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MÁQUINAS ELÉCTRICAS

O PROFESOR: Mateus Mbala

Namibe/2019
ii
Prefácio
Actualmente, podemos considerar as máquinas eléctricas (motores, geradores e
transformadores) como parte integrante do nosso dia-a-dia.

Para se perceber o funcionamento das máquinas eléctricas, é fundamental que se


compreendam os princípios do electromagnetismo. Neste contexto, é fundamental
perceber as características principais das máquinas eléctricas.

O estudo das máquinas eléctricas mostra-se então de grande importância para este curso.

Na primeira unidade, se introduz o conceito de corrente alternada monofásica,


destacando-se como se difere da corrente contínua, assim como a análise de circuitos de
diferentes configurações alimentados com tensões alternadas; analisando-se desta forma,
as relações existentes entre correntes e tensões nesses circuitos mediante cálculos,
simulação de circuitos de forma virtual e o uso do laboratório real.

Na segunda unidade, abordar-se-á o sistema trifásico, que pode ser equilibrado ou


desequilibrado e as suas ligações fundamentais que são estrela e triângulo, de modos a
analisar as relações existentes entre correntes e tensões, bem como as potências (activa,
reactiva e aparente) e outros parâmetros como factor de potência mediante cálculos,
simulação de circuitos de forma virtual e o uso do laboratório real.

iii
ÍNDICE
Pág.
UNIDADE I – CORRENTE ALTERNADA ................................................................... 1
Introdução ................................................................................................................... 1
1.1. Corrente alternada monofásica ............................................................................ 2
1.1.1. Corrente contínua ............................................................................................. 2
1.1.2. Corrente alternada ............................................................................................ 2
1.1.2.1. Características da corrente alternada ............................................................ 3
1.1.3. Circuitos em corrente alternada ........................................................................ 5
1.2. Exercícios........................................................................................................... 13
UNIDADE II – CIRCUITO DE CORRENTE ALTERNADA TRIFÁSICA ..................... 17
Introdução ................................................................................................................. 17
2.1. Produção de um sistema trifásico de tensões .................................................... 18
2.1.1. Características das tensões e correntes no sistema trifásico.......................... 18
2.2. Ligação dos receptores trifásicos ....................................................................... 19
2.2.1. Ligação dos receptores em estrela ................................................................. 19
2.2.2. Ligação dos receptores em triângulo .............................................................. 22
2.3. Potência trifásicas .............................................................................................. 24
2.3.1. Potência na ligação estrela equilibrada ........................................................... 24
2.3.2. Estrela desequilibrada ..................................................................................... 25
2.3.3. Potências na ligação em triângulo equilibrado ................................................ 26
2.3.4. Triângulo desequilibrado ................................................................................. 26
2.4. Medidas de potências trifásicas ......................................................................... 27
2.4.1. Método do wattímetro trifásico ........................................................................ 27
2.4.2. Método de um só wattímetro ........................................................................... 27
2.4.3. Método dos três wattímetros ........................................................................... 27
2.4.4. Método dos dois wattímetros .......................................................................... 28
2.5. Números complexos .......................................................................................... 28
2.5.1. Operação com os números complexos ........................................................... 29
2.5.2. Exercícios de aplicação de números complexos ............................................. 30

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UNIDADE I – CORRENTE ALTERNADA

Introdução

A corrente alternada é a principal tipo de energia eléctrica usada em residências,


indústrias, fábricas, etc. dado a alternância que a mesma realiza, sendo assim, é
necessário e importante entender cuidadosamente a corrente alternada. Estudar a
corrente alternada não corresponde apenas nos receptores ou consumidores. No
estudo da C.A deve-se começar por entender as suas características, bem como os
tipos de circuitos e o comportamento dos mesmos circuitos.

A corrente alternada é subdividida em monofásica, bifásica, trifásica e polifásica. As


duas primeiras formas de corrente alternada não possuem grandes diferenças, daí
o estudo de uma possibilita a compreensão da outra. Neste item será abordado a
corrente alternada monofásica.

Objectivo geral

 Conhecer e saber utilizar circuitos com corrente alternada monofásica

Objectivos específicos

 Diferenciar a corrente alternada da corrente contínua;


 Caracterizar a corrente alternada;
 Conhecer os circuitos de corrente alternada;
1.1. Corrente alternada monofásica

As duas formas de corrente eléctrica mais utilizada são:


 Corrente contínua (CC, em Português, ou DC em Inglês)
 Corrente Alternada (CA, em Português, ou AC em Inglês)

1.1.1 Corrente contínua

Corrente contínua, corrente directa, ou ainda corrente constante, é a corrente na


qual o fluxo ordenado de electrões dá-se sempre numa única direcção. Outra
característica importante é que os seus valores se mantêm constante no tempo
(Matias J., 2005).

Fig. 1: Gráfico da corrente contínua. Fonte: Matias (2005)

Esse tipo de corrente é gerada por baterias, pilhas, dínamos (geradores de


C.C.), células solares e fontes de alimentação de várias tecnologias,
que rectificam a corrente alternada em corrente contínua. Esta forma de corrente,
possui apenas um polo negativo (-) e outro positivo (+) e é caracterizada apenas pela
tensão e a corrente. Em C.C os elementos activos (resistência) e reactivos (indutância
e capacitor) se comportam como resistor, se opondo a passagem da corrente, sendo
assim a tensão é: U = I.R. Como não existe variação da corrente no tempo a potência
consumida é: P = U.I e a potência dissipada é: P = I2.R

1.1.2. Corrente alternada

Corrente alternada, também chamada corrente periódica sinusoidal é a corrente


que varia ao longo do tempo, alternando o sentido pela qual atravessa um
condutor. A corrente alternada é o tipo de corrente usada nas residências e em
sistemas de grandes potências. Em C.A. a relação entre a tensão (U) e a corrente
(I) chama-se impedância

𝐔
(Z): Z =
𝐈

2
Fig. 2: Gráfico da corrente alternada. Fonte: Matias (2005)

1.1.2.1. Características da corrente alternada

a) Valor Instantâneo – u (t)


O valor instantâneo de uma grandeza alternada sinusoidal, representa o valor que a
grandeza assume em cada instante da sua evolução. Matematicamente é: u(t) =
Um.sin (ωt) em que, ω representa a frequência angular, dada em radianos por
segundo (rad/s). A relação entre a frequência angular, a frequência e o período é a
seguinte: ω = 2𝝅.f = 2𝝅/T
b) Período (T) e Frequência (f)
Dado que a C.A. se repete periodicamente (ciclicamente), uma das características
fundamentais é o tempo necessário para realizar um ciclo, denominado período (T),
cuja unidade é o segundo (s).

