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Histórico
Lisboa nasceu de uma "citânia" localizada a norte do atual castelo de S. Jorge. Este seria um
dos muitos núcleos humanos desenvolvidos no período pré-histórico. Através da ação
povoadora dos romanos (195 a.C.) e inerente desenvolvimento socioeconómico, em breve
lhe seria atribuída a classificação de "município", usufruindo do seu equipamento urbano:
monumentos, teatros, termas.
Existia um cruzamento de quatro estradas da rede viária romana : três para Mérida e uma
para Bracara (Braga). A sua característica de "opidum", onde os romanos centram a sua
defesa estratégica, resulta do reflexo do terreno por um lado, e da proteção natural perante
o estuário do Tejo e o braço deste rio que então se desenvolvia a ocidente e penetrava
profundamente no território. Olíssipo (começou assim por se designar a cidade)
caracterizava-se pela existência de um núcleo de população fixa defendida pelos soldados.
Nos seus arrabaldes foi-se agregando um bom número de famílias cultivadoras da terra que,
em troco de pão, fruta, vinho, legumes e gado, recebiam proteção e defesa. A crise do
séc.III, que minava e fragilizava a sociedade romana, tem os seus reflexos em toda a
Península Ibérica.
As sucessivas invasões de novos povos, quer germanos em 500 d.C. (visigodos, suevos), quer
árabes em 700 d.C., transformam a fisionomia da população. Devido ao clima de
insegurança e de guerra, a cidade adquire uma feição muito peculiar: fortaleza onde se
refugiam os habitantes fugidos do avanço dos exércitos cristãos. É uma população de ricos
proprietários agrícolas e comerciantes, que se transferem para o interior das muralhas e
constroem uma cidade opulentíssima pelo trato e mercancia dos portos de África e Ásia.
No período da Reconquista Cristã, Lisboa muçulmana é uma cidade cobiçada e várias vezes
atacada e ocupada pelos exércitos cristãos (ocupação por Castela em 1000 d.C.). Lisboa era
então o mais opulento centro comercial de toda a África e de uma grande parte da Europa. É
abundante de todas as mercadorias; tem ouro e prata e muitos artesãos para trabalha-los.
Nada há nela inculto ou estéril; antes, os seus campos são bons para toda a cultura...os seus
ares são saudáveis, e há na cidade banhos quentes. ... o alto do monte é cingido por uma
muralha circular, e os muros da cidade descem pela encosta, à direita e à esquerda, até à
margem do Tejo.
Primeira Dinastia
O braço do rio desaparece definitivamente no séc. XIII . D. Fernando, então Rei de Portugal,
perante as ameaças de Castela (Espanha), cria uma nova muralha de defesa designada por
"Cerca Nova"(1373-75). Dos 16 Ha do período mourisco a nova cidade passa para 101,65 Ha
ou seja 6,5 vezes maior. A fixação definitiva da capital do reino, e portanto da corte, dá-se
no reinado de Afonso III. Lisboa é então o núcleo de um importante sistema económico de
trocas, localizando-se as pequenas propriedades em que predomina a cultura hortícola, na
proximidade imediata, facto que poderá ter influenciado a localização dos dois mercados
centrais de hortaliças: Praça da Figueira e Praça da Ribeira .
Segunda e Terceira Dinastia
D. João I , Rei de Portugal, cria a primeira urbanização na colina do Carmo (1400). Pretendia
assim dar satisfação às necessidades de uma população sempre crescente, expropriando
para tal os campos. A corte de D. Manuel I abandona o castelo e fixa o Paço Real no Terreiro
do Paço, onde se centrou toda a vida comercial da cidade (1500). Nesta altura surge no
Bairro Alto o primeiro loteamento (renascentista) que transforma hortas e pomares em ruas
e casario, crescendo repentinamente como bairro popular, embora posteriormente se
transformasse numa zona onde a aristocracia viria a construir os seus palacetes. O Bairro
Alto marca a passagem do séc. XVI para XVII na vida urbana de Lisboa e a aquisição de uma
consciência urbanística e arquitectónica.
Terramoto de 1755
Por ser Dia de Todos os Santos, as igrejas estavam iluminadas com velas e as casas com as
lareiras das cozinhas acesas para preparar as refeições, o que provocou um incêndio em
toda a cidade que demorou uma semana a ser extinto. Surgiu ainda uma onda gigante,
consequência do movimento das placas tectónicas, que terá atingido cerca de 20 metros e
inundou grande parte do centro da cidade.
Dois terços da cidade ficou totalmente destruída e apenas algumas centenas de edifícios
ficaram intactos. Estima-se que certa de 20 mil pessoas terão morrido diretamente pelos
efeitos do terramoto, mas outras ficaram feridas, doentes ou vetadas à pobreza pelo caos
em que se instalou na cidade.
O terramoto foi também um evento importantíssimo para a Europa por ter sido o primeiro
evento global relatado. Muitos eram os mercadores, embaixadores e comerciantes que
viviam ou estavam em Lisboa temporariamente e apressaram-se a relatar por carta o que se
passava, fazendo com que em todo o mundo (pelas colónias) se soubesse da notícia. Estes
relatos também ajudaram a definir com precisão factos importantes para os cientistas
começarem a estudar este fenómeno, o surgimento dos sismos e o seu impacto alargado,
dado origem à sismologia.
Muitos filósofos e pensadores escreveram sobre o terramoto de Lisboa, como Voltaire ou
Thomas Moore, , inspirando desenvolvimentos significativos no domínio da teodiceia e da
filosofia do sublime.
Reconstrução da cidade
O seu principal impulsionador foi Marquês de Pombal, o Primeiro Ministro do Rei D. José,
coadjuvado pelos arquitetos e engenheiros, Manuel da Maia, Eugénio dos Santos e Carlos
Mardel. O plano, sem dúvida inovador, baseia-se numa direção planificada de ruas
alinhadas, cujas opções arquitectónicas assentam em regulamentos de construção, tendo
em atenção conceitos básicos de resistência às ações sísmicas, nascendo assim o primeiro
plano antissísmico do mundo. Até os elementos decorativos, como as floreiras, obedeciam a
regras muito restritas de uniformização.
A partir de 1780 aparece a iluminação pública da cidade e em 1801 as ruas passam a ter o
nome afixado.
Evolução Pós-Pombalina
Os limites da cidade são então sucessivamente alargados sempre em "círculos" com centro
na zona da Baixa. O traçado das ruas obedecia a critérios resultantes da procura de
habitação. A construção do Teatro Nacional D. Maria II ( 1843-46), do Arq. F. Lodi, em pleno
Rossio Pombalino, com características neoclássicas, é uma ruptura com o período anterior.
Surge um novo espírito de renovação e novos ideais estéticos. Aparecem jardins novos: S.
Pedro de Alcântara, Estrela, Príncipe Real, bem como a plantação de árvores no Rossio.
Surge assim uma visão naturalista. O "Passeio Público" gera uma avenida e o rompimento
das perspectivas de desenvolvimento da cidade de uma forma nuclear rádio-concêntrica, é
absolutamente inovador. Um novo eixo de desenvolvimento seguir-se-ia à Avenida da
Liberdade com a abertura da Rua Fontes Pereira de Melo que levou a expansão da cidade
desde o Parque da Liberdade (hoje Eduardo VII) até ao Campo Grande, passando pela
Rotunda de Picoas, Avenida Ressano Garcia (Av. República) e toda a planificação das ruas
adjacentes, paralelas e perpendiculares num desenvolvimento ortogonal. Era o plano
Frederico Ressano Garcia, engenheiro do município. Nascem as designadas "Avenidas
Novas", que definem o grande desafogo urbanístico da cidade de hoje.
Época Contemporânea
Depois da Ia Guerra Mundial, preenchem-se as malhas vazias resultantes dos traçados dos
eixos das novas avenidas. A Avenida da Liberdade apresenta-se inequivocamente como eixo
primordial da nova cidade. Aparecem então edifícios como o Hotel Palace e o Palácio de
Castelo Melhor (Foz). O estilo Arte Nova (tardio) revela-se em obras como o Cinema Tivoli
do Arquiteto Raul Lino, o Eden Teatro e o Hotel Vitória do Arquiteto Cassiano Branco.
Surgem novos bairros com imóveis de rendimento, ocupados por uma classe média em
expansão. Foi consequência da destruição da maior parte do património da burguesia e
nobreza com o terramoto, que procurou novas formas de sustento no arrendamento de
parcelas de prédios. A partir da década de 30 o arquiteto começa a ter uma maior
intervenção na construção de edifícios novos. É desta época a abertura da Alameda D.
