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ANOVA QUESTAO SOCIAL tido, Mas, de qualquer forma, existe um forte tisco de degra- dagio incontrolével que nos jovamente no quadro da primeira opi, aessa volta ue Alain Mine evoca. sucesso de uma gestio minima da crise pressupde,igual- ‘mente, que suas vitimas continuarao a resignar-se com sofeer a situagio que Ihes € imposta, Tal projegio também absurda. A histéria do movimento operario permite com- preender @ contrario aquilo que pode surpreender na atual \¢40, na maioria das vezes passiva, de uma cendigao sa- ‘cada vez mais degradada. A constituigio de uma f ntestacio ¢ de transformagio social supe a rcuniio de ‘Jo menos trés condigées: uma organizagao estreturada cm comum, a pose de um projeto alter- para o shail ba Sociedade Indust. Os spramioeriin de hoje ndoapresentam nenbuma dessas condigGes. Estio aromizados, 6 podem alimentar a esperanga de ser um pouco menos mal ‘edade atual eso socialmente inéteis. Conse improvével, a despeito dos esforgos de grup tes minoritirios, como 0 Sindicato dos Desemprega- tue esse conjunto heterogéneo de situagdesseralizadas 567 {AS METAMORFOSES NA QUESTAO SOCIAL ia jf exis tem, mas quando passam ao ato, freqiientemente se voltam: contra seus autores (conferit 0 problema da droga nos subir- te para os carentes iingiéncia, pilhagens de supermercados, destruigbes ostensivas de cartes etc.). Mas ninguém pode dizer, sobretudo se a situagio se agravar ou simplesmente se “mantiver”, que tais manifestagoes no se ‘ultiplicario até 0 ponto de se tornarem intoleraveis, desem- bocando nao em uma “Grande Noite", mas em numerosas noites violentas durante as quais a miséria do mundo mostraria 4 face oculta de seu desespero. Uma sociedade democritica te desprovida, ou completamente cia de enfrentar essas desordens. ‘Nao comportam, com efeito, nenhuma outra resposta possivel senio a repressio ou o fechamento em guetos. Exist eeira razdo, a mais séria na minha que torna vel a manutengao da situagio atual. E im: Possivel tracar um cordio sanitério entre os que habilmente se livram de uma situagio delicada e os que resvalam, e isso Por uma razio de fundo: nao hé “in” e “out”, mas um conti. uum de posigées que coexistem no mesmo conjunto e se “contaminam” umas 3s outras. O abade Messonnier, quando denu tade do tltimo século, “a gangrena do pau- Perismo”, nao deixava transparecer apenas seu desprezo pelo ovo. Se a questio do pauperismo se tornou a questio social XIX e teve que ser claramente enfrentada, é porque fa a questio da sociedade inteira, que corriao risco da “gangrena” e da desestabilizagio, por um efeito bumerangue 9 de sua periferia sobre seu coragio. © mesmo ocorre hoje com a “exclusio” e por isso é ne- cessirio manejar esse termo com infinitas precargdes, Volto a ele uma iiltima vez: a exclusio nao é uma auséncia de relagio social, mas um conjunto de relagées sociais particulares da 568 ANOVA QUESTAO SOCIAL, ‘dade tomada como um todo. Néo hé ninguém fora da dade, mas um conjunto de posicées cujas relagdes com seu centro séo mais ou menos distendidas: antigos trabalha- dores que se tornaram desempregados de modo duradouro, jovens que nao encontram emprego, populagées mal escola” tizadas, mal alojadas, mal cuidadas, mal consideradas ete. Nao enhuma linha diviséria clara entre essas situagdes e aquelas um pouco menos mal aquinhoadas dos vulneriveis ‘que, por exemplo, ainda trabalham mas poderio ser demitidos no préximo més, estio mais confortavelmente alojados mas poderio ser expulsos se nao pagarem as prestagdes, estudam conscienciosamente mas sabem que cotrem 0 risco de nio terminat... Os “exclufdos” sio, na maioria das vezes, vulnerd. veis que estavam “por um fio” ¢ que cairam. Mas também ¢ uma circulagio entre essa zona de vulnerabilidade e a da integracio, uma desestabilizagio dos estiveis, dos trabalha- dores qualificados que se tornam precérios, dos quadros bem considerados que podem ficar desempregados. Edo centro que parte a onda de choque que atravessa a estrutura social. Os “excluidos” nao tém nada a ver com a escolha de uma politica de flexibilidade das empresas, por exemplo ~ salvo ue sua situagao é concretamente, a conseqién colha. Encontram-se desfiliadas, ¢ esta qu: vvém