Fig. 3: Representação gráfica do período. Fonte: Matias (2005)

Outra característica directamente relacionada com o período, é a frequência (f). Esta


grandeza representa o número de ciclos que ocorre num segundo e a sua unidade
𝟏
é o Hertz (Hz). A relação entre a frequência e o período é: f =
𝑻

3
c) Amplitude (Vmax)

Amplitude, também designada por valor máximo ou valor de pico, é o valor


instantâneo mais elevado atingido pela grandeza (tensão, corrente, f.e.m., etc.). Para
as grandezas, tensão e corrente, este valor pode ser representado pelos símbolos
Um e Im. Considera-se amplitudes máximas positivas e negativas:

Fig. 4: Representação dos valores máximos. Fonte: Matias (2005)

A relação entre a tensão máxima positiva e máxima negativa é denominada tensão


de pico á pico: Up-p = Ump - (-UmN)
d) Valor aritmético médio (Vméd)
Valor aritmético médio (Vméd) de uma alternância (positiva ou negativa) é o valor que
deverá ter uma corrente continua para transportar no mesmo intervalo de tempo, a
mesma quantidade de electricidade que a corrente alternada (Matias, 2005).
O valor médio de uma grandeza senoidal, quando se refere a um ciclo completo é
nulo.

Fig. 5: Representação do valor médio. Fonte: Matias (2005)


𝟐
A relação entre a corrente média e a corrente máxima é: Iméd = 𝝅 Im. O mesmo caso

pode ser aplicado para a tensão:

Fig. 6: Relação entre a corrente média e a corrente máxima. Fonte: Matias (2005)

4
e) Valor Eficaz (Uef) ou URMS (Root Mean Square, ou valor médio quadrático)
O valor eficaz é o valor que produz o mesmo efeito calorifico (potência), quer em
corrente contínua, quer em corrente alternada.
𝐈𝐦 𝐔𝐦
Os valores eficazes calculam-se pela seguinte equação: I = ;U=
√𝟐 √𝟐

Fig. 7: Representação da tensão eficaz. Fonte: Matias (2005)

1.1.3. Circuitos em corrente alternada

A análise de circuitos em corrente alternada implica o estudo de três elementos


básicos: resistência, indutância (bobina) e capacitância (condensador).
 Circuito resistivo

Define-se como circuito resistivo, todo circuito predominantemente constituído por


cargas resistivas (resistências).

Se a tensão aplicada a uma resistência é alternada sinusoidal, a corrente terá


também um formato sinusoidal, anulando-se nos mesmos instantes da tensão e
atingindo o máximo nos mesmos instantes da tensão (Baptista, A. s.d).
Diz-se então que a tensão (U) e a corrente (I) nesse circuito estão em fase, isto é,
estão sincronizadas uma com a outra e o ângulo de desfasagem é zero (0): φ = 0

Fig. 8: Circuito resistivo, e representação da desfasagem. Fonte: Baptista (s.d)

𝑽
Como o circuito só contem resistências, a corrente é obtida pela lei de Ohm: I =
𝑹
𝑽
ou I = com Z = R
𝒁

5
 Circuito indutivo

Quando temos um circuito constituído por indutores ou bobinas, este circuito recebe
o nome de circuito indutivo. O indutor (L) tem como unidade de medida o Henry (H).
Um circuito indutivo é caracterizado pelo facto da tensão (U) se encontrar em avanço
em relação a corrente (I), há um angulo de 90° (φ = 90°), sendo assim dissemos que
a desfasagem da tensão e a corrente será menor que 90°, também chamado ângulo
de desfasagem em atraso (Álvaro, B. s.d).

Fig. 9: Circuito indutivo, e representação da desfasagem. Fonte: Baptista (s.d)

Devido as variações de tensão e da corrente no indutor quando alimentado por C.A.,


surge nele um fenómeno denominado reactância indutiva (XL), por isso o indutor se
comporta como um elemento reactivo (produz desfasagem entre a tensão e a
corrente).

No indutor a XL é directamente proporcional a frequência e a indutância: XL = ω.L =


2𝝅fL

Onde: XL - reactância indutiva (Ω), ω - frequência angular (rad/s), f- frequência


da rede (Hz), L – indutância (H)
𝑼 𝑼
A corrente será dada pela seguinte equação: I = ou I = . Neste caso, Z = XL
𝒁 𝑿𝑳

 Circuito RL (resistivo e indutivo)

Como nenhuma bobina tem resistência nula, representa-se a seguir uma bobina
em série com uma resistência:

Fig. 10: circuito RL. Fonte: Baptista (s.d).