Afonso Henriques.
Com Duarte Pacheco, Presidente da Câmara e posteriormente Ministro das Obras Públicas
(1930- 43) constroem-se novos bairros assumidamente desenhados pelos novos urbanistas
de ruas largas e homogeneidade do desenho das fachadas, (vulgarmente designados de
estilo Português Suave). Sob a sua orientação, o Município decide-se pela criação de um
parque verde em Monsanto. Atravessado por uma autoestrada que liga Lisboa ao Estádio
Nacional é feita a arborização do parque instituindo um sistema jurídico de expropriação dos
terrenos especialmente para esse efeito. Reconhecia-se então que um plano de urbanização
para a cidade teria de envolver um programa de criação de parques e jardins, não só como
fundamento de beleza dos seus frequentadores, mas também como reserva de ar puro
imprescindível à vida na cidade. É com este governante que o carro se torna imprescindível
na cidade, com aumento das distâncias das habitações ao centro e com a construção de
vias-rápidas e autoestradas.
Monumentos
Mosteiro dos Jerónimos
O seu nome deriva do facto de ter sido entregue à Ordem de São Jerónimo, nele
estabelecida até 1834. Sobreviveu ao sismo de 1755 mas foi danificado pelas tropas
invasoras francesas enviadas por Napoleão Bonaparte no início do século XIX.
Inclui, entre outros, os túmulos dos reis D. Manuel I e sua mulher, D. Maria, D. João III e sua
mulher D. Catarina, D. Sebastião e D. Henrique e ainda os de Vasco da Gama, de Luís Vaz de
Camões, de Alexandre Herculano e de Fernando Pessoa.
Localizada na margem direita do rio Tejo, onde existiu outrora a praia de Belém e
inicialmente cercada pelas águas em todo o seu perímetro, progressivamente foi envolvida
pela praia, até se incorporar hoje à terra firme, a Torre de Belém é um dos maiores ex-libris
de Portugal.
Parte da sua beleza reside na decoração exterior, adornada com cordas e nós esculpidas em
pedra, galerias abertas, torres de vigia no estilo mourisco e ameias em forma de escudos
decoradas com esferas armilares, a cruz da Ordem de Cristo e elementos naturalistas, como
um rinoceronte, alusivos às navegações.
O interior manuelino austero, por baixo do terraço, que serviu como armaria e prisão, é
muito austero. A sua estrutura compõe-se de dois elementos principais: a torre e o baluarte.
Nos ângulos do terraço da torre e do baluarte, sobressaem guaritas cilíndricas coroadas por
cúpulas de gomos, ricamente decoradas em cantaria de pedra. A torre quadrangular, de
tradição medieval, eleva-se em cinco pavimentos acima do baluarte.
Horários: Outubro a Abril: Das 10h00 às 17h30 (última entrada às 17h00); Maio a Setembro:
Das 10h00 às 18h30 (última entrada às 17h00). Encerrado: Segundas-feiras e nos dias 1 de
Janeiro, Domingo de Páscoa, 1 de Maio, 13 de Junho e 25 de Dezembro
Preço: Bilhete individual 6 euros; Família (2 Adultos e 2 crianças < 18 anos) 20 euros.
Sé de Lisboa
Construída, ao que tudo indica, sobre a antiga mesquita muçulmana, o primeiro impulso
edificador da Sé de Lisboa deu-se entre 1147, data da Reconquista da cidade, e os primeiros
anos do século XIII, projeto em que se adoptou um esquema idêntico ao da Sé de Coimbra,
com três naves, trifólio sobre as naves laterais, transepto saliente e cabeceira tripartida. Nos
séculos seguintes deram-se as transformações mais marcantes, com a construção da Capela
de Bartolomeu Joanes, do lado Norte da entrada principal, o claustro Dionísio, que apesar da
sua planta irregular se inclui na tipologia de claustros góticos portugueses e, especialmente,
a nova cabeceira com deambulatório, mandada construir por D. Afonso IV para seu panteão
familiar.
Na Capela de santo Ildefonso pode ver-se o sarcófago do século XIV de Lopo Fernandes
Pacheco, companheiro de armas de D. Afonso IV, e da sua esposa Maria Vilalobos.O túmulo
está esculpido com a figura barbuda do nobre, de espada na mão, e da esposa, com um livro
de orações e os cães sentados a seus pés. Na capela adjacente estão os túmulos de D.
Afonso IV e da esposa D. Beatriz.
O claustro gótico a que se chega pela terceira capela da charola, tem duplos arcos elegantes
com belos capitéis esculpidos. Uma das capelas ainda exibe um portão de ferro forjado do
século XIII. Nos Claustros, as escavações arqueológicas revelaram vestígios romanos e
outros.
À esquerda da entrada a capela franciscana contém a pia onde o santo foi baptizado em
1195, e está decorada com azulejos que representam Santo António a pregar aos peixes. Na
capela adjacente existe um Presépio barroco feito de cortiça, madeira e terracota atribuído
à escola de formação de Machado de Castro.
O tesouro encontra-se no topo da escadaria, à direita. Abriga uma variada coleção de pratas,
trajes eclesiásticos, estatuária, manuscritos iluminados e relíquias associadas a São Vicente.
A peça mais preciosa da catedral é a arca que contém os restos mortais do santo,
transferidos do Cabo de São Vicente para Lisboa em 1173. A lenda diz que dois corvos
sagrados mantiveram uma vigília permanente sobre o barco que transportava as relíquias.
Os corvos e o barco tornaram-se no símbolo da cidade de Lisboa. Diz-se também que os
descendentes dos dois corvos originais viviam nos claustros da catedral.
Horários: Igreja - 09h00 – 19h00 Claustro: 10h00 – 18h00 (Verão); 10h00 – 17h00 (Inverno).
Missa: Domingo (11:30 e 19:00); Terça a Sábado (18:30)
Preço: Entrada grátis na Igreja; O claustro e o Tesouro é pago
Panteão Nacional
Foi Fundado na 2ª metade do século XVI, o edifício foi totalmente reconstruído em finais de
Seiscentos pelo arquiteto João Antunes; embora nunca chegasse a abrir ao culto, conserva,
sob a cúpula moderna, o espaço majestoso da nave, animada pela decoração de mármores
coloridos, característica da arquitetura barroca portuguesa. Elemento referencial no perfil
da cidade e oferecendo pontos de vista privilegiados sobre a zona histórica da cidade e
sobre o rio Tejo, está classificado como Monumento Nacional.
O templo passou a ter a função de Panteão a partir de 1916. Entre as personagens ilustres
que aí estão sepultadas, encontramos Amália Rodrigues, Marechal Humberto Delgado os
restos mortais dos escritores Aquilino Ribeiro, João de Deus, Almeida Garrett, Guerra
Junqueiro e os Presidentes da República portugueses Manuel de Arriaga, Teófilo Braga,
Sidónio Pais e Óscar Carmona estão também aí sepultados. São também evocados no
Panteão Nacional, através de cenotáfios, as personalidades de Luís de Camões, Pedro
Álvares Cabral, Afonso de Albuquerque, Nuno Álvares Pereira, Vasco da Gama e do Infante
D. Henrique, ainda que os seus corpos aí não estejam presentes.
Horários: Maio a setembro, das 10h00 às 18h00 (última entrada às 17h40). Outubro a abril,
das 10h00 às 17h00 (última entrada às 16h40). Encerrado: Segunda–feira, 1 de Janeiro,
domingo de Páscoa, 1 de Maio, 13 de junho, 24 e 25 de dezembro
Preço: bilhete individual 4€; 1º domingo de cada mês é grátis
Implantado no local onde a família real portuguesa construiu a "Real Barraca" após o
terramoto de 1755, assim designada por ser de madeira, o Palácio da Ajuda iniciou-se em
1795 segundo um projeto de Manuel Caetano de Sousa. Pouco depois o plano sofreria uma
evolução significativa, com a introdução da estética neoclássica e as novas formulações dos
arquitetos Francisco Xavier Fabri e José da Costa e Silva. Apesar da magnificência do plano e
dos avultados recursos financeiros, o Palácio foi habitado com muitas interrupções, até que
D. Luís aqui se instalou definitivamente. Sua mulher, D. Maria Pia de Sabóia, empreendeu
então obras de atualização estética, contratando para tal Joaquim Possidónio Narciso da
Silva, que dotou o Palácio de novos espaços exóticos e outros de carácter funcional.
