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A regulação também está presente nos modos de produção, circulação e recepção dos
produtos artísticos. Nisso, há um contraponto com o SLAM, que não é um evento
institucional, ou seja, é realizado por jovens marginalizados e no meio da zona urbana.
Escolhe a rua, lugar aberto e democrático a todos os que passam, reforçando o papel
do indivíduo que se posiciona socialmente.
Os autores Gonzalo Aguiar e Mario Cámara abordam a poesia como uma ferramenta de
pertencimento social, e em eventos de rua “o elemento central são os corpos que
tornam visíveis sua decisão de ocupar um lugar e dizer algo sobre si” (ANO, p. ).
Aguiar e Cámara afirmam que “em uma literatura tão elitista quanto a brasileira, os
saraus representam o momento em que a senzala e o quarto de despejo tomam a
palavra. E isso não poderia ser feito somente nos livros: era necessário pôr em
funcionamento a máquina performática”, ou seja o corpo que se comunica, em um lugar
de pertencimento social.
A rua não é neutra, mas carrega seus significantes em poderes materiais e simbólicos.
Sobre a relação do corpo com o espaço, citam Aguiar e Cámara: “Esses corpos não são
alheios ao discurso, interagem com ele: diante das estratégias de institucionalização e
estratificação, os corpos têm suas táticas de ocupação, subversão e ressignificação.
ANO, p. ). Ainda sobre os saraus, os autores destacam:
Quanto à voz, a mesma é esquecida pela Literatura tradicional, que “não deu atenção
em sua obsessão pelos textos e pela escrita”. A voz deve ser considerada, pois “os
textos também falam, gritam ou murmuram”.
(pesquisar ZUMTHOR)
Para o conceito de mapa acústico estudado pelos argentinos Aguiar e Cámara, há uma
identificação de duas estratégias: grito e farfalho. O grito “representa energias
pulsionais que não podem ser caladas nem transformadas em retórica”. Continuam os
autores: “A máquina performática está condensada nesses gritos porque é o próprio
corpo da voz que dinamita o texto dotando-o de sentido com base nessas margens”.
Para Aguiar e Cámara, o corpo na performance cria três mutações espaciais: “a dos
saberes do observador (científicos), a do caráter localizado (e portanto contingente e
cultural) de certas proibições e a potência da performance (e da arte) para produzir
novos agrupamentos coletivos”. Algo semelhante afirma Zumthor sobre o coletivo
formado por locutor e público, ou seja, um agrupamento coletivo, sobre a performance: