Cerrado é o nome dado às savanas (exatamente, aquelas da
África!) brasileiras, sendo o segundo maior bioma do Brasil e uma das regiões fito e biogeográficas mais importantes do território nacional. A palavra “cerrado” tem origem na língua espanhola e significa “fechado”. É uma boa caracterização para um bioma de vegetação densa, composta por arbustos, gramíneas e árvores baixas. Além disso, pode designar tipos e formas de vegetação, características estruturais da flora, entre vários outros aspectos. Isso significa que, ao mesmo tempo em que dificulta um único conceito para o bioma, o seu nome é responsável por refletir a enorme diversidade de flora e fauna presente na região que ocupa. Fauna do Cerrado
São mais de 2.500 espécies
animais presentes na fauna do cerrado, sendo que 28% dos répteis e 17% dos anfíbios são endêmicos do bioma. Isso significa que são nativas da região, sendo encontradas apenas no cerrado. Alguns animais são: jiboias, cascavéis, emas, seriemas, urubus-rei, araras, tucanos, gaviões, tatus, onças-pintadas, lobos-guará, lontras, tamanduás, macacos- prego, quatis, capivaras, entre vários outros. Flora do Cerrado A flora do cerrado também não fica para trás. São mais de 10 mil espécies diferentes de plantas, sendo que muitas outras ainda não foram catalogadas. Apresenta uma grande diversidade de aspectos visuais, podendo ir de campos abertos, sem árvores ou arbustos, até o chamado cerrado lenhoso, composto por densas florestas de galeria. A maior parte do território do cerrado é coberta por campos, onde se encontram gramíneas, arbustos e algumas árvores. Dependendo da formação do relevo e da composição do solo, podem ser classificados entre campo de cerrado e campo limpo. As maiores árvores do cerrado chegam a cerca de 15 metros de altura, com estruturas irregulares e retorcidas. Acima dos 25 metros, é possível encontrar algumas árvores nas áreas de mata ciliar. Chapadas arenosas e campos rupestres do interior do Brasil podem apresentar ainda cactos, bromélias e orquídeas. Flora do Cerrado Distribuição geográfica do Cerrado o cerrado é o segundo maior bioma do continente, ocupando 22% do território brasileiro, em uma área de 2.036.448 km². O cerrado engloba os estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rondônia, São Paulo e Tocantins, além do Distrito Federal. Tudo isso sem contar as pequenas porções de cerrado no Amapá, Roraima e até mesmo no Amazonas. Estão localizadas no cerrado as nascentes das três maiores bacias hidrográficas das Américas: Amazônica, São Francisco e do Prata. Aliada às condições de relevo, clima e solo, a hidrografia do cerrado é um dos maiores motivos da biodiversidade presente na área. Clima do Cerrado O clima do cerrado é classificado como tropical sazonal, ou seja, é bastante úmido e quente. Existem duas estações do ano que são bem definidas, há períodos de seca prolongada e períodos chuvosos. A temperatura média anual é de aproximadamente 22 graus e há pouca ocorrência de vento. O verão é chuvoso, principalmente entre os meses de outubro e março e apresenta altas temperaturas, que podem chegar aos 40 graus nos dias mais quentes. Já o inverno é frio e seco, com poucas chuvas. A média anual da ocorrência de chuva é de aproximadamente 1500 milímetros e a temperatura pode chegar a 10 graus em dias mais frios. Curiosidades Cerca de 80% do carvão vegetal consumido no Brasil vem das árvores do Cerrado O espaço ocupado pelo Cerrado equivale à soma das áreas da Espanha, França, Alemanha, Itália e Inglaterra. O número de insetos na região do Cerrado é surpreendente: apenas na área do Distrito Federal, há 90 espécies de cupins, 1000 espécies de borboletas e 500 tipos diferentes de abelhas e vespas. Das 837 espécies de aves registradas no Cerrado, 759 se reproduzem na região e o restante são aves migratórias. O Cerrado é considerado o “berço