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UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA

FACULDADE DE CIÊNCIAS E
TECNOLOGIA
Departamento de Ciências Sociais
Aplicadas
Secção Ciências da Educação

Educação Ambiental:
Representações dos jovens e
professores face ao ambiente
Por: Jorge Manuel Fernandes

Defesa de Dissertação para obtenção do grau de Mestre


em Ciências da Educação - Especialidade Educação e
Desenvolvimento
Orientador(a): Professora Doutora Maria Manuela
Malheiro Ferreira
Co-orientador: Mestre Fernando M. S.
1
Alexandre
ÍNDICE:
 Introdução

 Problema de investigação

 Objectivos

 Importância do estudo

 Desenvolvimento metodológico

 Considerações Finais
2
INTRODUÇÃO
A Educação Ambiental é um convite a uma viagem
de diferentes correntes de pensamento e acção.

Mas sua meta deverá ser provocar mudanças


individuais e sociais de forma a tornar uma
sociedade viável em termos ambientais, mais
5
Face à crise ambiental contemporânea urge uma
Educação Ambiental rumo a uma acção de cidadania
ambiental.
O que implica:
 Saber escolher entre várias opções, a partir de considerações
éticas e interesses comunitários Gaudiano (2006, p.188):

 Uma prática social crítica assente nas representações


quotidianas e do Mundo, numa cultura ambiental que
promova uma cidadania participativa
Desenhar a cidadania na
juventude é desenhar “mapas de
futuro” (J. Pais,

Na Escola o trabalho de projecto é uma


metodologia que permite uma
negociação para aumentar a participação
crítica e a transformação através de um 6
Problema de Investigação: Qual o
contributo das práticas de Educação
Ambiental das Escolas nas
representações e acção de cidadania
dos jovens face ao ambiente?

7
Quais foram os objectivos
Objectivo
do estudo?
geral:
 Averiguar as representações dos
professores e jovens face ao ambiente e
qual o seu contributo para uma
Educação Ambiental que vise a
construção de uma cidadania activa

Objectivos específicos:

 Verificar como a EA formal se efectua através da concepção e


realização das acções/projectos e qual a sua influência no
aumento da participação e envolvimento crítico fundamentado.
8
■ Identificar qual o grau de conhecimento e informação dos
alunos face ao ambiente e se houve aumento da
preocupação e consciência ambiental derivada da
participação em projectos e acções de ambiente.

 Identificar as representações e perspectivas éticas de


ambiente dos professores e alunos e sua congruência com
as práticas escolares e princípios/fundamentos conceptuais
emergentes.

9
Importância do
estudo
Porquê o estudo das representações sobre o
ambiente nas escolas?
 Possibilita o acesso a informações de como a EA
contribui para a construção de uma consciência
activa e para uma cidadania participada das
questões relativas ao ambiente.
 Permite uma melhor compreensão dos
referenciais éticos de ambiente dos jovens, da
sua apreensão da realidade contextual de
vivência, dos seus quadros socioculturais e
convicções ambientais. Essa tomada de
consciência por parte do educador face aos seus10
Na escola, a EA contribui para a construção
de representações do ambiente. Todos os
alunos têm uma imagem do ambiente antes da
realização das aulas e das acções/projectos de
ambiente. As suas representações iniciais, o
modo como os professores e os alunos
entendem o ambiente e a natureza baseados
em conceitos científicos ou nas representações
pessoais ou sociais do contexto envolvente são
um ponto de partida através do qual se poderá
verificar a eficiência do trabalho pedagógico em
EA. Trata-se de compreender as diferentes
representações para se analisarem as questões
dos grupos e, assim, se poder actuar melhor.
 O estudo e o trabalho das representações
permite organizar aprendizagens, tornando
mais complexas as representações iniciais,
possibilitando representações mais apuradas e
claras para acções mais ajustadas à realidade 11
Qual a metodologia
utilizada?
 Estudo de caso no qual a metodologia utilizada foi de
natureza mista: qualitativa e quantitativa, tendo como
objecto os significados que alunos e professores
atribuem ao ambiente e a acções/projectos
desenvolvidos pelas escolas.

 Tratou-se de um estudo de caso para permitir entender


melhor as condições contextuais acreditando que estas
são pertinentes para o fenómeno em estudo (Yin, 1991).

