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ENFERMAGEM EM CENTRO

CIRÚRGICO E CENTRAL DE
MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO
Prof. Dr. Demétrius Paiva Arçari
Prof. Guilherme Bernardes Filho
Diretor Presidente
Prof. Aderbal Alfredo Calderari Bernardes
Diretor Tesoureiro
Prof. Frederico Ribeiro Simões
Reitor

UNISEPE – EaD
Prof. Me. Igor Gabriel Lima
Prof. Dr. Jozeildo Kleberson Barbosa
Prof. Me. Leonardo José Tenório Mourão Torres

Material Didático – EaD

Equipe editorial:
Fernanda Pereira de Castro - CRB-8/10395
Isis Gabriel Alves
Laura Lemmi Di Natale
Pedro Ken-Iti Torres Omuro
Prof. Dr. Renato de Araújo Cruz

Apoio técnico:
Alexandre Meanda Neves
Anderson Francisco de Oliveira
Gustavo Batista Bardusco
Matheus Eduardo Souza Pedroso
Vinícius Capela de Souza

Equipe de diagramação:
Laura Michelin de Oliveira Machado

Equipe de revisão:
Ana Beatriz Torres Omuro, Prof.ª Camila Santos Seimaru, Prof.ª Fabíola Löwenthal, Marcela Gonçalves Ferreira Camillo.
SOBRE O AUTOR:

Olá,

Eu sou o prof. Demétrius responsável pela elaboração desse material.

Sou Presidente do Comitê de ética em Pesquisa (CEP) com Seres Humanos do grupo
UNISEPE,

Tenho mestrado pela universidade de São Paulo (USP) e doutorado pela Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP), atuando com diferentes disciplinas de enfermagem ligados aos
cursos de graduação e pós-graduação desde de 2009. Sou ainda, treinador da American Heart
Associaciation (AHA), atuando diretamente com urgência e emergência, Basic life support (BLS) e
Advanced trauma life support (ATLS).

Desejo que esse material possa ser de grande aprendizado para você e que consiga lhe
transmitir os principais conceitos envolvidos no centro cirúrgico e na central de materiais e
esterilização para que você possa se destacar como profissional dentro da área.

E agora vamos aos estudos!!

SOBRE A DISCIPLINA:

O centro cirúrgico é uma área complexa que exige do aluno de enfermagem um aprendizado amplo
que inclui a Unidade de Centro Cirúrgico desde seu ambiente, profissionais e equipamentos. A sala
de Central de Material Esterilizado é fundamental dentro deste contexto, portanto é imprescindível o
conhecimento amplo desta área, assim como da sala de Recuperação e Pós-Anestésica. É
necessário desta disciplina um conhecimento amplo que inclui a Infecção Hospitalar seus conceitos
e práticas assistenciais, assim como caracterizar o paciente cirúrgico com sus principais
necessidades e compreender as intercorrências do procedimento cirúrgico.

A disciplina tem como objetivo oferecer a base técnico-científica ao acadêmico de


enfermagem a:

• Prestar assistência de enfermagem ao paciente cirúrgico, implementação e avaliação do


cuidado;
• Reconhecer os aspectos organizacionais da unidade centro cirúrgico, recuperação
anestésica e centro de material;
• Conhecer os procedimentos necessários para a prática da assistência de enfermagem
perioperatória;
• Conhecer os procedimentos específicos em centro de material, desde os princípios de
limpeza, acondicionamento, desinfecção, esterilização, armazenamento e controle de artigos
médico-hospitalares;
• Analisar as ações do enfermeiro em centro cirúrgico, recuperação anestésica e centro de
material.
Os ÍCONES são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem
e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
SUMÁRIO

UNIDADE I .............................................................................................. 05
1º História da cirurgia.............................................................. 05
2º Equipe cirúrgica.................................................................. 17

UNIDADE II ........................................................................................... 25
3º Assepsia no centro cirúrgico – antissépticos e degermantes........ 25
4º Vestuário e roupas cirúrgicas................................................ 38

UNIDADE III .......................................................................................... 47


5º Drenagem e sondagem cirúrgica........................................... 47
6º Apresentação da central de material esterilizado (cme).............. 57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 67


UNIDADE I
CAPÍTULO 1 - HISTÓRIA DA CIRURGIA
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ História da Cirurgia;
✓ Nomenclatura Cirúrgica;
✓ Estrutura Física do centro cirúrgico.

1.1 História da cirurgia

O procedimento cirúrgico ou simplesmente cirurgia (do grego χειρουργική "cheirourgikē" e latim


chirurgiae, trabalho manual) significa de forma geral curar pelas mãos e é definida por alguns autores
como o nome dado a qualquer tipo de procedimento no qual o cirurgião realiza uma intervenção
manual ou instrumental no corpo do paciente para diagnosticar ou tratar doenças ou traumatismo,
ou para melhorar a funcionalidade ou aparência de parte do corpo.

A história da cirurgia no tratamento das doenças que conhecemos hoje em dia, coincide com
a própria história da humanidade. Da pré-história sabe-se que a trepanação (operação que consiste
em praticar uma abertura em um osso e remoção deste fragmento ósseo, geralmente arredondado)
era muito praticado por feiticeiros e curandeiros, com a intenção de curar seus enfermos (Figura 01).

A trepanação é provavelmente, o procedimento cirúrgico mais antigo de todos. As primeiras


descobertas históricas e médicas sobre a trepanação na antiguidade foram feitas em 1867, por E.G.
Squier, na América do Norte, e por Paul Broca, na Europa. Existem evidências de que a trepanação
já era realizada há mais de 40.000 anos atrás.

A trepanação foi realizada ao longo de todas as eras, provavelmente por razões diferentes.
Foi praticada na Idade de Pedra, no Egito Antigo, na Grécia nos tempos pré-históricos e clássicos
romanos, no Oriente Médio e Distante, entre as tribos célticas, na China (antiga e recente), na Índia,
entre os Maias, Astecas e Incas, entre os índios brasileiros (Karaya e Eugano), nos Mares de Sul, e
na África do Norte e Equatorial, inclusive é um procedimento até hoje realizado.

Figura 01 - Imagem de um crânio onde foi realizado a trepanação.

Disponível em: http://dayanebrant-almanaquecultural.blogspot.com.br/2013/09/trepanacao.html

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Do antigo Egito, tem-se os papiros de Ebers e Edwin Smith, escritos em 1600 A.C., que são
os mais antigos escritos médico-cirúrgicos conhecidos. O papiro cirúrgico de Edwin Smith é um dos
mais importantes documentos da medicina e apresenta a descrição minuciosa de 48 casos de feridas
cirúrgicas e como tratá-las.

Na Índia, em 600 a.C., houve um desenvolvimento grande da cirurgia plástica, principalmente


de nariz e orelhas. Os prisioneiros de guerra e os adúlteros eram punidos com a amputação do nariz,
cuja reconstrução era feita à custa de retalhos da testa. Sushruta (Figura 02) foi o grande cirurgião
indiano da época que descreveu 100 instrumentos cirúrgicos diferentes. Devido as suas numerosas
contribuições para ciência e arte da cirurgia ele é também conhecido como o "Pai da Cirurgia". Muito
do que conhecemos a respeito da cirurgia investigativa está contido em uma série de volumes de
sua autoria, os quais são coletivamente conhecidos como as Sushruta Samhita. Este é o mais
antigo texto cirúrgico e ele descreve nos mínimos detalhes a exploração, diagnóstico, tratamento, e
prognósticos de numerosas indisposições, como também a realização de uma cirurgia plástica.

Figura 02 - Imagem de uma cirurgia realizada por Sushruta.

Disponível em: https://www.newsgram.com/father-of-surgery-was-sushruta-the-first-plastic-surgeon-in-600-bc

Mas sem dúvida foi Hipócrates, na Grécia ao redor de IV e V séculos A.C. que executou um
trabalho metódico e racional de Patologia Cirúrgica, principalmente ao que se refere as feridas
traumáticas.

A Medicina durante a Idade Média segue fielmente as doutrinas de Galeno do II século D.C.
e sua concepção humoral das enfermidades, desdenhando a prática cirúrgica.

A cirurgia ficou isolada da medicina por 1500 anos, desde a época de Galeno. Na Idade
Média, o homem era totalmente religioso e via em tudo o que lhe acontecia um gesto direto de Deus.
A igreja, cuja autoridade era incontestada, impediu todo o espírito de pesquisa como, por exemplo,
a interdição das dissecções que, aliás, foi mantida até 1480. A cirurgia foi considerada uma prática
bárbara, também condenada pela igreja, sendo executada por analfabetos de classe social baixa e
de conhecimentos empíricos. Com o renascimento iluminou-se a arte de operar. No século XIII
apareceram as primeiras escolas de medicina. A primeira foi a de Salerno, que fornecia ensino

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verdadeiro e diploma. No século XIII, dois cirurgiões italianos tiveram atuação marcante: Guglielmo
Salicetti (1201-1277) e seu aluno Guido Lanfranchi que, em seu livro Chirurgia Magna (1296), já
falava de sutura de nervos cortados e recomenda a sutura intestinal, tendo se associado ao primeiro
colégio de cirurgia, o Colégio de São Cosme. O grande precursor da cirurgia moderna foi Ambroise
Paré (Figura 03) que foi considerado o fundador da ortopedia, modificou o tratamento das feridas
que, até então, eram cauterizadas e queimadas com óleo. Ele elevou rapidamente a condição da
classe cirúrgica, forçando a classe médica a admitir a cirurgia como forma terapêutica, sendo incluída
no ensino nas faculdades de Ciências Médicas.

Figura 03 - Imagem de Ambroise Paré avaliando o paciente.

Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:James_Bertrand-Ambroise_Par%C3%A9.jpg

A partir do século XII os cirurgiões eram profissionais independentes e eram unidos por
associações e com o tempo formaram suas próprias escolas. Ao lado desses cirurgiões mais
letrados, existiam os barbeiros menos cultos. permaneceram em associações diferentes até o século
XV quando se associaram, estabelecendo os limites dos barbeiros para atividades de trabalho de
dentista.

No século XVII se separaram e os cirurgiões foram reconhecidos por decreto real na Inglaterra
do século XVIII. As atividades dos cirurgiões neste período proporcionaram o conceito de cirurgia,
como uma ciência ou arte que procura a forma de trabalho sobre o corpo humano executando-se
todas as operações manuais necessárias para curar o homem.

Durante os séculos seguintes a cirurgia se desenvolveu, no entanto, a dor, a hemorragia, a


infecção e o choque eram obstáculos importantes para se resolver. Com a utilização da anestesia,
dos cuidados de assepsia e antissepsia e a própria evolução do conhecimento técnico-científico
médico, esses problemas foram reduzidos e favoreceu a evolução da cirurgia para o que
conhecemos nos dias atuais.

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Figura 04 - Imagem de uma cirurgia na atualidade.

Disponível em: https://www.fatosdesconhecidos.com.br

1.2 Nomenclatura cirúrgica

As manobras e os procedimentos cirúrgicos assim como o instrumento utilizado são reconhecidos


mundialmente por denominações próprias ou por termos médicos das mais diversas procedências e
etimologias que irão constituir a nomenclatura utilizada na cirurgia.

Normalmente as nomenclaturas cirúrgicas abrangem alguns termos comuns, raízes, palavras


primitivas, prefixo, sufixo, termos híbridos e epônimos (nomes de procedimentos ou instrumentos
cirúrgicos do idealizador da técnica) para descrever o significado do procedimento a ser executado.

Terminologia de Estruturas anatômicas

Estrutura Termo Estrutura Termo


Anatômica correspondente Anatômica correspondente

Estômago Gástrico Glândula Adeno

Fígado Hepático Vasos Angio

Baço Esplênico Pálpebra Blefaro

Intestino delgado Entérico Bexiga Cisto

Intestino grosso Cólico ou colônico Vagina Colpo


Vesícula biliar
Colecisto Útero Histero
(bile)
Coração Cardio Seio, mama Masto

Tuba uterina
Salpingo Meninge Meningo
(Trompa)

Ovário Ooforo Rim Nefro

Testículo Orquido Olho Oftalmo

Tendão Teno Osso Ósteo

Reto Procto Ouvido Oto

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Sufixos da Nomenclatura Cirúrgica

Sufixo Significado
Ectomia Remoção parcial ou total

Pexia Fixação de um órgão

Plastia Alteração da forma e ou função

Rafia Sutura

Visualização do interior do corpo em geral por meio de aparelhos


Scopia
com lentes especiais

Stomia Abertura de um órgão ou de uma nova boca

Tomia Incisão, abertura de parede ou órgão

Centese Punção

Exemplos de Terminologia + Sufixo:

Cirurgia Para remoção de


Adenoidectomia Adenóides
Apendicectomia Apêndice
Cistectomia Bexiga
Colecistectomia Vesicula biliar
Histerectomia Útero
Cirurgia Para fixação de
Cistopexia Bexiga
Histeropexia Útero à parede abdominal
Nefropexia Rim à parede abdominal
Procedimento Sutura de
Blefarorrafia Pálpebra
Colporrafia Vagina

Alguns exemplos de Epônimos usados na Nomenclatura Cirúrgica

Epônimo Significado
Histerectomia total por câncer de colo
Operação de Wertheim-Meigs
uterino.
Cirurgia de Miles Amputação abdominoperineal de reto.
Hernioplastia inguinal que une o tendão
Cirurgia de Bassini
conjunto ao ligamento inguinal.
Retossigmoidectomia com fechamento do
Cirurgia de Hartmann
coto retal e colostomia.

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Terminologia que não segue as regras apresentadas:

Cirurgia Objetivo Cirurgia Objetivo


Remoção de um Incisão perineal destinada a
Amputação membro ou parte Episiotomia evitar a rutura do períneo
necrosada do corpo durante o parto

Conexão e sutura de Saída de víscera de sua


Anastomose Evisceração
dois órgãos ou vasos cavidade

Orificio que põe em


comunicação parte de um
Fixação cirúrgica de
Artrodese Fístula órgão, cavidade ou foco
articulações
supurativo, com a superfície
cutânea ou mucosa

Retirada de cisto de
Bartholinectomia Goniotomia Cirurgia de glaucoma
Bartholin
Remoção de um tecido
Biopsia vivo para fins Onfalectomia Remoção do umbigo
diagnóstico
Destruição de tecido Punção cirúrgica da
Cauterização através de agente Paracentese cavidade para retirada de
cáustico ou calor líquido.
Retirada do feto por
Cesariana incisão através da Retocele Protusão de parte do reto
parede abdominal
Ressecção da pele do
Veias dilatadas no saco
Circuncisão prepúcio que recobre a Varicocele
escrotal.
glande

Corte de um segmento do
Cistocele Queda da bexiga Vasectomia
canal deferente

Raspagem e remoção
Curetagem uterina Dissecção Corte, retalhamento
do conteúdo uterino

Separação de bordos
Deiscência previamente suturados Divertículo Bolsa que sai da cavidade
e unidos

1.3 Organização da unidade de centro cirúrgico

O Centro Cirúrgico (CC) compreende uma área crítica, de acesso restrito, que pertence a um
estabelecimento assistencial de saúde. É considerado uma das unidades mais complexas do
Hospital, não só por sua especificidade em realizar procedimentos invasivos, mais também por ser
um local fechado que expõe a paciente e a equipe de saúde em situações estressantes.

O Serviço de Enfermagem do Centro Cirúrgico tem por finalidade:

• Desenvolver atividades de assistência de Enfermagem baseado em princípios científicos,


tecnológicos e normas organizacionais;

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• Prestar assistência integral às pacientes durante o período perioperatório;
• Prever e prover recursos humanos e materiais necessários para a assistência de enfermagem
no atendimento das pacientes;
• Colaborar no desenvolvimento de pesquisar na área da Saúde.

A organização do CC tem inicio com seu planejamento, que é definido como o conjunto de
elementos destinado às atividades cirúrgicas, bem como à recuperação anestésica e pós-operatória.

