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MÓDULO 2

A Umbanda, As Sete Linha de


Umbanda, Os Orixás, Mediunidade e
Cerimônias.

Ministrado por Carolina Braga e Priscila Munhoz, sob orientação do Dirigente


Edimarcos do Espirito Santo.
Índice

1. A Religião………………………………………………………………………………………………….3
1.1 - Introdução a Religião………………………………………………………………………………....3
1.2 - O Nascimento de um Templo………………………………………………………………………..3
1.3 - Como nasce um Sacerdote?………………………………………………………………………...3

2. A Umbanda………………………………………………………………………………………………..4

3. As Sete Linhas da Umbanda e as Sete Irradiações Divinas……………………………………..8

4.
Orixás…………………………………………………………………………………………………………9
4.1 - Orixás na Umbanda…………………………………………………………………………………..9
4.2 - Orixá Cósmico e Orixá Universal……………………………………………………………………9
4.3 - As Sete Linhas de Umbanda e os Orixás regentes……………………………………………..10
4.3.1 - Oxalá / Logunã……………………………………………………………………………………..11
4.3.2 - Oxum / Oxumarê…………………………………………………………………………………..12
4.3.3 - Oxóssi/ Obá………………………………………………………………………………………..12
4.3.4 - Xangô / Oroiná,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,13
4.3.5 - Ogum / Iansã………………………………………………………………………………………..13
4.3.6 - Obaluayê / Nanã Buruquê………………………………………………………………………..14
4.3.7 - Iemanjá / Omulú…………………………………………………………………………………...15

5. Orixás da Esquerda: Exú, Pombagira e Exú-mirim………………………………………………16


5.1 - Exú…………………………………………………………………………………………………….16
5.2 - Pombagira…………………………………………………………………………………………….16
5.3 - Exú Mirim……………………………………………………………………………………………..17

6. Sincretismo Religioso…………………………………………………………………………………17

7. Mediunidade…………………………………………………………………………………………….19
7.1 -Tipos de Mediunidade………………………………………………………………………………..21

8. Rituais e Cerimonias………………………………………………………………………………… 22
8.1 - Batismo……………………………………………………………………………………………….22
8.2 - Casamento…………………………………………………………………………………………...22
8.3 - Serrum (Cerimônia Fúnebre)……………………………………………………………………….22

9. Atabaque e Ogã…………………………………………………………………………………………23

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1. A Religião

1.1 Introdução à Religião

"Escondido no interior da caverna, o homem se encolhia tomado de pavor. Lá fora, a tempestade


derrubava até mesmo as árvores mais robustas e o forte vendaval bradava arrastando tudo o que
via pela frente.
Diante da incontestável força da natureza, aquele homem pré-histórico nota o quanto é pequeno e
frágil. Ainda que dotado de mente primitiva, o instintivo medo da morte, pela primeira vez, faz o
homem imaginar que existe uma força maior que controla o seu destino.
A chuva cessa. O homem então percebe que não será aniquilado pelas águas e pelo vento. Sai da
caverna e contempla o céu com um sentimento de gratidão. Pega então um cacho de uvas que
colhera pela manhã e o deposita sobre a Grande Pedra, como uma forma de agradecer àquela
força e, quem sabe, aplacar a sua ira.
Nasce aí uma conexão entre aquele homem e aquela Força Superior manifestada na Natureza.
Nasce ai um culto religioso, uma ligação do homem com a Divindade".

A palavra Religião vem do latim Religare e significa estabelecer uma conexão com o Divino. Uma
religação com Aquilo ou Aquele que é incompreendido, mas que de alguma forma é percebido,
sentido pelo Homem.
Ao longo das eras, a Humanidade evoluiu e, da mesma forma, evoluiu a prática religiosa.

1.2 O Nascimento de um Templo.

Como pudemos observar, desde os primórdios o homem acredita em algo ou alguém, uma força
que rege o mundo. Para o homem primitivo, que temia e não entendia as forças da Natureza, o
Sol, a Lua e o Trovão eram o próprio Deus. Ao colocar seu melhor cacho de uvas sobre a pedra
ele estabelece, dentro de sua rudimentar compreensão, uma ligação direta com o Criador.
Com o tempo, outros homens das cavernas também evoluem em sua consciência e reconhecem
a presença desse Criador. Passam então a colocar suas frutas sobre aquela mesma pedra. Nasce
ali o primeiro templo.

1.3 Como Nasce um Sacerdote?

Ainda utilizando o exemplo do Homem das Cavernas, cada homem tem livre acesso à pedra e lá,
religa-se com Deus. Oferece seu alimento, em forma de gratidão ou a pedido de algo e dessa
forma cultua aquela Força Superior.
Acontece, porém, que em uma aldeia, por seu jeito mais aprimorado de cortar e preparar as
frutas, um daqueles homens é designado para cuidar das oferendas de todos os outros homens.
Ele agora é o responsável por cuidar daquela Pedra Sagrada, cortando as frutas de uma forma
especial para agradar a Deus, aparece assim, o ritual.
Nasce então, a figura do Sacerdote.

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Mais do que preparar oferendas e realizar o ritual, o Sacerdote vai assumindo, de fato, uma
liderança espiritual sobre o seu grupo. Passa a ser uma ponte entre os homens e Deus.
Um Sacerdote precisa ter, além de um bom conhecimento e domínio sobre a religião que pratica,
uma boa conduta e caráter.
Longe de ser Santo, é um ser humano, com um pouco a mais de conhecimento que o outro,
geralmente traz isso consigo através das encarnações, chamamos de missão.

2. A UMBANDA

Não podemos precisar as origens dos rituais praticados na Umbanda. Toda via, podemos afirmar
que o nascimento da Religião Umbanda, como está fundamentada hoje, deu-se no dia 15 de
novembro de 1908 na cidade de Niterói-RJ, quando o Caboclo da Sete Encruzilhadas,
incorporado no médium Zélio Fernandino de Moraes, manifestou-se e afirmou que naquele
momento nascia a Umbanda uma religião que simbolizaria a humildade e a igualdade entre todos
os irmãos, encarnados e desencarnados.
Segue na íntegra a história do nascimento da Umbanda.

