Sei sulla pagina 1di 31

estadão.com.

br/estadãodehoje
em 15/Mar/2008

Há 1.170 comunidades certificadas e 3.524 na fila

“Uma das polêmicas mais azedas ocorre na


Ilha da Marambaia, uma área de 106 mil hectares,
no litoral do Rio de Janeiro, que é controlada pela
Marinha e vem sendo reinvidicada pelas famílias
de pescadores que vivem ali- e que se
autodeclaram remanescentes de quilombos.
Acredita-se que foi essa briga com a Marinha que
deu origem à revisão das normas sobre
demarcações das terras pelo INCRA.”
Art 68 do ADCT

“Aos remanescentes das comunidades


dos quilombos que estejam ocupando
suas terras é reconhecida a propriedade
definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os
títulos respectivos.”
Associação Brasileira de Antropologia
(Congresso de 1994)

Translação semântica do termo “Remanescentes de


Comunidades de Quilombos” para o termo
“Comunidades Remanescentes de Quilombos”,
justificando tal medida pela prática de relações
coletivas de posses, no interior de comunidades
negras em relação ao território pleiteado.

Ressemantização do conceito de “Quilombos”, como


tradicionalmente conhecido, para aplicação da auto
definição, como elemento essencial do procedimento
de identificação, demarcação e titulação de terras
quilombolas.
Decreto 4887/03
Art 2 - Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos,
para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios
de auto-atribuição,com trajetória histórica própria, dotados de
relações territoriais específicas, com presunção de
ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão
histórica sofrida.
§ 1º Para os fins deste Decreto, a caracterização dos remanescentes
das comunidades dos quilombos será atestada mediante autodefinição
da própria comunidade.
§ 2º São terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos
quilombos as utilizadas para a garantia de sua reprodução física, social,
econômica e cultural.
§ 3º Para a medição e demarcação das terras, serão levados em
consideração critérios de territorialidade indicados pelos
remanescentes das comunidades dos quilombos, sendo facultado à
comunidade interessada apresentar as peças técnicas para a instrução
procedimental.
Decreto 4887/03
Art 10 – Quando as terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos incidirem
em terrenos de marinha, marginais de rios, ilhas e lagos, o INCRA e a Secretaria do Patrimônio da
União tomarão as medidas cabíveis para a expedição do título.

Art 11 - Quando as terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos estiverem
sobrepostas às unidades de conservação constituídas, às áreas de segurança nacional, à faixa de
fronteira e às terras indígenas, o INCRA, o IBAMA, a Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa
Nacional, a FUNAI e a Fundação Cultural Palmares tomarão as medidas cabíveis visando garantir a
sustentabilidade destas comunidades, conciliando o interesse do Estado.

Art 12 – Em sendo constatado que as terras ocupadas por


remanescentes das comunidades de quilombos incidem sobre as
terras de propriedade dos Estados, do Distrito Federal ou dos
municípios, o INCRA encaminhará os autos para os entes
responsáveis pela titulação.

Art 13 - Incidindo nos territórios ocupados por remanescentes das comunidades dos quilombos
título de domínio particular não invalidado por nulidade, prescrição ou comisso, e nem tornado
ineficaz por outros fundamentos, será realizada vistoria e avaliação do imóvel, objetivando a
adoção dos atos necessários à sua desapropriação, quando couber.
§ 1º Para os fins deste Decreto, o INCRA estará autorizado a ingressar no imóvel de
propriedade particular, operando as publicações editalícias do art. 7º efeitos de comunicação
prévia.

