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GUIDELINES
PARA CUIDADOS
Paulo Palmela
Assistente Graduado de Estomatologia
do Serviço de Estomatologia do Hospital de Santa Maria
Francisco Salvado
Director do Serviço de Estomatologia
do Hospital de Santa Maria
GUIDELINES
PARA CUIDADOS
DE SAÚDE ORAL
EM DOENTES
ONCOLÓGICOS
Paulo Palmela
Assistente Graduado de Estomatologia
do Serviço de Estomatologia do Hospital de Santa Maria
Francisco Salvado
Director do Serviço de Estomatologia
do Hospital de Santa Maria
Prefácio
O tema desta publicação faz-me relembrar o tempo em que frequentei e concluí a minha Li-
cenciatura em Medicina e Cirurgia na Faculdade de Medicina de Lisboa, e como evoluiu o co-
nhecimento Médico ao longo destes anos.
Doentes que hoje passaram a ser seguidos pelos Estomatologistas, Médicos Dentistas e ou-
tros profissionais da área da saúde oral e maxilar, tinham naquela altura uma esperança de vida
diminuta sendo os cuidados orais e maxilares também limitados.
A evolução da terapêutica da patologia oncológica, a possibilidade de efectivação do trata-
mento em ambulatório e o consequente aumento da esperança de vida levou a uma maior pre-
sença destes doentes na nossa consulta quotidiana. Tornou-se, então, rotina “descobrirmos”
que uma percentagem crescente dos doentes que tratamos (nos hospitais, nas clínicas e nos
consultórios) têm alguns factores de risco associados a doença oncológica anterior. Outros,
referem mesmo a manutenção de terapêutica oncológica efectiva com alteração mínima da sua
aparente qualidade de vida.
Digamos que, de uma população de “pacientes” passámos a ter de lidar com uma de doentes.
Ora, este texto é uma contribuição importante para o tratamento oral e maxilar destes doen-
tes à luz dos conhecimentos actuais.
Os objectivos são o de aglutinarem num só volume, de um modo sucinto, algumas das regras
mais importantes para o tratamento dos doentes que tenham patologia oncológica de locali-
zação oral ou não, e que, por este condicionalismo necessitem de cuidados orais e maxilares
com características específicas.
Não é, portanto, este pequeno livro, dedicado apenas aos profissionais com prática hospita-
lar. Em cada momento cada um de nós pode ser confrontado com estas situações necessi-
tando de cumprir adequadamente os procedimentos mais correctos.
Esta publicação só foi possível pela colaboração graciosa da Atral Cipan e à sua disponibili-
dade para a divulgação de conhecimentos na área da Patologia Oral e Maxilar. Os nossos sin-
ceros agradecimentos.
3
Índice
Ficha Técnica PÁG. 03 Prefácio
Direcção de Arte
Rui Lis Romão PÁG. 07 A. Introdução
Círculo Médico - Comunicação e Design
5
A.
Índice Introdução
Degrau 3
Dor intensa NÍVEL 2: Dor leve e disfunção das funções orais
Lavagens orais, protectores da mucosa e anestésicos tópicos
Degrau 2
Dor moderada Opióide forte Analgésicos não opióides ou opióides moderados
Morfina Início do Alterações da dieta e controlo da dor não-farmacológica
Degrau 1 Buprenorfina desconforto
Dor leve Opióide fraco Drogas adjuvantes e avaliações frequentes
Fentanil, etc. oral/dor
Codeína
Não-opióides Tramadol NÍVEL 1: Cuidados básicos da saúde oral
± não-opióides
AAS Medidas preventivas
± não-opióides ± adjuvantes
Paracetamol Lavagens orais
AINEs ± adjuvantes Início Higiene oral
da terapia
oncológica Avaliações frequentes
± adjuvantes
[Figura 9] Escada da OMS [Figura 10] Abordagem por etapas para controlo da dor por mucosite
Bondronat® 2 ou 6 mg/mês e.v. Os doentes podem ser incluídos em 3 grupos: As recomendações para cada grupo são as
40%
Ibandronato Bondronat 50 mg/semana p.o. 10.000 seguintes:
0,6% GRUPO I - Pacientes que vão iniciar trata-
Bonviva 150 mg/mês p.o.
mento com BFF;
Fosamax® 5 ou 10 mg/dia p.o. GRUPO I
Alendronato 1.000 0,64% GRUPO II - Pacientes que já iniciaram BFF
Adronat® 70 mg/semana p.o. - Avaliação da saúde oral;
Actonel® mas que não apresentam osteonecrose;
5 mg/dia p.o. - Informação e educação do paciente. Este
Risédronato Risedronato 5.000 < 1% GRUPO III - Pacientes com osteonecrose.
