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O paradigma do consenso e do conflito.

As abordagens clássicas da sociologia conduziram a


visões distintas da escola, constituindo o chamado
paradigma do consenso e do conflito.
A noção de paradigma envolve um modelo que serve a
construção da ciência.
Neste sentido, ambos os paradigmas balizam a
concepção de teorias e tendências pedagógicas e
representam pontos de referência e lógicas de
pensamento.
O paradigma do Consenso.
Representado por Durkheim, Comte e Spencer, para o
paradigma do consenso, os valores em comum e a
cooperação entre professores e alunos é essencial para
que a escola funcione.

A palavra chave é integração.


Dentro desta concepção, além de ensinar conteúdos, a
escola deveria moralizar e, para tal, punir as infrações
as normas.

Pressuposto que gerou o mito do controle coercitivo.


Segundo o autor, à medida que as sanções coercitivas
são usadas consciente e rapidamente contra os
transgressores das normas estabelecida, a simples
ameaça de coerção, por si só, seria suficiente para
manter a ordem.
Ao inverso, a sensação de impunidade geraria
desordem.
Seguindo esta tendência, a sala de aula passa a ser
concebida como uma agência de socialização, por meio
da qual as personalidades individuais são preparadas
para o desempenho de funções sociais.

Alcançar níveis educacionais elevados e receber boas


notas conferiria status ao sujeito, expressando méritos
individuais.

A despeito de outros autores defenderem a ideia de que


é impossível para maioria das pessoas, por mais que se
esforcem, atingir status no âmbito educacional, devido
à estrutura montada para que os indivíduos fracassem.
A escola vista como possibilidade de progresso e
mobilidade social é tributária de uma visão liberalista,
formada a partir do século XVIII, onde todos podem
adquiri um lugar ao sol, desde que busquem atingir
metas para evoluir.

Destarte, é interessante frisar que o paradigma do


consenso, em concordância com o positivismo, o
funcionalismo e o darwinismo social; busca a
conservação da sociedade, a reprodução das
estruturas existentes.

Neste sentido serve a manutenção do sistema


capitalista.
Reside ai o grande defeito da tendência, pois o
paradigma do consenso não considera os conflitos no
interior dos sistemas educacionais.

Sendo estes, em muitos casos, geradores de soluções e


aprimoramentos ao invés de problemas.
O paradigma do Conflito.
Representado por Marx, o paradigma do conflito
enxerga a escola como uma instituição que impõem
valores e que, portanto, gera conflitos entre professores
e alunos.

Os ditos professores seriam


representantes da cultura dominante e os
educando da cultura local, desmotivando a
aprendizagem, já que usam linguagens e possuem
valores diferentes.
Em geral, ao adotarem a cultura erudita como referência
e o padrão culto, os professores representam a ordem
estabelecida, enquanto os educandos utilizam a cultura
popular mesclada com códigos de linguagem próprios
de grupos menores, com valores particularizados.

Diante dos inevitáveis conflitos, a escola necessita


exercer controle sobre os jovens para efetivar o
processo cognitivo.

No entanto, a tentativa de controle cria um conflito ainda


maior que ameaça a existência da escola como
instituição, originando um círculo, pois a anômia força o
acirramento do controle coercitivo para garantir a
ordem, ao passo que este gera mais conflitos.
O que gera conflitos a partir da não aceitação dos
indivíduos que tentam contornar esta situação, tanto
professores como alunos.

Levando o desentendimento a outro nível, pois passam


a existir conflitos no interior das categorias, entre
professores ou entre alunos.

Além de conflitos das categorias e subcategorias com o


sistema educacional e a sociedade.

.
O que tanto gera conflitos como consenso.

É por isto que podemos afirmar que o paradigma do


conflito é útil para revelar as tensões e oposições dentro
da escola, contudo, tende a enxergar conflitos onde não
existem.
O Paradigma do Consenso no Brasil.
O paradigma do consenso influenciou fortemente a
educação no Brasil, sobretudo a parir da década de
1930, representado pelas ideias de Fernando de
Azevedo e Anísio Teixeira.