12
texto e sujeitos de Investigaç
 Duas Escolas com 3º ciclo do ensino básico
situadas na Área Metropolitana de Lisboa
onde se desenvolveram projectos de
Educação Ambiental:
• Escola Secundária da Ramada – Concelho
de Odivelas.
• Escola E.B. 2,3 António Bento Franco –
Ericeira – Concelho de Mafra.

Alunos e professores de duas turmas de cada


escola do 9º ano de escolaridade.

13
Técnicas e Instrumentos
 Entrevistas individuais efectuadas aos
professores e em grupo aos alunos a que se
seguiu a administração de um questionário.
 Dimensão qualitativa – Entrevistas:
 Dois professores coordenadores de projectos de
educação ambiental.
 Quatro professores seleccionados de acordo
com o seu envolvimento e interesse pela
temática do ambiente.
 Nove alunos do 9º ano envolvidos
diferenciadamente em acções/ /projectos de
 Questionário:
educação ambiental.
Duas turmas do 9º ano de escolaridade da Escola E.B
2,3 de Mafra seleccionadas aleatoriamente
(Questionário prévio – grupo de controlo).
 Duas turmas de cada escola do 9º ano de
escolaridade seleccionadas aleatoriamente tendo na
14
sua composição alguns alunos participantes em
Caracterização da amostra do
questionário
Quadro I - Distribuição da amostra pelo género,
escola e idade.
Variáveis Frequências(n) Percentagem % Percentagem acum.%

Género

Masculino 38 43,7 43,7

Feminino 49 56,3 100,0

Escola

EB23 Ericeira 46 52,9 52,9

Esc. Sec.Ramada 41 47,1 100,0

Idade

13 2 2,3 2,3

14 58 66,7 69,0

15 15 17,2 86,2

16 7 8,0 94,2

17 5 5,7 100,0

15
Participação em acções/projectos
de ambiente

Participou
28%

Não
participou
72%

 Os alunos participantes constituem 28% da amostra


total e são em maior percentagem provenientes da
Escola E.B. 23 da Ericeira (37%) em relação ao total da
escola, enquanto que da Escola Secundária da Ramada
representam 17,1% do total da escola.
16
Procedimento de
investigação
Fase II
• Construção do questionário
Fase II (A) definitivo. Administração,
Elaboração do tratamento estatístico e
pré-questionário análise dos dados
e administração qualitativos relativos aos
aos alunos. desenhos e descrições sobre
Ambiente e Natureza.
Fases do
Fase I
• Análise de procedim
conteúdo do
protocolo das
Fase I (0)
ento de
entrevistas.
• Criação do Guião de
entrevista. Entrevistas
investiga
após explicitação dos
objectivos da pesquisa ção
aos professores e
alunos
gravadas em audio e •Fase
posteriormente
transcritas
0(I)
• Contactos com entidades
promotoras de acções de EA
• Contactos com os nas escolas (autarquias,
Conselhos ExecutIvos Instituto do Ambiente, ABAE,
e professores das Instituto de Inovação
escolas Educacional). 17
Procedimento de
 Depois deinvestigação
transcritas as entrevistas os dados
obtidos foram objecto de análise de conteúdo.
A análise consistiu na organização e
identificação de conjuntos de afirmações mais
relevantes acerca de um assunto e em função
dos objectivos procurando-se a obtenção de
indicadores e afirmações que permitiram o
 estabelecimento de categorias.
Questionário prévio tendo como base os
objectivos definidos pelas ideias-chave da
entrevista e adaptação de algumas questões
apresentadas em trabalhos de investigação
similares (Projecto TETSDAIS,I e II Inquérito
Nacional às Representações e Práticas dos
Portugueses face ao ambiente e
Eurobarómetro). Aplicação posterior do 18
Estrutura do guião das
entrevistas
Questões que incidem em quatro grandes
unidades (blocos):
1. Legitimação;
2. Representações e Valores sobre Natureza, Ecologia e
Ambiente;
3. Organização e Práticas de Educação Ambiental na
Escola – Actividades e Projectos;
4. Nível de articulação entre as actividades/projectos
realizados na escola e a acção de cidadania
ambiental.
• Para cada unidade (bloco) foram definidos alguns
objectivos enquadrados na pesquisa a partir dos
quais se formularam as questões.