O planejamento deve ser realizado por uma equipe multiprofissional e seguir as normas do
ministério da saúde.

A resolução da Anvisa RDC nº 50 de 21 de fevereiro de 2002 dispõe sobre o regulamento


técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde. A proporção de salas de cirurgia seria de 02 Salas de
Operação (SO) para 50 leitos hospitalares (não especializados) ou para cada 15 leitos cirúrgicos.
Preconiza que o CC deve proporcionar o desenvolvimento de atividades para a realização de
procedimentos cirúrgicos e endoscópicos, estabelecendo área para a recepção de pacientes até a
assistência pós-operatória adequada.

Para conhecer mais sobre a RDC nº 50 acesse:

http://www.anvisa.gov.br/anvisalegis/resol/2002/50_02rdc.pdf

A área física do centro cirúrgico pode ser dividida da seguinte forma:

• Não restrita: as áreas de circulação livre (vestiários, corredor de entrada e sala de espera
de acompanhantes).
• Semi-restritas: pode haver circulação tanto do pessoal como de equipamentos, sem,
contudo, provocarem interferência nas rotinas de controle e manutenção da assepsia (salas
de guarda de material, administrativa, copa e expurgo)
• Restrita: o corredor interno, as áreas de escovação das mãos e a sala de operação (SO);
para evitar infecção operatória, limita-se a circulação de pessoal, equipamentos e materiais.

Localização

Deve ocupar área independente da circulação geral, ficando, assim, livre do trânsito de
pessoas e materiais estranhos ao serviço. Deve possibilitar o aceso livre e fácil de pacientes
provenientes das Unidades de internação Cirúrgicas, Pronto Socorro e Terapia Intensiva, bem como
o encaminhamento dos mesmos deferentes unidade.

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A estrutura Física deve apresentar alguns elementos essenciais:

• Sala de cirurgia

É a área destinada à realização de intervenções cirúrgicas e endoscópicas. Segundo o


Ministério da Saúde, o número de salas de cirúrgicas para a Unidade de Centro Cirúrgico é
quantificado com base na capacidade de leitos do hospital. Preconizam-se duas salas para cada 50
leitos não especializados ou para cada 15 leitos cirúrgicos. Deve ter suas dimensões adequadas de
acordo com a quantidade de equipamentos necessários aos tipos de intervenção cirúrgica e
especialidade cirúrgica. A sala de cirurgia deve estar sob pressão positiva em relação aos corredores,
o que minimiza a entrada de ar desses locais para o interior da sala de operação. O número de
pessoas na sala de operação deve ser restrito ao cirurgião e um ou dois auxiliares (de acordo com a
complexidade do procedimento do CC) anestesiologista e circulante de sala, considerando sempre
que, quanto maior o número de pessoas, maior a possibilidade de disseminação de microrganismos
no ambiente.

Elementos importantes da estrutura da sala cirúrgica:

a) Teto: Conforme a Portaria 1.884/94 do Ministério da Saúde, o teto do Centro Cirúrgico deve
ser contínuo, sendo proibido o uso de forro falso removível
b) Paredes: Deve ter as superfícies lisas e laváveis, de cor neutra, tinta fosca, cantos
arredondados sem rodapé, com acabamento côncavo, para reduzir a deposição de
microorganismos.
c) Portas: As portas devem ser do tipo vaivém, sem maçanetas e com visores, para evitar o
trânsito desnecessário dentro da sala de operação.
d) Janelas: Devem ser do tipo basculante, sem parapeitos, dentro e fora, com vidro fosco,
vedadas e teladas em malha fina, para evitar a passagem de insetos. Deve permitir entrada
de luz natural.
e) Ventilação: O objetivo de uma ventilação adequada é a remoção de microorganismos, além
de prevenir a sua entrada e promover a exaustão dos gases anestésicos utilizados durante
as cirurgias. Deve ser mantido a temperatura mínima de 19ºC e máxima de 24ºC, com
umidade relativa do ar correspondente a 45% a 60%. Preconizam-se que as entradas de ar
estejam localizadas o mais alto possível, em relação ao nível do piso, devendo estar
afastadas das saídas, que são localizadas próximas ao piso. Ambas as aberturas devem ser
providas de filtros.
f) Iluminação: A iluminação artificial deve ser de cor natural, para não altear a coloração da
pele e mucosas do paciente e não deixar sombras. A iluminação do campo cirúrgico, em
especial é realizada com os focos central ou fixo, auxiliar e frontal. O foco tem por finalidade:
- oferecer luz semelhante à natural, de modo a não alterar a cor da pele e mucosas do
paciente
g) Instalações elétricas: Preconizam três conjuntos com quatro tomadas cada, em paredes
distintas, alimentadas por circuitos críticos e uma tomada para aparelho de raios X. Como
medida de segurança as tomadas devem estar localizadas a 1,5 m do piso, devendo possuir
sistema de aterramento para prevenir choque e queimaduras no paciente e equipes.

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Figura 05 - Apresentação de um centro cirúrgico.

Fonte: http://redeprimavera.com.br/leitura/255/centro-cirurgico.htm

• Área de recepção do paciente

É a área reservada para recepcionar e transferir pacientes da maca proveniente da Unidade


de internação para a do Centro Cirúrgico. Assim, deve ter espaço suficiente para o recebimento de
maca, permitindo a circulação sem prejuízo do transporte ou risco para o paciente.

• Sala de Recuperação Pós-anestésica

Local destinado à permanência do paciente após o ato anestésico - cirúrgico. O número de


leitos vai depender dos tipos de cirurgia previstos. De um modo geral, estimam-se dois leitos por sala
cirúrgica.

• Área de Escovação

Local (Figura 06) onde se realiza a escovação/degermação das mãos e antebraços da equipe
cirúrgica e anestésica. Recomenda-se, para até 2 salas, duas torneiras para casa uma; para mais
de duas salas, devem ser projetadas duas 9 torneiras para cada novo par de salas.

O local de escovação deve ser próximo às salas de cirurgias, a fim de reduzir o tempo de
exposição da área escovada ao meio ambiente. As torneiras devem ser acionadas por pedal ou com
o cotovelo, como também os recipientes para antissépticos. Os tanques devem ser instalados numa
altura de mais ou menos 90 cm, para favorecer a mecânica corporal no ato da escovação. Neste
local devem ser colocados os recipientes para escova e solução antisséptica.

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Figura 06 - Sala de escovação

Fonte: http://www.pontagrossa.pr.gov.br/node/10865

• Sala de Material Esterilizado

Local onde o material esterilizado deve ser guardado até o momento da sua distribuição para
a sala de cirurgia. A área física não deve permitir o cruzamento de material estéril com material
contaminado. Essa área deve ser fechada e possuir sistema de renovação de ar. Sua temperatura
ambiente deve ser mantida abaixo de 25ºC, sendo o ideal até 21ºC, e a umidade relativa do ar entre
30% e 60%.

• Sala de guarda de equipamentos

Área para guardar e receber equipamentos que são necessários a determinados


procedimentos cirúrgicos, evitando o deposito de materiais e equipamentos nos corredores, o que
prejudicaria a circulação interna do Centro Cirúrgico.

• Sala de depósito de cilindros de gazes

Este local está destinado pra guardar cilindros de oxigênio e óxido nitroso mesmo que o
sistema de distribuição seja centralizado.

• Sala de medicamentos e material médico-hospitalar

Área destinada à guarda de medicamentos e materiais de consumo esterilizados para atender


ao ato anestésico-cirúrgico.

• Sala de espera

É a área destinada aos familiares ou acompanhantes do paciente

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• Sala administrativa

É o local destinado ao controle administrativo da Unidade, concentrando a chefia de


enfermagem e a secretaria.

• Sala de material de limpeza

Destinada à guarda de utensílios e equipamentos de limpeza

• Rouparia

É a área destinada a armazenar a roupa de uso na Unidade, tais como lençóis de maca, de
mesa cirúrgica, entre outros.

• Expurgo

Local destinado a eliminação de matéria orgânica proveniente das salas de cirurgia como
secreções e excreções do paciente.

• Área de transferência para macas

Essa área é importante para evitar a circulação interna de macas que percorrem todo o
hospital. As macas devem ser mantidas limpas e submetidas à desinfecção após o uso, entre um
paciente e outro.

• Sala ou laboratório de anatomia patológica

É a área que se destina à realização de exames anatomopatológicos específicos e rápidos,


como a biópsia de congelação. Esta sala pode ser dispensada, quando o laboratório estiver situado
nas proximidades do Centro Cirúrgico.

• Laboratório para revelação de radiografias

É a área utilizada para revelar radiografias, mas que também pode ser dispensável quando a
Unidade de Radiologia estiver situada próximo ao Centro Cirúrgico.

• Vestiários

O Centro Cirúrgico deve ter dois vestiários, um feminino e um masculino, com sanitários e
chuveiros completos e armários individuais, e duas portas, de modo que o fluxo externo de pessoas
independa do fluxo interno. Assim, devem estar localizados na entrada do Centro Cirúrgico, de modo
que os profissionais, e outras pessoas que venham da área de circulação externa, só possam ter
acesso ao setor após a troca de roupa em uso por uniforme próprio e privativo para o local. Este
consta de calça comprida, túnica, gorro, propés e máscara. Os vestiários são barreiras físicas,
considerando que estas estão definidas como “aqueles ambientes que minimizam a entrada de
microorganismos externos”.

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• Copa

É importante para evitar o fluxo e dispersão de pessoal no Centro Cirúrgico. É o local próprio
e restrito para alimentação, evitando o uso incorreto de outros ambientes do Centro Cirúrgico.

Brunner & Suddarth; Smeltzer SC, Bare BG: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 12 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. vol. I e II.

Tubino P, Alves E. História da Cirurgia, 2009.

Magalhães , HP. Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental. Sarvier, 1993.

GOFFI, Fábio Schmidt et al. Técnica cirúrgica: bases anatômicas, fisiopatológicas e técnica da cirurgia. 4. ed.
São Paulo: Atheneu, 2007.

SABISTON, David C.; LYERLY, H. Kim (Ed.). Fundamentos da Cirurgia. 17. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2006.

16
UNIDADE I
CAPÍTULO 2 - EQUIPE CIRÚRGICA
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Equipe Cirúrgica;
✓ Preparo do paciente cirúrgico;
✓ Posição cirúrgica.

2.1 Equipe Cirúrgica

Diferentes equipes cirúrgicas atuam no centro cirúrgico, são elas:

Equipe de anestesia

A equipe de anestesia é formada por médicos anestesiologistas, responsáveis por todo ato
anestésico, com as atribuições iniciais de fazer a avaliação pré-anestésica do paciente ainda em sua
unidade de internação e de fazer a prescrição da medicação pré-anestésica.

Ao Anestesista: cabe a escolha do pré-anestésico e da anestesia adequada para cada caso


prevendo com antecedência todos os materiais, equipamentos e medicamentos necessários, bem
como preparar e administrar drogas e controlar as condições clínicas e anestésicas do paciente
durante a cirurgia. Autoriza o início da cirurgia e solicita a sua suspensão ou interrupção na vigência
de risco de vida. Durante o ato cirúrgico é de sua responsabilidade a vigilância constante do enfermo,
aferindo e corrigindo as variações da homeostase decorrentes da intervenção. Ao término do
procedimento cirúrgico é de responsabilidade dessa equipe o envio do paciente à Unidade de
Recuperação Pós-Anestésica e seu controle até o restabelecimento das condições do paciente, para
que este possa retornar à unidade de origem em segurança.

Equipe de cirurgia

A equipe de cirurgia é a responsável direta pelo procedimento cirúrgico e compõe-se dos


seguintes elementos:

a) Médico cirurgião: É o responsável pelo ato cirúrgico a ser desenvolvido. Cabe-lhe, portanto,
planejá-lo e executá-lo, comandando-o e mantendo a ordem no campo operatório.

b) Médico auxiliar ou assistente: É o que auxilia na cirurgia. Dependendo do porte desta,


pode ser necessário mais de um.
a. Primeiro auxiliar: a ele compete auxiliar o cirurgião nas seguintes tarefas:
• Providenciar prontuário e exames do paciente;
• Providenciar cuidados pré-operatórios imediatos;
• Colaborar com o instrumentador na montagem da mesa;
• Fazer antissepsia operatória e orientar posição do paciente
• Apresentar e preservar o campo operatório;
• Enxugar e cortar fios de sutura;

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• Permanecer em sala após o despertar anestésico até a colocação do paciente
no leito.
b. Segundo auxiliar: Presente em condições especiais, principalmente nas
intervenções mais complexas. Colabora com manobras de afastamento, permitindo
ao primeiro auxiliar maior liberdade de ação.

c) Instrumentador cirúrgico: É o elemento de maior mobilidade no campo cirúrgico, pois


mantém contato com as enfermeiras da sala, solicitando antecipadamente todo material
necessário para a cirurgia; cuida da mesa do instrumental e participa ativamente do ato
cirúrgico, suprimindo as funções do assistente nos momentos em que este se encontra
imobilizado afastando os tecidos. Cumpre ao instrumentador manter limpo e ordenado o
campo cirúrgico, substituindo compressas, colocando gazes e retirando fios e instrumentos
inadvertidamente deixados sobre o doente. Deve também encaminhar à enfermeira da sala
as peças cirúrgicas retiradas no decorrer da intervenção.

Equipe de Enfermagem

A equipe de enfermagem que atua no Centro Cirúrgico é composta por pessoas de vários
níveis, com responsabilidades diferentes. A quantidade desse pessoal varia conforme a
complexidade e o volume de trabalho existente na Unidade, mas em geral a equipe é composta de:

a) Enfermeira: Responsável pelo planejamento das ações de enfermagem que serão


desenvolvidas no decorrer do ato cirúrgico, bem como pelo gerenciamento relativo aos
materiais e equipamentos necessários.

b) Técnico de enfermagem: Auxiliar direto da enfermeira, são-lhe delegadas também tarefas


especiais, tais como: verificar o funcionamento, a conservação e a manutenção dos
equipamentos necessários ao funcionamento do Centro Cirúrgico; responsabilizar-se pelo
encaminhamento das peças cirúrgicas aos laboratórios especializados e controlar o material
esterilizado, verificando seus prazos de validade. Pode também exercer as atividades de
instrumentador cirúrgico ou de circulante de sala.

c) Circulante de sala: Papel normalmente desempenhado pelo auxiliar de enfermagem, tem


como função o atendimento direto das solicitações da equipe médica no decorrer do ato
cirúrgico, posicionamento adequado do paciente, verificação e controle de todos os
equipamentos exigidos pela cirurgia.

d) Instrumentada cirúrgico: Fornecedor dos instrumentais cirúrgicos à equipe médica no


decorrer da cirurgia esse papel deve ser desempenhado pelo auxiliar de enfermagem.

e) Auxiliar de enfermagem: É responsável pela montagem da sala cirúrgica, atividades durante


o ato cirúrgico e após.

De forma geral as equipes precisam ter um bom relacionamento entre si e estarem integradas
para que se possa desenvolver um trabalho exemplar dentro do centro cirúrgico, pois todos não
devem se esquecer que a prioridade é o bem-estar do paciente.

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2.2 Preparo do paciente cirúrgico

Antes de iniciar os procedimentos pré-cirúrgicos precisamos nos atentar ao transporte do paciente


até o centro cirúrgico. O transporte do paciente da unidade de internação para o Centro Cirúrgico
deve ser feito em maca ou cama berço, dependendo da idade e condições físicas do paciente. Este
procedimento difere de hospital para hospital. Em alguns, fica sob responsabilidade da Unidade de
internação e em outros, da unidade de Centro Cirúrgico.

Ao transportar o paciente alguns cuidados devem ser tornados, dentre eles destacam-se:

• Utilização de roupas limpas na maca ou cama berço do mesmo modo como se prepara a
cama de um operado. Deve-se enrolar juntos o lençol superior, o cobertor e a colcha no
sentido longitudinal, deixando-os de um dos lados da maca.