“No final de 1908, Zélio Fernandino de Moraes, um jovem rapaz com 17 anos de idade, que
preparava-se para ingressar na carreira militar na Marinha, começou a sofrer estranhos” ataques".
Sua família, conhecida e tradicional na cidade de Neves, estado do Rio de Janeiro, foi pega de
surpresa pelos acontecimentos.
Esses “ataques” do rapaz, eram caracterizados por posturas de um velho, falando coisas sem
sentido e desconexas, como se fosse outra pessoa que havia vivido em outra época. Muitas vezes
assumia uma forma que parecia a de um felino lépido e desembaraçado que mostrava conhecer
muitas coisas da natureza.
Após examiná-lo durante vários dias, o médico da família recomendou que seria melhor
encaminhá-lo a um padre, pois o médico (que era tio do paciente), dizia que a loucura do rapaz
não se enquadrava em nada que ele havia conhecido. Acreditava mais, era que o menino estava
endemoniado.
Alguém da família sugeriu que “isso era coisa de espiritismo” e que era melhor levá-lo à
Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José de Souza. No dia 15 de novembro, o
jovem Zélio foi convidado a participar da sessão, tomando um lugar à mesa.
Tomado por uma força estranha e alheia a sua vontade, e contrariando as normas que impediam o
afastamento de qualquer dos componentes da mesa, Zélio levantou-se e disse: “Aqui está
faltando uma flor”. Saiu da sala indo ao jardim e voltando após com uma flor, que colocou no
centro da mesa. Essa atitude causou um enorme tumulto entre os presentes. Restabelecidos os
trabalhos, manifestaram-se nos médiuns kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e
índios.
O diretor dos trabalhos achou tudo aquilo um absurdo e advertiu-os com aspereza, citando o “seu
atraso espiritual” e convidando-os a se retirarem.
Após esse incidente, novamente uma força estranha tomou o jovem Zélio e através dele falou:
_“Porque repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas
mensagens. Será por causa de suas origens sociais e da cor?”
Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pela sessão procuravam doutrinar e afastar o

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espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação segura.
Um médium vidente perguntou: "Porque o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção
aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são
claramente atrasados? Por quê fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a
um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome irmão?
“Se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim,
não haverá caminhos fechados.”
"O que você vê em mim, são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era
Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no
ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer
como caboclo brasileiro."
Anunciou também o tipo de missão que trazia do Astral:
"Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro)
estarei na casa de meu aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que estes irmãos
poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será
uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os
irmãos, encarnados e desencarnados.”
O vidente retrucou: “Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?” perguntou com ironia. E o
espírito já identificado disse:
“Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei”.
Para finalizar o caboclo completou:
“Deus, em sua infinita Bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal, rico ou
pobre, poderoso ou humilde, todos se tornariam iguais na morte, mas vocês, homens
preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar essas
mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Porque não podem nos visitar esses
humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas socialmente
importantes na Terra, também trazem importantes mensagens do além?”
No dia seguinte, na casa da família Moraes, na rua Floriano Peixoto, número 30, ao se aproximar
a hora marcada, 20:00 h, lá já estavam reunidos os membros da Federação Espírita para
comprovarem a veracidade do que fora declarado na véspera; estavam os parentes mais
próximos, amigos, vizinhos e, do lado de fora, uma multidão de desconhecidos.
Às 20:00 h, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que naquele momento se
iniciava um novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que haviam servido como
escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nos remanescentes das
seitas negras, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade para os trabalhos de feitiçaria; e os
índios nativos de nossa terra, poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados,
qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.
A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica principal deste culto, que
teria por base o Evangelho de Jesus.
O Caboclo estabeleceu as normas em que se processaria o culto. Sessões, assim seriam
chamados os períodos de trabalho espiritual, diárias, das 20:00 às 22:00 h; os participantes
estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito. Deu, também, o nome do
Movimento Religioso que se iniciava: UMBANDA – Manifestação do Espírito para a Caridade.
A Casa de trabalhos espirituais que ora se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da
Piedade, porque assim como Maria acolheu o filho nos braços, também seriam acolhidos como

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filhos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto.
Ditadas as bases do culto, após responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes ali
presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou a parte prática dos trabalhos.
O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas
que haviam neste local, praticando suas curas.
Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa,
foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e
com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as
seguintes palavras:
"Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco
e nêgo deve arrespeitá."
Após insistência dos presentes fala:
"Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nego."
Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na
reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:
"Minha cachimba. Nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque busca."
Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do
primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antônio também a primeira entidade a
solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de “Guia
de Pai Antônio”.
No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na rua Floriano Peixoto. Enfermos, cegos etc.
vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de Jesus. Médiuns, cuja manifestação
mediúnica fora considerada loucura, deixaram os sanatórios e deram provas de suas qualidades
excepcionais.
A partir daí, o Caboclo das Sete Encruzilhadas começou a trabalhar incessantemente para o
esclarecimento, difusão e sedimentação da religião de Umbanda. Além de Pai Antônio, tinha como
auxiliar o Caboclo Orixá Malé, entidade com grande experiência no desmanche de trabalhos de
baixa magia.
Em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu ordens do Astral Superior para fundar sete
tendas para a propagação da Umbanda. As agremiações ganharam os seguintes nomes: Tenda
Espírita Nossa Senhora da Guia; Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição; Tenda Espírita
Santa Bárbara; Tenda Espírita São Pedro; Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita São Jorge; e
Tenda Espírita São Gerônimo. Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000
tendas a partir das mencionadas.
Embora não seguindo a carreira militar para a qual se preparava, pois sua missão mediúnica não
o permitiu, Zélio Fernandino de Moraes nunca fez da religião sua profissão. Trabalhava para o
sustento de sua família e diversas vezes contribuiu financeiramente para manter os templos que o
Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa
para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara
ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser
oferecido a ele.
Ministros, industriais, e militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para a cura de
parentes enfermos e os vendo recuperados, procuravam retribuir o benefício através de
presentes, ou preenchendo cheques vultosos. “Não os aceite. Devolva-os!”, ordenava sempre o
Caboclo.

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A respeito do uso do termo espírita e de nomes de santos católicos nas tendas fundadas, o
mesmo teve como causa o fato de naquela época não se poder registrar o nome Umbanda, e
quanto aos nomes de santos, era uma maneira de estabelecer um ponto de referência para fiéis
da religião católica que procuravam os préstimos da Umbanda. O ritual estabelecido pelo Caboclo
das Sete Encruzilhadas era bem simples, com cânticos baixos e harmoniosos, vestimenta branca,
proibição de sacrifícios de animais. Dispensou os atabaques e as palmas. Capacetes, espadas,
cocares, vestimentas de cor, rendas e lamês não seriam aceitos. As guias usadas são apenas as
que determinam a entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os amacis, a concentração
nos ambientes vibratórios da natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho,
constituiriam os principais elementos de preparação do médium.
O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques
ou quaisquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do
tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda
Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.
Após 55 anos de atividades à frente da Tenda Nossa Senhora da Piedade (1º templo de
Umbanda), Zélio entregou a direção dos trabalhos as suas filhas Zélia e Zilméa, continuando, ao
lado de sua esposa Isabel, médium do Caboclo Roxo, a trabalhar na Cabana de Pai Antônio, em
Boca do Mato, distrito de Cachoeiras de Macacu – RJ, dedicando a maior parte das horas de seu
dia ao atendimento de portadores de enfermidades psíquicas e de todos os que o procuravam.
Em 1971, a senhora Lilia Ribeiro, diretora da TULEF (Tenda de Umbanda Luz, Esperança,
Fraternidade – RJ) gravou uma mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas, e que bem
espelha a humildade e o alto grau de evolução desta entidade de muita luz. Ei-la:

'A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade e eu
previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda;
médiuns que irão se vender e que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os
vendilhões do templo.
O perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem. É
preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as
nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao pai de
terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de terreiro. É preciso haver muita moral para
que a Umbanda progrida, seja forte e coesa. Umbanda é humildade, amor e caridade – esta a
nossa bandeira. Neste momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na
Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxóssi, de Ogum, de Xangô.
Eu, porém, sou da falange de Oxóssi, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma
missão. Meus irmãos: sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão,
porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a
baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados
com as virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas comunicações e
proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de Umbanda.
Meus irmãos: meu aparelho já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18.
Posso dizer que o ajudei a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um
médium aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda.
A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas
que saíram desta Casa.

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Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humildade de uma manjedoura,
não foi por acaso. Assim o Pai determinou. Podia ter procurado a casa de um potentado da
época, mas foi escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria traçar à
humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade.
Que o nascimento de Jesus, a humildade que Ele baixou à Terra, sirvam de exemplos, iluminando
os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento ou práticas; que Deus perdoe
as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e
nos vossos lares. Fechai os olhos para a casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra
quem quer que seja; não julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em
vosso lar.
É dos Evangelhos. Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de
todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que
eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade,
encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados, e a saúde para sempre
em vossa matéria.
Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o
humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas'.

A Umbanda nasce, portanto com a missão de não segregar, de não separar. Nasceu para agregar,
para unir.
Assim, a medida que se constituiu como uma religião genuinamente Brasileira a Umbanda foi
absorvendo conceitos e praticas de outras religiões.
Trouxe do Kardecismo o trabalho mediúnico e a manifestação dos espíritos.
Dos cultos de nação africanos, agregou Divindades chamadas Orixás, e a sua relação com a
Natureza.
Da cultura indígena, o amor a natureza e o uso das ervas de poder.
Do Cristianismo católico, um vasto sincretismo entre as Divindades originárias da cultura africana
e os santos, tal como já era feito no Brasil pelos diferentes cultos afros.
Além disso, as linhas de trabalho, trazem a pluralidade cultural.
Esses são exemplos da fundamentação de uma religião que, desde seus primórdios, valorizou a
inclusão. Por isso, seu nome UM Banda. A Banda onde todos são Um. Exatamente como nas
palavras do Cristo, em João, 17:21 - “Para que todos sejam Um”.

3. AS SETE LINHAS DA UMBANDA E AS 7 IRRADIAÇÕES DIVINAS

As sete linhas de Umbanda não são sete orixás, mas sim as sete Irradiações Divinas, as sete
vibrações, os setes sentidos da vida de Deus que dão sustentação a tudo o que existe em nosso
planeta. Essas irradiações fluem num padrão próprio influenciando quem é alcançado por elas,
alterando nossos sentimentos mais íntimos e nosso padrão vibratório, tornando-nos
afins com elas.
As sete irradiações dão origem a sete essências, que por sua vez dão origem a sete elementos e
estes originam sete tipos de matérias ou energias.
Como essências, essas irradiações penetram nosso metal e espalham-se pelo nosso ser imortal,
estimulando-nos de dentro pra fora, ativando nossos sentimentos virtuosos.

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Mas quando são irradiações energéticas ou elementais, elas estimulam nosso corpo energético,
alterando nosso padrão vibratório, elevando-nos imediatamente. São essas irradiações que nos
chegam por intermédio dos orixás.
As sete linhas da umbanda e suas irradiações são:
• 1ª Linha: Cristalina
Irradiação da Fé e da Religiosidade
• 2ª Linha: Mineral
Irradiação do Amor e da Concepção da Vida
• 3ª Linha: Vegetal
Irradiação do Conhecimento e do Raciocínio
• 4ª Linha: Ígnea
Irradiação da Justiça Divina e do Equilíbrio
• 5ª Linha: Eólica
Irradiação da Lei Maior e da Ordenação
• 6ª Linha: Telúrica
Irradiação da Evolução e do Saber
• 7ª Linha: Aquática
Irradiação da Geração e da Vida

4. ORIXÁS

Na mitologia Iorubá Orixás são divindades, criados pelo Deus supremo Olorum. Os Orixás são
guardiões dos elementos da natureza e representam todos os seus domínios no Aye (a realidade
física em que os humanos estão inseridos segundo a tradição iorubá). Também existem orixás
intermediários entre os homens e o panteão africano que não são considerados deuses, são
considerados "ancestrais divinizados após a morte”, a estes é dado o nome de guias, entidades,
mentores etc.

4.1 Os Orixás na Umbanda

Um Orixá é um ser gerado em Deus, qualificado por Ele com uma de suas qualidades,
amadurecido em seu interior, divinizado dentro d'Ele e exteriorizado por Ele, já como um ser
gerador e irradiador natural daquela qualidade Divina.
Os Sagrados Orixás são a própria Natureza. Assim, sempre que nos conectamos a eles em suas
moradas naturais, nos chamados Ponto de Força, estamos nos conectando às energias e aos
magnetismos mais puros de cada vibração de Deus.
Existe algo maravilhoso nessa relação com as Divindades.
Orixá é Amor, por mais complexo que seja, Orixá é o amor de Deus sobre nós.

4.2 Orixás Cósmico e Orixá Universal

Os orixás podem ser de natureza cósmica ou universal, sendo que essa natureza especifica a
forma de atuação do poder de cada um deles. A diferença está no que significa cada um destes
termos.

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Universal é aquilo que por natureza tem vibração irradiadora, ou seja, é imanente com polaridade
positiva, não há esforço (movimento) para que isso ocorra. Apenas flui de forma passiva,
independente de comando.
Cósmico é aquilo que por natureza tem vibração concentradora, ou seja, é absorvente com
polaridade negativa, há esforço (movimento) para que isso ocorra. Atrai e é atraído por ou para
algo externo.
Quando dizemos que um Orixá é Universal, estamos informando que ele atua de forma passiva na
Criação Divina, enquanto um Orixá Cósmico atua de forma ativa.