melhor do que a de excluidos: foram des-ligados, mas continuam dependendo do centro que, talyez, nunca foi tio onipresente para o conjunto da sociedade. F por isso que dizer ‘Que questio suscitada pela invalidagao de alguna individwos ede alguns grupos concerne a todo mundo nio és6 fazer apelo uma vaga solidariedade moral, mas, sim, constatar a inter dependéncia das posigbes trabalhadas por uma mesma dini- mica, a do abalo da sociedade salarial A tomada de consciéncia da existéncia de tal contimeum comega a se difundir™". Em dezembro de 1993, a revista la Pode-sesituar no fim de 1982-ico de 199 a repentina ampliagso dessa ‘tomada de conseincia qu reve muita repereusséo nos msios de comunica 80 e nos dscursos pollcos, Elio, ila, do patamar psicoldpico dds es milhdes de desempregadosstingido em outubro de 1992; ame 563 [AS METAMORFOSES NA QUESTAO SOCIAL Rue publicava uma sondagem CSA sobre “Os franceses diante daetclusio" ™ Realmente, é preciso er prudente em relacio 4s sondagens, sobretudo quando incidem sobre um tema 850 indeterminado. Os resultados dessa sao, entretanto, perturba- dores. Tudo se passa como se cada grupo tivesse interiorizado on ricosobjetvos que corre: os operirios «os empregndos esto mais preocupados do que as profissbes intermedisrias e Gr quadrose,sobretudo, 6996 dos que tém entre 18 ¢24anos temem a exclusio, contra apenas 28% dos que tém mais de ainos (dos quais, em compensagio, 66% a temem para un présimo)- Ise tabem fom dvds,“ ere do fro" ‘uma sociedade em que os idosos esto mais garartidas quanto 20 futuro do que os jovens. E, de fato, as pessoas idosas ainda se beneficiam das protegées montadas pela sociedade salaria, 20 passo que os ovens ja sabem que a promesta do progresso no seri manta. ss nimeros retelam wn preacupane jaradoxo. Os que ji estio fora do trabalho estio mais garan- tidos do que aqueles que ainda tabalham,esobtetudo os que se preparam para entrar na vida profssional expressam a mais profunda preocupacio. As reagdes a0 CIP (0 *SMIC dos jo- ens"), na primavera de 1994 reforgam essas impressbes. NSo ‘hd mais bela homenagem a sociedade salarial do que a revolts desses ovens, comando consciéncia, brascamente, de que esto ameacados de no poder participar dela. Signifcativame: essa reagio foi sobretudo obra de jovens relativamente privi- leiados, ou pelo menos destinads a seit a8 vas de uma ;romogio social que recompense os sucessos escalares ¢ a am~ da sociedade salarial nio € apenas uma defesa dos “privilé- ios", como uma critica demagdgica do “sempre mais” gostaria de fazer acreditar™. E, a0 contrério, o temor do “sempre das discusses sabre obalango do poder sociaita, que asia sido witrioso fem 1981 gragas cm grande part, 3 ctenga das pessoas er sua cpacidade pera resolver o problema do desemprezo. 2 «Eecusion a grande peu, Lt Ruz, n° 2, dezembro de 1993, 8B de Closers, Tenjours plist Pris, Grasset, 1982. 570 ANOVA QUESTAO SOCIAL menos” e nfo é por acaso que seja apoiada pela juventude. Pela primeira vez depois da guerra, uma nova geracao viu suas condigées de insergso profissional agravarem-se em ter- :mos de emprego num primeito estigio, mas também de salario quando chega ao fim de um percurso de inserciv ‘Traduzindo, depois do fato, a perturbacio da sociedade da segunda metade do século X’ 8 inauditas da Revolugéo Francesa, mas evidentemente sabia disso no momet suavemente seu aman tejapprestesa perder seu amanha. Néo 6 osamanhisque cantam, entertados depois de duas ou trés décadas, mas a representagio, de um facuro pouco controlivel. A juventude nio é, eviden- ‘emente, a inica concernida, ainda que seja quem ressinta, de forma mais aguda, essa ameaca, De modo mais geral, perder © sentido do futuro é ver decompor-se a base a partir de que € possivel desenvolver estratégias cumulativas que tornariam ‘© amanha melhor para viver do que 0 hoje. A terceira opcdo reconhece a perda da centralidade do tra- balho e a degradacao da condigao de assalariado, ¢ tenta en- contiarlhe escapatérias, compensacdes ox alternativas. Sem davida, nem tudo deve ser deplorado na conjuntura atual. As jet6rias profissionais parecem mais atipicas a medida que se Ihes opdem os ritmos firmemente €&

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