Situada bem no centro da bonita cidade de Lisboa, junto à Praça do Rossio, a Igreja de São
Domingos data do século XIII, sendo famosa por albergar no seu interior parte do lenço da
pastorinha Lúcia e o terço da pastorinha Jacinta, usados por elas quando se deu o milagre do
sol, no dia 13 de Maio de 1917.
A Igreja viu lançada a primeira pedra no ano de 1241, e desde então sofreu sucessivas
campanhas de restauro e ampliação.
O seu estilo arquitectónico é, pois, uma mescla dos
diferentes períodos e influências que a moldaram, entre as quais em 1748 com a reforma da
capela-mor pelo Arquiteto Ludovice, e posteriormente a obra de reconstrução de Manuel
Caetano Sousa, bem como as obras de reconstrução após o grande incêndio de 1959.
Sobressaem, pois, elementos Maneiristas e Barrocos, entre outros menos notórios.
A Igreja de São Domingos foi modelo para as Igrejas Pombalinas, nomeadamente pela
grandiosidade espacial, e pelo traço de Ludovice.
Era desta Igreja que saíam em procissão os condenados à fogueira da Inquisição, e onde se
celebraram alguns dos importantes casamentos e batizados Reais.
Cerca de 93 mil judeus refugiaram-se em Portugal nos anos que se seguiram à sua expulsão
de Espanha em 1492 pelos reis católicos. D. Manuel I mostrou-se mais tolerante com a
comunidade judaica, mas, sob a pressão de Espanha, também em Portugal, a partir de 1497,
os judeus foram forçados a converterem-se para não serem mais humilhados e mortos em
praças públicas, apesar de simultaneamente poderem continuar a praticar e segredo os seus
rituais litúrgicos com a conivência do rei. Foi-lhes dado um período de 40 anos para
completarem a sua formação católica e converterem-se, o que equivalia à esperança media
de vida na altura e, logo, não seria necessária a conversão.
A historiografia situa o início da matança no Convento de São Domingos de Lisboa, no dia 19
de abril de 1506, um domingo, quando os fiéis rezavam pelo fim da seca e da peste que
tomavam Portugal, e alguém jurou ter visto no altar o rosto de Cristo iluminado —
fenômeno que, para os católicos presentes, só poderia ser interpretado como uma
mensagem de misericórdia do Messias - um milagre.
No Massacre de Lisboa de 1506, também conhecido como Pogrom de Lisboa ou Matança da
Páscoa de 1506, uma multidão perseguiu, violou, torturou e matou centenas de judeus
(mais de 4000, segundo o relato contemporâneo de Garcia de Resende), acusados de serem
a causa de uma seca, fome e peste que assolavam o país. Depois deste acontecimento, a
maioria da comunidade judaica fugiu de Portugal para Holanda, Inglaterra e Rússia.
Hoje, no Largo de São Domingos, encontra-se um monumento à tolerância religiosa e
plantada uma oliveira (símbolo da paz intemporal) trazida de Israel.
Basílica da Estrela
Em 1760, a princesa herdeira D. Maria Francisca, futura rainha D. Maria I, fez um voto no dia
do seu casamento de que no caso de ter um filho varão, que veio a nascer em 1761,
procederia à construção de um convento para as religiosas Carmelitas Descalças.
Em 1777, após a morte de D. José I, D. Maria I escolheu o local conhecido por Casal da
Estrela, propriedade da Casa do Infantado, para a construção da basílica e chamou Mateus
Vicente de Oliveira para a projetar, cuja planta é aprovada em 1779.
Porém, em Março de
1785, com a morte de Mateus Vicente, Reinaldo Manuel introduziu algumas alterações no
projeto do seu antecessor, e de uma igreja que inicialmente se apresentava sóbria e simples
resultou um edifício mais elaborado e ornamentado à semelhança do Convento de Mafra.
É uma das mais brilhantes realizações do Barroco tardio, com inclusão de elementos já
neoclássicos. A Basílica da Estrela é o próprio panteão da D. Maria I, a única rainha da
Dinastia de Bragança que não está sepultada no Mosteiro de São Vicente de Fora.
Atualmente as ruínas são sede do Museu Arqueológico do Carmo pois aqui localizou-se uma
mina romana e os vestígios são essenciais para compreender a dinâmica social e económica
desse período.
Horário: 10h00-19h00 (Maio a Setembro);10h00-18h00 (Outubro a Abril) (encerra ao
Domingo)
Preço: 3,5 euros normal e 2,5 para estudantes e reformados.
Elevador de Santa Justa e Miradouro
Abriu em 1902, altura em que funcionava a vapor, e em 1907 começou a trabalhar a energia
eléctrica, sendo o único elevador vertical em Lisboa a prestar um serviço público. Feito
inteiramente de ferro fundido e enriquecido com trabalhos em filigrana, o elevador dentro
da torre sobe 45 metros e leva 45 pessoas em cada uma das duas cabines.
A bilheteira localiza-se por trás da torre, nos degraus da Rua do Carmo. Os passageiros
podem subir ou descer pelo elevador dentro de duas elegantes cabinas de madeira com
acessórios de latão.
No topo conta com vistas magníficas sobre o centro de Lisboa e o Rio
Tejo.
Horário: Verão (1 junho a 30 setembro) : 7:00 - 23:00 horas (todos os dias); Inverno (outubro
a maio): 7:00 - 22:00 horas (todos os dias).
Preço: 5,00€ (adquirido a bordo, válido até 2 viagens, inclui acesso ao Miradouro); Cartão
Lisboa Viva, 7Colinas ou Viva Viagem, carregados com títulos válidos na CARRIS não
necessitam de comprar bilhete; Bilhetes dos circuitos Yellow Bus e Lisboa Card já incluem.
Miradouro: 8:30 - 20:30 horas Apenas para ir ao Miradouro é 1,5 euros.
Igreja de Santo António
A Igreja de Santo António é um dos marcos religiosos da cidade de Lisboa, por se encontrar
no local onde se diz ter vivido Santo António, de seu nome Fernando de Bulhão, o Santo
Popular padroeiro de Lisboa, existindo também anexo, um Museu que celebra o Santo.
O atual templo foi edificado entre 1767 e 1787, após os grandes danos que o templo
anterior sofreu com o grande terramoto de 1755, de acordo com o projeto do muito
conceituado Arquiteto Mateus Vicente de Oliveira. Hoje em dia do templo original resta
apenas a cripta, com entrada pela sacristia.
Diz-se que a reconstrução foi possível devido a um do peditório realizado pelas crianças em
honra a Santo António, provindo desde aí a tradição popular da “esmolinha para o Santo
António”.
Horário: Segunda a Sexta-feira: 8.00 às 19.00 horas; Sábados, Domingos e Dias Santos: 8.00
às 19.45 horas. Horário das Missas: De 2ª a 6ª feira: 11.00 e 17.00 horas; Sábados,
Domingos, vespertinas e Dias Santos: 11.00, 17.00 e 19.00 horas
Preço: Grátis a entrada na Igreja
Padrão dos Descobrimentos
O edifício primitivo do Padrão dos Descobrimentos que Cottinelli Telmo esboçou e Leitão de
Barros e Leopoldo de Almeida deram forma mental e plástica, foi erguido em 1940 por
ocasião da Exposição do Mundo Português. Portugal, por ser uma ditadura, não participava
na maioria das organizações internacional, nomeadamente na rota das exposições mundiais.
Por isso, esta exposição nasce como forma de contornar internamente essa situação,
reunindo num evento sobre o império colonial português.
Originalmente, era constituído, na sua parte arquitectónica, por uma leve estrutura de ferro
e cimento, sendo em estafe a composição escultórica formada por 33 figuras, tendo como
figura máxima o Infante D. Henrique.
Horário: Verão (Março a Setembro) 10h00 às 19h00 -Todos os Dias (Última Admissão:
18h30); Inverno (Outubro a Fevereiro) - 10h00 às 18h00 - Terça a Domingo (Última
Admissão: 17h30). Encerrado nos dias: 1 de Janeiro; 1 de Maio; 25 de Dezembro
Preço: Bilhete simples 4 euros, bilhete reduzido 2 euros.
A legendária Igreja de São Roque situa-se em pleno Bairro Alto, no Largo Trindade Coelho,
também conhecido por Largo da Santa Casa, em pleno centro histórico da cosmopolita
Lisboa.
A Igreja começou a ser construída em 1506, junto a um cemitério onde eram enterrados os
que morriam de peste, situado já fora das muralhas da cidade, e dedicada a São Roque,
protetor da peste.
