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FACULDADE NOVOS HORIZONTES

BRENDA ISABEL

FEMINICÍDIO NA LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA

Belo Horizonte
2017
BRENDA ISABEL

FEMINICÍDIO NA LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA

Monografia apresentada como requisito parcial para


conclusão do Curso de Direito da Faculdade Novos
Horizontes.

Orientador: Prof. Pedro Luciano Evangelista Ferreira

Belo Horizonte
2017
TERMO DE APROVAÇÃO

BRENDA ISABEL

FEMINICÍDIO NA LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA

ORIENTADOR _________________________________________________

AVALIADOR ___________________________________________________

Belo Horizonte, de de 2017.


AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta
Caminhada.

Agradeço também a todos os professores que me acompanharam durante a


graduação, em especial ao Prof. responsável pela realização deste trabalho.

Dedico esta, bem como todas as minhas demais conquistas, aos meus amados pais,
e agradeço a eles por todo o carinho e apoio. Por sempre me auxiliarem na busca de
meus sonhos.
SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................. 8
ABSTRACT ............................................................................................................. 9
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9
2 HISTÓRICO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ......................................... 10
2.1 CONCEITO DE FEMINICÍDIO ......................................................................... 15
2.1.1 Motivação para o Feminicídio .................................................................... 16
2.1.2 Em que contexto acontece o Feminicídio ................................................ 16
2.1.3 Características do crime de Feminicídio 17
2.2 FEMINICIDIO NO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ......................................... 17
2.3 COMO A VITIMAÇÃO INFLUENCIOU NA CRIAÇÃO DA QUALIFICIADORA
............................................................................................................................... 18
2.4 COMO SE DAVA A PUNIÇÃO ANTES DA QUALIFICADORA DO
FEMINICÍDIO......................................................................................................... 19
3. A NATUREZA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO ....................................... 19
3.1 Homicídio Privilegiado .................................................................................. 19
3.2 Homicídio Qualificado ................................................................................... 20
3.2.1 Ordem Objetiva ........................................................................................... 20
3.2.2 Ordem Subjetiva ......................................................................................... 20
3.2.3 Homicídio Doloso ....................................................................................... 20
3.2.4 Homicídio Culposo 20
4. A EFETIVIDADE DA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO ............................. 20
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 23
6. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 25
RESUMO

O presente trabalho tem por finalidade analisar a lei 13.104 de 09 de março de


2015, que tipificou a conduta do feminicído, enquadrando-o como homicídio
qualificado e incluindo um novo rol de majorantes ao Código Penal, bem como
ponderar a necessidade da Lei do Feminicídio por meio de dados sobre o homicídio
de mulheres no Brasil, extraídos do Mapa da Violência 2015. Pretende-se analisar
também se a criação da Lei teria apenas a pretensão de garantir a integridade da
mulher, ou se há meros interesses políticos na criação da Lei. O método utilizado é
de uma pesquisa metodologia qualitativa, exploratória, bibliográfica e documental.
Primeiro, a partir da análise do conceito de violência de gênero, a qual é considerada
um sinônimo de violência contra a mulher, por ser esta sua maior vítima, e como a
cultura do patriarcado serviu para legitimar esse tipo de violência, num processo de
inferiorizarão da mulher ante a figura masculina.
Em seguida, estuda-se o crime de feminicído pontualmente, partindo-se da
análise de seus requisitos típicos e as mudanças acarretadas no Código Penal
Brasileiro. Discorre-se, também sobre os dados alarmantes no Mapa da Violência
2015, Homicídio de Mulheres no Brasil.

Palavras Chave: Feminicídio – Violência de Gênero, Lei Maria da Penha, Lei do


Feminicídio, Mapa da Violência.
ABSTRACT

The purpose of this study is to analyze Law 13,104 of March 9, 2015, which
typified the conduct of the feminicide, framing it as a qualified homicide and including
a new list of majorantes to the Penal Code, as well as to consider the necessity of the
Law of Feminicide By means of data on the murder of women in Brazil, extracted from
the Map of Violence 2015. It also analyzes whether the creation of the Law would only
have the intention of guaranteeing the integrity of the woman, or if there are political
interests embedded in the creation of the Law. Used is a research methodology
qualitative, exploratory, bibliographical and documentary. First, the concept of gender
violence is analyzed, which is considered a synonym of violence against women, since
this is its greatest victim, and how the culture of the patriarchy served to legitimize this
type of violence, in a process of Woman before the male figure.
Next, the crime of feminicide is analyzed punctually, starting from the analysis
of its typical requirements and the changes entailed in the Brazilian Penal Code. There
is also an analysis of the alarming data in the Map of Violence 2015, Homicide of
Women in Brazil.

