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Cuad, Herp.. 13 (1-2): 47-68, 1999 ca OSTEOLOGIA CRANIANA DE BOTHROPS ALTERNATUS _ DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854, E A COMPARACAO COM ESPECIES DE BOTHROPS WAGLER, 1824, OCORRENTES NO SUL DO BRASIL (SERPENTES: VIPERIDAE: CROTALINAE) Noeti ZaNELLA' E THALES De Lema? 1. Inst. de Cincias Biol6gicas, Universidade de Passo Fundo, Baitro Sio José. Caixa Postal 611. CEP 99001.970, Passo Fundo, RS. Brasil 2 Depto, de Biologia, Ins, de Biociéncias, PUCRS, Brasil 90619-900, Caixa P. 1429 Porto Alegre. RS, Brasil ResuMmo. Descrigio da osteologia craniana de Bothrops alternatus Duméril, Bibron & Duméril, usada como modelo para a comparagao com a de outras espécies do Sul do Brasil, B. cotiara (Gomes), B. jararaca (Wied-Newvied), 8. Jararacussu Lacerda, B, movjeni Hoge, ¢ B. neuwiedi Wagler. Foram encontradas diferengas maiores no prémaxilar, ‘maxilar, nasal, vimer, septomaxilar, palatino, plerig6ide. supra-occipital, complexo parabasisfenside, angular e esplenial Palabras clave: Bothrops alternatus, Bothrops sp.,craneo, variacién AusTRAC?, Cranial osteology of Bothrops altermatus Duméril, Bibron & Dumétil, 1854, and the comparison with southern Brazilian species of Bothrops Wagler (Serpentes: Viperidae: Crotalinae). Description of the skull osteology of B. dalternatus, as 4 model for the comparision with another Brazilian southern species, B. cotiara (Gomes), B. jararaca (Wied-Neuwied), B, jararacussu Lacerda, B, moojeni Hoge. and B. newwiedi Wagler as a contribution to the knowledge of this very complex taxon, The main differences were found in the pre-maxilla, maxilla, nasal, vomer, septomaxilla, palatine, pterygoid, supraoccipital, parabasisphenoid, angular. and sptenial Key words: Bothrops alternatus, Bothrops sp., skull, variation, IntRopUGAO O género Bothrops Wagler, 1824 apfesenta um ntimero grande de espécies, algumas das quais com status duvidoso e taxonomia precé- ria. Visando contribuir para o conhecimento de complexo e importante taxon de tanatofi- dios, propomo-nos, neste trabalho, oferecer uma descrigdo da osteologia craniana de B. al- ternatus Duméril, Bibron & Duméril, 1854, comparando as estruturas mais relevantes nas demais espécies meridionais, B. neuwiedi (Wagler, 1824). B. cotiara (Gomes, 1913), B. jararaca (Wied-Neuwied. 1824), B. jarara- cussu Lacerda, 1884 e B. moojeni Hoge, 1966. Taylor (1895) publica nota preliminar da osteologia de crotalineos norte. americanos sendo para ele a caracterizagdo da familia evi- denciada pela expansio ¢ achatamento da porgdo anterior do cranio, pelo desenvolvi- mento das presas maxilares ¢ formato dos os- sos maxilares ¢ pré-maxilares, pela redugao em seu ntimero de dentes e pela disposicao dos ossos nasais, pré-frontais, maxilares, palati- nos, plerigdides ¢ ectopterigdides. Boulenger (1896) descreve aspectos morfol6gicos exter- nos da familia Viperidae. Ruiz (1951) diferen- cia os géneros de Crotalinac (Agkistrodon Beauvois, 1799, Bothrops, Crotalus Linnaeus, 1758, Lachesis Daudin, 1803, Sistrurus Gi man, 1884 Trimeresurus Lacépede, 1804), com base em elementos dsseos do conjunto maxilo-palatal, objetivando principalmente di- 8 Noe Zaveuta & THALES De Lema: Osteologia craniana de Bothrops alternatus ferenciar Bothrops de Trimeresurus. Anthony (1955) descreve observagées anatémicas so- bre o aparelho de veneno dos offdios, utilizan- do viperideos do género Crotalus, Bitis Gray, 1949 © Bothrops, incluindo as espécies Bo- throps cotiara (Gomes, 1913), B. insularis Amaral, 1921, B. jararacussu Lacerda, 1884, B. atrox (Linnaeus, 1758), B, alternatus Du- méril, Bibron & Duméril, 1854 ¢ B. lanceola- tus (Lacépéde, 1789), Também faz descrigo do ato de morder ¢ coloca os viperideos