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Exmo(a) Senhor(a),
Aline Paiva
Assistente Técnica
Vice-Consulado de Portugal em Belém - PA
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ESTUDO MÉDICO-LEGAL DO ABORTO •
O que é aborto? O código penal não define o que vem a ser o aborto.
Para a OMS, aborto é a eliminação do produto da concepção com menos de 500g, que equivale,
mais ou menos, 20 a 22 semanas. Contando-se da data de início da última menstruação.
ELEMENTOS DO TIPO: 1.Dolo; 2.Gravidez; 3.Uso dos meios necessários e a Morte do concepto.
- MACERAÇÃO FETAL: Feto que morre dentro do saco amniótico e sua permanência acarreta a
destruição dos tecidos moles. Ocorre nas mortes fetais a partir do 5º mês de gestação. Indicam
que o feto está morto há mais de 24H.
- DOCIMASIAS NEGATIVAS (falso negativo): Exames para saber se o feto nasceu com vida.
Quando se inicia a gravidez: Para os OBSTETRAS a mulher está grávida desde que tenha havido
implantação do ovo na cavidade uterina.
Sendo assim, a demonstração de gravidez é o primeiro passo para esclarecer se houve crime de
aborto.
OVO: Resultado da fecundação. Suas células periféricas contém TROFOBLASTO, e suas células
mais externas contém SINCIOTROFOBLASTO.
2) SINAL DE HALLER: Na região mamária é possível visualizar com cerca de 8 semanas após o
primeiro dia da última menstruação, uma rede venosa.
3) COLOSTRO: Das mamas saem uma pequena quantidade de líquido leitoso. Não é um sinal de
certeza de gravidez pregressa, pois pode aparecer sob a influência de tratamento hormonal.
• Estrias gravídicas.
6) LÓQUIOS: São líquidos drenados pelo orifício do colo do uterino. Inicialmente sanguinolentos,
ao fim de três dias tornam-se serosos e amarelados. Indicam que houve perda do revestimento
interno da parede uterina que se apresenta CRUENTA e SANGRANTE.
Encontro de partes fetais ou da placenta em meio ao conteúdo vaginal garante que havia gravidez.
(Diagnóstico de certeza de gravidez). O perito deve colher material da cavidade vaginal para
EXAME CITOLÓGICO ou HISPATOLOGICO. Há fragmentos necróticos de placenta no interior da
cavidade uterina e raramente em meio ao conteúdo vaginal.
A concentração de HCG, após o aborto, costuma a cair de modo rápido e depois de modo regular
e mais lento. O tempo de eliminação do organismo varia em 1 mês, a depender dos valores
iniciais.
ATENÇÃO! Quando a concentração do hormônio não diminui, deve tratar-se de gravidez ectópica
ou de tumores trofoblásticos. Que costumam a produzir níveis muito altos e crescentes de
betaHCG.
ULTRASONOGRAFIA: Seu valor pericial fica bastante limitado, uma vez que o embrião foi
eliminado, na maioria dos casos.
1.ÚTERO: • Tamanho: Uma vez implantado o ovo, o útero sofre modificações de forma e volume. O
tamanho do útero da MULHER MULTIPARAS (mulher que teve mais de um filho), geralmente,
excede em 1cm do tamanho das NULIPARAS (mulher que nunca teve filhos). Mesmo o útero
tendo esvaziado suas dimensões excedem aquelas do órgão não grávido.
4) GLÂNDULAS MAMARIAS: Proliferação intensa dos dutos mamários até a transição do quinto
para o sexto mês. Acúmulo de secreção do sexto mês em diante (colostro). O leite só é produzido
depois do parto.
REGRA DE FABRE: O útero cresce 4 cm de altura a cada mês. (Não serve para o primeiro
trimestre de gravidez).
• Altas doses de estrogênio e de progestina tomadas duas vezes pode inibir a ovulação, mas sem
garantia, dentro das primeiras 72 horas pós-coito.
