las com o mascarpone, juntar as claras batidas e colocar o creme assim obtido sobre os biscoitos champanhe embebidos em café e, por fim, polvilhar com um pouco de cacau. Sem forno, sem fermento: só vontade de brincar na cozinha. No entanto, nossos ancestrais não sabiam o que era. Difundiu-se desde a década de 1970, ao contrário dos seus ingredientes, que têm uma história muito mais antiga. Os biscoitos champanhe, por exemplo, os característicos “biscoitos de ovo alongados”, já eram conhecidos na época dos Gonzagas, família que governou a região de Mântua durante o Renascimento. Foi um chef da corte quem revelou os ingredientes com que eram feitos: seis ovos, trezentos gramas de açúcar e cem gramas de farinha. Ele pode ter sido muito hábil na sua preparação, mas a sua invenção deveu-se a um chef que viveu um século antes, na corte de outra importante família que reinava na região de Turim, os Sabóia: foi ele quem os inventou para um banquete por ocasião de uma visita do rei da França. Para o mascarpone, porém, a questão é um pouco mais complicada: foi inventado perto de Lodi, na Lombardia, mas ninguém sabe a data exata. Assim como ninguém sabe quando o café chegou à Europa. Certamente, fez uma viagem muito longa: partiu de terras distantes, precisamente do Iêmen, na Península Arábica. No século XVI, era bebido na Turquia e de lá se espalhou pelo resto da Europa. No início, ninguém levou a sério. Com efeito, a Igreja pôs-lhe marca negativa, chegando ao ponto de defini-lo como a “bebida do diabo”. Quem o bebia – segundo eles – em vez de descansar, ficava acordado a noite toda, por conta do efeito da cafeína. O que não era muito recomendável naquela época, quando só bandidos perambulavam pelas cidades depois das nove da noite. Resumindo, declarar que você tomava café era um pouco como dizer: “Não presto”, e ninguém queria ter essa marca! Demorou literalmente um século para que a bebida negra começasse a ser aceita na sociedade. Foi quando os rumores sobre ela foram diminuindo e todos, mais ou menos abertamente, começaram a tomar um café de vez em quando. Aí a tão criticada bebida veio à tona e teve sua redenção: em todas as cidades, floresceram as cafeterias, lugares elegantes onde as pessoas se reuniam para bater um papo, como fazem hoje no bar. Mas voltemos ao nosso tiramissu: para prepará-lo, além dos biscoitos, do café e do mascarpone, era necessário um último e fundamental ingrediente: o chamado sbatudìn, para dizer à moda veneziana, ou a gema do ovo colocada em uma tigela com o açúcar e mexida com uma colher até formar um creme macio. Desde a antiguidade era considerado milagroso: segundo os médicos dava força e energia. O grego Galeno afirmou, por exemplo, que, tanto na alimentação de um idoso, como na de uma criança, era fundamental. E o ovo, batido ou em outras formas, sempre esteve presente nas mesas mesmo dos antigos romanos. O gênio que primeiro pensou em combiná-lo com os demais ingredientes para inventar o tiramissu, porém, teria sido um chef de uma confeitaria de Treviso: Roberto Linguanotto. Isto é afirmado por Giuseppe Maffioli, um escritor de culinária que dirigiu um jornal, “Vin Veneto”, na década de 1970. O assunto é realmente discutível. Há outros restaurantes em Friuli e Vêneto que dizem que, anos antes, inventaram uma sobremesa idêntica. Nunca saberemos a verdade. No entanto, podemos certamente dizer que foi inventada no século XX. E quem pensou nisso inspirou- se nas deliciosas sobremesas típicas do Norte da Europa. Na verdade, se você sair das fronteiras do nosso país, é fácil encontrar uma sobremesa parecida com o tiramissu: a zuppa inglesa (pavê de pão-de-ló e creme, às vezes traduzido como bagatela). Tem uma base de pão-de-ló embebida em licor e coberta com creme. Não é exatamente o mesmo, mas é parecido. Pode ter muitas variações e a mais engraçada é a chamada “porco-espinho”: um pão-de-ló coberto em vez de cacau com dezenas de pinhões que o fazem parecer um porco-espinho! A mais esnobe é a charlotte, uma composição muito elegante, feita com creme bávaro, biscoitos chamapanhe e frutas. O inventor do tiramissu certamente conhecia