Aqui se institui a Irmandade de São Roque, com estatutos próprios, e em
1553 instala-se a Companhia de Jesus que edifica sobre a construção anterior a estrutura
visível hoje em dia, mantendo a Capela de São Roque no interior.
A Igreja, de acordo com a tipologia jesuíta apresenta uma fachada sóbria e austera, e um
amplo e rico espaço interior, Maneirista, composto por oito capelas, agrupadas quatro a
quatro, profusamente decorada a talha dourada e mármore, dada a proteção do
magnânimo Rei D. João V.
A construção inicial do século XVI foi muito destruída com o grande terramoto de 1755,
sendo o edifício atual o resultado de alguns trabalhos de restauro e conservação ao longo
dos séculos.
A bonita Igreja alberga um interessante Portal Manuelino com os brasões do
rei D. João II e de D. Leonor, contudo o corpo da Igreja data já do século XVIII, encontrando-
se revestida por azulejos barrocos azuis e brancos e decorada com talha dourada.
O Convento alberga ainda a bonita Capela Árabe, com um tecto mudéjar de grande beleza.
O Museu Nacional do Azulejo promove ainda diversas atividades, como Mostra de Técnicas
artísticas e artesanais, visitas guiadas e oficinas de pintura em azulejo por marcação,
oferecendo também os serviços da Biblioteca especializada em azulejaria e cerâmica.
A
completar, os serviços de restauração e cafetaria, com um aprazível espaço exterior.
O Aqueduto das Águas Livres foi mandado construir pelo Rei D. João V, a fim de fornecer
água a Lisboa, de acordo com o projeto de Manuel da Maia, tendo abastecido a cidade a
partir de 1748.
Com 14 Km de extensão desde a nascente principal e diversos aquedutos
subsidiários e de distribuição, com um total de 58 Km, abastecia uma rede de chafarizes na
cidade. O Aqueduto possui, na sua parte mais monumental, um conjunto de 35 arcos, de
autoria de Custódio Vieira, sobre o Vale de Alcântara, onde se destaca o maior arco em
pedra de vão do mundo, com 65 m de altura e 32 m de abertura.
O Aqueduto anteriormente também constituía uma ponte de acesso à cidade. No cimo dos
seus arcos estendem-se dois passeios que eram conhecidos pelo passeio dos Arcos.
A construção da Mãe d' Água, parte integrante do Aqueduto das Águas Livres, é um marco
na história da arte do século XVII, e do espírito Barroco que o envolveu, conseguindo aliar a
matéria, o Espírito e a Inteligência Portuguesa. Foi projetado por Carlos Mardel em 1752 e
terminado por Reinaldo Manuel dos Santos. O Reservatório só foi concluído em 1834.
Horário da Mãe de Água: Terça a Sábado entre as 10 e as 17h30 (encerra para almoço entre
as 12h30 e as 13h30)
Igreja de São Vicente de Fora
As origens do Mosteiro de São Vicente são bem antigas (por aqui terão mesmo as tropas de
D. Afonso Henriques ficado acampadas aquando a importante tomada de Lisboa aos
Mouros, em 1147), contudo o presente edifício foi construído entre 1582 e 1629, pelo plano
do muito conceituado Filippo Terzi.
O interior do Templo em forma de cruz de Cristo apresenta uma única nave coberta pela
célebre abóbada, albergando o maior órgão de Lisboa, datado de 1765.
Merece destaque a
azulejaria azul e branca com cenas das fábulas de La Fontaine, presente nos claustros e
dependências monásticas.
O conjunto alberga ainda o Panteão da Casa de Bragança desde 1885, onde estão sepultados
alguns dos reis e figuras monárquicas da Dinastia, sendo visitáveis os Claustros e a Igreja.
A sua construção teve início em 1760, em memória da tentativa de assassinato do rei D. José
pela família Távora (a 3 de Setembro de 1758), provindo daí o seu nome. D. José retornava
de um encontro com uma senhora da família Távora, sendo a sua carruagem atacada, e o
Rei ferido com uma bala no braço. O Marquês de Pombal, que já tinha então problemas com
a família, e gozava de poder absoluto, não perdeu a oportunidade para se vingar, acusando-
os de conspiração contra a família real, tendo em 1759 sido a família executada. No Beco do
Chão Salgado, na Rua de Belém, ainda hoje se encontra um pilar de homenagem à família.
A Igreja apresenta-se hoje em dia num gracioso estilo neoclássico, com interior em
mármore, destacando-se a sua cúpula e o célebre túmulo de Sebastião José de Carvalho e
Melo, o célebre Marquês de Pombal.
Estação do Rossio
Situada entre a Praça do Rossio e a Praça dos Restaurados, esta estação é uma emblemática
obra Neomanuelina, construída 1886/7, desenhada pelo arquiteto José Luís Monteiro,
destinada a ligar a cidade à Linha de Sintra.
Recentemente renovada, a Estação surpreende
pela sua fachada de oito portas que combinam com as nove janelas e com o relógio situado
no topo central, profusamente decorado. Salta hoje à vista a sua cor original branca no
exterior, coberta durante longos anos pelo cinzento da poluição que já a caracterizava.
Obra arquitectónica arrojada para altura, uma vez que se optou incluir numa pública estação
de caminho-de-ferro um estilo arquitectónico e uma corrente estética normalmente até aí
utilizadas a edifícios Reais, nobres ou de algum modo conotados com o poder.
Também conhecida por Casa de Brás de Albuquerque, a Casa dos Bicos é um dos edifícios
emblemáticos da capital Portuguesa, não só pelo curioso nome, mas também pela sua
originalidade, revestida de pedra aparelhada em forma de ponta de diamante.
A Casa, situada no Campo das Cebolas, a Oeste do maravilhoso Terreiro do Paço, foi
construída por D. Brás de Albuquerque em 1523, após ter regressado de uma viagem a Itália,
onde terá visto pela primeira vez o Palácio dos Diamantes de Ferrara e o Palácio Bevilácqua
em Bolonha.
O grande terramoto de 1755 destruiu muito da casa, tanto no interior como no exterior.
A
Casa dos Bicos serviu várias funções, entre elas a de sede da importante Associação do
Comércio Marítimo da Índia.
Na década de 60 do século XX é adquirida pela Câmara
Municipal de Lisboa, que procedeu a trabalhos de reconstrução e restauro, e já na década
de 80, reergue os dois andares que tinham caído aquando o grande Terramoto, recorrendo
para tal a um interessante painel de azulejos da Ribeira Velha, patente no Museu da Cidade,
que retrata a Casa no seu projeto inicial.
A Casa dos Bicos apresenta, pois, um estilo arquitectónico muito próprio, marcadamente
inspirado no Renascentismo Italiano, com uma distribuição irregular das janelas e das
portas, todas de dimensões e formatos distintos.
No seu interior encontra-se parte do
espólio arqueológico descoberto durante as obras de restauro, incluindo quatro tanques de
salga romanos, parte da Cerca Moura, parte de uma torre medieval e um troço de
pavimento mudéjar.
Hoje é casa da Fundação José Saramago, que tem como objetivo promover a obra literária
do escritor. José Saramago recebeu em 1998 o prémio Nobel de Literatura, vindo a falecer a
18 de junho de 2010.
Situado numa das zonas nobres da cosmopolita Lisboa, na Praça do Império, frente ao
maravilhoso Mosteiro dos Jerónimos, o Centro Cultural de Belém é um equipamento
arquitectónico dedicado à cultura, promovendo-a e desenvolvendo a criação e a difusão em
todas as suas modalidades, funcionando também como um centro de conferências e
reuniões profissionais ou grandes eventos.
A sua localização, que causou muita polémica aquando a sua projeção, visava assinalar o
ponto de partida dos descobrimentos marítimos, que deram “novos mundos ao mundo”,
abrindo portas a outras culturas, alargando todo o espaço cultural e artístico a nível
mundial.
Horário: Segunda a sexta das 8:00 às 20:00; Sábados, domingos e feriados das 10:00 às
18:00; Encerra a 25 dezembro
Igreja da Encarnação
Inaugurada em 1708, foi edificada por ordem da Condessa de Pontével, D. Elvira de Vilhena,
demolindo-se então parte da Muralha Fernandina do século XIV e uma torre de vigia. O
conjunto destas duas Igrejas estabelecia , então, uma das nobres portas da cidade.
O
templo sofreu forte destruição com o terramoto de 1755, sendo restaurado e bastante
alterado em 1784, de acordo com o plano do Arquiteto Manuel Caetano de Sousa,
terminando-se as obras somente em 1875.
Uma bandeira de cor verde com o escudo nacional é hasteada no palácio indicando a
presença do Presidente em Belém.
Junto à rampa dos Pátios dos Bichos realiza-se, no 3.o Domingo de cada mês, às 11 horas, a
Rendição Solene ou Render da Guarda, pela guarda de honra do Palácio Nacional de Belém.
Atualmente encontram-se aqui as instalações do Museu da Presidência da República.
O edifício atual deriva da antiga Igreja da Conceição dos Freires, anterior templo destruído
no grande terramoto de 1755 que assolou grande parte da cidade de Lisboa. Este templo
anterior tinha origens na antiga sinagoga que foi cristianizada aquando a extinção da judiaria
em 1496.
Os danos causados pelo terramoto foram tais que os poucos bens que sobraram foram
integrados na antiga Igreja da Misericórdia, que ficou então com a designação de “Conceição
Velha”, passando então a da Misericórdia para o templo de São Roque.
Este edifício do
século XVIII recebeu então muitos elementos do período Manuelino, como é visível na
fachada profusamente decorada ao estilo Barroco, contudo albergando um largo número de
elementos decorativos típicos do século XVI.
O grande destaque da Igreja vai para o seu Portal Manuelino, representando Nossa Senhora
da Misericórdia, parte integrante da anterior Igreja da Misericórdia, também destruída pelo
terramoto. No portal estão esculpidos a Imagem de Nossa Senhora da Misericórdia,
figurando também o rei D. Manuel I, a Rainha D. Leonor e o Papa Leão X. Trata-se de uma
composição inovadora e progressista que coloca as diversas classes sociais ao mesmo nível,
todos sob o manto protetor da Nossa Senhora.
Outra das riquezas da Igreja é a imagem de Nossa Senhora do Restelo, ofertado pelo Infante
D. Henrique aos freires à Capela de Belém, onde oravam os navegadores antes de partirem
nas suas conquistas Marítimas, por altura dos Descobrimentos Portugueses.
Esta igreja foi recuperada durante o ano de 2015 pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa,
pois foi a sua primeira sede no século XVI.
A bonita Igreja de São Paulo situa-se no Largo de São Paulo, na zona histórica da
cosmopolita cidade de Lisboa, desde sempre uma próspera zona comercial, próxima do
concorrido Cais do Sodré.
O atual templo foi reconstruído sobre uma anterior Igreja, após ter ficado francamente
destruído com o grande Terramoto de 1755 que abalou tanto da capital Portuguesa. Em
1768 têm inicio as obras de reconstrução, conforme o projeto do Arquiteto Remígio
Francisco de Abreu, invertido relativamente à orientação da igreja antiga, e seguindo
traçado típico do Convento de Mafra.
A devoção a Nossa Senhora do Loreto foi trazida para Portugal pelos mercadores Venezianos
e Genoveses que se instalaram na região, daí que a Igreja seja também conhecida por Igreja
dos “Italianos”.
A sua construção foi patrocinada precisamente pela comunidade italiana
que aqui residia e terá sido construída perto das muralhas que defendiam Lisboa no século
XIV, mandadas construir pelo rei D. Fernando, e mais tarde em 1573 sofrido obras de
ampliação e dedicado a Nossa Senhora do Loreto.
A igreja atual data de 1676, já que um incêndio em 1651 destruiu parte da primitiva
edificação.
Com o grande terramoto de 1755 volta a sofrer grande destruição, e é
restaurada em 1785, novamente patrocinada pela comunidade italiana em Lisboa.
O projeto do templo deve-se ao mesmo arquiteto do Teatro de São Carlos, José da Costa e
Silva, e é caracterizado por uma nave central com doze capelas laterais com os doze
apóstolos, revestidas de mármore italiano.
A fachada principal é famosa pela imagem de
Nossa Senhora do Loreto e pelas armas pontifícias de Borromini (século XVII), ladeadas por
dois anjos.
Grande parte dos adornos foram feitos em Itália, traídos para Lisboa de barco e
posteriormente montados nesta igreja. Assim se justifica, por exemplo que nos altares
figurem quadros de santos em vez das estatuetas tradicionais portuguesas.
Horário: Missa em língua italiana: domingo às 11h30; aberta das 9h-18h; entrada grátis
A bonita Igreja de São Nicolau situa-se em plena Baixa Lisboeta, na frequentada rua da
Prata, tendo sofrido ao longo dos séculos diversas alterações e atualizações.
As origens do
templo datam desde o século XII, contudo o presente edifício data do século XVIII, com
obras que já teriam começado no século anterior. O projeto deve-se ao Arquiteto Reinaldo
Manuel dos Santos. Recentemente, em 2003, a Igreja sofreu profundas obras de restauro
que lhe aduziram novo fôlego e beleza.
A Igreja caracteriza-se pela sua nave única com o tecto decorado com notáveis pinturas do
muito conceituado Pedro Alexandrino, onde estão representadas as virtudes cardeais: Fé,
Esperança e Caridade.
O interior da Igreja é igualmente rico, apresentando alguns
elementos de outros conventos, como relicários e talha dourada.
Horário: a Igreja abre de 2.ª a Sábado das 8h às 23h. Domingo, dias santos e feriados das
10h às 23h.
Considerada uma das salas de espetáculo mais importantes de Lisboa, o Coliseu dos Recreios
é um monumento histórico da capital Portuguesa, situado no coração da cosmopolita Baixa
Pombalina, na bonita Rua das Portas de Santo Antão.
Inaugurado em 1890, mas ainda sem toda a construção terminada, o Coliseu tentava então
colmatar a necessidade de um espaço nobre de espetáculos nacionais e internacionais
oferecendo preços acessíveis a todos os bolsos, seguindo projeto dos Engenheiros Goulard e
de Manuel Garcia júnior, com decoração do pintor António Machado. A fachada é atribuída
ao Arquitecto Cesare Ianz.
A elegante Basílica dos Mártires situa-se na famosa rua Garrett, no requintado e mítico
Chiado, bem no centro da cosmopolita cidade de Lisboa.
Com origens bem antigas, diz-se que a Ermida foi erguida a mando do primeiro rei
Português, D. Afonso Henriques, em honra a todos os cruzados martirizados na tomada de
Lisboa aos Mouros em 1147, podendo-se ler no interior a seguinte inscrição “Nesta paróquia
se administrou o primeiro baptismo depois da tomada de Lisboa aos Mouros no ano de
1147”.
Não obstante, o presente templo começou a ser construído em 1769 e foi terminado em
1786, ostentando um profuso estilo Barroco tão característico da marca Pombalina do
Lisboa pós terramoto de 1755, de acordo com o projecto do muito conceituado Arquitecto
Reynaldo Manuel dos Santos.
O grande orgulho da Basílica dos Mártires é o seu tecto de abóbada em arco com alegorias
dedicadas ao rei D. Afonso Henriques e à tomada de Lisboa, de autoria de Pedro
Alexandrino. Outros dos grandes destaques deste templo é o órgão, considerado mesmo
dos melhores do País, atribuído a Silvério Machado e recentemente alvo de grandes obras
de restauro.
A Basílica dos Mártires está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1974.
Horário: 2ª a 6ª feira, das 9h às 19h; Sábado e Domingo, das 10h às 19h30; Entrada grátis
A Igreja pertence à freguesia de Santa Catarina (reúne o Bairro Alto e a Bica), e é como se
fosse um pequeno país, com uma área montanhosa ainda dentro do núcleo do Bairro Alto,
que se vai espraiando, em declive para sul, para o Tejo, e para poente, na direção de S.
Bento. Uma zona da cidade de Lisboa, onde se situa maior densidade de edifícios
apalaçados, de grande porte e beleza arquitectónica.
Horário: 2ª Feira a Sábado - 9h00 às 13h00 e das 15h00 às 18h00; Domingos - 09h00 às
12h30
Igreja da Madalena
A Igreja foi fundada no século XII por ordem do primeiro Rei Português, D. Afonso
Henriques, mas tem sofrido muitas alterações e reconstruções ao longo dos séculos,
nomeadamente em 1363 quando um grande incêndio a destruiu; em 1512 sofreu outras
alterações arquitectónicas; em 1600 foi também em parte destruída com um pequeno
ciclone; e com o grande terramoto de 1755 sofreu destruição quase total, sendo
reconstruída logo de imediato, no aproveito de elementos antigos, como muitas
construções lisboetas.
Horário: 2ª a 6ª feira das 9h-19h; Sábado das 9h-13h e 14h30-18h; Domingo das 9h30-12h e
das 14h30 às 18h.
