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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

UM MODELO DE PREVISÃO DE IMPORTAÇÃO DE BENS DE CAPITAL

Apolo Reis Bezerra

Cristhian Patrick Campos da Silva

João Victor Rezende Sampaio

Vinícius Pimenta Delgado Ribeiro Nardy

Econometria I Juiz de Fora – dezembro de 2017


Introdução

O objetivo deste trabalho é definir um modelo econométrico para explicar


a Importação de Bens de capital no Brasil, utilizando como amostra dados
coletados do terceiro trimestre de 2002, até o terceiro trimestre de 2017. O
período é marcado por apresentar grandes oscilações na economia brasileira e
mundial, como a Crise Internacional em 2008 e a recessão brasileira entre o
biênio 2015-2016.

As variáveis explicativas usadas no modelo foram o Índice de Confiança


do Empresário Industrial, a cotação da taxa de câmbio em relação ao real, e a
taxa de juros (SELIC). Como são três variáveis explicativas, para representar a
variação da Importação de Bens de Capital no Brasil, será utilizado o Modelo de
Regressão Linear Múltipla. O trabalho será dividido em duas partes: na primeira
será realizada uma análise exploratória, que analisará a correlação entre as
variáveis, suas estatísticas descritivas e apresentará graficamente a dispersão
de cada variável independente em relação a dependente. Na segunda parte será
exposto o resultado final com a equação gerada, que em um primeiro momento
será analisado somente com uma variável explicativa, logo após será introduzida
a segunda, e por fim, a terceira, analisando-se o impacto da introdução de novas
variáveis ao modelo.

1 O exercício de estimar uma equação que represente bem a importação de bens de capital foi
agravado devido as intervenções governamentais realizadas nos últimos anos, via isenção
tributária e concessão de crédito subsidiado a alguns setores específicos da economia, sendo
difícil estimar um indicador que consiga captar de forma satisfatória essas intervenções.
Desenvolvimento

Apresentação Teórica do Modelo

Levando em conta a relevância da importação de Bens de Capital para o


desenvolvimento de um país, já que esta é uma das componentes do
investimento e assume papel relevante no nível de produtividade, que são
importantes vetores de crescimento, o modelo econométrico sobre a forma
𝒀𝒊= 𝒂 + 𝜷𝒙𝒊 + 𝜶𝒙𝒌 + ⋯ + Ԑ𝒊 objetiva estimar um modelo de previsão de
importação de Bens de Capital e a forma como esta varia de acordo com outras
variáveis.

Descrição dos Dados

Como imputs serão consideradas tanto variáveis macroeconômicas bem


como variáveis que medem a percepção do empresário em relação o ambiente
de negócios, qual seja:

 Importação de Bens de Capital FOB (IBGE). Os valores foram


deflacionados pelo IPCA com base em janeiro de 2002
 Índice de Confiança do Empresário Industrial -ICEI- Brasil (CNI).
Os dados foram computados com atraso de 4 trimestres, dado que
o empresário se mostra mais cauteloso no momento de realizar
investimentos.
 Meta taxa Selic (BANCO CENTRAL). Os dados foram computados
com um atraso de 2 trimestres, dado a demora do efeito da política
monetária sobre a economia.
 Cotação do fechamento do Dólar (ECONOMÁTICA). Foi realizada
a média de cotação do dólar trimestral.

Os dados estão na escala temporal trimestral e compreendem o período entre


3T2002 e 3T2017.

Análise exploratória

A variável Importação de Bens de capital assumirá o papel de


dependência no modelo, que contara com as demais variáveis (Índice de
Confiança do Empresário Industria, Meta taxa Selic, Dólar e Indicador de
Produção Industrial) como explicativas.

Abaixo é apresentado resumo das estatísticas descritivas das variáveis


utilizadas.

Matriz de Correlação
Imp. Bens de Capital Ind. Conf. Empresário Selic Dólar
Imp. Bens de Capital 1,00
Ind. Conf. Empresário 0,47 1,00
Selic -0,80 -0,17 1,00
Dólar -0,64 -0,62 0,44 1,00

Analisando-se a matriz de correlação é fácil notar uma correlação positiva


entre o nível de confiança do empresário e a importação de bens de capital, ou
seja, quanto mais alta a confiança do empresário em relação as perspectivas
para a economia, maior tende a ser o volume de importações de bens de capital.
Já a importação de Bens de capital se comparada a taxa Selic e a cotação do
dólar, tende a andar em sentido contrário em relação a essas duas últimas
variáveis, com a correlação entre Selic e Importação atingindo -0,8.