Keywords: Feminicide - Gender Violence, Maria da Penha Law, Feminicide Law,


Violence Map.
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1 INTRODUÇÃO

A sociedade patriarcal, onde o homem manda em tudo e a mulher exerce


apenas o papel de obedecer e ser subordinadas a autoridade masculina, tornando-as
propriedade dos homens, tem tornado cada vez mais quotidiana a violência contra a
mulher.

No Brasil segundo dados da Secretaria de Política para Mulheres da


Presidência da República (SPM-PR), nos dez primeiros meses do ano de 2016, houve
63.090 denúncias de violência contra a mulher. Entre esses registros 49,82% (31.432)
mulheres sofreram agressões físicas, 30,40% (19.182) sofreram violência psicológica,
7,33% (4.627) sofreram violência moral, 4,86% (3.064) violência sexual e 1,76%
(3.071) cárceres privados.

Os dados mostram também que 85,85% corresponderam a situações em


ambiente doméstico e familiar. A maioria dos relatos mostram que 67,36% foram
cometidas por homens com os quais as vítimas tinham ou já tiveram algum laço
afetivo, em cerca de 27% dos casos, o agressor era familiar, amigo, vizinho ou
conhecido.

Como forma de combate a essas agressões, surgem algumas iniciativas


visando a mudança deste cenário de violência, como a Lei nº 11.340/2016 chamada
de Lei Maria da Penha, que dispõe sobre a violência doméstica, prevendo sanções,
serviços especializados de atendimento as vítimas e políticas públicas a serem
implementadas para coibir a ocorrência da violência contra as mulheres.

Ainda na busca de medidas de proteção, o Senado Federal recomendou a


caracterização do crime de Feminicídio como forma de assinalar que o Brasil não será
mais conivente com a violação dos direitos fundamentais das mulheres, dando origem
ao Projeto de Lei nº 292/2013.

O presente trabalho presta-se a analisará os aspectos da qualificadora do


Feminicídio na legislação brasileira. Para tanto seu primeiro no primeiro capítulo, trará
um panorama geral da violência contra a mulher, trará também a introdução da
terminologia do Feminicídio na doutrina. Analisará também a sua diferença com o
termo “femicídio” e da tipologia do feminicído. O segundo capitulo trará uma
abordagem sobre o feminicído no Código Penal Brasileiro. Mostrará o tratamento do
10

Feminicídio na Legislação Brasileira, analisando as razões da condição do sexo


feminino e a influência da vitimologia e também a como ocorria a punição antes da Lei
do Feminicídio. No terceiro e último capitulo trará os principais aspectos da
qualificadora do Feminicídio, abordando os principais questionamentos da introdução
do Feminicídio no ordenamento brasileiro, no encerramento do último capitulo será
abordado a eficácia da Lei do Feminicídio, que é imprescindível para verificação das
mudanças que poderão ocorres com a criminalização do Feminicídio no Brasil. Deste
modo espera-se que esta monografia tenha seu objetivo alcançado que desperte uma
visão mais crítica da violência sofrida pelas mulheres pelo simples fato de ser mulher,
bem como a intervenção do direito penal na criminalização do Feminicídio.

Antes de entrar no conceito do feminicído, que é o ponto focal do presente


trabalho, faz-se necessário trazer um relato breve sobre o histórico do surgimento de
como a preocupação com a violência contra a mulher fez chegar na criação do termo
feminicído.

2 HISTÓRICO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Nos primórdios da humanidade, não havia uma diferenciação da relação de


sexo e procriação, sendo a mulher vista apenas como aquela que tinha a capacidade
de procriar, a fertilidade da mulher era vista como uma contribuição da mulher para a
sociedade. Não existia a ideia da monogamia, ou seja, não tinham a cultura de ter um
único parceiro, o casamento era feito por grupos e diante disso os descendentes eram
reconhecidos apenas através da linhagem materna, somente após a domesticação
dos animais, que passaram a ter ideia da contribuição do homem para a procriação,
trazendo assim uma imensa ruptura na história da humanidade. Através desta
descoberta a relação entre homem e mulher teve uma grande mudança, ou seja, o
homem descobriu seu verdadeiro papel. O poder masculino começou a ganhar força
e a família passou a ser monogâmica, com isso a herança passou a ser masculina. Já
nesse contexto a mulher passou a ser inferiorizada e vista como um objeto de
procriação, pois quanto mais procriasse, mais aumentaria a quantidade de mão de
obra. Com a necessidade de aumento e aceleração da produção agrícola vem o
desejo de controlar a liberdade da mulher, pois era necessário que os filhos da mulher
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também fossem herdeiros de seus companheiros, para receberem os bens do pai.