todas essas sobremesas, mas também teve sorte. Na verdade, uma coincidência funcionou a seu favor: a sobremesa logo se tornou um sabor de sorvete popular nas sorveterias artesanais. Qualquer um que provasse lambia os beiços. E assim que podia, dirigia-se até a confeitaria para pedir um pedaço daquela sobremesa que havia provado na casquinha. E como sabemos que a publicidade é a alma do comércio... que melhor publicidade do que um bom sorvete? APRESENTAÇÃO Il tiramisù è un dolce tipico italiano molto apprezzato e facile da preparare: Basta sbattere i rossi d’uovo con lo zucchero, mescolarli al mascarpone, aggiungere i bianchi montati a neve e cospargere la crema così ottenuta sui biscotti savoiardi imbevuti di caffè, e infine spolverare con un po’ di cacao. Secondo il libro Che Bontà, da Giuliana Rotondi, l'inventore di questo dolce decise di chiamarlo tiramisù, perché assomiglia alla frase italiana “Tirami su”, e questo ebbe un effetto psicologico sui suoi assaggiatori, facendogli apprezzare il dolce anche più, decretandone un enorme successo. L'autrice del libro citato dimostra che gli ingredienti per preparare il tiramisù erano conosciuti molto prima della diffusione di questo dolce, avvenuta negli anni Settanta del Novecento. Vediamo la storia di questi ingredienti. I savoiardi, secondo l'autrice, erano già conosciuti al tempo dei Gonzaga, famiglia che comandava dalle parti di Mantova durante il Rinascimento. Tuttavia, la creazione dei biscotti savoiardi è avvenuta un secolo prima ad opera di uno chef vissuto alla corte dell'importante famiglia Savoia, nella zona di Torino. Questo chef li avrebbe inventati per un banchetto in occasione di una visita del re di Francia. Un altro ingrediente del tiramisù è il mascarpone. Secondo l'autrice del libro, il mascarpone è stato inventato vicino a Lodi, in Lombardia, ma nessuno conosce la data esatta. Un altro componente della ricetta, anch'esso dalla storia complicata, era il caffè, che proveniva dallo Yemen, nella penisola arabica, ma non si sa con certezza quando arrivò in Europa. Ma, nel XVI secolo, veniva bevuto in Turchia e da lì si diffuse nel resto d’Europa. Inizialmente il caffè ebbe una pessima fama, tanto che anche la Chiesa cattolica gli diede un'etichetta negativa, arrivando a definirlo la “bevanda del diavolo”. A causa dell'effetto della caffeina, chi beveva del caffè restava sveglio tutta la notte, cosa poco consigliata a quel tempo, quando dopo le nove di sera per le città giravano solo i criminali. Fu solo un secolo dopo che il caffè cominciò ad essere accettato nella società. In ogni città fiorivano le caffetterie, luoghi eleganti dove la gente si riuniva per chiacchierare. Un altro ingrediente del tiramisù conosciuto da molto tempo era l'uovo. Fin dall'antichità era considerato benefico per la salute, e si riteneva donasse forza ed energia. Il greco Galeno affermava che mangiare uova era essenziale per la salute degli anziani e dei bambini. E, nelle varie forme per il consumo, l'uovo è sempre stato presente anche sulle tavole degli antichi Romani. L'autrice della nostra opera di consultazione cita Giuseppe Maffioli, giornalista gastronomico del quotidiano “Vin Veneto”, negli anni Settanta del Novecento, il quale afferma che l'inventore del tiramisù fu uno chef di nome Roberto Linguanotto, di una pasticceria di Treviso. Su questo non c'è certezza perché ci sono altri ristoranti in Friuli e Veneto che affermano di aver inventato, anni prima, un dolce identico. Per ora non possiamo sapere tutta la verità. Esistono altre ricette famose in Europa che potrebbero aver ispirato la creazione del tiramisù. Abbiamo ad esempio la zuppa inglese, che ha una base di pan di Spagna imbevuto di liquore e ricoperto di crema, simile al tiramisù, ma non uguale. Esistono anche delle varianti di questa zuppa: una di queste assomiglia ad un porcospino, perché è fatta con pan di Spagna ricoperto da decine di pinoli, al posto del cacao. Un'altra variante più sofisticata della zuppa è la charlotte, realizzata con crema bavarese, biscotti savoiardi e frutta. Nel promuovere il tiramisù, il suo inventore ebbe una coincidenza a suo favore, poiché è stata iniziata la produzione di un gelato al gusto tiramisù, e molto aprezzato nelle gelaterie artigianali, contribuendo ad aumentare la fama del dolce recentemente nato a quel tempo. Anche il gelato deve essere molto buono, poiché il tiramisù è buonissimo! TRADUÇÃO DA APRESENTAÇÃO