das águas”, ao abrigar as nascentes de importantes bacias hidrográficas da América do Sul: Platina, Amazônica e São Francisco. Importância socioeconômica O Cerrado ocupa 2.036.448 km2 ou 22% do território brasileiro (MMA, s/d), mas ainda é um bioma pouco conhecido e valorizado. Antigamente, era considerado de pouca beleza e utilidade, o que pode ter contribuído para sua rápida destruição. Hoje já se sabe que muitas são suas qualidades! Apresenta paisagens de rara beleza, com mosaicos de vegetações e rios com belas cachoeiras, além de muitas espécies animais. Possui plantas que produzem frutos de sabor peculiar e outras tantas de alto potencial para utilização. O Cerrado também fornece água, seja pelas suas águas subterrâneas, seja pelas nascentes de diversos rios que contribuem para importantes bacias hidrográficas do país. Muitos são os valores deste bioma e dos serviços ambientais (ou ecossistêmicos) de extrema importância econômica e social por ele prestados. O que é Caatinga Caatinga é um bioma brasileiro que apresenta clima semiárido, vegetação com pouca folhas e adaptadas para os períodos de secas, além de grande biodiversidade. Esse bioma é encontrado em áreas do Nordeste do Brasil, nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte de Minas Gerais. Toda essa área abrange cerca de 844 mil km2, ou seja, 11% do território brasileiro. O nome Caatinga significa, em tupi-guarani, "mata branca". Esse nome faz referência a cor predominante da vegetação durante a estação de seca, onde quase todas as plantas perdem as folhas para diminuir a transpiração e evitar a perda de água armazenada. No inverno, devido a ocorrência de chuva, as folhas verdes e as flores voltam a brotar. Apesar de sua importância ecológica, calcula-se que 40 mil km2 da Caatinga já foram transformados em quase deserto, o que é explicado pelo corte da vegetação para servir como lenha e pelo manejo inadequado do solo. Fauna da Caatinga As singularidades da Caatinga resultam em uma fauna diversa composta por mais de 800 espécies animais. Já foram registradas 148 espécies de mamíferos, 510 de aves, 154 de répteis e anfíbios e 240 de peixes. Este é o habitat do preá, da asa branca e o do tamanduá-mirim. Adaptar-se às condições climáticas do bioma é a principal estratégia de sobrevivência de plantas e animais, a exemplo dos anfíbios, que procuram abrigo em bromélias, se enterram e saem nos períodos chuvosos. Os invertebrados compõem um grupo especial, vasto e pouco conhecido. Eles são a base da cadeia alimentar no bioma, polinizam as plantas e servem de alimento para anfíbios, répteis, aves e pequenos mamíferos. A Caatinga ainda abriga seis espécies de felinos: a onça- pintada, onça-parda, jaguatirica, gato-do-mato-pequeno, gato- maracajá e gato-mourisco. No entanto, a exploração humana e o manejo inadequado da terra afetam sobremaneira esta rica fauna. Inúmeras espécies se encontram ameaçadas de extinção, como a onça-parda, o tatu-bola e o soldadinho do araripe. Flora da Caatinga A flora da Caatinga tem características peculiares, apresentando uma estrutura resistente e adaptada às condições áridas, por isso são chamadas xerófilas, ou seja, adaptadas ao clima seco e à pouca quantidade de água. A vegetação é formada por três estratos: o arbóreo, com árvores de 8 a 12 metros de altura; o arbustivo, com vegetação de 2 a 5 metros; e o herbáceo, abaixo de 2 metros. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, 932 espécies vegetais ocupam os solos da Caatinga, das quais 318 são endêmicas, sendo as bromélias e os cactos as principais famílias de plantas da região. A sapiência da natureza proporcionou às espécies folhas miúdas, cascas grossas e hastes espinhentas que são adaptadas à evapotranspiração intensa. As plantas ainda têm a especificidade de possuir raízes tuberosas para armazenamento de água, possibilitando a rebrota da planta mesmo após longos períodos de falta de água ou mesmo intervenções humanas. Mandacaru, xique-xique, barriguda e umbuzeiro são algumas das espécies com grande capacidade de armazenamento de água. Há ainda uma vasta lista de plantas medicinais como a catingueira, o jerico e o angico. A Caatinga ainda abriga espécies raras e de grande valor como o ipê roxo, o cumaru, a carnaúba e a aroeira, a qual está ameaçada de extinção. Nos períodos chuvosos, espécies de plantas herbáceas se abrem em flor, dentre as quais a malva, a malícia e a flor de tijirana. Distribuição geógrafica A caatinga ocupa uma área de cerca de 850.000 km², cerca de 10% do território nacional, englobando de forma contínua parte dos estados da Paraíba, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia (região Nordeste do Brasil) e parte do norte de Minas Gerais (região Sudeste do Brasil). Clima da Caatinga O clima que compreende a região da Caatinga é o tropical semiárido. Esse clima é marcado por longos períodos de estiagem, isto é, sem chuvas. O índice pluviométrico é abaixo dos 800 mm/ano. As temperaturas são geralmente elevadas, com uma média de 27 ºC, podendo alcançar números maiores, superiores a 32 ºC. Durante o período de chuva, os índices pluviométricos podem atingir os 1000 mm/ano. Já nos períodos mais secos, há uma baixa, chegando a 200 mm/ano. Importância A Caatinga sustenta a economia da região Nordeste por meio de duas vertentes: fornecimento de energia e produtos florestais não madeireiros. No primeiro caso, 30% da matriz energética da região vem da lenha obtida por meio de exploração não sustentável, utilizada por 70% das famílias na preparação de alimentos. Já o recurso florestal não madeireiro é usado em diversas atividades econômicas: do forrageiro para pastagem de gado e produção de mel, passando pela comercialização de frutos nativos e plantas medicinais, até às cerâmicas e indústrias de gesso, que geram divisas para o país. Dentro deste cenário rico da natureza, cabe essencial papel ao Solo. Por isso, debates estão sendo promovidos em torno da “Governança do uso do solo na Caatinga e Ano Internacional do Solo”, com foco em água, plantas e sociedade. O objetivo é obter subsídios para futuras políticas públicas para a promoção da convivência sustentável com o Semiárido brasileiro. Bioma extremamente frágil, a Caatinga perdeu 40.000 km² que se transformaram em deserto nos últimos 15 anos devido à interferência do homem na região. Vale ressaltar que no Nordeste, a maioria da população rural se dedica ao extrativismo, culturas de subsistência e pecuária. “A Caatinga existe apenas no Brasil e é um patrimônio muito valioso. Metade da bacia do rio São Francisco está situada na Caatinga, e grande parte das soluções de desenvolvimento regional passa por esse bioma. É possível conciliar produção econômica e desenvolvimento com a conservação. A conservação, na verdade, resguarda e potencializa o desenvolvimento”, afirma o pesquisador José Alves de Siqueira Filho. Curiosidades Vive na Caatinga a ave com maior risco de extinção no Brasil, a ararinha-azul (Anodorhynchus spix), da qual só se encontrou um único macho na natureza. Também vive ali a segunda mais ameaçada do país, a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari). Habitam os arredores de Canudos (BA), e há menos de 150 exemplares, um décimo da população ideal no caso de aves, que demoram a se reproduzir. Uma área de Caatinga mais conservada pode abrigar cerca de 200 espécies de formigas, enquanto nas mais degradadas há de 30 a 40. A Caatinga compreende quase 10% da área total do território brasileiro, com aproximadamente 740.000 km2. Na estação seca a temperatura do solo pode chegar a 60ºC. No idioma tupi, Caatinga quer dizer Mata Branca, referência à vegetação sem folhas que predomina durante a época de seca Caatinga