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A Outra Cidade
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A Outra Cidade

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Em "A OUTRA CIDADE", o autor nos conta o que viu, experimentou, guardou na
lembrança, e tudo o que ouviu e pressentiu na frente e nos bastidores da mais imponente
casa de saúde que Santa Rita já mereceu. Como humanitário, preserva e pede, e insta
que o ajudem a preservar o Museu, seus objetos e toda a história dos dois sanatórios e
da outra cidade instalada dentro do município. Um livro de memórias para ser lido com
sofreguidão e como novela que ainda não terminou.
LanguagePortuguês
Release dateJan 19, 2024
ISBN9789893757444
A Outra Cidade

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    A Outra Cidade - Marshal Jr.

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    AGRADECIMENTOS

    A Deus por tudo que me dá!

    Aos familiares pelo apoio incondicional!

    Aos amigos colaboradores!

    APRECIAÇÃO

    A OUTRA CIDADE

    Engenheiros, mestres de obra, trabalhadores braçais, desenhistas e pintores, depois médicos e doentes, diretores e funcionários, enfermeiros e pacientes, religiosos de variadas religiões, artistas, radialistas, colaboradores de toda a ordem formaram um elenco de pessoas de fé, envolvidas corajosamente na construção e no funcionamento do Sanatório de Tuberculose de Santa Rita do Passa Quatro. Foi este um dos mais importantes acontecimentos para a vida pública e o desenvolvimento da cidade. Entre lágrimas e alegrias, entre morte e vida, entre salvação, redenção e curas, entre mais sucessos do que fracassos, foi se vivendo a realidade e a utopia, primeiro a dos tuberculosos, depois a dos que vieram curar as impertinências mentais e espirituais. Quem nos revela e desvela, com detalhes, esse momento histórico e estoico de nossa terra é o brilhante pensador, acadêmico e escritor Synesio Marçal Jr, que vivenciou intensamente esse tempo de glórias e de quase decadência. Em A OUTRA CIDADE, o autor nos conta o que viu, experimentou, guardou na lembrança, e tudo o que ouviu e pressentiu na frente e nos bastidores da mais imponente casa de saúde que Santa Rita já mereceu. Como humanitário, preserva e pede, e insta que o ajudem a preservar o Museu, seus objetos e toda a história dos dois sanatórios e da outra cidade instalada dentro do município. Um livro de memórias para ser lido com sofreguidão e como novela que ainda não terminou.

    Maria Deosdédite Giaretta Chaves

    Mestre em Filosofia e Língua Portuguesa pela

    USP – Universidade de São Paulo

    Escritora - Autora do livro:

    Manual Prático de Redação Empresarial

    Ocupa a cadeira nº 01 da Academia Santarritense de Letras.

    Prefácio

    A outra cidade, foi construída no meio do cerrado, numa enorme clareira resultante de centenas de árvores de faveiro arrancadas.

    Como toda cidade em fase de construção, dependeu e se edificou depois de terraplanagem bem executada.

    Com o projeto em mãos, engenheiros, mestre de obras, braçais, entre outras especialidades de profissionais, puseram-se em movimento.

    Ruas foram demarcadas, trabalho minucioso de topografia, estaqueando todos os formatos para receber os alicerces da outra cidade, não aceita pela população central, como na verdade deveria.

    A movimentação de toda região, o progresso chegando não recebeu a atenção merecida, pois a população central estava temerosa, com medo de ser contaminada pelos futuros habitantes do lugar.

    A cidade central ficava no alto de uma colina e tinha o nome de Santa Rita do Passa Quatro, escolhida pelo clima ameno que possuía, facilitando a instalação do complexo da outra cidade.

    Uma época envolta pelas barbáries da segunda guerra mundial, prenunciava nova fase, cheia de esperança de uma população sofrida e carente.

    Para a construção dessa outra cidade, foram adquiridos pelo governo do estado, mais de 80 alqueires de terras, área conhecida como fazenda Cascata; a escritura foi lavrada em 10/10/1943, no governo de Fernando Costa. Os procedimentos iam a todo vapor; pessoas da cidade central foram contratadas, mas com demanda muito grande, veio para Santa Rita um grande contingente de outras regiões, fortalecendo o grupo de abnegados operários.

    Todas as etapas da construção da outra cidade estão relatadas nas páginas internas deste livro, que vem corroborar e não deixar morrer essa história tão importante para o conhecimento de nosso município.

    Nessa outra cidade foi edificado o complexo de 10 pavilhões, sendo 04 para o sexo masculino e 06 para o sexo feminino. Os quartos com 4,50 m2 de área, no total de 120 leitos para cada pavilhão.

    Dentro dos pavilhões foram construídos refeitórios, copas assépticas, sala de atendimento médico, posto de enfermagem, sala de cabeleireira e barbearia, vestiários masculinos e femininos, banheiros e sanitários, quartos de segurança e enfermarias.

    Dentro dos limites da área de mais de 80 alqueires, fora do complexo hospitalar, onde ficou definida a formatação da outra cidade, construíram-se vilas de casas aos moradores, funcionários do hospital e a outros trabalhadores residentes, clube para diversões, teatro, cinema, igreja, emergindo fortemente os ares da nova cidade, que atendia as necessidades de seus habitantes.

    Uma guerra travada e organizada para o combate ao surto de Tuberculose (Pneumopatias tuberculosas), essa outra cidade foi construída distante do centro da primeira cidade – Santa Rita do Passa Quatro, devido ao clima frio, seco e altitude elevada, escolhida, entre outras, para receber o grande empreendimento do governo estadual.