A junta de bois que trouxe o arco desde a oficina onde foi construído até à Praça encontra-
se no museu militar. O seu tamanho é impressionante e reflete bem a imponência desta
obra.
Miradouro: Lisboa conta com mais uma nova atracão cultural e turística, o Miradouro do
Arco da Rua Augusta, totalmente reabilitado e com acesso a um fabuloso miradouro que
permite uma panorâmica única sobre a cidade e particularmente sobre a Praça do Comércio.
Acessível através de um elevador, cuja a entrada se encontra na Rua Augusta, pode visitar a
sala do relógio e subindo mais umas escadas em caracol o miradouro.
A Ponte sobre o Tejo, ou Ponte 25 de Abril, é uma ponte suspensa, com um comprimento
total de cerca de 2.280 metros. É rodo-ferroviária e liga a cidade de Lisboa à cidade de
Almada, atravessando o estuário do rio Tejo na parte final e mais estreita. A grandeza e a
imponência da Ponte 25 de Abril está expressa no facto de, à data da sua inauguração, ser a
quinta maior ponte suspensa do mundo e a maior fora dos Estados Unidos da América.
Foi inaugurada em 1966 com o nome Ponte Salazar, mais tarde a ponte recebeu o factual
nome em homenagem à "Revolução dos Cravos" de 25 de Abril de 1974. Foi desenhada e
construída pela mesma empresa que construiu a Golden Gate Bridge em São Francisco, saí
serem muito semelhantes. Este modelo foi escolhido em Lisboa e nos Estados Unidos pelo
facto de ser resistente a sismos, um fenómeno natural que ocorre também na cidade
americana.
Erguida na segunda metade do século XII, no local onde acamparam as tropas de Dom
Afonso Henriques que tomaram a cidade aos Mouros. Apesar do estilo rococó da última
intervenção arquitectónica - aquando do terramoto de 1755 - a sua fachada é sóbria e
elegante, destacando-se um baixo-relevo dedicado a Santo Agostinho. No seu interior,
encontra-se a imagem de Cristo presente nas procissões de Lisboa e o adro dá para um
miradouro com uma das mais belas vistas sobre a cidade de Lisboa, mesmo ao lado do
jardim da Graça.
Igreja de São Pedro de Alcântara
A Igreja de São Pedro em Alcântara, construída em 1782 fica situada na Calçada da Tapada
na freguesia de Alcântara, no concelho de Lisboa. Esta igreja paroquial, de dimensões
reduzidas é um monumento no estilo barroco com destaque para a sua fachada imponente
ladeada por contrafortes e torre sineira. É um exemplo clássico do período barroco em
Portugal, marcado pela opulência decorativa e ornamental. A talha dourada assume
características nacionais devido à importância e riqueza dos programas decorativos, e do
mesmo modo, a pintura, escultura, artes decorativas e azulejo também atravessam uma
época de grande desenvolvimento.
O Teatro Nacional de São Carlos é a principal Casa de Ópera de Lisboa, e foi inspirado no La
Scala de Milão. O teatro está localizado no centro histórico de Lisboa, na zona do Chiado. No
mesmo largo, em frente ao teatro, nasceu uma das mais importantes figuras da poesia
portuguesa, Fernando Pessoa. O traçado arquitectónico e urbanístico burguês da sala de
espetáculos, é desenhado como um espaço de representação oficial. Foi inaugurado em 30
de Julho de 1793 pela Rainha D. Maria I para substituir o Teatro Ópera do Tejo, que foi
destruído no Terramoto de 1755, segundo projeto do arquiteto José da Costa e Silva.
Monumento ao 25 de Abril no Parque Eduardo VII
Este monumento comemorativo dos 25 anos da Revolução de Abril fica situado no cimo do
bonito Parque Eduardo VII, perto do Marquês de Pombal, em Lisboa. Concebido a partir do
pedestal destinado à estátua equestre do Santo Condestável, este conjunto escultórico é
constituído por fragmentos de pedra, por vezes em bruto. Quer a partir do núcleo vertical,
quer sobre as traves corre a água de uma fonte aí instalada.
O núcleo desdobra-se por outros pedaços de pedra que se dispersam pelo espelho de água,
onde a obra se localiza. Em frente a este núcleo, sobre um plinto em dois patamares,
encontra-se um outro elemento cuja coloração e discurso formal o aproxima da estilização
de um cravo. No conjunto das peças de arte existentes no Parque Eduardo VII, o polémico
monumento da autoria de João Cutileiro surge como obra de um novo tempo político e
cultural.
O São Luiz Teatro Municipal encontra-se no Chiado, sendo considerado uma das mais
importantes salas de espetáculos da cidade. Sala cosmopolita, cujos foyers eram visitados
pela sociedade elegante da época, o então Teatro D. Amélia era o palco que acolhia
companhias estrangeiras e as maiores figuras do teatro europeu da altura.
Desde a sua reabertura a 30 de Novembro de 2002, o São Luiz Teatro Municipal afirmou-se
de ano para ano como um teatro vivo, fervilhando de público, com centenas de espetáculos
por temporada, por vezes em três sessões diárias entre a Sala Principal e o Jardim de
Inverno.
A ermida, ou Capela de Nossa Senhora do Monte situa-se no ponto mais alto da Graça, no
Monte de São Gens, bispo mártir da ocupação romana que pregava aos cristãos e por isso,
muito venerado no reinado de D. Afonso Henriques.
A ermida é posterior ao terramoto, tem uma só nave com dois altares, e a capela-mor está
decorada com azulejos que narram cenas da vida da Virgem. Na entrada do templo ainda se
conserva a cadeira de pedra do bispo São Gens e acredita-se que toda a grávida que nela se
sentar terá uma boa hora no parto. Esta lenda está relacionada com a história de que a mãe
deste bispo terá morrido no seu parto, mas também com uma divindade romana
relacionada com a proteção da família.
Junto à Capela de Nossa Senhora do Monte existe o bonito Miradouro da Senhora do
Monte, com uma magnífica vista sobre o Castelo de São Jorge e a Baixa de Lisboa.
Inaugurada a 29 de Abril de 1870, três anos depois de ter sido lançada a primeira pedra, a
estátua a D. Pedro IV está ladeada por duas magníficas fontes, e fica no centro da Praça que
a partir dessa mesma data, se passou a chamar D. Pedro IV. No entanto, até aos dias de hoje
esta praça é vulgarmente conhecida por Rossio, a sua designação anterior, pois era aqui que
antigamente os senhores - pertencentes quer à nobreza, quer à alta burguesia -, atavam os
seus cavalos quando se deslocavam ao Paço da Ribeira.
As fontes monumentais do Rossio, ou Praça Dom Pedro IV, foram acrescentadas à Praça em
1889, uma de cada lado da estátua de D. Pedro IV. As fontes são resultado dos dois poços
encontrados no Rossio, os quais são sobrepostos pelas duas fontes ornamentais, da
Fundição Val d'Osne, de acordo com a operação de remodelação que a praça de D. Pedro IV,
estava a ser sujeita. São de realçar a sua beleza arquitectónica, com destaque para as
maravilhosas esculturas de figuras mitológicas, em ferro fundido, de influência francesa,
sendo uma referência de visita obrigatória para todos os visitantes de Lisboa.
Junto ao número 115 desta praça, é possível dar um jeito no visual com um espelho publico
que diz: “componha o nó da sua gravata”.
As estátuas alegóricas são de Simões de Almeida e Alberto Nunes. O Obelisco da Praça dos
Restauradores tem 30 metros de altura, e repousa sobre um ático quadrangular, onde estão
representadas as armas de Lisboa a norte e, a sul o escudo nacional. Assenta sobre um
pedestal ornamentado por duas figuras aladas, em bronze. A figura feminina representa o
anjo da vitória e a figura masculina representa o anjo da independência. Nas quatro faces do
obelisco estão gravadas as datas mais significativas da restauração.
O edifício, marcado por uma arquitetura de estilo chão, assentava numa planta quadrada
com 4 claustros, uma igreja com capelas laterais, ladeada por duas torres, dormitórios,
barbearia, cozinha, refeitório, adegas, lagar, forno e oficinas.
Sofreu alguns danos com o terramoto de 1755, mas foi com a Revolução Liberal de 1820 e a
extinção das ordens religiosas em 1834 que a vida conventual sofreu a grande derrocada,
sendo o edifício afecto à instalação do Palácio das Cortes, ou Parlamento. Foi entregue ao
arquiteto Possidónio da Silva a responsabilidade de uma abreviada adaptação do espaço
religioso às necessidades do novo propósito sendo aproveitada a Sala do Capítulo para
instalação da Câmara dos Pares e feita de raiz a Câmara dos Deputados.