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 triângulo de tensões

Pelo teorema de Pitágoras obtém-se: Ut = √𝑼𝑹𝟐 + 𝑼𝑳𝟐

𝐔𝐋 𝐔𝐑 𝐔𝐋
Mas, sabe-se que: Ut = ZI; UR = R.I; UL = XL.I; tgφ = ; cosφ = ; senφ =
𝐔𝐑 𝐔 𝐔

 Triângulo de impedância

Pelo teorema de Pitágoras, obtém-se: Z = √𝑹𝟐 + 𝑿𝑳𝟐

Representação retangular: Z = R + jXL representação polar: Z =


Z∟ϕ+

𝐗𝐋 𝐑 𝐗𝐋
As relações trigonométricas serão: senφ = ; cosφ = ; tgφ = . O ângulo φ
𝐙 𝐙 𝐑
𝐑 𝐗𝐋
calcula-se através das seguintes equações: φ = arccos ( ) ou φ = arccos ( )
𝐙 𝑹

𝑼
A corrente neste circuito será: I = , Onde Z≠XL
𝒁

 Circuito capacitivo

Define-se como circuito capacitivo, todo circuito predominantemente constituído por


cargas capacitivas (capacitores ou condensadores). O circuito capacitivo é o inverso
do circuito indutivo. Em qualquer circuito capacitivo, a tensão (U) se encontra em
atraso em relação a corrente (I) há um ângulo de - 90° (φ = - 90°), sendo assim o
ângulo de desfasagem é chamado ângulo de desfasagem adiantado.

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Fig 11: Circuito capacitivo, e representação da desfasagem. Fonte: Baptista (s.d)

Os processos de carga e descarga de um capacitor quando alimentado por C.A. dão


origem a uma resistência a passagem da corrente, essa resistência é denominada
𝟏 𝟏
por reactância capacitiva (Xc). No capacitor a Xc é dada por: XC = =
𝛚.𝐂 𝟐.𝛑.𝐟.𝐂

Onde: Xc- reactância capacitiva (Ω), ω - frequência angular (rad/s), f -


frequência da rede (Hz), C – capacitância (F)

𝐔 𝐔
A corrente que circula no capacitor será: I = ou I = com Z = Xc
𝐙 𝐗𝐜

 Circuito RC (resistivo e capacitivo)

Importa agora verificar o comportamento de um circuito com um condensador (C) em


série com uma resistência (R):

Fig. 12: circuito RC. Fonte: Baptista (s.d)

 Triângulo de tensões

Nesse circuito o módulo das tensões é: U = √𝑼𝑹𝟐 + 𝑼𝒄𝟐

8
As demais relações são: Ut = ZI; UR = R.I; UC = XC.I
 Triângulo de impedância

O módulo da impedância (Z) será portanto: Z = √𝑹𝟐 + 𝑿𝒄𝟐

As relações trigonométricas do triângulo de impedância serão:


𝐗𝐂 𝐑 𝐗𝐂
senφ = - ; cosφ = ; tgφ = -
𝐙 𝐙 𝐑

Representação retangular: Z = R - jXL Representação polar: Z = Z∟ϕ--

O ângulo φ pode-se calcular pelas seguintes equações:


φ = arcos (R / Z) ou φ = arctan (XC / R)

 Circuito RLC (resistivo, indutivo e capacitivo)

Os circuitos RLC são constituídos por cargas activas (resistivas) e reactivas


(indutivas e capacitivas):

Fig. 13: Circuito resistivo, indutivo e capacitivo. Fonte: Baptista (s.d)

⃗⃗ = 𝐔𝐑
Pela lei das malhas obtém-se:𝐔 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ + 𝐔𝐋
⃗⃗⃗⃗⃗ + ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐔𝐜
Deve-se distinguir três situações diferentes:
1ª Situação
UL > UC (XL > XC), senφ > 0 = Q > 0 → Circuito Indutivo
Em termos vectoriais é representado da seguinte forma:

9
Fig. 14: Diagrama vectorial de um circuito RLC serie com características indutivas (fonte: Baptista,
s.d).

 Triângulo de tensões

Por análise do triângulo de tensões obtém-se: U = Z.I; UR = R.I, UL= XL.I; UC = XC.I
e a tensão total será: U2 = UR2+ (UL - UC)2 →U = √𝐔𝐑𝟐 + (𝐔𝐋 − 𝐔𝐜)𝟐
 Triângulo de impedâncias

Pelo teorema de Pitágoras se obtém: Z = √𝐑𝟐 + (𝐗𝐋 − 𝐗𝐜)𝟐


𝐗𝐋−𝐗𝐂 𝐑 𝐗𝐋−𝐗𝐂
As relações trigonométricas serão: senφ = ; cosφ = ; tgφ =
𝐙 𝐙 𝐑
A subtração de XL-XC se chama reactância (X): X = XL-XC
2ª Situação
UL < UC (XL < XC), senφ < 0 = Q < 0 → Circuito Capacitivo
Em termos vectoriais:

Fig. 15: Diagrama vectorial de um circuito RLC serie capacitivo Fonte: Baptista (s.d).

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 Triângulo de tensões

Por análise do triângulo de tensões obtém-se: U = Z.I; UR = R.I, UL= XL.I; UC = XC.I
A tensão total será: U = √𝐔𝐑𝟐 + (𝐔𝐜 − 𝐔𝐋)𝟐
 Triângulo de impedância

Pelo teorema de Pitágoras obtém-se: Z = √𝐑𝟐 + (𝐗𝐜 − 𝐗𝐋)𝟐 embora na prática se

usa a seguinte equação: Z = √𝐑𝟐 + (𝐗𝐋 − 𝐗𝐜)𝟐


𝐗𝐂−𝐗𝐋 𝐑 𝐗𝐂−𝐗𝐋
Relações trigonométricas: senφ = - ; cosφ = 𝐙 ; tgφ = -
𝐙 𝐑

3ª Situação
UL = UC (XL = XC) → Circuito em Ressonância
Em termos vectoriais:

Fig. 36: Diagrama vectorias para circuito ressonantes (fonte: Baptista, s.d).

𝟏 𝟏
A frequência de ressonância se calcula por: XL = XC = 2𝝅fL = = fr =
𝟐𝛑𝐟.𝐜 𝟐𝛑√𝐋𝐂

11
 Circuito resistivo, indutivo e capacitivo (RLC) Paralelo
Consideremos um circuito com resistência, reactância indutiva e capacitiva ligada
em paralelo:

Fig. 16: Circuito RLC paralelo. Fonte: Baptista (s.d)


Pela Lei dos Nós obtém-se: I = IR + IC + IL
Comparando com o circuito série RLC, é que neste caso relaciona-se as correntes.
Também se considera os três casos estudados anteriormente.

