O diagnóstico de afogamento é normalmente um de exclusão, requerendo
informações do local do crime, ou conta de uma testemunha confiável. Marés, correntes, pessoas ou outros animais podem mover o corpo do local original e haver mudanças postmortem devido a submersão ou lesões podendo induzir factos artificiais e encobrir lesões (McEwen, Gerdin 2016) Um corpo afogado mostra sinais complexos, como pulmões inchados, fluidos espumosos nas vias respiratórias, edemas, e derrame pleural na base da macropatologia. Distinguir entre uma vítima de um afogamento verdadeiro e um corpo depositado em água seguindo de morte remete um problema na Medicina Forense (Lee et all. 2017) Num exame postmortem detalhado, com fortes evidencias em histologia e diferentes testes de laboratório é essencial. Para além das reações intra-vitais, a ocorrência de hemorragia intramuscular na cervical, peitoral e respiratória, assim como os músculos respiratórios auxiliares foram descritos previamente no início da literatura forense como sequelas indiretas de afogamento (Puschel et all 1998) A evidencia macroscópica mais comum é a espuma nas vias aéreas, pulmões inundados e sobre-estendidos, coletânea de fluidos no estomago, hemorragia dentro das orelhas medias. As evidencias microscópicas mais notáveis eram a presença de diatomáceas em órgãos como os pulmões, o baço o rim e a medula óssea (Kawasumi, 2013) Estas evidencias estão ausentes em alguns casos de afogamento porque o intervalo Postmortem é longo ou o corpo foi deteriorado marcadamente. Para além do mais, estas evidencias não são especificas para afogamento e podem ser causadas por outros mecanismos. No entanto, o diagnóstico de afogamento algumas vezes depende de evidencias circunstanciais e de um diagnóstico por exclusão. (Kawasumi, 2013) Uma das evidencias mais comuns numa autópsia em casos de afogamento são pesados pulmões edematosos em que as superfícies contadas exalam uma larga quantidade de fluido. Isto assume-se ocorrer primeiramente no resultado da agua em que é aspirada para os pulmões antes da morte. Ao mesmo tempo, alguns estudos mostraram um peso maior dos pulmões em afogamento alem disso devido à asfixia. Surpreendentemente, uma comparação da razão do peso do corpo/tamanho do pulmão através dos grupos de afogamento ou asfixia não mostraram grandes diferenças estatísticas. Esse resultado sugere que as evidencias na autópsia num pulmão edematosos não é só por si especifico de afogamento mas é causado por mecanismos associados com a asfixação (ou outros efeitos secundários) nos pulmões, fígado, cérebro, coração, rins baço e glândulas drenais, apenas o baço no estudo de (Y et al., 1989) mostraram o efeito do afogamento no peso do órgão (para além da asfixia). Neste caso a rasão do peso/Tamanho/ corpo do baço é na verdade menor em afogamentos que em asfixia, um achado que é replicado por Haffner et al. e discutido com como consistente com evidencias na autópsia de um pequeno anémico baço, algumas vezes observado em vitimas afogadas. (Hadley and Fowler, 2003) Afogamento é diagnosticado por observar as evidencias de uma autópsia baseado na aspiração de água como uma reação vital. No exterior, a presença de espuma na boca ou narinas, ou ambos é importante. Esta espuma apresenta-se como um balão pequeno ou um cogumelo com uma cor branca ou rosada. Internamente também é observada espuma nas vias aéreas Hemorragias pleurais bastante grandes, produzidas por rasgar as partições intralveolares, originalmente vistas por Paltauf são algumas vezes vistas muitas vezes imediatamente abaixo da pleura. Os pulmões são volumosos ou abalonados frequentemente até a um ponto o que causa uma sobreposição no pericárdio. O peso dos pulmões é por vezes aumentado (edema aquoso pulmonar) e efusão pleural é importante num intervalo post mortem mais longo. Um peso menor no baço com evidencias pulmonares também é importante para o diagnóstico de afogamento. Em adição, a demonstração de plankton, e mais especificamente diátomos no fluido submergido no corpo da vítima, é particularmente de valor. (Sugimura et al., 2010) O Diagnóstico postmortem de afogamento, atributos do ambiente de afogamento, determinação do tempo de morte e determinação do intervalo postmortem, continua a ser tópicos de interesse com o intuito de melhorar a investigação medico- legal e a resolução de mortes relacionadas à agua. Relatos de séries de casos de evidencias incomuns e tendências continuam a popularizar a literatura e, importante, serve para confirmar e/ou expandir o nosso conhecimento e afinar a especialidade. A analise em andamento e a disseminação de dados gerados a partir da investigação de mortes relacionadas à água ajuda a saber o impacto na saúde publica e a segurança, o que em termos, orienta a alocação de recursos e financiamento num esforço de prevenir mortes e incapacidade. (Armstrong and Erskine, 2018) Dr. Modell teve a oportunidade de rever mais de 500 casos de morte