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Classicismo

Língua Portuguesa e Literatura Brasileira 1

“O homem é a
medida de
todas as
coisas”
(Protágoras)

Vídeo Prof. Márcio Durans


Escola Crescimento
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Renascimento e Classicismo
• Supervalorização do homem e do indivíduo
• Antropocentrismo
• Hedonismo: culto ao prazer
• Volta aos modelos da arte clássica greco-latina
• Busca do equilíbrio, da harmonia, da clareza, da
simetria
• Ânsia de glória, elogio aos grandes feitos humanos
• Racionalismo
• Ideal ético-estético: Bem = Belo (kalokagathía =
kalós kai agathós = o belo e o bom)
• Fusionismo: mescla entre cristianismo e paganismo
(mitologia) Prof. Márcio Durans
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Monalisa

Revela o interesse
do Renascimento
pelo homem.
Reproduzida de
todas as formas
imagináveis, a
magia dessa figura
“feminina”
continua intacta.
A última ceia

Visão mais humanista


Vídeo
Davi

A valorização do ser
humano resultou na
criação de muitas
telas e esculturas
que valorizavam as
formas humanas ou
que retratavam
corpos nus.
Pietá

A figura do Cristo morto


parece ter vida correndo
nas veias. Os olhos
abaixados da Virgem, ao
contrário da
tradição,emocionam
pela dor e pela
resignação. Seu manto,
drapeado, arranca do
mármore uma leveza.
Arquitetura

A aplicação dessas ordens não é arbitrária,


elas representam as tão almejadas
proporções humanas: a base é o pé, a coluna,
o corpo, e o capitel, a cabeça.
Naquele tempo...

. Crise da Igreja;
. Expansão marítima;
. Mercantilismo;
. Absolutismo monárquico;
. Reforma protestante;
. Copérnico: heliocentrismo;
. Galileu Galilei: sistema
astronômico.
Em Portugal...

. Conquista do norte da África;


. Caminho marítimo para as Índias;
. Descobrimento do Brasil;
. Monopólio do Poder político e
econômico do rei;
. Dinastia de Avis: D. Afonso V, D.
JoãoII,
D. Manuel, o Venturoso
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Contexto histórico em Portugal
• Grandes navegações no reinado de D.
Manuel, o Venturoso:
– Vasco da Gama chega às Índias (1498);
– Cabral chega ao Brasil (1500);
– Fernão de Magalhães circunavega a
Terra (1520).

• Reinado próspero de D. Sebastião, até sua


morte na batalha de Alcácer-Quibir (1578). D. Sebastião

• Breve período de solidez da monarquia


nacional portuguesa.

• Ambiente de ufanismo patriótico.


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O Renascimento em Portugal
• 1527: Sá de Miranda regressa da Itália trazendo o dolce
stil nuovo, o novo estilo literário cultivado pelos poetas
italianos:
– Versos decassílabos;
– Poemas de forma fixa, principalmente o soneto.

• Em Portugal, não ocorre um Renascimento típico, devido


à forte influência da Inquisição católica na península
Ibérica.

• Assim como o Humanismo, também o Classicismo


português foi uma época bifronte, pois o espírito medieval
não foi totalmente abandonado.
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O Renascimento em Portugal
No Classicismo português, convivem duas
formas de poesia lírica:

– uma medieval, popular, feita em versos


redondilhos, ou seja, de 5 ou 7 sílabas poéticas
(MEDIDA VELHA).

– outra clássica, tipicamente renascentista, expressa


em versos decassílabos (MEDIDA NOVA).