• Colocar a camisola aberta e a toca para proteger os cabelos do paciente

• Verificar se o paciente recebeu os cuidados do período pré-operatório imediato e se o


prontuário está completo, inclusive com as radiografias. Colocá-los a seguir, sob o colchão
da maca.

• Conferir a identificação do paciente, a partir do “pedido de cirurgia”, apresenta-se a ele como


funcionário do Centro Cirúrgico e responsável por transportá-lo para o referido setor;

• Verificar se foram retirados esmalte, adornos e próteses do paciente, e se este já esvaziou a


bexiga, caso não esteja com sonda vesical.

• Transportar o paciente, diretamente para a sala cirúrgica, evitando a permanência deste no


corredor.

Os procedimentos no Centro Cirúrgico devem estar sempre sob a supervisão do enfermeiro,


a começar pelo recebimento do paciente na unidade. O paciente deve ser cordialmente recebido
pelo pessoal de enfermagem, que deve conferir seus dados pessoais e seu prontuário, certificando
se de que todos os exames se encontram anexos. Nesse momento são também verificadas as
anotações pré-operatórias feitas na unidade de internação: aplicação da medicação pré-anestésica,
sinais vitais, retirada de próteses e joias, avaliação de problemas alérgicos e condições físicas e
emocionais do paciente etc. O paciente deve, então, ter os cabelos protegidos com um gorro
descartável e encaminhado a sala cirúrgica, aos cuidados do circulante de sala e orientá-lo sobre os
procedimentos que virão. Na transferência do paciente da maca para a mesa cirúrgica, é preciso
igualar as alturas desses dois equipamentos e encostar um no outro, a fim de facilitar a passagem.

Deve-se verificar se a área operatória está devidamente preparada, realizando a tricotomia,


se necessário, e manter o paciente aquecido e protegido até a entrada da equipe cirúrgica.
Atualmente a tricotomia no local onde será realizada a incisão cirúrgica, deve ocorrer idealmente
minutos antes da indução anestésica, no entanto é preconizado o tempo máximo de 02 horas antes
da cirurgia, como medida preventiva de infecção.

A lavagem das mãos é, isoladamente a medida mais importante na prevenção das infecções
hospitalares, devendo ser realizadas antes e após a manipulação de qualquer paciente. O banho
pré-operatório tem como objetivo eliminar detritos depositados sobre a pele e consequentemente

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reduzir a sua colonização, porém ele não deve ser realizado muito próximo a cirurgia, pois a fricção,
promove a descamação da pele e, portanto, deve ser tomado na véspera da cirurgia.

Pré-operatório Imediato

Neste período do pré-operatório, a assistência prestada pela equipe interdisciplinar continua


voltada ao preparo físico e emocional do paciente para cirurgia. Do ponto de vista emocional, sabe-
se que a proximidade do ato cirúrgico pode contribuir para aumentar a ansiedade do paciente, que
se apresenta com sinais clínicos como: taquicardia, hipertensão, hipertermia, sudorese entre outros.
Além da atuação na avaliação e preparo emocional, é a competência do enfermeiro planejar,
implementar e avaliar as ações de assistência para o preparo físico do paciente de pré-operatório
imediato. Estas ações de assistência compreendem avaliar o esvaziamento intestinal, avaliar
modificação da dieta e jejum antes da cirurgia, verificar higiene corporal e esvaziamento da bexiga.
Assim como a remoção de próteses dentarias entre outros.

Diante das evoluções tecnologias o enfermeiro do centro cirúrgico foi adquirindo novos
conceitos na sua formação e aprendendo a melhorar sua relação com o paciente, através de
diferentes ferramentas dentre essas ferramentas podemos destacar a Sistematização da Assistência
de Enfermagem (SAE) que em linhas gerais é um processo organizacional que oferece subsídios
para o desenvolvimento de métodos interdisciplinares e humanizados de cuidado com o objetivo de
melhorar cada vez mais o cuidado prestado ao paciente, pois levanta-se a necessidade de cuidado
interativo, complementar e multiprofissional

2.3 Posição cirúrgica

O posicionamento cirúrgico tem como principal finalidade promover o acesso ao sítio cirúrgico e deve
ser realizado de forma correta para garantir a segurança do paciente e prevenir complicações. O
enfermeiro compartilha com a equipe (cirurgião, anestesista e pessoal de enfermagem) a decisão do
melhor posicionamento do paciente para facilitar as atividades durante o ato anestésico-cirúrgico.
Para isso, é necessária a identificação das alterações anatômicas e fisiológicas do paciente,
associadas ao tipo de anestesia, tipo de procedimento e ao tempo cirúrgico a que será submetido,
para que o posicionamento seja adequado e não ocasione complicações pós-operatórias. A equipe
de enfermagem deve sempre ter a mão materiais acessórios que auxiliem no melhor posicionamento
do paciente, como:

• Perneiras metálicas acolchoadas;


• Arcos de proteção;
• Ombreiras metálicas acolchoadas:
• Talas de madeira acolchoadas, com comprimento e largura adequados;
• Coxins;
• Ataduras de crepom, gazes e esparadrapo;
• Braçadeiras metálicas entre outros.

Existem diversas posições possíveis, cada qual dependendo do tipo de cirurgia a ser
executada, no entanto será mostrado os principais posicionamentos utilizados no centro cirúrgico.

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Posição dorsal ou de decúbito dorsal

O paciente fica deitado sobre seu dorso, em posição horizontal, com as pernas em sentido
longitudinal ao corpo e os braços abertos, de preferência apoiados sobre talas (Figura 01). Trata-se
da posição que se emprega em cirurgias abdominais supra e infra umbilicais, torácicas e vasculares,
entre outras. É a posição cirúrgica mais utilizada e a que traz o menor número de complicações
respiratórias intra e pós-operatórias.

Figura 01 - Figura esquemática da posição dorsal.

Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html

Posição ventral ou de decúbito ventral (ou prona)

O paciente permanece deitado sobre seu abdome, em posição horizontal, com os braços e
as pernas em sentido longitudinal ao corpo (Figura 02). A cabeça deve ser voltada para um dos
lados, colocando-se coxins sob os ombros e também sob a região infra umbilical, com a finalidade
de facilitar a expansão pulmonar e evitar a compressão dos vasos do pescoço. Costuma-se utilizar
coxins também sob os tornozelos, que são assim posicionados corretamente para evitar sua
distensão e compressão. Essa posição é usada nas cirurgias das regiões dorsal, lombar,
sacrococcígea e occipital.

Figura 02 - Figura esquemática da posição ventral.

Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html

Posição lateral ou de decúbito lateral (ou de Sims)

O decúbito lateral pode ser tanto direito como esquerdo, dependendo da via de acesso que o
cirurgião vá utilizar. O paciente é colocado deitado sobre um dos lados, com a perna superior em
extensão e a inferior fletida, e um coxim entre ambas para separá-las (Figura 03). Para manter o
paciente nessa posição é preciso restringi-lo com faixas largas de esparadrapo passadas sobre seu
quadril e presas a mesa cirúrgica. O braço superior normalmente e fixado ao arco de proteção

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utilizado para separar o campo cirúrgico do anestésico. Nessa fixação deve-se sempre lembrar de
revestir o suporte metálico e o braço do paciente com atadura de crepe, ou outro isolante qualquer,
com a finalidade de evitar queimaduras nesse local devido ao uso do bisturi elétrico. Essa posição é
utilizada em cirurgias de toracotomia ou lobotomia.

Figura 03 - Figura esquemática da posição lateral.

Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html

Posição ginecológica

Nesta posição, o paciente é colocado em decúbito dorsal, tendo os membros inferiores


elevados e colocados em suportes especiais, também chamados perneiras, e fixados com correias.
Esta posição está indicada para as cirurgias ginecológicas, proctológicas, algumas urológicas e
exames endoscópicos.

Figura 04 - Figura esquemática da posição ginecológica.

Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html

Posição de Trendelemburg

É uma variação da posição de decúbito dorsal onde a parte superior do dorso é abaixada e
os pés são elevados (Figura 05). Mantém as alças intestinais na parte superior da cavidade
abdominal. Ex: cirurgias de órgãos pélvicos, laparotomia de abdome inferior.

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Figura 05 - Figura esquemática da posição de Trendelemburg.

Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html

Posição de Fowler ou sentada

Paciente permanece semi sentado na mesa (Figura 06). Utilizada para mamoplastia, dreno
de tórax e plásticas em geral.

Figura 06 - Figura esquemática da posição de Fowler.

Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html

Posição de canivete (ou de Kraske)

O paciente se encontra em decúbito ventral, com as coxas e pernas para fora da mesa e o
tórax sobre a mesa, a qual está levemente inclinada no sentido oposto das pernas, e os braços
estendidos e apoiados em talas (Figura 07). Usada em cirurgias proctológicas, hemorroidectomia,
fissuras e fístulas anais.

Figura 07 - Figura esquemática da posição de Kraske.

Fonte: http://nocaminhodaenfermagem.blogspot.com.br/2015/11/enfermagem-cirurgica-posicoes.html

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Além dessas, há posições específicas para determinados procedimentos cirúrgicos, que
precisam utilizar acessórios específicos, como no caso das cirurgias neurológicas,
otorrinolaringológicas e outras. Ao posicionar-se o paciente para uma intervenção cirúrgica, deve-se
sempre lembrar de alguns cuidados que previnam problemas futuros para ele, entre esses cuidados
destacam-se:

• Manusear o paciente anestesiado com movimentos firmes e lentos, pois a mudança repentina
de posição pode levar à queda da Pressão Arterial (PA);

• Ao se retirar o paciente da posição ginecológica, deve-se ter cuidado de descer


alternadamente as pernas, Afim de se prevenir o afluxo rápido de sangue para os membros
inferiores, podendo causar também a queda da PA;

• Manter a cabeça voltada para um dos lados quando o paciente permanecer em decúbito
dorsal;

• Observar o posicionamento correto das infusões e drenagens

• Não comprimir terminações nervosas, evitando assim paralisias que poderão ser
irreversíveis;

• Não forçar posições de braços ou pernas e protegê-los do contato com superfícies metálicas;

• Proteger as proeminências ósseas, principalmente em pacientes obesos e idosos, para evitar


a formação de escaras e trombos e a compressão da circulação;

• Cuidar para que os membros inferiores (pernas) e superiores (braços) nunca fiquem
pendentes da mesa de operação; sendo impossível colocá-los ao longo do corpo, deve-se
apoiá-los sobre talas;

• Evitar, sempre que possível, distensões musculares provocadas por movimentos bruscos em
qualquer parte do corpo.

Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização.
Centro Universitário de Lavras. 2007

Brunner & Suddarth; Smeltzer SC, Bare BG: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 12 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. vol. I e II.

POSSARI, João Francisco. Centro Cirúrgico: planejamento, organização e gestão. 1ª ed. São Paulo: Iátria,
2004.

Magalhães , HP. Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental. Sarvier, 1993.

24
UNIDADE II
CAPÍTULO 3 - ASSEPSIA NO CENTRO CIRÚRGICO –
ANTISSÉPTICOS E DEGERMANTES
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Assepsia no centro cirúrgico – antissépticos e degermantes;


✓ Assepsia no centro cirúrgico – esterilização;
✓ Escovação cirúrgica.

3.1 Assepsia no centro cirúrgico – antissépticos e degermantes

A técnica asséptica utiliza de um conjunto de processos, medidas ou meios para impedir o contato
de germes com a ferida operatória.

É baseada no combate ao germe, procurando eliminá-lo totalmente (esterilização) das


superfícies dos materiais cirúrgicos ou parcialmente (antissepsia e desinfecção) das superfícies
orgânicas ou de ambientes cirúrgicos, onde a eliminação completa do mesmo é dificultada por
condições locais.

Vamos aos principais conceitos desta aula:

• Assepsia (do grego a=negação + séptico= putrefação): é o termo utilizado para designar
ausência de matéria séptica, isto é, um estado livre de infecção. Este é, portanto, o objetivo
da equipe cirúrgica.

• Antissepsia (do grego anti=contra + séptico=putrefação): é o termo usado para nomear o


conjunto de procedimentos e práticas destinados a impedir a colonização por microrganismos
patogênicos ou que visam a destruição dos mesmos por determinado período. Em outras
palavras é a assepsia em tecidos orgânicos.

• Desinfecção: consiste no combate aos microrganismos que se assentam em superfície de


objetos inanimados, com o uso de desinfetantes.

• Esterilização: corresponde a completa destruição de todas as formas de vida microbiana,


incluindo esporos bacterianos.

• Degermação: Vem do inglês degermation, ou desinquimação, e significa a diminuição do


número de microrganismos patogênicos ou não, após a escovação da pele com água e
sabão.

• Germicidas: são meios químicos utilizados para destruir todas as formas microscópicas de
vida e são designados pelos sufixos "cida" ou "lise", como por exemplo, bactericida, fungicida,
virucida, bacteriólise etc.

• Fumigação: é a dispersão sob forma de partículas, de agentes desinfetantes como gases,


líquidos ou sólidos.

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Antissépticos e degermantes

Um antisséptico adequado deve exercer a atividade germicida sobre a flora cutâneo-mucosa


em presença de sangue, soro, muco ou pus, sem irritar a pele ou as mucosas. Os antissépticos
podem ser:

• Bactericidas: capacidade de destruir as bactérias nas formas vegetativas.


• Bacteriostático: não destroem, mas apenas inibem o crescimento de patógenos.

De forma geral o antisséptico ideal deve ter as seguintes características:

a) Amplo espectro
b) Atividade em baixa concentraçaõ
c) Ação rápida
d) Efeito residual prolongado
e) Ação em presença de matéria orgânica
f) Baixa toxicidade ou irritabilidade
g) Estabilidade, não-corrosividade, odor agradável
h) Baixo custo

Compostos de iodo

O iodo é um halogênio pouco solúvel em água, porém facilmente solúvel em álcool e em


soluções aquosas de iodeto de potássio. O iodo livre é mais bactericída do que bacteriostático, e dá
um poder residual à solução. O iodo é um agente bactericida com certa atividade esporicida. Esta,
contudo, é influenciada por condições ambientais como a quantidade de material orgânico e o grau
de desidratação. Além disso, o iodo é fungicida e, de certo modo, ativo contra o vírus.

O composto de iodo mais usado é o álcool iodado a 0,5% ou 1 %. A solução de iodo deve
ser preparada semanalmente e condicionada em frasco âmbar com tampa fechada, para evitar
deteriorização e evaporação e devidamente protegido da luz e calor. Em resumo: os compostos
iodados têm ação bactericida, bacteriostático e residual.

Iodóforos

Shelanski & Shelanski, em 1953, descobriram que o iodo poderia ser dissolvido em
polivinilpirrolidona (PVP), um polímero muito usado para detoxicar e prolongara atividade
farmacológica de medicamentos e também como expansor plasmático. Além de conservar
inalteradas as propriedades germicidas do iodo, apresenta as seguintes vantagens sobre as
soluções alcoólicas e aquosas desse agente, pois não queima, não mancha tecidos, raramente
provoca reações alérgicas, não interfere no metabolismo e mantém ação germicida residual. São
chamados de iodóforos e liberam o iodo lentamente, permitindo uma estabilidade maior para a
solução.

O iodóforo mais usado para a anti-sepsia das mãos é a solução degermante, de PVPI a 10%
(1% de iodo ativo), em solução etérica, que é bactericida, tuberculicida, fungicida, virucida e
tricomonicida. Essa solução tem a seu favor, o fato de não ser irritante, ser facilmente removível pela
água e reagir com metais. Para as feridas abertas ou mucosas, (sondagem vesical), usamos o

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complexo dissolvido em solução aquosa. Para a antissepsia da pele integra antes do ato cirúrgico,
usamos o complexo dissolvido em solução alcóolica. Em resumo: Os iodóforos têm ação bactericida,
fungicida, virucida e ação residual.