4.3 As Sete Linhas da Umbanda e Orixás regentes

1°linha CRISTALINA

Fé e Religiosidade, os Orixás que a regem são (+)Oxalá e (-)Oyá.


Saudação Cores das Velas
Oxalá: Epababá Oxalá! Oxalá meu pai! Branca, prateada
Oyá Logunã: Olha o tempo minha mãe! Preta e branca, azul noturno
2°Linha MINERAL
Amor e Concepção da vida, os Orixás que a regem são (+)Oxum e (-)Oxumarê
Saudação Cores das Velas
Oxum: Aiêiêu/Oraiêiêu Mamãe Oxum! Rosa, dourada, amarelo-ouro
Oxumarê: Arrobobô Oxumarê! Azul turquesa, azul-celeste

3°Linha VEGETAL
Conhecimento e Raciocínio, os Orixás que a regem são (+)Oxóssi e (-)Obá
Saudação Cores das Velas
Oxóssi: Okê Arô, meu pai Oxóssi! Verde
Obá: Akirobá Yê! Magenta

4°Linha ÍGNEA
Justiça e Equilíbrio, os Orixás que a regem são +Xangô e (-)Oroiná
Saudação Cores das Velas
Xangô: Kawô Kabecilê, meu pai! Marrom, vermelha
Oroiná/Egunitá: Kalyê, minha mãe! Laranja

5°Linha EÓLICA
Lei e Ordenação, os Orixás que a regem são (+)Ogum e (-)Iansã
Saudação Cores das Velas
Ogum: Ogum Yê, meu pai! Vermelha, azul-marinho
Iansã: Eparrey, Iansã Amarela

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6°Linha TELÚRICA
Evolução e Sabedoria, os Orixás que a regem são (-)Nanã e (+)Obaluayê
Saudação Cores das Velas
Nanã: Salubá Nanã! Lilás
Obalyaê: Atotô Obaluayê! Roxa

7°Linha AQUÁTICA
Geração e Criatividade, os Orixás que a regem são (+)Iemanjá e (-)Omulú
Saudação Cores das Velas
Iemanjá: Odocyabá! Odoyá! Azul-celeste
Omulú: Atotô, senhor Omulú! Violeta

(+) Orixás Universais (-) Orixás Cósmicos

4.3.1 Oxalá e Oyá

Oxalá
É o Orixá regente do pólo positivo da linha Cristalina e seu campo de atuação preferencial
é a religiosidade dos seres, aos quais ele envia o tempo todo suas vibrações estimuladoras da fé
individual e suas irradiações geradoras de sentimentos de religiosidade.
Irradiação: Fé
Campo de Atuação: Magnetizador, Congregador
Elementos: Essência Cristalina
Cores: Branco, Cristalina (transparente) e Furta-cor
Data Comemorativa: 25 de Dezembro
Dia da Semana: Sexta-Feira

Oyá/ Logunã
Oyá é a regente do pólo negativo da linha da Cristalina, e o tempo é o vazio cósmico onde são
retidos todos os espíritos que atentam contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade
na vida dos seres. Juntamente com o pai Oxalá, dá sustentação a todas as manifestações da fé e
dão amparo a todos os sacerdotes virtuosos e guiados pelos princípios divinos estimuladores da
evolução religiosa dos seres.
Irradiação: Fé
Campo de Atuação: Condutor, Desmagnetizador e Descristalizador
Elementos: Espiral do tempo
Cores: Azul escuro (azul noite), preto e branco
Data Comemorativa: 11 de Agosto
Dia da Semana: Todos os dias

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4.3.2 Oxum e Oxumarê

Oxum
É a orixá regente do pólo positivo da linha Mineral. Como “Mãe da Concepção”, estimula a união
matrimonial e como Trono Mineral, favorece a conquista da riqueza espiritual e a abundância
material. Oxum desperta o amor nos seres, agrega-os e dá início à concepção da própria vida.
Por isso, é tida como a divindade que rege a sexualidade, pois é por seu intermédio que a vida e
concebida na carne, multiplicando-se.
Irradiação: Amor
Campo de Atuação: Agregadora, Conceptiva
Elementos: Mineral e Água doce
Cores: Rosa, Azul e Dourado
Data Comemorativa: 12 de Outubro e 08 de Dezembro
Dia da Semana: Quinta-feira

Oxumarê
Orixá regente do pólo negativo da linha Mineral, Oxumarê atua na renovação da vida e tanto dilui
as causas dos desequilíbrios quanto gera de si as condições ideais para que tudo seja renovado,
já em equilíbrio e harmonia. Ele é o próprio mistério renovador e diluidor do Criador.
Cor: azul-turquesa
Obs.: Os orixás encantados (Ibejis) são da linha de Oxum e Oxumarê.
Irradiação: Amor
Campo de Atuação: Renovador, Agregador
Elementos: Mineral e Aquático
Cores: Azul Turquesa, Azul Celeste
Data Comemorativa: 24 de Agosto
Dia da Semana: Terça-feira

4.3.3 Oxóssi e Obá

Oxóssi
Regente do pólo positivo da linha Vegetal, o orixá Oxóssi rege o conhecimento. É o cientista e o
doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé
quanto do saber religioso.
Irradiação: Conhecimento
Campo de Atuação: Direcionador, Expansor
Elementos: Vegetal e Ar
Cores: Verde, Azul Escuro
Data Comemorativa: 20 de Janeiro
Dia da Semana: Quinta-feira

Obá
Obá é a orixá regente do pólo negativo da linha Vegetal. É a orixá que aquieta e densifica o
racional dos seres, já que seu campo preferencial de atuação é o esgotamento dos

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conhecimentos desvirtuados.
O campo onde Obá mais atua é o religioso.
Como divindade cósmica responsável por paralisar os excessos cometidos pelas pessoas que
dominam o conhecimento religioso, uma de suas funções é paralisar os conhecimentos viciados e
aquietar os seres antes que cometam erros irreparáveis.
Irradiação: Concentração e Expansão
Campo de Atuação: Raciocínio e Conhecimento
Elementos: Terra e Vegetal
Cores: Magenta.
Data Comemorativa: 30 de Maio
Dia da Semana: Quarta-feira

4.3.4 Xangô e Oroiná/Egunitá

Xangô
É o orixá da Justiça, regente do pólo positivo da linha Ígnea, e seu campo preferencial de atuação
e a razão, despertando nos seres o senso de equilíbrio e equidade, já que só conscientizando e
despertando para os reais valores da vida a evolução se processa num fluir contínuo.
Irradiação: Justiça
Campo de Atuação: Graduador, Equilibrador
Elementos: Ígnea (das rochas vulcânicas), Fogo e Ar
Cores: Marrom e Vermelho
Data Comemorativa: 24 de Junho
Dia da Semana: Quarta-feira