A tendência começou a penetrar no Brasil graças à


industrialização, iniciada em 1920, quando a
necessidade de preparar o desenvolvimento do país
levou um grupo de intelectuais brasileiros a se
interessar pela educação.

Vista então como elemento central para remodelar a


realidade.
Em 1932, durante o governo Vargas, um grupo de vinte
e seis intelectuais se reuniram para redigir “O manifesto
dos pioneiros da Educação Nova”.

O qual defendia a educação como função


essencialmente pública, gratuita, obrigatória, laica e
única.
Isto do jardim da infância a universidade, dos quatro aos
dezoito anos de idade.

Junto com Cecília Meireles, Darcy Ribeiro e Florestan


Fernandes, estiveram entre estes intelectuais Anísio
Teixeira e Fernando de Azevedo, o último foi, inclusive,
o redator do manifesto.

Apesar das boas intenções, a verdade é que o manifesto


não fez mais que fomentar o tradicionalismo, ajudando a
criar um ensino dualista: de um lado a educação pública
e sem qualidade e de outro as escolas particulares
cobrando pelo serviço prestado.
As ideias de Fernando de Azevedo.
Seguidor e principal representante de Durkheim no
Brasil, o sociólogo funcionalista Fernando de Azevedo,
autor de “Sociologia da Educação” (1951), enxergava a
escola como uma miniatura da sociedade.

A complexidade da sociedade exigiria coesão sócia,


imposta por valores transmitidos pela escola.
Neste sentido, à medida que o individuo percorre o
sistema educativo da base ao topo, passaria da
educação comum, de natureza coercitiva, para as
experiências diversificadas, através da especialização,
possibilitando a manutenção da ordem capitalista.

Assim, deveria ser função da escola estabelecer uma


articulação com o meio social, coordenando,
disciplinando e consolidando experiências
fragmentárias colhidas no ambiente da criança,
servindo como modelo para a sociedade.
No entanto, a escola teria um papel limitado diante do
poder coercitivo de outra instituição, a família,
responsável pela formação de grande parte dos
padrões sociais.

Embora a escola tenha um papel limitado, um elemento


pertencente a instituição seria de fundamental
importância na formação de padrões sociais,
justamente o educador.

Para Fernando de Azevedo, o educador por oficio seria


um agente social, importante elemento dentro do
organismo vivo e flexível que é a sociedade.
Ele deveria servir de exemplo e contribuir em sinergia
de esforços, com várias instituições, como por exemplo
a religião, para organizar a sociedade.
As ideias de Anísio Teixeira.
Jurista e pedagogo, Anísio Teixeira tinha idéias bem
diferentes de Fernando de Azevedo.

Embora seja considerado um funcionalista e


concordasse com as ideias dos pioneiros da Educação
Nova, possuía objetivos distintos.

Ele defendia a reestruturação da educação para


propagar e aperfeiçoar a democracia, propondo
trabalhar conteúdos de forma a discutir benefícios para
a coletividade.

Tentando colocar em prática suas ideias, ocupou o


cargo de inspetor-geral do ensino na Bahia (1922-1924),
o que hoje seria equivalente a secretario da educação.
Depois foi diretor de instrução pública no Rio de Janeiro
(1931-1935).
Exatamente por suas ideias, o educador foi perseguido
durante o governo Vargas e pela ditadura de 1964.
Ficou exilado nos Estados Unidos da America, onde
lecionou em universidades.
Acabou falecendo em 1971, no Brasil, quando foi
encontrado morto no poço de um elevador, em
circunstancias estranhas e até hoje não esclarecidas.
Autor de “Educação no Brasil”, onde revelou que se
considerava um seguidor de Durkheim, Anísio Teixeira
também foi influenciado por Dewey.
Tal como o último, considerava a educação uma
constante reconstrução da experiência e as verdades
apenas provisórias, inserindo-se na corrente
pragmatista.
A partir desta concepção, Anísio Teixeira propôs o
aprendizado pela ação, defendendo quatro premissas
básicas:

