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Homilia: Não lançar palavras ao vento!
Homilia: Não lançar palavras ao vento!
Homilia: Não lançar palavras ao vento!
Ebook76 pages2 hours

Homilia: Não lançar palavras ao vento!

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A homilia pode ser considerada o "calcanhar de Aquiles" da Liturgia. É uma forma de anunciar a Palavra de Deus, catequizar e instruir o Povo de Deus no mistério da celebração eucarística. Muitos podem ter dificuldade de formular adequadamente uma homilia e perdem a oportunidade de anunciar eficazmente a mensagem do Senhor. O autor deste livro explora a importância da homilia na vida eclesial e fragmenta a discussão para explicar cada aspecto desse instrumento de evangelização: o quê, quem, como, onde e quando. No final, une todos esses fragmentos para orientar a preparação da homilia, na qual cada palavra é importante para o anúncio da Sagrada Escritura e da formação do Povo de Deus.
LanguagePortuguês
Release dateSep 24, 2014
ISBN9788527615310
Homilia: Não lançar palavras ao vento!

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    Homilia - Monsenhor Vittorio Peri

    eminente³.

    1

    O quê

    O que não é

    A homilia não é aquilo que de costume…

    somos obrigados a ouvir.

    Como por meio de antíteses também é possível esclarecer uma tese, eis uma série de opostos que fornece uma correta reflexão sobre a homilia. Poderíamos dizer que estamos na pars destruens – ‘parte destruidora’ deste primeiro capítulo. Tarefa difícil, pois, como escreve o liturgista Tomás Federici, estamos acostumados a não proferir homilias, mas, sim, a fazer discursos para enfeitar a missa.

    Eis, então, um longo elenco daquilo que a homilia não é – nem poderia ser:

    Não é uma dissertação de índole sociopolítica ou cultural (homilia sociológica). Claro é que quem fala deve ter, como recomendava Karl Barth, a Bíblia na mão e o jornal no bolso (vale acrescentar, até mesmo ficar de olho no relógio). Tempo e lugar para uma educação sociopolítica são outros.

    Não é um manifesto para propagar soluções político-administrativas (homilia - comício). Ao edificar a comunidade cristã, os presbíteros não devem nunca pôr-se a serviço de uma ideologia ou facção humana⁴. As ocorrências sociais é que devem ser iluminadas pela celebração, não o contrário. Não é tolerável, escrevia Basílio de Cesareia que alguém se considere mais sábio do que a Escritura, colocando aí opiniões pessoais arbitrárias. O pregador deve mostrar a verdade da Palavra, evitando atribuir à Palavra a sua verdade pessoal.

    Não é um discurso em defesa de pessoas ou instituições eclesiais (homilia apologética), pois, pelo testemunho dos fiéis, mais do que por meio dos discursos, é que se protege e defende o bom nome da comunidade cristã, como dizia Ovídio, uma causa que não é boa torna-se pior quando se quer defendê-la⁵.

    Não é a rememoração de aniversário, de fatos importantes ocorridos em determinada data etc. (homilia – rememorativa), pois (seja dito entre parênteses) a quantidade de dinheiro empregado para comemorações é tão grande que, escrevia Ennio Flaiano, se tivesse sido empregado naquela época em benefício da comunidade, talvez até o curso da história teria sido outro⁶.

    Não é uma exortação moralista (homilia para despertar o fervor) com os costumeiros lugares-comuns do jargão moral repleto de obrigações, proibições e receitas genéricas ditadas pelo senso comum. A verdade para os homens não advém da razão, mas da palavra de Deus, escrevia Santo Hilário de Poitiers.

    Não é elogio de algum personagem ilustre (homilia panegírico) com as eventuais mentiras de conveniência tão frequentes nas exéquias, a merecerem aquela expressão irônica de um escritor francês: "nada menos verdadeiro do que um discurso fúnebre: diz exatamente aquilo que o defunto deveria ter

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