Art 15 – Durante o processo de titulação, o INCRA garantirá a defesa


dos interesses dos remanescentes das comunidades dos quilimobos
nas questões surgidas em decorrência da titulação de suas terras.
1906 a 1996

Não foram registradas reivindicações de


propriedade de terra

1996

• Ingresso de duas pessoas não residentes


• Obras irregulares
• 10 ações judiciais de reintegração de posse
pela União
Das Ações Possessórias

10 Ações
Possessórias

 2 Ganho da MB – Transitadas em julgado (2001)


 3 Ganho da MB – Em fase de recurso
 1 Extinta – Por falecimento da parte
 Intervenção do MP
ONG KOINONIA

Finalidade: “Defender as comunidades negras rurais oferecendo apoio público, jurídico e


propiciando iniciativas para o seu reconhecimento civil, a propriedade de suas terras e o apoio etno-
ambiental”

World Council of Churches


Norwegian Church Aid (NCA)
(WCC) - Conselho Mundial de Church World Service (CWS)
- Ajuda da Igreja da Noruega
Igrejas http://www.churchworldservice.org
http://www.nca.no
http://www.oikoumene.org

Apoio
financeiro Christian Aid
United Church of Canada
(UCC)
Fundação Ford
http://www.christian-aid.org.uk Igreja Unida do Canadá
http://www.fordfound.org
http://www.united-church.ca

Church Development The Primate's World União Européia


Service (Serviço das Relief and Development http://europa.eu/index_pt.htm
Igrejas Evangélicas na Fund (PWRDF) - Igreja
Alemanha para o Anglicana do Canadá http://www.delbra.cec.eu.int
Desenvolvimento) http://www.pwrdf.org
http://www.eed.de/en http://ec.europa.eu/europeaid/projects/index_en.htm
2002 - Ação Civil Pública
•Retorno de moradores
•Continuidade de benfeitorias
•Conclusão trabalhos INCRA

• Concedida liminar com manutenção do “status quo”;


• 4 Ações Possessórias restantes suspensas aguardando conclusão da ACP-2002
Área sugerida pela ONG
16.000.000 m² (1.600 hectares) para 106 famílias.

MB FAB

.
.
. ..

“Não necessariamente a comunidade tem que apresentar uma peça técnica de


acordo com a legislação. Também não é exigido que ela mantenha seus hábitos
tradicionais nas terras adquiridas.” Auto-declaração
Considerações sobre o Relatório da ONG
KOINONIA

- Falta de qualificação técnico-científica e de isenção da ONG para


sua elaboração, tendo em vista sua finalidade.

- Observações do Antropólogo Fábio Reis Mota (Tese de Mestrado


UFF) - apresentado como um dos autores do Relatório da ONG.
- “foi constatada a falta de participação da comunidade no próprio
processo de auto-definição.”
- “ No mesmo relatório, para minha surpresa, constava meu nome
como um dos autores. Surpresa pelo fato de não ter sido
previamente avisado de seu envio, e muito menos por não ter
tido acesso ao conteúdo dele antes de sua emissão.”
- “não autorizei a inclusão de meu nome no Relatório.”
- “o relatório foi utilizado pelo MP na ACP. A ONG, nesse sentido,
tomava para si a legitimidade de representar os interesses dos
pescadores e seus familiares perante o Estado. Mais uma vez os
moradores da Marambaia assistiam a sua história ser montada.”
UERJ
Relatório Antropológico sobre a Ilha da
Marambaia

“A Ilha da Marambaia, certamente, não alcançou


institucionalizar uma cultura de resistência nos
moldes de outras comunidades brasileiras.”

Prof. Dra. Cléia Schiavo Weyrauch (Coordenadora dos trabalhos


de pesquisa da UERJ)
Prof. Dra. Nancy Vieira de Oliveira (Antropóloga / Arqueóloga)
Prof. Ivan Francisco da Silva (Geógrafo de Geoprocessamento)
Prof. Alexander Noronha de Albuquerque (Sociólogo)
2005

A Marinha do Brasil propôs um Grupo de


Trabalho para uma solução consensual no
âmbito administrativo com base na Lei nº
9636/98 (GT criado por Portaria n° 860 do MD)
2006

• INCRA solicita entrar na Ilha. Foi negado.