Oroiná/Egunitá
Como a Justiça Divina é o fogo que purifica os sentimentos desvirtuados, então surge uma
divindade cósmica ígnea, que é, em si mesma, o Fogo da Purificação dos viciados e dos
desequilibrados: a mãe Oroiná. Regente do pólo negativo da linha Ígnea, Oroiná é o fogo cósmico
que está em tudo o que existe. Para ela atuar em nossas vidas, não depende de nós, mas tão-
somente que nos tornemos irracionais, aprisionados e desequilibrados.
Irradiação: Purificação e Equilíbrio
Campo de Atuação: Justiça e Lei
Elementos: Fogo e Ar
Cores: Laranja, Dourado, Vermelho
Data Comemorativa: 24 de Maio
Dia da Semana: Quinta-feira

4.3.5 Ogum e Iansã

Ogum
É o orixá da Lei e seu campo de atuação é a linha divisória entre a razão e a emoção. Regente do
pólo positivo da linha Eólica, Ogum é sinônimo de lei e ordem, atuando na ordenação
dos processos e dos procedimentos. Diz-se que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei,
sempre vigilante, marcial e pronto para agir onde lhe for ordenado.

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Irradiação: Lei
Campo de Atuação: Lei e Ordenação
Elementos: Ar e Fogo
Cores: Vermelho, Azul escuro
Data Comemorativa: 23 de Abril
Dia da Semana: Terça-feira

Iansã
Juntamente com Ogum, regendo o pólo negativo da linha Eólica, Iansã é a aplicadora da Lei na
vida dos seres emocionados pelos vícios. Seu campo preferencial de atuação é o emocional dos
seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão de forma
menos “emocional”.
Irradiação: Lei e Direcionamento
Campo de Atuação: Movimentadora e Ordenadora
Elementos: Ar
Cores: Amarelo, Vermelho, Cobre
Data Comemorativa: 04 de Dezembro
Dia da Semana: Quarta-feira

Na linha Elemental da Justiça, Ígnea por excelência Xangô e Oroiná são os opostos magnéticos,
por isso eles se polarizam com a linha da Lei que é Eólica por excelência. Logo, Xangô polariza-
se com a Eólica Iansã (ar), e Oroiná polariza-se com o Eólico Ogum.
O ar alimenta o fogo, criando 2 linhas mistas ou linhas regentes no ritual de Umbanda Sagrada. O
Orixá Xangô é o Trono Natural da Justiça e está assentado no polo positivo da linha do Fogo
Divino.

Xangô Ogum

Oroiná Iansã

4.3.6 Obalyaê e Nanã

Obaluayê
É o orixá que atua na Evolução e seu campo preferencial é aquele que sinaliza as passagens de
um nível vibratório ou estágio da evolução para outro e este orixá e o regente do pólo positivo da
linha Telúrica. É o mistério de Obaluayê que reduz o corpo plasmático do espirito até que fique do
tamanho do corpo carnal alojado no útero materno. Nessa redução, o espírito assume todas as
características e feições do seu novo corpo carnal, já formado. Muitos associam o
divino Obaluayê apenas com o orixá curador, que ele realmente é, mas ele é também o “Senhor

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das Passagens” de um plano para outro, de uma dimensão para outra e mesmo do espírito para a
carne e vice-versa.
Irradiação: Transmutação e Evolução
Campo de Atuação: Transformação e Evolução dos Seres
Elementos: Terra e Água
Cores: Roxa (também o preto e branco)
Data Comemorativa: 17 de Dezembro
Dia da Semana: Segunda-feira

Nanã
Rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua
decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais equilibrada. Ela
é de natureza cósmica e rege o pólo negativo da linha Telúrica, e é a responsável por envolver o
espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui os acúmulos energéticos, assim
como adormece sua memória, preparando-o para uma nova carne, onde não se lembrará de nada
que vivenciou.
Irradiação: Decantação e Evolução
Campo de Atuação: Evolução e Transmutação
Elementos: Água e Terra
Cores: Lilás
Data Comemorativa: 26 de Julho
Dia da Semana: Domingo

4.3.7 Iemanjá e Omulú

Iemanjá
É a regente do pólo positivo da linha Aquática, e seu campo preferencial de atuação é no amparo
à maternidade. Iemanjá é a “Mãe da Vida”, e como tudo o que existe só existe porque foi gerado,
então ela está na geração de tudo o que existe. Ela tem, nessa sua qualidade, um de seus
aspectos mais marcantes, pois atua, com intensidade na geração dos seres, das criaturas e das
espécies, despertando em cada um e em todos, um amor único pela sua hereditariedade.
Irradiação: Geração
Campo de Atuação: Criatividade e Geração
Elementos: Água
Cores: Azul Celeste
Data Comemorativa: 02 de Fevereiro
Dia da Semana: Sábado

Omulú
Regente do pólo negativo da linha Aquática, faz par magnético com a mãe Iemanjá. É orixá que
rege a morte, ou no instante da passagem do plano material para o plano espiritual (desencarne).
Enquanto Iemanjá gera a vida, Omulú paralisa os seres que atentam contra os princípios que dão
sustentação às manifestações da vida.
Irradiação: Geração
Campo de Atuação: Paralisador, gerando Estabilidade e Equilíbrio

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Elementos: Telúrico (da Terra)
Cores: Roxo
Data Comemorativa: 02 de Novembro
Dia da Semana: Segunda-feira

