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CIRÚRGICO E CENTRAL DE
MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO
Prof. Dr. Demétrius Paiva Arçari
Prof. Guilherme Bernardes Filho
Diretor Presidente
Prof. Aderbal Alfredo Calderari Bernardes
Diretor Tesoureiro
Prof. Frederico Ribeiro Simões
Reitor
UNISEPE – EaD
Prof. Me. Igor Gabriel Lima
Prof. Dr. Jozeildo Kleberson Barbosa
Prof. Me. Leonardo José Tenório Mourão Torres
Equipe editorial:
Fernanda Pereira de Castro - CRB-8/10395
Isis Gabriel Alves
Laura Lemmi Di Natale
Pedro Ken-Iti Torres Omuro
Prof. Dr. Renato de Araújo Cruz
Apoio técnico:
Alexandre Meanda Neves
Anderson Francisco de Oliveira
Gustavo Batista Bardusco
Matheus Eduardo Souza Pedroso
Vinícius Capela de Souza
Equipe de diagramação:
Laura Michelin de Oliveira Machado
Equipe de revisão:
Ana Beatriz Torres Omuro, Prof.ª Camila Santos Seimaru, Prof.ª Fabíola Löwenthal, Marcela Gonçalves Ferreira Camillo.
SOBRE O AUTOR:
Olá,
Sou Presidente do Comitê de ética em Pesquisa (CEP) com Seres Humanos do grupo
UNISEPE,
Tenho mestrado pela universidade de São Paulo (USP) e doutorado pela Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP), atuando com diferentes disciplinas de enfermagem ligados aos
cursos de graduação e pós-graduação desde de 2009. Sou ainda, treinador da American Heart
Associaciation (AHA), atuando diretamente com urgência e emergência, Basic life support (BLS) e
Advanced trauma life support (ATLS).
Desejo que esse material possa ser de grande aprendizado para você e que consiga lhe
transmitir os principais conceitos envolvidos no centro cirúrgico e na central de materiais e
esterilização para que você possa se destacar como profissional dentro da área.
SOBRE A DISCIPLINA:
O centro cirúrgico é uma área complexa que exige do aluno de enfermagem um aprendizado amplo
que inclui a Unidade de Centro Cirúrgico desde seu ambiente, profissionais e equipamentos. A sala
de Central de Material Esterilizado é fundamental dentro deste contexto, portanto é imprescindível o
conhecimento amplo desta área, assim como da sala de Recuperação e Pós-Anestésica. É
necessário desta disciplina um conhecimento amplo que inclui a Infecção Hospitalar seus conceitos
e práticas assistenciais, assim como caracterizar o paciente cirúrgico com sus principais
necessidades e compreender as intercorrências do procedimento cirúrgico.
UNIDADE I .............................................................................................. 05
1º História da cirurgia.............................................................. 05
2º Equipe cirúrgica.................................................................. 17
UNIDADE II ........................................................................................... 25
3º Assepsia no centro cirúrgico – antissépticos e degermantes........ 25
4º Vestuário e roupas cirúrgicas................................................ 38
✓ História da Cirurgia;
✓ Nomenclatura Cirúrgica;
✓ Estrutura Física do centro cirúrgico.
A história da cirurgia no tratamento das doenças que conhecemos hoje em dia, coincide com
a própria história da humanidade. Da pré-história sabe-se que a trepanação (operação que consiste
em praticar uma abertura em um osso e remoção deste fragmento ósseo, geralmente arredondado)
era muito praticado por feiticeiros e curandeiros, com a intenção de curar seus enfermos (Figura 01).
A trepanação foi realizada ao longo de todas as eras, provavelmente por razões diferentes.
Foi praticada na Idade de Pedra, no Egito Antigo, na Grécia nos tempos pré-históricos e clássicos
romanos, no Oriente Médio e Distante, entre as tribos célticas, na China (antiga e recente), na Índia,
entre os Maias, Astecas e Incas, entre os índios brasileiros (Karaya e Eugano), nos Mares de Sul, e
na África do Norte e Equatorial, inclusive é um procedimento até hoje realizado.
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Do antigo Egito, tem-se os papiros de Ebers e Edwin Smith, escritos em 1600 A.C., que são
os mais antigos escritos médico-cirúrgicos conhecidos. O papiro cirúrgico de Edwin Smith é um dos
mais importantes documentos da medicina e apresenta a descrição minuciosa de 48 casos de feridas
cirúrgicas e como tratá-las.
Mas sem dúvida foi Hipócrates, na Grécia ao redor de IV e V séculos A.C. que executou um
trabalho metódico e racional de Patologia Cirúrgica, principalmente ao que se refere as feridas
traumáticas.
A Medicina durante a Idade Média segue fielmente as doutrinas de Galeno do II século D.C.
e sua concepção humoral das enfermidades, desdenhando a prática cirúrgica.
A cirurgia ficou isolada da medicina por 1500 anos, desde a época de Galeno. Na Idade
Média, o homem era totalmente religioso e via em tudo o que lhe acontecia um gesto direto de Deus.
A igreja, cuja autoridade era incontestada, impediu todo o espírito de pesquisa como, por exemplo,
a interdição das dissecções que, aliás, foi mantida até 1480. A cirurgia foi considerada uma prática
bárbara, também condenada pela igreja, sendo executada por analfabetos de classe social baixa e
de conhecimentos empíricos. Com o renascimento iluminou-se a arte de operar. No século XIII
apareceram as primeiras escolas de medicina. A primeira foi a de Salerno, que fornecia ensino
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verdadeiro e diploma. No século XIII, dois cirurgiões italianos tiveram atuação marcante: Guglielmo
Salicetti (1201-1277) e seu aluno Guido Lanfranchi que, em seu livro Chirurgia Magna (1296), já
falava de sutura de nervos cortados e recomenda a sutura intestinal, tendo se associado ao primeiro
colégio de cirurgia, o Colégio de São Cosme. O grande precursor da cirurgia moderna foi Ambroise
Paré (Figura 03) que foi considerado o fundador da ortopedia, modificou o tratamento das feridas
que, até então, eram cauterizadas e queimadas com óleo. Ele elevou rapidamente a condição da
classe cirúrgica, forçando a classe médica a admitir a cirurgia como forma terapêutica, sendo incluída
no ensino nas faculdades de Ciências Médicas.
A partir do século XII os cirurgiões eram profissionais independentes e eram unidos por
associações e com o tempo formaram suas próprias escolas. Ao lado desses cirurgiões mais
letrados, existiam os barbeiros menos cultos. permaneceram em associações diferentes até o século
XV quando se associaram, estabelecendo os limites dos barbeiros para atividades de trabalho de
dentista.
No século XVII se separaram e os cirurgiões foram reconhecidos por decreto real na Inglaterra
do século XVIII. As atividades dos cirurgiões neste período proporcionaram o conceito de cirurgia,
como uma ciência ou arte que procura a forma de trabalho sobre o corpo humano executando-se
todas as operações manuais necessárias para curar o homem.
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Figura 04 - Imagem de uma cirurgia na atualidade.
Tuba uterina
Salpingo Meninge Meningo
(Trompa)
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Sufixos da Nomenclatura Cirúrgica
Sufixo Significado
Ectomia Remoção parcial ou total
Rafia Sutura
Centese Punção
Epônimo Significado
Histerectomia total por câncer de colo
Operação de Wertheim-Meigs
uterino.
Cirurgia de Miles Amputação abdominoperineal de reto.
Hernioplastia inguinal que une o tendão
Cirurgia de Bassini
conjunto ao ligamento inguinal.
Retossigmoidectomia com fechamento do
Cirurgia de Hartmann
coto retal e colostomia.
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Terminologia que não segue as regras apresentadas:
Retirada de cisto de
Bartholinectomia Goniotomia Cirurgia de glaucoma
Bartholin
Remoção de um tecido
Biopsia vivo para fins Onfalectomia Remoção do umbigo
diagnóstico
Destruição de tecido Punção cirúrgica da
Cauterização através de agente Paracentese cavidade para retirada de
cáustico ou calor líquido.