• ACP a fim de garantir a entrada do INCRA na
Ilha para concluir seu trabalho.
• Deferida Liminar pela Juíza de Angra.
• Agravo de Instrumento no TRF-2ª Região
• Cassada a liminar.
Posicionamento Jurídico do Relator Des.
Fernando Marques
 Possibilidade de danos irreparáveis ou, no
mínimo, de dificílima reparação à União e grave
lesão à ordem e à segurança pública.
 É necessário e imprescindível que se apure se
remanescentes de quilombos continuam ou
não a existir na Marambaia
 Possibilidades de expressivo aumento do número de
famílias ocupantes das áreas, como resultado
imediato de supostas expectativas geradas
 O Art. 68 dos ADCT não se afigura como norma
de eficácia plena, demandando lei formal
reguladora
Este entendimento é compartilhado por profissionais
de distintos órgãos públicos, que reforçam os
fundamentos apresentados pela União, conforme os
seguintes documentos:

– Liminar da Juíza de Angra dos Reis na ACP de 2002


– Relatório de estudo da Profª Drª Cléia Schiavo
Weyrauch da UERJ
– Parecer nº 33/06 do Procurador da Fazenda
Nacional da SPU
– Parecer do Procurador Regional da República na
ACP de 2006
– Parecer do Procurador Regional da República no MS
de 2006
– Decisão da Presidente do TRF-1ª Região na
Suspensão de Segurança do MS 2006
2006

• MP propôs extinção da ação por perda do


objeto.
• AGU de Volta Redonda concordou sem
consultar a MB.

• INCRA alega ter concluído o cadastramento:


1046 moradores.
2006

• Casa Civil/PR passa a conduzir as negociações como mediadora


(MD, MB, MDA, SEPPIR, INCRA e a comunidade).
• Publicação da Port 15/2006, do INCRA/RJ.
• Port 24/2006 INCRA/RJ cancela a anterior.
• ARQIMAR – Mandado de Segurança Coletivo contra o Presidente
do INCRA no TRF-1, fim cancelar Port 24/06 e restabelecer a 15/06.
• Deferida a Liminar.
• MB → AGU – Agravo de Instrumento – Presidente do TRF cassou a
Liminar.
• ARQIMAR – Agravo Regimental para levar o assunto a plenário.
• TRF-1 – Ação extinta, sem julgamento do mérito, por já estar sendo
discutido em outra ação no TRF-2.
2007

ACP de 2002
• AGU de Volta Redonda concordou com o MP que o Processo
estava pronto para julgamento, sem consultar a MB

Sentença
• Retorno dos moradores à Ilha ( retirados por medidas judiciais e
extrajudiciais)
• INCRA concluir processo em 1 ano
• Moradores podem realizar expansão

• Embargos de Declaração ao Juiz de Angra dos Reis.


• Quem efetivamente está autorizado a retornar à ilha?

• Consulta da MB à AGU quanto ao caráter executório da sentença


• PRU : sentença não tem caráter executório.
2007

• Em resposta à consulta do MP- Juiz Federal de


Angra dos Reis conferiu caráter executório à sentença,
mesmo sem julgar os embargos.
• A Presidência do TRF-2 suspendeu os efeitos da
sentença a pedido do Procurador Regional da União, até o
Trânsito em Julgado.
• Agravo de Instrumento da decisão da Presidência,
pelo MPF.
• O Plenário do TRF-2 manteve a decisão.
2007

Posicionamento Jurídico do TRF 2ª Região


“A manutenção dos efeitos da sentença imporia
grave risco à ordem e à segurança públicas,
colocando em perigo as atividades habituais da
unidade militar e o meio ambiente da própria
ilha.”
 “Há um pedido de embargos de declaração para
ser julgado pelo juiz de 1°grau...De acordo com
a legislação processual o processo deve ser
submetido, necessariamente, ao duplo grau de
jurisdição...”
Á
R
E
A
S

Q
U
I
L
O
M
B
O
L
A
S
Alterações da IN n°20/2005
(propostas pelo GT da AGU)
• Torna menos abrangente a definição de terras ocupadas,
excluindo as áreas detentoras de recursos ambientais, as
necessárias à preservação de costumes, tradições,
espaços para cultos religiosos, etc.
• RTID:
– deve ser obrigatoriamente fundamentado em
elementos objetivos. Ex: - Descrição da representação
genealógica do grupo, etc.
– somente poderá ser elaborado por especialista que
mantenha vínculo funcional com o INCRA. Em caso de
impossibilidade, o especialista a ser contratado não
deverá ter vínculo com entidades associativas ligadas
aos remanescentes de quilombos
– Contestações passam a ter efeito devolutivo e
Folha de São Paulo - 10 MAR 2008
Demarcações de áreas de quilombos são suspensas