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1.2. Exercícios

Exercícios resolvidos

1. Uma sinusoide realiza um ciclo em 20 ms. Calcule:


a) Frequência de alternância?
b) Frequência angular?
Dados
𝟏
T = 20 ms a) F = 𝑻 b) ω =2.𝝅.F
𝟏
F =? F = 𝟐𝟎𝒎𝒔 = 0.05 mHz ω = 2.3,14.0.05 = 0.314 mrad/s

ω =?

2. A resistência de um filamento incandescente quando submetido a uma tensão


de 220 V é de 1000Ω. Calcule:
a) Tensão máxima que atinge a resistência?
b) Corrente eficaz?
c) Corrente máxima?
Dados
𝑼𝒎𝒂𝒙 𝑼 𝑰𝒎𝒂𝒙
U = 220 V a) Uef = b) I = c) Ief =
√𝟐 𝒁 √𝟐
𝟐𝟐𝟎 𝑽
R = Z = 1000 Ω Umax = Uef. √𝟐 I = 𝟏𝟎𝟎𝟎 Ω Imax = Ief. √𝟐

Umax = 220 V. √𝟐 I = 0.22 A Imax = 0.22A. √𝟐


Umax = 311.126 V Imax = 0.311A

3. A bobina correspondente ao circuito primário de um transformador tem uma


indutância de 300 mH considerando-se desprezável a sua resistência. Calcule
a sua reactância para uma frequência de 50Hz e a corrente quando ligada a
uma fonte de tensão de 120V?
Dados
𝑼
L = 300 mH = 0.3 H XL = 2.𝝅.F.L I=𝒁
𝟏𝟐𝟎 𝑽
U = 120 V XL = 2.3.14.50.0.3 I = 𝟗𝟒.𝟐 Ω

F = 50 Hz XL = 94.2 Ω I = 1.273 A
XL =? Z = XL = 94.2 Ω
13
I =?

4. Um circuito com uma bobina de 0.12 H e uma resistência de 86Ω em série


são ligados a uma fonte de tensão de 200V/50Hz. Determine:
a) Impedância do circuito?
b) Corrente?
c) Tensão na resistência?
d) Tensão na bobina?
Dados
𝑼
L = 0.12 H a) XL = 2.𝝅.F.L b) I = c) UR = I.R
𝒁
𝟐𝟎𝟎 𝑽
R = 86 Ω XL = 2.3,14.50.0,12 I = 𝟗𝟑.𝟖𝟗𝟐 Ω UR = 2.13 A. 86 Ω

U = 200 V XL = 37.68 Ω I = 2.13 A UR = 183.189 V


F = 50 Hz Z = √𝑅 2 + 𝑋𝐿2
a) Z =? Z = √(86)2 + (37,68)2 d) UL = I. XL
b) I =? Z = 93.892 Ω UL = 2,13 A.37,68 Ω
c) UR =? UL = 80.258 V
d) UL =?
5. Um condensador de 400mF e uma resistência de 100Ω em série são ligados a
uma fonte de tensão de 220V/50Hz. Determine:
a) Impedância do circuito?
b) Corrente do circuito?
c) Tensão na resistência?
d) Tensão no condensador?
Dados
𝟏 𝑼
C = 400 mF = 0.4 F a) XC = 𝟐.𝝅.𝑭.𝑪 b) I = c) UR = I.R
𝒁
𝟏 𝟐𝟐𝟎 𝑽
R = 100 Ω XC = 𝟐.𝟑,𝟏𝟒.𝟓𝟎.𝟎,𝟒 I = 𝟏𝟎𝟎 Ω UR = 2,2 A. 100 Ω

U = 220 V XC = 0.0079 Ω I = 2.2 A UR = 220 V


F = 50 Hz Z = √𝑅 2 + 𝑋𝐿2
a) Z =? Z = √(100)2 + (0.0079)2 d) UL = I. XC
b) I =? Z = 100 Ω UL = 2,2 A.0.0079 Ω
c) UR =? U L = 0.017 V
d) Uc =?

14
6. Um circuito RLC série com uma resistência de 100Ω, condensador de 50 mF, e
uma bobina de 0.15H está ligado a uma fonte de tensão de 120V/50Hz. Determine:
a) Impedância do circuito?
b) Corrente?
c) Tensão na resistência?
d) Tensão na bobina?
e) Tensão no condensador?
f) Tensão total do circuito?
g) Factor de potência do circuito?

Dados
𝟏
U = 120 V a) XL = 2.𝝅.F.L XC = 𝟐.𝝅.𝑭.𝑪 Z = √𝑹𝟐 + (𝑿𝑳 − 𝑿𝑪)𝟐
𝟏
F = 50Hz XL = 2.3,14.50.0,15 XC = 𝟐.𝟑,𝟏𝟒.𝟓𝟎.𝟎,𝟎𝟓 Z = √𝟏𝟎𝟎𝟐 + (𝟒𝟕. 𝟏 − 𝟎. 𝟎𝟔𝟑𝟔)𝟐

R = 100 Ω XL = 47.1 Ω XC = 0.0636 Ω Z = 110.50 Ω


𝑼
C = 50 mF b) I = c) UR = I. R d) UL = I.XL
𝒁
𝟏𝟐𝟎 𝑽
L = 0.15 H I = 𝟏𝟏𝟎.𝟓𝟎 Ω UR = 1,085 A. 100 Ω UL = 1,085 A.47,1 Ω

a) Z =? I = 1.085 A UR = 108.5 V UL = 51.104 V


b) I =?
c) UR =? e) UC = I.XC f) UT = I. Z
d) UL =? UC = 1,085 A.0,0636 Ω UT = 1,085 A.110,50 Ω
e) UC =? UC = 0.068 V UT = 119.9 = 120 V
f) UT =?
𝑹
g) cosᵠ =? g) cosᵠ = 𝒁
𝟏𝟎𝟎 Ω
cosᵠ = 𝟏𝟏𝟎.𝟓𝟎 Ω = 0.90

Exercícios propostos

1. De acordo o circuito, calcule:


a) O valor da resistência e das reactâncias?
b) Impedância do circuito?
c) A tensão na resistência?