Cloro-hexedina ou clorexidina

A cloro-hexedina (l, 6 di 4-clorofenil-diguanidohexano) é um germicida do grupo das


biguanidas, apresenta maior efetividade com um pH de 5 a 8, e age melhor contra bactérias Gram-
positivas do que Gram-negativas e fungos. Tem ação imediata e tem efeito residual. Apresenta baixo
potencial de toxicidade e de fotossensibilidade ao contato, sendo pouco absorvida pela pele integra.

Para casos de alergia ao iodo, pode-se fazer a degermação prévia com solução detergente
de clorexidina a 4%. As formulações para uso satisfatório são: solução de gluconato de clorexidina
a 0,5%, em álcool a 70% e solução detergente não ionica de clorexidina a 4%, contendo 4% de álcool
isopropilico ou álcool etílico para evitar a contaminação com Proteus e Pseudomonas.

Soluções aquosas de clorexidina em concentrações inferiores a 4% de álcool, com ou sem


cetrimida, são mais facilmente contamináveis sendo considerados inadequados para uso hospitalar.

Álcool

Os álcoois etílico e isopropílico, em concentrações de 70 a 92 % em peso (80 a 95% em


volume a 25ºC), exercem ação germicida quase imediata, porém sem nenhuma ação residual e
ressecam a pele em repetidas aplicações, o que pode ser evitado adicionando-se glicerina a 2%..

O álcool etílico é bactericida, age coagulando a proteína das bactérias, fungicida e virucida
para alguns vírus, razão pela qual é usado na composição de outros antissépticos. A ação bactericida
dos álcoois primários está relacionada como seu peso molecular, e pode ser aumentada através da
lavagem das mãos com água e sabão.

Sabões e detergentes

Sabões são sais que se formam pela reação de ácidos graxos, obtidos de gorduras vegetais
e animais, com metais ou radicais básicos (sódio, potássio, amônia etc), são detergentes ou
surfactantes aniônicos porque agem através de moléculas de carga negativa. Existem vários tipos e
apresentação de sabão: em barra, pó, líquido e escamas.

Alguns sabões em barra são alcalinos (pH 9,5a 10,5) em solução. Sua qualidade pode ser
melhorada através da adição de produtos químicos. O sabonete é um tipo de sabão em barra
(composto de sais alcalinos de ácidos graxos) destinado à limpeza corporal, podendo conter outros
agentes tensoativos, ser colorido e perfumado e apresentar formas e consistências adequadas ao
uso. O sabão/sabonete antimicrobiano contém antissépticos em concentração suficiente para ser
desodorante, sendo usado para lavar as mãos antes de procedimentos cirúrgicos. Os sabões têm
ações detergentes, que remove a sujidade, detritos e impurezas da pele ou outras superfícies.
Determinados sabões apresentam formação de espuma que extrai e facilita a eliminação de
partículas. A formação de espuma representa, além da ação citada, um componente psicológico de
vital importância para a aceitação do produto. Preconiza-se o uso de sabão líquido no hospital e
unidades de saúde e, como segunda opção, o sabão em barra ou sabonete, em tamanho pequeno.

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O cuidado maior que se deve ter no manuseio do sabão é evitar seu contato com a mucosa
ocular, contato prolongado com a pele, que pode produzir irritação local. Em resumo: Os sabões têm
ação degermante.

Cloro e derivados clorados

O cloro é o mais potente dos germicidas que existem. Tóxico para todo tipo de matéria viva,
é utilizado para desinfetar objetos, água de abastecimento e, até certo ponto, tecidos. Pode ser usado
sob forma de gás ou derivado clorados que desprendem ácido hipocloroso, que no caso é o agente
germicida que interage com a matéria orgânica e destrói tecidos normais. A ação bacteriana do cloro
é anulada pela matéria orgânica e pH alcalino. Não é recomendado para desinfetar instrumentos por
ser corrosivo. Em medicina o derivado clorado mais usado é a solução de hipoclorito de sódio ou
solução de Dakin, a 0,5 %. A solução a 5% é um potente germicida indicado para desinfetar
instrumentos e utensílios, é muito irritante para os tecidos e não deve ser usado como antisséptico.

Em resumo: O cloro é um potente germicida.

Compostos de prata

Sais de prata, solúveis ou coloidais, já foram utilizados na antissepsia das mucosas,


exercendo sua ação através da precipitação do ion Ag. O nitrato de prata, em aplicação tópica, é
bactericida para a maioria dos micróbios na concentração de 1/1000 e se na concentração de
1/10.000 é bacteriostática. A instilação de duas gotas de uma solução a 1% de nitrato de prata no
saco conjuntival dos recém-nascidos evita a oftalmia neonatal.

Em resumo: Os sais de prata são bacteriostáticos.

Desinfetantes oxidantes

Esses compostos se caracterizam pela produção de oxigênio nascente, que é germicida.

A água oxigenada ou peróxido de hidrogênio é o protótipo dos peróxidos, entre os quais ainda
se contam os peróxidos de sódio, zinco e benzila. A água oxigenada se decompõe rapidamente e
libera oxigênio quando entra em contato com a catalase, enzima encontrada no sangue e maioria
dos tecidos. Este efeito pode ser reduzido na presença de matéria orgânica. Útil na remoção de
material infectado através da ação mecânica do oxigênio liberado, limpando a ferida muitas vezes
melhor que solução fisiológica ou outros desinfetantes. Não deve ser aplicada em cavidades
fechadas ou abscessos de onde o oxigênio não possa liberar-se. O permanganato de potássio é um
potente oxidante que se decompõe quando em contato com matéria orgânica. Já teve grande uso
no passado, mas hoje está ultrapassado como antisséptico. Em resumo: Os desinfetantes oxidantes
têm ação germicida.

Derivados fenólicos

Os fenóis e derivados são conhecidos de longa data como venenos protoplasmáticos gerais,
precipitando e desnaturando as proteínas. O fenol, em soluções diluídas, age como antisséptico e
desinfetante, com espectro anti-bacteriano que varia com a espécie do micróbio, não sendo
esporocida. É usado principalmente para desinfetar instrumentos e para cauterizar úlceras e áreas

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infectadas da pele. O fenol, na concentração de 1/500 a 1/800, é bacteriostático, e nas concentrações
de 1/50 a 1/100 torna-se bactericida. Os cresóis, derivados metílicos do fenol, são menos irritantes
e menos tóxicos que o fenol e parecem possuir ação antisséptica mais poderosa. Os derivados
halogenados dos fenois são também antimicrobianos mais potentes que o fenol, como o
hexilresorcinol, por exemplo. Os derivados fenólicos são usados principalmente para desinfetar
objetos porque são cáusticos e tóxicos para os tecidos vivos. O fenol e os cresóis não devem ser
usados para desinfetar artigos de borracha, de plástico, ou tecidos que possam entrar em contato
com a pele, de que podem resultar queimaduras. Atualmente não mais se usa fenol como
antisséptico ou desinfetante. Em resumo: O derivado fenólico tem ação bactericida e não esporocida,
utilizados em instrumental.

Aldeídos

O aldeído fórmico, também chamado formaldeido, formol, formalina ou oximetileno, resulta


da oxidação parcial do álcool metílico. Sofre ação da luz, polimerizando e dando origem a
paraformaldeído. O formol é um líquido límpido, incolor, picante, sabor caustico. Seus vapores são
irritantes para as mucosas (nariz, faringe, olhos etc.), que podem ser combatidos usando-se
amoníaco diluído. É desinfetante potente, com poder de penetração relativamente alto e baixa
toxicidade, seu poder de potente redutor, reage com substâncias orgânicas e precipita as proteínas,
germicida por excelência, age inclusive sobre os esporos. Desnatura as proteínas, reagindo com os
grupos aminos livres, e isso faz a transformação de toxina em toxóide ou antoxina, conservando
assim o poder de antigenicidade. O aldeído fórmico, com sabão, forma o lisol. O lisoformio tem na
sua composição além de outros ingredientes, o aldeído fórmico e sabão em solução a 1% a 10%.

O dialdeído fórmico ou aldeído glutárico (Cidex) é usado em soluções aquosas a 2%,


previamente alcalinizadas, é menos irritante que o formaldeido, tem menor índice de coagulação de
proteínas, não é corrosivo, não altera artigos de borracha, de plástico, de metal ou os mais delicados
instrumentos de corte e instrumentos ópticos, não dissolve o cimento das lentes dos equipamentos
ópticos em exposições por períodos curtos. É nocivo à pele, mucosa (olhos) e alimentos. Em resumo:
Os aldeídos têm ação bactericida e esporocida.

Derivados furânicos

A nitrofurazona (furacin) tem amplo espectro antibacteriano, interferindo no sistema


enzimático dos microorganismos pela inibição do metabolismo dos hidratos de carbono, sendo usada
apenas como tópico no tratamento de certas infecções assestadas na pele, feridas infectadas ou
queimaduras, o uso contínuo pode provocar intolerância e sensibilização. Não afeta a cicatrização,
a fagocitose e a atividade celular e a sua eficácia persiste na presença de sangue, pus ou exsudato,
diminui o mau cheiro e quantidade de secreção da ferida. Em resumo: Os derivados furanicos têm
ação bactericida.

Continuaremos falando dos meios de assepsia, em especial a esterilização.

3.2 Assepsia no centro cirúrgico – esterilização

Como vimos na aula passada a assepsia em centro cirúrgico envolve o emprego de diferentes
substâncias e diferentes técnicas. Dentre as técnicas assépticas se destaca a esterilização.

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Vamos conhecer um pouco melhor esse processo.

A Esterilização é a destruição de todos os organismos vivos, mesmo os esporos bacterianos,


de um objeto. Para isso existem diferentes agentes físicos e químicos que podem ser empregados.
Esterilização de materiais é na verdade a tendência de eliminação de todas as bactérias ou redução
da população de uma colônia, pois mesmo depois da esterilização o material supostamente estéril
ainda possui uma porção mínima de bactérias portanto depois de estéril estes materiais são
colocados com uma data de validade e armazenados em uma sala com temperatura controlada, isto
é, se não forem usados neste período os materiais deverão ser esterilizados novamente.

Os meios de esterilização podem ser meios Físicos (Calor seco; Estufa; Flambagem;
Fulguração; Calor úmido; Fervura e Radiações) ou Químicos (Desinfetantes).

Flambagem

A flambagem é a colocação do material sobre o fogo até que o metal fique vermelho.

a) Vantagem: fácil execução


b) Desvantagem: Não é seguro, pode não esterilizar alguns tipos de bactérias pelo baixo tempo
de exposição. O material fica com uma cor preta, e com cheiro forte.

Fervura

Ferver o material por 15 minutos (contar o tempo após o início da fervura). Após a fervura,
escorrer a água e deixar mais um pouco dentro da vasilha para secar; pegar o material sempre pelo
cabo e com as mãos bem lavadas. Após isso, secar bem o material com um pano limpo e guardá-lo
em recipiente com tampa, até o seu uso.

Calor seco

Atua sobre os microrganismos provocando a oxidação dos constituintes celulares orgânicos


e a desnaturação e coagulação das proteínas. Penetra nas substâncias de uma forma mais lenta
que o calor úmido e por isso exige temperaturas mais elevadas e tempos mais longos, para que haja
uma eficaz esterilização.

São utilizadas as estufas. Conforme o calor gerado recomenda-se um certo tempo: a 160
Graus Celsius, são necessários 120 minutos. A 140 Graus Celsius são necessários 2 horas. A 120
Graus Celsius são necessários 6 horas.

a) Vantagens: não forma ferrugem, não danifica materiais de corte. É o ideal para vidros,
metais, algumas gorduras e substâncias em pó.
b) Desvantagens: O material deve ser resistente a variação da temperatura. Não esteriliza
líquidos.

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Calor úmido

Atua também desnaturando e coagulando as proteínas das células microbianas, mas a água
vai influenciar a destruição das membranas e enzimas pois pode induzir a destruição das ligações
de hidrogénio, o que vai tornar estes processos mais eficazes e diminuir o tempo de exposição.

Autoclavagem: é a exposição do material a vapor de água sob pressão, a 121 °C durante 15


min. É o processo mais usado e os materiais devem ser embalados de forma a permitirem o contato
total do material com o vapor de água. Deve ser realizado no vácuo para permitir que a temperatura
não seja inferior à desejada, permitir a penetração do vapor nos poros dos corpos porosos e impedir
a formação de uma camada inferior mais fria. Podem ser usados autoclaves de parede simples (que
são mais rudimentares) ou de parede dupla, que permitem melhor extração do ar e melhor secagem
(figura 01). É muito usado para o vidro seco e materiais que não oxidem com água (os materiais
termolábeis não podem ser esterilizados por esta técnica). É utilizada ainda para esterilizar tecidos.
A sua eficácia é validada por dois métodos. Indicadores químicos: mudam de cor consoante a
temperatura (ex. tubos de Brown a fita adesiva Bowie-Dick). Indicadores biológicos: tubo com
suspensão de esporos de bactérias muito resistente (Bacillus stearothermophylus) que morrem
quando expostos por 12 min ou mais a uma temperatura de 122 °C. Após um repouso de 14h, faz-
se uma sementeira dos esporos, que deve dar negativa.

Figura 01 - Exemplo de autoclave utilizada.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Esteriliza%C3%A7%C3%A3o_de_materiais#/media/File:Autoclave(1).JPG

Tindalização: o material é submetido a 3 sessões de exposição a vapor de água a 100 °C,


durante 20-45 min, 45 min e 20-45 min, com um tempo de repouso entre elas de 24h. Consegue-se
a esterilização, visto que permite a germinação dos esporos entre duas sessões e sua posterior
destruição. É usada para soluções açucaradas ou que contenham gelatina.

31
Radiação

A radiação é uma alternativa na esterilização de artigos termolábeis (seringa de plástico,


agulha hipodérmicas, luvas, fios cirúrgicos), por atuar em baixas temperaturas, é um método
disponível em escala industrial devido aos elevados custos de implantação e controle.

Esterilização por radiação ionizante

Certos átomos possuem a propriedade de emitirem ondas ou partículas de acordo com a


instabilidade de seus núcleos, esta propriedade é chamada de radioatividade. Alguns elementos,
como o Rádio e o Urânio, são naturalmente radioativos, pois possuem seus núcleos instáveis, outros
são produzidos artificialmente, como o Cobalto 60 e Césio 137.

A radiação ionizante é assim quando possui a capacidade de alterar a carga elétrica do


material irradiado por deslocamento de elétrons. Para fins de esterilização industrial as fontes de
raios betas e gama são as utilizadas. No geral as radiações particuladas apresentam menor poder
de penetração e são menos efetivas como agentes esterilizantes do que as eletromagnéticas.
Apenas os elétrons acelerados têm encontrado aplicação prática e crescente, à medida que os
equipamentos mais modernos superam limitações quanto à penetrabilidade, ainda que com elevado
investimento. A ação antimicrobiana da radiação ionizante se dá através de alteração da composição
molecular das células, modificando seu DNA. As células sofrem perda ou adição de cargas elétricas.
Existem fatores ambientais, físicos e alguns compostos que influenciam na resposta celular à
radiação aumentando ou diminuindo sua sensibilidade a esta. Há também microrganismos que são
mais resistentes à radiação, como os esporos bacterianos; as leveduras e fungos têm resistência
considerada média e os gram negativos têm baixa resistência à radiação.

Radiação Beta

Este tipo de radiação é conseguida através da desintegração natural de elementos como o


Iodo 131 ou Cobalto 60, ou ainda artificialmente por meio de máquinas aceleradoras de elétrons
(eléctron beam). O eléctron beam é utilizado para a esterilização de materiais plásticos de baixa
espessura.