O governo federal decidiu suspender por


tempo indeterminado todos os processos de
reconhecimento de comunidades de
remanescentes de quilombos e chegou ao
entendimento de que somente poderão requerê-lo
aqueles que já vivem nessas terras. ...
... O embargo a novas demarcações ocorre
desde dezembro devido a mudanças na legislação
definidas em 2007 pelo governo e ainda não
editadas por conta de resistência de entidades
nacionais quilombolas.
PRÉ-PROPOSTA DO MOVIMENTO QUILOMBOLA PARA O PROCESSO DE
CONSULTA SOBRE ALTERAÇÕES NA IN 20
“ ... Do ponto de vista jurídico a luta e resistência das comunidades
quilombolas garantiram a conquista de uma legislação que estabelece a
garantia do direito aos seus territórios, da elaboração e implementação
de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento dessas
comunidades.
“ ... Em função disso, é permanente a luta das comunidades
quilombolas para garantir a legislação que rege a regularização de seus
territórios, que apesar de estabelecida sofre permanente ameaça por
parte de setores ruralistas, parlamentares e grupos empresariais que
visam essas terras para fins comerciais. “
Relatório da Reunião da Associação Brasileira de
Antropologia em 06/Março/2008

“ ...Em síntese, a Lei atual não permite a prática e


a materialização de interesses sociais, apresentados
pela dinâmica e progressiva legislação “Quilombola”.
... afirmou que o Poder Legislativo acolhe mais
facilmente o conhecimento antropológico,
enquanto o Poder Judiciário é mais refratário a
tais formas de saber.”
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.01.00.052659-8/DF
Processo na Origem: 200734000272848
AGRAVANTE: Instituto Nacional de Colonizacao E Reforma Agraria - INCRA
AGRAVADO: Veneravel Ordem Terceira de São Francisco da Penitência

- aliás, a Agravada parece não perceber que pouco importa se


realmente tiver título datado de dois milênios atrás, válido, lhe
atribuindo a propriedade, pois o que importa para o art. 68 do
ADCT é SE no local existiu ou não um quilombo;
- o que a Constituição impôs foi nitidamente uma punição ao
proprietário e seus descendentes, ombreada com uma
reparação histórica devida para pessoas submetidas à
escravidão e seus sucessores. Não cabe discutir o acerto da
Constituição, mas simplesmente cumpri-la e, sendo assim,
pouco importa o quão venerável e importante é a Agravada e
de que data provém a propriedade e posse que diz ter.
AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.01.00.052659-8/DF
Processo na Origem: 200734000272848
AGRAVANTE: Instituto Nacional de Colonizacao E Reforma Agraria - INCRA
AGRAVADO: Veneravel Ordem Terceira de São Francisco da Penitência

Se quilombo existiu em suas terras ou em área confinante, ele


será reconhecido como tal com todas as conseqüências
jurídicas daí advindas;
- inócuo também discutir quantas são as pessoas que terão
direito às terras e quais suas dimensões ou a relevância de sua
destinação atual, já que a norma Constitucional não considera
tais parâmetros para qualquer finalidade;

Isto posto, DEFIRO a liminar, suspendendo a decisão


agravada.
Posição da Marinha do Brasil

Julga-se temerária qualquer solução


com base no Decreto n°4887/03, antes da
decisão do STF na ADI 3239/04, tendo
em vista que o Decreto está sub judice,
podendo ser declarado inconstitucional a
qualquer momento.
Á
R T
E E
A R
S R
A
D S
E
I
Q N
U D
I Í
L G
O E
M N
B A
O S
CONCENTRAÇÕES MINERAIS
nte: Relatório Antropológico da Universidade do Estad
do Rio de Janeiro (UERJ), maio 2003

Potrebbero piacerti anche