Retirada do feto por
Cesariana incisão através da Retocele Protusão de parte do reto
parede abdominal
Ressecção da pele do
Veias dilatadas no saco
Circuncisão prepúcio que recobre a Varicocele
escrotal.
glande
Corte de um segmento do
Cistocele Queda da bexiga Vasectomia
canal deferente
Raspagem e remoção
Curetagem uterina Dissecção Corte, retalhamento
do conteúdo uterino
Separação de bordos
Deiscência previamente suturados Divertículo Bolsa que sai da cavidade
e unidos
O Centro Cirúrgico (CC) compreende uma área crítica, de acesso restrito, que pertence a um
estabelecimento assistencial de saúde. É considerado uma das unidades mais complexas do
Hospital, não só por sua especificidade em realizar procedimentos invasivos, mais também por ser
um local fechado que expõe a paciente e a equipe de saúde em situações estressantes.
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• Prestar assistência integral às pacientes durante o período perioperatório;
• Prever e prover recursos humanos e materiais necessários para a assistência de enfermagem
no atendimento das pacientes;
• Colaborar no desenvolvimento de pesquisar na área da Saúde.
A organização do CC tem inicio com seu planejamento, que é definido como o conjunto de
elementos destinado às atividades cirúrgicas, bem como à recuperação anestésica e pós-operatória.
O planejamento deve ser realizado por uma equipe multiprofissional e seguir as normas do
ministério da saúde.
http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/2002/50_02rdc.pdf
• Não restrita: as áreas de circulação livre (vestiários, corredor de entrada e sala de espera
de acompanhantes).
• Semi-restritas: pode haver circulação tanto do pessoal como de equipamentos, sem,
contudo, provocarem interferência nas rotinas de controle e manutenção da assepsia (salas
de guarda de material, administrativa, copa e expurgo)
• Restrita: o corredor interno, as áreas de escovação das mãos e a sala de operação (SO);
para evitar infecção operatória, limita-se a circulação de pessoal, equipamentos e materiais.
Localização
Deve ocupar área independente da circulação geral, ficando, assim, livre do trânsito de
pessoas e materiais estranhos ao serviço. Deve possibilitar o aceso livre e fácil de pacientes
provenientes das Unidades de internação Cirúrgicas, Pronto Socorro e Terapia Intensiva, bem como
o encaminhamento dos mesmos deferentes unidade.
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A estrutura Física deve apresentar alguns elementos essenciais:
• Sala de cirurgia
a) Teto: Conforme a Portaria 1.884/94 do Ministério da Saúde, o teto do Centro Cirúrgico deve
ser contínuo, sendo proibido o uso de forro falso removível
b) Paredes: Deve ter as superfícies lisas e laváveis, de cor neutra, tinta fosca, cantos
arredondados sem rodapé, com acabamento côncavo, para reduzir a deposição de
microorganismos.
c) Portas: As portas devem ser do tipo vaivém, sem maçanetas e com visores, para evitar o
trânsito desnecessário dentro da sala de operação.
d) Janelas: Devem ser do tipo basculante, sem parapeitos, dentro e fora, com vidro fosco,
vedadas e teladas em malha fina, para evitar a passagem de insetos. Deve permitir entrada
de luz natural.
e) Ventilação: O objetivo de uma ventilação adequada é a remoção de microorganismos, além
de prevenir a sua entrada e promover a exaustão dos gases anestésicos utilizados durante
as cirurgias. Deve ser mantido a temperatura mínima de 19ºC e máxima de 24ºC, com
umidade relativa do ar correspondente a 45% a 60%. Preconizam-se que as entradas de ar
estejam localizadas o mais alto possível, em relação ao nível do piso, devendo estar
afastadas das saídas, que são localizadas próximas ao piso. Ambas as aberturas devem ser
providas de filtros.
f) Iluminação: A iluminação artificial deve ser de cor natural, para não altear a coloração da
pele e mucosas do paciente e não deixar sombras. A iluminação do campo cirúrgico, em
especial é realizada com os focos central ou fixo, auxiliar e frontal. O foco tem por finalidade:
- oferecer luz semelhante à natural, de modo a não alterar a cor da pele e mucosas do
paciente
g) Instalações elétricas: Preconizam três conjuntos com quatro tomadas cada, em paredes
distintas, alimentadas por circuitos críticos e uma tomada para aparelho de raios X. Como
medida de segurança as tomadas devem estar localizadas a 1,5 m do piso, devendo possuir
sistema de aterramento para prevenir choque e queimaduras no paciente e equipes.
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Figura 05 - Apresentação de um centro cirúrgico.
Fonte: http://redeprimavera.com.br/leitura/255/centro-cirurgico.htm
• Área de Escovação
Local (Figura 06) onde se realiza a escovação/degermação das mãos e antebraços da equipe
cirúrgica e anestésica. Recomenda-se, para até 2 salas, duas torneiras para casa uma; para mais
de duas salas, devem ser projetadas duas 9 torneiras para cada novo par de salas.
O local de escovação deve ser próximo às salas de cirurgias, a fim de reduzir o tempo de
exposição da área escovada ao meio ambiente. As torneiras devem ser acionadas por pedal ou com
o cotovelo, como também os recipientes para antissépticos. Os tanques devem ser instalados numa
altura de mais ou menos 90 cm, para favorecer a mecânica corporal no ato da escovação. Neste
local devem ser colocados os recipientes para escova e solução antisséptica.
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Figura 06 - Sala de escovação
Fonte: http://www.pontagrossa.pr.gov.br/node/10865
Local onde o material esterilizado deve ser guardado até o momento da sua distribuição para
a sala de cirurgia. A área física não deve permitir o cruzamento de material estéril com material
contaminado. Essa área deve ser fechada e possuir sistema de renovação de ar. Sua temperatura
ambiente deve ser mantida abaixo de 25ºC, sendo o ideal até 21ºC, e a umidade relativa do ar entre
30% e 60%.
Este local está destinado pra guardar cilindros de oxigênio e óxido nitroso mesmo que o
sistema de distribuição seja centralizado.
• Sala de espera
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• Sala administrativa
• Rouparia
É a área destinada a armazenar a roupa de uso na Unidade, tais como lençóis de maca, de
mesa cirúrgica, entre outros.
• Expurgo
Local destinado a eliminação de matéria orgânica proveniente das salas de cirurgia como
secreções e excreções do paciente.
Essa área é importante para evitar a circulação interna de macas que percorrem todo o
hospital. As macas devem ser mantidas limpas e submetidas à desinfecção após o uso, entre um
paciente e outro.
É a área utilizada para revelar radiografias, mas que também pode ser dispensável quando a
Unidade de Radiologia estiver situada próximo ao Centro Cirúrgico.
• Vestiários
O Centro Cirúrgico deve ter dois vestiários, um feminino e um masculino, com sanitários e
chuveiros completos e armários individuais, e duas portas, de modo que o fluxo externo de pessoas
independa do fluxo interno. Assim, devem estar localizados na entrada do Centro Cirúrgico, de modo
que os profissionais, e outras pessoas que venham da área de circulação externa, só possam ter
acesso ao setor após a troca de roupa em uso por uniforme próprio e privativo para o local. Este
consta de calça comprida, túnica, gorro, propés e máscara. Os vestiários são barreiras físicas,
considerando que estas estão definidas como “aqueles ambientes que minimizam a entrada de
microorganismos externos”.
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• Copa
É importante para evitar o fluxo e dispersão de pessoal no Centro Cirúrgico. É o local próprio
e restrito para alimentação, evitando o uso incorreto de outros ambientes do Centro Cirúrgico.
Brunner & Suddarth; Smeltzer SC, Bare BG: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 12 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. vol. I e II.
GOFFI, Fábio Schmidt et al. Técnica cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e técnica da cirurgia. 4. ed.
São Paulo: Atheneu, 2007.
SABISTON, David C.; LYERLY, H. Kim (Ed.). Fundamentos da Cirurgia. 17. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2006.
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UNIDADE I
CAPÍTULO 2 - EQUIPE CIRÚRGICA
No término deste capítulo, você deverá saber:
✓ Equipe Cirúrgica;
✓ Preparo do paciente cirúrgico;
✓ Posição cirúrgica.
Equipe de anestesia
A equipe de anestesia é formada por médicos anestesiologistas, responsáveis por todo ato
anestésico, com as atribuições iniciais de fazer a avaliação pré-anestésica do paciente ainda em sua
unidade de internação e de fazer a prescrição da medicação pré-anestésica.
Equipe de cirurgia
a) Médico cirurgião: É o responsável pelo ato cirúrgico a ser desenvolvido. Cabe-lhe, portanto,
planejá-lo e executá-lo, comandando-o e mantendo a ordem no campo operatório.