Radiação Gama

É produzido pela desintegração de certos elementos radioativos, o mais utilizado é o Cobalto


60. Os raios gama possuem grande penetração nos materais.

Radiações não ionizantes(raios ultravioleta, ondas curtas e raios infravermelhos)

Devido a sua baixa eficiência está vetado o seu uso pelo Ministério da Saúde desde 1992.
As radiações não ionizantes, são aquelas menos energéticas. A luz ultravioleta compreende a porção
do espectro que vai de 150 a 3900A, porém o comprimento de onda que possui maior atividade
bactericida está ao redor de 2650A. A luz solar tem poder microbicida em algumas condições, pois
a energia radiante da luz do sol é composta basicamente de luz ultravioleta e na superfície terrestre
o comprimento de onda desta varia de 2870 a 3900A, as de comprimento mais baixo são filtradas
pela camada de ozônio, pelas nuvens e pela fumaça. A radiação não ionizante é absorvida por várias
partes celulares, mais o maior dano ocorre nos ácidos nucléicos, que sofrem alteração de suas

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pirimidinas. Formam-se dímeros de pirimidina e estes permanecem (não ocorre reativação), a réplica
do DNA pode ser inibida ou podem ocorrer mutações.

Foto Reativação

Após uma exposição à radiação não ionizante, uma suspensão bacteriana terá ainda uma
pequena parte de células viáveis, ou seja, capazes de formar colônias. Se a suspensão bacteriana
após for exposta à luz ultravioleta, ser então exposta à luz visível, a parte de células que restam
ainda viáveis será maior. Este fenômeno ocorre devido a uma enzima fotodependente, que realiza a
clivagem dos dímeros de timina do DNA, recuperando sua estrutura normal; então células que foram
aparentemente lesadas sofrem uma reativação à luz visível, esta reativação, porém nunca atinge
100% das células.

Reativação no Escuro

Alguns microrganismos podem ainda realizar um processo de reparação da estrutura do DNA,


através de um mecanismo que requer uma seqüência de reações enzimáticas. Uma enzima
endonuclease dímero-específica e uma exonuclease dímero-específica extraem o dímero de
pirimidinas formado. A parte retirada é restaurada por outras enzimas, a DNA-polimerase que
sintetiza o segmento faltante, e a DNA-ligase que restabelece o posicionamento do segmento.

Métodos químicos

Gás Óxido de Etileno: O gás óxido de etileno é um produto altamente tóxico usado para
esterilizar materiais.

a) Vantagens: Não danifica os materiais


b) Desvantagens: Danos ao meio ambiente quando manipulado erroneamente, alto custo,
tóxico para o manipulador, requer aeração forçada por um período mínimo de 12 horas e na
aeração ambiente 48 horas. Todo o processo leva cerca de 48 horas.

Glutaraldeído: Fornecido na forma de líquido a 25 ou 50%, são pouco voláteis a frio e


utilizados para a desinfecção de instrumentos médicos. Irritante das mucosas e tóxico, necessita de
cuidados especiais. Vantagens: facilidade de uso. Desvantagens: esterilização é tempo dependente.
É necessário a imersão total do material. Alergênico, tóxico e irritante. Mycobacterias podem ser
resistentes, bem como esporos.

Formaldeído: Atualmente utilizado em processos fechados com autoclave especial. A


esterilização é eficiente, mas depende de umidade local controlada. Vantagens: Barato. Muito
eficiente. Ciclo de 6 horas. Baixa temperatura (55 °C) Desvantagens: Requer equipamento específico
e controle rigoroso.

Ácido peracético: Líquido que esteriliza materiais por imersão. Vantagens: rapidez: em 10
minutos sob imersão apresenta desinfecção. Desvantagens: muitos fabricantes no mercado com
formulações de pH baixo e assim agressivo ao material, mas existe alguns com o pH neutro no
mercado.

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Além de todas as formas de assepsia, o material cirúrgico pode ser classificado conforme sua
utilização em:

• Crítico: Contato direto ou indireto com região operatória . Ex: bisturi, tesoura.
• Semi-crítico: contato direto com mucosas. Ex: sondas, endoscópio.
• Não crítico: Sem contato ou em contato com pele hígida. Ex: mascara, gorro.

3.3 Escovação cirúrgica

A lavagem de mãos constitui um procedimento que, apesar de rotineiro, possui determinada


complexidade, desta forma vamos aos estudos. O procedimento de lavagem de mãos possui
algumas principais variáveis que vêm sendo estudadas ao longo dos anos. Elas são constituídas
principalmente pelo uso de escovas para a realização da fricção da pele contendo a substância
antimicrobiana; pela utilização das esponjas como único meio de aplicação dos produtos de limpeza
e pela ordem propícia para as zonas que devem ser higienizadas. No entanto vamos descrever a
forma geral que deve ser realizada a escovação das mãos na maioria dos centros cirúrgicos.

O uso de escovas foi sugerido por Mitchell et al na década de 1980, na substituição dos
pincéis, usados desde 1894. Desde então estudos não conseguiram provar a real eficácia da
escovação na higiene pré-cirúrgica. A escovação das mãos passou a ser questionada pela
possibilidade de aumentar a transferência de bactérias através da remoção da camada externa da
epiderme e a consequente exposição da flora bacteriana das camadas mais profundas da pele. No
que tange às determinações da OMS, o uso da escova, de modo geral, tende a cair em desuso, de
modo que sua utilização deve ser reduzida futuramente. A organização ainda indica que, caso as
mãos estejam sujas por fragmentos macroscópicos, pode-se utilizar uma esponja que possui
características menos lesivas para sua remoção, antes do procedimento de lavagem propriamente
dito.

Degermação das mãos e antebraços

Este procedimento se justifica por que a pele, normalmente, é habitada por duas populações
bacterianas, ou seja, a flora residente e a transitória.

a) Flora residente: é constituída por microrganismos capazes de sobreviverem e se


multiplicarem na superfície cutânea e folículos pilosos, sendo, portanto, de difícil remoção.
Os estafilococos coagulase negativa, corynebactéria (difteróides e corniformes),
acinelobactéria e outros são microrganismos comumente encontrados na flora residente.

b) Flora transitória: também conhecida como flora de contaminação, é composta por


microrganismos diversos e de virulência variadas. Estes microrganismos nem sempre estão
presentes na superfície da pele da maioria das pessoas e são removidos mais facilmente.,
algumas bactérias Gram-negativas (como, por exemplo, E. coli) têm condições mínimas de
sobrevivência sobre a pele.

A degermação das mãos e antebraços da equipe cirúrgica deve promover a eliminação da


flora transitória e redução da flora residente e, ainda, o retardamento da recolonização da flora
residente pelo efeito residual. A lavagem deve ser realizada com a utilização de um sabão
antimicrobiano, deixando em contato com a pele das mãos por um período de dez segundos. A

34
fricção e sua sequência variam muito de autor para autor. Contanto que toda a mão seja contemplada
com a lavagem e que a sequência não tenha recidiva (retorno de uma parte recém-lavada para outra
lavada antes), a sequência é aceita. O enxague deve ser rigoroso para remoção dos resíduos de
sabão e a secagem deve ser feita com toalhas de papel. Contudo, em casos de cirurgia, a mãos
devem ser enxugadas no próprio bloco, depois da escovação, com o uso de compressas
esterilizadas.

Lavabos

Nos lavabos dos centros cirúrgicos, são comumente encontradas embalagens individuais de
uso único contendo escova-esponja embebida em solução antisséptica como iodopovidina ou
clorexidina, junto a uma espátula para a limpeza das unhas (desinquinação). As torneiras de um
lavabo cirúrgico devem ser acionadas por botões colocados no piso ou de forma automática por meio
de células fotoelétricas, devendo conter também dispositivos de regulagem de temperatura da água.
O cirurgião não deve fazer o uso das mãos para acionar a corrente de água, a antiga prática de uso
de torneiras manuseados com o cotovelo como ainda se encontra comumente deve ser
desestimulado.

A Lavagem

De modo de geral, a lavagem de mãos é realizada em palma, dorso, unhas, espaços


interdigitais, antebraço e cotovelo; o objetivo principal de tal divisão é priorizar as regiões de maior
contato com o paciente, evitando sua contaminação.

No Brasil, a ANVISA publicou o manual Segurança do Paciente – Higienização das mãos


utilizando o uso de escovas na degermação. O órgão brasileiro determina a lavagem nas seguintes
etapas:

1. Abrir a torneira, molhar as mãos, antebraços e cotovelos;


2. Recolher, com as mãos em concha, o antisséptico e espalhar nas mãos, antebraços e
cotovelos. No caso de esponjas impregnadas com o antisséptico, pressione a parte da
esponja contra a pele e espalhe por todas as partes;
3. Limpar sob as unhas com as cerdas da escova;
4. Friccionar as mãos observando os espaços interdigitais e antebraço por no mínimo três a
cinco minutos, mantendo as mãos acima do cotovelo;
5. Enxaguar as mãos em água corrente no sentido das mãos para cotovelos, retirando todo o
resíduo do produto. Fechar a torneia com cotovelo, joelhos ou pés.

No entanto é importante salientar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu em


2009 um sequenciamento padrão para o uso das escovas na degermação pré-cirúrgica das mãos.
Nele é realizada uma lavagem anterior das mãos e antebraços com água e sabão não
medicamentoso, incluindo a limpeza das unhas e leitos ungueais com o uso de uma lixa específica.
A organização não indica o uso de escovas por lesar as camadas da pele e expor bactérias alojadas
em regiões mais profundas; se o seu uso for inevitável, determina-se que estas sejam estéreis e
utilizadas uma única vez.

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Sequência para lavagem antisséptica das mãos

a) Utilizar escova estéril, com cerdas firmes e macias. O tempo de escovação deve ser de 07
(sete) a 10 (dez) minutos; não podendo ser inferior a 05 minutos;

b) Utilizar a seguinte sequência: Numa angulação sempre acima do nível do cotovelo, molhar a
área a escovar; ensaboar cada braço a mão oposta como se fora uma simples lavagem
higiênica e novamente se retira o sabão ou degermante antisséptico, escorrendo a água do
membro no sentido mãos-cotovelos;

c) Inicia-se a escovação pelas extremidades dos dedos e sequencialmente pela face medial,
lateral, palmar e dorsal dos dedos (sendo a última com os dedos em garra), espaços
interdigitais, palma da mão, dorso da mão, face anterior e posterior do antebraço, seguindo
movimentos circulares (no sentido contrário ao crescimento dos pelos), até o cotovelo.

d) Terminada a escovação, faz-se o enxague com água corrente abundante, no sentido da


extremidade para os cotovelos, sempre mantendo as mãos mais elevadas.

e) Permanece no lavabo com as mãos suspensas até que a água escorra por completo.

f) A secagem é feita com compressa estéril. Cada face da compressa é destinada a uma das
mãos. Com a compressa aberta, inicia-se pelas extremidades até o cotovelo; dobra-se a
compressa isolando a face já utilizada e com a outra face enxuga-se o outro membro da
mesma forma.

As figuras abaixo apresentam as etapas para lavagem antisséptica das mãos:

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Fonte: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/tecnicas.htm

Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização.
Centro Universitário de Lavras. 2007

Brunner & Suddarth; Smeltzer SC, Bare BG: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 12 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. vol. I e II.

POSSARI, João Francisco. Centro Cirúrgico: planejamento, organização e gestão. 1ª ed. São Paulo: Iátria,
2004.

Magalhães , HP. Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental. Sarvier, 1993.

Moriya T, Módena JLP. Assepsia e antissepsia: técnicas de esterilização. Medicina (Ribeirão Preto). 2008;
41 (3): 265-73.

37
UNIDADE II
CAPÍTULO 4 – VESTUÁRIO E ROUPAS CIRÚRGICAS
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Vestuário e roupas cirúrgicas;


✓ Instrumental Cirúrgico;
✓ Mesa de instrumentação cirúrgica.

4.1 Vestuário e roupas cirúrgicas

A entrada no Centro cirúrgico deve ser precedida de uniformização restrita a esta unidade composta
por: roupa privativa (calça e camisa, o famoso “pijama cirúrgico” ou também chamada de “roupa de
bloco”), máscara, gorro e propés. O uso da roupa privativa mostra-se útil na prevenção de infecção,
pois evita a liberação de microrganismos da pele, tronco, membros, axilas, pernas e períneo.

As mangas das camisas devem ser suficientemente curtas para permitir a correta escovação
das mãos, antebraços e cotovelos, sem que se molhem durante esse procedimento.

O uso dessas roupas por mais de oito horas seguidas deve ser avaliado, haja vista que
parece existir aumento na contaminação diretamente associado ao tempo em que elas são usadas
e expostas ao ambiente do centro cirúrgico.

O uso da paramentação cirúrgica previne os riscos biológicos em cirurgias, segue abaixo a


descrição de cada paramentação cirúrgica e o arcabouço teórico que embasa o seu respectivo uso:

• Touca cirúrgica: reduz riscos por possíveis bactérias oriundas do cabelo e do couro
cabeludo.

• Máscara cirúrgica: realiza uma barreira protetora à paciente da liberação de microrganismos


oriundos do nariz e da boca dos profissionais. Também protege o próprio profissional de
respingos de sangue e outros fluídos oriundos da paciente.

No que se refere à utilização da máscara, a Association of periOperative Registered Nurses


(AORN) assim como a SOBECC (Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico,
Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização) recomenda que todos os indivíduos
que entrarem em áreas restritas do Centro Cirúrgico devem utilizá-la, principalmente na manipulação
de matérias e de instrumentos estéreis abertos.

• Óculos de proteção: utilizado para proteção ocupacional, evitando contado direto da


mucosa ocular com sangue e outros fluidos dos pacientes.

• Luvas cirúrgicas: importante contra riscos de infecção ocupacional pelo contato com sangue
da paciente. Vale ressaltar, que a mão é o principal instrumento na cirurgia e a parte do corpo
que permanece o maior período de tempo em contato direto com a paciente.

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Vestir avental cirúrgico

Para vestir o avental esterilizado, a equipe de cirurgia necessita da ajuda do circulante de


sala, por isso este profissional deve estar capacitado para desempenhar esta função. As medidas de
assepsia cirúrgica relacionadas ao manuseio dos aventais esterilizados são fundamentais como
prevenção da infecção da ferida operatória.

Ao vestir o avental, os componentes da equipe cirúrgica devem:

1. Segurá-lo com as pontas dos dedos pelas dobras do decote, elevá-lo do campo esterilizado
e trazê-lo para fora da mesa;
2. Abri-lo com movimentos firmes para que as dobraduras se desfaçam, tendo o cuidado de não
o esbarrar em superfícies não estéreis ou em pessoas da sala;
3. Segurá-lo pela parte interna do ombro, afastando do corpo e, com ligeiro movimento para
cima, introduzir, ao mesmo tempo, os dois braços nas mangas, conservando-as em extensão
para cima;
4. Colocar-se de costas para o circulante de sala e solicitar-lhe ajuda para acertar as mangas.
Desta feita, o circulante introduz as mãos nas mangas pela parte interna do avental, puxando-
as até que os punhos cheguem à região dos pulsos;
5. Permanecer de costas ao circulante, para que este amarre as tiras ou fitas do decote do
avental;
6. Distanciar da cintura os cintos, para que o circulante possa pegá-los e amarrá-los.

Figura 01 - Esquema de paramentação do avental cirúrgico.

Fonte:https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/vestir-o-avental-esterilizado/23217

Vestir OPA esterilizada

A opa é uma peça que faz parte da indumentária de paramentação cirúrgica. Sua finalidade
é cobrir a parte posterior do avental esterilizado em uso pelo cirurgião e assistentes, em cirurgias de
grande porte.

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Para vesti-la, o cirurgião deve:

a) Pegar as alças superiores da opa com as mãos enluvadas, trazendo-a para fora da mesa,
abri-la com movimentos firmes e suaves, tomando cuidado para não contaminá-la;
b) Apresentar para o circulante de sala a face externa da opa, a fim de que este possa segurá-
la pelas pontas superiores com o auxílio de pinças;
c) Virar-se de costas para o circulante de sala e introduzir os braços nas alças da opa; a.
d) Seguir, puxar para a frente os cintos e amarrá-los.