entre os mais evoluidos, com o encurtamento do maxilar, Faz também uma andlise dos indices maxilo-transverso, escamoso-quadrado ¢ den- to-mandibular. Gans (1961) descreve modifi- cagdes que ocorrem no condrocranio de Vipe- ridae com base em espécies de Viperinae e, para ele © osteocrénio nao apresenta caracte- risticas especiais durante o desenvolvimento, mas 0 esqueleto adulto apresenta modificagdes importantes, especialmente quando conectado com o aparelho de produgao de pegonha. Brattstrom (1964) descreve a osteologia do gé- nero Bothrops pela andlise detalhada de diver- sos elementos 6sseos, comparando com os de outros géneros de Viperidae, dividindo filoge- neticamente © taxon, sugerindo separagZo em dois grupos, um arboricola e outro terrestre. Moro (1996) analisou a osteologia craniana e musculatura mandibular de B. alternatus, B. neuwiedi ¢ B. ammodytoides propondo re laces filogenéticas entre as trés espécies. MATERIAL E METODO Foi feita uma descrigao formal de toda a ana- tomia 6ssea-craniana da espécie Bothrops al- ternatus, usando-se cranios inteiros e desmon- tados, descrevendo todas as estruturas, mesmo aquelas que ocorrem em outras espécies do mesmo género ou nas serpentes em geral, por- que estava faltando na bibliografia neotropical este tipo de apresentagao. Foram preparados cranios de exemplares das seguintes colegdes cientificas: IB, Instituto Butantan, Sao Paulo; MCP, Museu de Cién- cias e Tecnologia da Pontificia Universidade de Catélica do Rio Grande do Sul, Porto Ale- gre; MCPAN, colecao anexa de pegas; MHN- CT, Museu de Histéria Natural de Capio da Imbuia, Curitiba, Parana, Foram utilizados 35 cranios de espécimes adultos das espécies: B. alternatus Duméril, Bibron & Duméril, 1854, B. jararaca (Wied, 1824), B. neuwiedi Wagler, 1824, B. cotiara Gomes, 1913, B. moojeni Hoge, 1966 e B. ja- raracussu Lacerda, 1884. Exemplares examinados. (Em ordem numé- rica, sendo, F, fémea; M, macho): Bothrops alternatus: MCP 0064 - Sio Francisco de Paula, RS; MCP 1508 (F) - Guaiba, RS; MCP. 1790 (F) - Viamao, RS; MCP 2175 (F) - Sao Francisco de Paula, RS; MCP 2227 (F) - ‘Triunfo, RS: MCP 2701 (M) - Vacaria, RS; MCP 3560 (M) - Sao Francisco de Paula, RS; IB 8079 (M) - Pira’, PR. Bothrops cotiara: MCP 0450 (F) - Rio das Antas, SC; MHNCI 1144 (M) - Cruz Machado, PR; MHNCT 1196 (M) - Unido da Vitoria, PR; MHNCI 1507 (F) - Unido da Vitéria, PR; IB 18944 (F) - Videi- ra, SC; IB 20975 (M) - Nova Galicia, SC. Bo- throps jararaca : MCPAN 0056 - Gramado, RS; MCP 0996 (M) - Bento Gongaives, RS; MCP 1704 (M) - Viamao, RS: MCP 2219 (M) - Novo Hamburgo, RS; MCP 3702 (F) ~ Sananduva, RS; IB 11346 (M) - Langa. SC; IB 13244 (F) - Langa, SC. Bothrops jarara- cussu: MHNCI 0447 (M), 0573 (M) - Morre- tes (Porto de Cima), PR; MHNCI 1833 (F) - Sao José dos Pinhais, PR; MANCI 2658 (F) - Antonina, PR. Bothrops moojeni: MHNCI 1969 (M) - Foz do Iguagi, PR; MHNCI 2820 (M) - Foz do Iguacu, PR; MHNCI 3837 (F) - Guafra, PR. Bothrops neuwiedi: MCPAN 0029 (F) - Guaiba, RS; MCP 3574 (F) - Vi mio, RS; MCP 3916 (M) - Barra do Ribeiro, RS; MCP 3943 (F) - Barra do Ribeiro, RS; MCP 4024 (M) - Barra do Ribeiro, RS; IB 53018 (F), 53019 (M) - Foz do Iguagu (Itai- pu), PR. Para a descrigdo, bem como comparagdes © desenhos, utilizou-se_estereomicroscépio sendo os ossos danificados desenhados com base nos ossos opostos correspondentes. Para © desenho das pecas osteoldgicas individuali- zadas, foram utilizados os seguintes exempla- res: MCP 0064 (Bothrops alternatus), MHN- Cuad. Herp.. 13 (1-2): 47-68, 1999 CI 1507 (B. cotiara), MCP 2219 (B. jarara- ca), MHNCI 1833 (B. jararacussu), MCP 4024 (B. neuwiedi) e MHNCI 1969 (B. moo- Jeni). Para o desenho do cranio inteiro de B. alternatus foi utilizado 0 exemplar MCP 0064. Siglas para