Resumo Descritivo Imp. Bens de Capital Ind. Conf. Empresário Selic Dólar Ind. Pro. Industrial
Mínimo 1.071.891.830 18,93 7,25 1,56 83,73
1º Quartil 1.639.510.747 36,95 10,75 1,90 96,60
Média 2.622.999.885 43,00 13,58 2,45 101,38
Mediana 2.677.854.214 43,90 12,75 2,23 100,48
3º Quartil 3.631.775.051 51,07 16,26 3,01 105,85
Máximo 4.499.033.905 64,60 26,50 3,97 115,61
Desvio Padrão da Média 140.740.270 1,52 0,56 0,08 0,85
Desvio Padrão 1.099.216.649 11,88 4,36 0,66 6,62
Tamanho da Amostra 61 61,00 61,00 61,00 61,00
Agora analisando-se a tabela acima percebe-se que o desvio padrão da
importação de bens de capital apresenta uma variação de 40% em relação
média, o que demonstra que essa variável apresenta uma alta sensibilidade, com
um mínimo de R$1,07 bilhões no 2T2003 e o máximo de R$4,5 bilhões no
4T2011. A taxa básica de juros da economia brasileira também apresentou uma
alta volatilidade no período, sendo a mínima (7,25%) registrada no meio do ano
de 2013.
Resultados

Foram realizadas três simulações objetivando descobrir o modelo


amostral que melhor descreve a variação da importação de Bens de Capital, em
função das variáveis apresentadas a cima.

O primeiro modelo procurou ver como Bens de importação variam em


função do índice de confiança do Empresário Industrial, apresentando os
seguintes resultados:

Como é possível ver, o índice de confiança empresarial (Y1) explica


sozinho uma pequena parcela da variação da importação de bens de capital
(22%), apresentando significância estatística.

O Segundo modelo acrescentou além do índice de confiança do


empresário industrial, a variação da taxa Selic no período, apresentando os
seguintes resultados:
Com a incorporação da taxa Selic (Y1) juntamente ao índice de confiança
empresarial (Y2) ao modelo, é possível notar que a variação explicada da
Importação de Bens de Capital sai de 22% para 74%, com o R2 ajustado
mantendo-se praticamente estável.

Já o terceiro modelo incorpora a cotação do dólar juntamente a taxa Selic


e ao índice de confiança, apresentando os seguintes resultados:

Analisando os restados acima nota-se que a cotação do dólar (Y3)


aumenta o percentual de variação explicada da importação de bens de capital,
passando agora para 77%. Todas as variáveis incorporadas ao modelo - Dólar
(Y3), Selic (Y2), índice de confiança (Y1) – se mostraram significativas, bem
como a constante. O ganho de variação explicada ao se adicionar mais variáveis
ao modelo também pode ser visto pelo R2 ajustado que se manteve
praticamente estável, assim como o Schwarz e o Akaike criterion.

Por fim chegou-se ao seguinte modelo para explicar a variação na


importação de bens de capital:

𝐼𝑚𝑝𝑜𝑟𝑡𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝐵𝑒𝑛𝑠 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙


= 4.906.061.103,67 + 20.354.671𝜷 − 167.710.302𝜶
− 359.340.295ѡ
Sendo:

 𝛽 = Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑓𝑖𝑎𝑛ç𝑎 𝑑𝑜 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎𝑟𝑖𝑜 𝐼𝑛𝑑𝑢𝑠𝑡𝑟𝑖𝑎𝑙


 𝛼 = 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑆𝑒𝑙𝑖𝑐
 ѡ = Cotação do dólar

Como é possível ver, o modelo o modelo se adapta bem na maior parte


do período analisado, apresentando diferenças mais relevantes em poucos
anos, como em 2003 e 20013, em período de 15 anos analisados.
Conclusão

Analisando os resultados do modelo, pode-se perceber que todas as


variáveis explicativas são significativas em relação a variável dependente, qual
seja, importação de bens de capitais da economia brasileira.

É importante ressaltar o grau de explicabilidade da variação do dólar que,


supreendentemente, foi muito baixo quando comparada a todas as outras
variáveis do modelo. O trabalho indica que a importação de bens de capitais é
muito mais sensível à taxa de juros SELIC e ao índice de confiança do
empresário industrial (que busca medir o grau de confiança do empresário para
investir e produzir em relação à conjuntura econômica), com a primeira
aumentando o grau de explicabilidade em 54% junto aos 22% iniciais do
segundo.

Tal fenômeno pode ser explicado, em parte, pelo sistema de contratos de


hedge cambial disponibilizados nos mercados futuros (mecanismo que permite
ao contratante travar a cotação do dólar em um certo valor), o que torna os
agentes econômicos menos passíveis às variações do câmbio por um certo
período no tempo. Além disso, a queda do dólar pode gerar uma substituição da
demanda de bens nacionais por um aumento da demanda de importados,
desestimulando o investimento dos produtores nacionais. Mas a correlação
negativa entre câmbio e importação de bens de capital demonstra que o efeito
líquido da queda do dólar, mesmo com a substituição da demanda por
importados que é esperada, é positiva para o investimento de maquinas e
equipamentos importados no país.

Por fim, a equação apresentada se mostra compatível com a realidade,


visto que o volume de importação de bens de capital aumenta com o aumento
da confiança do empresário, e diminui a medida que a taxa Selic aumenta e o
câmbio se deprecia.

*As variáveis Selic e ICEI são significativas ao nível de confiança de 99%. A


variável Dólar é significante ao nível de confiança de 95%

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