Desta forma o patriarcado ganha força e começa a propagar seus conceitos.
A infidelidade da mulher era punida, sendo essa espancada e até mesmo
morta por seus companheiros, esses atos eram acobertados por leis, como o já
revogado Código Civil de 1916, que trazia artigos que limitavam a diferença de gênero,
como exemplo a mulher que era casada tornava-se incapaz.
As proporções do patriarcado foram tão grandes, que a mulher ao se casar,
passou a carregar o sobrenome do marido em detrimento ao seu, o que hoje em dia
não é mais obrigatório, mas ainda assim, mulheres optam por adota-lo, isso devido ao
fato de que esses valores penetram na mente da humanidade de uma tal forma que
passam a se tornarem verdades absolutas. Diante disso podemos notar o quanto o
patriarcalismo é extremamente bem sucedido, pois o subordinado acaba por recusar
mudanças. A sociedade patriarcal torna-se um dos grandes motivos da geração de
violência contra a mulher, muitas das vezes os agressores praticam a violência para
demonstrar sua superioridade, temos como exemplo os casos de parceiros íntimos
das mulheres que fazem uso da violência para imperar o poder do homem. Esses
casos não são isolados, dados comprovam que as agressões contra as mulheres são
praticadas por pessoas conhecidas.
Uma pesquisa realizada pela CPMI da violência contra a mulher, dentre
mulheres que declararam já ter sofrido algum tipo de agressão, 52,5% das agressões
veio de algum conhecido, sendo 25,9% das violências perpetradas por seus cônjuges
ou ex-cônjuges. Embora a introdução da mulher no mercado de trabalho e nos
espaços públicos (inclusive na política), o patriarcalismo ainda prevalece, através da
predominância da violência contra as mulheres. Organizações internacionais
mobilizaram-se, e passaram a tratar a violência contra a mulher como um problema
de saúde pública. No início o assunto era tratado como um problema de direitos
humanos de uma forma bem técnica, ou seja, as leis proibiam a discriminação em
razão de sexo.
Na Revolução Francesa, que pregava a igualdade entre homens e mulheres,
essa igualdade ocorreu, embora de uma forma substantiva, demonstrando em pouco
tempo que alguns eram mais iguais que outros, nesse contexto o movimento feminista
foi de suma importância para chamar a atenção e ativar a preocupação com os direitos
das mulheres, podendo destacar a atuação da ativista Marie Gouze, que elaborou a
Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, como uma crítica a Declaração dos
12

Direitos do Homem e do Cidadão, ela anunciou em sua obra a igualdade e liberdade


apenas para os homens. O intuito não é colocar a mulher em situação de fragilidade
e inferioridades, mas demonstrar que as mulheres estão cada vez mais expostas a
submissão dos homens nessa sociedade patriarcal. As mulheres possuem grandes
chances de sofrerem violências em grande parte sexual, vinda de pessoas próximas
como maridos e companheiros. A morte é a modalidade mais extrema, mas não é a
única, muitas mulheres sofrem violências físicas, emocionais, psicológicas e sexual,
levando-a a não se sentirem seguras fora nem dentro de casa.
Muitos homens se acham no direito de abordarem mulheres nas ruas e agredi-
las, ainda que verbalmente, por acharem que estão se insinuando, por exemplo, por
usarem roupas que eles consideram provocativas, outro exemplo ocorre dentro de
casa, quando os pais tratam as filhas mulheres de forma diferenciada a dos filhos, por
considerar a mulher inferior, tanto física, mental e emocionalmente, são vários fatos
que ocorrem que demonstram que essa cultura está tão perpetrada que as pessoas
não se dão conta dessa discriminação. A violência contra a mulher perpetrada por
seus maridos e companheiros, geram consequências graves, tanto de ordem física
como mental, muitas mulheres após sofrerem agressões passam a demonstrar lesões
emocionais, tais como ansiedade, depressão e até mesmo vontade de tentarem
contra a própria vida, isso acaba até mesmo afetando os filhos, pois muitos acabam
por assistir as agressões.
O Brasil é um pais patriarcal, fato esse que pode ser comprovado em grande
parte dos estados brasileiros que existe uma grande discriminação não só nas
relações afetivas como nas sociais, onde impera a desigualdade entre os gêneros. O
Brasil ocupa a 7ª posição de homicídios de mulheres, com uma taxa de 4,4 homicídios
a cada 100 mil mulheres, atrás apenas de El Salvador, Trinidad e Tobago, Guatemala,
Rússia e Colômbia. Desta forma, torna-se evidente que os governos e a sociedade
civil, necessita voltar os olhos para a questão da violência contra a mulher, não
necessitar tratara a mulher de forma privilegiada, mas entender que é fato que as
pessoas do sexo feminino estão expostas a diversos riscos, com consequências
graves, a violência doméstica não deve ser tratada somente dentro de casa, por
pensar assim vários grupos feministas e acordos internacionais passaram a
reconhecer, a violência contra a mulher como uma violação dos direitos humanos.
Surge nesse contexto, a Lei Internacional de Direitos da Mulheres, a
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher
13