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• Permanecer em sala após o despertar anestésico até a colocação do paciente
no leito.
b. Segundo auxiliar: Presente em condições especiais, principalmente nas
intervenções mais complexas. Colabora com manobras de afastamento, permitindo
ao primeiro auxiliar maior liberdade de ação.
Equipe de Enfermagem
A equipe de enfermagem que atua no Centro Cirúrgico é composta por pessoas de vários
níveis, com responsabilidades diferentes. A quantidade desse pessoal varia conforme a
complexidade e o volume de trabalho existente na Unidade, mas em geral a equipe é composta de:
De forma geral as equipes precisam ter um bom relacionamento entre si e estarem integradas
para que se possa desenvolver um trabalho exemplar dentro do centro cirúrgico, pois todos não
devem se esquecer que a prioridade é o bem-estar do paciente.
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2.2 Preparo do paciente cirúrgico
Ao transportar o paciente alguns cuidados devem ser tornados, dentre eles destacam-se:
• Utilização de roupas limpas na maca ou cama berço do mesmo modo como se prepara a
cama de um operado. Deve-se enrolar juntos o lençol superior, o cobertor e a colcha no
sentido longitudinal, deixando-os de um dos lados da maca.
A lavagem das mãos é, isoladamente a medida mais importante na prevenção das infecções
hospitalares, devendo ser realizadas antes e após a manipulação de qualquer paciente. O banho
pré-operatório tem como objetivo eliminar detritos depositados sobre a pele e consequentemente
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reduzir a sua colonização, porém ele não deve ser realizado muito próximo a cirurgia, pois a fricção,
promove a descamação da pele e, portanto, deve ser tomado na véspera da cirurgia.
Pré-operatório Imediato
Diante das evoluções tecnologias o enfermeiro do centro cirúrgico foi adquirindo novos
conceitos na sua formação e aprendendo a melhorar sua relação com o paciente, através de
diferentes ferramentas dentre essas ferramentas podemos destacar a Sistematização da Assistência
de Enfermagem (SAE) que em linhas gerais é um processo organizacional que oferece subsídios
para o desenvolvimento de métodos interdisciplinares e humanizados de cuidado com o objetivo de
melhorar cada vez mais o cuidado prestado ao paciente, pois levanta-se a necessidade de cuidado
interativo, complementar e multiprofissional
O posicionamento cirúrgico tem como principal finalidade promover o acesso ao sítio cirúrgico e deve
ser realizado de forma correta para garantir a segurança do paciente e prevenir complicações. O
enfermeiro compartilha com a equipe (cirurgião, anestesista e pessoal de enfermagem) a decisão do
melhor posicionamento do paciente para facilitar as atividades durante o ato anestésico-cirúrgico.
Para isso, é necessária a identificação das alterações anatômicas e fisiológicas do paciente,
associadas ao tipo de anestesia, tipo de procedimento e ao tempo cirúrgico a que será submetido,
para que o posicionamento seja adequado e não ocasione complicações pós-operatórias. A equipe
de enfermagem deve sempre ter a mão materiais acessórios que auxiliem no melhor posicionamento
do paciente, como:
Existem diversas posições possíveis, cada qual dependendo do tipo de cirurgia a ser
executada, no entanto será mostrado os principais posicionamentos utilizados no centro cirúrgico.
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Posição dorsal ou de decúbito dorsal
O paciente fica deitado sobre seu dorso, em posição horizontal, com as pernas em sentido
longitudinal ao corpo e os braços abertos, de preferência apoiados sobre talas (Figura 01). Trata-se
da posição que se emprega em cirurgias abdominais supra e infra umbilicais, torácicas e vasculares,
entre outras. É a posição cirúrgica mais utilizada e a que traz o menor número de complicações
respiratórias intra e pós-operatórias.
Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html
O paciente permanece deitado sobre seu abdome, em posição horizontal, com os braços e
as pernas em sentido longitudinal ao corpo (Figura 02). A cabeça deve ser voltada para um dos
lados, colocando-se coxins sob os ombros e também sob a região infra umbilical, com a finalidade
de facilitar a expansão pulmonar e evitar a compressão dos vasos do pescoço. Costuma-se utilizar
coxins também sob os tornozelos, que são assim posicionados corretamente para evitar sua
distensão e compressão. Essa posição é usada nas cirurgias das regiões dorsal, lombar,
sacrococcígea e occipital.
Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html
O decúbito lateral pode ser tanto direito como esquerdo, dependendo da via de acesso que o
cirurgião vá utilizar. O paciente é colocado deitado sobre um dos lados, com a perna superior em
extensão e a inferior fletida, e um coxim entre ambas para separá-las (Figura 03). Para manter o
paciente nessa posição é preciso restringi-lo com faixas largas de esparadrapo passadas sobre seu
quadril e presas a mesa cirúrgica. O braço superior normalmente e fixado ao arco de proteção
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utilizado para separar o campo cirúrgico do anestésico. Nessa fixação deve-se sempre lembrar de
revestir o suporte metálico e o braço do paciente com atadura de crepe, ou outro isolante qualquer,
com a finalidade de evitar queimaduras nesse local devido ao uso do bisturi elétrico. Essa posição é
utilizada em cirurgias de toracotomia ou lobotomia.
Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html
Posição ginecológica
Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html
Posição de Trendelemburg
É uma variação da posição de decúbito dorsal onde a parte superior do dorso é abaixada e
os pés são elevados (Figura 05). Mantém as alças intestinais na parte superior da cavidade
abdominal. Ex: cirurgias de órgãos pélvicos, laparotomia de abdome inferior.
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Figura 05 - Figura esquemática da posição de Trendelemburg.
Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html
Paciente permanece semi sentado na mesa (Figura 06). Utilizada para mamoplastia, dreno
de tórax e plásticas em geral.
Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html
O paciente se encontra em decúbito ventral, com as coxas e pernas para fora da mesa e o
tórax sobre a mesa, a qual está levemente inclinada no sentido oposto das pernas, e os braços
estendidos e apoiados em talas (Figura 07). Usada em cirurgias proctológicas, hemorroidectomia,
fissuras e fístulas anais.
Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html
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Além dessas, há posições específicas para determinados procedimentos cirúrgicos, que
precisam utilizar acessórios específicos, como no caso das cirurgias neurológicas,
otorrinolaringológicas e outras. Ao posicionar-se o paciente para uma intervenção cirúrgica, deve-se
sempre lembrar de alguns cuidados que previnam problemas futuros para ele, entre esses cuidados
destacam-se:
• Manusear o paciente anestesiado com movimentos firmes e lentos, pois a mudança repentina
de posição pode levar à queda da Pressão Arterial (PA);
• Manter a cabeça voltada para um dos lados quando o paciente permanecer em decúbito
dorsal;
• Não comprimir terminações nervosas, evitando assim paralisias que poderão ser
irreversíveis;
• Não forçar posições de braços ou pernas e protegê-los do contato com superfícies metálicas;
• Cuidar para que os membros inferiores (pernas) e superiores (braços) nunca fiquem
pendentes da mesa de operação; sendo impossível colocá-los ao longo do corpo, deve-se
apoiá-los sobre talas;
• Evitar, sempre que possível, distensões musculares provocadas por movimentos bruscos em
qualquer parte do corpo.
Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização.
Centro Universitário de Lavras. 2007
Brunner & Suddarth; Smeltzer SC, Bare BG: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 12 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. vol. I e II.
POSSARI, João Francisco. Centro Cirúrgico: planejamento, organização e gestão. 1ª ed. São Paulo: Iátria,
2004.
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UNIDADE II
CAPÍTULO 3 - ASSEPSIA NO CENTRO CIRÚRGICO –
ANTISSÉPTICOS E DEGERMANTES
No término deste capítulo, você deverá saber:
A técnica asséptica utiliza de um conjunto de processos, medidas ou meios para impedir o contato
de germes com a ferida operatória.
• Assepsia (do grego a=negação + séptico= putrefação): é o termo utilizado para designar
ausência de matéria séptica, isto é, um estado livre de infecção. Este é, portanto, o objetivo
da equipe cirúrgica.
• Germicidas: são meios químicos utilizados para destruir todas as formas microscópicas de
vida e são designados pelos sufixos "cida" ou "lise", como por exemplo, bactericida, fungicida,
virucida, bacteriólise etc.
