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Eles não queriam criar uma nova estética, mas transformar o mundo. Para isso,
uniram o universo freudiano de estudos do inconsciente humano com o
pensamento social de Marx, Engels e Trotski.
Para eles, o rosto verdadeiro de uma cidade não era o rosto dos cartões
postais dos turistas, da família perfeita, dos relacionamentos perfeitos,
mas o dos conflitos, entre a pobreza e o luxo dos boulevards, entre as
normas institucionais e suas promiscuidades. Esses artistas se
empenhariam em descrever a cidade de forma inconcebível para um turista.
Por isso e por tantas outras coisas que a relação entre o surrealismo e o
cinema foi imediata. Para os surrealistas, o cinema mostrava-se como um meio
perfeito de expressar todos aqueles valores escolhidos como fundamentais ao
movimento. Os filmes surrealistas lançaram às bases de uma narrativa que
não obedecia à lógica da narrativa clássica, cultivando as rupturas, o
onírico, as imagens mentais, as visões provocantes, a atração pelo
mistério.
O surrealismo no cinema tinha na imagem em movimento a quebra de toda a
abertura de sentido ligado ao senso comum, e com suas combinações de
signos, sobreposição de imagens, criação de novos códigos
representacionais, composição de elementos contraditórios, filmagem
com ângulos e enquadramentos ousados, o surrealismo desvelou os
segredos da linguagem da reprodução sob o viés de uma poesia onírica.
Buñuel dizia ter horror das angulações. Ele gostava de filmar sem efeitos e
não aceitava quando lhe davam ideias para criar belas composições.
Detestava a mise-en-scene tradicional, o campo e contracampo, a
narrativa clássica, mas tinha sérias criticas aos "experimentalismos" de
vanguarda também. Amava os planos longos, as tomadas em
continuidade. Afirmava que ficava chateado ao ler, durante semanas, um
roteiro e que, após ensaiar, rodava apenas duas ou três vezes cada cena.
DAVID LYNCH
Lynch, desde muito jovem sempre se sentiu atraído pelo mundo fascinante e
lúdico das artes. Na Filadélfia, ele e sua mulher estudaram na Academia
de Belas- Artes, mas com a separação, ele foi para Los Angeles, com o
cinema já povoando suas ideias.
Nesse instituto, Lynch fez, junto com Frederick Elmes o curta The Amputee, e
o curta de animação The Grandmother.
ERASERHEAD
Eraserhead demorou cinco anos para ser concluído, mas a bizarra
história de um casal que tem um filho monstruoso lançou o nome de
David Lynch na esfera dos produtores e das companhias norte
americanas de cinema.
O HOMEM ELEFANTE
A obra de 1928, que traz duas pessoas também encapuzadas pelo véu da
paixão, do desejo, reflete uma das preocupações de Magritte, a de mostrar que
o homem precisa enxergar através do véu que oculta as verdades da realidade
das coisas e do mundo.
VELUDO AZUL
A ideia que deu origem a trama do filme nasceu de um sonho de Lynch: entrar
no quarto de uma mulher desconhecida e observa-la durante toda a noite.
Esse fato nos remete a um dos filmes mais significativos do movimento
surrealista. Um Cão Andaluz, que também nasceu de sonhos de Luis
Buñuel e de Salvador Dali. E as analogias entre esses dois filmes não
acabam por ai.
O sonho de Dali era sobre uma mão humana cheia de formigas. Em Veludo
Azul, toda a ação decorre do fato do jovem Jeffrey Beaumont ao ir para a
cidadezinha de Lumberton visitar o pai doente, descobrir, num terreno baldio,
uma orelha humana em fase de decomposição, repleta de formigas.