Após o incêndio de 1895, iniciou-se a reconstrução do edifício com projeto de Ventura Terra
que acabaria por remodelar não apenas a sala, mas quase todo o edifício, conferindo-lhe
uma dimensão monumental, bem distante do discreto estilo conventual. Outros arquitetos
ficaram com a responsabilidade da reformulação da zona envolvente do Palácio, como
Cristino da Silva, e de obras pontuais no interior, como António Lino. Durante os 50 anos em
que decorreram as obras, foram criadas a antecâmara dos Deputados, a Sala dos Passos
Perdidos, a Escadaria Nobre, a Biblioteca Parlamentar e o Salão Nobre.
Este imponente monumento fica localizado em plena Praça Duque de Saldanha, em Lisboa,
e é da autoria do escultor Tomás Costa e do Arquiteto Ventura Terra. Esta estátua colossal
foi inaugurada apenas em 1909, pelo rei D. Manuel II, na presença de descendentes do
duque de Saldanha, do vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Anselmo
Braamcamp Freire, de vereadores, dos membros da comissão encarregue de erigir a obra e
outras individualidades.
A peça é composta por um pedestal concebido em calcário de lioz, ladeado por colunas com
capitéis canelados. Na parte superior desta estrutura assenta a estátua pedestre, em bronze,
do marechal e duque de Saldanha, representado em uniforme militar completo, numa
postura enérgica e vigorosa, própria de um chefe militar. Na face frontal do pedestal está
colocada uma estátua alegórica "vitória alada", em bronze, empunhando uma espada. As
esculturas e todos os elementos ornamentais em bronze foram executados na fundição de
canhões do Arsenal do Exército entre 1904 e 1907.
A face poente ostenta um grupo onde se destaca uma rapariga ajoelhada aos pés de uma
figura masculina. No topo além dos 12 escudos das povoações que intervieram na guerra,
vislumbra-se o grupo de bronze, em que se destaca a figura da pátria, com 5 m. de altura, e
soldados que com as suas espingardas ameaçam a águia napoleónica.
Largo do Carmo
O Largo do Carmo situa-se na zona do Chiado, e aqui tem acesso às ruínas do Convento do
Carmo onde se encontra atualmente instalado o Museu Arqueológico do Carmo. No centro
do largo encontra um Chafariz edificado em 1771, e que era abastecido pelo Aqueduto das
Águas Livres, através da Galeria do Loreto. O largo é sossegado e tem algumas esplanadas e
restaurantes onde pode fazer uma pausa antes de prosseguir o seu passeio. Se quiser, por
aqui, pode ter acesso ao miradouro do Elevador de Santa Justa, onde vai apreciar uma das
melhores vistas sobre a cidade de Lisboa.
Casa-Museu Amália
A ilustre fadista portuguesa, por vontade expressa em testamento, determinou que a casa
onde viveu cerca de 50 anos, fosse transformada em casa-museu.
A Casa-Museu permite ao
visitante reviver o ambiente em que Amália vivia; a sala de estar permite percepcionar os
longos serões entre amigos, envoltos em Fado. Nesta casa podem admirar-se as várias salas,
o quarto da Amália, obras de arte, o serviço de jantar e objetos pessoais que fizeram parte
da vida da artista. As visitas são guiadas e duram uma média de 20 minutos.
A missão da Fundação é ser líder mundial na inovação científica com o objetivo ultimo de:
prevenir, diagnosticar e tratar doenças, contribuindo assim para uma sociedade mais
desperta para os problemas de saúde que atingem a humanidade.
O antigo Chafariz de São Pedro de Alcântara foi a mais monumental obra das Águas Livres,
projetada por Carlos Mardel, que nunca chegou a ser concluída, devido ao terramoto de
1755. O atual, construído em mármore, é obra do escultor Faustino José Rodrigues.
A Ponte Vasco da Gama foi Inaugurada em 1998 e fez parte do conjunto urbanístico que
reabilitou esta zona por causa da Expo 98 cujo o tema foi Os Oceanos, o nome da ponte
acabou por se integrar neste tema e foi uma homenagem a Vasco da Gama, ano em que se
comemorou os 500 anos da sua chegada à Índia.
A ponte Vasco da Gama é a maior da Europa e um das mais compridas do mundo. Tem 17,2
km de comprimento e foi construída de modo a suportar um grande terramoto.
A ponte faz
a ligação entre Lisboa e Alcochete.
O cacilheiro que a artista plástica Joana Vasconcelos recuperou para a Bienal de Veneza
2013 está no rio Tejo para fazer cruzeiros. O cacilheiro pertence agora à Douro Azul que tem
faz um cruzeiros no Tejo com duração de cerca de 1 hora, com saída do Cais do Sodré,
passagem pela Ponte 25 de Abril, regressando ao Cais do Sodré passando pela Praça do
Comércio.
Um dia, um grupo de cristãos manteve-se junto a uma das portas da cidade e atacou- a de
surpresa. Neste grupo encontrava-se Martim Moniz que aproveitou a oportunidade de
entrar na cidade quando os Mouros entreabriram as portas.
Martim Moniz correu logo para a porta e impediu que a fechassem usando o seu próprio
corpo. Com a porta semiaberta o exército cristão passou por cima de Martim Moniz e
penetraram finalmente dentro dos muros de Lisboa.
Martim Moniz acabou por morrer nestas portas sendo homenageado por D. Afonso
Henriques. Este ordenou que aquela entrada se passasse a designar Martim Moniz, em
honra do homem que em troca da vida proporcionou a conquista desta bela cidade. Deste
modo, Martim Moniz permaneceu eternamente na memória da cidade de Lisboa.
A rainha das serpentes era meio mulher e meia serpente mas em nada era tenebrosa. As
suas graças e jeitos eram de menina e um poder de sedução incrível. Esta era a arma que
usava para enfeitiçar todos os que aportassem no seu reino.
Diz-se que num belo dia, nas suas longas viagens, o herói Ulisses e seus companheiros
ancoraram neste porto, à beira Tejo.
Assim que conseguiram reunir todo o material necessário para a viagem, Ulisses ludibriou a
rainha e fugiu em direção ao mar alto.
Enraivecida e enganada, a rainha lança-se numa tentativa desesperada para alcançar o seu
amado e, o mais depressa que a sua cauda o permitia, foi serpenteando até ao mar. Porém,
a rainha serpente nunca alcançou Ulisses.
Ainda hoje podemos ver as marcas deste tão desconcertante encontro: As sete colinas de
Lisboa que se dirigem todas para o mar em busca de um eterno amor...
Colina de São Jorge, também chamada do Castelo, é a colina mais alta das sete (na realidade
é a colina da Graça que é contínua a esta que é a mais alta colina de Lisboa, mas foi como
vimos esquecida pelo autor desta lenda) e é onde fica o actual Castelo de São Jorge e onde
se pensa que apareceu o primeiro povoado que deu origem a Lisboa, nesta colina e por
baixo do Castelo apareceram vestígios do ópido romano (sendo por esse motivo a parte
central do antigo município), sabe-se que o alcácer árabe estava aí instalado e foi aí que se
construiu o castelo do tempo da Reconquista que ainda hoje existe. A sua área geográfica
abrange atualmente os bairros da Mouraria, do Castelo e parte do de Alfama (sudeste).
Colina de São Vicente onde fica o actual Bairro de Alfama e o Convento de São Vicente de
Fora.
Colina de Sant'Ana, onde ficava o Mosteiro das freiras Dominicanas de Nossa Senhora da
Anunciada, local onde agora fica o Largo da Anunciada. Deu nome ao local e à rua que junto
dele, em 1539, depois dos frades Agostinhos o cederem por troca às freiras, que se
transferiram para este local da sua primitiva fundação na Costa do Castelo, mesmo no topo
da mesma colina. Esta Colina localiza-se a Oeste do Castelo de São Jorge, tendo constituído
um esporão entre a Ribeira de Valverde a poente e a Ribeira de Arroios a nascente, que na
sua confluência o delimitavam a sul, equivalendo grosso modo à área actualmente definida
pela Rua de São José/Rua das Portas de Santo Antão, Rua da Palma/Largo do Martim Moniz
e Praça da Figueira.