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Antissépticos e degermantes
a) Amplo espectro
b) Atividade em baixa concentraçaõ
c) Ação rápida
d) Efeito residual prolongado
e) Ação em presença de matéria orgânica
f) Baixa toxicidade ou irritabilidade
g) Estabilidade, não-corrosividade, odor agradável
h) Baixo custo
Compostos de iodo
O composto de iodo mais usado é o álcool iodado a 0,5% ou 1 %. A solução de iodo deve
ser preparada semanalmente e condicionada em frasco âmbar com tampa fechada, para evitar
deteriorização e evaporação e devidamente protegido da luz e calor. Em resumo: os compostos
iodados têm ação bactericida, bacteriostático e residual.
Iodóforos
Shelanski & Shelanski, em 1953, descobriram que o iodo poderia ser dissolvido em
polivinilpirrolidona (PVP), um polímero muito usado para detoxicar e prolongara atividade
farmacológica de medicamentos e também como expansor plasmático. Além de conservar
inalteradas as propriedades germicidas do iodo, apresenta as seguintes vantagens sobre as
soluções alcoólicas e aquosas desse agente, pois não queima, não mancha tecidos, raramente
provoca reações alérgicas, não interfere no metabolismo e mantém ação germicida residual. São
chamados de iodóforos e liberam o iodo lentamente, permitindo uma estabilidade maior para a
solução.
O iodóforo mais usado para a anti-sepsia das mãos é a solução degermante, de PVPI a 10%
(1% de iodo ativo), em solução etérica, que é bactericida, tuberculicida, fungicida, virucida e
tricomonicida. Essa solução tem a seu favor, o fato de não ser irritante, ser facilmente removível pela
água e reagir com metais. Para as feridas abertas ou mucosas, (sondagem vesical), usamos o
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complexo dissolvido em solução aquosa. Para a antissepsia da pele integra antes do ato cirúrgico,
usamos o complexo dissolvido em solução alcóolica. Em resumo: Os iodóforos têm ação bactericida,
fungicida, virucida e ação residual.
Cloro-hexedina ou clorexidina
Para casos de alergia ao iodo, pode-se fazer a degermação prévia com solução detergente
de clorexidina a 4%. As formulações para uso satisfatório são: solução de gluconato de clorexidina
a 0,5%, em álcool a 70% e solução detergente não ionica de clorexidina a 4%, contendo 4% de álcool
isopropilico ou álcool etílico para evitar a contaminação com Proteus e Pseudomonas.
Álcool
O álcool etílico é bactericida, age coagulando a proteína das bactérias, fungicida e virucida
para alguns vírus, razão pela qual é usado na composição de outros antissépticos. A ação bactericida
dos álcoois primários está relacionada como seu peso molecular, e pode ser aumentada através da
lavagem das mãos com água e sabão.
Sabões e detergentes
Sabões são sais que se formam pela reação de ácidos graxos, obtidos de gorduras vegetais
e animais, com metais ou radicais básicos (sódio, potássio, amônia etc), são detergentes ou
surfactantes aniônicos porque agem através de moléculas de carga negativa. Existem vários tipos e
apresentação de sabão: em barra, pó, líquido e escamas.
Alguns sabões em barra são alcalinos (pH 9,5a 10,5) em solução. Sua qualidade pode ser
melhorada através da adição de produtos químicos. O sabonete é um tipo de sabão em barra
(composto de sais alcalinos de ácidos graxos) destinado à limpeza corporal, podendo conter outros
agentes tensoativos, ser colorido e perfumado e apresentar formas e consistências adequadas ao
uso. O sabão/sabonete antimicrobiano contém antissépticos em concentração suficiente para ser
desodorante, sendo usado para lavar as mãos antes de procedimentos cirúrgicos. Os sabões têm
ações detergentes, que remove a sujidade, detritos e impurezas da pele ou outras superfícies.
Determinados sabões apresentam formação de espuma que extrai e facilita a eliminação de
partículas. A formação de espuma representa, além da ação citada, um componente psicológico de
vital importância para a aceitação do produto. Preconiza-se o uso de sabão líquido no hospital e
unidades de saúde e, como segunda opção, o sabão em barra ou sabonete, em tamanho pequeno.
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O cuidado maior que se deve ter no manuseio do sabão é evitar seu contato com a mucosa
ocular, contato prolongado com a pele, que pode produzir irritação local. Em resumo: Os sabões têm
ação degermante.
O cloro é o mais potente dos germicidas que existem. Tóxico para todo tipo de matéria viva,
é utilizado para desinfetar objetos, água de abastecimento e, até certo ponto, tecidos. Pode ser usado
sob forma de gás ou derivado clorados que desprendem ácido hipocloroso, que no caso é o agente
germicida que interage com a matéria orgânica e destrói tecidos normais. A ação bacteriana do cloro
é anulada pela matéria orgânica e pH alcalino. Não é recomendado para desinfetar instrumentos por
ser corrosivo. Em medicina o derivado clorado mais usado é a solução de hipoclorito de sódio ou
solução de Dakin, a 0,5 %. A solução a 5% é um potente germicida indicado para desinfetar
instrumentos e utensílios, é muito irritante para os tecidos e não deve ser usado como antisséptico.
Compostos de prata
Desinfetantes oxidantes
A água oxigenada ou peróxido de hidrogênio é o protótipo dos peróxidos, entre os quais ainda
se contam os peróxidos de sódio, zinco e benzila. A água oxigenada se decompõe rapidamente e
libera oxigênio quando entra em contato com a catalase, enzima encontrada no sangue e maioria
dos tecidos. Este efeito pode ser reduzido na presença de matéria orgânica. Útil na remoção de
material infectado através da ação mecânica do oxigênio liberado, limpando a ferida muitas vezes
melhor que solução fisiológica ou outros desinfetantes. Não deve ser aplicada em cavidades
fechadas ou abscessos de onde o oxigênio não possa liberar-se. O permanganato de potássio é um
potente oxidante que se decompõe quando em contato com matéria orgânica. Já teve grande uso
no passado, mas hoje está ultrapassado como antisséptico. Em resumo: Os desinfetantes oxidantes
têm ação germicida.
Derivados fenólicos
Os fenóis e derivados são conhecidos de longa data como venenos protoplasmáticos gerais,
precipitando e desnaturando as proteínas. O fenol, em soluções diluídas, age como antisséptico e
desinfetante, com espectro anti-bacteriano que varia com a espécie do micróbio, não sendo
esporocida. É usado principalmente para desinfetar instrumentos e para cauterizar úlceras e áreas
28
infectadas da pele. O fenol, na concentração de 1/500 a 1/800, é bacteriostático, e nas concentrações
de 1/50 a 1/100 torna-se bactericida. Os cresóis, derivados metílicos do fenol, são menos irritantes
e menos tóxicos que o fenol e parecem possuir ação antisséptica mais poderosa. Os derivados
halogenados dos fenois são também antimicrobianos mais potentes que o fenol, como o
hexilresorcinol, por exemplo. Os derivados fenólicos são usados principalmente para desinfetar
objetos porque são cáusticos e tóxicos para os tecidos vivos. O fenol e os cresóis não devem ser
usados para desinfetar artigos de borracha, de plástico, ou tecidos que possam entrar em contato
com a pele, de que podem resultar queimaduras. Atualmente não mais se usa fenol como
antisséptico ou desinfetante. Em resumo: O derivado fenólico tem ação bactericida e não esporocida,
utilizados em instrumental.
Aldeídos
Derivados furânicos
Como vimos na aula passada a assepsia em centro cirúrgico envolve o emprego de diferentes
substâncias e diferentes técnicas. Dentre as técnicas assépticas se destaca a esterilização.
29
Vamos conhecer um pouco melhor esse processo.
Os meios de esterilização podem ser meios Físicos (Calor seco; Estufa; Flambagem;
Fulguração; Calor úmido; Fervura e Radiações) ou Químicos (Desinfetantes).
Flambagem
A flambagem é a colocação do material sobre o fogo até que o metal fique vermelho.
Fervura
Ferver o material por 15 minutos (contar o tempo após o início da fervura). Após a fervura,
escorrer a água e deixar mais um pouco dentro da vasilha para secar; pegar o material sempre pelo
cabo e com as mãos bem lavadas. Após isso, secar bem o material com um pano limpo e guardá-lo
em recipiente com tampa, até o seu uso.
