Instituto Superior de Ciências de Saúde

= ISCISA =

XIV Jornadas Científicas, 2018

Avaliação do estado nutricional de crianças

menores de dois anos em 03 províncias de
Moçambique
Réka Maulide Cane, José Braz Chidassicua,
Maria Patrícia Gonçalves, Acacio Sabonete
Sérgio Chicumbe

Maputo, 14 de Maio de 2018

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 Introdução

o De acordo com o "Countdown 2015", mais de 114 mil crianças morrem todos os anos
em Moçambique antes de completarem o seu quinto aniversário. E estima-se que 45%
dessas mortes estão ligadas à desnutrição.

o A falta de acesso a alimentos altamente nutritivos é uma causa comum de desnutrição.

Práticas alimentares inadequadas, como a amamentação inadequada, a oferta de
alimentos inadequados e a impossibilidade de assegurar que a criança receba
alimentos nutritivos suficientes, contribuem para a desnutrição.

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 Problema

o A desnutrição afeta diretamente muitos aspectos do desenvolvimento infantil, como

retardar o desenvolvimento físico e mental, aumentar a suscetibilidade a doenças
infecciosas, como diarréia, pneumonia e aumentar ainda mais a probabilidade de
desnutrição.

o Há três tipos de desnutrição protéico-calórica em crianças:

• desnutrição aguda (debilitação ou magreza/ “wasting”),
• desnutrição crônica (baixa estatura ou nanismo/”stunting”), e
• a combinação de desnutrição aguda e crônica (baixo peso) .

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 Justificativa

o A desnutrição crônica é reconhecida como o melhor indicador da qualidade do capital

humano de um país.

o Em Moçambique, a desnutrição crónica é o principal problema que afecta a nutrição de

crianças menores de cinco anos, comprometendo o seu potencial de crescimento
físico, mental e cognitivo.

o Em 2011, Nampula, Cabo Delgado e Niassa foram as províncias de Moçambique com

a maior prevalência de desnutrição crónica em crianças menores de cinco anos (55,3%
Nampula, 52,8% Cabo Delgado e 46,8% Niassa)

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 Objectivos

O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de desnutrição crônica, desnutrição

aguda e baixo peso em crianças menores de 2 anos de idade residentes nas províncias de
Nampula, Cabo Delgado e Niassa.

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 Metodologia
o De Abril 2015 a Junho de 2015, foi realizado um estudo transversal em áreas de
enumeração de distritos das províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula.

o Um total de 25 famílias rurais e 20 domicílios urbanos foram selecionados para

participar.

o Uma equipe formada por 6 pesquisadores, 3 controladores e 6 enfermeiras realizou as

medições antropométricas (altura para idade, peso para altura e peso para idade) em
689 crianças menores de 2 anos de idade.

o Indicadores antropométricos: altura para idade (AI), peso para a altura (PA ) e peso
para idade (PI). As medidas foram expressas em forma de um escore Z, que incluem:
ZAI <-2 (desnutrição crônica ), ZPA <-2 (desnutrição aguda) e ZPI <-2 (baixo peso).
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 Metodologia
o A análise de dados foi realizada no SPSS, versão 24 para Windows (IBM Corp.,
Armonk, EUA).

o Um valor “p” de ≤0,05 denotou a presença de significância estatística. As medidas

colhidas (peso, altura e idade) foram convertidos em peso para idade, estatura para
idade e peso para altura em unidades SD (escores z) utilizando o software ANTHRO da
OMS (WHO child growth standards).

o Análises univariadas foram realizadas para fornecer caracteristicas do status

sociodemográfico e econômico da criança.

o A análise bivariada foi realizada por meio do teste qui-quadrado e regressão logística
multivariada.
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 Resultados-Caracteristicas Sociodemograficas

o A amostra do estudo
foi composta por 689
crianças menores de
dois anos de idade
(50,9% do sexo
masculino e 49,1%
do sexo feminino) e a
média de idade foi de
12 meses (DP = 7
meses).

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 Resultados-Prevalência de desnutrição em crianças menores
de dois anos

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 Resultados-Prevalência de desnutrição em crianças
menores de dois anos

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 Conclusões

o A prevalência de desnutrição crônica foi alta nas três províncias, embora com
diferentes magnitudes.

o Este estudo sugere que viver em áreas rurais aumenta a probabilidade de uma criança
ser desnutrida, apesar da influência de outras variáveis sociodemográficas.

o As crianças da nossa amostra tinham maior probabilidade de estarem abaixo do peso

nas crianças entre os 12 e os 24 meses, que vivem na província de Niassa e nas áreas
rurais. Esse achado pode ser explicado por diferenças culturais e econômicas.

o Os resultados deste estudo podem ser usados para a elaboração de recomendações

que visam melhorar a implementação de programas de saúde no combate à
desnutrição nessas províncias.
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 Referências bibliográficas
1 WHO. UNICEF. Countdown to 2015 decade report (2000–2010) with county profiles: Taking stock of maternal, newborn and
child survival.
2 Bain LE, Awah PK, Geraldine N, et al. Malnutrition in Sub – Saharan Africa: burden, causes and prospects. The Pan African
Medical Journal. 2013;15:120. doi:10.11604/pamj.2013.15.120.2535.
3WHO Maternal, newborn, child and adolescent health.
Malnutrition.http://www.who.int/maternal_child_adolescent/topics/child/malnutrition/en/ [Accessed on: 17th January 2018]
4 Ansuman P, Sai CD. Undernutrition and Its Correlates among Children of 3–9 Years of Age Residing in Slum Areas of
Bhubaneswar, India. The Scientific World Journal. 2014. Article ID 719673 doi:10.1155/2014/719673
5 London School of Hygiene and Tropical Medicine. (2015). The use of epidemiological tools in conflict-affected populations: open-
access educational resources for policy makers. Nutrition. Types of malnutrition.http://conflict.lshtm.ac.uk/index.htm [Retrieved
December 15 2015].
6 PARMDC
7 Ministério da Saúde (MISAU), Instituto Nacional de Estatística (INE) e ICF International (ICFI). Inquérito Demográfico e de
Saúde 2011. Calverton, Maryland, USA: MISAU, INE e ICFI.
8 DHS 2003
9 DHS 2011
10 Technical Secretariat for Food Security and Nutrition (SETSAN), 2013
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 Khanimambo!

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