19
Procedimento de investigação do
questionário
Dados classificados de acordo com a dimensão
quantitativa através de análise de frequências e
qualitativa.
• Nos dados qualitativos expressos nas
questões abertas, como sejam os itens 1 e
3.6, os alunos inquiridos foram convidados a
desenharem ou escreverem sobre o que
pensavam em relação ao ambiente actual e
futuro, enquanto que para a questão 1.1 os
alunos descreveram o seu pensamento
sobre o a natureza.

20
Metodologia de análise do questionário
para os itens relacionados com as
representações do ambiente actuais e
futuras (itens 1 e 3.6).
 Questão 1. – Suponha que visita o planeta Terra
num contexto de um extraterrestre numa nave
espacial. Elabore um desenho e/ou uma breve
descrição ilustrando o ambiente que represente a
sua aproximação ao planeta actualmente.
 Questão 3.6. – Em 2030 visita novamente o
planeta Terra numa nave espacial!... Qual será a sua
imagem do estado do ambiente do planeta nessa
altura? Represente essa imagem através de um
desenho ou se preferir através de uma breve
descrição.
Análise das imagens com base numa integração de
trabalhos de investigação efectuados por Barraza, L.
(1999); Flogaitis e Agelidou (2003), Lima, A (2000) e
Lima, A e Guerra, J. (2004). 21
Representações do
ambiente actuais e
futuras. • Questão 3.6
•1. Mudança optimista.
(Questões 1.1. e 3.6.) •2. Mudança pessimista.
•3. Mudança incerta.
•4. Sem mudanças.
•5. Não resposta/não reconhecível.

22
Metodologia de análise do
questionário para o item relativo às
concepções da Natureza (item 1.1).
 Questão 1.1 Quando falamos sobre a Natureza, o
que significa para si?
 Utilizou-se um critério de relação semântica, de
frequência das citações e comentários com base numa
adaptação integrada dos trabalhos de Barraza, L. (1999),
Lima, A. (2000); Lima, A e Guerra, J, (2004), Agelidou, E. e
Flogaitis, E. (2003) e Besse, J. & Roussel, I. (1997).
Agrupou-se o pensamento sobre a Natureza nas
seguintes categorias:
 1 - Dimensão de objectos que a
compõem.
 2 - Dimensão Arcadiana, emocional e
de sensações.
 3 - Dimensão de degradação/poluição.
 4 - Dimensão de acção/
responsabilização. 23

Porquê a utilização da análise de desenhos do
questionário?
As representações visuais revelam aspectos
cognitivos e emocionais que podem não se expressar
por palavras.
Investigações anteriores evidenciam que os desenhos
revelam o impacto das próprias experiências vividas
pelos alunos, os contextos culturais e regionais e o
papel dos processos formais e informais de
aprendizagem.

Fig.1. Vencedor do International Best Prize no 8th International Environmental 24


Children`s 2007, representante da Suiça.
Validação:
Validação
Entrevistas:

 Foi dado a conhecer as respostas efectuadas pelos professores e


alunos após a transcrição das entrevistas.

Questionário:
Para validação do questionário aplicou-se, a duas turmas
seleccionadas aleatoriamente, um pré-questionário na presença dos
professores das turmas e do investigador, em duas turmas do 9º ano
da Escola E.B. 2,3 de Mafra, durante as aulas da disciplina de
Educação Cívica, de forma a que algumas questões e objectivos
desta investigação se adaptassem à faixa etária em questão (alunos
com idades compreendidas entre os 13 e 17 anos).