Calor seco
São utilizadas as estufas. Conforme o calor gerado recomenda-se um certo tempo: a 160
Graus Celsius, são necessários 120 minutos. A 140 Graus Celsius são necessários 2 horas. A 120
Graus Celsius são necessários 6 horas.
a) Vantagens: não forma ferrugem, não danifica materiais de corte. É o ideal para vidros,
metais, algumas gorduras e substâncias em pó.
b) Desvantagens: O material deve ser resistente a variação da temperatura. Não esteriliza
líquidos.
30
Calor úmido
Atua também desnaturando e coagulando as proteínas das células microbianas, mas a água
vai influenciar a destruição das membranas e enzimas pois pode induzir a destruição das ligações
de hidrogénio, o que vai tornar estes processos mais eficazes e diminuir o tempo de exposição.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Esteriliza%C3%A7%C3%A3o_de_materiais#/media/File:Autoclave(1).JPG
31
Radiação
Radiação Beta
Radiação Gama
Devido a sua baixa eficiência está vetado o seu uso pelo Ministério da Saúde desde 1992.
As radiações não ionizantes, são aquelas menos energéticas. A luz ultravioleta compreende a porção
do espectro que vai de 150 a 3900A, porém o comprimento de onda que possui maior atividade
bactericida está ao redor de 2650A. A luz solar tem poder microbicida em algumas condições, pois
a energia radiante da luz do sol é composta basicamente de luz ultravioleta e na superfície terrestre
o comprimento de onda desta varia de 2870 a 3900A, as de comprimento mais baixo são filtradas
pela camada de ozônio, pelas nuvens e pela fumaça. A radiação não ionizante é absorvida por várias
partes celulares, mais o maior dano ocorre nos ácidos nucléicos, que sofrem alteração de suas
32
pirimidinas. Formam-se dímeros de pirimidina e estes permanecem (não ocorre reativação), a réplica
do DNA pode ser inibida ou podem ocorrer mutações.
Foto Reativação
Após uma exposição à radiação não ionizante, uma suspensão bacteriana terá ainda uma
pequena parte de células viáveis, ou seja, capazes de formar colônias. Se a suspensão bacteriana
após for exposta à luz ultravioleta, ser então exposta à luz visível, a parte de células que restam
ainda viáveis será maior. Este fenômeno ocorre devido a uma enzima fotodependente, que realiza a
clivagem dos dímeros de timina do DNA, recuperando sua estrutura normal; então células que foram
aparentemente lesadas sofrem uma reativação à luz visível, esta reativação, porém nunca atinge
100% das células.
Reativação no Escuro
Métodos químicos
Gás Óxido de Etileno: O gás óxido de etileno é um produto altamente tóxico usado para
esterilizar materiais.
Ácido peracético: Líquido que esteriliza materiais por imersão. Vantagens: rapidez: em 10
minutos sob imersão apresenta desinfecção. Desvantagens: muitos fabricantes no mercado com
formulações de pH baixo e assim agressivo ao material, mas existe alguns com o pH neutro no
mercado.
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Além de todas as formas de assepsia, o material cirúrgico pode ser classificado conforme sua
utilização em:
• Crítico: Contato direto ou indireto com região operatória . Ex: bisturi, tesoura.
• Semi-crítico: contato direto com mucosas. Ex: sondas, endoscópio.
• Não crítico: Sem contato ou em contato com pele hígida. Ex: mascara, gorro.
O uso de escovas foi sugerido por Mitchell et al na década de 1980, na substituição dos
pincéis, usados desde 1894. Desde então estudos não conseguiram provar a real eficácia da
escovação na higiene pré-cirúrgica. A escovação das mãos passou a ser questionada pela
possibilidade de aumentar a transferência de bactérias através da remoção da camada externa da
epiderme e a consequente exposição da flora bacteriana das camadas mais profundas da pele. No
que tange às determinações da OMS, o uso da escova, de modo geral, tende a cair em desuso, de
modo que sua utilização deve ser reduzida futuramente. A organização ainda indica que, caso as
mãos estejam sujas por fragmentos macroscópicos, pode-se utilizar uma esponja que possui
características menos lesivas para sua remoção, antes do procedimento de lavagem propriamente
dito.
Este procedimento se justifica por que a pele, normalmente, é habitada por duas populações
bacterianas, ou seja, a flora residente e a transitória.
34
fricção e sua sequência variam muito de autor para autor. Contanto que toda a mão seja contemplada
com a lavagem e que a sequência não tenha recidiva (retorno de uma parte recém-lavada para outra
lavada antes), a sequência é aceita. O enxague deve ser rigoroso para remoção dos resíduos de
sabão e a secagem deve ser feita com toalhas de papel. Contudo, em casos de cirurgia, a mãos
devem ser enxugadas no próprio bloco, depois da escovação, com o uso de compressas
esterilizadas.
Lavabos
Nos lavabos dos centros cirúrgicos, são comumente encontradas embalagens individuais de
uso único contendo escova-esponja embebida em solução antisséptica como iodopovidina ou
clorexidina, junto a uma espátula para a limpeza das unhas (desinquinação). As torneiras de um
lavabo cirúrgico devem ser acionadas por botões colocados no piso ou de forma automática por meio
de células fotoelétricas, devendo conter também dispositivos de regulagem de temperatura da água.
O cirurgião não deve fazer o uso das mãos para acionar a corrente de água, a antiga prática de uso
de torneiras manuseados com o cotovelo como ainda se encontra comumente deve ser
desestimulado.
A Lavagem
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Sequência para lavagem antisséptica das mãos
a) Utilizar escova estéril, com cerdas firmes e macias. O tempo de escovação deve ser de 07
(sete) a 10 (dez) minutos; não podendo ser inferior a 05 minutos;
b) Utilizar a seguinte sequência: Numa angulação sempre acima do nível do cotovelo, molhar a
área a escovar; ensaboar cada braço a mão oposta como se fora uma simples lavagem
higiênica e novamente se retira o sabão ou degermante antisséptico, escorrendo a água do
membro no sentido mãos-cotovelos;
c) Inicia-se a escovação pelas extremidades dos dedos e sequencialmente pela face medial,
lateral, palmar e dorsal dos dedos (sendo a última com os dedos em garra), espaços
interdigitais, palma da mão, dorso da mão, face anterior e posterior do antebraço, seguindo
movimentos circulares (no sentido contrário ao crescimento dos pelos), até o cotovelo.
e) Permanece no lavabo com as mãos suspensas até que a água escorra por completo.
f) A secagem é feita com compressa estéril. Cada face da compressa é destinada a uma das
mãos. Com a compressa aberta, inicia-se pelas extremidades até o cotovelo; dobra-se a
compressa isolando a face já utilizada e com a outra face enxuga-se o outro membro da
mesma forma.
36
Fonte: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/tecnicas.htm
Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização.
Centro Universitário de Lavras. 2007
Brunner & Suddarth; Smeltzer SC, Bare BG: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 12 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. vol. I e II.
POSSARI, João Francisco. Centro Cirúrgico: planejamento, organização e gestão. 1ª ed. São Paulo: Iátria,
2004.
Moriya T, Módena JLP. Assepsia e antissepsia: técnicas de esterilização. Medicina (Ribeirão Preto). 2008;
41 (3): 265-73.
37
UNIDADE II
CAPÍTULO 4 – VESTUÁRIO E ROUPAS CIRÚRGICAS
No término deste capítulo, você deverá saber:
A entrada no Centro cirúrgico deve ser precedida de uniformização restrita a esta unidade composta
por: roupa privativa (calça e camisa, o famoso “pijama cirúrgico” ou também chamada de “roupa de
bloco”), máscara, gorro e propés. O uso da roupa privativa mostra-se útil na prevenção de infecção,
pois evita a liberação de microrganismos da pele, tronco, membros, axilas, pernas e períneo.
As mangas das camisas devem ser suficientemente curtas para permitir a correta escovação
das mãos, antebraços e cotovelos, sem que se molhem durante esse procedimento.
O uso dessas roupas por mais de oito horas seguidas deve ser avaliado, haja vista que
parece existir aumento na contaminação diretamente associado ao tempo em que elas são usadas
e expostas ao ambiente do centro cirúrgico.