15
d) Factor de potência?
e) Diga se o circuito é predominante resistivo, indutivo ou capacitivo?

2. Um circuito RLC série com uma resistência de 50Ω, condensador de 25mF,


e uma bobina de 0.15H está ligado a uma fonte de tensão de 120V/50Hz.
Determine:
a) Impedância do circuito?
b) Corrente?
c) Tensão na resistência?
d) Tensão na bobina?
e) Tensão no condensador?
f) Tensão total do circuito?
g) Factor de potência do circuito?
3. Três impedâncias, sendo uma resistiva (ZR) de 10Ω, uma indutiva (ZXL) de
8Ω e uma capacitiva (ZXC) de 15Ω são ligadas em paralelo numa fonte de tensão
de 110V/50Hz. Determine a corrente total do circuito?
4. Qual é a diferença entre circuito indutivo e capacitivo?
5. Quando é que a tensão e a corrente estão em fase?
6. Onde é estabelecida a frequência da tensão alternada?
7. Representa a equação da lei Ohm para a corrente alternada?

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UNIDADE II – CIRCUITO DE CORRENTE ALTERNADA TRIFÁSICA

Introdução

O sistema trifásico corresponde ao tipo de sistema que muitas as vezes é


gerado em algumas centrais eléctricas, principalmente os grupos
electrogéneos. As grandes instalações eléctricas, como fábricas, industrias,
instalações comerciais especiais são alimentadas com tensões trifásicas
devido o tipo de carga que possuem, como é o caso dos motores eléctricos.
Por outro lado, o sistema trifásico é caracterizado por desfasagem, sendo
assim, perceber a geração de um sistema trifásico é fundamental para
entender a desfasagem. Igualmente o sistema de geração, transporte e
distribuição é feito em sistema trifásico.

Objectivo geral
 Entender a geração e utilização do sistema trifásico;

Objectivos específicos
 Geração de um sistema trifásico;
 Características de um sistema trifásico;
 Ligações e potências eléctricas;

17
2.1. Produção de um sistema trifásico de tensões

Segundo Oliveira Carlos, 1996, a produção, transporte e distribuição primária e


secundária (em alguns casos) de energia eléctrica é feita em sistema trifásico e não
em monofásico, permitindo alimentar em simultâneo, receptores monofásicos e
trifásicos. Nas centrais eléctricas, existem alternadores trifásicos que produzem três
tensões monofásicas, desfasadas a 120° no tempo. O gerador trifásico é constituído
por uma peça móvel, denominada rotor, na qual vamos representar por um íman e
uma peça fixa, denominada estator onde se encontram os enrolamentos:

Fig. 17: Princípio de funcionamento do alternador trifásico. Fonte: Carlos, O. (1996)

Visto que as bobinas são iguais e desfasadas a 120°, igualmente as forças


electromotrizes também serão: e1(t)= √2 U1.sen (ωt); e2(t) = √2 U3.sen (ωt - 120);
e3(t)= √2 U2.sen (ωt +120);

Fig. 18. Sistema trifásico de tensões. Fonte: Carlos (1996)

2.1.1. Características das tensões e correntes no sistema trifásico

Tensão de fase (Uf) ou tensão simples (Us): é a tensão entre qualquer condutor
de fase e o neutro.

Tensão composta (Uc) ou tensão de linha (UL): é a tensão entre quaisquer duas
ou mais fases.

18
Os condutores de fase são representados pelas seguintes designações: R, S, T; A,
B, C; L1, L2, L3; 1, 2, 3.

Corrente de fase (If): é a corrente no enrolamento do gerador, motor, etc ou na


impedância de qualquer ramo.

Corrente de linha (IL): é a corrente que sai do gerador ou a corrente solicitada pela
carga.

2.2. Ligação dos receptores trifásicos

 Sistema equilibrado e desequilibrado

Diz-se que um sistema trifásico está equilibrado quando submetido há cargas que
têm a mesma impedância (Z1 = Z2 = Z3) e mesmos factores de potência (cosφ1 =
cosφ2 = cosφ3). Nestas situações as correntes também são iguais (I1 = I2 = I3). Um
sistema é desequilibrado quando apresenta características opostas do sistema
equilibrado.

Tantos os sistemas equilibrados e desequilibrados podem ser ligados em estrela ou


triângulo.

2.2.1. Ligação dos receptores em estrela

Chama-se ligação estrela, a ligação que além das três fases, permite obter um quarto
condutor, denominado condutor neutro.

Fig. 19. Representação de um sistema e estrela. Fonte: Carlos (1996)

O condutor neutro é obtido pela união das três fases e neste ponto, de acordo a
desfasagem obtém-se: UN = 0 + 120 - 120 = 0

A ligação em estrela (equilibrada ou desequilibrada) pode ainda ser analisada em


duas situações distintas: com neutro e sem neutro.

19
Na ligação estrela, seja equilibrada ou desequilibrada, tem as seguintes
características:

UL = √𝟑. Uf. A relação entre a tensão de linha e a tensão de é fase: UL = √𝟑. Uf∟30°

Generalizando, se pode afirmar que numa ligação em estrela, a magnitude da tensão


de linha é √3 vezes maior que a tensão de fase, existindo uma desfasagem de 30°
entre elas.