(CEDAW – “The Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination against


Women”). Que trata-se de um preâmbulo com 30 (trinta) artigos definindo o que
constitui discriminação contra a mulher, além de montar uma ‘agenda’ com uma ação
nacional para acabar com qualquer tipo de violência perpetrada contra o sexo
feminino. Especificamente no relatório do Brasil, o Comitê da CEDAW fez
recomendações voltadas para as mulheres deficientes, afrodescendentes, indígenas
e rurais. O Comitê manifestou preocupação, ainda, com o cumprimento das decisões
proferidas pelo Judiciário em casos de violência doméstica e familiar, relatando a falta
de experiência dos juízes em caso de violências contra as mulheres e a ausência de
dados consistentes sobre as agressões sofridas por mulheres. O comitê assim
subscreveu:
a) Fornecer treinamento sistemático aos juízes/as, promotores/as e
advogados/as sobre direitos das mulheres, bem como sobre a
constitucionalidade da Lei Maria da Penha, conforme decidido pelo Supremo
Tribunal Federal.61
b) Fortalecer o sistema judicial para garantir que as mulheres, em particular
os grupos mais desfavorecidos tenham acesso efetivo à justiça e facilitar o
acesso das mulheres à justiça aumentando tanto o número de tribunais que
tratam, e os juízes com experiência em casos de violência doméstica e
familiar;
c) Melhorar o sistema de coleta e análise de dados estatísticos que visam
avaliar e monitorar o impacto da Lei Maria da Penha regular;
d) Fornecer a todas as entidades que participam da implementação do Plano
Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, recursos humanos,
técnicos e financeiros, incluindo a criação de abrigos para mulheres vítimas
de violência.

Há ainda o documento, chamado Declaração e Plataforma de Ação de Pequim,


resultado da 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres, que ocorreu em Pequim no
ano de 1995. À época, a violência contra as mulheres foi identificada como uma das
12 (doze) áreas críticas de preocupação. O acordo firmado visava alcançar a
igualdade de gênero e eliminar a discriminação contra as mulheres. A título de
curiosidade, segue as 12 (doze) áreas de preocupação prioritárias selecionadas no
encontro:

a crescente proporção de mulheres em situação de pobreza (fenômeno que


passou a ser conhecido como a feminização da pobreza); a desigualdade no
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acesso à educação e à capacitação; a desigualdade no acesso aos serviços


de saúde; a violência contra a mulher; os efeitos dos conflitos armados sobre
a mulher; a desigualdade quanto à participação nas estruturas econômicas,
nas atividades produtivas e no acesso a recursos; a desigualdade em relação
à participação no poder político e nas instâncias decisórias; a insuficiência de
mecanismos institucionais para a promoção do avanço da mulher; as
deficiências na promoção e proteção dos direitos da mulher; o tratamento
estereotipado dos temas relativos à mulher nos meios de comunicação e a
desigualdade de acesso a esses meios; a desigualdade de participação nas
decisões sobre o manejo dos recursos naturais e a proteção do meio
ambiente; e a necessidade de proteção e promoção voltadas especificamente
para os direitos da menina . – grifo nosso.

Outro tratado importante a reconhecer o direito das mulheres a viver sem


violência foi a Convenção Interamericana para Prevenir, Sancionar e Erradicar a
Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará, realizada em 9 de junho de
1994). Esta Convenção definiu o que deve ser tratado como violência contra a mulher:

Artigo 1 Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por


violência contra a mulher qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que
cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto
na esfera pública como na esfera privada.
Artigo 2 Entende-se que a violência contra a mulher abrange a
violência física, sexual e psicológica: a. ocorrida no âmbito da família ou
unidade doméstica ou em qualquer relação interpessoal, quer o agressor
compartilhe, tenha compartilhado ou não a sua residência, incluindo-se, entre
outras formas, o estupro, maus-tratos e abuso sexual; b. ocorrida na
comunidade e cometida por qualquer pessoa, incluindo, entre outras formas,
o estupro, abuso sexual, tortura, tráfico de mulheres, prostituição forçada,
sequestro e assédio sexual no local de trabalho, bem como em instituições
educacionais, serviços de saúde ou qualquer outro local; e c. perpetrada ou
tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra.