O tiramisu é uma sobremesa típica
italiana muito apreciada e fácil de ser preparada: basta bater as gemas com o açúcar, misturá-las com o mascarpone, juntar as claras batidas em neve e colocar o creme assim obtido sobre os biscoitos champanhe embebidos em café e, por fim, polvilhar com um pouco de cacau. Segundo o livro Che Bontà, de Giuliana Rotondi, o inventor dessa sobremesa resolveu colocar-lhe o nome tiramissu, porque soa como a frase italiana “Tirami su”, e isso teve um efeito psicológico nos seus degustadores, fazendo-os apreciar ainda mais a iguaria, tornando-a um grande sucesso. A autora do livro citado mostra que os ingredientes para o preparo do tiramissu foram conhecidos muito tempo antes de esta sobremesa ter sido difundida, o que ocorreu na década de 1970. Vejamos a história desses ingredientes. Os biscoitos champanhe, segundo a autora, já eram conhecidos na época dos Gonzagas, família que governou a região de Mântua durante o Renascimento. Contudo, a criação dos biscoitos champanhe aconteceu um século antes por um chef que viveu na corte da importante família Saboia, da região de Turim. Esse chef os teria inventado quando a família recebeu a visita do rei da França, concedendo-lhe um banquete. Outro ingrediente do tiramissu é o mascarpone. Segundo a autora do livro, o mascarpone foi inventado perto de Lodi, na Lombardia, mas ninguém sabe a data exata. Outro componente da receita que teve também uma história complicada foi o café, que saiu do Iêmen, na Península Arábica, mas não se sabe com certeza quando chegou à Europa. Mas, no século XVI, era bebido na Turquia e de lá se espalhou pelo resto da Europa. No início, o café teve uma fama ruim, pois até mesmo a Igreja Católica pôs-lhe marca negativa, chegando ao ponto de defini-lo como a “bebida do diabo”. Por conta do efeito da cafeína, quem o bebia ficava acordado a noite toda, o que não era muito recomendável naquela época, quando só bandidos perambulavam pelas cidades depois das nove da noite. Somente um século depois é que o café começou a ser aceito na sociedade. Em todas as cidades, floresceram as cafeterias, lugares elegantes onde as pessoas se reuniam para bater um papo. Outro ingrediente do tiramissu que já era conhecido há muito tempo era o ovo. Desde a antiguidade era considerado bom para a saúde, e considerava-se que dava força e energia. O grego Galeno afirmou que comer ovos era fundamental para a saúde de idosos e crianças. E o ovo, em diversas formas, de consumo sempre esteve presente nas mesas mesmo dos antigos romanos. A autora do livro da nossa referência cita Giuseppe Maffioli, um escritor de culinária do jornal “Vin Veneto”, na década de 1970, o qual afirma que o inventor do tiramissu, teria sido um chef de uma confeitaria de Treviso chamado Roberto Linguanotto. Não se tem uma certeza sobre o assunto porque há outros restaurantes em Friuli e Vêneto que dizem que, anos antes, inventaram uma sobremesa idêntica. Não se pode saber a verdade completa por enquanto. Há outras receitas famosas na Europa que podem ter inspirado a criação do tiramissu. Por exemplo, temos a zuppa inglesa, que tem uma base de pão-de-ló embebida em licor e coberta com creme, parecida com o tiramissu, mas não é igual. Também há variações dessa zuppa: uma dessas variações lembra um porco-espinho, porque é feita com pão-de-ló coberto com dezenas de pinhões, em vez de cacau. Outra variação mais sofisticada da zuppa é a charlotte, feita com creme bávaro, biscoitos chamapanhe e frutas. Para a divulgação do tiramissu, o seu inventor teve uma coincidência a seu favor, pois surgiu um sorvete que tinha o sabor do tiramissu, e era muito apreciado nas sorveterias artesanais, ajudando na fama da sobremesa que tinha sido recentemente criada à época. O sorvete também deve ser muito bom, porque o tiramissu é delicioso!