1. Educar em vez de instruir.


2. Formar homens livres em vez de homens dóceis.
3. Preparar para o futuro incerto em vez de transmitir um
passado claro.
4. Ensinar a viver com mais inteligência, tolerância e
felicidade, desprezando a memorização e valorizando o
senso crítico.
Pensando em aplicar suas ideias, facilitando o acesso a
escola única e democrática, depois de viajar pela
Europa e EUA, entre 1925 e 1929, observando vários
sistemas educacionais, ele fundou a Escola Parque em
Salvador, em 1950.
Esta, mais tarde, inspirou os Centros Integrados de
Educação Pública (CIEPS) no Rio de Janeiro.
A Escola Parque propunha educação gratuita em tempo
integral, onde o educando deveria ser preparado para a
cidadania, desde o cuidado com os conteúdos até
higiene, saúde, lazer, etc.
Para Anísio Teixeira, além de integral, pública, laica e
obrigatória; a educação deveria ser municipalizada para
atender os interessados, articulando uma rede que
precisaria se estender até a universidade.

O educador propôs a criação de fundos financeiros para


custear uma educação publica de qualidade, inspirando
o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF).

Porém, os recursos se mostraram insuficientes para


colocar em prática a proposta, não conseguindo romper
com o dualismo educacional que estava se formando.
Concluindo.
Quando discutimos o paradigma do consenso e do
conflito como norteadores das ações educativas, existe
uma tendência responsabilizar a escola pelos sucessos
e os professores e alunos pelos fracassos.
Consenso ou conflito, caberia perguntar se um ou outro
são gerados a partir da relação professor/aluno ou
virtude da natureza do sistema educacional?

Ou ainda se os problemas recorrentes em sala de aula


não tem origem fora dela, na família, política, cultura ou
sociedade?

Embora devamos considerar a hipótese que as questões


educacionais possuem, em muitos casos, reflexos
gerados pela prática didático-pedagógica.
Para saber mais sobre o assunto.
"Anísio Teixeira: O defensor da escola pública na teoria
e na prática" Revista Nova Escola, n. 178, dez. 2004,
p.26-28.

AZEVEDO, Fernando. "A nova concepção do papel da


escola na sociedade" In:Novos caminhos, novos fins. 3
ed. São Paulo: Melhoramentos, s/d. p. 109-111.

AZEVEDO, Fernando. Novos caminhos e novos


fins. SãoPaulo: Melhoramentos, s/d.
CORTELLA, Mário Sérgio. A escola e o conhecimento:
fundamentos epistemológicos e políticos. São Paulo:
Cortez, 1998.
COSTA, Maria Cristina. Sociologia: introdução a ciência
da educação. São Paulo: Moderna, 2004.

GOMES, Candido Alberto. A educação em


perspectiva. São Paulo: EPU, 1994.

KRUPPA, Sonia. Sociologia da educação. São Paulo:


Cortez, 2002.

MARTINS, Calos B. O que é sociologia. São Paulo:


Brasiliense, 2004.
MEKSENAS, Paulo. Sociologia da educação: introdução
ao estudo da escola no processo de transformação
social. São Paulo: Loyola, 2005.

NÓVOA, Antônio. Relação escola e sociedade; novas


propostas para um velho problema. São Paulo:
Cadernos de Formação, 1994.

TEIXEIRA, Anísio. Educação não é


privilégio. São Paulo: Editora Nacional, 1971.

TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia da educação. São


Paulo: Atual, 1997.
Texto: Prof. Dr. Fábio Pestana Ramos.
Doutor em História Social pela FFLCH/USP.

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