35 mg/semana p.o. deve saber que a osteonecrose pode ocorrer
de sódio
ESTÁDIO 1
- Educação do paciente D.3.12 Doença do enxerto
Osso exposto/necrótico sem
- Contactar médico assistente para rever as indicações contra-hospedeiro
para a continuação da terapia com BFF orais ou, pelo
sintomas e sem sinais de
menos, avaliar uma suspensão temporária (Gvhd)
infecção [Figura 13]
- Nenhuma diferença foi encontrada entre Trata-se de uma reacção do novo sistema
os pacientes que continuaram ou interromperam imunitário (Linfócitos T competentes) aos
a terapia com BFF endovenosos antigénios do hospedeiro. Manifestações
orais (Figura 15) ocorrem em 90% dos casos [Figura 14] Osteonecrose associada aos BFF
- Antibioterapia sistémica de largo espectro da doença e incluem atrofia da mucosa oral,
por um período mínimo de 14 dias eritema, ulcerações, lesões tipo líquen e xe- A GVHD aguda manifesta-se precocemente,
rostomia e ainda alterações simulando a es- até 120 dias após o transplante. Nos primei-
- Aconselhado – Amoxicilina + Ácido Clavulânico
cledormia ou o lúpus (trismus e dimunuição ros 21 dias pode ser difícil de distinguir da
(875 mg + 125 mg de 12/12 h) associada
da mobilidade da língua). A dor é um sin- mucosite. Normalmente a aplicação local de
ao Metronidazol (500 mg de 8/8 h).
ESTÁDIO 2 toma comum. A suspeita clínica pode ser corticóides (Tabela 27) melhora o quadro.
Nos casos de alergia aos betalactamícos, confirmada histologicamente com biópsia da
Osso exposto/necrótico utilizar a Clindamicina (150 a 300 mg de 6/6 h) Depois da aplicação do corticóide, o doente
mucosa labial.
com dor e com infecção ou a Azitromicina (250 mg/dia) deve manter o fármaco sobre as lesões, o
(eritema dos tecidos moles A GVHD pode ser aguda ou crónica. mais tempo possível e cuspir o excesso sem
- Colutórios antissépticos
adjacentes c/ ou s/ drenagem
- Análgésicos
purulenta [Figura 14] [Tabela 27] Corticoterapia tópica
- Apenas desbridamentos superficiais para aliviar
irritação dos tecidos moles adjacentes Fármaco Nome comercial Apresentação Modo de administração
- Contactar médico assistente para rever as indicações
para a continuação da terapia com BFF orais ou, pelo Triamcinolona Aftach® Discos adesivos Aplicar directamente na lesão
menos avaliar uma suspensão temporária Flutaide ® Susp. para inalação Aplicar directamente na lesão
Fluticasona 50 µg/dose
Cutivate® Creme 0,5 mg/g Aplicar directamente na lesão
ESTÁDIO 3 - Antibioterapia sistémica
Osso exposto/necrótico Dissolver 20 gotas (0,5 mg)
- Colutórios antissépticos Celestone® Solução oral
com dor, infecção e mais um Betametasona em água e bochechar
- Desbridamentos cirúrgicos para controlo Betnovate® Creme 1 mg/g Aplicar directamente na lesão
dos seguintes parâmetros:
da infecção e dor
Fracturas patológicas, fístulas Clobetasona Emovate® Creme 0,5 mg/g Aplicar directamente na lesão
extra-orais ou osteolise - Contactar médico assistente para rever as indicações
para a continuação da terapia com BFF orais ou, Acetonido de
até ao bordo inferior Synalar® Creme 0,25 mg/g Aplicar directamente na lesão
fluocinolona
da mandíbula [Figura 15] pelo menos avaliar uma suspensão temporária
Suspensão para
Beclometasona Beconase® Aplicar directamente na lesão
inalação 50 µg/dose
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do Serviço de Estomatologia do Hospital de Santa Maria
Francisco Salvado
Director do Serviço de Estomatologia
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