por afogamento que resultou em litigação. Muitas dessas mortes resultaram da omissão de precauções de segurança básicas como a ausência ou inadequadas vedações da piscina, crianças pequenas junto a locais com agua sem supervisão, falha no projecto da piscina resultando em vitimas apanhadas em armadinhas abaixo da superfície da agua, manutenção fraca da piscina resultando em agua turva ou nublada que obscura sinais de corpos submersos. Nadadores-Salvadores distraídos por socializar com outros e fazer outras tarefas como administrando cabines de admissão e fazendo tarefas domésticas enquanto está com o dever de nadador-salvador, e treinamento fraco de nadadores salvadores que não reconhecem uma pessoa em problemas na agua ou não foi propriamente treinado em resgate e técnicas de ressuscitação. Claramente, estes são todas questões corrigidas que podem prevenir mortes por afogamento evitáveis, com um pequeno esforço adicional. Nós antecipamos que se os parâmetros de salvamento de uma piscina ou da água fossem mais estritamente forçados, e os nadadores salvadores continuassem a ser melhor treinados e adicionar princípios básicos de vigilância, resgate e ressuscitação, a taxa de morte continuaria a cair. ( PREVENÇÃO) (Modell, 2014)(Layon et al., 2009)
Fatores de risco
Uma análise aprofundada dos fatores de risco é a base para a criação de
estratégias direcionadas e eficazes para prevenir o afogamento. O gênero é um fator de risco. Globalmente, duas vezes mais homens se afogam do que mulheres. Em muitos países de alta renda (HICs), dez vezes mais homens se afogam do que mulheres. A pesquisa também mostrou que os homens mais frequentemente superestimam sua capacidade e subestimam o risco (Moran et al., 2012). A idade é outro fator de risco importante. Globalmente, metade de todos os afogamentos ocorre entre menores de 25 anos. Aqui há variação regional e econômica. Em muitos HICs, o pico ocorre entre homens de meia-idade. Em muitos LICs, o pico é entre 1 e 14 anos de idade. Em Bangladesh, por exemplo quase metade de todos os afogamentos (43%) ocorre entre 1 e 4 anos de idade (“Drowning,” n.d.)(Garrido et al., 2016) Outros fatores de risco importantes incluem a falta de supervisão de crianças pequenas, falha em fornecer barreiras para água (especialmente perto de casa), abastecimento de água inseguro, travessias de água inseguras, barcos superlotados e mal conservados e muito mais. Esses fatores de risco são muitas vezes mal compreendidos pelo público em geral e a consciência da necessidade de segurança da água e práticas de segurança da água é, em geral, muitas vezes fraca.(Garrido et al., 2016)
Visto que o afogamento é um evento multifatorial e sujeito a múltiplos
elementos de confusão, é difícil estabelecer definitivamente as variáveis independentes que são fundamentais para o prognóstico. Conforme indicado anteriormente, diferentes estudos consideraram a temperatura da água(Tipton and Golden, 2011)(Abelairas- Gómez et al., 2019) e o tempo de submersão (Abelairas-Gómez et al., 2013) (Tipton and Golden, 2011) como fatores exógenos essenciais na sobrevivência e danos neurológicos. Porém, no caso da temperatura da água, estudo recente não encontrou associação entre essa variável e o prognóstico(Quan et al., 2016). Além da temperatura da água e do tempo de imersão, devem ser agregados outros aspectos que podem ter um papel determinante. Melhor prognóstico tem sido relatado em vítimas jovens do que em adultos(Tobin et al., 2017). Outro estudo realizado em 2013 obteve resultados semelhantes, mas os eventos em menores de 18 anos foram mais frequentemente presenciados e assistidos por testemunhas antes da chegada dos serviços de emergência do que no grupo de adultos. Além disso, o número de RCPs combinando compressões e ventilações também foi maior no caso dos menores(Nitta et al., 2013). Essas variações no manejo inicial podem ter acentuado as diferenças prognósticas atribuídas à idade(Nitta et al., 2013)(Topjian et al., 2012) (Abelairas-Gómez et al., 2019). Por outro lado, uma meta-análise recente não encontrou diferenças no prognóstico das vítimas de afogamento no que diz respeito à idade, temperatura da água e presença de afogamento por testemunhas, associando apenas o curto período de submersão, a curta duração de vida com um melhor prognóstico. Levou a atenção médica e afogamento em água salgada(Quan et al., 2016). O possível impacto na sobrevivência do ritmo cardíaco também foi estudado. Estudos realizados a esse respeito têm mostrado resultados contraditórios: a favor da associação entre sobrevida e ritmo inicial de choque em alguns(Nitta et al., 2013) (Abelairas-Gómez et al., 2019) e resultados neutros em outros (Tobin et al., 2017). Portanto, embora existam muitas variáveis que parecem influenciar no prognóstico da vítima de afogamento, o tempo de submersão é de maior consenso. (Abelairas-Gómez et al., 2019)
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