Para as correntes de linha e de fase, obtém-se: IL = If

Fig. 20: Representação da tensão de fase e de linha. Fonte: Carlos (1996)

A desfasagem das correntes e tensões pode ser facilmente analisados por meio do
diagrama fasorial:

Fig. 21: Diagrama fasorial (para tensões e corrente) de um sistema em estrela. Fonte: Carlos
(1996))

a) Estrela equilibrada com neutro

Como já foi definido sistema equilibrado, na qual: Z1 = Z2 = Z3; cosφ1 = cosφ2 = cosφ3;
I1 = I2 =I3, analisaremos a função do condutor neutro. O condutor neutro tem a função

20
de servir de retorno das correntes de fases e manter iguais os potências do neutro
da rede e das cargas.

𝐔𝟏
Como: U1 = U2 = U3 = Us, aplicando a lei de Ohm a cada receptor, obtém-se:I1 = ;
𝐙𝟏

𝐔𝟐 𝐔𝟑
I2 = ; I3 = .
𝐙𝟐 𝐙𝟑

Visto que o sistema é equilibrado as correntes também serão e o cálculo das


correntes de fase pode-se simplesmente obter-se pela seguinte expressão: I1 = I2 =
𝐔𝐬
I3 =
𝐙

⃗⃗⃗⃗ + 𝐈𝟐
A corrente no neutro IN é a soma vectorial das correntes de fases: IN = 𝐈𝟏 ⃗⃗⃗⃗ +𝐈𝟑
⃗⃗⃗⃗ =
0

Fig. 22: Diagrama vectorial da corrente no neutro. Fonte: Carlos (1996)

Num sistema equilibrado (estrela), a corrente no neutro é nula (0), portanto, o


condutor neutro é dispensável.

b) Estrela equilibrada sem neutro

Se retirarmos o condutor neutro numa estrela equilibrada, todas as grandezas


mantêm os mesmos valores, visto que a corrente no neutro é zero. Um exemplo
prático desse sistema, são os motores trifásicos ligados em estrela.

c) Estrela desequilibrada com neutro

Como as impedâncias não são iguais, então as correntes já não serão iguais: I1 ≠ I2≠
𝐔𝟏 𝐔𝟐 𝑼𝟑
I3. Nesse caso, o cálculo das correntes será: I1 = ; I2 = ; I3 =
𝐙𝟏 𝐙𝟐 𝒁𝟑

21
Deste modo, a corrente no neutro já não é igual a zero. Se as cargas tiverem factores
de potência diferentes, as correntes também serão diferentes, conduzindo a corrente
diferente no neutro: cosφ1 ≠ cosφ2 ≠ cosφ3 → I1 ≠ I2 ≠ I3 → IN ≠ 0 IN = ⃗⃗⃗⃗
𝐈𝟏 + ⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗ ≠
𝐈𝟐 +𝐈𝟑
0

Fig. 23: Diagrama vectorial da corrente no neutro (fonte: Carlos, 1996)

2.2.2. Ligação dos receptores em triângulo

Na ligação em triângulo, as cargas, são ligadas entre duas fases diferentes, havendo
sempre uma fase que é comum:

Fig. 24: Representação de um sistema em triângulo. Fonte: Carlos (1996)

Deste modo cada carga fica submetida a tensão composta da rede, não existindo
portanto condutor neutro. Tal como na ligação dos receptores em estrela, também
em triângulo as cargas podem ser equilibradas ou desequilibradas.

O sistema em triângulo tem as seguintes características: UL = Uf

A relação entre a corrente de linha (IL) e a corrente de é fase (If): IL = √𝟑. If∟30°

De forma resumida, se pode dizer que a ligação em triângulo, é o inverso da ligação


em estrela.

22
Fig. 24: Diagrama fasorial de um sistema em triângulo. Fonte: Matias (2005)

Fig. 25: Representação da tensão de fase e de linha. Fonte: Matias. (2005)

a) Triangulo equilibrado

Diz-se que uma carga trifásica ligada em triângulo está equilibrada quando é
submetida a tensões iguais (U1 = U2 = U3), impedâncias iguais (Z1 = Z2 = Z3), factor
de potência iguais (cosφ1 = cosφ2 = cosφ3).

Conhecidas as tensões e as impedâncias e pelo facto do sistema ser equilibrado, o


𝐔𝐟
cálculo das correntes de fase será: If12 = If23 = If13 =
𝐙

b) Triangulo desequilibrado

Uma carga ligada em triângulo está desequilibrada quando as impedâncias diferem


entre si, bem como os factores de potência e as correntes. As correntes nas cargas
𝐔𝐟 𝐔𝐟 𝐔𝐟
são obtidas pelas seguintes expressões: If12 = ; If23 = ; If31 =
𝐙𝟏 𝐙𝟐 𝐙𝟑

As correntes de linha serão dadas por: IL1 = I12 - I31; IL2 = I23 - I12; IL3 = I31- I23

23
Para se obter as correntes de linhas, primeiro constrói-se o diagrama vectorial das
correntes nas cargas, com as tensões compostas respectivas:

Fig. 26: Diagrama vectorial das correntes de cargas. Fonte: Matias. (2005)

No triângulo desequilibrado não se verifica a relação seguinte: IL = √𝟑.If, apenas é


valida para cargas equilibradas

2.3. Potência trifásicas

Antes de descrever as equações das potências, vamos definir as três potências em


C.A:

Potência activa ou real (P) - É a parcela da energia eléctrica efetivamente


transformada em energia útil ou em trabalho, tendo como unidade o Watt (W).

Potência reactiva (Q) - Esta potência representa a parcela da energia eléctrica


transformada em campo magnéctico, necessário ao funcionamento de alguns tipos
de cargas como: motores, transformadores, reactores, capacitores, etc. Tem como
unidade o Volt Ampére reactivo (VAr)
Potência aparente ou total (S) – está potência representa a soma vectorial da
potência activa e reactiva, tendo como unidade de medida o Volt-ampere (VA).