O Brasil, alterou por diversas vezes sua legislação, inclusive na Constituição


Federal, na tentativa de proteger a mulher e proporcioná-las um tratamento digno,
dessas mudanças a mais conhecida foi o promulgação da Lei Maria da Penha (Lei
n.11.340 de 07/08/2016, o objetivo da Lei era assegurar a todas as mulheres o gozo
dos direitos, além de criar mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar
contra a mulher, bem como medidas de proteção e assistência. No preambulo da lei
consta o seguinte:
15

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a


mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra
as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o
Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.

O Supremo Tribunal Federal, julgou constitucional os artigos 1º, 33º e 41º da


Lei Maria da Penha, colocando fim na discussão sobre a constitucionalidade da Lei
por deduzirem ser de proteção exclusiva as mulheres, desta forma o supremo afastou
os institutos despenalizantes previstos na lei 9.099/95. A Lei Maria da Penha está em
consonância com o disposto no § 8º do artigo 226 da Constituição Federal, tendo em
vista que obriga o Estado adotar mecanismos para coibir a violência no âmbito das
relações familiares. Todo tipo de lesão, seja ele leve ou culposa, praticadas no âmbito
familiar são de natureza pública incondicionada. Todos os serviços de saúde que
atenderem a mulheres vítimas de violência tem a obrigatoriedade de comunicar o
acontecido as autoridades competentes.
O Congresso Nacional já demonstrou por diversas vezes a preocupação com a
violência contra a mulher, como exemplos temos: a Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) para investigar a questão da violência contra a mulher em 14 de março
de 1992; a instalação da CPMI para investigar a atual situação da violência contra a
mulher em 2012; a CPI do tráfico de pessoas, que destacou também a necessidade
de proteger as mulheres do tráfico e punir os aliciadores e traficantes de mulheres.
Diante disso foi intensificada a discussão sobre o Feminicídio e a necessidade de criar
um tipo penal para coibir esse tipo de crime, desta forma foi criada em 09 de março
de 2015 a Lei nº 13.104/2015 que criou a nova modalidade de homicídio qualificado,
o Feminicídio.

2.1 CONCEITO DE FEMINICÍDIO

Feminicídio e o nome que se dá ao assassinato de mulheres pelo simples fato


de ser mulher, ou seja, é um crime em razão de gênero.

O Feminicídio é a última instância de controle da mulher: o controle da vida e


da morte.

Ele se expressa como afirmação irrestrita de posse, igualando a mulher a um


objeto, quando cometido por parceiro ou ex-parceiro; como subjugação da
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intimidade e da sexualidade da mulher, por meio da violência sexual


associada ao assassinato; como destruição da identidade da mulher pela
mutilação ou desconfiguração de seu corpo; como aviltamento da dignidade
da mulher, submetendo-a a tortura ou a tratamento cruel ou degradante.

Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre a violência contra a mulher


(relatório final, CPMI-VCM, 2013).

2.1.1 Motivação para o Feminicídio

As motivações mais comuns do Feminicídio podem ser causados


por motivos de ódio, desprezo ou o sentimento de perda do controle e da ropriedade
sobre as mulheres, agravado pela discriminação.

Segundo a socióloga Lourdes Bandeira.

O Feminicídio representa a última etapa de um continuun de violência que


leva a morte. Seu caráter violento evidencia a predominância de relações de
gênero hierárquicos e desiguais, procedido por outros eventos, tais como
abusos físicos e psicológicos, que tentam submeter a mulher a uma lógica de
dominação masculina e a um padrão cultural de subordinação que foi
aprendido ao longo das gerações.

2.1.2 Em que contexto acontece o Feminicídio

O Feminicídio na maioria das vezes acontece no âmbito familiar, cometido por


parceiro íntimo e que geralmente é precedido por outras formas de violência, o que
leva a entender que o crime poderia ser evitado.

Este tipo de crime de gênero carrega em si traços como o ódio que exige a
destruição da vítima e também pode vir acompanhado de práticas da violência sexual,
tortura e/ou mutilação da vítima, antes ou depois do homicídio.