5. OS ORIXÁS DA ESQUERDA: EXU, POMBAGIRA E EXÚ-MIRIM.

5.1 EXU
A origem do Orixá Exu enquanto Divindade está em Deus (Olorum), assim como ocorre com todas
as demais Divindades. Segundo o irmão Rubens Saraceni:
“O Mistério Exu é em si o ‘vazio absoluto’ existente no exterior de Deus e guarda-o em si, dando-
lhe a existência e sustentação para que, a partir desse estado, tudo o que é criado tenha seu
lugar na criação. Por ser Exu o guardião do vazio absoluto e este ter sido o primeiro estado da
criação manifestado por Deus, então Exu é, de fato, o primeiro Orixá manifestado por Ele.”
Logo, Exu é o primeiro Orixá, o mais velho de todos, o primeiro a ser cultuado. Por ser e trazer em
si o vazio absoluto tem de ser invocado e oferendado em primeiro lugar e deve ser “despachado”
de dentro do templo e firmado no seu exterior para que um culto possa ser realizado, pois, se
assim não for feito, a presença de Exu dentro dele implica a ausência de todos os outros Orixás,
já que seu estado é o do “vazio absoluto”. Porque junto com o Orixá Exu vem o vazio absoluto, os
seus intérpretes religiosos deduziram corretamente que, nesse estado de vazio, não é possível
fazermos nada.
O vazio absoluto é um estado e não algo mensurável. O espaço infinito, ainda que não seja
mensurável, é a existência de algo. E, como se esse algo denominado “espaço infinito” se abriu e
expandiu-se dentro do vazio absoluto, criaram-se dois estados opostos complementares: o vazio
absoluto e o espaço infinito.
Assim, Exu é o vazio exterior de Olorum e Oxalá é o seu espaço exteriorizado. Exu é a ausência e
Oxalá é a presença. Em Exu nada subsiste, e em Oxalá tudo adquire existência. Exu, por ser o
vazio absoluto, nada cria em si. Em Oxalá, por ele ser o espaço em si mesmo, tudo pode ser
criado.
Exu e Oxalá são opostos complementares porque sem a existência do vazio absoluto o espaço
não poderia se expandir ao infinito. Como ambos são estados, não são antagônicos, pois onde um
está presente, o outro está ausente. O vazio absoluto é anterior ao espaço infinito. E, porque é
anterior, Exu é o primeiro Orixá manifestado por Olorum e detém a primazia. E, se tudo preexistia
em Olorum, ainda que não fosse internamente o Orixá mais velho é, no entanto, o primeiro a
existir no seu exterior.

Irradiação: absorve, neutraliza e vitaliza os seres


Campo de atuação: sete sentidos da vida
Saudação: Laroyê Exu! Exu é Mojubá!
Cor: preto, preto e vermelho.

5.2 POMBAGIRA
Na Umbanda, a Orixá Pombagira está assentada no Trono do Estímulo, do Desejo e também se

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manifesta como entidade espiritual incorporada em suas médiuns. Com o passar do tempo,
a Pombagira atingiu um grau análogo ao de Exu e muitos passaram a chamá-la de Exu Feminino.
Mas a Pombagira foi logo no início, desde suas primeiras incorporações, construindo um arquétipo
forte, poderoso e subjugador do machismo. O arquétipo da mulher livre das convenções sociais,
liberal, provocante e insinuante vai além da própria figura, nos ensinando a força e firmeza de
propósitos, do desejo resoluto pela vida e por nossos objetivos, que devem ser buscados sempre
com entusiasmo e energia.
E a todos Ela ouve com compreensão e a ninguém nega seus conselhos e sua ajuda num campo
que domina como ninguém mais é capaz. Sua desenvoltura e seu poder fascinam até os mais
introvertidos que, diante dela, se abrem e confessam suas necessidades. Pombagira é um dos
mistérios do nosso Divino Criador que rege sobre a sexualidade feminina.
Segundo Rubens Saraceni:
“Amem-na e respeitem-na os que entendem que o arquétipo é liberador da feminilidade tão
reprimida na nossa sociedade patriarcal onde a mulher ainda é vista e tida para a cama e a
mesa.”

Irradiação: Estímulo
Campo de atuação: Estimulador e motivador
Saudação: Pombagira, saravá!
Cores: Vermelho ou bicolor vermelho e preto

5.3 EXU MIRIM


Nas Lendas da Criação, Exú Mirim assumiu uma função e importância que antes nos eram
desconhecidas. A função é a de fazer regredir todos os espíritos que atentam contra os princípios
da vida e contra a paz e a harmonia entre os seres. A importância e a de que, sem Exú Mirim nada
se pode ser feito na Criação sem sua concordância. Com Exú, dizia-se que “sem ele não se faz
nada”. Já, com Exú Mirim, “sem ele nem fazer nada é possível”.
Para Exu Mirim, não existem dois pesos e duas medidas, e o que conta não são os fatos em si,
mas sim as intenções por trás deles. No Mistério Exu Mirim refletem todas as intenções desde as
mais nobres, virtuosas e elevadas até as mais chulas, viciadas e baixas porque ele gera de si,
como mistério Divino, o fator intencionador, e em sua tela refletora ressonam todas as intenções
em geral e cada uma em particular.

Saudação: Exu Mirim é Mojubá!


Cores: preto e vermelho.

6. SINCRETISMO RELIGIOSO

“- Fusão de diferentes cultos ou doutrinas religiosas, com reinterpretações de seus elementos;


- Fusão de elementos culturais diversos, ou de culturas distintas ou de diferentes sistemas
sociais.”
(DICIONÁRIO HOUAISS)

Palavra originada do grego, significa sistema que consiste em conciliar os princípios de várias

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doutrinas ou filosofias; é a associação de valores espirituais de uma determinada religião com os
valores espirituais de outra determinada religião.

Definição dada pelo Caboclo Sete Espadas:


“Fenômeno místico religioso que visa tornar inteligível um culto que possa ser praticado por vários
povos ou grupos étnicos, que até o momento tinham rituais e concepções diferentes. É um mal
necessário, pois se formos analisar profundamente o Sincretismo vamos ver que ele faz com que
vários cultos se identifiquem em um só culto (...)”.
A Umbanda apresenta sincretismo com diversas religiões, mas não se fundindo com elas.
A Umbanda utiliza-se da imagem de santos cultuados pela Igreja Católica por um fato histórico-
cultural: na medida em que os negros que chegavam ao Brasil como escravos, oriundos das
diversas tribos africanas, traziam em seu interior a crença nos Orixás, porém não podiam
manifestá-las pelo preconceito de seus senhores, que consideravam tal culto heresia e feitiçaria.
Na África, seu culto fazia-se com o contato direto com a natureza, cada Orixá sendo cultuado em
seu elemento. O negro africano cultuava sua crença através de seus Otás (pedra). Cada Orixá
tem sua pedra (as) e a forma encontrada pelos negros escravos foi associar a imagem do santo
católico mais representativa da força desses Orixás, colocar seus otás dentro dessas imagens e
reverências sua crença sem tê-la reprimida por seus senhores.
A partir desse momento dava-se início ao sincretismo dessas duas religiões, já que
a correspondência de Santos Católicos com os Orixás africanos era a única maneira dos negros
escravos escaparem do castigo e perseguições dos seus senhores e de religiosos que tentavam
difundir o catolicismo, impondo a crença com as suas representações católicas.
Os senhores achavam graça no sincretismo, e considerando os africanos ignorantes, consentiam
na prática bem disfarçada de seus cultos .
E assim, graças à inteligência dos sacerdotes africanos, as suas antiquíssimas e sábias ideias
religiosas puderam sobreviver até hoje, apesar de intolerância de uma ou outra autoridade policial
atrasada.
Por isso, encontramos até hoje as casas de culto de Umbanda utilizando-se dessa representação
sincrética, não pela necessidade do culto à imagem, mas sendo admitida pelos zeladores de
santo para que os filhos de santo e frequentadores da casa tenham uma imagem para direcionar
suas súplicas e pedidos já que para alguns, dirigir seus pedidos a energias da natureza, forças
oriundas do ar, da água, da terra ou do fogo, é de difícil compreensão por seu componente
abstrato e impalpável. Até porque, não existe imagem representativa dos Orixás na Umbanda,
razão pela qual se permite a utilização dos Santos católicos nos congás, havendo o respeito tanto
ao Orixá representado pela imagem, como respeito ao santo cultuado pela mesma.
Ressalte-se que em havendo tal sincretismo, este só demonstra mais ainda o caráter universalista
da crença umbandista, que resguarda e respeita a qualidade de espíritos superiores que veem à
Terra em missão de esclarecimento. Se há a utilização das imagens de outra doutrina
nos congás de Umbanda isso se dá pela crença e respeito a todos esses espíritos mensageiros
e representantes da força divina no plano terreno
A Umbanda é um celeiro de fé e nela cabem todas as espécies de crenças que possam nos levar
ao objetivo maior de amor e caridade e pregado pelas nossas entidades.
O africano não abandonou as suas crenças religiosas. Simplesmente, procurou acomodar-se a
situação e o processo mais inteligente foi exatamente o de comprar as qualidades dos orixás com
as dos santos católicos. Tomaram como base o Santo mais adorado do lugar daí, algumas