Em relação ao questionário do estudo, algumas questões foram


adaptadas e outras retiradas posteriormente, sendo que alguns dos
25
objectivos do questionário inicial não foram incorporados.
CONCLUSÕES
Tanto os alunos GERAIS
como os professores se bem que
com algumas contradições por parte dos
primeiros, revelam uma postura face à natureza
de crítica ao primado do antropocentrismo e uma
anuência aos novos valores ecológicos.
O ambiente é percepcionado na sua maioria pelos
alunos, de um modo negativo e pessimista
enquanto que a natureza é percepcionada de modo
positivo sendo que os desenhos e citações descritas
se relacionam com a crise ambiental.
Os inquéritos e as entrevistas revelam que os
problemas de maior apreensão de ambiente são os
relacionados com a poluição em geral, sendo que os
temas que gostariam de resolver através de um
projecto são aqueles mais mediáticos e mais 26
Exemplo de uma visão negativa, sobre o ambiente futuro (questão 3.6), pelo
inquérito nº 36, da Escola E.B. 2,3 António Bento Franco – Ericeira. A figura ao
retratar uma cobra torna-a como um juízo de valor, simbolizando a “traição”.
Embora expresse uma concepção do ambiente abrangente, a figura simboliza
27
uma perspectiva futura de um ambiente planetário de pecado.
Os alunos não obtiveram um conhecimento
consistente e articulado de conceitos e assuntos de
ambiente para participarem activamente. Assim as
suas acções tendem a ser mais intencionais em vez de
devidamente consciencializadas. O seu conhecimento é
mais catastrofista e genericamente atomista. Contudo,
os alunos participantes em projectos, genericamente
apresentam resultados um pouco mais favoráveis.
Há uma percepção clara da crise ambiental expressa
pela preocupação ambiental e uma maior
familiarização com os temas desenvolvidos pelas
acções/projectos promovidos pelas escolas.

Parecem predominar as acções e projectos


relacionados com uma concepção de ambiente como
um recurso, embora, vários docentes manifestassem
uma representação do ambiente crítica e social, com o
objectivo de transformação.
Exemplo de uma representação do ambiente futuro (questão 3.6), pelo
inquérito nº 2 da Escola E.B. 2,3 António Bento Franco - Ericeira. 29
Os projectos e acções de EA não integraram a
corrente humanista pois os aspectos relacionados com
a conservação e recuperação do património histórico-
cultural não foram abordados.
Os alunos revelaram um desconhecimento e, na sua
maioria, um desinteresse em se envolver nas
associações de ambiente dando pouca importância à
participação das pessoas nas decisões públicas. No
entanto, os projectos/acções de ambiente sequenciais
e contínuos parecem influenciar uma maior
predisposição e motivação para os alunos se
envolverem futuramente em associações de ambiente
e em práticas de cidadania
Os alunos participantes em projectos manifestam
maior interesse na defesa do ambiente e não são
evidentes resultados que atribuam maior
importância à acção individual e colectiva para a
resolução da crise ambiental, não considerando
importante a participação activa das pessoas nas
decisões políticas.

A realização de projectos parece ter desenvolvido


uma maior capacidade de envolvimento e sentido
crítico, demonstrando todo o dinamismo e
empenho dos docentes envolvidos. Porém,
parece-nos essencial um maior enquadramento
dos problemas em assuntos de EA contextuais e
de base, de forma a a questionar-se as causas,
processos e motivos da crise ambiental.
As acções e projectos desenvolveram um maior sentido
crítico nos alunos entrevistados face aos alunos
inquiridos do questionário. Contudo, necessitam mais de
encorajar os alunos a agir nas suas convicções
ambientais questionando mais os motivos e causas dos
problemas de ambiente.
ALGUMAS RECOMENDAÇÕES
GERAIS PARA O CONTEXTO DE
APRENDIZAGEM:
• Estabelecimento de redes
dinâmicas
•Adequação do currículo onde o
contexto é tomado em conta mas com
uma visão global
• Interdisciplinaridade

• Realização de actividades de
outdoor em espaços diversificados

• Trabalhar-se como uma componente crítica social,


problematizadora, com temas controversos que contraste com a
uniformidade e o dogmatismo do pensamento único. Que haja
um diálogo com outras representações do mundo, sublinhando a
diversidade e a pluralidade.
CONSIDERAÇÕES PARA
FUTURAS INVESTIGAÇÕES

 Análise das concepções dos professores sobre as


dimensões do actual projecto global tecnológico e sua
influência no ambiente e sociedades tradicionais.

 Avaliação de acções/projectos de EA de uma forma


contínua e sequencial para se averiguar quais as
influências das representações e práticas dos
professores.
 Análise de mais estudos sobre as concepções valorativas
da Ética ambiental e sua possível (ou não) influência no
ensino-aprendizagem.
 Formulação de quadros teóricos integradores para mais
investigações consistentes sobre a análise das
representações visuais sobre o ambiente e natureza. 34
A Terra não nos foi doada pelos nossos
pais, mas sim emprestada pelos
nossos filhos

E. Burke

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