    Assim, estava instituída a "outra cidade; e ainda nos relatos deste livro estão outros fatos enriquecedores.

    Essa atitude, do governo estadual de instalar o hospital neste município, desagradou a muitos moradores de Santa Rita, que temiam problemas de saúde aos familiares. Como tudo passa, isso também ficou para trás, vez que a outra cidade ficava na área rural, longe do centro comercial de Santa Rita do Passa Quatro.

    A ‘outra cidade" tinha especial vantagem, pois dava aos interessados a oportunidade de trabalho e de se tornarem funcionários públicos estaduais; dessa forma, o estado seria considerado o maior empregador do município.

    Assim, os funcionários tiveram a oportunidade de dar formação educacional de qualidade a seus familiares, além do conforto.

    A outra cidade tornou-se invisível aos olhos e nas percepções dos moradores de Santa Rita do Passa Quatro, sobretudo na política; as gestões diferentes, independentes, deixaram ocultas as realidades, as possibilidades se distanciaram, pois a vontade política se choca e inviabiliza o progresso. A nobreza com que a outra cidade existiu e ainda existe se fortalece em seus procedimentos, que ao longo do tempo, executaram atendimento não só a Santa Rita, mas a 16 cidades circunvizinhas, na área da saúde pública. Hoje é um complexo hospitalar que atende pacientes de diversas enfermidades, inclusive laboratoriais.

    Nessa outra cidade está instalado o museu, com a responsabilidade de ser o segundo da área no mundo.

    O museu do CAIS-SR, um documento vivo da primeira fase manicomial.

    O Sanatório Colônia Santa Rita, o passado presente que retorna para ser entendido, independentemente de contestações políticas, ideologias de gestões, sobrevive como parte de cidade, invisível para muitos que não entenderam que os seres humanos precisam receber carinho e amor, a humanização tão propalada, que submerge nos anais de sua história.

    CApítulo I

    A construção do Sanatório Colônia (A Outra Cidade) coincide com a trajetória profissional e humanitária de Dr. Alberto Bittar Cury em Santa Rita do Passa Quatro – SP.

    Quando o interventor do Estado de São Paulo, Fernando Costa, marcou o fato mais importante na luta contra a Tuberculose para São Paulo e para o Brasil, ao determinar a construção do Sanatório Colônia, embora não fosse médico, soube interpretar com acerto os problemas sanitários críticos daquele momento.

    Conhecendo o problema crucial que a Tuberculose apresentava para as pessoas que adquiriam a moléstia, iniciou a construção do Sanatório Colônia para a recuperação em condições dignas, com amplas e modernas instalações, sendo um dos maiores complexos hospitalares da América do Sul.

    Fernando Costa iniciou a construção em 1.945, no Governador Adhemar Pereira de Barros; continuou em 1947 com o Governador Lucas Nogueira Garcez, que completou a obra em 1.955.

    O lançamento da pedra fundamental deu-se em 02 de janeiro de 1.945, e coube ao Dr. Alberto Bittar Cury dirigir a construção da obra pela Companhia Construtora e Comercial Oscar Americano de São Paulo, a partir do dia 10 de janeiro de 1.945; o conjunto de edifícios destinados a receber os tuberculosos pobres obedeceu a plano elaborado pelo Serviço de Medicina Social, supervisionado pelo engenheiro Gastão Moreira, com quem ficou a responsabilidade da escolha do local e dos projetos dos Pavilhões, ao todo 10 (dez), que foram completados pela Diretoria de Obras Públicas (DOP), repartição a qual ficou subordinada também a fiscalização das obras, pelo engenheiro Dr. Rócio de Castro Prado, que durante 01 ano supervisionou a construção.

    Colaborou na construção a Divisão de Tuberculose da Secretaria da Saúde pelo seu diretor Dr. Clóvis Correa, orientando a estrutura operacional das instalações.

    A área foi preparada para início da construção em maio de 1.945, e cujo serviço executado era praticamente braçal; o transporte era feito por tração animal na terraplanagem, e enfrentando dificuldades como em qualquer empreendimento.

    Era o período do fim da II Guerra Mundial, com escassez da maioria dos materiais necessários à obra como tijolos, areia, água, cimento, combustível racionado, transporte precário, falta de estradas de rodagem e via férrea com bitola estreita, falta de recursos humanos, de mão de obra qualificada e de energia elétrica, etc.

    Para enfrentar as dificuldades Dr. Alberto Bittar Cury trabalhou intensamente providenciando o necessário para garantir a sequência dos trabalhos, sempre preocupado com os prazos; por ocasião do lançamento da pedra fundamental, em janeiro de 1.945, o interventor do Estado disponibilizou uma verba de CR$ 5.000.000,00 (cinco milhões de cruzeiros), para ser gasta em 01 ano, e 07 meses apenas, pois já dito anteriormente, os trabalhos começaram em maio daquele ano, a meta foi atingida e alcançou o montante de CR$ 6.000.000,00 (seis milhões de cruzeiros).

    Em dezembro de 1.945, os dez pavilhões estavam erguidos, prontos para receber acabamento, que ocorreu durante o ano de 1.946; a obra seguiu o ritmo planejado, atingiu a meta proposta, e o recurso empregado chegou ao total de CR$ 20.000.000,00 (vinte milhões de cruzeiros) aproximadamente, seu custo.

    Como grande incentivador, o Dr. Alberto Bittar Cury motivava seus colaboradores tratando-os de forma democrática e amiga, valorizando o despreendimento e dedicação de todos na obra, que se tornaria um espaço de cura a tantos milhares de brasileiros

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