De acordo com a Ministra Chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres


da Presidência, Eleonora Menicucci (SPM-PR)

“Trata-se de um crime de ódio. O conceito surgiu na década de 1970 com o


fim de reconhecer e dar visibilidade a discriminação, opressão, desigualdade
e violência sistemática contra as mulheres, que em sua forma mais aguda,
culmina na morte. Essa forma de assassinato não constitui um evento isolado
e nem repentino ou inesperado; ao contrário, faz parte de um processo
continuo de violência, cujas raízes misóginas caracterizam o uso da violência
extrema, inclui uma vasta gama de abusos, desde verbais, físicos e sexuais,
como estupro e diversas formas de mutilação e de barbárie”.
17

2.1.3 Características do crime de Feminicídio

A Socióloga Lourdes Bandeira enumera algumas características do


Feminicídio:

* É praticado com vistas a destruição do corpo feminino, utilizando-se de


excessiva crueldade e chegando a causar a desconfiguração do mesmo;

* É perpetrado com meios sexuais, ainda que sem manifestar o intento sexual;

* É cometido no contexto de relação interpessoais e intimas ou por alguma


razão pessoal por parte do agressor, podendo estar associado a violência doméstica;

* Seu caráter violento evidencia a predominância de relações de gênero


hierárquicos e desiguais;

* Pode haver sobreposição de delitos, geradores de situações de barbárie e


terror; mulheres são estupradas, mortas, queimadas, mutiladas, torturadas,
Asfixiadas, mordidas, baleadas, decapitadas, etc., e esses diversos crimes podem
ocorrer concomitantemente, sobre um mesmo corpo;

* É um crime de apropriação do corpo feminino pelo marido proprietário, como


sendo território para uso e/ou comercialização em tudo o que esse corpo pode
oferecer, isto é, desde a prostituição até mesmo o tráfico de órgãos;

* Ocorre como o ápice de um processo de terror que inclui abusos verbais,


sexuais, humilhação e uma extensa gama de privações a que a mulher é submetida:
mamilos arrancados, seios mutilados, genitália retalhada.

2.2 FEMINICIDIO NO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO

Neste momento, será feita uma análise de como o Brasil optou por tornar o
crime de feminicidio em um crime hediondo, o feminicidio de acordo com a legislação
é na verdade uma qualificadora para o crime de homicídio que já é previsto no Código
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Penal, havendo também o aumento da pena, isso ocorreu com a alteração da Lei nº
8.072/1990, que seria a Lei dos Crimes Hediondos, dessa forma o femicídio passa a
ser um crime hediondo

2.3 COMO A VITIMAÇÃO INFLUENCIOU NA CRIAÇÃO DA QUALIFICIADORA

A vítima muitas das vezes fica em segundo plano, ou seja, todas as atenções
são voltadas para o criminoso e para o crime em si, deixando a vítima de ter a
importância devida. Para muitos penalistas o Código Penal deve ser voltado para
compreender o crime e o sujeito ativo e deixar de ser meramente voltado para aqueles
que cometem os crimes.

Muitas das vezes a vítima e classificada como sujeito participante, pois julgam
a vítima de acordo com sua maior ou menos contribuição na pratica do crime. Criando
dessa forma vários tipos de vítima. A vitimologia, estudo do crime e seus sujeitos, dá
a devida atenção ao papel que a vítima tem dentro da relação criminal, desta forma
torna-se necessário a criação de políticas publica de assistência a vítimas para
compreensão dos fatos e sobretudo garantir seus direitos no processo criminal.

A análise da personalidade da vítima, a sua personalidade, suas


características, e as suas relações com o delinquente e do papel que assumiu na
gênese do crime”, facilita na criação da qualificadora do crime, tendo em vista que a
vítima, não deixa de ser vítima dependendo de seu comportamento, o fato é que o
crime aconteceu e o infrator necessita ser julgado e condenado conforme a lei, a vítima
deve ser considerada em todas as hipóteses.

Em relação a violência contra a mulher, a criação do tipo penal feminicidio,


demonstra que o proposito principal da sua criação foi tornar pública a existência da
violência contra a mulher por razão de ser mulher, objetivando minimizar a pratica de
tais crimes, na tentativa de mudar a mente patriarcal.
19

2.4 COMO SE DAVA A PUNIÇÃO ANTES DA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO

Anteriormente a criação da lei nº 13.104/2015, não havia punição especifica


para os homicídios perpetrados contra a mulher em razão de gênero, desta forma a
qualificadora do feminicidio somente vai incluir os crimes praticados após a entrada
em vigor da lei, que foi sancionada no dia 10 de março de 2015, desta forma não estão
inclusos na lei os crimes acontecidos anteriormente, pois feriria o princípio previsto no
artigo 5º, XL, da Constituição Federal, que diz, a lei não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu, antes da lei o crime era punido de forma genérica. Antes da lei o
assassinato de mulheres era crime passional, ou seja, era o crime por amor, indo
contra o fato de que quem ama não mata, assim a qualificadora do motivo torpe
passou a ser aplicada nesse tipo de crime. Não há nada passional em matar uma
mulher, por ela ser mulher. Diante disso o Senado Federal apresentou uma excelente
justificativa para a tipificação do feminicído, desta forma o direito à vida é universal e
de que não haverá impunidade.