Drogas utilizadas:
3) ABORTO CLINICO: Interrupção da gravidez por meio não cirúrgico, geralmente, nos primeiros
meses. Envolve o uso de MIFEPRISTONA ou do METATREXATO, associados a uma
PROSTAGLANDINA E1 (misoprostol ou gemeprost). O metatrexato é um agente citostático capaz
de inibir o crescimento do trofoblasto. E a prostaglandina funciona como droga complementar no
esquema promovendo a contração uterina.
• Mecânicos: A ação pode ser direta ou indireta. Na ação indireta, que atuam a distância do útero,
há traumas abdominais e quedas provocadas. Na ação direta, há introdução de corpos estranhos
no canal cervical, introdução de líquido (soro fisiológico ou substâncias antissépticas) sob pressão
positiva através do colo uterino a fim de deslocar as membranas, inclusive a placenta.
• Químicos: Podem ser administrados via oral ou aplicados no local (colo do útero ou dentro da
cavidade amniótica). Podemos citar como substâncias orais a quinina e a ergonovina. E como
substâncias para uso local o permanganato de potássio.
Pode ocorrer no momento da intervenção ou a médio prazo. Por ser uma morte violeta a
declaração de óbito deve ser dada por um médico legista.
1. Mãe, DOLOSAMENTE;
2. Matar o próprio feto nascente ou recém-nascido; 3. Durante o parto 4. Logo após; 5. Influência
do estado puerperal.
• Estado puerperal: Esse período pode ser conceituado como aquele em que se inicia com a
eliminação da placenta até a volta do organismo materno às condições anteriores à gravidez.
• Porém, há doutrinadores3 que não limitam o término do parto à eliminação da placenta, mas
sim a contenção da hemorragia causada pelo desprendimento da placenta. Para essa doutrina o
parto é dividido em 4 períodos:
De toda a sorte, tem-se aceitado que o parto termina com a eliminação da placenta. A mulher que
age sob a influência do estado puerperal não é a mesma que é diagnosticada com psicose
puerperal. Aqui a puérpera estava em crise de surto psicótico, ou epilético, no momento da ação.
Há neste caso uma exacerbação de uma doença mental prévia ou eclosão de uma doença já
existente, porém não conhecida. Configurando uma hipótese de inimputabilidade, prevista no art.
26 do Código Penal.
É uma ficção criada pelo mundo jurídico. É uma alteração psíquica e física que engloba o período
do parto e logo após o parto. • Durante o parto ou logo após: Necessário será estabelecer o início
do parto e os limites da expressão “logo após”. Inúmeros períodos foram conceituados como
início do parto. Uma parcela da doutrina obstétrica delimitou o início do parto quando se
intensificam e tornam mais frequentes as grandes contrações uterinas.
Já uma outra doutrina já caracterizou o início do parto quando há a perda do tampão de muco que
fecha o canal cervical e que é eliminado quando o colo começa a se dilatar. (Sinal clínico). Mas
para fins periciais, convencionou-se afirmar que o parto inicia-se com a rotura da bolsa amniótica4
. A expressão “logo após” tende a limitar o período em que a morte do concepto será considerada
infanticídio. Essa expressão deve ser entendida como elemento atrelado a influência do estado
puerperal. Desta forma, esse período é marcado pela presença do recém-nascido com o corpo
recoberto pelo sangue do parto, pela presença do ENDUTO SEBÁCEO (material gorduroso que
protege o concepto no interior do saco amniótico e que facilita seu deslocamento pelo canal
vaginal), cordão umbilical ligado à placenta e sinais de que a mãe não se preocupou em dar
qualquer tipo de cuidado ao recém-nascido.
• Feto nascente ou recém-nascido: Ambos podem ser considerados sujeitos passivos da conduta
criminosa de infanticídio. Pois o legislador alargou o conceito de infanticídio, outrora somente
abrangendo a conduta praticada após a expulsão do concepto.
Atualmente, entende-se que a conduta pode ser praticada “durante o parto”, neste caso o sujeito
passivo será o feto nascente, ou “logo após”, resultando como sujeito passivo o recém-nascido