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• Classicismo
*Racionalismo;
*Universalismo;
*Imitação dos clássicos;
*Perfeição formal;
*Presença da mitologia;
*Equilíbrio.
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Luiz Vaz de Camões
• * Lisboa? (1525) † Lisboa (1580)
• Ruivo, elegante, repentista, boêmio,
espadachim exímio, muito bem aceito
pelas damas de seu tempo;
• Foi expulso de Portugal, entre outros
motivos, por seu envolvimento com D.
Caterina de Ataíde (“Natércia”), dama
da rainha D. Catarina – envolvimento
esse transformado em peça teatral por
Machado de Assis (“Tu, só tu, puro
amor”);
Retrato de Camões feito em
• Em 1547, perdeu o olho direito numa Goa pouco depois de sua
morte
batalha contra os mouros em Ceuta
(Marrocos);
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Luiz Vaz de Camões
• Caolho, porém convencido, retornou à corte lisboeta em 1550;

• Por seu comportamento de boêmio e valentão, ganhou os


apelidos de Trinca-Fortes e Diabo Zarolho;

• Em 1553, partiu numa aventura para as Índias, a fim de


refazer a rota de Vasco da Gama;

• Esteve em Goa (Índia) e Macau (China), onde exerceu


importantes cargos administrativos e, segundo a tradição,
apaixonou-se pela chinesa Dinamene;

• Durante esse período, escreve a maior parte dOs Lusíadas;

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Luiz Vaz de Camões
• Em 1559, foi levado preso a Goa, acusado de
irregularidades administrativas, mas, na viagem, sofreu um
naufrágio junto ao rio Mekong, quando provavelmente teria
morrido Dinamene;

• Absolvido, foi para Málaca, onde serviu a convidados um


“banquete de trovas”: sob os pratos, os comensais acharam
trovas, em vez de receber comida;

• De 1567 a 1569, viveu em Moçambique;

• Em 1569, regressa a Lisboa, vivendo na miséria e


alimentando-se com o favor de amigos;

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Luiz Vaz de Camões
• Publica (1572) Os Lusíadas, com auxílio do rei D. Sebastião;

• Apesar de ganhar do rei uma aposentadoria, morreu em


miséria em 1580, logo após o desastre militar de Alcácer-
Quibir, em que morreu o rei (1578) e a coroa portuguesa foi
parar nas mãos de Filipe II da Espanha (1580).

• “Não me contentei em morrer em minha pátria, mas


também com ela” (Camões).

• Camões quase sempre é representado com uma pena na


mão direita e uma espada na esquerda, o que representa a
fusão única, observada em sua vida, da cultura literária com a
experiência pessoal, o que dá uma expressividade
incomparável a seus versos.
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Obra literária de Camões
• Teatro: Autos
– El-Rei Seleuco
– Filodemo
– Anfitriões

• Poesia lírica:
– Poesia em medida velha
– Poesia em medida nova

• Poesia épica: Os Lusíadas Camões na prisão

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Poesia camoniana em medida velha
• Feita na juventude de Camões, à moda do
Cancioneiro Geral de Garcia de Resende
• Versos redondilhos (5 ou 7 sílabas):
tradição popular, medieval, ao gosto do
público palaciano
• Poemas de mote glosado
• Poesias leves, brincalhonas, feitas para a
recitação na corte
Mais antigo retrato de
• Camões inova a medida velha ao Camões
demonstrar sua no manuseio das
palavras, explorando sua ambigüidade
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Mote 20
Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha

Voltas
Perdigão, que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena no tormento.
Poesia
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha: camoniana
Não há mal que lhe não venha...
em medida velha
Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado,
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre...
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha!
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Mote 21
Perdigão perdeu a pena
Não há mal que lhe não venha

Voltas
Perdigão, que o pensamento
Subiu a um alto lugar,
Perde a pena do voar,
Ganha a pena no tormento.
Poesia
Não tem no ar nem no vento
Asas com que se sustenha: camoniana
Não há mal que lhe não venha...
em medida velha
Quis voar a uma alta torre,
Mas achou-se desasado,
E, vendo-se depenado,
De puro penado morre...
Se a queixumes se socorre,
Lança no fogo mais lenha:
Não há mal que lhe não venha!
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Poesia camoniana em medida nova
• Parcela mais densa e perfeita da lírica
madura de Camões
• Versos decassílabos (10 sílabas)
• Uso das formas fixas do Classicismo:
sonetos, principalmente (2 quartetos e 2
dois tercetos)
• Grande mestre do soneto em língua
portuguesa
• Equilíbrio entre o refinamento da razão
e a sensibilidade amorosa e existencial
do poeta
• Camões: “poeta-filósofo”
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Principais temas da lírica clássica camoniana: 23