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alterações verificadas no sincretismo especialmente na Bahia e no Rio de Janeiro.
EXEMPLOS
Oxalá – Jesus Cristo, Nosso Senhor do Bonfim
Oyá (Logunã) - Santa Clara
Oxum – Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias
Oxumarê - São Bartolomeu
Oxóssi – São Sebastião, São Jorge (na Bahia)
Xangô – São Jerônimo, São João, São Pedro
Oroiná/Egunitá: Kali
Ogum – São Jorge
Iansã – Santa Bárbara
Nanã – Nossa Senhora Santana
Obaluayê – São Lázaro, São Roque
Iemanjá – Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Glória
Omulú – São Lázaro, São Roque
Ibeji – São Cosme e São Damião
Exu - Santo Antônio da Penha

7. MEDIUNIDADE

Médium é uma palavra neutra e serve para os dois gêneros. É de origem latina e significa
medianeiro, o que está no meio. O médium serve de intermediário entre o mundo físico e o
espiritual.
Deste modo podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que todos nós somos médiuns, pois
durante nossas vidas teremos alguns sintomas e que sabemos que não são de ordem física.
Afinal quem é que nunca viu um vulto diferente, um assovio diferente, algumas pancadas,
arrastamento de chinelos, vozes, pesadelos, sonhos, premonições, etc, etc. Só não podemos
afirmar que somos médiuns ostensivos, aquele que tem contato com os espíritos.
Que sinais são apresentados e que podemos saber que a pessoa é um médium ostensivo?
Nenhum sinal físico existe que possa dizer que esta ou aquela pessoa é um médium ostensivo.
Ninguém veio marcado para isto. É um dom natural que vem com a pessoa, pela escolha que
esta pessoa fez na espiritualidade.
Alguns sintomas indicam que a pessoa pode ter mediunidade.
Os mais comuns são: suor excessivo nas mãos e axilas, maçãs do rosto muito vermelhas e
quentes, as orelhas ardem, depressão psíquica e instabilidade emocional, melancolia, distúrbios
de sono, ou em excesso, ou insônia; perda do equilíbrio do corpo, sensação de desmaio iminente,
súbita aceleração dos batimentos cardíacos(taquicardia), fobia e medo de quase tudo, sensação
de insegurança. Mas tudo isso vai se estabilizando e desaparecendo conforme o médium canaliza
de forma mais adequada suas faculdades psíquicas com muito estudo, trabalho e disciplina.
Outros sinais podem surgir como: sensação de presenças invisíveis; sono profundo demais,
desmaios e síncopes inexplicáveis; sensações ou ideias estranhas, mudanças repentinas de
humor, crises de choro; sensação de inchaço nas mãos, pés ou em todo o corpo, como resultado
do desdobramento perispiritual; adormecimento ou formigamento nos braços e pernas; arrepios
como os de frio, tremores, calor, palpitações.
Uma das tarefas mais complexas para o médium novato é conseguir discernir as influências que

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atuam em sua psiquê. Não se questiona mais o fato de que o ser humano sofre interferências de
todos os elementos que compõem o universo, e isso inclui as formas pensamento de outros seres.
De uma maneira ou de outra, todos os seres humanos são, em maior ou menor grau de
intensidade, médiuns por natureza. Às vezes, a pessoa escreve uma mensagem e não sabe se
veio dela mesmo, de seu mentor ou de outro espírito. Não tem certeza se foi inspiração ou
psicografia. Às vezes pode até alterar o texto que está recebendo de um espírito.
Algumas vezes, ao eclodir a mediunidade, a pessoa costuma dar sinais de sofrimento,
perturbação, desequilíbrio. Se a pessoa se perturba ante as manifestações mediúnicas é por sua
falta de equilíbrio emocional e por sua ignorância do que seja a mediunidade, ou porque está sob
a ação de espíritos ignorantes, sofredores ou maus. A pessoa que possui tais problemas precisa
ser ajudada até se equilibrar psiquicamente através de passes, vibrações, esclarecimentos
doutrinários. Também deve fazer uma consulta médica. Só depois, bem mais tarde, ir para uma
mesa mediúnica.
Para o desenvolvimento mediúnico, somente deve ser encaminhado quem esteja equilibrado e
doutrinariamente esclarecido e conscientizado.

O que acontece numa manifestação mediúnica?


O médium fecha os olhos, deixando a mente quieta (meditação) para que depois de alguns
minutos, ocorram os arrepios, a sensação de calor, a aceleração dos batimentos cardíacos,
alguns movimentos involuntários e a sensação de uma outra energia ao seu redor. Assim, inicia-se
o funcionamento cerebral nas regiões da glândula pineal (centro do cérebro), lobo temporal e o
sistema límbico (responsável pelas emoções). A atividade na respiração celular pode fazer com
que se produza o ectoplasma, ou seja, a energia humana que possibilita o corpo contatar com o
espírito.
A glândula pineal é definida como uma espécie de antena que capta as vibrações dos espíritos.
Também é responsável por regular a produção hormonal e funciona no desenvolvimento do corpo.
Esta glândula produz melatonina (que tem um efeito sedativo) sendo responsável pela percepção
da passagem do tempo isto explica o facto de o médium não ter noção do tempo em que ficou no
transe. Depois do término dos trabalhos, o médium precisa refazer o seu ectoplasma, a
substância semi-espiritual que se renova posteriormente, devendo ingerir proteínas para retornar
ao seu estado normal.
A vida do médium e os trabalhos mediúnicos são uma jornada em busca do autoconhecimento,
caridade, amor e resignação. Para tanto, deve-se buscar sempre a melhoria de nossos
sentimentos e atitudes, dentre elas:
• Humildade
• Obediência
• Fé
• Desprendimento
• Discernimento

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• Propósito
• Fim

O Fim é o aprimoramento que o médium procura em todos os outros requisitos, e é vislumbrado


quando o Ser percebe que o uso condigno e confiante da Mediunidade, tem valia em algo de bem
e de bom para alguém. Todo o Ser é um iniciado em potencial, ignorando de início o
Modus Operandi, utilizando-se do seu Livre Arbítrio, estudando o fenômeno, progredirá de acordo
com a intensidade das suas qualidades essenciais. Por esta razão, nem todos os médiuns têm
progresso idêntico. Ser médium é em síntese, ser um pesquisador constante, que inicia por
conhecer-se a si próprio, descobrindo e equilibrando as suas forças positivas e negativas, para
depois então, e só então, partir para o estudo do Universo que o rodeia.
A honestidade é o mais importante aspecto das suas vidas.
O desenvolvimento da mediunidade significa estar presente no mundo e não desligar-se dele. O
médium possui uma responsabilidade maior do que uma pessoa comum. Não existe sinal de
santificação, ao contrário; é uma vida com muitas experiências difíceis que acabam por
proporcionar o seu amadurecimento.
O dever de todo médium é amar, respeitar o próximo, doar seus ouvidos e consolar os que
necessitam. Deve ter sua moral sempre aperfeiçoada e lembrar que todos nós estamos sujeitos a
lei do carma (causa e efeito). É importante aplicar-se ao serviço do bem, convertendo-se em um
instrumento de luz para si próprio e para todos os que o rodeiam. A mediunidade é uma dádiva.

7.1 Tipos de mediunidade


A pessoa exerce a mediunidade por duas opções: ou por expiação ou por missão. Somente quem
veio como missionário não tem débito muito alto. Os outros vieram com a mediunidade para poder
se refazer melhor. Quando é por missão, dificilmente há rebeldia por parte da pessoa. No fundo
ele sabe que tem que desempenhar um grande papel, só não sabe qual é e somente com o tempo
descobre que tem uma grande missão. Os médiuns por expiação muitas vezes caem, se
levantam, tornam a cair. Ele não está totalmente consciente do seu trabalho. Ele precisa ter muita
força de vontade para vencer todos os obstáculos e seguir o seu caminho adiante. Muitos não
conseguem se levantar ou passam para o lado negativo.
São vários os tipos de mediunidade, mas praticamente divide-se em duas grandes partes:
1.Mediunidade de efeitos físicos
• Médiuns sonoros – produzem pancadas, estrondos, música
• Médiuns luminosos – Produção de centelhas, clarões, luzes
• Médiuns motores – Movimentação de objetos
• Médiuns de levitação – Levantam um ser, um objeto ou a si mesmo no espaço
• Médiuns de transporte – Levam um objeto de um lugar a outro

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• Médiuns modificadores ou plasmadores – Modificam um objeto, figura, etc.
Dividem-se em: moldagens, materialização, transfiguração, voz direta, escrita direta,
curas.
2.Mediunidade de efeitos inteligentes:
• Médiuns intuitivos – O médium capta o pensamento dos espíritos, sem
necessidade de incorporação. É preciso ter cuidado para o médium não expressar seus
próprios pensamentos.
• Médiuns videntes – quando o médium vê no campo fluídico. O médium só pode ver
o que for permitido.
• Médiuns de psicofonia – quando o espírito fala através do médium;
• Médiuns de psicografia – Quando o espírito escreve através do médium. A
psicografia pode ser:
• Mecânica – O espírito pega na mão do médium e escreve o texto. Neste caso o
médium não tem noção do que está escrevendo e escreve com a própria letra do espírito.
• Intuitiva – O médium capta o pensamento do espírito e escreve o que ele quer
comunicar.
• Semimecânica – o médium sabe do assunto que o espírito está escrevendo, tem
noção, mas quem escreve é o espírito
• Ditada – O espírito vai ditando e o médium vai escrevendo. Neste caso o médium
tem a mediunidade de audiência.
• Médiuns sensitivos ou impressionáveis – Sentem a presença dos espíritos.
• Médiuns audientes – Ouvem o que o espírito quer dizer.
• Médiuns sonambúlicos – Agem de duas formas:
• Fatos anímicos – produzidos por seu próprio espírito
• Fatos espíritas – produzidos pelos espíritos.
• Médiuns curadores – Podem curar através dos espíritos
• Médiuns pneumatógrafos – Podem produzir a escrita direta. São raros os médiuns
desta categoria.
• Médiuns de pictografia – os que têm capacidade de desenhar através dos
espíritos.

8. RITUAIS E CERIMONIAIS

8.1 Batismo: adota-se o batismo como princípio de proteção à aura espiritual da criança. Na fase
adulta é tido como a aceitação da religião. Os padrinhos devem já ter sido batizados na
Umbanda.
8.2 Casamento: a cerimônia marco matrimônio entre dois indivíduos com a benção dos orixás.

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8.3 Ofício Fúnebre: a cerimônia obedece ao ritual de abertura dos trabalhos, tendo antes da
prece, a Cerimônia da Vela, na qual os membros da família, os amigos do desencarnado e os
médiuns da corrente levam velas acesas ao assentamento das almas.

9. ATABAQUE E OGÃ

O atabaque é o instrumento de movimentação de magia dentro dos trabalhos e através deles os


ogãs direcionam os cantos e toques adequados para cada parte do ritual.
Nem todos podem ser ogãs e o que os difere da maioria dos médiuns é que a mediunidade se
manifesta através do “Dom Musical”, agindo em especial nas mãos e braços em ogãs de couro ou
nas pregas vocais em ogãs de canto, Os ogãs, assim como os demais médiuns, também podem
manifestar mais de um tipo de mediunidade (como incorporação, vidência, psicografia, etc).
Todo ogã tem obrigação de cuidar de e buscar o aprimoramento de seu dom. Seu
desenvolvimento e crescimento mediúnico dependerão exclusivamente de si próprio, pela
disciplina, força de vontade, fé e respeito para com as obrigações.

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