Atualmente, já se encontra comercializado o avental-opa que, por constituir uma única peça,
toma mais prático o uso.

Calçar luvas esterilizadas

É de responsabilidade do circulante prover a sala cirúrgica de embalagens de luvas de


diferentes tamanhos, para não prejudicar o desenvolvimento do ato operatório. Deve estar ainda,
atento para o momento exato de abri-as e oferecê-las, diretamente, aos componentes da equipe
cirúrgica, ou depositá-las sobre o campo esterilizado da mesa de roupas.

Ao calçar as luvas, o usuário deve:

1) Abrir o invólucro de papel que as protege e expô-las, de modo que os punhos fiquem voltados
para si;
2) Calçar a luva E (esquerda), segurando-a pela dobra do punho com a mão D (direita);
3) Introduzir os dedos da mão E enluvada sob a dobra do punho da luva D e calçá-la, desfazendo
a seguir esta dobra até cobrir o punho da manga do avental;
4) Colocar os dedos da mão D enluvada na dobra do punho da luva E, repetindo o procedimento
descrito acima.

Outro modo de realizar este procedimento consiste em:

• Segurar o par de luvas pelas dobras dos punhos e calçar a mão D;


• Introduzir a mão D enluvada sob a dobra do punho da luva E e calçar a mão E;
• Desfazer as dobras dos punhos das luvas, conforme descrito acima.

Figura 02 - Esquema de paramentação da luva cirúrgica.

Fonte:https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/vestir-o-avental-esterilizado/23219

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Da mesma forma que observamos muito cuidado ao ato de colocar as luvas, também na hora
de retirada devem ser tomadas algumas precauções, mas agora é o seu lado externo que não deve
entrar em contato com qualquer parte desnuda de nosso corpo, de forma a não propiciar
contaminação por microrganismos. Ao serem retiradas e desprezadas, suas faces externas devem
estar voltadas para dentro, de modo que o cirurgião não toque nenhuma parte de seu corpo desnuda
sobre a face externa (e já contaminada) da luva. Ao final da retirada, deve ser descartada em
recipiente apropriado.

Figura 03 - Esquema para retirada da luva cirúrgica.

Fonte:https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/vestir-o-avental-esterilizado/23220

4.2 Instrumental Cirúrgico

O instrumental cirúrgico é o conjunto de objetos, instrumentos e equipamentos que entram em


contato direto ou indireto com a região operatória, utilizados para a execução de determinado
procedimento cirúrgico.

Como existe um grande número e variedade de materiais, eles são agrupados de acordo com
sua função ou uso principal. De forma geral temos as seguintes classes de instrumentos cirúrgicos:

• Diérese: A diérese consiste na divisão dos tecidos e permite a exposição dos órgãos
estruturas afetadas, utilizando-se bisturis e tesouras, serras, agulhas e outros, utilizados nas
cirurgias gerais, assim como nas especiais.

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• Preensão: É o destinado a segurar e suspender as vísceras e órgãos, como as pinças
elásticas e pinças com anéis e cremalheira. São representantes dessa classe a pinça
anatômica e pinça dente de rato. A pinça de Allis é usada para preensão de vários tecidos,
principalmente os delicados e escorregadios (Figura 2). A pinça anatômica é um instrumento
delicado utilizado para segurar tecidos delicados no ato da dissecção. A pinça dente-de-rato
é utilizada para segurar a pele e os dentes evitam que a pele escape da pinça (Figura 3).

• Hemostasia: A hemostasia visa estancar, temporária ou definitivamente, o sangramento dos


vasos seccionados durante a diérese. Representados por pinças nas formas retas e curvas,
por exemplo, as pinças Kelly, Halstead, Rochester, preferidas pelo cirurgião devido a
proporcionarem um manuseio mais fácil (Figura 2). As pinças hemostáticas são usadas em
situações que exigem instrumentos mais longos. As pinças atraumáticas são usadas para
hemostasia temporária.

• Síntese: A síntese visa reconstruir e restituir a integridade das estruturas, órgãos e tecidos
que foram operados usando-se porta agulhas, pinças anatômicas e dente de rato, agulhas e
fios cirúrgicos, grampos e fitas adesivas de pele (Figura 3).

42
• Exposição: Formado por afastadores é destinado à exposição, permitindo a melhor
visualização da cavidade operatória. Os instrumentos mais utilizados são os afastadores de
Farabeuf, de Doyen, de Gosset, de Finocchietto, de Volkmann, pinça de Backaus, de Allis,
de Kocher e de Mixter (Figura 4).

• Especial: Desenvolvem uma função específica conforme o tipo e a necessidade cirúrgica.


Em quase todos os procedimentos, os instrumentos, para realizar tanto a diérese, como
também a hemostasia e a síntese, são semelhantes, porém, procedimentos específicos
podem necessitar de instrumentos especiais, como em cirurgias urológicas, proctológicas,
cardíacas, torácicas e neurológicas, entre outras.

• Campo: É constituído por pinças que se destinam à fixação dos campos estéreis para
delimitação do campo operatório. Ex: Aspirador (Utilizado para a irrigação e aspiração de
fluidos orgânicos ou não). A pinça de Backaus é usada para prender campos os cirúrgicos e
outros instrumentos.

Em resumo temos as classes no quadro abaixo:

Fonte: https://pt.slideshare.net/EduardoBernardino/tecnicas-de-instrumentao

43
4.3 Mesa de instrumentação cirúrgica

Os materiais devem ser acondicionados na mesa cirúrgica, antecipadamente solicitados, separados


e organizados pelo instrumentador, para atender a todo o ato operatório e deverão estar organizados
e dispostos de tal forma que atendam aos tempos cirúrgicos e possíveis intercorrências. No entanto
deve-se lembrar que a mesa de instrumentação deve ser adequadamente preparada e coberta por
campos estéreis antes da colocação do material cirúrgico.

Posicionamento equipe cirúrgica

Antes de mostrar a disposição da mesa cirúrgica vamos mostrar o posicionamento da equipe


cirúrgica. A disposição da equipe cirúrgica pode sofrer algumas variações de posicionamento, no
entanto o objetivo é facilitar a instrumentação, pois, o procedimento cirúrgico consiste de uma
sequência padronizada de etapas e, portanto, pode-se acompanhar com precisão o tempo cirúrgico,
executado pelo cirurgião e escolher qual o quadrante da mesa a ser abordado. De forma geral o
instrumentador e sua mesa estará posicionado nos pés do paciente do lado contrário ao cirurgião.
Em frente ao cirurgião e ao lado do instrumentador fica posicionado o primeiro auxiliar do cirurgião,
conforme mostra a figura 04. Caso necessário o segundo auxiliar ficará ao lado do cirurgião.

Figura 04 - Posicionamento padrão da equipe cirúrgica.

Posicionamento dos materiais

As disposições básicas da mesa ou dos materiais de instrumentação podem variar conforme


o porte da cirurgia, no entanto a montagem da mesa busca seguir uma ordem cronológica dos
tempos cirúrgicos, sendo elas:

1. Diérese
2. Preensão
3. Hemostasia
4. Exposição
5. Especial
6. Síntese

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Observação: Alguns autores utilizam a divisão em quatro campos, sendo eles: Diérese,
hemostasia, síntese e exérese.

Segue abaixo na Figura 05 e Figura 06 a sequência de tempos cirúrgicos e a montagem


correta da mesa com uma seta mostrando a sequência de uso dos materiais, iniciando pela diérese.

Figura 05 - Sequência de tempos cirúrgicos e forma de arrumação da mesa de instrumentação.

Figura 06 - Sequência de instrumental cirúrgico, respeitando os principais tempos cirúrgicos. Observe que o
posicionamento do porta-agulha é voltado para cima.

45
Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização.
Centro Universitário de Lavras. 2007

Brunner & Suddarth; Smeltzer SC, Bare BG: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 12 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. vol. I e II.

POSSARI, João Francisco. Centro Cirúrgico: planejamento, organização e gestão. 1ª ed. São Paulo: Iátria,
2004.

Magalhães , HP. Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental. Sarvier, 1993.

Moriya T, Módena JLP. Assepsia e antissepsia: técnicas de esterilização. Medicina (Ribeirão Preto). 2008;
41 (3): 265-73.

Moriya T, Vicente YAMVA, Tazima MFGS. Instrumental Cirúrgico. Medicina (Ribeirão Preto). 2011;44(1):18-
32.

46
UNIDADE III
CAPÍTULO 5 - DRENAGEM E SONDAGEM CIRÚRGICA
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Drenagem e sondagem cirúrgica;


✓ Fios cirúrgicos;
✓ Recuperação Pós-Anestésica (RPA);

5.1 Drenagem e sondagem cirúrgica

A drenagem cirúrgica é a técnica para remover coleções líquidas ou gasosas de uma cavidade
serosa, ferida ou abscesso por meio de simples abertura ou através de colocação de dreno ou
qualquer com que se assegura a saída dos fluidos, através da pele ou mucosas. É uma técnica
invasiva e cruenta.

A drenagem pode apresentar diferentes finalidades, sendo estas:

• Diagnóstica
A drenagem diagnóstica tem objetivo medir o volume, o ritmo de saída de líquidos e gases, a
fim de determinar a existência e a permanência de uma afecção interna, como exemplo a
drenagem da cavidade pleural no caso de hemorragia interna onde podemos diagnosticar a
existência e a permanência da mesma e decidir por uma intervenção.

• Preventiva
É uma forma de drenagem das mais usadas, sendo feita sempre em cirurgias onde haja ou
se suspeita de infecção, quando os líquidos que se formam no local ou o estado geral do
paciente, como cirurgia de pâncreas com abscessos localizados.

• Curativa
A drenagem curativa tem o objetivo de eliminar o líquido residual enclausurado, habitualmente
pus, permitindo que o organismo promova a recuperação daquela região atingida evitando
assim a disseminação do processo. Por exemplo, a drenagem de abscesso subfrênico.

Mecanismo

O líquido preso dentro de cavidades orgânicas, com aumento progressivo do seu volume,
pode drenar espontaneamente para outras regiões ou para o exterior do organismo, por aumento
da pressão do líquido ou por necrose tecidual. A drenagem cirúrgica é feita quando o processo não
responde ao tratamento medicamentosos (antibióticos) ou quando atingir grandes proporções.

Tipos de Materiais

Os tubos semi-rígidos de plástico ou de borracha podem ser usados em cavidades


orgânicas (espaço pleural) e em canalículos orgânicos como vias biliares. As lâminas flexíveis de

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borracha e drenos de penrose estão indicadas para a drenagem de regiões menores e com
pequena produção de líquidos, como em drenagem superficial de parede abdominal.

Técnicas de drenagem

A drenagem deve obedecer a certos princípios para facilitar o escoamento e evitar


complicações como obstrução ou contaminação de outros setores:

1. Colocar o dreno em posição de maior declive para líquidos


2. Colocar o dreno em posição de maior aclive para o ar
3. O ponto de penetração para acesso ao local deve ficar o mais próximo possível deste
4. O dreno deve ser sempre colocado fora da incisão primária
5. O dreno deve ser adequado ao tipo e ao volume do material a ser eliminado
6. O dreno deve ficar em posição a mais confortável possível ao paciente
7. O orifício de passagem do dreno deve ser de dimensão proporcional ao mesmo
8. O dreno deve sempre ser adequadamente fixado à pele
9. A drenagem é regra geral nas cirurgias de tórax
10. A drenagem é exceção nas cirurgias abdominais (exemplos: cirurgia das vias biliares extra-
hepáticas, cirurgias do pâncreas, coleções purulentas em espaços teciduais)

Principais tipos de drenos e sondas:

Os drenos e sondas podem ser de qualquer material como um tubo, gaze, desde que
assegure a saída das secreções.

1. Dreno tubular multiperfurado

2. Sonda de Malecot - utilizada em gastrostomia

3. Dreno T de Kehr - utilizada para drenagem de vias Biliares

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4. Dreno de Penrose

5. Sonda de Foley: A ponta proximal é arredondada e tem um balão que é inflado com solução
estéril de água destilada ou soro fisiológico, tem dupla ou tripla luz, sendo uma para injetar
líquido dentro do balão, a outra para drenar a urina e a de três vias tem uma terceira luz para
introduzir alguma solução na bexiga. Na ponta distal tem duas ou três pontas, sendo uma a
que insufla o balão, a outra drena urina e nas de três vias uma que injeta solução.

Sonda Foley de 2 vias.

Sonda de Foley 3 vias.

6. Sonda de Levine ou sonda nasogástrica.

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7. Sonda ou balão de Sangsteik Blackmore: É um tipo de sonda utilizada no controle da
hemorragia causada por varizes esofágicas. Possue dois balões, sendo um que após
insuflado se ancora no estômago e outro posicionado no esófago comprimindo suas
paredes

8. Sonda naso-entérica: introduz-se pelo nariz e posiciona-se no intestino delgado e serve


para alimentação enteral.

5.2 Fios cirúrgicos

Os fios cirúrgicos, durante a síntese, fixam ou contém as estruturas orgânicas divulsionadas ou


cortadas, na diérese. Para isso, utilizam-se agulhas, adaptadas e desenhadas de acordo com as
características, tanto dos tecidos a serem suturados, como dos fios escolhidos. Um fio ideal deve ter,
baixo custo, grande resistência à tração e torção, ausência de reação tecidual, calibre fino e regular,
esterilização fácil e também ser mole, flexível, pouco elástico e resistente a esterilização.

Podemos classificar os fios em mono e multifilamentares, quanto ao número de filamentos


dos quais são feitos. Os multifilamentares dividem-se em torcidos, trançados e trançados com
revestimento (Figura 01).

50
Figura 01 - A-Fio monofilamentar e multifilamentar: (B)torcido, (C)trançado simples, (D)trançado revestido.

A B C D

Quanto ao material confeccionado, eles se classificam em absorvíveis e inabsorvíveis. Os


absorvíveis podem ser de origem animal, como o catgut (nome significa intestino de gato) simples
ou então de origem vegetal. Os fios de origem vegetal podem se revestidos, como o polyvicril ou sem
revestimento, como o dexon e o vicryl. Os inabsorvíveis também podem ter origem animal como a
seda trançada, ou vegetal como o algodão, ou então de origem sintética como o mononylon, prolene
e mersilene. Existem também os fios metálicos, de aço inoxidável, como o aciflex.

Segue abaixo tabela com os principais tipos de fios usados no centro cirúrgico e suas
características como resistência tênsil (ou seja, sua capacidade de manter a tensão local) e o
processo de absorção que ocorre pelo organismo quando em contato com o material utilizado na
confecção do fio cirúrgico.

ETO= óxido de etileno

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Os fios cirúrgicos são vendidos de acordo com um comprimento padrão, de 45 a 140 cm, e
cada fabricante, para cada fio identifica, na embalagem, as especificações do fio que ela contém,
tais como o material de que é feito, comprimento, se está acoplado a uma agulha e que tipo de agulha
contém. Os fios são comercializados já esterilizados e com data de validade para sua utilização. As
embalagens de fios cirúrgicos podem conter um único fio ou vários. Os fios podem estar acoplados
a uma agulha, para facilitar seu uso. Neste caso, o calibre da agulha deve ser semelhante ao calibre
do fio. Existem fios com uma e com duas agulhas. O calibre dos fios cirúrgicos é identificado pela
quantidade de números zero, 1-0; 2-0; 3-0; 4-0;etc. Quanto maior o número de zeros menor é o
calibre do fio, até 12-0 (o de diâmetro 0,001mm).