terminologia anatémica. A ter- minologia utilizada na descrigao dos cranios, segue Romer (1956), Bullock & Tanner (1966), Kamal & Hammouda (1968), Marx & Rabb (1970), Liem er al. (1971) ¢ Cundall (1981). Medidas. Medidas aferidas em milimetros com paquimetro, preciso 0,05 mm, tomadas sempre no lado direito. A sexagem foi feita mediante incisdo mediana basicaudal e visua- izacao dos hemipénis ou somente as glandu- las anais (exemplares com hemipénis nao evertidos). Os critérios de aferigao usados fo- ram: Comprimento do cranio (CC): da extre- midade cranial do pré-maxilar até a extremi- dade caudal dos exoccipitais; largura do cra- nio (LC): na altura da sutura do parietal com 0 postorbital; comprimento da mandibula (Cid): da extremidade posterior do osso com- posto até a extremidade cranial do dentéio: comprimento do osso maxilar (Cm): da super- ficie dorsal até a superficie ventral dos ossos, excluindo-se as presas; comprimento do osso plerigéide (Cpt): da extremidade cranial até a extremidade caudal do osso; comprimento do osso palatino (Cpl): da extremidade cranial até a extremidade caudal do osso; comprimen- to do osso dentario (Cd): da extremidade cra- nial até a extremidade caudal do osso, pelo lado externo; comprimento do osso nasal (Cn): da extremidade cranial até a extremidade cau- dal do oss0; comprimento do osso supratempo- ral (Cst): da extremidade cranial até a extre- REsuLTADO a) Descri¢o do sincranio do Bothrops alternatus O cranio de B. alternatus & do tipo es- treptostilico, de aspecto alongado, mais alar- gado na extremidade rostral sendo pouco ossi- 49 ficado (Figs. 1 e 2). Dorsal e lateralmente véem-se os ossos nasais, prémaxilares, pré- frontais, frontais, parietais, supraoccipitais, supratemporais, postorbitais, quadrados ¢ sep- tomaxilares; face stipero-externa dos maxi res que se articula com os prefrontais; articu- lagi maxilo-ectopterigdide-pterigdide, os pa- latinos, septomaxilares, premaxilares, prefron- tais, frontais, parietais, prodticos, supratempo- ais e exoccipitais; da mandfbula véem-se 0 composto ¢ o dentério, Em vista palatal veem- se 0s ossos do complexo palatal e da série marginal em primeiro plano tendo ao fundo 0 assoalho do neurocranio. O comprimento do cranio varia de 22.6 a 30,7 em; a largura varia de 10,4 a 17,5 em (Tabela 1); 0 comprimento da mandibula varia de 30.2 a 47,8 cm (Tabela 1), Foi notado que os machos tem cranio rela- tivamente menor que o das fémeas. 1. Teto dérmico: 1.1, Série de ossos marginais: 1.1.1, Prémaxilar. Formado por dois ossos fu sionados, E céncavo externamente ¢ convexo internamente, situado na extremidade antero- lateral do cranio, sem articular-se com 0 maxi: lar e, junto com os nasais e septomaxilares for- ma 0 rostro. O premaxilar é simétrico ¢ tem forma de “T” invertido em vista dorsal. Parte dorsal forma 0 processo dorsal (ou processo nasal, segundo Kamal & Hammouda, 1968); 0 processo posterior, de forma triangular, situa- se caudalmente ao dorsal atuando como septo divis6rio da cavidade nasal sendo visivel com © crdnio desarticulado, Externamente sutura-se com 0 vémer na linha média craniana, A barra horizontal do premaxilar forma o processo transverso. Ha uma projeco antero-ventral a0 processo dorsal, que se bifurea sobre a superfi- cie antero-superior do vomner. 1.1.2. Maxilar, Osso par, alongado dorso- ventralmente, localizado antero-marginalmen- te no crdinio e apresentando cinco faces, supe- rior, interna, externa, posterior e ventral. Pos- sui abertura lateral larga em forma de semicir- culo aberto e com bordas lisas e possuindo um frame superiormente, para a passagem de 6r- giios sensoriais da face. Na superficie ventral situam-se as presas, em mimero de duas, sen-

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