2.3.1. Potência na ligação estrela equilibrada

Segundo José Matias, 2005, visto que o sistema é equilibrado, as potências em cada
fase serão iguais, pois que a tensão, corrente, impedâncias são iguais. Como as
cargas estão submetia a tensões de fase, a potência, activa, reactiva e aparente
obtêm-se:

24
Pf1 = Pf2 = Pf3 = Uf.If.cos𝝋; Qf1 = Qf2 = Qf3 = Uf.If.senφ; S1 = S2 = S3 = Uf.If

As potências trifásicas serão:

Potência activa: Pt = P1 + P2 + P3 ou Pt = 3Pf = 3Uf.If.cosφ

Potência reactiva: Qt = Q1 + Q2 + Q3 ou Qt = 3Qf = 3Uf.If.senφ

Potência aparente: St = √𝑷𝒕𝟐 + 𝑸𝒕𝟐 ou St = U.If

Cosφ, representa o ângulo de desfasagem entre a tensão e corrente e é


chamado factor de potência.

𝑼𝑳
Como a Uf = e a Pt = 3Uf.If.cosφ, substituindo a equação da tensão na potência
√𝟑
total, obtém-se:

𝐔𝐋 √𝟑
Pt = 3 .If. cosφ. Racionalizando, obtém-se: Pt = 3 𝟑
UL.I. cosϕ → Pt = √𝟑. UL.If.
√𝟑
cosφ

O mesmo acontece com a potência reactiva: Qt = √𝟑. UL.If. senφ. O seno do ângulo
é calculado pelas equações seguintes: Senφ = arcosφ ou senφ = √𝟏−(𝐜𝐨𝐬𝛗)𝟐

A potência aparente será: St = √𝟑. UL.If Sendo assim, tanto a potência activa como
reactiva trifásicas podem ser calculadas pelas duas vias acima descritas.

2.3.2. Estrela desequilibrada

Quando o sistema for desequilibrado, o cálculo das potências será feito por cada
fase e no final somam-se para obter a potência trifásica:

Potência activa de cada fase: Pf1 = Uf.If. cosφ1; Pf2 = Uf.If. cosφ2; Pf3 = Uf.If. cosφ3

A potência activa total ou trifásica será a soma das três potências: Pt = Pf1 + Pf2 + Pf3

A potência reactiva será: Qf1 = Uf.If. senφ1; Qf2 = Uf.If. senφ2; Qf3 = Uf.If. senφ3

A potência reactiva trifásica também será a soma das três potências: Qt = Qf1 + Qf2
+ Qf3

25
2.3.3. Potências na ligação em triângulo equilibrado

Quando o triângulo é equilibrado, o cálculo das potências é o seguinte:

Pf1 = Pf2 = Pf3 = Uf.If.cosφ; Qf1 = Qf2 = Qf3 = Uf.If.senφ; Sf1 = Sf2 = Sf3 = Uf.If

As potências trifásicas serão:

Potência activa: Pt = Pf1 + Pf2 + Pf3 ou Pt = 3Pf = 3Uf.If.cosφ

Potência reactiva: Qt = Qf1 + Qf2 + Qf3 ou Qt = 3Qf = 3Uf.If.cosφ

A potência aparente é dada por: St = √𝑷𝒕𝟐 + 𝑸𝒕𝟐 ou St = Uf.If

𝑰𝑳
Como a If = e a Pt = 3Uf.If.cosφ, substituindo a equação da corrente na potência
√𝟑

𝑰𝑳 √𝟑
total, obtém-se: Pt = 3Uf. √ . cosφ. Racionalizando, obtém-se: Pt = 3Uf. .IL.cosφ
𝟑 𝟑

→ Pt = √𝟑. Uf.IL. cosφ. O mesmo acontece com a potência reactiva: Qt = √𝟑. Uf.IL.
senφ;

A potência aparente é: St = √𝟑. UL.IL

2.3.4. Triângulo desequilibrado

Quando o sistema for desequilibrado, o cálculo das potências será o seguinte:

Potências activas de cada fase: Pf1 = Uf.If.cosφ1; Pf2 = Uf.If.cosφ2; Pf3 = Uf.If.cosφ3

A potência activa total ou trifásica será a soma das três potências: Pt = Pf1+Pf2+Pf3

A potência reactiva será: Qf1 = Uf.If.senφ1; Qf2 = Uf.If.senφ2; Qf3 = Uf.If.senφ3

A potência reactiva trifásica também será a soma das três potências: Qt = Qf1 + Qf2
+ Qf3

A potência aparente é dada pela soma vectorial das três potências: S = √𝑷𝒕𝟐 + 𝑸𝒕𝟐

26
2.4. Medidas de potências trifásicas

A obtenção de potência trifásica pode ser feita usando diferentes métodos, de acordo
o tipo de sistema, equilibrado ou desequilibrado e ainda em função do número de
wattímetros disponíveis. Os métodos usados são:

2.4.1. Método do wattímetro trifásico

Este método permite medir directamente a potência trifásica em sistemas


equilibrados e desequilibrados, com apenas um só wattímetro. Este wattímetro é
constituído (interior) de três wattímetros monofásicos.

2.4.2. Método de um só wattímetro

Este método é utilizado apenas em circuitos equilibrados, seja em estrela ou


triângulo. Mede-se a potência com apenas um wattímetro e o resultado multiplica-se
por 3: Pt = 3Pf

Este método é o mais rápido e menos económico.

Fig. 27: Método de um só wattímetro. Fonte: Matias (2005)

2.4.3. Método dos três wattímetros

Este método pode ser usado tanto em sistemas equilibrados ou desequilibrados,


embora seja mais usado em sistemas desequilibrados em estrela. Cada wattímetro
mede a potência consumida em cada carga, sendo a potência trifasica ou total a
soma das três potências:

Pt = Pf1 + Pf2 + Pf3

27
Fig. 28: Método dos três wattímetros. Fonte: Matias (2005)

2.4.4. Método dos dois wattímetros

Este método também chamado, método de Aron, utiliza apenas dois wattímetros
para medir a potência trifásica. Os wattímetros medem as correntes de duas fases,
através das bobinas amperimétricas e as bobinas voltimétricas são submetidas a
tensões compostas, sendo uma das fases comum, cuja intensidade não percorre a
bobina amperimétrica de nenhum amperímetro. Este método é usado em sistemas
equilibrados e desequilibrados, com cargas ligadas em estrelas ou triângulo. No caso
da carga estiver ligada em estrela, o condutor neutro não deve ser ligado. A potência
trifásica na maioria dos casos é obtida pela soma das duas potências: Pt = P1+P2

Fig. 28: Método dos dois wattímetros. Fonte: Matias (2005)

2.5. Números complexos

Um número complexo é um número que tem duas dimensões, sendo uma Real e
outra Imaginaria. A parte imaginária é representada pela letra j.