• Touca cirúrgica: reduz riscos por possíveis bactérias oriundas do cabelo e do couro
cabeludo.
• Luvas cirúrgicas: importante contra riscos de infecção ocupacional pelo contato com sangue
da paciente. Vale ressaltar, que a mão é o principal instrumento na cirurgia e a parte do corpo
que permanece o maior período de tempo em contato direto com a paciente.
38
Vestir avental cirúrgico
1. Segurá-lo com as pontas dos dedos pelas dobras do decote, elevá-lo do campo esterilizado
e trazê-lo para fora da mesa;
2. Abri-lo com movimentos firmes para que as dobraduras se desfaçam, tendo o cuidado de não
o esbarrar em superfícies não estéreis ou em pessoas da sala;
3. Segurá-lo pela parte interna do ombro, afastando do corpo e, com ligeiro movimento para
cima, introduzir, ao mesmo tempo, os dois braços nas mangas, conservando-as em extensão
para cima;
4. Colocar-se de costas para o circulante de sala e solicitar-lhe ajuda para acertar as mangas.
Desta feita, o circulante introduz as mãos nas mangas pela parte interna do avental, puxando-
as até que os punhos cheguem à região dos pulsos;
5. Permanecer de costas ao circulante, para que este amarre as tiras ou fitas do decote do
avental;
6. Distanciar da cintura os cintos, para que o circulante possa pegá-los e amarrá-los.
Fonte:https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/vestir-o-avental-esterilizado/23217
A opa é uma peça que faz parte da indumentária de paramentação cirúrgica. Sua finalidade
é cobrir a parte posterior do avental esterilizado em uso pelo cirurgião e assistentes, em cirurgias de
grande porte.
39
Para vesti-la, o cirurgião deve:
a) Pegar as alças superiores da opa com as mãos enluvadas, trazendo-a para fora da mesa,
abri-la com movimentos firmes e suaves, tomando cuidado para não contaminá-la;
b) Apresentar para o circulante de sala a face externa da opa, a fim de que este possa segurá-
la pelas pontas superiores com o auxílio de pinças;
c) Virar-se de costas para o circulante de sala e introduzir os braços nas alças da opa; a.
d) Seguir, puxar para a frente os cintos e amarrá-los.
Atualmente, já se encontra comercializado o avental-opa que, por constituir uma única peça,
toma mais prático o uso.
1) Abrir o invólucro de papel que as protege e expô-las, de modo que os punhos fiquem voltados
para si;
2) Calçar a luva E (esquerda), segurando-a pela dobra do punho com a mão D (direita);
3) Introduzir os dedos da mão E enluvada sob a dobra do punho da luva D e calçá-la, desfazendo
a seguir esta dobra até cobrir o punho da manga do avental;
4) Colocar os dedos da mão D enluvada na dobra do punho da luva E, repetindo o procedimento
descrito acima.
Fonte:https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/vestir-o-avental-esterilizado/23219
40
Da mesma forma que observamos muito cuidado ao ato de colocar as luvas, também na hora
de retirada devem ser tomadas algumas precauções, mas agora é o seu lado externo que não deve
entrar em contato com qualquer parte desnuda de nosso corpo, de forma a não propiciar
contaminação por microrganismos. Ao serem retiradas e desprezadas, suas faces externas devem
estar voltadas para dentro, de modo que o cirurgião não toque nenhuma parte de seu corpo desnuda
sobre a face externa (e já contaminada) da luva. Ao final da retirada, deve ser descartada em
recipiente apropriado.
Fonte:https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/vestir-o-avental-esterilizado/23220
Como existe um grande número e variedade de materiais, eles são agrupados de acordo com
sua função ou uso principal. De forma geral temos as seguintes classes de instrumentos cirúrgicos:
• Diérese: A diérese consiste na divisão dos tecidos e permite a exposição dos órgãos
estruturas afetadas, utilizando-se bisturis e tesouras, serras, agulhas e outros, utilizados nas
cirurgias gerais, assim como nas especiais.
41
• Preensão: É o destinado a segurar e suspender as vísceras e órgãos, como as pinças
elásticas e pinças com anéis e cremalheira. São representantes dessa classe a pinça
anatômica e pinça dente de rato. A pinça de Allis é usada para preensão de vários tecidos,
principalmente os delicados e escorregadios (Figura 2). A pinça anatômica é um instrumento
delicado utilizado para segurar tecidos delicados no ato da dissecção. A pinça dente-de-rato
é utilizada para segurar a pele e os dentes evitam que a pele escape da pinça (Figura 3).
• Síntese: A síntese visa reconstruir e restituir a integridade das estruturas, órgãos e tecidos
que foram operados usando-se porta agulhas, pinças anatômicas e dente de rato, agulhas e
fios cirúrgicos, grampos e fitas adesivas de pele (Figura 3).
42
• Exposição: Formado por afastadores é destinado à exposição, permitindo a melhor
visualização da cavidade operatória. Os instrumentos mais utilizados são os afastadores de
Farabeuf, de Doyen, de Gosset, de Finocchietto, de Volkmann, pinça de Backaus, de Allis,
de Kocher e de Mixter (Figura 4).
• Campo: É constituído por pinças que se destinam à fixação dos campos estéreis para
delimitação do campo operatório. Ex: Aspirador (Utilizado para a irrigação e aspiração de
fluidos orgânicos ou não). A pinça de Backaus é usada para prender campos os cirúrgicos e
outros instrumentos.
Fonte: https://pt.slideshare.net/EduardoBernardino/tecnicas-de-instrumentao
43
4.3 Mesa de instrumentação cirúrgica
1. Diérese
2. Preensão
3. Hemostasia
4. Exposição
5. Especial
6. Síntese
44
Observação: Alguns autores utilizam a divisão em quatro campos, sendo eles: Diérese,
hemostasia, síntese e exérese.
Figura 06 - Sequência de instrumental cirúrgico, respeitando os principais tempos cirúrgicos. Observe que o
posicionamento do porta-agulha é voltado para cima.
45
Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização.
Centro Universitário de Lavras. 2007
Brunner & Suddarth; Smeltzer SC, Bare BG: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 12 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. vol. I e II.
POSSARI, João Francisco. Centro Cirúrgico: planejamento, organização e gestão. 1ª ed. São Paulo: Iátria,
2004.
Moriya T, Módena JLP. Assepsia e antissepsia: técnicas de esterilização. Medicina (Ribeirão Preto). 2008;
41 (3): 265-73.
Moriya T, Vicente YAMVA, Tazima MFGS. Instrumental Cirúrgico. Medicina (Ribeirão Preto). 2011;44(1):18-
32.
46
UNIDADE III
CAPÍTULO 5 - DRENAGEM E SONDAGEM CIRÚRGICA
No término deste capítulo, você deverá saber:
A drenagem cirúrgica é a técnica para remover coleções líquidas ou gasosas de uma cavidade
serosa, ferida ou abscesso por meio de simples abertura ou através de colocação de dreno ou
qualquer com que se assegura a saída dos fluidos, através da pele ou mucosas. É uma técnica
invasiva e cruenta.
• Diagnóstica
A drenagem diagnóstica tem objetivo medir o volume, o ritmo de saída de líquidos e gases, a
fim de determinar a existência e a permanência de uma afecção interna, como exemplo a
drenagem da cavidade pleural no caso de hemorragia interna onde podemos diagnosticar a
existência e a permanência da mesma e decidir por uma intervenção.
• Preventiva
É uma forma de drenagem das mais usadas, sendo feita sempre em cirurgias onde haja ou
se suspeita de infecção, quando os líquidos que se formam no local ou o estado geral do
paciente, como cirurgia de pâncreas com abscessos localizados.
• Curativa
A drenagem curativa tem o objetivo de eliminar o líquido residual enclausurado, habitualmente
pus, permitindo que o organismo promova a recuperação daquela região atingida evitando
assim a disseminação do processo. Por exemplo, a drenagem de abscesso subfrênico.
Mecanismo
O líquido preso dentro de cavidades orgânicas, com aumento progressivo do seu volume,
pode drenar espontaneamente para outras regiões ou para o exterior do organismo, por aumento
da pressão do líquido ou por necrose tecidual. A drenagem cirúrgica é feita quando o processo não
responde ao tratamento medicamentosos (antibióticos) ou quando atingir grandes proporções.