• Neoplatonismo: influência do pensamento de


Platão, segundo o qual o mundo presente é apenas
sombra da realidade existente no Hiperurânio, ou
Mundo das Idéias – idealização da mulher, da
vida futura; substantívos com iniciais maiúsculas
(alusão às “Idéias-em-si” de Platão).
• Paradoxo do amor: caráter simultaneamente
doloroso e prazeroso do amor; conflito entre o amor
sexual e o amor espiritual; divinização do amor
humano.
• Desconcerto do mundo: não-correspondência entre
os anseios, os valores e a realidade objetiva.
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Amor é o fogo que arde sem se ver


Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer. Poesia
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
camoniana
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
em
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade. medida nova
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

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Os Lusíadas
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Poesia épica – “Os Lusíadas”
• Assunto central: a viagem de
Vasco da Gama às Índias.

• O herói simboliza todo o povo


português, exaltando as
conquistas ultramarinas e os
ideais expansionistas da
Monarquia Lusitana.

• Culto ao ser humano enquanto


herói, capaz de superar
quaisquer desafios para
superar-se a si mesmo.
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Poesia épica – “Os Lusíadas”
Camões mescla harmoniosamente:
• a mentalidade expansionista da Renascença e o
conservadorismo feudal, representado no episódio do Velho
do Restelo
• o tom épico (feitos heróicos) ao tom lírico (amor trágico de
Inês de Castro)
• a objetividade nas descrições da natureza e no vocabulário
técnico (naval, literário, geográfico, histórico) e a
subjetividade dos comentários e das reflexões filosóficas do
narrador
• o ufanismo patriótico (exaltação de Portugal) e o espírito
crítico em relação às políticas expansionistas portuguesa
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Poesia épica – “Os Lusíadas”
Estrutura da obra:
• O poema encontra-se dividido em 10 cantos.
• São ao todo 1.102 estrofes, de 8 versos cada
(oitavas).
• Usa-se o esquema de oitava-rima
(ABABABCC).
• Todos os versos são decassílabos.
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Poesia épica – “Os Lusíadas”
As armas e os barões assinalados,

Que da Ocidental praia Lusitana,

Por mares nunca dantes navegados,

Passaram ainda além da Taprobana.

E em perigos e guerras esforçados

Mais do que prometia a força humana,

E entre gente remota edificaram

Novo Reino, que tanto sublimaram;


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Poesia épica – “Os Lusíadas”
As/ ar/ mas/ e os/ ba/ rões/ as/ si/ na/ LA /dos, A

Que/ da O/ ci/ den/ tal/ prai/ a / Lu/ si/ TA/ na, B

Por/ ma/ res/ nun/ ca/ dan/ tes/ na/ ve/ GA/ dos, A

Pas/ sa/ ram a/ in/ da a/ lém/ da/ Ta/ pro/ BA/ na. B

E em/ pe/ ri/ gos/ e/ guer/ ras/ es/ for/ ÇA/ dos A

Mais/ do/ que/ pro/ me/ ti/ a a/ for/ ça hu/ MA/ na, B

E en/ tre/ gen/ te/ re/ mo/ ta e/ di/ fi/ CA/ ram C

No/ vo/ Rei/ no,/ que/ tan/ to/ su/ bli/ MA/ ram; C
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Partes de “Os Lusíadas”
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• Proposição: apresentação do assunto do poema


(Canto I, estrofes 1-3)
• Invocação: pedido de inspiração às musas;
Camões faz esse pedido às Tágides, ninfas do rio
Tejo, e a Calíope, musa grega da poesia épica (I,
4-5)

• Dedicatória: ao “rei-menino” D. Sebastião (I, 6-18)

• Narração: viagem de Vasco da Gama às Índias,


narrativa da história de Portugal, intervenções dos
deuses do Olimpo (I,19 – X,144) D. Sebastião