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Como o fio pode se comportar como corpo estranho e prejudicar a cicatrização, é
aconselhável escolher o calibre do fio de acordo com a resistência, o tipo de estrutura a ser suturada
e a tensão entre as bordas da ferida. A escolha do tipo de fio, se absorvível ou inabsorvivel, depende
da resistência e do tempo da manutenção da sutura até a sua total cicatrização. Deve-se escolher
um fio inabsorvível, quando houver a necessidade da manutenção de sua resistência por um período
maior do que 2 a 3 semanas ou quando a reação inflamatória deve ser a menor possível.

5.3 Recuperação Pós-Anestésica (RPA)

A sala de recuperação pós-anestésica ou RPA é a área que se destina a permanência do paciente


logo após o término do ato anestésico. Neste local o paciente fica sob os cuidados das equipes de
enfermagem e médica, especialmente, o anestesista. Segundo alguns autores é definido como um
setor do Centro Cirúrgico onde são dispensados cuidados intensivos após anestesia e cirurgia. Nesta
sala, onde o tempo de permanência do paciente varia, em média, de 1 a 6 horas, a assistência
prestada pela equipe de saúde tem como finalidade:

• Oferecer suporte ao paciente de recuperação da anestesia, até que os reflexos protetores


estejam presentes, os sinais vitais voltem á normalidade e seja recuperada a consciência;
• Prevenir ou tratar possíveis complicações resultantes do ato anestésico ou cirúrgico;
• Estabelecer medidas para aliviar a dor pós-operatória;
• Proporcionar ao paciente atendimento seguro, em se tratando de um local provido de
recursos materiais específicos e humanos, preparados para a prestação da assistência neste
período, considerado crítico.

Pela importância do tema, a Portaria nº 400 do Ministério da Saúde, datada de 06 de


dezembro de 1977, já previa a criação da sala de recuperação pós-anestésica para toda unidade de
centro cirúrgico no Brasil.

Localização

A sala de RPA deve estar instalada dentro da Unidade de Centro Cirúrgico ou nas suas
proximidades, de modo a favorecer o transporte fácil do paciente anestesiado para este local, assim
como o seu rápido retorno a sala de operação, na vigência de uma reintervenção cirúrgica. Esta
localização possibilita também, o livre acesso dos componentes da equipe cirúrgica.

Estrutura física

O planejamento da planta física do RPA deve ser feito de modo a permitir a visão e a
observação constante e todos os pacientes pelas equipes médica e de enfermagem, sendo o estilo
“aberto” o que melhor atende a esses quesitos. O ministério da saúde preconiza a existência de uma
sala de RPA, cujo número de leitos deve estar relacionado com os tipos de cirurgias realizadas. De
modo geral, são estimados dois leitos por sala cirúrgica.

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Equipamentos

A Sala de Recuperação Pós-Anestésica (RPA) deve ser provida de equipamentos básicos,


em perfeitas condições de uso para atender a qualquer situação de emergência. Didaticamente, tais
equipamentos e materiais de uma Recuperação Pós-Anestésica podem ser divididos em:

Equipamentos básicos, geralmente, fixos a parede, acima da cabeceira de cada leito:

• Duas saídas de oxigênio com fluxômetros;


• Uma saída de ar comprimido;
• Uma fonte de aspiração a vácuo; .
• Um foco de luz;
• Tomadas elétricas de 110 e 220 watts;
• Monitor cardíaco;
• Oxímetro de pulso;
• Esfigmomanômetro.

Equipamentos e materiais de suporte respiratório:

• Ventiladores mecânicos;
• Máscaras e cateteres para oxigênio (O2);
• Sondas para aspiração;
• Carrinho de emergência, com material completo para intubação orotraqueal e ventilação
manual.

Equipamentos e materiais de suporte cardiovascular:

• Equipos de soro e transfusão, cateteres, seringas e agulhas;


• Equipos para medida de pressão venosa central (PVC).

Recursos humanos

A assistência ao paciente na RPA está sob a responsabilidade das equipes de enfermagem


e médica. A equipe de enfermagem compõe-se de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem,
e a médica, de médicos anestesiologistas. O enfermeiro, como líder da equipe de enfermagem, deve
possuir conhecimentos e habilidades para prestar assistência pós-anestésica e operatória a
pacientes submetidos a diferentes tipos de cirurgia e em uso de aparelhos de ventilação mecânica
e, ainda, atuar com presteza nas situações emergenciais. Para cálculo do pessoal necessário a
prestação de assistência neste setor, estimam dois enfermeiros para cinco leitos.

Na realidade brasileira, relação enfermeiro-paciente não corresponde às estimativas


destacadas anteriormente, na maioria das instituições. Porem observa-se que geralmente, há um
enfermeiro responsável pela sala de RPA, que supervisiona a assistência prestada pelos demais
componentes a equipe de enfermagem e atua, em conjunto com a equipe médica, naquelas
situações que se fizerem necessárias.

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Recepção do paciente

A recepção do paciente na RPA é feita pelo enfermeiro e anestesista responsáveis por este
setor. Estes recebem o paciente do anestesista e circulante de sala de operação encarregados de
transportá-lo até a RPA, e que lhes passam as informações básicas sobre o paciente e o tratamento
cirúrgico a que foi submetido. Estas informações nortearão a assistência a ser prestada, e devem
incluir:

• Dados de identificação;
• Diagnóstico médico;
• Intervenção cirúrgica executada, duração do procedimento;
• Técnica anestésica, drogas utilizadas na pré-anestesia e na anestesia;
• Posição cirúrgica;
• Uso do bisturi elétrico e local da placa dispersiva;
• Perdas sangüíneas e reposição
• De líquidos no intra-operatório;
• Intercorrências no período intra-operatório;
• Antecedentes patológicos;
• Alergia a drogas;
• Estado geral do paciente ao deixar a sala de operações;
• Presença de drenos, sondas, cateteres e outros métodos terapêuticos;
• Recomendações especiais sobre o pós-operatório.

A equipe de enfermagem deve instalar a oxigenoterapia, se indicada, oximetro de pulso,


monitorização cardíaca, quando necessária, e proceder a avaliação preliminar do paciente que,
necessariamente, inclui: função respiratória e permeabilidade das vias aéreas; sinais vitais; nível de
consciência; circulação periférica; coloração da pele; infusões venosas; condições do curativo
cirúrgico; posicionamento de sondas, drenos e cateteres; função motora e sensitiva.

O decúbito lateral é a posição ideal em que o paciente deve ser colocado no pós-operatório
imediato, por facilitar a eliminação de secreções acumuladas na orofaringe. Caso esta não seja
possível, colocá-lo na posição indicada, tomando-a funcional e confortável.

Permanência

O período de permanência no RPA inclui a monitorização e controles constantes do paciente


e o estabelecimento de intervenções de enfermagem, com base nos dados levantados na avaliação
inicial, nas alterações resultantes da regressão dos efeitos da anestesia e das consequências do
trauma cirúrgico. As drogas anestésicas, ao produzirem os esperados efeitos de hipnose, analgesia
e relaxamento muscular, produzem também uma importante depressão cardiorrespiratória, que deve
ser controlado durante todo o período anestésico e, ainda, na reversão da anestesia, tendo em vista
esses efeitos residuais desses agentes.

Alta da RPA para unidade de internação

O paciente geralmente recebe alta da SRPA que é dada pelo anestesista, o qual pode estar
presente e na oportunidade escrever a ordem de alta. Alternativamente, um sistema de escore

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numérico aprovado pelo Serviço de Anestesia pode ser usado para determinar se o paciente está
pronto para a alta. O sistema de escore mais comum em uso é o escore de Aldrete. Para atividade,
respiração, circulação, consciência, coloração são atribuídos escores de 0 a 2. O escore total de 9 a
10 é aceitável geralmente para a alta da SRPA, desde que não haja contra-indicação médica.

Um relato das condições do paciente é feito para a enfermeira que assumirá os cuidados do
paciente na enfermaria de cirurgia. Este relato pode ser feito pelo telefone antes que o paciente deixe
a URPA ou pessoa a pessoa, depois que o paciente chega a enfermaria. O relato deve incluir a
história pré-operatória, informações pertinentes sobre a cirurgia e a recuperação do paciente,
medicações que foram administradas, ordens médicas e qualquer outra informação importante. Uma
vez confirmada a alta, o enfermeiro da RPA deve comunicá-la ao enfermeiro da Unidade de origem
do paciente, informando-lhe as condições em que este se encontra. Em seguida, transportá-lo, de
forma segura, até o seu leito, onde continuará a receber os cuidados de pós-operatório.

Durante o período de permanência do paciente nas RPA, as intervenções de enfermagem


são estabelecidas a partir do conjunto de dados levantados, e não da interpretação de dados
isolados, tendo em vista a recuperação do paciente e consequente alta do setor. As intervenções
implementadas e as respostas do paciente a estas devem ser registradas pelo enfermeiro, permitindo
a avaliação da assistência de enfermagem prestada.

Brunner & Suddarth; Smeltzer SC, Bare BG: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 12 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. vol. I e II.

POSSARI, João Francisco. Centro Cirúrgico: planejamento, organização e gestão. 1ª ed. São Paulo: Iátria,
2004.

Moriya T, Vicente YAMVA, Tazima MFGS. Instrumental Cirúrgico. Medicina (Ribeirão Preto). 2011;44(1):18-
32.

Magalhães , HP. Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental. Sarvier, 1993.

Moriya T, Módena JLP. Assepsia e antissepsia: técnicas de esterilização. Medicina (Ribeirão Preto). 2008;
41 (3): 265-73.

Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização.
Centro Universitário de Lavras. 2007

Moriya T, Vicente YAMVA, Tazima MFGS. Instrumental Cirúrgico. Medicina (Ribeirão Preto). 2011;44(1):18-
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Cirino LMI. Instrumental cirúrgico e operações fundamentais. In: Cirino LMI: Manual de técnica cirúrgica
para a graduação. São Paulo: Sarvier; 2006. p.13.

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UNIDADE III
CAPÍTULO 6 - APRESENTAÇÃO DA CENTRAL DE MATERIAL
ESTERILIZADO (CME)
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Apresentação da central de material esterilizado (CME);


✓ Preparo de Materiais na Central de Material Esterilizado (CME);
✓ Sistematização da assistência de enfermagem no centro cirúrgico;

6.1 Apresentação da central de material esterilizado (CME)

A Central de Material Esterilizado (CME) tem como elementos básicos:

• Oferecer equipe de saúde uma infra-estrutura e material indispensável ao seu desempenho


técnico-científico;
• Ao paciente proporcionar segurança e eficácia no atendimento;
• A instituição contribuir para a qualidade da assistência prestada.

Finalidade

Resolução RDC nº 307, de 14.11.2002, considera a área como uma Unidade de Apoio
Técnico, que tem como finalidade o fornecimento de artigos adequadamente processados,
proporcionando assim, condições para o atendimento direto e a garantia da segurança na
assistência.

Desta forma o planejamento desta Unidade é de suma importância, considerando-se as


diferentes etapas do processamento dos materiais, até a sua distribuição às Unidades do hospital.
Por isso, tal planejamento deve ser executado por uma equipe multiprofissional, cuja atenção deve
estar voltada para a dinâmica de funcionamento do setor. Quanto a esta dinâmica classifica-se três
tipos de Central de Material, sendo elas:

• Descentralizada - Cada Unidade ou conjunto de unidades do hospital é responsável por


preparar e esterilizar os materiais que utiliza;
• Semi-centralizada - Cada Unidade prepara os seus materiais, mas os encaminha a Central
de Material para serem esterilizados;
• Centralizada - Os materiais de uso em todas as Unidades do hospital são totalmente
processados na Central de Material.

Estrutura física

São elementos essenciais à dinâmica de funcionamento da Unidade:

• Área para recepção, desinfecção e separação de materiais


É o local destinado a receber, desinfetar e separar os materiais provenientes dos diferentes
setores do hospital.

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• Área para lavagem de materiais
É a área onde são lavados os materiais manualmente ou por meio de máquinas lavadoras
especiais.

• Sala para lavagem e preparo de luvas (entalcamento)


É a sala destinada a lavagem, secagem, teste, entalcamento, preparo e empacotamento das
luvas cirúrgicas. Esta área deve ser constituída num ambiente separado dos demais e provido
de máquinas próprias para o reprocessamento das luvas.

• Área para recepção de roupas limpas


É o local destinado a receber as roupas limpas provenientes da lavanderia, para posterior
empacotamento e esterilização.

• Área de preparo de materiais e roupas


Esta área se destina a preparar e empacotar ou acondicionar os diferentes tipos de materiais
e roupas para serem esterilizados.

• Área para esterilização


É a área destinada a esterilização dos materiais e roupas, por meio de diferentes técnicas.

• Sala para armazenagem e distribuição de materiais e roupas esterilizadas


É a área que se destina a armazenar os materiais e roupas esterilizadas para distribuí-los às
Unidades do hospital. Para isso, podem ser usados armários, prateleiras e, mais
modernamente, cestos de aço inoxidável, do tipo "gaiola".

• Área para armazenagem e distribuição de materiais descartáveis


Esta área destina-se a armazenar e distribuir os materiais descartáveis.

Destaca-se que as atividades de recepção, desinfecção e separação de materiais são


consideradas "sujas", devendo, portanto, ser realizadas em local exclusivo, apropriado e exigindo
que o funcionário utilize paramentação adequada.

Tamanho ou dimensão

A determinação do tamanho ou da área mínima, em m² da Central de Material Esterilizado é


calculada com base no número de leitos do hospital. Recomenda-se que a área total construída para
a Central de Material Esterilizado em hospital de até 99 leitos deve ser de 1,00 m² por leito; até 149
leitos de 0,90 m²/leito, até 199 leitos de 0,85 m²/leito; até 249 leitos de 0,80 m²/leito; até 299 leitos,
de 0,75 m²/leito; e acima de 300 leitos, de 0,70 m²/leito. Da área total, 7,0% destinam-se ao preparo
de luvas; 15,0%, à área de esterilização; 10,0%, à de armazenamento de material estéril; 15,0%, ao
arsenal e os 53,0% restantes, às áreas de preparo de materiais, chefia de enfermagem, recepção e
distribuição de materiais, e circulação de pessoal.

A Central de Material Esterilizado deve possuir, em cada área, os equipamentos necessários


à dinâmica de funcionamento. São estes: máquina lavadora e esterilizadora de instrumental;
máquina reprocessadora de luvas; máquina seladora de embalagens; autoclaves; estufa elétrica
(Forno de Pasteur); destilador de água; carros para carregamento de autoclave; carros para
transportar materiais; suporte e cestos para a guarda de materiais; mesas e balcões de trabalho;

58
cadeiras anatômicas; baldes; bacias e respectivos suportes; recipientes para lixo e/ou suportes para
sacos de lixo.

Do ponto de vista da organização, a equipe de enfermagem desta Unidade deve ser composta
por enfermeiro, técnico e auxiliares de enfermagem. É da competência do enfermeiro a
responsabilidade pela chefia. Além disso, o fluxo de materiais na CME deve ser unidirecional para
evitar possíveis contaminações.

Competência do enfermeiro da CME

Supervisionar e controlar as atividades desenvolvidas em cada uma das áreas da Central de


Material Esterilizado, para assegurar o bom funcionamento da Unidade, o que reverterá em
segurança na assistência ao paciente; prover a Unidade de recursos humanos e materiais, levando
em conta a quantidade e a qualidade, de modo a atender à demanda de atividades realizadas;
planejar e executar programas de treinamento e educação continuada; realizar reuniões periódicas
com a equipe de enfermagem para passar informes gerais e específicos da Unidade, estimulando
maior interação entre os seus componentes; emitir parecer técnico na compra de equipamentos e
outros materiais; estabelecer um sistema de controle dos equipamentos e materiais de que dispõe a
Unidade; fazer levantamento mensal dos materiais solicitados pelos diferentes setores do hospital, a
fim de planejar o suprimento da Unidade para atendê-los; manter-se atualizado em relação aos novos
tipos de materiais e equipamentos disponíveis no mercado; manter relacionamento efetivo com a
Diretoria de Enfermagem e outros serviços, como: lavanderia, almoxarifado, setor de compras,
engenharia e demais Unidades da Instituição; elaborar o regimento interno e o manual operacional
da Unidade, mantendo-os sempre atualizados; fazer parte da Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar (CClH), Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e outras afins ao
funcionamento da Unidade; efetuar regularmente testes bacteriológicos nos aparelhos de
esterilização, avaliar e divulgar os resultados obtidos; prevenir a incidência de riscos ocupacionais,
notificar à CIPA a ocorrência de acidentes (se houver) e avaliar a dinâmica de funcionamento da
Unidade para intensificar as medidas de prevenção; fazer a estatística mensal da produção e o
relatório anual das atividades desenvolvidas na Unidade, encaminhando-os a Diretoria de
Enfermagem.

Previsão de materiais

Compete ao enfermeiro da Central de Material Esterilizado, juntamente com o supervisor,


prever a quantidade de materiais em movimento no período de 24 horas, a partir de dados
estatísticos encaminhados pelos enfermeiros responsáveis das Unidades do hospital. Esta previsão
e imprescindível, considerando que a sua não realização pode ser responsável pela falta de materiais
disponíveis para uso imediato, ocasionando prejuízos na assistência prestada ao paciente.

O método para calcular a quantidade de material em movimento na Central de Material


Esterilizado baseia-se na quantidade máxima de material, que é consumido em 24 horas, em
determinada Unidade do hospital, e multiplicando-a por quatro.

Validação dos processos de esterilização

Está é uma parte importante, pois indica que o material foi submetido ao processo de
esterilização do material e pode ser feita por meio de:

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Testes biológicos - Estes testes devem ser realizados, no mínimo, uma vez por semana, de
preferência na primeira carga do dia e após as manutenções preventivas e corretivas. A validação
do processo é feita com o usa de "Bacillus Stearothermophylus", para a autoclave a vapor, e com
"Bacillus Subtillis", para a estufa ou Forno de Pasteur e autoclave a óxido de etileno. Os indicadores
biológicos são colocados em pacotes, em diferentes locais da câmara interna dos aparelhos; a fim
de que se possa checar estes pontos após a leitura dos resultados;

Reagentes químicos – São substâncias que sofrem alteração na cor, quando submetidas
ao processo de esterilização. A fita adesiva termosensível, utilizada para identificação visual do
pacote, comprova que o pacote passou pelo calor; por isso, deve ser colocada em todos os tipos de
pacote (Figura 01). Este indicador não comprova a eficiência do processo de esterilização.

Figura 01 - Exemplo de fita termosensível de autoclave antes e depois do processo.

Quanto ao tempo de validade de esterilização dos pacotes, existem controvérsias, mas o tipo
de invólucro utilizado, o local de guarda do material e as condições ambientais da sala de
armazenagem são fatores a serem considerados. No entanto de forma geral, os materiais embalados
em papel grau cirúrgico e selados mecanicamente mantêm validade de esterilização por duas ou três
semanas, se os invólucros permanecerem íntegros, o mesmo sendo válido para aqueles embalados
em campos de algodão.

6.2 Preparo de Materiais na Central de Material Esterilizado (CME)

Os procedimentos de preparo dos materiais são realizados em setores determinados, segundo


técnicas de acondicionamento ou empacotamento padronizadas, utilizando envoltórios adequados
ao tipo de material e ao método de esterilização. Desta forma nesta aula vamos descrever alguns
procedimentos de forma individual:

a) Preparo do material de borracha

Os materiais de borracha, como sondas, cânulas e extensões de borracha, estragam-se


facilmente quando submetidos a ação do calor. Para prevenir danos, alguns cuidados devem ser
observados no preparo destes materiais:

• Selecioná-los, por espécie, após verificação rigorosa da limpeza e integridade de cada um;

60
• Nas cânulas endotraqueais, deve-se testar o “cuff”, acondicioná-las uma a uma em envelope
de papel grau cirúrgico e poliamida, e encaminhá-las à esterilização na autoclave de oxido
de etileno;
• A extensão da borracha, algumas vezes é acondicionado junto com outro material, como, por
exemplo, o cabo do aspirador ou o irrigador, deve-se encaminhar à esterilização em autoclave
a vapor saturado.

b) Preparo das luvas

O preparo e o acondicionamento das luvas deve ser feito em ambiente separado, requerendo
um sistema de exaustão de ar próprio, por causa da utilização do talco.

O preparo das luvas consiste em:

• Secá-las, de ambos os lados, pelo processo mecânico ou manual;


• Testá-las, uma a uma, e passá-las para a máquina de entalcar;
• A seguir, dobrar os punhos para fora, de cada uma das luvas, e introduzir uma gaze dobrada,
no sentido longitudinal, da prega da dobra ao interior da luva, a fim de possibilitar a circulação
do vapor;
• Selecioná-las aos pares, pelo número, preparando-as, de modo que a palma da mão fique
voltado para cima e os polegares para as laterais;
• Colocá-las, uma de cada lado, em envelopes especiais de tecido de algodão ou em campos
próprios, dando-lhes o formato de envelopes. A seguir, colocar a gaze contendo
aproximadamente 3 gramas de talco, o equivalente a uma colher rasa de café entre as partes
do envelope, que devem estar sobrepostas;
• Acondicionar o envelope em campo de algodão e especificar o número das luvas na
identificação do pacote; encaminhá-las à área de esterilização em autoclave a vapor
saturada.

c) Pacotes

Os envoltórios são os recursos utilizados para embalar ou acondicionar os materiais a serem


esterilizados a protegê-los até o momento do uso. Os mais utilizados são: o campo de algodão, o
papel grau cirúrgico, o filme poliamida, as caixas de aço inoxidável ou alumínio e os tubos de vidro.
Cada tipo de envoltório é provido de características próprias que devem ser analisadas frente ao
material a ser empacotado e o método de esterilização a ser utilizado.

Características dos Pacotes:

• O pacote deve ser feito de tal forma que os materiais contidos no seu interior não sejam
apertados nem frouxos demais;
• O tamanho do pacote não deve ultrapassar os diâmetros de 50x30x30 cm e o peso de 5
quilos;
• O fechamento deve ser feito com o uso de fita adesiva, identificando o tipo e a quantidade de
materiais que o pacote contém e a assinatura do responsável pelo seu fechamento. De
preferência, deve ser utilizada a fita adesiva termosensível. O material deve ser carimbado
com a data da esterilização. Considera-se contaminado o pacote mal confeccionado, ou seja,

61
que não atenda as características acima, e aquele cujo período de validade de esterilização
esteja vencido.

Segue abaixo um esquema ilustrando a sequência da técnica de empacotamento:

Fonte: Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização. Centro Universitário de
Lavras. 2007

d) Preparo do material de vidro

O preparo de seringas de vidro exige alguns cuidados especiais:

• Verificar cuidadosamente o bico das seringas e o encaixe perfeito entre o êmbolo e o corpo;
• Colocar o êmbolo na parte central do campo de algodão ou papel grau cirúrgico, dobrar sobre
este a ponte inferior do envoltório e depositar sobre esta dobra o corpo da seringa, dobrando
o envoltório mais uma vez e completando o pacote; encaminhá-las à área de esterilização.

e) Preparo de agulhas metálicas

• Inspecionar o bisel de cada uma das agulhas e selecioná-las por número;


• Acondicioná-las em tubos de vidro, tampando-os com uma “bola” de algodão, e encaminhá-
las à área de esterilização. Deve-se introduzir uma “bola” de algodão no fundo do tubo de
ensaio para proteger a ponta da agulha, ao preparar agulhas de punção raquiana.

f) Preparo do material inoxidável

Deste tipo de material, as bacias, bandejas, cúpulas e cubas rins podem ser acondicionadas
em unidades ou utilizadas para acondicionar outros materiais. Exemplo: as bandejas acondicionam
instrumentos complementares para cirurgias, material para intubação e outros; a cuba-rim, material
para cateterismo vesical. Após o acondicionamento, estes materiais são encaminhados à área de
esterilização por vapor saturado.

62
g) Preparo de roupas

Os aventais, campos e compressas cirúrgicas são recebidos da lavanderia e encaminhados


diretamente ao setor de preparo. As roupas devem ser acondicionadas em campos de algodão e os
pacotes, encaminhados à esterilização na autoclave a vapor saturado. A dobradura doa aventais,
campos e compressas cirúrgicas segue uma técnica padronizada que objetiva facilitar o manuseio
no momento de uso.

Avental cirúrgico

1. Abrir o avental, segurando-o pelas pontas superiores, tendo o lado direito para fora;
2. Dobrá-lo ao meio, no sentido longitudinal, de modo que a abertura fique voltada para o lado
esquerdo;
3. Introduzir a mão esquerda na cava, fazendo a superposição dos ombros, e dobrar, pela
segunda vez, em sentido longitudinal; A seguir, fazer correr a mão direita pelo avental e
segurá-lo pelas duas extremidades;
4. Estendê-lo sobre a mesa, tendo o decote voltado para o lado esquerdo e a abertura para o
operador; dobrar mais uma vez em sentido longitudinal;
5. Colocar a manga e os amarrilhos ao longo do avental;
6. Dobrá-lo na metade, da direita para a esquerda e, a seguir, fazer uma segunda dobra da
esquerda para a direita, mantendo as aberturas sempre para o lado do executante;
7. Fazer girar o avental de modo que as aberturas fiquem para o lado direito e dobrar, em
diagonal, as extremidades superiores, cuidando para que o amarrilho do decote fique sob a
dobra;
8. Colocar uma compressa dobrada em quatro, com a abertura para a direita, sobre o avental.

Segue abaixo um esquema ilustrando a sequência da técnica de dobradura do avental:

Fonte:Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização. Centro Universitário de
Lavras. 2007

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Campo cirúrgico simples

1. Abrir o campo, segurando-o pelas extremidades; com o direito voltado para o executante,
dobrar ao meio pela aproximação das mãos, segurando as duas pontas com a mão esquerda;
2. Repetir a dobradura, por mais duas vezes, e colocá-lo sobre a mesa com as aberturas
voltadas para o executante;
3. Dobrá-lo, ao meio, da direita para a esquerda;
4. Girá-lo de modo que as aberturas fiquem voltadas para a direta;
5. Dobrar, em sentido diagonal, a primeira ponta e redobrar o campo da direita para a esquerda,
e dobrar, no mesmo sentido, a outra ponta.

Segue abaixo um esquema ilustrando a sequência da técnica de dobradura do campo


cirúrgico simples:

Fonte: Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização. Centro Universitário de
Lavras. 2007

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Temos outros materiais usados no centro cirúrgico e cada material apresenta um
procedimento próprio, desta forma cada unidade hospitalar tem seu próprio protocolo. Além disso,
atualmente a maioria dos materiais e roupas cirúrgicas, tais como máscaras, gorros, toucas, aventais,
propés ou sapatilhas, campos e outras, estão sendo substituídos pelos materiais descartáveis. O seu
uso contribui na limpeza, higiene e prevenção de infecção hospitalar.

6.3 Sistematização da assistência de enfermagem no centro cirúrgico

Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é a organização do processo de enfermagem


de maneira coerente e eficaz. É uma atividade privativa do enfermeiro que facilita seu trabalho
através de um método técnico-científico que possa realizar a identificação das situações de saúde,
e compreende a prescrição e implantação das ações de assistência de enfermagem, com o objetivo
de contribuir para promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do paciente.

Na visão da ciência, a sistematização tem um objetivo claro de descrever, explicar e prever


situações no atendimento ao paciente. A enfermagem enquanto ciência revela o homem como um
ser humano composto e que compõe o indivíduo, a família, a comunidade e todas as influências que
exerce ou sofre em termos sociais, profissionais e pessoais, atendendo ao indivíduo em suas
necessidades afetadas, que caracterizam os entes da enfermagem.

Tendo como base esse processo de sistematização, o centro cirúrgico (CC) se torna um local
adequado para sua aplicação, visto que neste ambiente o paciente está submetido a cuidados
específicos individualizados de acordo com a necessidade de cada um.

Com isso torna-se importante prestar uma assistência de enfermagem individualizada,


holística e de qualidade aos pacientes os quais passam por procedimentos cirúrgicos em todas as
fases do procedimento cirúrgico, desde a tomada de decisão da cirurgia, até o momento em que o
paciente estiver na sala de recuperação pós-anestésica. Portanto, diante das características
específicas do paciente cirúrgico, entende-se que a implantação da SAE melhora a qualidade da
assistência, pois torna- se um processo individualizado, planejado, avaliado e contínuo, ou seja,
abrange os períodos pré, trans e pós-operatório da experiência cirúrgica do paciente.

Processo de Enfermagem

A preocupação em sistematizar a assistência tem sido percebida pela Enfermagem há


décadas. Uma das ferramentas utilizadas para o planejamento destas atividades é o Processo de
Enfermagem, descrito como um método de trabalho, no qual ações são sistematizadas e inter-
relacionadas, e visam à assistência ao ser humano em outras palavras é um método utilizado para
se implantar, na prática profissional, o método de solução dos problemas do paciente.

Atenção: A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) corresponde a todo o Universo de recursos


materiais e humanos e também a ideologia da instituição onde ocorre a assistência de Enfermagem. O
Processo de Enfermagem (PE) faz parte deste universo como sendo a execução da SAE na prática. Ou seja,

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SAE e PE não são sinônimos. A SAE é o conjunto de recursos materiais e humanos de extrema importância
para que o PE ocorra. Além disso, o técnico de enfermagem atua nas fases de execução da prescrição de
enfermagem. Sendo assim, o PE não é privativo do Enfermeiro em todas as fases.

A Resolução COFEN nº 358/2009 Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de


Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados,
em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem.

Art. 2º O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas interrelacionadas,


interdependentes e recorrentes:

I. Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem) – processo deliberado,


sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que tem por
finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou coletividade humana e sobre
suas respostas em um dado momento do processo saúde e doença.
II. Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e agrupamento dos dados
coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos
diagnósticos de enfermagem que representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa,
família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença; e que
constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva
alcançar os resultados esperados.
III. Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se espera alcançar; e
das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às respostas da
pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença,
identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem.
IV. Implementação– realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de
Planejamento de Enfermagem.
V. Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo de verificação de
mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento
do processo saúde doença, para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem
alcançaram o resultado esperado; e de verificação da necessidade de mudanças ou
adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem.

Embora a implantação da SAE constitua uma exigência para as instituições de saúde públicas
e privadas de todo o Brasil, sabe-se que estas encontram dificuldades que impedem a execução
dessa ação, porém, sua implantação é necessária para a organização da assistência de enfermagem
nas instituições. No centro cirúrgico, com a assistência de enfermagem sistematizada, o
planejamento da assistência pode ser realizado com melhor qualidade, permitindo um menor
despendimento de tempo na execução das atividades e reconhecimento aos profissionais ao
realizarem suas atividades. Desse modo, a implantação da SAE nesse setor é relevante, pois
poderão ocorrer mudanças nas ações e comportamentos dos profissionais, causando benefício na
assistência, frente às reais necessidades do paciente do centro cirúrgico.

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Souza, R.; et al. Manual de Normas e Rotinas Centro Cirúrgico e Central de Material de Esterilização.
Centro Universitário de Lavras. 2007

Moriya T, Vicente YAMVA, Tazima MFGS. Instrumental Cirúrgico. Medicina (Ribeirão Preto). 2011;44(1):18-
32.

Magalhães , HP. Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental. Sarvier, 1993.

Cirino LMI. Instrumental cirúrgico e operações fundamentais. In: Cirino LMI: Manual de técnica cirúrgica
para a graduação. São Paulo: Sarvier; 2006. p.13.

Melo, D. F. F; Nunes, T. A. S; Viana, M. R. P. Percepção do enfermeiro sobre a implantação da


sistematização da assistência de enfermagem no centro cirúrgico. R. Interd. v. 7, n. 2, p. 36-44, abr. mai.
jun. 2014

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