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A Verdade
Uma donzela estava um dia sentada à beira de um riacho, deixando a
água do riacho passar por entre os seus dedos muito brancos, quando
sentiu o seu anel de diamante ser levado pelas águas. Temendo o
castigo do pai, a donzela contou em casa que fora assaltada por um
homem no bosque e que ele arrancara o anel de diamante do seu dedo
e a deixara desfalecida sobre um canteiro de margarida. O pai e os
irmãos da donzela foram atrás do assaltante e encontraram um homem
dormindo no bosque, e o mataram, mas não encontraram o anel de
diamante. E a donzela disse:
- Agora me lembro, não era um homem, eram dois.
Donzela
Nesse processo de construção e de
reconstrução da coerência textual, os mecanismos
de referenciação são essenciais. Cada vez que, por
meio de expressões nominais e de pronomes
substantivos, nós nos referimos a entidades
presentes no universo do discurso, para nomeá-las
ou redesigná-las, estamos nos valendo de
processos referenciais.
Os referentes não espelham diretamente o mundo
real. Eles são construídos e reconstruídos no interior
do próprio discurso, de acordo com a percepção de
mundo , os “óculos sociais” ( Blikstein, 1985), as
crenças e propósitos comunicativos.
Referenciação é entendida, portanto, como uma
atividade discursiva. Levando este conceito para a
sala de aula, podemos dizer que o aluno, no ato de
produzir um texto, trabalha com o material
linguístico e não linguístico que tem à sua
disposição e realiza escolhas intencionais para
representar estados de coisas, de modo condizente
com o seu propósito comunicativo ( Koch, 1999,
2002).
Os processos de referenciação, imprescindíveis para
a unidade de coerência, desempenham funções
textual-discursivas que vão além da organização do
fluxo de informação. Por isso, acreditamos que a
referenciação contribui, inclusive, para um
alargamento do fenômeno da coesão: a “costura” do
texto não engloba apenas a possibilidade de
recuperação de um referente no cotexto, mas
implica, também, a construção de uma
representação ligada ao direcionamento
argumentativo e expressivo pretendido pelo
enunciador.
SIGNIFICADO E REFERENTE
SOGRO ESPIRITUOSO
A filha enfurecida entra no escritório do pai, com o
marido à tiracolo e indaga sem rodeios:
- Papai! Por que você não coloca meu marido no lugar
do seu sócio que acaba de falecer?
E o pai responde, de pronto:
- Olhe, filha! Corra e converse com o pessoal da
funerária! Por mim, tudo bem!
A PANELA