Há duas formas de representar analiticamente os números complexos, que são:

A = a + jb – forma Retangular

A = C∟Ɵ – forma Polar

28
A – Número complexo; a – Componente real; b – Componente imaginaria;

c – Modulo do número complexo; Ɵ – Ângulo

2. Conversões dos números complexos

Polar/ Retangular Retangular/Polar

A = c∟Ɵ A = √a2 + b 2 – Modulo

b
A = c.cos Ɵ + j c.seno Ɵ Θ = tg-1 (a) - Angulo

2.5.1. Operação com os números complexos

A operação com os números complexos depende da seguinte regra: a adição e


subtração só são feitas na forma retangular e a multiplicação e a divisão na forma
polar

Adição Subtração

A1 = a1 + jb1 A1 = a1 + jb1

A2 = a2 + jb2 A2 = a2 + jb2

A = A1 + A2 A = A1 - A2

A = (a1 + jb1) + (a2 + jb2) A = (a1 + jb1) - (a2 + jb2)

A = (a1 + a2) + (jb1 + jb2) A = (a1 + a2) - (jb1 + jb2)

Multiplicação Divisão

A1 = c1∟Ɵ1 A1 = c1∟Ɵ1

A 2 = c2∟Ɵ2 A 2 = c2∟Ɵ2

A = c1∟Ɵ1 * = c2∟Ɵ2 A = c1∟Ɵ1/ c2∟Ɵ2

A = c1*c2 ∟Ɵ1 + Ɵ2 A = c1/c2 ∟Ɵ1-∟Ɵ2

29
2.5.2. Exercícios de aplicação de números complexos

1. Calcule os seguintes números complexos:

Dados

a) C1+C2 e) C5+C6 C1= 6+j3 C5 = 20∟56º

b) C1-C2 f) C5-C6 C2 = 2+j2 C6 = 25∟35º

c) C3/C4 g) C1*C2 C3 = 10∟6º

d) C3*C4 h) C1/C2 C4 = 5∟5º

Exercícios

1. Uma carga trifásica ligada em estrela com neutro, sob 230V/400V, tem em
cada fase uma impedância de 100Ω, e o factor de potência 0.72. Calcule:
a) A corrente de cada carga?
b) As potências eléctricas totais?
Dados
𝑈
U = 230 V/400 V a) I1,2,3 = b) P1,2,3 = U.I.cosᵠ
𝑍
230 𝑉
Z = 100 Ω I1,2,3 = P1,2,3 = 230 V.2,3 A.0,72
100

cosᵠ = 0.72 I1,2,3 = 2.3 A P1,2,3 = 380.88 W


PT = 3. P1,2,3
PT = 3.380,88 W = 1142.64 W
2. Três impedâncias são ligadas em estrela, sendo cada uma de valor 10 - 3j.
As impedâncias são ligadas a um gerador trifásico equilibrado com uma tensão de
linha de 230V. Calcule:
a) O valor da corrente em cada impedância?
b) O factor de potência?
c) Potência activa total na carga?

30
Dados
𝑈 𝑅
U = 230 V a) I1,2,3 = b) cosᵠ = 𝑍
𝑍
230 ∟0º𝑉 10
Z = 10 - 3j Ω = 10.44∟-0.29º I1,2,3 = 10.44∟−0.29º cosᵠ = 10,44

a) I =? I1,2,3 = 22.03 ∟0.29º A cosᵠ = 0.95


b) cosᵠ =?
c) P =? b) P1,2,3 = U.I.cosᵠ
P1,2,3 = 230 V.22,03 A.0,95 = 4813,555 W
PT = 3. P1,2,3
PT = 3.4813,555 W = 14440.665 W

4. A carga de um circuito trifásico é conectada como mostra a figura abaixo. As


tensões do sistema de suprimento têm sequência positiva e são tais que o fasor
tensão (fonte) coincide com a referência angular e possui valor eficaz igual a 380 V.
Calcule:

a) As correntes de linha e de fase nas cargas?


b) A potência ativa total absorvida pelas cargas?

Dados
U = 380 V
Z1 =
Z2 =
Z3=
a) IL = ?
IF =?
b) PT =?

31
3. Três impedâncias no valor de 4+3j cada uma, são ligadas em triângulo a um
gerador trifásico com 380V de tensão de linha. Calcule:
a) A corrente em cada fase?
b) Corrente na linha?
c) Factor de potência?
d) Potência activa total na carga?

6. A figura abaixo ilustra um circuito Y-Y desequilibrado, a 50 Hz. Determine:


a) As correntes de fase?
b) Potência activa de cada fase e potência total?

32
Referências bibliográficas
 Matias, J. V. C. (2005). Electricidade volume 1 e 3. Lisboa (Portugal):
Didáctica Editora
 Álvaro, B. (s.d). Electrotecnia-teórica e aplicada. Porto (Portugal): Porto
Editora
 Simões, M. (s.d). Elementos de electricidade. Porto (Portugal): Porto Editora
 Matias, J. V. C. (s.d). Electrotecnia – problemas e itens – 2. Porto (Portugal):
Didática Editora
 Oliveira, C. C. B.; Schmidt, H. P.; Kagan, N.; Robba, E. J. (1996). Introdução
a sistemas eléctricos de potências – componentes simétricos – 2ª edição. São
Paulo (Brasil)

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