Diante disso fica claro que a Lei Maria da Penha não era responsável por punir
esse tipo de crime, pois esse não é seu objetivo principal, seu intuito era de proteger
a mulher vítima de violência doméstica e familiar, através de medidas protetivas.

3. A NATUREZA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO

O crime de homicídio é o mais grave, tendo em vista que a vida é o bem mais precioso
que o ser humano possui, o criminoso coloca fim a vida de sua vítima. O homicídio e
dividido em simples, privilegiado, qualificado, culposo simples, culposo ou doloso.

3.1 Homicídio Privilegiado

Nos casos de homicídio privilegiado há diminuição de pena, devido ao fato de


p significado de privilegio ocorre nos casos em que os limites máximo e mínimo de
pena são alteradas para prazos menores, utiliza a pena do homicídio simples com
redução de 1/6 a 1/3. As hipóteses desse tipo de homicídio ocorrem no caso de o
agente cometer o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob
o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima.
20

3.2 Homicídio Qualificado

O homicídio qualificado está dividido em duas ordens, sendo elas de ordem objetiva
e subjetiva.

3.2.1 Ordem Objetiva

Diz respeito ao fato praticado, trata dos meios e modos de execução, ou seja, daquilo
que o agente se faz valer para pratica do crime.

3.2.2 Ordem Subjetiva

Diz respeito ao autor e não ao crime, ou seja, está relacionada a esfera interna do
praticante do crime.

3.2.3 Homicídio Doloso

Ocorre quando quem praticou o crime teve a intenção de matar, ou assumiu esse
risco, agindo por vontade própria, agindo de forma consciente, ele pode ser:
privilegiado, simples ou qualificado.

3.2.4 Homicídio Culposo

Ocorre quando quem praticou o crime o fez por imprudência, negligencia oi imperícia.
Essa conduta possui finalidade licita.

4. A EFETIVIDADE DA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO

A inclusão da qualificadora do Feminicídio na legislação brasileira deixa uma questão


em aberto, a lei se efetiva? Esse questionamento destinado ao Direito Penal que
trata-se do campo mais adequado para alcançar os objetivos pretendidos, tendo como
principal objetivo a diminuição da violência de gênero. Os principais pontos discutidos
quanto à efetividade da qualificadora do Feminicídio, faz-se imprescindível abordar os
argumentos trazidos tanto por aqueles que são favoráveis quanto os que são
contrários à interferência do Direito Penal nesta questão.

Assim, os principais argumentos favoráveis à criminalização do Feminicídio:


21

(a) Instrumento de denúncia e visualização dos assassinatos de mulheres por razão


de gênero; (b) Utilidade criminológica: dados e números concretos, fazendo aflorar a
realidade e permitindo uma melhor prevenção;

(c) Poder simbólico do direito penal para conscientizar a sociedade sobre a gravidade
singular desses crimes;

(d) Novas figuras penais podem contribuir a que o Estado responda mais
adequadamente ante esses crimes;

(e) Compromete as autoridades públicas na prevenção e sanção dos homicídios de


mulheres; (f) Não se trata de dar um tratamento vantajoso para as mulheres à custa
dos homens, senão de se conceder uma tutela reforçada a um grupo da população
cuja vida, integridade física e moral, dignidade, bens e liberdade encontram-se
expostas a uma ameaça específica e especialmente intensa.

(g) Princípio da proibição da proteção deficiente;

(h) O Comitê CEDAW vem apoiando as leis de tipificação do Feminicídio desde 2006
(Comitê CEDAW, 2006, 2012);

(i) Existe extremo interesse constitucional e do legislador em erradicar as práticas de


violência contra a mulher

(j) Em razão do princípio da igualdade e da obrigação do Estado de garantir os direitos


humanos, é necessário tratar juridicamente de maneira distinta situações que afetam
de maneira diferente a cidadania.

(k) O legislativo deve determinar a pertinência, oportunidade e conveniência, em


termos de política criminal, da tipificação das condutas, sendo que existem, tanto no
Direito Internacional dos Direitos Humanos, como no Direito Constitucional de
diversos países, elementos suficientes para justificar a adoção de normas penais
gênero-específicas em matéria de violência contra as mulheres.

Por sua vez, os principais argumentos contrários:

(a) Discriminação em prejuízo dos homens, dando maior valor a vida das mulheres;
22

(b) Violação do princípio básico de direito penal liberal, caracterizado pela igualdade;

(c) Ambivalência de um conceito cuja força reivindicativa parece diluir-se convertendo-


se de um processo de transformação de categoria teórico política em figura de direito
positivo;

(d) O poder político se vale dessa categoria, incluindo-a em sua legislação e, com
isso, isenta-se de investir recursos humanos e econômicos suficientes para
efetivamente conter a violência.