Colina de Santa Catarina que vai atualmente do Camões até à Calçada do Combro e coincide
com o Bairro Alto e Bica. O Bairro Alto foi em tempos o bairro mais rico da cidade. No século
XVI, Lisboa expandia-se a todo o vapor atingindo quase 200 mil habitantes. Foi então
construída esta zona, inicialmente conhecida por Vila Nova dos Andrades, em honra dos
ricos burgueses galegos que aí se estabeleceram.
Colina de São Roque, também confundida por uns como colina de São Pedro de Alcântara
que nunca existiu pois essa designação é de uma Rua e de um Jardim com um nome bem
recente, na mesma situa-se o Miradouro de São Pedro de Alcântara, fonte talvez da
confusão, nesta está situada atualmente o Bairro Alto.
Conta-se que chegou a Lisboa um cavaleiro de seu nome Henrique que combateu com
bravura mas acabou por morrer em combate.
O Cavaleiro Henrique bem como alguns dos seus companheiros foram imediatamente
considerados mártires e sepultados na igreja de S. Vicente de Fora.
Mas este cavaleiro era especial. Diziam que fazia milagres mesmo para além da morte e
conta a lenda que dois cavaleiros surdos-mudos de nascença se deitaram sobre o túmulo do
cavaleiro e sonharam que este lhes devolvera o dom da fala e da audição. Quando
acordaram estavam completamente curados e juraram devoção eterna ao mártir.
Um outro milagre do Cavaleiro Henrique diz respeito a uma planta. Segundo a lenda, nasceu
uma pequena Palma no túmulo de Henrique. As folhas da planta tinham poderes milagrosos
e depressa doentes, aleijados e peregrinos de todo o país se deslocavam diariamente à
igreja de S. Vicente de Fora em busca de um remédio para os seus males.
Fazia-se emplastros com as folhas verdes da planta para colocar nas feridas ou então as
folhas eram secas e reduzidas a pó se a doença fosse interior.
A fama de tal planta era tanta que numa noite a Palma milagrosa foi roubada do túmulo do
Cavaleiro Henrique.
Nunca mais se encontrou tal planta e dela restam apenas as memórias dos lisboetas que
passam e admiram o nome numa rua da Baixa: Rua da Palma.
S. Vicente foi um mártir cristão que levou toda a sua vida a combater os muçulmanos e a
implantar a fé cristã pelo mundo.
Segundo a lenda, após a morte de Santo, os seus restos mortais foram levados para o Cabo
de Sagres por fiéis cristãos. Logo a seguir à reconquista de Lisboa aos Mouros alcançada por
D. Afonso Henriques, este ordenou que os restos mortais do mártir fossem trazidos para a
cidade de Lisboa.
O corpo foi transportado de barco e reza a lenda que dois corvos terão acompanhado os
restos de S. Vicente durante toda a viagem até Lisboa, só o abandonando após o Santo ter
sido sepultado em solo cristão.
A lenda referente a esta Igreja está ligada a um jovem que foi condenado à fogueira pela
Inquisição a 3 de Fevereiro de 1631.
Junto destas tão conhecidas obras existia o Convento de Santa Clara e diz-se que uma freira
se enamorou por um jovem de seu nome Simão Pires Solis. Tão grande era o amor deles que
todas as noites o rapaz vinha ter ao convento para se encontrar ás escondidas com a amada.
Uma noite, o Sacrário com as hóstias foi roubado do convento e, embora estivesse inocente,
Simão Solis foi denunciado pela vizinhança à Inquisição. Simão foi condenado à fogueira sem
pena nem piedade. Quando ia a caminho do seu destino e ao passar pelas obras da Igreja de
Santa Engrácia disse: “ Morro inocente! É tão certo eu estar inocente como é certo que
aquelas obras nunca se acabem! “
Desde então ( século XVII) que as obras de Santa Engrácia se tornaram difíceis de terminar.
Quando estavam quase concluídas as obras, a cúpula ruiu, dificuldades técnicas impediram o
retorno das obras. Após o terramoto de 1755 tentou-se novamente a sua reconstrução mas
só no século XX é que as obras se deram por terminadas fazendo-se uma cobertura
metálica.
É caso para dizer: “ Valha-nos Santa Engrácia! “.
Os alfacinhas
Os lisboetas são também popularmente conhecidos como os “alfacinhas”. Algumas
explicações apontam para a origem árabe da palavra “Alface” e para a sua plantação e
consumo durante a ocupação moura, quando outros alimentos estavam vedados à
população em tempo de Guerra.
Outra justificação mais recente, coincidente com o aparecimento da expressão, deriva do
facto de este alimento ser muito fácil de plantar em grandes quantidades nos tipos de solo
das zonas campestres que rodeavam Lisboa. Era importado pela cidade como alimento
fresco e barato e por isso tornou-se essencial na alimentação.
Frase do Marquês de Pombal
Perante a catástrofe causada pelo terramoto de 1755, muitos foram os que entraram em
pânico ao ver as suas famílias desfeitas e o seu património destruído. No entanto, o primeiro
ministro do rei Sebastião José de Carvalho e Melo, marquês de Pombal, foi o primeiro a
reagir prontamente implementando medidas de segurança de forma a normalizar Lisboa.
Ficou célebre a frase “Enterrem os mortos e alimentem os vivos”, associada às primeiras três
leis: recolher os mortos para evitar as doenças; impor limites preços ao pão e assim
alimentar as pessoas, evitando a fome, a miséria e a mendigagem; impor a ordem pública.
Não consegue-se precisar se de facto a frase foi publicamente proferida, tal como muitas
outras que lhe estão associadas, mas a cima de tudo refletem uma personalidade e uma
forma de agir que ficou para sempre marcada na memória da população lisboeta.
Feira da Ladra
Há duas explicações para o nome da maior feira de velharias do país, localizada no Campo
de Santa Clara:
- Ladra por serem objetos com possibilidade de terem sido roubados (derivado de ladra ou
ladroagem)
- Primeiro lugar onde se realizou foi o Chão da Feira, ao lado do Castelo, o que pronunciado
pelos eruditos ficava: Nundinae ad latera ad castrum (Feira ao lado do Castelo). Mais tarde
passou a ser feira ad ladera, feira ad latra, e por fim, popularizou-se em ad ladra, ou da
ladra.”
O primeiro museu da cidade foi o Real Museu da Ajuda, fundado em 1772, que teve como
grande impulsionador o Marquês de Pombal. Destinava-se à apresentação pública e estudo
da coleção de espécies de plantas, árvores e animais reunidas durante a longa relação que
Portugal manteve com o seu território ultramarino. O seu espólio está hoje no Museu de
História Natural.
O nome bica, que os lisboetas dão ao café, surgiu na brasileira do chiado, quando os clientes
se queixavam que o café não estava tão saboroso como queriam. Para evitar reclamações,
este era extraído através de uma bica que deixava de lado as amargas e incomodas borras.
O café mais antigo de Lisboa
O Martinho da Arcada, no Terreiro do Paço, é o café mais antigo de Lisboa, inaugurado em
1778 como loja de bebidas e posteriormente transformado em restaurante a 1782.
Foi sempre frequentado pelos burgueses da cidade e homens de poder, palco de
importantes movimentos culturais, artísticos e políticos.
Das muitas figuras ilustres que por aqui passaram destaca-se Fernando Pessoa que escreveu
uma boa parte dos seus poemas à mesa do Martinho da Arcada. Ainda hoje o café deixa
sempre uma mesa incondicionalmente reservada e livre em memória do poeta.
Fontes
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Lisboa_de_1506
http://santo-antonio.webnode.pt/igreja/
http://www.museuarqueologicodocarmo.pt
http://castelodesaojorge.pt
http://www.mosteirojeronimos.pt/
http://www.torrebelem.pt/
https://www.visitportugal.com/pt-pt/content/sé-catedral-de-lisboa
http://www.palacioajuda.pt/
http://www.padraodosdescobrimentos.pt
http://www.museu-saoroque.com/pt/
http://www.museudoazulejo.pt/
http://www.epal.pt/EPAL/menu/museu-da-água/
http://www.josesaramago.org/
https://www.ccb.pt/
http://www.cm-lisboa.pt/equipamentos/equipamento/info/igreja-de-nossa-senhora-da-
encarnacao
http://www.museu.presidencia.pt/
http://www.paroquiasaonicolau.pt/horarios/
http://www.douroazul.com/
http://www.coliseulisboa.com/
http://www.paroquiadosmartires.pt
http://www.paroquiascatarinamerces.com/
http://tnsc.pt
http://www.teatrosaoluiz.pt
www.portaldascuriosidades.aqui.com.pt
http://www.martinhodaarcada.pt