• Epílogo: lamentações e críticas do poeta com


relação ao futuro de Portugal, uma previsão da
queda da monarquia lusitana em 1580 (X, 145-
156) Prof. Márcio Durans
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Viagem de Vasco da Gama 32

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Resumo dos 10 cantos
Cantos I e II
Convocados por Júpiter, os deuses do Olimpo se
reúnem para decidir o destino dos novos
argonautas – os portugueses. A posição de Baco
é contrária, porque teme que eles superem os
seus feitos no Oriente. Já Vênus e depois Marte
tomam a defesa dos lusos.
Disfarçado em um velho sábio, Baco instiga o
governador de Moçambique contra os
portugueses, o qual lhes prepara uma armadilha.
Graças à ajuda de Mercúrio, Vênus e das
Nereidas (ninfas do mar), Vasco da Gama escapa
do perigo e chega a Melinde. Agradece ao Deus Vênus ao espelho
cristão, mas é Vênus quem ouve suas preces e Tiziano
intercede junto a Júpiter por seus protegidos.
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Resumo dos 10 cantos
Canto III
São e salvo, Vasco da Gama conta ao rei de
Melinde a história de Portugal, desde o
primeiro herói, Viriato, que resistiu à
dominação romana, até o episódio de Inês de
Castro, “que depois de ser morta foi rainha”.

Canto IV
Vasco da Gama prossegue a narrativa, falando
da ascensão da casa de Avis e do
protagonismo naval do rei D. Manuel I, que o
enviou em direção às Índias. Na partida das Cena do
naus da praia de Belém, o Velho do Restelo Velho do Restelo
faz advertências conservadoras sobre a
pretensão imperialista dos portugueses.
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Resumo dos 10 cantos
Canto V
Vasco da Gama conclui a narrativa falando da
partida da esquadra e das maravilhas e perigos
encontrados pelo caminho: o Cruzeiro do Sul, o
fogo-de-santelmo, a tromba marítima e o
episódio cômico de Fernão Veloso. Na travessia
do Cabo das Tormentas, a esquadra se depara
com o gigante Adamastor, símbolo do domínio do
homem sobre o medo e sobre a natureza.

Canto VI
Os portugueses são novamente atacados por
Baco e defendido por Vênus e pelas nereidas. O
marinheiro Veloso entretém os companheiros Gigante Adamastor
com a história dos Doze de Inglaterra.
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Resumo dos 10 cantos
Cantos VII e VIII
Chegando a Calicute, na Índia, Vasco da Gama
faz contato com as autoridades locais. O samorim
(=rei) pede ao catual (=governador) que receba os
navegadores. Em visita à esquadra, o catual
interroga Paulo da Gama, irmão do capitão, sobre
o significado das figuras na bandeira portuguesa.
Paulo conta-lhe os feitos dos heróis da pátria.
Incitados por Baco, os conselheiros muçulmanos
do samorim exigem que os portugueses sejam
feitos prisioneiros. A esquadra lusitana só é liberta
após oferecer ao catual mercadorias européias
Representação de
em troca de sua liberdade.
Brahma, divindade do
Hinduísmo
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Resumo dos 10 cantos
Cantos IX e X
Auxiliado por uma esquadra que havia ficado para trás na viagem, Vasco da
Gama consegue virar o jogo a seu favor. Aprisiona algumas autoridades
indianas e exige em troca mercadorias da terra e prisioneiros, para que possa
provar em Portugal sua chegada à Índia.
Em regresso a Lisboa, os heróis se detém na Ilha dos Amores, onde Vênus
prepara uma ilha paradisíaca em que os marinheiros possam se entreter com
as nereidas. Por meio dessa diversão erótica com as ninfas mitológicas, os
navegadores experimentam a imortalidade divina. Após um banquete, a ninfa
Sirena anuncia as futuras conquistas portuguesas. Tétis conduz Vasco da
Gama a um alto lugar e mostra a ele a Máquina do Mundo (miniatura do
sistema solar segundo o modelo geocêntrico). Ela mostra a Gama onde os
portugueses ainda se farão presentes, incluindo o Brasil. Na estrofe 144 do
Canto X, os portugueses já se encontram de volta em Lisboa.

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