(e) Em muitos países, a tipificação tem sido tão confusa que dificilmente se a pode
aplicar

(f) Reforça a imagem estereotipada das mulheres como vítimas e, em consequência,


reduz ainda mais no imaginário social o empoderamento das mulheres;

(g) A ênfase deve ser nas políticas preventivas e não nas penais;

(h) O recurso ao direito penal transformou-se em um instrumento ao alcance de


qualquer grupo político e possui baixo custo, comparado com a implementação de
políticas públicas, e alta popularidade, especialmente em situações de alta violência
e criminalidade;

(i) O direito penal não é uma via adequada para fazer frente a esse fenômeno, sendo
que a tipificação do Feminicídio tem um impacto mais midiático que real, posto que a
proteção das mulheres não se incrementa por esta via, criticando-se a ênfase
unicamente penal da normativa e a falta de medidas que fortaleçam a prevenção,
tratamento e proteção das mulheres.
23

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho versou sobre o Feminicídio. A violência de gênero sofrida


pelas mulheres que cada vez mais se perpetua em nossa sociedade e, em que pese
tenha havido uma relevante transformação e evolução social quanto ao tema, a
violência de gênero ainda vem aumentando, alcançando grandes proporções. Na
tentativa de diminuir esse tipo de violência surgiu o conceito Feminicídio, que pode
ser definida, sucintamente, como o assassinato de mulheres pelo fato de serem
mulheres, sendo o ato mais extremo da violência contra o sexo feminino

Existe a necessidade de se assumir a responsabilidade para impedir que esses


crimes continuem ocorrendo, pois trata-se de uma violação aos direitos humanos das
mulheres, incompatível com o Estado Democrático de Direito e não pode se admitir
uma proteção deficiente, a lei necessita sair do papel, não pode ser apenas uma forma
de alcançar interesses políticos, e necessário que seja adotado todos os meios e

Instrumentos para que coibir essa pratica, para que esse crime seja extirpado
de vez de nossa sociedade

É necessário sim a criação de políticas públicas para proteção, mas é


necessário também que essas políticas funcionem que tenham seus objetivos
alcançados, apenas a criação não resolve o problema em si, pode sim beneficiar
aqueles que a criaram, mas o alvo da Lei não é atingindo, pois ainda após a criação
da lei a violência só aumenta e tende a aumentar mais a cada dia.

A tipificação do feminicído no Brasil gerou diversos questionamentos, dentre os


quais, o fato de que o crime de feminicído, embora não com esse conceito já era
punido na legislação brasileira, através do homicídio, muitas vezes estando o crime
enquadrado em uma das qualificadoras.

A conclusão a que se chega é que se trata de uma mudança legislativa recente


e que a doutrina precisa ser moldada e formar um entendimento dos diversos
problemas que surgiram e que ainda surgirão. Imprescindível, também, será o papel
da jurisprudência no que tange a formação de um posicionamento mais consolidado,
para que haja uma efetiva segurança jurídica de cumprimento da lei. Ainda não houve
24

mudanças efetivas com o feminicído, eis que o crime já era anteriormente tratado
através do homicídio.

Independentemente dos argumentos favoráveis ou contrários ao feminicído na


legislação penal brasileira, há um que haver um consenso quanto a necessidade de
haver políticas públicas para que haja uma mudança de fato na mentalidade patriarcal
da sociedade e que haja uma prevenção efetiva da violência de gênero que realmente
funcione, que seja eficaz

O Direito Penal está sendo apenas simbólico nessa questão, de nada adiantará
apenas a criação do feminicído sem o envolvimento do Poder Público e da população
no combate a esse crime.

Enfrentar a violência contra as mulheres requer políticas a longo prazo, não


somente em um momento oportuno para esse ou aquele partido político, a aplicação
da Lei, conforme está no papel permitirá uma maior visibilidade dos casos de violência
de gênero, mas o objetivo principal da lei deve ser a prevenção, evitar a ocorrência de
que crimes ocorram, para que haja a prevenção do Feminicídio é necessário uma
conscientização referente as relações de poder patriarcais e de um efetivo estímulo
ao respeito entre os gêneros, promovendo assim uma efetivação do princípio da
dignidade da pessoa humana, vertente de todo o ordenamento jurídico brasileiro.
25

6. BIBLIOGRAFIA

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BRASIL, Lei do Femicidio, 13.104/2015. In: VADE MECUM, 2016.

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Paulo.

Feminicídio é fenômeno político, não apenas de gênero, dizem palestrantes.

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nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
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Decreto-Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para prever o
feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1o da Lei
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