Tipos de Materiais
47
borracha e drenos de penrose estão indicadas para a drenagem de regiões menores e com
pequena produção de líquidos, como em drenagem superficial de parede abdominal.
Técnicas de drenagem
Os drenos e sondas podem ser de qualquer material como um tubo, gaze, desde que
assegure a saída das secreções.
48
4. Dreno de Penrose
5. Sonda de Foley: A ponta proximal é arredondada e tem um balão que é inflado com solução
estéril de água destilada ou soro fisiológico, tem dupla ou tripla luz, sendo uma para injetar
líquido dentro do balão, a outra para drenar a urina e a de três vias tem uma terceira luz para
introduzir alguma solução na bexiga. Na ponta distal tem duas ou três pontas, sendo uma a
que insufla o balão, a outra drena urina e nas de três vias uma que injeta solução.
49
7. Sonda ou balão de Sangsteik Blackmore: É um tipo de sonda utilizada no controle da
hemorragia causada por varizes esofágicas. Possue dois balões, sendo um que após
insuflado se ancora no estômago e outro posicionado no esófago comprimindo suas
paredes
50
Figura 01 - A-Fio monofilamentar e multifilamentar: (B)torcido, (C)trançado simples, (D)trançado revestido.
A B C D
Segue abaixo tabela com os principais tipos de fios usados no centro cirúrgico e suas
características como resistência tênsil (ou seja, sua capacidade de manter a tensão local) e o
processo de absorção que ocorre pelo organismo quando em contato com o material utilizado na
confecção do fio cirúrgico.
51
Os fios cirúrgicos são vendidos de acordo com um comprimento padrão, de 45 a 140 cm, e
cada fabricante, para cada fio identifica, na embalagem, as especificações do fio que ela contém,
tais como o material de que é feito, comprimento, se está acoplado a uma agulha e que tipo de agulha
contém. Os fios são comercializados já esterilizados e com data de validade para sua utilização. As
embalagens de fios cirúrgicos podem conter um único fio ou vários. Os fios podem estar acoplados
a uma agulha, para facilitar seu uso. Neste caso, o calibre da agulha deve ser semelhante ao calibre
do fio. Existem fios com uma e com duas agulhas. O calibre dos fios cirúrgicos é identificado pela
quantidade de números zero, 1-0; 2-0; 3-0; 4-0;etc. Quanto maior o número de zeros menor é o
calibre do fio, até 12-0 (o de diâmetro 0,001mm).
52
Como o fio pode se comportar como corpo estranho e prejudicar a cicatrização, é
aconselhável escolher o calibre do fio de acordo com a resistência, o tipo de estrutura a ser suturada
e a tensão entre as bordas da ferida. A escolha do tipo de fio, se absorvível ou inabsorvivel, depende
da resistência e do tempo da manutenção da sutura até a sua total cicatrização. Deve-se escolher
um fio inabsorvível, quando houver a necessidade da manutenção de sua resistência por um período
maior do que 2 a 3 semanas ou quando a reação inflamatória deve ser a menor possível.
Localização
A sala de RPA deve estar instalada dentro da Unidade de Centro Cirúrgico ou nas suas
proximidades, de modo a favorecer o transporte fácil do paciente anestesiado para este local, assim
como o seu rápido retorno a sala de operação, na vigência de uma reintervenção cirúrgica. Esta
localização possibilita também, o livre acesso dos componentes da equipe cirúrgica.
Estrutura física
O planejamento da planta física do RPA deve ser feito de modo a permitir a visão e a
observação constante e todos os pacientes pelas equipes médica e de enfermagem, sendo o estilo
“aberto” o que melhor atende a esses quesitos. O ministério da saúde preconiza a existência de uma
sala de RPA, cujo número de leitos deve estar relacionado com os tipos de cirurgias realizadas. De
modo geral, são estimados dois leitos por sala cirúrgica.
53
Equipamentos
• Ventiladores mecânicos;
• Máscaras e cateteres para oxigênio (O2);
• Sondas para aspiração;
• Carrinho de emergência, com material completo para intubação orotraqueal e ventilação
manual.
Recursos humanos
54
Recepção do paciente
A recepção do paciente na RPA é feita pelo enfermeiro e anestesista responsáveis por este
setor. Estes recebem o paciente do anestesista e circulante de sala de operação encarregados de
transportá-lo até a RPA, e que lhes passam as informações básicas sobre o paciente e o tratamento
cirúrgico a que foi submetido. Estas informações nortearão a assistência a ser prestada, e devem
incluir:
• Dados de identificação;
• Diagnóstico médico;
• Intervenção cirúrgica executada, duração do procedimento;
• Técnica anestésica, drogas utilizadas na pré-anestesia e na anestesia;
• Posição cirúrgica;
• Uso do bisturi elétrico e local da placa dispersiva;
• Perdas sangüíneas e reposição
• De líquidos no intra-operatório;
• Intercorrências no período intra-operatório;
• Antecedentes patológicos;
• Alergia a drogas;
• Estado geral do paciente ao deixar a sala de operações;
• Presença de drenos, sondas, cateteres e outros métodos terapêuticos;
• Recomendações especiais sobre o pós-operatório.
O decúbito lateral é a posição ideal em que o paciente deve ser colocado no pós-operatório
imediato, por facilitar a eliminação de secreções acumuladas na orofaringe. Caso esta não seja
possível, colocá-lo na posição indicada, tomando-a funcional e confortável.
Permanência
O paciente geralmente recebe alta da SRPA que é dada pelo anestesista, o qual pode estar
presente e na oportunidade escrever a ordem de alta. Alternativamente, um sistema de escore
55
numérico aprovado pelo Serviço de Anestesia pode ser usado para determinar se o paciente está
pronto para a alta. O sistema de escore mais comum em uso é o escore de Aldrete. Para atividade,
respiração, circulação, consciência, coloração são atribuídos escores de 0 a 2. O escore total de 9 a
10 é aceitável geralmente para a alta da SRPA, desde que não haja contra-indicação médica.
Um relato das condições do paciente é feito para a enfermeira que assumirá os cuidados do
paciente na enfermaria de cirurgia. Este relato pode ser feito pelo telefone antes que o paciente deixe
a URPA ou pessoa a pessoa, depois que o paciente chega a enfermaria. O relato deve incluir a
história pré-operatória, informações pertinentes sobre a cirurgia e a recuperação do paciente,
medicações que foram administradas, ordens médicas e qualquer outra informação importante. Uma
vez confirmada a alta, o enfermeiro da RPA deve comunicá-la ao enfermeiro da Unidade de origem
do paciente, informando-lhe as condições em que este se encontra. Em seguida, transportá-lo, de
forma segura, até o seu leito, onde continuará a receber os cuidados de pós-operatório.
Brunner & Suddarth; Smeltzer SC, Bare BG: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 12 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. vol. I e II.
POSSARI, João Francisco. Centro Cirúrgico: planejamento, organização e gestão. 1ª ed. São Paulo: Iátria,
2004.
Moriya T, Vicente YAMVA, Tazima MFGS. Instrumental Cirúrgico. Medicina (Ribeirão Preto). 2011;44(1):18-
32.
Moriya T, Módena JLP. Assepsia e antissepsia: técnicas de esterilização. Medicina (Ribeirão Preto). 2008;
41 (3): 265-73.
Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização.
Centro Universitário de Lavras. 2007
Moriya T, Vicente YAMVA, Tazima MFGS. Instrumental Cirúrgico. Medicina (Ribeirão Preto). 2011;44(1):18-
32.
Cirino LMI. Instrumental cirúrgico e operações fundamentais. In: Cirino LMI: Manual de técnica cirúrgica
para a graduação. São Paulo: Sarvier; 2006. p.13.
56
UNIDADE III
CAPÍTULO 6 - APRESENTAÇÃO DA CENTRAL DE MATERIAL
ESTERILIZADO (CME)
No término deste capítulo, você deverá saber:
Finalidade
Resolução RDC nº 307, de 14.11.2002, considera a área como uma Unidade de Apoio
Técnico, que tem como finalidade o fornecimento de artigos adequadamente processados,
proporcionando assim, condições para o atendimento direto e a garantia da segurança na
assistência.
Estrutura física
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• Área para lavagem de materiais
É a área onde são lavados os materiais manualmente ou por meio de máquinas lavadoras
especiais.
Tamanho ou dimensão
58
cadeiras anatômicas; baldes; bacias e respectivos suportes; recipientes para lixo e/ou suportes para
sacos de lixo.
Do ponto de vista da organização, a equipe de enfermagem desta Unidade deve ser composta
por enfermeiro, técnico e auxiliares de enfermagem. É da competência do enfermeiro a
responsabilidade pela chefia. Além disso, o fluxo de materiais na CME deve ser unidirecional para
evitar possíveis contaminações.
Previsão de materiais
Está é uma parte importante, pois indica que o material foi submetido ao processo de
esterilização do material e pode ser feita por meio de:
59
Testes biológicos - Estes testes devem ser realizados, no mínimo, uma vez por semana, de
preferência na primeira carga do dia e após as manutenções preventivas e corretivas. A validação
do processo é feita com o usa de "Bacillus Stearothermophylus", para a autoclave a vapor, e com
"Bacillus Subtillis", para a estufa ou Forno de Pasteur e autoclave a óxido de etileno. Os indicadores
biológicos são colocados em pacotes, em diferentes locais da câmara interna dos aparelhos; a fim
de que se possa checar estes pontos após a leitura dos resultados;
Reagentes químicos – São substâncias que sofrem alteração na cor, quando submetidas
ao processo de esterilização. A fita adesiva termosensível, utilizada para identificação visual do
pacote, comprova que o pacote passou pelo calor; por isso, deve ser colocada em todos os tipos de
pacote (Figura 01). Este indicador não comprova a eficiência do processo de esterilização.
Quanto ao tempo de validade de esterilização dos pacotes, existem controvérsias, mas o tipo
de invólucro utilizado, o local de guarda do material e as condições ambientais da sala de
armazenagem são fatores a serem considerados. No entanto de forma geral, os materiais embalados
em papel grau cirúrgico e selados mecanicamente mantêm validade de esterilização por duas ou três
semanas, se os invólucros permanecerem íntegros, o mesmo sendo válido para aqueles embalados
em campos de algodão.
• Selecioná-los, por espécie, após verificação rigorosa da limpeza e integridade de cada um;
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• Nas cânulas endotraqueais, deve-se testar o “cuff”, acondicioná-las uma a uma em envelope
de papel grau cirúrgico e poliamida, e encaminhá-las à esterilização na autoclave de oxido
de etileno;
• A extensão da borracha, algumas vezes é acondicionado junto com outro material, como, por
exemplo, o cabo do aspirador ou o irrigador, deve-se encaminhar à esterilização em autoclave
a vapor saturado.
O preparo e o acondicionamento das luvas deve ser feito em ambiente separado, requerendo
um sistema de exaustão de ar próprio, por causa da utilização do talco.
c) Pacotes
• O pacote deve ser feito de tal forma que os materiais contidos no seu interior não sejam
apertados nem frouxos demais;
• O tamanho do pacote não deve ultrapassar os diâmetros de 50x30x30 cm e o peso de 5
quilos;
• O fechamento deve ser feito com o uso de fita adesiva, identificando o tipo e a quantidade de
materiais que o pacote contém e a assinatura do responsável pelo seu fechamento. De
preferência, deve ser utilizada a fita adesiva termosensível. O material deve ser carimbado
com a data da esterilização. Considera-se contaminado o pacote mal confeccionado, ou seja,
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que não atenda as características acima, e aquele cujo período de validade de esterilização
esteja vencido.
Fonte: Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização. Centro Universitário de
Lavras. 2007
• Verificar cuidadosamente o bico das seringas e o encaixe perfeito entre o êmbolo e o corpo;
• Colocar o êmbolo na parte central do campo de algodão ou papel grau cirúrgico, dobrar sobre
este a ponte inferior do envoltório e depositar sobre esta dobra o corpo da seringa, dobrando
o envoltório mais uma vez e completando o pacote; encaminhá-las à área de esterilização.
Deste tipo de material, as bacias, bandejas, cúpulas e cubas rins podem ser acondicionadas
em unidades ou utilizadas para acondicionar outros materiais. Exemplo: as bandejas acondicionam
instrumentos complementares para cirurgias, material para intubação e outros; a cuba-rim, material
para cateterismo vesical. Após o acondicionamento, estes materiais são encaminhados à área de
esterilização por vapor saturado.
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g) Preparo de roupas
Avental cirúrgico
1. Abrir o avental, segurando-o pelas pontas superiores, tendo o lado direito para fora;
2. Dobrá-lo ao meio, no sentido longitudinal, de modo que a abertura fique voltada para o lado
esquerdo;
3. Introduzir a mão esquerda na cava, fazendo a superposição dos ombros, e dobrar, pela
segunda vez, em sentido longitudinal; A seguir, fazer correr a mão direita pelo avental e
segurá-lo pelas duas extremidades;
4. Estendê-lo sobre a mesa, tendo o decote voltado para o lado esquerdo e a abertura para o
operador; dobrar mais uma vez em sentido longitudinal;
5. Colocar a manga e os amarrilhos ao longo do avental;
6. Dobrá-lo na metade, da direita para a esquerda e, a seguir, fazer uma segunda dobra da
esquerda para a direita, mantendo as aberturas sempre para o lado do executante;
7. Fazer girar o avental de modo que as aberturas fiquem para o lado direito e dobrar, em
diagonal, as extremidades superiores, cuidando para que o amarrilho do decote fique sob a
dobra;
8. Colocar uma compressa dobrada em quatro, com a abertura para a direita, sobre o avental.
Fonte:Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização. Centro Universitário de
Lavras. 2007
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Campo cirúrgico simples
1. Abrir o campo, segurando-o pelas extremidades; com o direito voltado para o executante,
dobrar ao meio pela aproximação das mãos, segurando as duas pontas com a mão esquerda;
2. Repetir a dobradura, por mais duas vezes, e colocá-lo sobre a mesa com as aberturas
voltadas para o executante;
3. Dobrá-lo, ao meio, da direita para a esquerda;
4. Girá-lo de modo que as aberturas fiquem voltadas para a direta;
5. Dobrar, em sentido diagonal, a primeira ponta e redobrar o campo da direita para a esquerda,
e dobrar, no mesmo sentido, a outra ponta.
Fonte: Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização. Centro Universitário de
Lavras. 2007
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Temos outros materiais usados no centro cirúrgico e cada material apresenta um
procedimento próprio, desta forma cada unidade hospitalar tem seu próprio protocolo. Além disso,
atualmente a maioria dos materiais e roupas cirúrgicas, tais como máscaras, gorros, toucas, aventais,
propés ou sapatilhas, campos e outras, estão sendo substituídos pelos materiais descartáveis. O seu
uso contribui na limpeza, higiene e prevenção de infecção hospitalar.
Tendo como base esse processo de sistematização, o centro cirúrgico (CC) se torna um local
adequado para sua aplicação, visto que neste ambiente o paciente está submetido a cuidados
específicos individualizados de acordo com a necessidade de cada um.
Processo de Enfermagem
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SAE e PE não são sinônimos. A SAE é o conjunto de recursos materiais e humanos de extrema importância
para que o PE ocorra. Além disso, o técnico de enfermagem atua nas fases de execução da prescrição de
enfermagem. Sendo assim, o PE não é privativo do Enfermeiro em todas as fases.
Embora a implantação da SAE constitua uma exigência para as instituições de saúde públicas
e privadas de todo o Brasil, sabe-se que estas encontram dificuldades que impedem a execução
dessa ação, porém, sua implantação é necessária para a organização da assistência de enfermagem
nas instituições. No centro cirúrgico, com a assistência de enfermagem sistematizada, o
planejamento da assistência pode ser realizado com melhor qualidade, permitindo um menor
despendimento de tempo na execução das atividades e reconhecimento aos profissionais ao
realizarem suas atividades. Desse modo, a implantação da SAE nesse setor é relevante, pois
poderão ocorrer mudanças nas ações e comportamentos dos profissionais, causando benefício na
assistência, frente às reais necessidades do paciente do centro cirúrgico.
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Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização.
Centro Universitário de Lavras. 2007
Moriya T, Vicente YAMVA, Tazima MFGS. Instrumental Cirúrgico. Medicina (Ribeirão Preto). 2011;44(1):18-
32.
Cirino LMI. Instrumental cirúrgico e operações fundamentais. In: Cirino LMI: Manual de técnica cirúrgica
para a graduação. São Paulo: Sarvier; 2006. p.13.
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